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INSTITUTO FEDERAL

Mato Grosso do Sul


Centro de Referência
em Educação a Distância Cread

FORMAÇÃO
PEDAGÓGICA
PARA EAD
Formação Pedagógica para EaD

Indicação de Ícones

Objetivos de Glossário
Aprendizagem

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Formação Pedagógica para EaD

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul - IFMS
Formação Pedagógica para EaD

Sumário
1. O que é EaD?........................................................................................... 7
1.1 Modalidades de Ensino/Aprendizagem................................................................ 8
1.2 Vamos Começar pelas Origens... .......................................................................... 9
1.3 Como Surgiu a EaD no Mundo............................................................................... 10
1.4 Como Surgiu a EaD no Brasil................................................................................. 11
1.5 Como Está o EaD no Brasil Hoje............................................................................ 12

2. Educação a Distância: Princípios e Finalidades.................................. 13


2.1 A Legislação Relacionada à EaD............................................................................. 14
2.2 O que se Entende por Mediação Pedagógica...................................................... 15
2.3 A Avaliação em EaD Tem Algumas Características que São Resultado do Para-
digma Educacional Proposto ao Processo de Ensino-Aprendizagem e à Natureza do
Processo Específico....................................................................................................... 21

3. A Importância do Feedback.................................................................. 25
3.1 A Importância do Acompanhamento e Satisfação.............................................. 25

4. Você Já se Pegou Refletindo Sobre os Significados do Conceito Tec-


nologia? E o Que Pensa a Respeito? Pare por Alguns Segundos e Tente
Organizar Suas Ideias Sobre os Entendimentos Que Você Tem Sobre Tec-
nologia......................................................................................................... 29
4.1 Evolução das Tecnologias na Educação................................................................ 31
4.2 No Entanto, a Tecnologia por Si Só Não Resolve. É Preciso a Mediação do Profes-
sor. E Para Isso Temos Que Utilizar a Dialogicidade................................................. 32

5. Neste Tópico Você Vai Entender Melhor Que Quando Falamos de Co-
municação Síncrona e Assíncrona Estamos Nos Referindo a Duas For-
mas de Intercâmbio da Informação em Função da Simultaneidade com
a Que Se Envia e Se Oferece a Mensagem.............................................. 35
5.1 Diferenças Entre a Comunicação Síncrona e Assíncrona................................... 36
5.2 Tipos de Comunicação Síncrona e Assíncrona.................................................... 37
5.3 Vantagens e Desvantagens Entre Ambos os Tipos............................................. 37

6. Ferramentas de Comunicação Síncrona e Assíncrona...................... 39


6.1 Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ................................................ 40

7. Principais Tecnologias Empregadas nos Cursos EaD......................... 43


7.1 Vantagens do Uso da Tecnologia na EaD............................................................. 44
7.2 E Falando em Tecnologia, Você Sabe o Que É Um Podcast?.............................. 45

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8. Wiki.......................................................................................................... 47

9. Dialogismo.............................................................................................. 49
9.1 Percebeu a Importância da Linguagem Dialógica e Como Ela Aproxima Estudan-
tes e Professores?.......................................................................................................... 50

10. Atribuições do Professor Mediador Presencial e Mediador a Distân-


cia................................................................................................................. 53

11. Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância ............................. 59


11.1 Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância – Parte 1.............................. 59
11.2 Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância – Parte 2.............................. 60
11.3 Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância – Parte 3.............................. 61

12. Perfil Do Professor Mediador Na Educação A Distância................. 63

13. Relação Professor/Estudante na Aprendizagem pela Educação a Dis-


tância........................................................................................................... 65

14. Como Fazer Um Vídeo Educativo?...................................................... 69

15. Diretrizes para Elaboração do Material Didático para a Educação a


Distância..................................................................................................... 75

16. Estudo sobre os Pressupostos Teóricos que Norteiam a Elaboração


do Material Didático para EaD................................................................. 81

17. Formas de Avaliação do Estudante no Moodle................................ 83


17.1 Múltiplas possibilidades....................................................................................... 83
17.2 Planejamento e Critérios...................................................................................... 84

18. Perfil do Professor Conteudista e Elaboração de Conteúdos e Mate-


riais na EaD: Reflexões e Possibilidades.................................................. 87
18.1 Recursos Multimídia e suas Potencialidades Didáticas na Unidade Curricular
EaD: CAMSTUDIO........................................................................................................... 88

Referências................................................................................................. 91

Referências de Figuras.............................................................................. 94

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1. O que é EaD?

Neste capítulo, vamos aprender o que significa a sigla EaD e as modalida-


des de ensino e aprendizagem em EaD.

EaD é a sigla para Educação a Distância. É uma forma de ensino/


aprendizagem mediada por tecnologias que permitem que o professor
e o aluno estejam em ambientes físicos diferentes.

Como informa Moran (2017):


“Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado
por tecnologias, no qual professores e alunos estão separados espacial e/
ou temporalmente. Apesar de não estarem juntos, de maneira presencial,
eles podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente
as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o cor-
reio,o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnolo-
gias semelhantes”.

Estudar remotamente possibilita que o aluno crie seu próprio ho-


rário de estudo, pois, hoje em dia, as aulas costumam ser ministradas
pela internet. Em algumas escolas/faculdades, o aluno apenas com-
parece na instituição de ensino para realizar as provas. Em ambientes
virtuais de ensino e aprendizagem, não é exigida a presença do aluno e
instrutor no mesmo espaço físico pois tudo é feito a distância. Desde
a matrícula até a entrega do certificado.

Ou seja, conforme nos apresenta a história das práticas pedagógi-


cas, as modalidades de ensino são variadas e se modificam mediante o
decurso do tempo. Sendo assim, vamos conhecer algumas delas, mais
ligadas ao nosso contexto.

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1.1 Modalidades de Ensino/Aprendizagem


VAMOS ENTENDER AS MODALIDADES DE ENSINO ...

Atualmente, podem ser consideradas as seguintes modalidades de


Educação: presencial, semipresencial e a distância.

PRESENCIAL: A modalidade presencial é a comumente utilizada nos cur-


sos regulares, na qual professores e alunos encontram-se sempre em
um mesmo local físico, chamado sala de aula, e esses encontros dão-se
ao mesmo tempo: é o denominado ensino convencional.

SEMIPRESENCIAL: Algumas instituições oferecem uma modalidade de


ensino conhecida como semipresencial, na qual os alunos se reúnem em
uma sala de aula, mas o professor está em outra localidade, transmitin-
do, via satélite, para várias turmas simultaneamente em tempo real.

A DISTÂNCIA: Na modalidade a distância, professores e alunos estão se-


parados fisicamente no espaço e/ou no tempo. Essa modalidade de edu-
cação é efetivada por meio do intenso uso de tecnologias de informação
e comunicação, podendo ou não apresentar momentos presenciais.

A Educação a Distância constitui um recurso de incalculável


importância para atender grandes contingentes de alunos, de for-
ma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a
qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da
clientela atendida. Isso é possibilitado pelas novas tecnologias nas áre-
as de informação e comunicação, que estão abrindo novas possibilida-
des para os processos de ensino-aprendizagem a distância.

MAS ATENÇÃO!
A EaD não é um fast-food!

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Como sugere Moran (2017):


“Educação a distância não é um “fast-food” em que o aluno se serve de algo
pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e
habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa
perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer
dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas,
cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos
cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância
será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e
ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de
pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozi-
nhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante
compartilhar vivências, experiências, ideias”.

E o EaD? De onde veio? Como surgiu?

Conheça as primeiras experiências que deram origem ao EaD no mun-


do e veja como os cursos a distância se desenvolveram no Brasil.

1.2 Vamos Começar pelas Origens...


Quem vê, atualmente, as pessoas aprendendo por meio do Ensino
a Distância (EaD) em seus notebooks, tablets e celulares pode não ter
ideia do quanto esse campo mudou desde a sua criação.

Os registros mais remotos de uma experiência EaD são de um cur-


so por correspondência em 1728! De lá para cá, aconteceram muitas
mudanças tecnológicas.

Se no começo da história da EaD o foco estava nos cursos profis-


sionalizantes, hoje essa modalidade está disponível para todos os ní-
veis de escolaridade, desde o ensino fundamental até a pós-graduação.

No entanto, alguns pontos permanecem intactos. Um deles é a


separação física e temporal entre o professor e seus estudantes, que ca-
racteriza a EaD. Outro é seu potencial de levar formação para pessoas
que estão longe dos ambientes presenciais de ensino.

Agora você aprenderá mais sobre as origens da EaD no mundo e


como foram as experiências brasileiras ao longo do tempo. Perceberá
que a EaD é possuidora de muito tempo de debates e estudos...
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1.3 Como Surgiu a EaD no Mundo


O local: a cidade de Boston, nos Estados Unidos. O ano: 1728. Se
você estivesse por lá, folheando o jornal da cidade, teria se deparado
com um anúncio inusitado: o professor Caleb Phillips oferecia um
curso de Taquigrafia (uma técnica para escrever à mão de forma rá-
pida, usando códigos e abreviações) para alunos em todo o país, com
materiais enviados semanalmente pelo correio. Esse foi o primeiro re-
gistro que se tem conhecimento de um curso a distância.

Mais de cem anos depois, em 1833, na Suécia, a universidade da ci-


dade de Lund oferecia um curso de composição por correspondência.
Em 1840, na Inglaterra, começava um curso também de Taquigrafia de
passagens bíblicas, em que o professor Isaac Pitman incentivava os alunos
a escreverem postais com textos abreviados, como ensinado no curso.

E se hoje podemos aprender uma nova língua conversando com


professores pela internet, é interessante saber que as experiências pio-
neiras nesse campo surgiram em 1856, na Alemanha. Ou seja, já era
possível aprender outro idioma usando a metodologia da EaD há mais
de 160 anos!

A partir do século XIX, a EaD começou a ser utilizada em vários


outros países como solução para que pessoas que viviam distantes de
instituições de ensino pudessem aprender. Além de novos cursos nos
Estados Unidos, Suécia e Alemanha, surgiram também iniciativas na
França, na antiga União Soviética, Japão, Austrália, Noruega, África
do Sul, Argentina, Espanha e muitos outros países.

No começo, os cursos em EaD eram voltados para aperfeiçoamen-


to profissional ou ofereciam conteúdo complementar da formação
universitária. Com o passar do tempo, foi se tornando possível fazer
até uma graduação completa a distância.

Um ponto interessante é que a EaD sempre acompanha a evolução


das tecnologias de comunicação. Se uma sala de aula presencial hoje é
muito semelhante à de 200 anos atrás, não se pode dizer o mesmo da
EaD. Veja como o formato tem evoluído:

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• Até os anos 1910: cursos por correspondência baseados em materiais


impressos.

• A partir da década de 1910: uso de slides e audiovisuais como materiais


adicionais.

• Décadas de 1910 até 1940: neste período, que compreendeu as duas gran-
des guerras mundiais, o rádio foi utilizado para transmitir conteúdos.

• Década de 1950: com a invenção da TV, começaram também as primei-


ras experiências de telecursos.

• Década de 1970: as tecnologias deste período são as TVs via satélite e a


cabo, que também foram usadas para transmissão de conteúdos.

• Década de 1990: início dos cursos por computador (via CD-ROM) e de-
pois pela internet.

1.4 Como Surgiu a EaD no Brasil


No Brasil, a EaD surgiu com cursos de qualificação profissional. O
registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados
do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de
escrever) por correspondência.

Na década de 1920, o Brasil já contava com os primeiros cursos


transmitidos pelas ondas do rádio, a novidade tecnológica da época.
Os estudantes utilizavam material impresso para aprender Português,
Francês e temas relacionados à radiodifusão.

Nas décadas de 1940 e 1950 começaram os cursos mais formais, so-


bre temas profissionalizantes, liderados pelo Instituto Monitor, depois
pelo Instituto Universal Brasileiro e pela Universidade do Ar, patrocina-
da pelo Senac e pelo Sesc. Até hoje, algumas dessas instituições perma-
necem ligadas à formação profissional por meio de cursos a distância.

Nas décadas de 1960 e 1970, surgem várias iniciativas de EaD em


projetos para ampliar o acesso à educação, promover o letramento e
a inclusão social de adultos. Com o passar do tempo, os cursos agre-

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garam outros níveis de ensino, como o fundamental completo. E, no


final da década de 1970, começou em Brasília a primeira experiência
de EaD nos cursos superiores.

Nesse período, muitos brasileiros já acompanhavam os telecursos trans-


mitidos pela TV. Esse modelo de EaD convivia com os formatos antigos,
como o material impresso e o rádio, uma característica que se mantém
até a década de 1990. Em meados desta década, as instituições passam a
utilizar a internet para publicar conteúdos e promover interações.

Foi nesse período que várias universidades formalizaram suas ini-


ciativas para a EaD, até culminar com a criação, em 1996, da Secre-
taria de Educação a Distância (SEED), do Ministério da Educação
(MEC). Naquele mesmo ano, a EaD no Brasil passou a contar com
uma legislação abrangente que hoje garante, por exemplo, a validade
de diplomas emitidos pelos cursos nesta modalidade.

1.5 Como Está o EaD no Brasil Hoje


Atualmente, o EaD é uma modalidade consolidada no Brasil. São
mais de 1.800 cursos, desde o ensino fundamental até a pós-gradua-
ção, que atendem quase 4 milhões de pessoas.

As tecnologias baseadas na internet permitem a implantação de


diferentes modelos de EaD, como por exemplo:
• Cursos predominantemente a distância, com encontros presen-
ciais obrigatórios.

• Cursos semipresenciais, que promovem encontros semanais.

• Disciplinas a distância de cursos de graduação presenciais.

A tendência é que a experiência de aprendizagem seja cada vez


mais híbrida. Ou seja, uma pessoa pode fazer um curso presencial e ter
uma carga horária de atividades a distância. Um estudante EaD pode
passar por uma experiência tão rica de contato com seus professores e
colegas que acaba prevalecendo a sensação de presença e proximidade
no processo de ensino e aprendizagem.

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2. Educação a Distância: Princípios e Finalidades

A EaD (Educação a Distância), como prática pedagógica de mul-


tiplicação de saberes, foi desenvolvida por meio de inovações tecnoló-
gicas que o mundo tem apresentado.
“De repente, chega a Internet e os congressos e encontros de Educação a
Distância ganham notoriedade e são frequentados por milhares de pessoas
ansiosas em conhecer as novas tecnologias em EaD. Jornais e revistas co-
meçam a dar destaque a projetos de escolas e universidades virtuais. E isto
não é um fenômeno isolado, brasileiro. Mundialmente as melhores e mais
caras universidades começam a montar seus campi virtuais e a oferecer
Educação a Distância via Internet”. (AZEVÊDO, 2006, p. 01).

A EaD cresceu a partir dos meios de comunicação, principalmente


a Internet, e manteve a interação professor-aluno.

A EaD começou a crescer em um momento em que a educação


brasileira passava por situações críticas e enfrentava crises. Dois gran-
des eventos contribuíram para esse crescimento: A TV Escola e o Te-
lecurso 2000.

A TV Escola foi determinante para que se estabelecesse a credibili-


dade da EaD no Brasil em setembro de 1995 . O programa oportuni-
zou a capacitação docente com interatividade. A TV Escola permitiu
que o ensino fosse visto no Brasil, por meio da tela da televisão.

O Telecurso 2000 capacitou milhões de pessoas e, até hoje, pode ser


visto na rede de televisão. Se o Telecurso 2000 fosse ministrado de forma
presencial, não atingiria a quantidade de alunos que conseguiu formar.

