Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Introdução
trabalho, e servir de base para sua posterior educação (Banco Mundial, 1992,
in TORRES, 1996, p. 131).
Em que pese o fato de esta nova estratégia ser expressa em termos de metas
humanitárias e de preservação da liberdade, ela busca um novo controle dos
países e de seus recursos. Mais ainda, a nova estratégia enfoca o ser humano
como o recurso mais importante sobre o qual devem ser focalizados todos os
esforços, não só como objeto de exploração mas como sujeito que demanda e
consome e, portanto, suscetível de ingressar no mercado. Em síntese, o
desenvolvimento humano é a miragem com a qual se pretende impulsionar as
novas relocalizações da política global em que o mercado opera como o
ordenador econômico por excelência e a produtividade do individuo se constitui
como o propósito central dessa estratégia (2004, p. 220).
Tal sentido de políticas de inclusão foi incluído em boa parte dos programas
sociais no Brasil. Com feito, a partir de 2007, no contexto das políticas inclusivas
adotadas na segunda gestão do Governo Lula, o atendimento à diversidade passou a
caracterizar programas educacionais, especialmente o Programa Mais Educação e a
Educação Integral na escola de tempo integral (BRASIL, 2007), voltados
explicitamente ao atendimento às populações socialmente vulneráveis. Desse modo, a
concepção de políticas inclusivas aplicadas no âmbito social passou, em boa parte,
para o âmbito do sistema escolar, colocando-se a escola como polo principal da
mediação para solução de problemas sociais. Conforme o documento sobre Educação
Integral:
um tipo de ensino em que todos os alunos possam aprender aquilo que é necessário
como condição da igualdade entre os seres humanos e, ao mesmo tempo, considerar
a diversidade humana e social desses alunos no processo de ensino-aprendizagem.
Considerações finais
NOTAS
1 O movimento Todos pela Educação define-se como movimento da sociedade brasileira que tem como
missão contribuir para uma Educação Básica de qualidade. É uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP) e, portanto, uma organização privada. Reúne como mantenedores institutos e
fundações privadas empresariais que se preocupam com a escolaridade da população e a melhoria da
qualidade da mão de obra, insatisfatória para as necessidades do mercado. São seus mantenedores
bancos e empresas privadas como: Fundação Itaú Social, Fundação Bradesco, Fundação Telefônica,
Gerdau, Instituto Camargo Correa, Instituto Unibanco, Itaú BBA, Santander, Suzano, Fundação Lemann,
Instituto Península, DPachoal. Entre seus parceiros figuram Fundação Santillana, Instituto Ayrton Senna,
Fundação Victor Civita, McKinsey&Company, Instituto Natura, Saraiva, Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). (Informações do site do Movimento).
1 Os comentários inseridos aqui em relação à expressão “currículo de integração social” referem-se
Referências
Algebale, E. (2006). Escola pública e pobreza no Brasil: a ampliação para menos. Rio de Janeiro:
Lamparina/Faperj.
Alves, N. G.; Oliveira, I.B. (orgs.). Pesquisa no/do cotidiano das escolas - sobre redes de saberes. Rio
de Janeiro: D, P & A, 2001. v. 1. 157p .
Ball, S. J. (1994). Education reform: A critical and poststructural approach. Buckingham: Open
University Press.
Ball, S. J. et Mainardes, J. (orgs.). (2011). Políticas educacionais: questões e dilemas. São Paulo:
Cortez Editora.
Banco Mundial (1974). Educación: documento de política sectorial. Washington, D.C.: World Bank.
Banco Mundial (1995). Prioridades e estratégias para a educação. Washington, DC: World Bank.
Banco Mundial. (2011). Learning for all: Investing in people’s knowledge and skills to promote
development. Washington, DC: World Bank.
19
Barretto, E. S. S. (2013). Políticas de currículo e políticas docentes para a educação básica. In: A.M.
Martins, A.M., Calderón, A.I., Ganzeli, P. e Garcia, T. O. G. (orgs.), Políticas e gestão da educação (p.
217-242). Campinas: Anpae/Autores Associados.
Bastos, R. M. B. (2014). Banco Mundial: aprendizagem para todos até 2020 – breves notas sobre uma
obstinada estratégia. Contribuciones a las Ciencias Sociales. Disponível em:
<www.eumed.net/rev/cccss/30/banco-mundial.html>.
Boom, A. M. (2004), De la escuela expansiva a la escuela competitiva: dos modos de modernización
en America Latina. Barcelona: Anthropos Editorial.
Brasil. Mec. (1993). Plano decenal de educação 1993-2003. Brasília: Ministério da Educação.
Brasil. Mec. (2005). Portaria n. 931, de março de 2005: Institui o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (SAEB).
Brasil. Mec. (2007a). Plano de desenvolvimento da educação.
