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A parábola dos trabalhadores na

vinha ou a bondosa justiça de


Deus (Mateus 20.1 -16)
(Gottfried Brakcmeier - Enfoques
Bíblicos)
O que são parábolas:
As parábolas de Jesus são ensino
sobre o seu Reino o Reino de Deus.
Elas contam uma história
interessante, um acontecimento
corriqueiro, um episódio do dia a
dia das pessoas. Mas quem ouve
atento de forma atenta percebe
imediatamente: essas histórias não
são reportagens. Elas não
pretendem informar sobre fatos
ocorridos, antes devem ser
entendidas como ilustrações, como
a narrativa se transparentes para o
sentido profundo. Jesus, com as
suas parábolas, quer mostrar:
assim age Deus e assim devem agir
as pessoas. Parábolas focalizam um
aspecto do Reino de Deus e o
explicam com o auxílio de um
exemplo da realidade humana
ponto não é o que observamos
também nós parábola dos
trabalhadores da vinha, introduzida
expressamente com as palavras:
porque o Reino dos céus é
semelhante a... Que queres essa
história ensinar a respeito do Reino
de Deus? Vejamos o que Jesus nos
conta.
RESUMO DA HISTÓRIA OU
LEITURA DO TEXTO
PONTOS DE INTERROGAÇÃO:
Os trabalhadores que poderiam
dizer:
nós reconhecemos que o senhor
cumpriu o contrato. Não queremos
dizer o que deve fazer com o seu
dinheiro. Mas se essa notícia se
espalha vai mudar toda a política
salarial ninguém mais vai querer
sentar na praça às 6 da manhã vai
ter fila de gente às 5 da tarde para
trabalhar. Olhe, patrão, essa é sua
bondade é perigosa. Aliena e causa
preguiça. Se a gente dar de graça, o
pessoal começa a cruzar os braços.
Continua assim, e o senhor vai a
falência. Seja mais realista. É um
conselho de amigos. Passe bem. Se
precisar de trabalhadores outra
vez, conte conosco, as 5 horas da
tarde na praça.
Temos que conversar sobre a lógica
dessa argumentação. Nenhuma lei
trabalhista pode adotar esse
sistema salarial. Além disso, como
se ajusta o procedimento daquele
dono da vinha com o princípio
defendido pela própria bíblia,
dizendo: “se alguém não quiser
trabalhar também não come
ponto” Ts 3. 10? Assim se diz
claramente que pelo pão de cada
dia se deve trabalhar. O mesmo
podemos ler no livro de Gênesis 3.
19: “no suor do seu rosto o homem
comemorará o seu pão”. Assim não
dá. Nós protestamos nós
protestamos em nome da justiça,
em nome de uma sadia moral de
trabalho em nome de uma visão
realista do ser humano sempre
propenso a optar pelo caminho do
menor esforço.
A parábola de Jesus, portanto,
contém um escândalo, uma
dificuldade muito grande de
aplicação correta. Que Jesus quer
dizer? Na exegese não raro, se
contorna o escândalo em vez de
explicar e de aguentá-lo. Antes de
tentarmos explorar a mensagem
desta parábola vamos dar umas
olhar uma olhada nas
interpretações erradas sobre esse
texto.
RESPOSTAS ERRADAS
1 - A mensagem da parábola não é
puramente espiritual. Não é
possível refletir sobre essa
parábola sem fazer uma análise e
crítica social. O salário, afinal, era
digno. A mensagem estava
intrincada com a realidade social
de seu tempo. Não é meramente
espiritual.
2 – não se pode eliminar o
escândalo dizendo ter sido a boa
vontade dos últimos que o dono da
vinha recompensou. Interpreta se,
nesse caso, da seguinte maneira: os
trabalhadores contratados por
último não teriam tido a
oportunidade de servir na vinha, do
que seria testemunho a sua
resposta dos pontos porque
ninguém nos contratou. Mas
teriam sido pessoas de muita boa
vontade, razão pela qual o dono da
vinha os igualou aos primeiros.
Deste modo se conclui: onde
faltam as obras, desconsidera boa
vontade.