No final do século XX, a EaD no Brasil se expandiu, oferecendo


incontáveis cursos para seus usuários, com técnicas de autoaprendiza-
gem. O público participante dessa nova modalidade de ensino é bem
específico, como cita o autor a seguir:

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“Ser um aluno on-line é mais do que aprender a surfar na Internet ou usar


o correio eletrônico. É ser capaz de atender às demandas dos novos am-
bientes on-line de aprendizagem, é ser capaz de se perceber como parte de
uma comunidade virtual de aprendizagem colaborativa e desempenhar o
novo papel a ele reservado nesta comunidade”. (AZEVÊDO, 2006, p. 03).

Verificamos o crescimento da EaD e com ele o crescimento dos


meios de comunicação. Uma nova metodologia de trabalho e educa-
ção desponta para uma modalidade do futuro. As políticas públicas
já voltaram seu olhar para a EaD, valorizando este método de ensino
(SARAIVA, 1996).

“Estamos vivendo um momento fecundo da história, de mudança


de paradigmas, inclusive na educação” (AZEVÊDO, 2006, p. 05).
Algumas pessoas se recusam a trabalhar nesse sistema e acabam não
percebendo as inúmeras vantagens que ele apresenta como marco de
desenvolvimento de nosso país

2.1 A Legislação Relacionada à EaD


Para que seu entendimento sobre a EaD fique cada vez mais am-
plo, existe uma outra situação que é fundamental!

Você precisa conhecer melhor as legislações e documentos nortea-


dores que regem a Educação a Distância.

Para isso, vamos beber na fonte! Ou seja, está disponibilizado nes-


te tópico os principais documentos sobre a EaD para que você possa
conhecê-los melhor.

Vale muito a pena a leitura, pois lhe transmitirá segurança e conhe-


cimento jurídico para lidar com a EaD.

Aliás, reforçando: A leitura destes documentos é MUITO IM-


PORTANTE!

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Basta clicar no link e você terá acesso aos documentos:

Decreto 9057 /2017:


https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2017/decreto-
9057-25-maio-2017-784941-publicacaooriginal-152832-pe.html

Decreto Educação Superior EaD- 9235/2017:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/
D9235.htm

Documentos norteadores do MEC: os Referenciais de Qualidade 2003:


http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/ReferenciaisdeEAD.pdf

Referenciais de Qualidade da Educação Superior EaD de 2008:


http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf

Então, percebeu como a EaD é regida por uma série de normas?


Você deve ter ciência dessas normas para atuar como professor me-
diador, tutor ou conteudista em EaD, não se esqueça disso!

2.2 O que se Entende por Mediação Pedagógica

Reflita sobre as informações e citações que seguem:


O planejamento, a organização e o controle da produção, assim
como a utilização dos vários instrumentos, de acordo com Rumble
(2003), constituem uma parte importante do trabalho de EAD. Ao
atuar nesta modalidade de educação, é imprescindível que seja reali-
zado um bom trabalho de mediação pedagógica, para que se garanta
uma aprendizagem satisfatória dos alunos, e assim sucessivamente o
êxito das atividades de cursos à distância.

O processo de mediação é enfatizado na Teoria de Vygotsk, (1984),


que considera o homem como um ser social, que se constitui a partir
das relações que estabelece com o outro e com o mundo, desempe-
nhando simultaneamente o papel de produto e produtor destas rela-
ções sociais em um processo sócio histórico. Sendo assim, o aprendi-
zado é resultante das relações sociais estabelecidas pelos indivíduos.
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A EAD no Brasil também apoia-se na teoria do autor Paulo Freire


que diz que ninguém educa ninguém, que os indivíduos se educam na
relação mediatizada pelo mundo, onde professor e aluno são sujeitos
de um mesmo processo de via de mão dupla, mediando assim, “um” a
aprendizagem do outro.

Figura 2.1
Fonte: Google Sites - Link: https://sites.google.com/site/tccava2013/home/4-fundamentacao-teo-
rica/a-mediacao-pedagogica-no-processo-de-construcao-conhecimento-colaborativo-por-meio-da
-web-2-0 Acesso em: 27/04/2020

Gomes (2004, p.119), discorre que:


[...] a mediação é um processo e nele intervêm diversos agentes com os
objetos resultantes de suas atividades culturais e científicas. Os agentes são
produtores e produtos de subjetivação que atuam possibilitando o encon-
tro entre as pessoas.

A mediação realizada pelos Tutores na Educação a Distância é uma


via de mão dupla, onde os mesmos têm por dever mediar à aprendi-
zagem dos alunos, como também aprender e aprimorar sua prática
pedagógica de acordo com as relações estabelecidas com os mesmos,
fazendo assim com a busca de satisfação pessoal em produzir a aquisi-
ção do conhecimento.

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Masetto (2000) define a mediação pedagógica na EaD como:

[...] a Atitude, o comportamento do professor que se coloca como um


facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem que se apresenta
com a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e sua aprendizagem.

Para o autor Masetto (2000), o papel da mediação extrapola o âm-


bito da ação pedagógica, abrangendo também, outros fatores envolvi-
dos no processo de ensino aprendizagem, como os materiais didáticos
e de apoio utilizados, bem como também os alunos envolvidos.

Ou seja, não basta o tutor mediador possuir e transmitir uma gran-


de quantidade de informações é preciso que estas informações sejam
transformadas em conhecimento, contribuindo assim para a autono-
mia dos sujeitos.

A mediação pedagógica deve ser baseada numa concepção de alu-


no produtor do próprio conhecimento, entendendo-o como um ser
ativo e capaz de construir e subir os degraus e obstáculos que o leva-
ram ao crescimento intelectual e profissional.

Então não se esqueça disso:

Princípios metodológicos norteadores para o trabalho do pro-


fessor mediador:
• Integrar as tecnologias
• Variar as formas e as técnicas utilizadas em sala de aula
• Planejar e valorizar a comunicação virtual

Leia este tópico com calma, devagar, refletindo a cada pará-


grafo ou citação. Entenda que o importante é você se apropriar e
saber dialogar com estes entendimentos.

Na educação a distância faz-se necessário conhecer e perceber a


realidade dos alunos, e também encontrar as maneiras mais eficazes de
se trabalhar com os mesmos visando à apropriação do conhecimento.

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Sendo assim as tecnologias são ferramentas fundamentais para o


desenvolvimento deste trabalho, assim como também a mediação que
é realizada neste processo.

Cunha (2007, p. 04) relata que “no trabalho, aqueles que traba-
lham são ao mesmo tempo sujeito e objeto, deste trabalhar, sem que
seja possível desembaraçar esses dois momentos”.

Dessa forma compreendemos que todos os que se encontram en-


volvidos no processo de aquisição do conhecimento, precisam estar
engajados e comprometidos na busca do mesmo.

Ao mesmo passo que a tecnologia abre grandes leques de facilidade


para os alunos, também requer uma atenção maior as mudanças que de-
vem ser realizadas no trabalho dos que atuam na educação, pois devido
ao fato de as salas serem virtuais, sem a presença de um professor pre-
sente fisicamente, oferecendo mais liberdade aos alunos, é preciso que
alguém realize uma mediação neste processo de aprendizagem, buscan-
do meios para motivar e estimular a vontade de obter conhecimento.

No caso em especial da Educação a Distância, trata-se do Tutor-Me-


diador, responsável por mediar os processos de ensino e de aprendizagem.

Andrade (2009, p.04) afirma que o papel do tutor-mediador deve


ser encarado da seguinte maneira:

“Deve ser visto como um professor a distância, com um papel similar ao


professor do ensino presencial, sendo ele o responsável por promover a
interatividade, pela troca de experiência entre os alunos e por reforçar a
comunicação do grupo.”

O tutor mediador tem papel fundamental, na aquisição do co-


nhecimento tendo em vista que o aluno deve buscar a independência
neste processo. Para tal é de suma importância que o mediador seja
possuidor de habilidades pedagógica e metodológica, e de conheci-
mentos que correspondam aos quesitos desta modalidade de ensino.

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Gonzalez (2005) nos mostra que necessariamente o mediador se


torna um motivador da aprendizagem, para tanto é preciso que me-
diador seja colocado a cumprir funções múltiplas em condições diver-
sas mesmo não sendo preparado para tal papel.

Perrenoud (1993, p.140) refere-se como

[...] ser professor hoje em dia significa saber exercer a profissão em condi-
ções muito diversas, utilizando uma pedagogia diferenciada, exigindo dife-
rentes níveis de competências para alunos de diferentes capitais escolares.

Da mesma maneira que Cechinel (2000, p. 14), acreditamos que o pro-


fessor tutor-mediador da Educação a Distância possui a função de ser um
“facilitador, mediador, motivador, orientador e avaliador da aprendizagem”.

O tutor realiza um importante papel na direção dos alunos que


buscam conhecimento científico, o que implica na necessidade am-
pliar de sua criatividade, e gerenciar o tempo e o espaço educativo.

Para atuar como mediador em cursos em EAD é necessário ser pro-


fissional atuante nas áreas cognitiva, psicomotora e afetiva.

Gonzales (2005, p. 40), define que:

“Cabe ao professor mediar todo o desenvolvimento do curso. É ele que res-


ponde a todas as dúvidas apresentadas pelos estudantes, no que diz respeito
ao conteúdo da disciplina oferecida. A ele cabe também mediar à partici-
pação dos estudantes em chats, estimulá-los a participar e a cumprir suas
tarefas, e avaliar a participação de cada um. As dúvidas de cada um devem
ser divulgadas a todos os participantes em um ambiente apropriado. Para
isso, o professor-mediador tem que se relacionar constantemente com o
orientador de ambiente para que essas mensagens, contendo as dúvidas
dos estudantes sobre o conteúdo, sejam trabalhadas e divulgadas em local
apropriado [...]. Pode-se também atribuir ao professor-tutor a responsabi-
lidade de avaliar os alunos sob sua tutela [...].”

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Figura 2.2
Fonte: Estúdio Site - Link: https://www.estudiosite.com.br/site/moodle/qual-a-relacao-entre-pratica
-pedagogica-e-tutor-da-ead - Acesso em 03/05/2020

Nos dias atuais não é suficiente para um tutor mediados possuir ape-
nas conhecimentos da sua área de atuação, é necessário que ele conhe-
ça como se dá o processo de aprendizagem, e também se apropriar
de estratégias que estimulem a elaboração criativa e ativa do conhe-
cimento, estimulando à resolução de problemas contextualizados.

O tutor mediador deve exercer a função de orientar os acadêmicos,


acompanhar o desenvolvimento pedagógico e avaliar a aprendizagem
dos alunos à distância. Para tanto o tutor deve possuir uma identidade
com capacidades, habilidades e competências inerentes à função. É
necessário que exerça uma atitude de receptividade diante do aluno
e que seja capaz de assegurar um clima de motivação entre os alunos.

Para que o ensino a distância alcance o potencial de vantagem que


pode oferecer, é preciso investir no aperfeiçoamento do tutor e, sobre-
tudo, regulamentar a atividade, além de definir e acompanhar indica-
dores de qualidade.

Neste sentido, Alves, 2003. P, 32 sugere algumas iniciativas:

• alfabetização digital - em todos os níveis de ensino, através da


renovação curricular para todas as áreas de especialização, de cursos
complementares e de extensão;

• geração de conhecimentos - voltado para a pós-graduação; e

20
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Formação Pedagógica para EaD

• aplicação da tecnologia da informação e comunicação - desde o


nível médio, especialmente nas áreas próximas das novas tecnologias.

Conforme Ibanez apud Aretio (1996), é de suma importância a


relação pessoal estabelecida entre os mediadores e alunos e os demais
profissionais envolvidos no processo da Educação a Distância. Este
processo requer certas habilidades de um tutor mediador, além de sua
formação acadêmica, como maturidade emocional, capacidade de li-
derar, nível cultural adequado, capacidade de empatia, cordialidade e
ser um saber ouvir de seus alunos.

Faz-se indispensável também para o trabalho do Tutor mediador que


ele, saiba utilizar e tenha domínio de todas as tecnologias que estão ao
seu dispor, para subsidiar e incentivar a aprendizagem dos alunos.

2.3 A Avaliação em EaD Tem Algumas Características que


São Resultado do Paradigma Educacional Proposto ao Processo
de Ensino-Aprendizagem e à Natureza do Processo Específico
Um ensino centralizado no aluno, como é a EAD, traz intensas
transformações no processo de avaliação. Algumas dessas transforma-
ções são fontes de intermináveis debates entre educadores, políticos e
empresários da área de ensino. Neste tópico, vamos conhecer alguns
pontos de vista a este respeito.

Na medida em que o desenvolvimento emancipatório e autôno-


mo implica em um resgate dos conceitos de participação qualifica-
da, de compromisso, de colaboração, estes pressupõem uma relação
equilibrada, de busca de igualdade real, sem perda da qualidade, da
autoridade, mas, principalmente, sem perda da autoria e da autono-
mia social e individual construída pela criação de argumentos. É com
base na construção de argumentos que se trabalha processualmente a
aprendizagem e, nela, a avaliação. Nessa perspectiva, a aprendizagem
é continuamente buscada na ação dos sujeitos.

O comentário segundo Gonçalves (1996), tantas vezes repetido, de


que não é séria a ação de Ensino a Distância, dispensa a exigência da
avaliação presencial da aprendizagem, confirma a percepção de uma re-

21
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Formação Pedagógica para EaD

lação de desconfiança, entre professor e aluno, além de a educação ser


vista como algo externo ao indivíduo. Prossegue ainda em suas asserti-
vas afirmando que há situações em que a presencialidade na avaliação
é uma condição de aperfeiçoamento da aprendizagem, por exemplo,
aquelas que envolvem algumas habilidades motoras complexas. Em tais
situações, a não previsão de avaliação ou de avaliação presenciais poderia
ser tida como irresponsável; pois, se é imprescindível para a aprendiza-
gem, torna-se um direito do aluno que deve ser respeitado.

Na maioria das vezes, para fins de avaliação da aprendizagem na


EAD, a presença é exigida. Isto acontece menos por ser necessário e
mais porque não se conseguiu desenvolver uma forma de avaliar que
supere a presencialidade. Uma situação de avaliação que, por exemplo,
permita consultas a documentos de qualquer natureza, não tem por-
que ser presencial – no entanto, a lógica demonstra que, no Ensino a
Distância, é muito difícil avaliar mudanças de comportamento, me-
morização e atitudes que não de forma presencial.

O sistema de ensino-aprendizagem tradicional prioriza a transmis-


são de informações e imagens mediante definições que devem ser ar-
mazenadas progressivamente, considerando o aluno como receptador
passivo. No entanto esta perspectiva, ainda existente na EAD, muitas
vezes, considera a avaliação como um momento determinado, separa-
do do processo de aprendizagem.

A avaliação realiza-se a partir de instrumentos de mensuração do


conhecimento adquirido em determinados períodos. Muitas vezes é
estabelecida uma data para aplicação do instrumento de avaliação,
tais como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados
pelo professor, que estabelece os critérios de julgamento. Na maioria
das vezes esses critérios não são conhecidos pelos alunos, tornando-os
subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à des-
confiança em relação à avaliação e provocar desordens entre profes-
sor e aluno. Este modelo possibilita o aparecimento de desconfianças
quanto às preferências e simpatias pessoais dificultando, ainda mais, o
relacionamento e o processo de ensino-aprendizagem.

22
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Formação Pedagógica para EaD

Embora persista o processo baseado em conceitos tradicionais que


privilegiam a relação de autoridade e dependência e objetivam o con-
trole sobre os alunos, distanciando o professor e conferindo-lhe poder
total para julgar. Neste caso são esquecidos fatores importantes que
podem influir negativamente na avaliação, tais como a inadequação
do momento, tempo e local para sua realização.