Brasil. Mec. (2007b). Plano de Metas Todos pela Educação.
Brasil. Mec. (2007d). Portaria Normativa n. 17, Programa mais educação.
Brasil. Mec. (2009). Educação Integral. Série Mais Educação. Brasília: Ministério da Educação.
Bueno, C. A. R. e Figueiredo, I. M. (2012). A relação entre educação e desenvolvimento para o Banco
mundial: a ênfase na “satisfação das necessidades básicas” para o alívio da pobreza e sua relação com
as políticas de Educação Infantil. Anais da IX Associação Nacional de Pós-Graduação – Região Sul.
Caxias do Sul: ANPEd.
Cavalieri, A. M. (2014). Entre disputa e concepções: o horário integral nas escolas municipais do Rio de
Janeiro. In: Barra, V. M. L. (org.), Educação: ensino, espaço e tempo na escola de tempo integral (p.
169-185). Goiânia: Editora UFG.
Charlot, B. (2005). Relação com o saber, formação de professores e globalização. Porto Alegre:
Artmed.
Coraggio, J. (1996). Propostas do Banco mundial para a educação: sentido oculto ou problema de
concepção. In: De Tommasi, L., Warde, M. J. e Haddad, S. (orgs.), O Banco mundial e as políticas
educacionais (p. 75-123). São Paulo, Cortez Editora.
Dale, R. (2004). Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional
mundial comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”. Educação e
Sociedade, 25(87), 423-460.
De Tommasi, L., Warde, M. J. et Haddad, S. (orgs.). (1996). O Banco Mundial e as políticas
educacionais. São Paulo: Cortez Editora.
Evangelista, O. (2013). Qualidade da educação pública: estado e organismos multilaterais. In: Libâneo, J.
C. Suanno, M. V. R. e Limonta, S. V. (orgs.), Qualidade da escola pública: políticas educacionais,
didática e formação de professores. Goiânia: Ceped Publicações.
Evangelista, O. (org.). (2014). O que revelam os “slogans” na política educacional. Araraquara:
Junqueira & Marin Editores.
Evangelista, O. et E. O. Shiroma (2006). Educação para o alívio da pobreza: novo tópico da agenda
global. Revista de Educação PUC Campinas, 20, 43-54.
Falleiros, I. (2005). Parâmetros curriculares nacionais para a Educação Básica e a construção da nova
cidadania. In: Neves, N. e Wanderlei, L. M. M. (orgs.), A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do
capital para educar o consenso (p. 209-235). São Paulo: Xamã.
Fonseca, M. (2009). Políticas públicas para a qualidade da educação brasileira: entre o utilitarismo
econômico e a responsabilidade social. Caderno Cedes, 29(78), 153-177.
Freitas, L. C. (2011). Os reformadores empresariais da educação: a consolidação do neotecnicismo no
Brasil. In: Fontoura, H.A. (org.), Políticas públicas e movimentos sociais (p. 72-90). Rio de Janeiro:
Anped Sudeste. (http://www.fe.ufrj.br/anpedinha2011/sobre.html)
Freitas, L. C. (2012). Os reformadores empresariais da educação: da desmoralização do magistério à
destruição do sistema público de educação. Educação e Sociedade, 33(119), 379-404.
Frigotto, G. (1998). Educação e crise do trabalho. Petrópolis: Vozes.
Frigotto, G. et Ciavatta, M. (2003). Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa e
consentida à lógica de mercado. Educação e Sociedade, 24(82), 93-130.
Gabriel, C. T.(2006). Didática crítica multi/intercultural. In Candau, V. M. (ed.). Educação intercultural e
cotidiano escolar. Rio de janeiro: 7Letras.
Garcia, R. M. C. (2014). Para além da “inclusão”: crítica às políticas educacionais contemporâneas. In:
Evangelista, O. (org.), O que revelam os “slogans” na política educacional (p. 101-140). Araraquara:
Junqueira & Marin Editores.
Herrero, C. (2013). El mundo hace crac. Madrid: Silente Académica.
Leher, R. (1998). Da ideologia do desenvolvimento à ideologia da globalização: a educação como
estratégia do Banco Mundial para o alívio da pobreza. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo,
São Paulo.
Lenoir, Y. (2016). Du libéralisme au néolibéralisme: quels impacts pour les finalités éducatives scolaires et
pour les savoirs disciplinaires? In: Lenoir, Y., Adigüzel, O., Lenoir, Y.,. Libâneo, J.C. et Tupin, F. (orgs.).
Les finalités éducatives scolaires: Pour une étude critique des approches théoriques, philosophiques
et idéologiques (p. 159-280). Saint-Lambert: Groupéditions Éditeurs.
20
Lenoir, Y. (2013). Les finalités éducatives scolaires, un objet hautement problématique. Recherches sur
les pratiques d’enseignement. Bulletin de la CRCIE, 4, 2-7.