Mas, onde é falado da boa vontade
dos últimos? O fato de ninguém
nos ter contratado pode ser
desculpa deles. A sua resposta
pode ser uma justificação
mentirosa do seu comodismo. Que
nos dá o direito de transformar
aqueles últimos em exame Anjos
aos quais só faltam? É novamente e
novamente insistimos nas palavras
do dono da vinha. Elas nada dizem
da boa vontade dos últimos.
Receberam o denário porque o
dono da vinha em sua bondade
assim o quis. O escândalo da
parábola, pois, não pode ser
eliminado dessa forma. Os últimos
não possuem qualquer tipo de
mérito capaz de explicar o
procedimento do senhor da vinha.
Como então entender?

MENSAGEM
O que o dono da vinha teria a
dizer em defesa de sua ação?
Talvez eles dissesse:
‘Eu fico triste com a atitude de
vocês, meus amigos. Dizem que eu
estou corrompendo a moral do
trabalho. Bem, eu tenho a
impressão de que vocês têm inveja
dos seus companheiros. Em todos
os casos, porém, vocês não me
entenderam. Repito, eu agi por
bondade. Você sabe o que é isso?
Quando eu vi aqueles sujeitos lá na
praça, desocupados ainda às 15 e
às 17:00, aí me doeu o coração,
porque eu sabia: isso vai significar
fome para eles e seus familiares.
Com vocês fiz um contrato sobre
um denário, e acho que foram bem
servidos. É suficiente para viver.
Mas aqueles que colhia às 17:00,
que seria deles?
Vejam, eu tenho olhos para ver
necessidades humanas, enquanto
vocês pensam em números,
proporções índices de produção.
Por que acham que iriam receber
mais do que o Combinado? Hora,
porque vocês transformaram
aquilo para mim que para mim era
bondade, no direito, no negócio.
Então o cálculo era fácil: vocês
teriam direito a 11 vezes mais
bondade do que os últimos, o que
significa, em números, 12 denários.
Não, meus amigos. Vocês não têm
o direito a minha bondade, mas eu
tenho o direito de ser bondoso. E
se vocês, futuramente, querem
trabalhar só mais 1 hora por dia,
muito bem. Podem vir trabalhar
aqui. Mas tomem cuidado. Pode
haver surpresas. Pagarei
exatamente um dozeavos de
denário. Pois minha bondade não é
lei nem direito adquirido. Posso ser
duro para quem abusar da minha
bondade, mas sou generoso com
os que realmente necessitam. E
como é com vocês? A bondade tem
vez em sua vida?”
Como vemos, o escândalo reside
na bondade que aos olhos dos
primeiros trabalhadores é
incompatível com a justiça. Então,
devemos ser justos ou bondosos?
Devemos dar de graça ou pagar
conforme as pessoas merecem?
Devemos perdoar ou cobrar
dívidas? Devemos promover a
Caridade ou a justiça social? Que
enfim Deus quer de nós?
Parábola seria mal entendida se
servíssemos de saída sobre a
perspectiva que nós devemos
fazer. Seria uma interpretação
moralista, alheia aos propósitos de
Jesus. A parábola descreve, antes
de mais nada, o agir de Deus: assim
como o dono da vinha, assim é
Deus em relação às pessoas. Ele
chama a gente para trabalhar na
sua vinha. Faz o contrato conosco,
e o salário que nos promete, é a
vida. Deus dá subsistência aos seus
servos e servas.
já em Mateus 19,30 Lemos:
“muitos primeiros serão últimos e
os últimos, primeiros”. Que
significa esta palavra? Ela
naturalmente se aplica antes de
mais nada a pessoas como o jovem
rico que é a situação a qual Jesus
reage (19,16). Ele ocupava um dos
primeiros lugares na sociedade,
mas candidato a um dos últimos
lugares no Reino de Deus devido à
prisão na qual se deixa manter
pelas suas poses. Deus inverte a
hierarquia social. De primeiros faz
últimos, e de últimos primeiros.