A avaliação é um processo natural e contínuo, no qual o ser huma-


no está constantemente sendo avaliado e avaliando. Na EAD, devido
às questões de distância, o professor deve perceber que a avaliação in-
depende de utilizar ou não técnicas formais, quando distribui tarefas,
define as normas para sua execução, estabelece o assunto a ser pesqui-
sado, aprova ou não o trabalho. Necessita perceber que a avaliação
é um processo contínuo, cumulativo e compreensivo, decorrente do
ensino-aprendizagem e que procura verificar as mudanças no com-
portamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de
habilidades e atitudes.

O professor não deve somente comparar resultados obtidos com


aqueles esperados. Para causar um efetivo aprendizado, o aluno deve
identificar suas deficiências de aprendizagem e as causas dessas defici-
ências, para isso é necessário estabelecer objetivos claros a serem alcan-
çados dentro do aprendizado referente ao conteúdo de determinada
disciplina e acima de tudo estar determinado.

Ao iniciar um curso na modalidade de EAD imediatamente de-


vem estar idealizadas as formas avaliativas no manual do aluno, com
o intuito de tornar melhores os objetivos a serem atingidos. Além dos
objetivos é preciso estabelecer o conteúdo, avaliação, quais os padrões
mínimos de desempenho esperados do aluno e que formas serão utili-
zadas para alcançar as metas educacionais.

A avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibi-


lita o acompanhamento dos alunos em diferentes momentos, eviden-
ciando os avanços necessários para que eles continuem no seu proces-
so de crescimento. É um tema de vital importância na EaD, destaca-se

23
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como um recurso de: medidas, objetivos do ensino, de métodos, con-


teúdos, currículos, programas e das próprias habilidades do professor.

Os indivíduos buscam seu autodesenvolvimento, procuram atingir


seus objetivos, vencendo limitações e desafios. Porém, a forma como
atuam tentando atingir suas metas é diferente. As pessoas têm com-
portamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratadas de for-
mas diferentes. Os educadores devem dar atenção às diferenças indivi-
duais, pois por este ângulo há uma grande possibilidade de fazer com
que os alunos produzam com maior satisfação, alcançando o nível de
aprendizagem.

Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimen-


to no processo de aprendizagem do aluno, ele pode obter informações
que demonstrem as dificuldades ou o avanço que cada um atingiu. Es-
sas evidências criam referências para identificar qual a melhor maneira
de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendo também
suas necessidades de estima e autorrealização pela valorização dos es-
forços pessoais, pela abertura de espaços para a criatividade individual.

Reflita acerca dos argumentos de Gonçalves e Medeiros:

Segundo Gonçalves (1996, p. 140):


“A avaliação, não importa a missão que se lhe proponha cumprir, parece ter
o dom de despertar nas pessoas suas defesas mais escondidas. É, na educa-
ção, um processo revestido de rituais complexos, que resulta por torná-la
um mito. No caso da avaliação da aprendizagem, tal mitificação ao invés
de possibilitar às pessoas maior consciência de como está se desenvolven-
do internamente o processo de construção do conhecimento, termina por
confundi-las, tornando-as dependentes de algum veredicto externo que
determine se estão aprendendo ou não”.

De acordo com Medeiros (1999), cabe a cada ambiente de apren-


dizagem, no seu sentido estrito e amplo, a existência de processos do
tipo alavancagem, como proposto por Vygotsky em seu delineamento
dos níveis de desenvolvimento proximal em relação ao real/potencial
e em direção a uma aprendizagem autônoma e emancipatória.

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3. A Importância do Feedback

O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome


conhecimento dos resultados alcançados durante o processo de en-
sino-aprendizagem, pois analisando os resultados é possível corrigir
falhas, reformular o planejamento proposto e evidenciar os acertos
e resultados positivos, elevando a autoestima. Permite ao indivíduo
o julgamento de seu comportamento e as correções necessárias para
alcançar o objetivo final.

Para tanto, o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos,


elevando a autoestima e identificando as falhas, possibilitando com
isso uma revisão e uma modernização eficiente por parte do professor
ou do tutor. A avaliação contínua e cumulativa é parte do processo de
aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado,
desvinculado do processo.

Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir


do próprio aprendizado, desencadeando a motivação interna que surge
e se mantém, principalmente, quando os alunos sabem o que se espera
deles e como será orientado e avaliado pelo professor. Quando o estu-
dante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e os padrões de de-
sempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscan-
do realizar um bom trabalho, e sentindo a alegria de ser bem-sucedido.

3.1 A Importância do Acompanhamento e Satisfação


O educador/tutor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos
procurando orientá-los e incentivá-los para o desenvolvimento de suas
potencialidades, levando-os a atingir os objetivos propostos. O educa-
dor/tutor deve assumir uma postura de motivador do processo, promo-
vendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado.

25
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O professor deve demonstrar certeza na capacidade dos alunos, elo-


giar os progressos obtidos antes de apontar as deficiências, que devem
ser analisadas conjuntamente, indicando sua disposição de auxiliar o
aluno na busca por resultados positivos. Deve destacar a importância
do desenvolvimento da aprendizagem e a satisfação do bom trabalho.
Deve ser um bom ouvinte e comunicador, pois por meio da participa-
ção de um diálogo construtivo, possibilita a efetivação da aprendiza-
gem de forma mais apropriada e satisfatória.

Quando se pretende avaliar aprendizagens, deve-se primeiro com-


preender o que é aprendizagem, como ela ocorre e o que ela acarreta.
Diante disso, temos a afirmação de que a aprendizagem é um processo
de aquisição e formulação de novos conhecimentos, de desenvolvi-
mento de competências e que de certa forma, produz modificações
no comportamento das pessoas. A aprendizagem necessita de fatores
e estímulos internos do indivíduo, bem como dos estímulos externos.

Para se iniciar um processo de avaliação de aprendizagens, em qual-


quer modelo de ensino, é imprescindível o planejamento. Por meio dele
pode-se ter claramente a visão dos objetivos que se pretende alcançar.
Para isso, se considera todos os aspectos do processo de ensino-aprendi-
zagem e todos os elementos que permeiam esta relação. Acompanhar o
desenvolvimento do aluno, conhecer sua postura e procedimento, saber
como ele aprendeu o conteúdo, como o utiliza em determinados con-
textos e situações requer auxílio de ferramentas, meios e procedimentos
que auxiliem o professor na busca destas respostas.

Classificar o aprendiz (aluno) neste processo é uma exigência legal


dos órgãos de educação. Entretanto, não é um fim da avaliação, que se
propõe a muito mais. Aqui entram também os aspectos éticos do ato
de ensinar, de formar cidadãos conscientes, de dar condições para que
o indivíduo se desenvolva, cresça como pessoa e busque sua autono-
mia e possa atuar em prol do conhecimento, modificando realidades,
principalmente na Educação a Distância.

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Por meio de uma visão holística, que considera um todo e transcende o


fator “nota”, é possível utilizar a avaliação para diagnosticar problemas no
aprendizado e propor as melhorias, fornecendo o feedback propulsor de
ajustes e de potencializações das práticas e métodos pedagógicos utiliza-
dos no processo de ensino-aprendizagem.

Dessa forma, além de ser constante, formativa, a avaliação deve ser


diagnóstica, levantar questionamentos e buscar respostas para promo-
ver a melhoria dos processos de ensino-aprendizagem, verificando os
sucessos e insucessos de determinadas ações, dos meios, materiais e
recursos utilizados, bem como da atuação.

Segundo Peters (1997) nas universidades a distância se desenvol-


vem cursos que estabelecem o caminho da aprendizagem dos estu-
dantes, nos quais estes podem acompanhar os conteúdos oferecidos e
exercer sua autonomia. Com este princípio, os cursos são planejados,
desenvolvidos e experimentados conforme esta concepção, apresen-
tando, além dos conteúdos, intervenções didáticas.

No ambiente de EAD, a avaliação precisa ser específica e estender


sua análise sobre os outros tipos e variedades de aprendizados como a
questão da tecnologia empregada e sobre seu mecanismo próprio de
ensino-aprendizagem. Atualmente, tanto a percepção e o modo de se
avaliar exigem uma nova postura, uma nova atuação dos avaliadores.
Os processos mudaram e com eles as oportunidades de se levar conhe-
cimento às mais remotas partes do país e do mundo.

Existem diversas formas de avaliação que englobam tanto as con-


dições qualitativas quanto as quantitativas. Não se deve restringir o
método de avaliação a uma ou outra modalidade. Na verdade, as com-
binações de diversos instrumentos podem oferecer subsídios ao ava-
liador, dotando-o de conteúdos que possam ajudá-lo a formular um
conceito mais aproximado do real e do ideal.

Não existem fórmulas, e cada caso é um caso. Há de se avaliar o


projeto pedagógico proposto e seus objetivos, o ambiente onde será rea-

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lizada determinada ação educativa, os recursos e tecnologias envolvidas


e muitos outros itens para planejar a melhor estratégia de avaliação.

Devemos considerar o processo de aprendizagem centralizado no


aluno, para humanizar o processo, tendo em vista seu desenvolvimen-
to contínuo. Avaliar dentro destas possibilidades prevê o melhoramen-
to do processo educacional, admitindo as expressões do conhecimento
do indivíduo e o enriquecimento em todos os sentidos.

Na Educação a Distância (on-line), a avaliação de aprendizagem de-


manda a estruturação e a construção de novos conceitos e práticas pe-
dagógicas que possam considerar os recursos interativos e os processos
colaborativos de aprendizagens com as práticas de avaliação que vislum-
brem a construção do conhecimento, e não apenas a sua reprodução
memorizada, como vemos em muitos cursos na modalidade a distância.

A prática avaliativa deve fazer parte do processo de aprendizagem


durante todo o percurso, e não apenas ser vista como uma atividade
externa ao processo pedagógico. Deve ser formulada especificamente
para atender a determinadas características dos cursos e contextos pró-
prios para poder avaliar de forma a considerar as individualidades e o
real processo de construção do conhecimento, no qual se torna mais
importante o significado do instrumento dentro do processo avaliati-
vo, do que o tipo a ser utilizado.

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4. Você Já se Pegou Refletindo Sobre os Significados do


Conceito Tecnologia? E o Que Pensa a Respeito? Pare por
Alguns Segundos e Tente Organizar Suas Ideias Sobre os
Entendimentos Que Você Tem Sobre Tecnologia...

Agora aproveite para aprender um pouco mais sobre a origem deste


conceito.

O termo “tecnologia” vem do grego tekhne que significa “técnica,


arte ou ofício”, em conjunto com a palavra logos, também grega, que
refere-se ao “conjunto dos saberes”.

De acordo com o dicionário Michaelis, “tecnologia” é 1. Tratado


das artes em geral. 2. Conjunto dos processos especiais relativos a uma
determinada arte ou indústria. 3. Linguagem peculiar a um ramo de-
terminado do conhecimento, teórico ou prático.

A tecnologia é um objeto de estudo constante de todas as ciências


e envolvem vários instrumentos, técnicas e métodos que visam a resol-
ver situações problemáticas e criar novos produtos e entendimentos.

No geral, o termo “tecnologia” tem sido utilizado dentro das ativi-


dades que podemos chamar de “atividades meio”, que são as organiza-
cionais, estruturais, de informática, de treinamento, etc. e também em
atividades que denominamos “atividades fim”, que são os produtos, o
processo, os equipamentos, etc.

Historicamente, podemos citar a máquina a vapor como uma im-


portante inovação tecnológica do século XVIII, pois com ela foi possí-
vel aumentar a escala de produtividade em diversos quesitos na época.
Recentemente, o uso indiscriminado do termo “tecnologia” tem feito
a palavra em si perder seu verdadeiro significado, pois estamos asso-
ciando “tecnologia” somente com o setor de serviços e informática,
quando a tecnologia não tem a ver só com informática, celulares de
última geração, internet e afins.
29
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Formação Pedagógica para EaD

Por exemplo, você consegue ver


tecnologia nesta obra? E nesta?

Figura 4.1 Figura 4.2


Fonte: Artes e Artistas. Link: https://arteear- Fonte: Ebiografia - Link: https://www.ebiografia.
tistas.com.br/mona-lisa-leonardo-da-vinci/ com/m_c_escher/
Acesso em: 30/04/2020 Acesso em 30/04/2020

Pois saiba que existe muita, mas muuuuuuuuuuita tecnologia empregada


nestas obras!

Veja agora algumas definições de teóricos que refletiram sobre este


conceito:

Martino (1983): “Meios para prover os produtos necessários para


o sustento e conforto do homem”.

Longo (1984): “Tecnologia é o conjunto de conhecimentos cientí-


ficos ou empíricos empregados na produção e comercialização de bens
e serviços”.

Blauner (1964) e Fleury (1978): “Se refere ao conjunto de objetos


físicos e operações técnicas (mecanizadas ou manuais) empregadas na
transformação de produtos em uma indústria”.

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Abetti (1989) e Steensma (1996): “um corpo de conhecimentos,


ferramentas e técnicas, derivados da ciência e da experiência prática,
que é usado no desenvolvimento, projeto, produção, e aplicação de
produtos, processos, sistemas e serviços”.

Kruglianskas (1996): “Conjunto de conhecimentos necessários para


se conceber, produzir e distribuir bens e serviços de forma competitiva”.

Percebeu o quanto o conceito de tecnologia é amplo?

Aprender uma nova tecnologia pode ser desafiador em um primeiro mo-


mento, mas elas estão aí para facilitar nossas vidas!

4.1 Evolução das Tecnologias na Educação


Percebeu como novas tecnologias, com o tempo, passam a ser ha-
bituais em nossas vidas? O estranhamento inicial do uso de uma nova
tecnologia é normal, porque é desconfortável lidar com o desconhe-
cido. Mas aos poucos vamos nos habituando...

Você viu na palestra de abertura deste curso que a professora Va-


nessa Batestin, do IFES, falou a respeito das tecnologias educacionais
e que há uma infinidade destas tecnologias que podem ser utilizadas
tanto no ensino presencial quanto na educação a distância.

E como dito pela professora Vanessa Battestin “seja no curso pre-


sencial ou a distância dificilmente conseguiremos trabalhar sem o
uso da tecnologia educacional”.

Temos muito a aprender a respeito das tecnologias, não é mesmo?


E sei que essa é uma vontade sua, que se matriculou neste curso!

Lidar com os Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEA) e ou-


tras tecnologias usadas pela EaD é algo fundamental, principalmente nes-
tes tempos de pandemia. Todos(as) estão percebendo que no contexto
que estamos vivendo a demanda pela EaD é enorme! Por isso é funda-
mental se capacitar e se informar bem sobre este assunto.

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A base mais conhecida e popular para a oferta dos cursos a distância


e para a oferta das unidades curriculares é o Moodle. Assim, é bom irmos
nos acostumando com esse ambiente virtual de ensino e aprendizagem.

Saiba Mais!
Se você quiser saber mais a respeito de como utilizar o Moodle,
você pode fazer o curso que o Cread preparou específico para
esta plataforma: Moodle para Educadores. Vale a pena, vai te deixar
apto a usar esta plataforma caso você não conheça tantas funcionalida-
des que ela proporciona para a EaD.

Este curso vai te apontar muitos caminhos e dicas para que você
possa sempre conhecer mais sobre as potencialidades da EaD.

4.2 No Entanto, a Tecnologia por Si Só Não Resolve. É Preci-


so a Mediação do Professor. E Para Isso Temos Que Utilizar a
Dialogicidade.
Se não houver a mediação do processo de aprendizagem pode não
haver conhecimento novo. Então cuidado! É preciso promover a re-
flexão com dialogicidade, mas sem exageros.

Já pensou como seria se abrisse um monte de fóruns para o es-


tudante participar e você tivesse que interagir com cada postagem?
Conseguiria dar o feedback a todos? Conseguiria promover a reflexão
necessária? Talvez o resultado de uma situação como essa seria sua
frustração e a desmotivação de seus estudantes. Então a dica é: es-
colha as ferramentas que serão úteis no cumprimento dos objetivos
da unidade curricular. Eleja ferramentas como fóruns, wiki, podcast,
entre outros.