Lessard, C. et Meirieu, P. (orgs.). (2005). L’obligation de résultats en éducation: évolutions,
perspectives et enjeux internationaux. Bruxelles: De Boeck.
Libâneo, J. C. (2012). O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento para os
ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e Pesquisa, 38(1), 13-28.
Libâneo, J. C. (2014). Internacionalização das políticas educacionais: elementos para uma análise
pedagógica de orientações curriculares para o ensino fundamental e de propostas para a escola pública.
In: Silva, M. A. e Cunha, C. (orgs.), Educação básica: políticas, avanços, pendências (p. 13-56).
Campinas: Autores Associados.
Moehleckle, S. (2009). As políticas de diversidade na educação no Governo Lula. Cadernos de
Pesquisa, 39 (137).
Moreira, A. F. Currículo, diferença cultural e diálogo. Rio de Janeiro, Educação & Sociedade, ano XXIII,
nº 79, ago/ 2002
Moreira, A. F. B.; Candau, V. (org.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas.
Petrópolis: Vozes, 2012. v. 1. 245p
Neves, L. M. W. (org.). (2005). A nova pedagogia da hegemonia: estratégia do capital para educar o
consenso. São Paulo: Xamã.
Nóvoa, A. (2009). Professores: imagens do futuro presente. Lisboa: Educa.
Pacheco, J. A. e Marques, M. (2014). Governabilidade curricular: ação dos professores em contextos de
avaliação externa. In: Oliveira, M. R. N. S. (org.). Professor: formação, saberes, problemas (p. 105-
135). Porto: Porto Editora.
Oliveira, I. B.; Sgarbi, P. S. (2008). Estudos do Cotidiano e Educação. Belo Horizonte - MG: Autêntica.
Paulani, L. M. (2006). O projeto neoliberal para a sociedade brasileira: sua dinâmica e seus impasses. In:
Lima, J. C. F., e Neves, L. M. W. (orgs.), Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo
(p. 67-107). Rio de Janeiro: Fiocruz.
Rodrigues T. C. e Abramowicz, a. (2013). O debate contemporâneo sobre a diversidade e a diferença nas
políticas e pesquisas em educação. Educação e Pesquisa, São Paulo, 39 (1).
Saviani, Dermeval (2009). Plano de Desenvolvimento da Educação: análise crítica da política do
MEC. Campinas: Autores Associados.
Shiroma, E. O., Garcia, R. M. C. et Campos, R. F. (2011). Conversão das “almas” pela liturgia da palavra:
uma análise do discurso do Movimento Todos pela Educação. In: Hall, S., Mainardes, J. J. (orgs.),
Políticas educacionais: questões e dilemas (p. 222-248). São Paulo : Cortez.
Silva, S. P. (2014). O processo de implementação das políticas educacionais e repercussões nas
formas de gestão da escola e no processo de ensino-aprendizagem: o pacto pela educação em
Goiás. Tese de doutorado, PUC Goiás, Goiânia..
Silva, M. A. et Cunha, C. (orgs.). (2014). Educação básica: políticas, avanços e pendências.
Campinas: Autores Associados.
Torres, R. M. (1996). Melhorar a qualidade da educação básica? As estratégias do Banco mundial. In: L.
De Tommasi, Warde, M. J. e Haddad, S. (orgs.), O Banco mundial e as políticas educacionais (p. 125-
193). São Paulo, Cortez Editora.
Torres, R. M. (2001). Educação para Todos: a tarefa por fazer. Porto Alegre: ARTMED Editora.
Torres Arizmendi, A. (2009). Los efectos de la descentralización educativa en la cualidad de la
educación en México. Monterrey: UNESCO.
UNESCO. (1990). Declaração mundial sobre educação para todos e plano de ação para satisfazer
as necessidades básicas de aprendizagem. (Jomtien, Tailândia). Paris: Unesco. Disponivel em:
<http://www.unesco.org/education/nfsunesco/pdf/JOMTIE_F.PDF>.
UNESCO. (1993). Declaração de Nova Delhi sobre Educação para Todos. Paris: Unesco. Disponível
em: http://www.unesco.org/education/information/nfsunesco/pdf/DELHI.PDF>.
UNESCO. (2000). O marco de ação de Dakar Educação para Todos. Paris: Unesco. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001275/127509porb.pdf>.
World Bank. (2007). Social exclusion and the EU’s social inclusion study. Washington, D.C.: World
Bank.
World Bank. (1971). Education Sector Working Paper. Washington, D.C.: World Bank.
World Bank. (1974). Education Sector Working Paper. Washington, D.C.: World Bank.
Young, M. (2007). Para que servem as escolas? Educação e Sociedade, 28(101), 1287-1302.