Não nos engamos que por sermos
pobres temos nosso lugar
garantido, não. Essa inversão
ameaça não só os ricos, ela ameaça
todos aqueles que se consideram
dignos de primeiros lugares. A
repetição do versículo na nossa
parábola mostra como devemos ter
cuidado. Quem acha que merece
muito aplauso de Deus em virtude
de seus sacrifícios, de suas obras
ou de sua Piedade, é como aquele
que pensa merecer muitas honras
por parte de homens. E é isso que
está esta parábola quer dizer: em
ambos os casos Deus inverte a
ordem. Os primeiros, ou seja neste
caso, os que mais labutaram, mais
sacrificaram e mais serviram a Deus
e ao próximo poderão vir a ser os
últimos vir e os últimos primeiros.
Como assim?
Deus não se deixa prender ao
sistema de pagamento por
méritos. Ele não se presta a
desempenhar o papel de simples
pagador de salários, de
administrador do nosso saldo nos
céus ou de destruidor de
recompensas e castigo. Deus tem o
direito de ser bondoso. É isto que
Jesus, nessa parábola, quer
salientar. Ele tem o direito de
compadecer-se dos pecadores, tem
o direito de perdoar e de dar vida
para aqueles e aquelas que não
merecem. Jesus defende este
direito de Deus. Por isso come com
publicanos e pecadores, vai atrás
da ovelha perdida e não exclui da
sua graça nem os samaritanos nem
os que chegaram para trabalhar
mais tarde.
Mais ainda: Jesus se sabe
portador da bondade de Deus. Por
intermédio desta parábola ele
explica o seu agir e proclama
aquele Deus que não se satisfazem
pagar salários, mas que insiste em
ter a Liberdade para ser bondoso.
Deus, antes de olhar os méritos,
vê a pessoa, ver necessidades.
Esta proclamação custou caro para
Jesus. Custou sua morte como
criminoso na cruz. Também os
fariseus e os escribas falavam da
bondade de Deus, mas na verdade
achavam que ela era só é para
quem merece. Em contradição,
Jesus afirma: a graça de Deus não é
para quem merece, mas sim para
quem dela precisa.
E aí nós vemos como primeiro se
tornam últimos. Não porque Deus
privilegiasse pecadores,
desprezasse a boa obra ou não
fizesse questão de ter fiéis
trabalhadores na sua vinha. Não,
não por isso. Os primeiros se
tornam últimos por causa do seu
protesto, por causa de sua
inimizade contra a bondade de
Deus. Eles fazem de seus méritos o
padrão segundo o qual Deus deve
julgar os outros, sim, eles já estão
julgando seus semelhantes com
este critério. Eles são cruéis em
relação aos seus próximos porque
eles negam a bondade de Deus.
Muito conscientes de seus
sacrifícios, de sua obediência, de
sua Piedade ou alto ou
autenticidade, eles se tornaram
incapazes para a bondade e
misericórdia, adotando a postura
de uma soberania fria e agressiva.
A misericórdia de Deus, porém,
condena a falta de misericórdia
entre os seres humanos (Mateus
12.7), sejam eles fariseus judaicos
ou discípulos cristãos.
É Claro, aliás que foi Mateus que
colocou a parábola no seu atual
contexto, fazendo com que ela se
dirige aos discípulos, ou seja, ao
povo cristão. Pelo que tudo indica,
porém, os endereçados originais
eram os fariseus, respectivamente
os que criticavam Jesus por causa
da graça que demonstrava aos
pecadores. Portanto, originalmente
a parábola serviu a Jesus como
defesa nas suas controvérsias com
seus adversários. No entanto,
também como palavra aos cristãos
e cristãs, a parábola permanece
válida e atual: a bondade de Deus
é escândalo para todas aquelas
pessoas que insistem em méritos,
obras próprias, privilégios, etc. O
contexto, no qual Mateus colocou
a parábola não lhe altera o
sentido. A falta de misericórdia e
bondade faz de primeiros últimos.
Comunidade cristã agradece pela
bondade de Deus, descobrindo
nela o evangelho propriamente
dito. Como seguidores e seguidores
de Cristo sabemos que sem a
bondade de Deus nada somos.