Ah e por falar nisso, você percebeu que estamos aos poucos expe-
rimentando essas ferramentas aqui? E ainda vamos experimentá-las
muito mais!

Use-as como base, observe-as, aprenda a lidar com elas, pelo exemplo!

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A tecnologia educacional (TE) é a incorporação de tecnologias da in-


formação e comunicação (TIC) na educação para apoiar os processos de
ensino e aprendizagem em diferentes contextos de educação formal e
não formal.

O termo tecnologia educacional remete ao emprego de recursos


tecnológicos como ferramenta para aprimorar o ensino. É usar a tec-
nologia a favor da educação, promovendo mais desenvolvimento só-
cio-educativo e melhor acesso à informação.

Informática educacional
O grande aparato que traz inúmeros benefícios sociais e educacio-
nais é o computador. Incorporá-lo aos processos pedagógicos é o que
podemos chamar de informática educacional. Com o computador, vem
o mundo cheio de possibilidades da internet que, bem utilizada, pode
facilitar demais o aprendizado de qualquer conteúdo ou matéria escolar.
A internet pode levar o(a) aluno(a) a lugares onde, talvez, ele jamais che-
garia, ou não tão rapidamente; A internet propicia o acesso a bibliotecas
internacionais, pessoas de outras culturas, outras línguas, ilustrações de
mapas, países, vídeos sobre o passado e até sobre o futuro.

Essa dinâmica provoca e estimula o(a) aluno(a) a querer mais. O


começo é de emails, chats, pesquisas básicas. Depois, com a ajuda
fundamental dos(as) professores(as), eles(as) podem avançar para jo-
gos educativos, uso de softwares educacionais, redes sociais específicas,
salas de aula virtuais. Em escalas superiores, é possível falar em cursos
à distância. Não faltam opções quando falamos em tecnologias educa-
cionais. Com elas, a curiosidade é aguçada e os caminhos ficam bem
mais acessíveis.

Tecnologia educacional no Brasil


Muitas cidades brasileiras, principalmente as grandes capitais, já
desfrutam da Tecnologia Educacional para o Ensino Público. Porém, o
avanço da tecnologia educacional no Brasil encontra ainda alguns obs-
táculos como falta de estrutura das escolas, dificuldade no acesso a essas

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novas tecnologias, e até a falta de preparo de gestores(as) e dos pró-


prios(as) professores(as). Este de fato é um grande desafio a ser superado!

Programas educativos
Para impulsionar o sistema público de ensino na busca por mais
tecnologias educacionais e programas educativos de qualidade, o Mi-
nistério da Educação lançou, em 2009, um Guia de Tecnologias Edu-
cacionais, composto por informações que auxiliam na gestão educa-
cional como um todo. A ideia é que gestores(as) e diretores(as) de
escolas identifiquem aquelas tecnologias que possam contribuir para a
melhoria da educação em suas redes de ensino.

Tecnologias educacionais
A Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT) também
atua nesta frente e tem como objetivo principal a ampliação do uso das
tecnologias educacionais nos processos de ensino-aprendizagem de todo
o país. Segundo a ABT, ainda há resistência por parte de alguns(umas)
profissionais da educação, que temem ser substituídos(as) pela tecno-
logia. Mas é preciso saber que “tecnologia é apoio e não substituta da
ação”. Aliar tecnologia educacional a bons professores(as) é a solução
para o ensino, tanto da rede pública, quanto da rede particular.

Figura 4.3
Fonte: Giphy. Link: https://giphy.com/gifs/adweek-robots-sprint-can-you-hear-me-now-XZMJpDHMf-
GKuXX8920/links. Acesso dia 29 de abril de 2020.

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5. Neste Tópico Você Vai Entender Melhor Que Quando


Falamos de Comunicação Síncrona e Assíncrona Esta-
mos Nos Referindo a Duas Formas de Intercâmbio da
Informação em Função da Simultaneidade com a Que
Se Envia e Se Oferece a Mensagem.

Neste sentido, segundo explica Jesús Valverde Berrocoso em Fer-


ramentas de comunicação síncrona e assíncrona, “a comunicação sín-
crona é aquela “na qual os usuários, através de uma rede telemáti-
ca, coincidem no tempo e se comunicam entre si mediante texto,
áudio e/ou vídeo”. Por exemplo, numa videoconferência, os(as) in-
terlocutores(as) implicados(as) conversam ao mesmo tempo, sendo
necessário que, tanto emissor(a), como receptor(a) se encontrem co-
nectados(as) ao mesmo tempo.

Pelo contrário, na assíncrona, contínua o autor, “os participantes


utilizam o sistema de comunicação em tempos diferentes”. Será o
caso do correio eletrônico, por exemplo, pois o(a) receptor(a) pode ler
a mensagem em qualquer momento depois de que o(a) emissor(a) a
envie, sem que se produza essa simultaneidade na comunicação.

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5.1 Diferenças Entre a Comunicação Síncrona e Assíncrona


Assim, como refere Joel Shore, no artigo Synchronous Vs. Asynchro-
nous Communication: The Differences,

“enquanto as comunicações assíncronas não esperam uma res-


posta, a execução síncrona requer que as partes ou os componen-
tes funcionem simultaneamente em tempo real”.

Deste modo, a simultaneidade da conversação é a distinção cha-


ve entre a comunicação síncrona e assíncrona.

Sem embargo, existem outras diferenças entre estes dois tipos de


transmissão da informação através da Internet:

• A comunicação síncrona é temporalmente dependente, quer dizer,


para que tenha lugar, é necessário que os comunicadores coincidam ao
mesmo tempo, o que não ocorre na assíncrona.

• Na comunicação síncrona, os dados transferem-se em forma de paco-


tes, enquanto que, na assíncrona, os dados são enviados de byte em byte.

• A transmissão síncrona necessita de um sinal de relógio entre o emis-


sor e o receptor para informar ao segundo sobre a chegada do novo
byte ou mensagem. Em contrapartida, na assíncrona, não se requer este
sinal de relógio externo, posto que os dados se sincronizam através de
sinais, que indicam o início do novo byte ou mensagem.

• A velocidade de transferência da comunicação assíncrona é mais lenta


que a da transmissão síncrona.

• Pelo contrário, a transmissão assíncrona é mais simples e econômica


que a síncrona.

• A comunicação síncrona é mais eficiente e tem uma sobrecarga me-


nor, em comparação com a assíncrona.

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5.2 Tipos de Comunicação Síncrona e Assíncrona


Não obstante, dentro da comunicação síncrona e assíncrona tam-
bém podemos realizar uma distinção. Em concreto, como afirma Ro-
berto de Miguel Pascual, em Fundamentos da comunicação humana, os
serviços que proporcionam a comunicação na Internet podem agru-
par-se nestas outras quatro categorias:

• Comunicação assíncrona de usuário a usuário: quando o conteúdo é en-


viado por um emissor a um receptor concreto, como ocorre com um SMS.

• Comunicação assíncrona entre múltiplos usuários: no caso de que a


mensagem seja dirigida a um grupo de pessoas, como é o caso de um
fórum de discussão numa página web.

• Comunicação síncrona de usuário a usuário: trata-se de conversações


personalizadas e simultâneas, como uma chamada por Skype.

• Comunicação síncrona entre múltiplos usuários: são aquelas conver-


sações eletrônicas interativas com vários participantes, como um Han-
gout grupal.

5.3 Vantagens e Desvantagens Entre Ambos os Tipos


A comunicação síncrona e assíncrona apresentam uma série de
vantagens e inconvenientes. Quanto aos prós de ambas, cabem desta-
car os seguintes:

• Comunicação assíncrona:
• É mais simples, já que não requer sincronização de ambos os
lados da comunicação.
• Resulta mais barata, porque necessita menos hardware para o
seu funcionamento.
• A configuração do software é mais rápida do que a de outras
transmissões, pelo que é ideal para aplicações onde as mensagens se
geram a intervalos irregulares.

• Comunicação síncrona:
• Sofre menos sobrecarga.
• Apresenta um maior rendimento.
• A comunicação é mais rápida, ao produzir-se em tempo real.

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Relativamente aos contras de ambos os tipos de comunicação, en-


contramos:

• Comunicação assíncrona:
• Leva aparelhado um maior risco de sobrecarga.
• A transmissão de informação não é tão fluída como na síncrona.
• Resulta menos eficiente.

• Comunicação síncrona:
• Envolve um processo mais complexo.
• Necessita de um maior conhecimento informático.
• Supõe um maior custo, dado que requer um software mais so-
fisticado.

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6. Ferramentas de Comunicação Síncrona e Assíncrona

Quais são os diferentes sistemas de comunicação síncrona e assíncro-


na? Trata-se de ferramentas de frequente uso na comunicação corpora-
tiva. Assim, dentro da comunicação síncrona, utilizamos as seguintes:

• Áudio-conferência: consiste numa chamada de voz, quer seja por tele-


fone ou por algum outro programa informático; permite falarem duas
pessoas em tempo real a partir de diferentes locais.

• Vídeo-conferência: possibilita manter conversações com áudio e vídeo de


forma simultânea e é habitual para reuniões entre trabalhadores ou forne-
cedores, que fisicamente se encontram em zonas geográficas diferentes.

• Chat: permite a várias pessoas comunicarem-se em tempo real, atra-


vés de mensagens de texto. É empregue tanto para a comunicação in-
terna dos trabalhadores, como para o atendimento a clientes.

• Mensagem instantânea: através dela, os interlocutores podem trocar


informação, principalmente texto, mas também áudios, vídeos e docu-
mentos, em tempo real. WhatsApp será o caso mais popular, ainda que
no âmbito empresarial também seja frequente a utilização do Slack.

Quanto aos instrumentos de comunicação assíncrona, encontramos:

• Email: é o meio assíncrono mais estendido e permite a um emissor enviar


informação a uma pessoa, que a verá quando abra a mensagem concreta.

• Listas de distribuição: utilizando o mesmo sistema de correio eletrônico,


as listas de distribuição permitem fazer que a mensagem chegue a mais
de um destinatário, previamente determinados por categorias ou filtros.

• Fóruns de debate: consistem em sítios web onde os trabalhadores po-


dem colocar perguntas, esperando que outra pessoa lhe dê resposta, ou
responder a questões previamente realizadas por outros companheiros.

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• Wikis: Trata-se de webs cujo conteúdo pode ser editado por qualquer
usuário.

• Documentos partilhados: Faz referência a espaços web na nuvem ou


na Intranet, onde os empregados podem aceder a diferentes documen-
tos online para sua edição conjunta.

6.1 Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)


Pode ser definida como um conjunto de recursos tecnológicos,
utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. As TICs
são utilizadas das mais diversas formas, na indústria (no processo de
automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de
publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea, co-
municação imediata) e na educação (no processo de ensino aprendi-
zagem, na Educação a Distância).

O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operaciona-


lização da comunicação e dos processos decorrentes em meios virtuais.
No entanto, foi a popularização da internet que potencializou o uso
das TICs em diversos campos.

Através da internet, novos sistemas de comunicação e informação


foram criados, formando uma verdadeira rede. Criações como o e-mail,
o chat, os fóruns, a agenda de grupo online, comunidades virtuais, web
cam, entre outros, revolucionaram os relacionamentos humanos.

Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geografi-


camente trabalham em equipe. O intercâmbio de informações gera
novos conhecimentos e competências entre os profissionais.

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Figura 6.1
Fonte: FalandoTI. Link: https://www.falandoti.com/10-tendencias-no-mundo-das-tic/
Acesso em 15/05/2020

Novas formas de integração das TICs são criadas. Uma das áreas
mais favorecidas com as TICs é a educacional. Na educação presencial,
as TICs são vistas como potencializadoras dos processos de ensino –
aprendizagem. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior
desenvolvimento – aprendizagem - comunicação entre as pessoas com
necessidades educacionais especiais.

As TICs representam ainda um avanço na educação a distância.


Com a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos têm
a possibilidade de se relacionar, trocando informações e experiências.
Os professores e/ou tutores tem a possibilidade de realizar trabalhos
em grupos, debates, fóruns, dentre outras formas de tornar a aprendi-
zagem mais significativa. Nesse sentido, a gestão do próprio conheci-
mento depende da infraestrutura e da vontade de cada indivíduo.

A democratização da informação, aliada a inclusão digital, pode


se tornar um marco dessa civilização. Contudo, é necessário que se
diferencie informação de conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era
da Informação.

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7. Principais Tecnologias Empregadas nos Cursos EaD

De acordo com o último Censo da Educação Superior, existem


mais de um milhão de alunos matriculados em cursos de graduação
a distância no Brasil e o número não para de crescer. São milhares de
novos cursos superiores autorizados pelo MEC todo ano e essa mo-
dalidade de ensino tem tornado possível o sonho do diploma para
muitas pessoas que antes não tinham acesso a uma universidade, seja
por morarem longe dos grandes centros, por falta de tempo ou de
condições para se locomover até a faculdade todos os dias.

O sucesso do Ensino a Distância (EAD) só está sendo possível devi-


do à evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
Através delas, é possível ter acesso aos conteúdos de maneira rápida,
em um ambiente de aprendizagem interativo e inovador.

Conheça algumas das principais tecnologias empregadas nos cur-


sos EAD:

1. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)


São ambientes online que o aluno acessa, pelo computador, para assis-
tir às aulas e realizar as atividades. O estudante recebe uma senha de
acesso e entra na “sala de aula virtual” de qualquer lugar e em qualquer
horário, basta estar conectado à Internet. É neste ambiente que ficam
disponíveis os conteúdos do curso e outras ferramentas de interação,
como vídeo-aulas, áudio e videoconferências, chats, fóruns e bibliotecas
virtuais.

2. Vídeo-aulas
Como o próprio nome indica, são aulas gravadas em vídeo que o aluno
pode acessar quando quiser. Elas podem combinar a fala do professor
com apresentações, imagens, sons e interatividade. Geralmente são pla-
nejadas de forma a tornar o conteúdo do curso mais atrativo, prenden-
do a atenção do aluno pelo tempo necessário para que ele compreenda
aquela matéria.

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3. Áudio e Videoconferência
É um tipo de tecnologia que permite aos alunos e professores estabele-
cerem uma comunicação bidirecional, através de dispositivos de comu-
nicação, como o computador. No ensino a distância, a audioconferência
e a videoconferência permite um contato e alunos e tutores ou profes-
sores em tempo real.

4. Chats e Fóruns
Com ferramentas de bate-papo e fóruns de discussão, os alunos podem
esclarecer suas dúvidas diretamente com os professores ou tutores, ou
promover discussões em grupo. Essas conversas geralmente são armaze-
nadas e ficam disponíveis para o aluno acessar o histórico quando quiser.

5. Bibliotecas Virtuais
Para atender às necessidades dos alunos 24 horas por dia, 7 dias por
semana, as faculdades que oferecem cursos superiores a distância con-
tam com acervos virtuais, onde é possível descarregar (baixar) materiais
de estudo e de consulta em formato digital, gratuitamente.

7.1 Vantagens do Uso da Tecnologia na EaD


A utilização destas tecnologias traz uma série de vantagens, como
por exemplo:

• Os alunos tem a possibilidade de buscar informações por conta


própria, desenvolvendo a autonomia.

• Os métodos de ensino utilizados na EAD possibilitam a troca de


experiências entre os alunos, professores e tutores.

• As aulas ficam disponíveis para qualquer aluno que desejar acessá


-las novamente, e, com isso, aqueles que perderam alguma aula ou não
entenderam algum conteúdo poderão revisá-los quando necessário.

• O aluno tem a comodidade de assistir às aulas, realizar atividades,


contribuir com coletas, esclarecer dúvidas e consultar materiais de es-
tudo em qualquer horário e lugar.

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7.2 E Falando em Tecnologia, Você Sabe o Que É Um Podcast?


Podcast é um arquivo digital de áudio transmitido através da
internet, cujo conteúdo pode ser variado, normalmente com o pro-
pósito de transmitir informações. Qualquer usuário na internet pode
criar um podcast.

As publicações dos arquivos podcast são feitas através de podcas-


ting, um sistema que segue um padrão de feed RSS, ou seja, permite
que os internautas possam subscrever determinado post de seu interesse
e acompanhar automaticamente todas as recentes atualizações deste.

Como dito, os podcasts podem ter diferentes temas, sendo que os


mais populares costumam falar sobre cinema, TV, literatura, ciências,
games, religião, humor, esporte, etc.

Em suma, o podcast é parecido com um programa de rádio, mas a


diferença está no fato desta mídia digital ser disponibilizada na internet,
podendo assim ser acessada a qualquer momento. Diferente dos feeds
de texto, os podcasts são feeds de áudio, ou seja, “textos para ouvir”.

Existem três principais meios de ouvir um podcast: acessando o


site onde o arquivo está disponível; fazer download do podcast para
o computador ou smartphone, podendo assim ouvir o seu conteúdo
mesmo offline; ou através da instalação de um agregador de podcasts,
um software que organiza e comunica quando houver atualizações nos
podcasts que a pessoa acompanha.

A origem do termo podcast teria surgido a partir da junção de


iPod, dispositivo da Apple de reprodução de arquivos MP3 (áudio), e
broadcast, palavra em inglês que significa “transmissão” (de rádio). Os
créditos para a criação deste conceito foram atribuídos ao ex-VJ da
MTV Adam Curry.

Agora que conheceu mais esse recurso que tal utilizá-lo em suas
aulas? Mas lembre-se, os podcasts são textos para ouvir.

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8. Wiki

Wiki é uma aplicação web para gestão e edição de conteúdo, pro-


duzindo informações de forma colaborativa. Pode oferecer acesso livre
ou somente por usuários cadastrados. A Wiki garante aos usuários au-
tonomia na sua utilização, segundo Heloisa Luck (2006, p. 98) “Não
existe autonomia quando não existe responsabilidade”. Assim, o uso
da Wiki na escola busca desenvolver nos alunos o sentido de respon-
sabilidade, autonomia e solidariedade. O termo Wiki significa “super
-rápido” em havaiano.

Wiki no ambiente escolar:


• Estimula o trabalho coletivo e a reflexão, pois é necessária a discussão
antes de fazer modificações;
• Construção de pesquisas, crônicas, dicionários, poesias, textos;
• Divulgar os projetos desenvolvidos na instituição;
• O trabalho pode acontecer entre professor/professor, professor/aluno
e entre alunos e professores de outras instituições.

Características da Wiki:
• Facilidade de acesso e edição;
• Guardar históricos das alterações;
• As edições podem ser feitas por um grupo restrito de usuários;
• Permite que o visitante comente sobre o que está sendo construído.

Uma Wiki pode ser criada em um ambiente on-line como o Wikis-


pace que oferece o serviço gratuitamente, instalado em servidor com
banco de dados como as plataformas Deki Wiki, Twiki ou Tikiwiki.

Sabemos que o fato de termos uma plataforma livre não é garantia


da construção de uma cultura livre, faz-se necessário também, con-
cebermos e realizarmos estratégias pedagógicas que proporcionem o
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desenvolvimento de projetos e atividades em ambientes colaborati-


vos que incentivem a partilha de informações e a construção coletiva.
Neste contexto, a Wiki configura-se como um software livre capaz de
oferecer ferramentas para concretizar essas ações.

Em seguida, entre no Moodle e tente construir um Wiki com


seus(suas) alunos(as). É bem simples, está nas opções do link adicio-
nar recurso ou tarefa. Não perca esta oportunidade de aprender sobre
esta opção bem interessante!

Saiba Mais!
A Wikipédia é um projeto da Wikimedia que é uma enciclopédia
global na internet, livre e multilíngue. É o mais antigo e maior
projeto da Wikimedia, antecedendo a própria Wikimedia Foundation. A
Wikipédia muitas vezes descrita como um Wiki, mas na verdade é uma
coleção de mais de 200 Wikis, uma para cada idioma, todas rodando
com o software MediaWiki.

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9. Dialogismo

O conceito de dialogismo foi elaborado pelo linguista russo Mi-


khail Bakhtin, que o explica como o mecanismo de interação textual
muito comum na polifonia, processo no qual um texto revela a exis-
tência de outras obras em seu interior, as quais lhe causam inspiração
ou algum influxo.

O dialogismo está presente tanto nas obras impressas como na pró-


pria leitura, esferas nas quais o discurso não é observado em um con-
texto de incomunicabilidade, mas sim em constante ação recíproca com
textos semelhantes e/ou imediatos. Este elemento aparece quando se
instaura um processo de recepção e percepção de um enunciado, que
preenche um espaço pertencente igualmente ao locutor e ao locutário.

Assim, os participantes de uma conversação elaboram um fluxo


dialógico ao posicionarem o ato da linguagem em uma interação fren-
te a frente. Bakhtin acredita que o diálogo engloba qualquer transmis-
são oral, de toda espécie. Este conceito é praticamente a alma de sua
teoria linguística.

Para o estudioso russo, todos os personagens que circulam no âmbito


da linguagem constituem elementos sociais e históricos que têm o po-
der de conferir significados reais e se estruturam regularmente na obra
ficcional, expressando seus pontos de vista sobre a realidade concreta.

Bakhtin identifica no romance os diálogos puros, além da inter-re-


lação dialogizada e da hibridização, que pode ser definida como uma
miscelânea de duas linguagens, sendo considerada uma das vertentes
mais importantes do mecanismo de modificação dos meios de expres-
são do pensamento.

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A hibridização dos diálogos prepondera na análise da obra; ela é


compreendida como um processo de aliança que procura elucidar
uma linguagem com o auxílio de outra e, assim, estrutura a represen-
tação natural e vivaz desta outra forma de expressão. É fundamental
que se utilize, neste procedimento, o uso de diversas linguagens, para
esclarecer ainda mais o texto original.

O linguista russo salienta também a importância da estilização,


um recurso dialógico interior que produz um estilo renovado, com
significância e destaque nascentes. Esta linguagem surge com ecos pe-
culiares, pois enquanto alguns de seus aspectos são iluminados, outros
são preservados imersos em névoas.

A paródia é outro recurso específico, no qual o dialogismo por ela


simbolizado desvela o texto que está sendo figurado. As mais variadas
linguagens regidas pelas inter-relações, aspirações orais e racionais que
residem nos enunciados estão situadas no espectro que se desenrola
entre a estilização e a paródia.

O dialogismo não se desenvolve apenas socialmente, mas igual-


mente na esfera temporal, na dinâmica da vida e da morte. A convi-
vência entre as pessoas e a progressão no tempo se aliam na unicidade
consistente de uma multiplicidade paradoxal, a qual se manifesta por
meio de variadas linguagens.

9.1 Percebeu a Importância da Linguagem Dialógica e Como


Ela Aproxima Estudantes e Professores?

Na EaD é fundamental utilizarmos essa linguagem para diminuirmos a


distância transacional.

O estudante precisa perceber que você está perto, mesmo estando


longe, entendeu?

Você já aprendeu que a memória de trabalho é fundamental no


processo de dialogicidade.

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Você percebeu que a memória de trabalho tem certa limitações, pois


não conseguimos manter muitas informações ao mesmo tempo. Assim,
é preciso que sua aula seja bem planejada para dar direcionamento ao
estudante, de forma que ele consiga avançar na aprendizagem.

A memória de trabalho pode ser transformada em memória de


longo prazo, mas as informações significativas são as que os estudante
recuperará mais rapidamente.

Figura 9.1
Fonte: Cultura Genial Link: https://www.culturagenial.com/a-persistencia-da-memoria-de-salvador-
dali/ Acesso em 16/05/2020

Saiba Mais!
A obra “A persistência da memória”, de Salvador Dali, nos coloca
uma visão subjetiva da temporalidade e das suas implicações,
seja na obra de arte ou nas lembranças. É também uma homenagem ao
tempo interior e inconsciente, que tem sua própria forma de ser conta-
do e que foge à racionalidade.
É preciso planejar bem sua aula para que tenha significado a seu aluno.
Tenho certeza que você sabe como fazer!

A partir de agora, na EAD, comece a utilizar a linguagem dialógica


nos textos, nos vídeos e em sua prática. Ela é fundamental neste processo!

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10. Atribuições do Professor Mediador Presencial e Me-


diador a Distância

Assistiu ao vídeo da Professora Vanessa? Conseguiu perceber a im-


portância da mediação nos cursos a distância? Não é interessante co-
nhecer os desafios que a EAD nos apresenta? Você pode perceber o
quanto é fundamental que o professor interaja com seus alunos e faça
com que o curso a distância rompa a barreira da distância transacional.

A EAD, atualmente, possui em seus princípios a utilização de Tec-


nologias de Informação e Comunicação (TIC’s) associadas com prá-
ticas pedagógicas apropriadas. Nos moldes atuais, essa modalidade
conta com a participação de diversos profissionais: pesquisadores, téc-
nicos em educação, técnicos audiovisuais especialistas em informática,
designers gráficos, professores e/ou tutores. Uma parceria interdisci-
plinar e complexa.

Ao reunir toda essa gama de conhecimentos, vários são os pesquisa-


dores que teorizam sobre o trabalho de mediação da aprendizagem na
educação a distância. Atualmente, a EaD remete grande parte dos seus
processos pedagógicos de ensino alicerçados em mídias tecnológicas.

Conheça argumentos de teóricos sobre o assunto:


Para Villela (2018) o professor mediador é o principal componente
na atividade pedagógica da Educação a Distância, pois nessa função
o tutor tem o papel de estimular processos de aprendizagem nos es-
tudantes, através de exposição de temas, esclarecimento de dúvidas,
verificação de alcance de objetivos ou de organizações metodológicas,
acadêmicas ou pessoais. Dentre tantas nomenclaturas e possibilida-
des de atuação, podemos pensar nas nossas próprias atribuições como
mencionadas pela professora Vanessa Battestin.

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Também permeando nosso trabalho, Mallman e Catapan (2010)


recorrem a Teoria de Mediadores, que implica na compreensão de me-
diadores humanos (profissionais da área de educação) e mediadores
não-humanos (tecnologias educacionais) na geração de diferentes mo-
dos de ensinar e aprender.

Para atuarem, os mediadores precisam ter domínio específico do


conteúdo, capacitação em mídias de comunicação e fundamentos em
EAD, entre outras habilidades específicas de relacionamento profes-
sor/estudante. Precisa-se, também, compreender que a função do me-
diador a distância (com instrumentos de multimídias e comunica-
ção) é uma necessidade social recente, portanto, encontramos muitas
qualidades e características atribuídas a essa função, além de diversas
nomenclaturas distintas. Dessa forma, o papel desse profissional extra-
pola limites conceituais observados na sua nomenclatura, assim: “É o
tutor o tênue fio de ligação entre os extremos do sistema instituição/
aluno” (COSTA e KNUPPEL, 2014, p. 196).

Para muitos teóricos, o professor mediador é um dos principais


pilares para o desenvolvimento das ações da EAD, por ser um pro-
fissional que apoia o educando em sua trajetória, quer em termos de
desenvolvimento específico da área do curso, quer em termos técnicos
e tecnológicos. (COSTA e KNUPPEL, 2014, p. 196).

Assim, como enfatizado em várias leituras, a ênfase do sucesso e


aceitação de um curso a distância recai sobre a responsabilidade do
professor mediador que, atuando no Ambiente Virtual de Aprendi-
zagem (AVA), por mais distante – fisicamente – que esteja do estu-
dante, cria um ambiente comunitário e acessível para a compreensão
dos conteúdos. O tutor que executa sua função de maneira eficiente
é a melhor ferramenta de marketing para uma instituição de ensino
(VILLELA, 2018).

Percebeu como são vários e importantes os argumentos de especialis-


tas no assunto? Se desejar se aprofundar mais neste tema, pesquise
sobre os autores citados acima!

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Portanto, o professor mediador precisa:


• Conhecer o Projeto Pedagógico do curso no qual atua.

• Estar atento ao calendário e auxiliar os estudantes a se organizarem de


acordo com esse calendário.

• Participar de reuniões e encontros com a equipe pedagógica e admi-


nistrativa (quando necessário) do curso no qual atua.

• Elaborar/oferecer material pedagógico de estudo para os estudantes.

• Conduzir atividades presenciais (quando necessário) junto aos estudantes.

• Gerenciar atividades em grupo ou individual para estudantes.

• Fornecer feedback da disciplina à equipe pedagógica do curso no qual atua.

• Ter conhecimentos de instrumentos de Tecnologias Digitais de Infor-


mação e Comunicação – TIDC, em prol de um processo de aprendizagem
mais dinâmico e motivador. (COSTA e KNUPPEL, 2014; VILLELA, 2018).

Um aspecto importante reside no fato de que o professor conheça


elementos que envolvem a docência, pois sua função atua, mesmo
virtualmente, numa dinâmica escolar. Aspectos como estratégias de
formação de classe, conhecimento curricular, estrutura de conteúdo,
organização de processos didáticos, como ocorrem os processos de
aprendizagem, conhecimentos sobre os diversos contextos educacio-
nais e suas respectivas finalidades, valores e propósitos da educação
com suas raízes históricas e filosóficas, participar de formações contí-
nuas, entre outros conhecimentos que são as bases da área da docência.

Além do mais, é necessário ter consciência de que muitos saberes


relativos à docência se desenvolverão durante a prática do trabalho vir-
tual pedagógico: “(...) Esse saber docente é sobre o trabalho, vem do
trabalho e para o trabalho. Inclusive aqueles adquiridos em espaços e
tempos que precedem à prática profissional somente passam a possuir
significado ao se encontrarem e se defrontarem com as necessidades de
atuação dos professores” (VILLELA, 2014, p. 59 e 60).

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Pela formação e consciência da profissão docente, o professor media-


dor precisa ser capaz de gerenciar situações diversas no Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA), auxiliando estudantes a conectarem os conheci-
mentos construídos com os conteúdos do curso, para que a aprendizagem
possa ser incorporada, reflexiva e refletida em diversos contextos.

Para que a mediação funcione, conforme Masetto (2015), é indis-


pensável desenvolver algumas característica no mediador, tais como:
ser voltado para a aprendizagem do estudante no processo de ensino;
ter empatia; corresponsabilidade e parcerias com alunos; desenvolver
um clima de respeito mútuo com todos os participantes; dominar pro-
fundamente sua área de conhecimento; ter criatividade; ser disponível
para o diálogo; subjetividade e individualidade, cada um tem algo de
próprio que o tutor deverá considerar; e comunicar-se e expressar-se
em função da aprendizagem. (VILLELA, p. 60, 2018)

O nosso trabalho se converte numa ação educativa onde utilizamos


tecnologias para ensinar, investigar e aprender. Precisamos compreen-
der as tecnologias educacionais, pois essas sustentarão nossas ações
de ensinar e aprender: “O trabalho do professor no processo ensino
-aprendizagem modifica-se na medida em que elabora e utiliza mate-
riais didáticos. A ação do professor torna-se diferente em virtude da
interferência do mediador material didático em função das condições
de interação e interatividade requeridas.” (MALLMAN e CATAPAN,
2010. p. 366).

O nosso desempenho nessa atuação se reconfigura constantemen-


te, pois pensamos no processo de seleção, elaboração, implementação,
avaliação e reelaboração dos materiais pedagógicos virtuais presentes
nas nossas interações.