Nosso tempo de serviço, nossa
produtividade na vinha de Deus
não basta para merecermos o
salário da vida. Acusam nos nossa
inercia, nossa responsabilidade
fraqueza. Em outros termos, vemos
nos na sua solidariedade dos
pecadores, cuja salvação está na
graça trazida por Jesus Cristo,
confirmada por ele na Cruz. E
mesmo se se não fosse, mesmo se
nos puséssemos mesmo assim
gabar do perfeito cumprimento da
vontade de Deus e da conduta
impecável (conforme Filipenses
3,6), mesmo sob tais condições
Deus não nos deixaria de ser Deus
da graça. Também salário que ele
paga, é graça, pois, apesar de todo
esforço, quais são os direitos que
tivéssemos a reclamar de Deus?
Vivemos de sua compaixão. Ela
confere dignidade à criatura
pobre, pecadora, criminosa. Deus
tem compaixão da nossa falta de
fé, ele se compadece da miséria do
mundo. Dói o coração ao ver a sua
criatura faminta, com salários
insuficientes, dói o coração ao ver
o mundo sucumbir nos seus
pecados, sua ignorância e ganância.
Deus é compassivo. E ai! De todo
aquele que se escandalizar nesta
compaixão e bondade. Ele, de
primeiro, passa a ser último.
Permanece a pergunta: Deus, é
justo? A sua bondade não tolhe,
anula a justiça e conflita com ela?
Nós arriscamos dizer: a justiça do
dono da vinha é a verdadeira
justiça, a justiça do Reino de Deus,
a justiça do próprio Deus que salva
o mundo. vejamos.
Deus é justo, faz contratos e os
cumpre. Ele respeita direitos. Mas
a sua justiça é acrescida de
bondade. É justiça é bondosa. Esta
não se resume em aplicação
mecânica das leis, não julga o ser
humano unicamente pelo critério
de seus méritos e dívidas, nem se
orienta em seus princípios
abstratos, tratando a pessoa como
máquina, objeto, coisa. Embora
uma justiça sem bondade sempre
seja preferível a brutal injustiça, ela
será fria e pode ser até cruel.
Evidentemente, justiça não pode
fazer acepção de pessoas, ela não
pode ser partidária nem ser
comandada por emoções voláteis
ou, pior ainda, por interesses
egoístas de indivíduos ou grupos.
Por isso que a deusa da justiça, na
antiguidade, trazia os olhos
vendados. Todavia, justiça se torna
desumana, se ignorar as pessoas
em suas necessidades e se as
desrespeitar como seres humanos.
A justiça precisa ter espaço para a
bondade e as leias para vir ao
encontro ao bem-estar das
pessoas.
Deus sabe considerar boas obras,
mas ele é livre para dar gratuidade.
Ele também sabe castigar, mas ele
não se esquece que o ser humano
é a sua criatura. A sua justiça ter
por objetivo o alvo e a vida das
pessoas, a vida já agora e em toda
eternidade. Deus, sendo justo, é
bondoso como é o é o dono da
vinha da parábola de Jesus.” Ele
dará o que for justo” (Mateus 20.
4), se invocarmos a sua bondade.
Como é com vocês? A bondade
tem vez em sua vida? Esta
pergunta agora é inevitável. Já o
dissemos: a vontade de Deus
condena a falta de bondade entre
as pessoas. Mas como praticar esta
bondade sem subverter a moral do
trabalho e favorecer o comodismo?
Podemos simplesmente
desembarcar nesse mundo em que
impera a lei da justiça pelas obras,
em que impera flagrantemente a
injustiça? Portanto, como ajustar a
bondade justiça e a justiça a
bondade? Como realizar a justiça
bondosas de Deus neste mundo?
Para isso acrescentamos as
seguintes considerações:
Bondade não elimina a
necessidade de contratos sociais.
Assim como o dono da vinha fez o
acordo assim também nós o
devemos fazer e isto significa: a
sociedade precisa fixar direitos e
deveres do cidadão. Este mundo
das leis, das estruturas e da
jurisdição não é alheia bíblia. Deus
mesmo formula direitos e deveres,
faz pactos na Aliança, manifestem
exigências. E, de fato, com
bondade tão somente não se
governa o mundo, não se constrói
a sociedade nem se mantém
convívio humano. Onde a bondade
começa a substituir os contratos e
as leis, onde ela mesma se
constituir em lei, abre-se as portas
para o arbítrio, para abusos,
caprichos, para anarquia. Nós
precisamos das leis para coibir o
mau para garantir a cada um o que
é devido e para possibilitar ação
conjunta na sociedade. A justiça
civil, as estruturas sociais e o
direito são instrumentos mediante
os quais a humanidade é mantida e
protegida contra a autodestruição.