PORTANTO...

É nessa dinâmica, fomentada pelo mediador a distância, que pre-


senciamos o fortalecimento da autonomia do estudante pois, este cria
mecanismos mentais para organizar ritmo e tempo de estudo, sem que
o professor necessite, constantemente, sinalizar o percurso. A comu-
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nicação não se limita a momentos síncronos e o mediador apresenta


oportunidades de estudo para que todos partilhem do processo educa-
cional, contribuindo, mutuamente, na construção do conhecimento.

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11. Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância

O tema da EaD tem sido muito discutido atualmente no meio


pedagógico. E se tem discussão, existem vários pontos de vista. Mas
quais podem ser entendidos como pertinentes e quais são os que não
têm plausibilidade?

Reflita sobre alguns!

11.1 Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância – Parte 1

1 – VOCÊ ESTUDA MENOS, É MAIS FÁCIL.


MITO: Você pode até fazer seus horários, mas se não estudar todos
os dias fatalmente terá problemas. Os estudos no ambiente virtual in-
cluem leituras obrigatórias e complementares, atividades e participação
em discussões. Se você estudar apenas quando quiser não conseguirá
acompanhar a turma. Se o curso é bem planejado, rico em material di-
dático básico e complementar, não há como estudar menos. O aluno
dessa modalidade de ensino tem a possibilidade de se programar para
estudar de acordo com o seu tempo e a sua disponibilidade, mas isso
não significa que exija uma dedicação menor do aluno.

2 – CURSOS A DISTÂNCIA SÃO MAIS FLEXÍVEIS.


VERDADE: Em um curso a distância, o tempo e espaço são sempre flexí-
veis. O aluno define os horários e pode estudar em qualquer lugar, des-
de que tenha um computador e acesso à internet. Essa é uma vantagem
muito importante, tanto para quem tem dificuldade de locomoção ou
mora em localidades em que não existem instituições de Ensino Supe-
rior, quanto para quem trabalha ou possui compromissos que impossi-
bilitam frequentar um curso presencial.

3 – O INVESTIMENTO MONETÁRIO É MAIS ACESSÍVEL.


VERDADE: Os cursos de EAD têm suas mensalidades bem mais acessí-
veis que os mesmos cursos na modalidade presencial. Principalmente
pela escalabilidade e o baixo uso de instalações. Outra vantagem é que
o material didático é disponibilizado gratuitamente nas plataformas on-

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line. Isso sem falar que o estudante também economiza em transporte


e alimentação.

4 – TODOS OS CURSOS DE EAD SÃO BONS.


MITO: Antes de iniciar um curso, devemos nos certificar da idoneidade
da instituição a qual nos interessamos por ingressar. Não importa se o
curso é a distância ou presencial.

E você, o que acha? Conhece mais mitos e verdades em EaD? Ficou


curioso em conhecer mais?

11.2 Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância – Parte 2

1 – O ESTUDANTE NÃO INTERAGE COM OS COLEGAS.


MITO: Em alguns casos, você precisa ir ao polo para a realização de ava-
liações. Há também as tutorias presenciais, quando os alunos costumam
se reunir para tirar dúvidas. Nesse momento, é possível fazer grupos de
estudo e criar laços de amizade. Nos cursos sem encontros presenciais,
a comunicação entre todos os participantes é constante, sempre utili-
zando ferramentas tecnológicas como exemplo: plataforma de ensino a
distância, fóruns, aplicativos, redes sociais, entre outros.

2 – CURSO A DISTÂNCIA NÃO TEM PROFESSOR DISPONÍVEL PARA TI-


RAR DÚVIDAS.
MITO: O professor virtual pode ser de mais fácil acesso pelo estudante
do que o presencial. Dado que o aluno pode se conectar a qualquer
hora no ambiente virtual de aprendizagem e o professor, de uma forma
geral, responde em até 48 horas.

3 – CURSO A DISTÂNCIA SÓ TEM VÍDEO-AULA.


MITO: Os cursos a distância têm um percurso de aprendizagem que
envolve material de leitura, videoaulas, fóruns de discussão, games e
atividades síncronas e assíncronas, a depender do curso.

4 – POSSUI A MESMA ESTRUTURA CURRICULAR DO ENSINO PRESEN-


CIAL.
VERDADE: Os cursos a distância também seguem as normas estabele-
cidas pelo Ministério da Educação, logo, a estrutura curricular e a carga
horária precisam ser as mesmas do ensino presencial.

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5 - É PRECISO TER ACESSO A BOA TECNOLOGIA


VERDADE: Grande parte dos cursos de EaD atualmente utiliza a internet
como plataforma, com vídeos e transmissões em tempo real. Quem não
tem acesso à internet de boa qualidade pode ser prejudicado. Porém, se
a instituição tem um polo de apoio presencial o aluno consegue utilizar
computadores com conexão rápida.

11.3 Mitos e Verdades Sobre a Educação a Distância – Parte 3

1 – A QUALIDADE DO ENSINO NÃO É AVALIADA OU REGULAMENTADA.


MITO: Os cursos EAD têm avaliação do MEC, via exame ENADE, igual
ou maior que os mesmos cursos na modalidade presencial. O que se
deve levar em conta na hora de escolher é a qualificação do quadro de
professores, credibilidade e desempenho da instituição nas avaliações
do MEC.

2– AS AVALIAÇÕES NÃO SÃO DIFÍCEIS.


MITO: O nível de exigência nas provas é o mesmo que em cursos pre-
senciais. Porém, existem testes, trabalhos e exercícios avaliativos que
podem ser feitos através da internet, assim como muitos cursos presen-
ciais. De qualquer forma, a legislação brasileira obriga que haja proces-
so avaliativo documentado em todos os cursos.

3 – VOCÊ PODE TER SEU DIPLOMA SEM TER MUITO TRABALHO.


MITO: O EAD é para estudantes que precisam de flexibilidade de tempo e
espaço. Porém, pode requerer muito mais trabalho do que em uma sala
de aula presencial. Para assimilar o conhecimento, é preciso se progra-
mar, ter disciplina, assumir o compromisso de estudar com autonomia,
gerenciando seus horários. Para se formar com êxito em uma graduação
a distância de instituição conceituada, o aluno terá que estudar e se orga-
nizar bem mais que um estudante no curso presencial.

4 – O ENSINO A DISTÂNCIA AMEAÇA O EMPREGO DO PROFESSOR.


MITO: O professor é essencial para verificar o aprendizado a distância
do aluno. O computador não vai substituí-lo. O professor de EAD conse-
gue até acompanhar melhor o desempenho dos alunos. Isso é feito por
meio de atividades próprias dos cursos a distância, como fóruns de dis-
cussão, testes online e atividades extras, que, por vezes, são em quan-
tidade maior que nos cursos presenciais. O que deve acontecer com o
crescimento do EAD – e o que muitos professores temem – é a menor
necessidade de docentes por número de alunos. Por outro lado, o Brasil
deverá triplicar o número de alunos nos próximos 20 anos, o que irá, na

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prática, aumentar a necessidade de professores qualificados no uso da


Tecnologia da Informação e Comunicação.

5 – NÃO É PRECISO SAIR DE CASA.


MITO: Dependendo do curso será necessário ir ao polo presencial para
realizar atividades como avaliações, trabalhos em grupo, aulas em labo-
ratório e videoconferências.

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12. Perfil Do Professor Mediador Na Educação A Distância

Nas unidades anteriores, você conheceu a história e a estrutura da


EaD desde os primeiros instrumentos e metodologias até os dias atu-
ais. Também aprendeu sobre a importância da interação tecnológica e
como ela nos auxilia na mediação professor/conhecimento/estudante.

Agora você vai aprender um pouco mais sobre a importância do


profissional que auxilia e estimula o aprendizado na EaD:

O PROFESSOR MEDIADOR
“O professor atuante na EaD é o profissional que entrelaça as engrenagens
do aprendizado, conciliando metodologias e instrumentos tecnológicos
para dar significado aos conteúdos ministrados nas plataformas ou salas
virtuais de ensino”. (FURTADO, COSTA, PEREZ, FERNANDES, BE-
ZERRA, 2018).

“A possibilidade de atuar na EaD no século XXI traz aos docentes novas


possibilidades e visões de ações pedagógicas, novas concepções de ensino
e aprendizagem. Presenciamos essa realidade nas escolas, nos eventos de
pesquisas voltados para esse campo de atuação e na observação contínua
de como nossos estudantes interagem entre eles através do uso de diver-
sos instrumentos tecnológicos de informação e comunicação”. (FILHO,
SALES, ALVES, 2012; FURTADO, COSTA, PEREZ, FERNANDES,
BEZERRA, 2018).

“O professor mediador é quem envolve o estudante para que ambos con-


duzam a construção do conhecimento no ambiente de ensino virtual, sen-
do que todos tem participação nesse processo de desenvolvimento”. (FUR-
TADO, COSTA, PEREZ, FERNANDES, BEZERRA, 2018)

Nesse sentido, existem algumas premissas básicas para a atuação do


professor mediador a distância, que são características próprias dessa
atividade. Destacamos as seguintes:

• Acreditar na modalidade de ensino a qual estamos todos vincu-


lados, dando credibilidade e assumindo compromissos com suas par-
ticularidades, qualidades e desafios.

• Conhecer e utilizar os recursos de Tecnologias de Informação e


Comunicação proeminentes nos dias atuais, sempre considerando o
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conteúdo a ser ministrado, nosso contexto de atuação e o público alvo


da nossa ação.

• Planejar a atuação de maneira consistente e prévia, temos tem-


pos e lugares diversos para conectarmos, assim precisamos organizar
nossos recursos tecnológicos para garantir a interação e aprendizagem
satisfatória.

• Buscar e disponibilizar materiais de pesquisa para apoiar e esti-


mular os estudantes a buscarem seu conhecimento, para que possam
trazer nos momentos de diálogos suas impressões e dúvidas, enrique-
cendo o desenvolvimento de toda a turma de estudantes.

• Utilizar linguagem que estimule e integre os estudantes dentro do


espaço virtual, e quando possível, fora desse espaço também.

• Atuar, profissionalmente, de maneira colaborativa e comparti-


lhada com nossos colegas profissionais que também atuam na EaD.
Lembremos sempre que atuamos em equipe, cada profissional em sua
área reservada, nunca nos esqueçamos de que o professor nunca está
sozinho na sua atuação. (FILHO, SALES, ALVES, 2012; FURTA-
DO, COSTA, PEREZ, FERNANDES, BEZERRA, 2018).

Para Refletir...
São muitas as diferenças entre as atuações em sala de aula vir-
tual e presencial? Algum aspecto dos itens descritos acima pode
ser dispensado para nossa atuação em sala de aula? Em sua opinião,
poderia ser acrescentada mais alguma particularidade que pode auxi-
liar na nossa didática numa prática de ensino virtual?

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13. Relação Professor/Estudante na Aprendizagem pela


Educação a Distância

Podemos pensar a EaD como um conjunto de métodos instru-


cionais, articulados por professores e estudantes visando o ensino e a
aprendizagem de conteúdos de diversas áreas do conhecimento. Esses
instrumentos precisam, nesse processo, mediar a comunicação entre
ambos, ou seja, entre quem ensina e quem aprende.

Quando os atores da EAD manipulam os materiais, ou os espa-


ços virtuais, as relações de ensino devem se solidificar, diminuindo
a distância existente entre professores e estudantes. Nesse sentido, a
interatividade traz a ideia de grupo ou comunidade com o intuito de
alcançar o objetivo em comum que é a aprendizagem.

As teias de relações que se desenvolvem entre professor e estudante


e entre estudante e estudante criam pontos chaves de motivação, auto-
nomia e mecanismos de adaptação aos diferentes contextos de apren-
dizagem aos quais os estudantes, certamente, irão adentrar. Assim,
estudantes criam e recriam novas conexões entre seus conhecimentos
prévios e novos conceitos adquiridos pela mediação do professor e de
outros colegas de turma. Não é um processo estático, toda a experiên-
cia entre os instrumentos utilizados na aprendizagem EAD propicia
novas possibilidades de aprendizagem.

Entre os textos produzidos no ambiente virtual, é muito impor-


tante que você sempre cause a sensação de conhecimento em aberto,
aponte caminhos para pesquisa e indique textos e artigos.

Os alunos assim terão a opção de trilhar caminhos e formarem con-


cepções próprias, sendo sujeitos do conhecimento, e você o condutor
que estimula e abre possibilidades! Esteja sempre aberto ao debate!

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Entretanto, não podemos nos esquecer de que a afetividade é


uma experiência construída no conjunto de interações que ocorrem
durante todo o processo de ensino na EaD. O processo de constru-
ção de vínculos e afetividade consolida todo o processo de ensino.

Deve-se atentar ao fato de que o intelecto e o afeto são elementos


primordiais no processo de aprendizagem do estudante e que, mesmo
numa sala virtual, podemos exercitar esses elementos em busca do es-
tímulo e autonomia do estudante em buscar o conhecimento.

As interações que ocorrem com o intuito do conhecimento, no


contexto de ensino, são marcadas por diferentes graus de afetividade,
em todos os seus aspectos, determinando assim a natureza das relações
entre os sujeitos e respectivos objetos de conhecimento.

No tocante ao modelo de afetividade, esta reflexão é elucidativa:

Esse modelo se caracteriza como um processo de ensino e aprendizagem


centrado no aluno, onde, suas experiências são aproveitadas como recur-
sos, e o professor passa a ser o recurso do aluno, considerado como um
ser autônomo, gestor de seu processo de aprendizagem. (SILVA, RIBAS,
KNAUT; 2014; p.3)

Partindo desse pressuposto, vale a pena salientar que as pessoas interagem


e estabelecem vínculos e laços afetivos, a partir dos estímulos vivenciados
no ambiente que compartilham. (SILVA, CRUZ, SILVA; 2014, p .1306)

Todo o processo de comunicação e relacionamento perpassa a pes-


quisa, a organização, produção ou divulgação de material didático
para o ensino a distância: arquivos impressos, em áudios, audiovisuais,
ilustrativos, entre outros.

A comunicação desta forma é fundamental!

Nessa dinâmica a função do professor é promover a interatividade


e ações colaborativas dentro do espaço virtual de ensino, criando assim
momentos de aproximação e troca de conhecimentos e experiências.

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Nas unidades anteriores, você já teve a oportunidade de ter contato


com outros autores que valorizam a construção de vínculos afetivos e
como essas construções nos auxiliam no processo de ensino. Vygotsky,
Wallon, Piaget são apenas alguns nomes que foram citados e que pos-
suem estudos que comprovam a valorização do vínculo afetivo para a
construção do conhecimento.

A nossa missão agora, dentro da nossa profissão, é construir víncu-


los através das mídias de comunicações diversas.

Percebeu como a imagem acima lhe é comum?

É de suma importância saber mais sobre a função do professor da


educação a distância e o estabelecimento de relações pedagógicas com
os estudantes e como essa relação afeta o processo de aprendizagem
do estudante.

Esta relação e o debate sobre ela é secular! E infinito... Vai adaptando-se ao


logo do tempo e às tecnologias que os seres humanos vão construindo...

Precisamos buscar e utilizar os recursos pedagógicos – tecnológicos


ou não – para estabelecermos laços de pertencimento e de comunidade
entre nossos estudantes. Ao conhecermos os recursos pedagógicos de
informação e comunicação disponíveis, nos apropriamos e fortalecemos
relações de afeto para viabilizar a aprendizagem em espaços virtuais.

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14. Como Fazer Um Vídeo Educativo?

Um vídeo educativo, além de ser uma excelente ferramenta de en-


sino, pode ser uma maneira divertida de compartilhar os seus conhe-
cimentos com o mundo, principalmente por conta da imensa popu-
laridade alcançada pelos sites de compartilhamento de vídeos, como
o YouTube, que conta com mais de um bilhão de usuários. O apelo
visual e auditivo desse tipo de ferramenta de ensino é ideal para quem
possui mais facilidade com o aprendizado visual e auditivo.

Seja o seu objetivo conquistar um milhão de visualizações ou ape-


nas uma pequena sala de aula, saiba que o fará da forma mais poderosa
e divertida possível!

A seguir você conhecerá aspectos importantes na gravação de víde-


os educativos.

Vamos juntos?

Parte 1
Cuidando dos detalhes técnicos

1. Determine o equipamento necessário para as filmagens


É importante, desde já, decidir se você filmará com um smartphone, uma
câmera digital amadora ou se precisará de algo mais sofisticado como
uma câmera profissional com microfone independente. Escolha de an-
temão, para evitar contratempos durante a gravação, quando o foco de-
verá estar totalmente voltado para o conteúdo.

Nunca se esqueça da iluminação – ela é um dos elementos fundamen-


tais para uma boa filmagem. Por isso, filme durante o dia em um local
com boa recepção da luz do sol. Caso não seja possível, será imprescin-
dível usar equipamento de iluminação artificial, pois, de outro modo, o
vídeo não terá luz suficiente.

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Encontre um microfone externo. É ele que fará toda a diferença entre


o aluno conseguir captar sua mensagem com clareza ou não. Entenda
que, mesmo um pequeno microfone, quando colocado próximo a você,
pode melhorar a gravação dramaticamente.

Atente-se para os objetivos do vídeo. Onde ele será apresentado? Se a


resposta for, por exemplo, em um workshop ou em uma sala de aula, tal-
vez seja necessário desembolsar uma grana para investir em uma câmera
profissional. Agora, caso esteja querendo filmar só por diversão, aprovei-
te seu smartphone, tablet ou qualquer equipamento que já possua.

2. Escolha um lugar para filmar


O local ideal deve seguir três regras básicas: ele deve ser silencioso, sem
ruídos que possam ser captados pelo microfone; não precisa ser gran-
de, mas deve caber todos os equipamentos que serão utilizados (como
câmera, iluminação, lousa e computador, por exemplo); e, por fim, você
precisa se sentir suficientemente confortável nele para se expressar
bem durante a gravação.

Faça uma inspeção no local da gravação antes de começar a filmar; pres-


te atenção nos níveis de ruído do ambiente em diferentes horas do dia
– se possível, em dias diferentes – há quem prefira gravar de madrugada
ou nos finais de semana. Escolha a melhor combinação de dia e hora de
acordo com a sua disponibilidade (e disposição!).

3. Familiarize-se com algum software ou aplicativo de edição


Depois de filmar, existem algumas melhorias que podem ser feitas no
vídeo através de aplicação de efeitos, legendas, aprimoramento de áu-
dio e cortes de cena. Um software ou um aplicativo de edição servem
exatamente a tais propósitos. O Windows Movie Maker e o iMovie (para
MacOS) são exemplos relativamente simples de se operar e auxiliam,
até mesmo, no compartilhamento do vídeo online.

Pense em adicionar alguns recursos visuais ao vídeo, como cartuns,
por exemplo, que podem acabar deixando o vídeo com cara de pro-
fissional. Para ajudar, dê uma olhada em algumas ferramentas como:
Go!Animate (criação de cartuns), Google Story Builder (texto animado) e
Stupeflix (slide show).

4. Visite sites de compartilhamento de vídeos


Encontre a plataforma ideal para fazer seu vídeo chegar ao público-alvo.
Muitos professores têm adotado o YouTube pelo fato dele contar com
algumas ferramentas importantes e permitir o compartilhamento e o
embarcamento de vídeos em outros sites, blogs e redes sociais.

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Para ter uma melhor compreensão sobre o que fazer e o que não fazer,
aproveite as visitas para assistir a outros vídeos educacionais.

5. Conheça o que já existe para criar um vídeo original


Faça uma pesquisa rápida no YouTube ou no Google sobre o assunto que
pretende ensinar e assista o que já foi gravado a respeito.

Não se desmotive ao encontrar vídeos similares ao que deseja gravar, tente


suprir o que eles deixaram de fora ou explicar de forma mais clara. Saiba
que muita gente assiste vários vídeos diferentes sobre o mesmo assunto.

Descubra um jeito de fazer seu vídeo se destacar na multidão. Identifi-


que os detalhes importantes que foram omitidos dos outros vídeos e
destaque sua abordagem diferente e experiência no assunto.

Parte 2
Preparando-se para gravar o vídeo educativo

1. Identifique um assunto de seu interesse


Escolha algo que você conheça bem e tenha experiência, ou discorra
sobre sua experiência tentando aprender algo novo.

Defina o tipo do vídeo: Será um passo a passo ou abordará o assunto


com mais profundidade? Será apenas uma aula teórica ou haverá ativi-
dades práticas? Faça um roteiro antes de começar a filmar.

2. Escreva o roteiro
Ensaio e preparo são elementos essenciais para que o professor se sin-
ta mais confortável e totalmente focado no conteúdo. Mesmo os mais
tímidos conseguem se soltar melhor depois de ensaiarem tudo o que
será dito.

Evite o risco de falar besteira na frente de um público potencialmente


formado por milhares, talvez milhões, de pessoas! Revise e confira toda
a informação que pretende passar adiante.

3. Ensaie o roteiro
O segredo dos especialistas é a confiança que demonstram ao falar.
Confiança tal que só se obtém através da repetição. Por isso, ensaie
muitas e muitas vezes.

Ensaie em frente ao espelho. Faça uma passagem geral sem ninguém


por perto para julgar; solte-se e tente ganhar autoconfiança.

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Ensaie com um amigo e peça a ele que faça comentários. É importante


que outra pessoa possa escutar o conteúdo do seu script para informar-
lhe se está claro e de fácil entendimento, poupando-lhe o trabalho de
ter que regravá-lo por completo depois de filmado.

Após alguns ensaios, comece a praticar sem ler o roteiro, apenas de


memória.

4. Providencie o material de apoio


Reflita no assunto e tente localizar quaisquer itens, acessórios ou obje-
tos que possam melhorar a clareza e tornar o assunto mais estimulante
para o aluno.

Assista a vídeos que abordem o mesmo assunto e veja o material utiliza-


dos pelos autores. Seu objetivo não será copiá-los, mas inspirar-se para
tentar criar seu próprio material.

A regra é seguir a sua criatividade; não importa se o material resultante


será simples ou complexo; o importante é que ele seja original e útil,
como o vídeo em si.

5. Faça um ensaio geral


Ou seja, ensaie em frente à câmera, com o equipamento, o figurino e o
material de apoio a postos, como se estivesse filmando o vídeo de verdade.

Filme o ensaio geral, se possível. Depois, assista para analisar como se


saiu e o que pode ser melhorado. Tente identificar cada erro que possa
ser corrigido.

Peça para que alguém de confiança assista ao vídeo de ensaio e faça crí-
ticas. Uma pessoa neutra será menos imparcial ao apontar as possíveis
falhas e distrações.

Parte 3
Produzindo o vídeo

1. Tente recrutar alguém para filmar


Quanto mais você estiver focado no conteúdo do vídeo, melhor. Por
isso, embora seja possível, seria interessante não gravar o vídeo educa-
tivo sozinho. O cinegrafista ainda ficaria encarregado de detalhes que
você não estaria ciente durante a gravação, como a clareza do áudio e
a iluminação.

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2. Vista-se com classe


Por tratar-se de um vídeo educativo, tente passar confiança para o pú-
blico até mesmo pelo seu jeito de vestir.

Vista-se de acordo com o assunto. Em um vídeo sobre entrevista de em-


prego, por exemplo, seria bom vestir-se como se fosse para uma entre-
vista. Por outro lado, muitos achariam que o mesmo figurino não servi-
ria para ensinar como consertar um vazamento de óleo no motor.

3. Mantenha o vídeo curto


Estudos têm mostrado que as pessoas conseguem, em média, ficar con-
centradas somente entre sete e quinze minutos. Tente levar sua mensa-
gem sem esquecer-se de ser conciso.

4. Passe o vídeo para o computador


Para editar usando um software, será necessário conectar seu dispositi-
vo ao computador e fazer a transferência do vídeo.

Como medida de precaução, salve o vídeo original com um nome e edite


uma cópia dele, salva com outro nome, como: “nome_do_vídeo_cópia_001”.

5. Poste o vídeo
Publique-o em um site grande, como o YouTube , onde já existe um pú-
blico imenso, pronto para fazê-lo, até mesmo, tornar-se um vídeo viral!

Procure na internet “como editar vídeos para o YouTube”.

No próprio YouTube existe uma ferramenta para edição de vídeos. Lo-


gado em sua conta, procure pela opção “Criar”, no menu. Aproveite para
melhorar suas habilidades de produtor, entender melhor seu público e
dinamizar seu canal.

6. Peça para que o público comente e envie sugestões


Não há melhor feedback para o seu trabalho do que os próprios estu-
dantes que, eventualmente, venham a ser beneficiados por ele. Acom-
panhe o número de “likes” e “dislikes”; caso o segundo supere o pri-
meiro, procure a razão nos comentários – talvez esteja relacionada a
algum pequeno detalhe técnico que pode ser facilmente resolvido nos
próximos vídeos.

Ignore os comentários grosseiros e negativos; não ligue para críticas


pessoais ou que não agreguem valor!

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7. Revise suas estatísticas


O YouTube, por exemplo, disponibiliza dados tais quais: quem tem assis-
tido o vídeo, que idade têm, de onde são e quais têm sido as partes mais
vistas. Acompanhar as estatísticas ajudará a definir melhor as metas para
os próximos vídeos, baseando-se nas características do público.

O wikiHow é uma “wiki”; ou seja, muitos de seus artigos são escritos em


parceria com várias pessoas. Para criar este artigo que acabou de ler,
21 pessoas, algumas anônimas, editaram e melhoraram o texto desde
sua criação.

Caso esse tópico tenha despertado seu interesse acerca da produção


de videoaulas e você deseje se aprofundar no assunto, recomendamos
o curso VIDEOAULA – DA CONCEPÇÃO À POSTAGEM, dispo-
nível na plataforma dos Cursos Livres do IFMS.

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15. Diretrizes para Elaboração do Material Didático para


a Educação a Distância

Diretrizes para elaboração do material didático da EaD/IFMS


Na elaboração do material didático deve-se buscar incorporar carac-
terísticas importantes que potencializem a construção do conhecimen-
to, a saber: uma estrutura que permita criar um campo de interação
para facilitar a socialização do conteúdo proposto pelo professor; um
conteúdo organizado com informações mínimas em que o professor
faça a conversão do seu conhecimento tácito, sobre um dado assunto,
caracterizando o processo de externalização; uma linguagem adequada à
modalidade, de forma a proporcionar a combinação do conhecimento
apresentado pelo professor (conhecimento conceitual) com o conheci-
mento preexistente do estudante; e atividades que contribuam para que
o estudante faça a internalização do conhecimento explicitado.

É importante que o professor esteja atento, pois, o material di-


dático impresso/digital é obrigado a assumir a quase totalidade das
funções do professor em aula. Este material deve motivar e captar a
atenção, como o professor procura fazer, no início e no decorrer da
aula; dialogar ou suscitar o diálogo interior mediante perguntas que
obriguem o estudante a reconsiderar o estudado; incitar os estudantes
a formularem de um modo pessoal tudo o que estão aprendendo em
um permanente exercício de aprendizagem.

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Elementos mediadores na construção do material EaD:

• Elementos de linguagem e compreensão - O texto deve possuir um


estilo dialógico, com linguagem acessível, porém não pobre. O professor
deve procurar adequar a linguagem do texto às características dos seus
estudantes no que se refere ao nível de escolaridade e idade dos mes-
mos. É preciso deixar bem claro para os estudantes qual o objetivo do
texto, que aprendizagens pretende provocar com a leitura do mesmo.
Não é recomendável utilizar frases muito longas. Entretanto, os mate-
riais devem ser bem explicativos para os estudantes, para que estes te-
nham o menos possível de dúvidas sobre o que se quer dizer.

• Elementos estruturadores - O texto deve ter coerência e coesão en-


tre os itens e conteúdos das aulas. As informações e os conteúdos de-
vem ser apresentados de forma clara e precisa. No entanto, deve conter
as informações necessárias para dar conta dos objetivos e conteúdos
propostos para a semana. Não é adequado usar termos excessivamen-
te complexos, mas caso seja necessário, estes devem ser utilizados no
contexto e explicados.

• Elementos motivadores e problematizadores - O material postado


deve incentivar o estudante no processo de autoaprendizagem e, para
isso, é importante procurar estimular o pensamento e o questionamen-
to. Antecipar as dúvidas que o estudante possa ter sobre o assunto dis-
cutido (um professor experiente geralmente sabe quais as questões que
suscitam mais dúvidas e questionamentos dos estudantes sobre os con-
teúdos de sua unidade curricular) e ir respondendo aos poucos também
é uma estratégia importante no material didático. Mas deve-se ter cui-
dado para não criar um jogo de perguntas e respostas. O texto didático
deve fazer o estudante refletir sobre as questões relativas ao conteúdo
da unidade curricular.

É importante que o material promova a interação entre professor, estu-


dante e conhecimento. Para isso, fala-se diretamente para o leitor, mos-
trando-lhe que ele não está só. Devem ser usados exemplos práticos da
utilização de conceitos, técnicas que devem ser trabalhadas, bem como
devem ser apresentadas correlações entre o conteúdo trabalhado e as
atividades desenvolvidas pelo profissional na área de atuação que o cur-
so pretende.

• Elementos de hipertextualidade e contextualização - O material


didático para EaD deve ser hipertextual, ou seja, ele deve estar relacio-
nado com questões tratadas não apenas ao longo da unidade curricular
como também com outras áreas e com outros contextos. Uma estraté-
gia importante é apresentar curiosidades sobre a temática estudada,

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inserindo discussões sobre temas transversais, isso ajuda a ampliar a


compreensão de mundo do estudante e também contribui para uma
aprendizagem multidisciplinar. Links que levem os estudantes a textos,
videoaulas, vídeos demonstrativos devem ser inseridos no material di-
dático da prática em EaD, de forma que o estudante possa expandir
suas experiências inclusive visualizando alguns conceitos na prática.
Tais exercícios reforçam no estudante a prática do estudo dirigido e au-
toaprendizagem.

• Elementos reforçadores da aprendizagem - A apresentação de


exemplos, metáforas e analogias possibilitam a melhor compreensão
do estudante acerca do tema estudado. O professor deve escrever de
forma dinâmica, utilizando figuras, gráficos, mapas, tabelas, quadros,
charges, tirinhas, etc., sempre se reportando ao texto que está estudan-
do. Indicar sites, vídeos, livros, ou seja, outras referências, outros recur-
sos. Mas não se deve colocar ou sugerir algo apenas para ‘enfeitar’. Es-
ses elementos devem compor o texto como um todo e, portanto, fazer
parte do sentido geral do mesmo.

• Elementos geradores de autonomia e sociabilidade - Esses elemen-


tos referem-se à motivação para a autonomia do estudante, a respon-
sabilidade e atitudes de solidariedade não apenas com os colegas de
turma, mas a uma ação coletiva mais ampla.

15.1 Elementos Norteadores na Construção do Material EaD


As diretrizes de elaboração de conteúdo da EaD podem ser re-
sumidas nos 17 itens relacionados a seguir, divididos em três blocos
(estrutura, linguagem e atividades).

Estrutura:

1. Ter claro o perfil dos possíveis estudantes.

2. Apresentar claramente os objetivos de aprendizagem para orientar o


estudo durante a semana.