Justiça, por sua vez, não elimina a
necessidade da bondade. O que a
bondade então exige, se não há
justiça?
Muitas são as formas de injustiça
no mundo e particularmente no
Brasil de hoje. São coisas
incompatíveis com o Reino de Deus
e a sua justiça, razão pela a Igreja
de Cristo não pode se conformar.
Até aqui a pergunta de certo
modo, se vê e é isso que importa
quanto final sem bondade não se
faz real justiça. Só a bondade
enxerga, definir respeito os
verdadeiros direitos da pessoa. Nós
também poderíamos dizer: justiça
humana precisa de bondade de
Deus como critério para ser
realmente justiça humana. Pois,
- bondade verá as pessoas em suas
necessidades em seus anseios
justos e procurará traduzir estas
necessidades em direitos
amparados por lei.
- Bondade aprendida com Deus
verás pessoas, antes de merecer
em qualquer coisa, elas são amadas
por Deus, gozando por isso de
imunidade sagrada. É Deus quem
pergunta em última instância,
define os direitos e os deveres da
pessoa que é sua criatura.
- Bondade descobrirá que as
pessoas são simultaneamente
iguais e diferentes. Elas são iguais,
porque não existem pessoas de
segunda categoria, menos valiosas
do que as outras. A partir dessa
visão não se justifica a
monitarização de direitos por
algumas, nem o acumulo de direito
de Riqueza nas mãos de outras
nem de qualquer outra forma de
discriminação. Essas coisas
quebram a igualdade entre as
pessoas. Justiça, pois, deve tratar
as pessoas, em princípio, como
sendo iguais. Ao mesmo tempo,
porém, ela deve individualizar
grupos de pessoas para fazer
justiça suas peculiaridades. A
nivelação consequente pode
tornar-se altamente injusta por
desconsiderar as Nós achamos que
para a correta definição de práxis
destes direitos são indispensáveis
os olhos da bondade.
Finalmente, porém, o ser humano
precisa de bondade, de amor, de
misericórdia como algo à parte e
além da justiça. No fundo do nosso
coração não queremos ser tratados
constantemente conforme os
nossos direitos e deveres,
conforme méritos e dívidas,
conforme os parágrafos da lei.
Justiça que desconhece a bondade,
exerce uma enorme pressão sobre
as pessoas. Ela é formalista,
inpessoal.
É de admitir que neste sentido
podem surgir conflitos entre
bondade e justiça: a bondade quer
perdoar onde a justiça deve
castigar. Será preciso aguentar este
conflito e resolvê-lo de caso em
caso. Soluções prontas inexistem.
Algo deve ser dito, porém, A
pessoa sempre vale mais que a lei
(cf Mateus 2. 27). Justiça é
indispensável, mas o mundo
precisa de bondade na justiça e
além da justiça, assim como o
próprio Deus nos mostrou em Jesus
Cristo.
O escândalo desta parábola reside
na bondade de Deus, que desafia a
justiça, mas não anula. Muito pelo
contrário, essa bondade que é por
excelência ao contrário de
exploração, fará justiça verdadeira
mente humana.
Tal bondade não é propriamente
frequente neste mundo entre as
pessoas. Ela não é produzida pela
ciência, nem pelo Progresso
tecnológico, nem por
interpretativos, nem pela
transformação das estruturas
sociais. Uma vez que bondade não
pode converter-se em lei, ela
também não é produzida pela lei
ela é aprendida sobre o evangelho,
junto àquele dono da vinha, capaz
de dar inclusive aos que não
merecem. E talvez ela possa ser
aprendida também junto àqueles e
àquelas que, a semelhança dos
últimos trabalhadores, se sabem
presenteados pela bondade do seu
senhor que lhes perdoou as suas
dívidas.

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