3. Planejar o conteúdo de acordo com um número de páginas adequado


à carga horária.

4. Apresentar conceitos essenciais à compreensão crítica do conteúdo.

5. Dispor de informações mínimas que permitam a visão geral do conteú-


do e que valorizem a organização do conhecimento prévio do estudante.

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6. Organizar o conteúdo de forma sistematizada (por exemplo: intro-


dução, contextualização, exemplificação e síntese da ideia) de modo a
atender às necessidades do estudante e despertar seu interesse.

7. Apresentar a aplicação do conteúdo por meio de diferentes situações


problemas, com o objetivo de instrumentalizar o estudante para o de-
senvolvimento de uma nova prática profissional.

8. Dispor de diagramas alternativos, como quadros, tabelas, figuras, ví-


deos, áudios, links da internet, anotações e comentários no material,
além de sumários, iconografia e perguntas que permitam a reflexão e
facilitem a compreensão e o interesse do aprendiz.

9. Indicar estudos complementares, além da referência básica do plano


de ensino, buscando instigar o próprio estudante a explorar o assunto a
partir das suas necessidades.

Linguagem:

Em muitos materiais de educação a distância o texto se preocupa ape-


nas em desenvolver o conteúdo programado para o curso, sem nenhu-
ma concessão ao leitor. Não tem conversa, nem diálogo, clareza e muito
menos desperta o interesse do estudante pela leitura. A linguagem é,
portanto, um aspecto importante a ser considerado, pois dela também
depende o êxito dos estudantes nos seus estudos. Dessa forma, seguem
as diretrizes relacionadas à linguagem que devem ser seguidas na ela-
boração do material didático:

10. Redigir em linguagem dialógica e coloquial procurando unir os dois


polos da educação (estudante e professor) promovendo a autonomia
do estudante.

11. Utilizar comunicação clara, direta, organizada com coesão e de for-


ma coerente, por meio de frases preferencialmente curtas.

12. Integrar as unidades de aprendizagem, contribuindo com a coesão e


coerência textual do conteúdo.

13. Estimular a reflexão a partir do uso de diferentes estratégias meto-


dológicas, tais como: resolução de problemas, estudos de casos e refle-
xões sobre a futura atuação profissional. Nesse contexto, a linguagem
deve ser clara, porém apresentada de forma técnica, possibilitando as-

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sim ao estudante condições de aquisição de vocabulário técnico na área


de atuação pretendida.

Atividades:

Este bloco se refere às atividades propostas. Atribui-se a determinadas


tarefas, questionários ou fóruns um número de pontos e de acordo com
as respostas, é atribuída uma nota ao estudante. Seguem as diretrizes
relacionadas às atividades:

14. As atividades online devem abranger o conteúdo abordado na se-


mana, estimulando o estudo e interpretação.

15. Disponibilizar atividades que incentivem a interação do estudante


de modo que este saia da leitura passiva para uma participação ativa no
processo de ensino-aprendizagem.

16. Estimular práticas reflexivas de atividade que contextualizem a


aprendizagem.

17. A atividade presencial deve abranger uma forma mais prática, de


acordo com o conteúdo abordado na semana, ou seja, como ele irá atu-
ar naquela área com aquele conteúdo.

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16. Estudo sobre os Pressupostos Teóricos que Norteiam


a Elaboração do Material Didático para EaD

Agora vamos nos aprofundar em um aspecto de suma importância


para a sua prática docente na EaD: A produção de material didático.

Para a produção de um material didático efetivamente adequado à


modalidade a distância, são muitas as especificidades que precisamos
conhecer e dominar.

Quais seriam tais especificidades? Vamos conhecê-las!

Aqui poderemos conhecer um pouco acerca dos pressupostos te-


óricos que norteiam a elaboração de materiais didáticos para a EaD.

Sim, “conhecer um pouco”, pois as especificidades são muitas e,


nem se quiséssemos, conseguiríamos esgotar o assunto aqui.

Um dos objetivos nesta etapa do curso é propiciar o entendimento


de que os materiais didáticos para EaD possuem diferentes potenciais
pedagógicos que precisam ser alcançados ou exauridos.

Por isso, o “pouco”, como disse acima, será tratado como “início”
de uma longa jornada. Assim, fique a vontade para pesquisar materiais
complementares que tratam sobre esse assunto. São muitos! Aproveite!

Outro objetivo aqui é que você tenha referências que favoreçam


o momento da seleção de qual mídia será mais adequada para atingir
seus propósitos de ensino.

Vamos começar?

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De acordo com Zanetti (2015), os materiais didáticos em Educa-


ção a Distância devem perseguir os seguintes objetivos:

• Organizar o conhecimento prévio do aluno e indicar referências;

• Incentivar a autonomia do aluno na busca de novos conteúdos e reali-


zação de pesquisas;

• Estimular participação na comunidade virtual de aprendizagem;

• Estimular a relação professor mediador/estudante e estudante/estu-


dante;

• Integrar as unidades de aprendizagem, a partir de uma abordagem


que considere diferentes estratégias metodológicas como: resolução de
problemas, estudos de casos, reflexões sobre a experiência, pesquisa;

• Desenvolver competências diversas;

• Promover o diálogo permanente;

• Possibilitar a avaliação do processo de aprendizagem.

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17. Formas de Avaliação do Estudante no Moodle

Como sabemos, as possibilidades de avaliação do estudante no am-


biente Moodle são bem variadas. Neste capítulo, ilustraremos para
você algumas destas possibilidades.

Vamos a elas!

De acordo com o site “Avante Brasil, Tecnologias Educacionais”,


estas são algumas das estratégias:

Tipos de avaliação
As avaliações podem ser divididas em duas modalidades:

De desempenho: avalia a assimilação dos conteúdos por meio de


testes, questionários e exercícios, nos quais os alunos devem demons-
trar domínio do que foi ensinado a cada módulo, com uma avaliação
geral do Moodle ao final da disciplina ou curso.

De engajamento: avalia a participação dos alunos no Ambiente


Virtual de Aprendizagem, seja com o tempo de leitura, resolução dos
exercícios propostos e participação nos fóruns.

17.1 Múltiplas possibilidades


Dentre as diversas ferramentas do Moodle, algumas podem ser uti-
lizadas nos processos avaliativos, pois possibilitam observar o desen-
volvimento do aluno pelo domínio do conteúdo ou pelo envolvimen-
to nas atividades propostas, o que permite ao professor ou ao tutor
aferir uma nota.

Confira a seguir algumas possibilidades de avaliar seus alunos no


Moodle.

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Diário: ferramenta que possibilita avaliar o engajamento do aluno por


meio da observação das anotações feitas por ele no período propos-
to pelo professor ou tutor. A avaliação das notas tem um critério mais
subjetivo, pois as respostas são dissertativas, mas é uma boa forma de
avaliar o engajamento do aluno, inclusive dando feedbacks no próprio
sistema que ajudam na assimilação dos conteúdos.

Fórum: também possibilita avaliar o engajamento a partir da participação


nas discussões propostas. A atribuição de pontos para o fórum pode ser
feita para um determinado intervalo de tempo. Assim, mesmo que fique
aberto durante o período da disciplina, o professor pode, por exemplo,
avaliar os alunos somente em um determinado dia.

Glossário: por ser uma atividade colaborativa, possibilita avaliações em


grupo e também individuais. Essa atividade permite a criação de um
glossário de verbetes e termos que são basilares para a compreensão
dos conteúdos da disciplina.

Questionário: método de avaliação do Moodle a partir de questões e


listas de exercícios que podem ser corrigidos automaticamente ou pelo
professor/tutor. O questionário possibilita a criação de uma escala de
notas para avaliar o desempenho do aluno.

Tarefas: possivelmente é o método mais comum de avaliação do Moo-


dle. Consiste na realização de atividades propostas pelo professor/tutor,
que devem ser realizadas em períodos determinados. O sistema possi-
bilita a inserção de comentários, que podem ser usados para dar fee-
dback aos alunos e tirar eventuais dúvidas.

17.2 Planejamento e Critérios


Ao organizar o conteúdo programático das aulas, esquematize
quais as atividades farão parte do processo avaliativo. Leve em conta
as especificidades de cada disciplina para estabelecer qual a melhor
maneira de avaliar a partir do tipo de conteúdo que está sendo passa-
do, observando ainda o nível de exigência, a depender do estágio em
que o aluno se encontra no curso.

Estabeleça prazos e critérios bem definidos para as avaliações. Lem-


bre sempre que o processo avaliativo não é protocolar, mas faz parte
das práticas pedagógicas para garantir a boa formação dos alunos.

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Por sua vez, o “Estúdio Site” nos apresenta 4 processos avaliativos


que são bem usuais. Vamos a eles:

1. Avaliação por meio de participação em fóruns de discussão


Cursos de educação à distância oferecem como forma de interação entre
os alunos e o professor os fóruns de discussão. A participação, muitas ve-
zes, é contada como presença na maioria dos cursos superiores a distân-
cia. Normalmente, nessa forma de avaliação, leva-se em conta a avaliação
do processo de aprendizagem como um todo no curso. É bem comum na
avaliação de cursos online de línguas, em que a interação entre alunos e
professores para treino do idioma é importante para a aprendizagem da
língua. É mais fácil para treinar línguas estrangeiras com a ajuda dos alu-
nos e dos professores em plataformas online com fóruns de discussão.

2. Avaliação pela produção textual pessoal dos estudantes


Muito utilizado em cursos voltados para a área de humanidades, as pro-
duções textuais de autorias próprias são formas de avaliação que po-
dem ser utilizadas como valorização do produto final da aprendizagem.
As pesquisas são feitas a partir de certo padrão, respeitando da melhor
forma. Outra forma é a resolução de questionários dissertativos que
também podem ser avaliados como forma de verificar o que os alunos
aprenderam com os seus conteúdos. O processo de avaliação de EaD
utilizado nessas provas é semelhante ao de produção textual, pois ele
também segue um padrão de como fazer os textos sem depender muito
de cópias dos seus alunos.

3. Avaliação por meio de testes online


As avaliações objetivas são a forma mais simples de avaliar os alunos.
Contudo, no caso dos cursos a distância, é muito utilizado um sistema
especial de avaliação online, com tempo cronometrado, a fim de que os
alunos possam responder dentro do período proposto. Normalmente,
as respostas registradas nos testes são corrigidas a partir de um sistema
informatizado, assim, o professor pode aplicar uma nota de acordo com
os acertos que cada aluno conseguiu. Essa forma de avaliação enfatiza
mais o produto de conhecimento.

4. Avaliação presencial
Por último, mas ainda assim muito praticada, é a avaliação presencial
nos cursos a distância. Nessa forma de avaliação, os alunos vão a um
polo de ensino que possibilita a realização de avaliações presenciais.
Essa é a forma mais tradicional de avaliação nas instituições de educa-
ção a distância, tanto que até hoje essa é a principal forma de avaliação
nos cursos EaD mais antigos do país.

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Assim, como já frisado, percebemos que as possibilidades de ava-


liação no Moodle são enormes, e você pode sempre escolher a mais
adequada para cada situação de aprendizagem!

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18. Perfil do Professor Conteudista e Elaboração de Con-


teúdos e Materiais na EaD: Reflexões e Possibilidades

A esta altura, você já se perguntou quais serão suas atribuições en-


quanto professor da EaD, não é mesmo? E claro: Que tipos de mate-
riais devo usar? Ou mesmo como produzi-los?

E, ao fazer essas perguntas, talvez, tenha encontrado em sua reflexão


a seguinte resposta: preciso elaborar os materiais didáticos, gravar as vi-
deoaulas, corrigir as atividades, conduzir os Fóruns de Discussão, entre
outras atribuições. Se foi isso que você pensou, está no caminho certo.

Veja que o enfoque às questões práticas não é tão simples quanto


parece. Afinal, conduzir os estudos de alguém é sempre um desafio. Por
isso, no que tange a produção de materiais e conteúdos, a relação tam-
bém é bem complexa. Sendo assim, reflita sobre a situação a seguir:

Saiba que quando estiver atuando em EaD, em algum momento, você


vai se deparar com estudantes que realizaram a maior parte de seu es-
tudo (ou até mesmo todo ele) na modalidade presencial. É comum que
o estudante espere que um curso EaD seja mais simplificado do que no
ensino presencial regular. Porém, isso não acontece, e por conta desta
expectativa, não atendida, ele se depara com muitas dificuldades.

Interagir no ambiente virtual não é tão simples quanto parece. O profes-


sor EaD não tem contato diário e direto com o estudante, o que torna
a aprendizagem mais difícil. Por isso é importante que o professor EaD
mantenha o estudante motivado, e é neste momento que podemos no-
tar a importância do vínculo afetivo em EaD, que se dará por meio da
tecnologia educacional.

E claro, os materiais didáticos e conteúdos em EaD tem um


papel fundamental nesta relação.

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18.1 Recursos Multimídia e suas Potencialidades Didáticas


na Unidade Curricular EaD: CAMSTUDIO
Cursista, continuamos nosso aprendizado, e agora vamos conhecer
melhor o CamStudio!

Você sabe como funciona este recurso?

A utilização deste recurso proporciona gravar vídeos capturando a


tela do computador e a voz. Com o uso do seu computador, você pode
fazer videoaulas simples, objetivas e efetivas. Então, ao gravar a tela do
computador e capturar a voz, ele gera um vídeo no formato AVI, que
possibilita que seja editado em outros programas. Com o uso deste
programa, você pode colocar seus vídeos na internet ou mesmo trans-
formá-lo em um arquivo mais leve.

Você vai perceber que o CamStudio é muito simples de usar, mes-


mo sendo necessário navegar em menus diferentes para configurar as
opções de gravação. Esse programa permite diminuir ou aumentar a
visibilidade da tela do seu PC, dando maior flexibilidade e controle
sobre o que quer fazer. O que mais se destaca nesse aplicativo é que
ele produz vídeos no formato SWF, que é bem popular na web e no
desktop, além de ser bem pequeno.

No entanto, o fato de o CamStudio não ter uma versão em portu-


guês e de muitas das opções estarem apenas nos menus, pode atrapa-
lhar quem não conhece a língua inglesa. Porém, com um bom tuto-
rial, esse problema é facilmente superado.

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O site TECHTUDO destaca em sua página os prós e contra deste


programa, veja:

Prós
• Simples e fácil de usar
• Opções de visualização da tela dão flexibilidade e controle sobre a pre-
sença dele
• Produz vídeos em formatos leves e populares (AVI e SWF)

Contras
• Boa parte das configurações para geração do vídeo não estão reunidas
na mesma tela
• Não está traduzido
• Tem muitas opções disponíveis apenas nos menus

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ção (Mestrado em Educação). Universidade do Vale do Sapucaí. Porto
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trucao-conhecimento-colaborativo-por-meio-da-web-2-0 Acesso em:
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Figura 2.2
Estúdio Site - Link: https://www.estudiosite.com.br/site/moodle/
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03/05/2020

Figura 4.1
Artes e Artistas. Link: https://arteeartistas.com.br/mona-lisa-leonar-
do-da-vinci/ Acesso em: 30/04/2020

Figura 4.2
Ebiografia - Link: https://www.ebiografia.com/m_c_escher/ Acesso
em 30/04/2020

Figura 4.3
Giphy. Link: https://giphy.com/gifs/adweek-robots-sprint-can-you
-hear-me-now-XZMJpDHMfGKuXX8920/links. Acesso dia 29 de
abril de 2020.

Figura 6.1
FalandoTI. Link: https://www.falandoti.com/10-tendencias-no-mun-
do-das-tic/ Acesso em 15/05/2020

Figura 9.1
Cultura Genial Link: https://www.culturagenial.com/a-persistencia-
da-memoria-de-salvador-dali/ Acesso em 16/05/2020

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