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Manual M 052 - APS (43373081) SEI 08650.072870/2022-51 / pg.

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Ministro da Justiça e Segurança Pública

Anderson Gustavo Torres

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL – PRF

Diretor-Geral

Silvinei Vasques

Diretor de Operações

Djairlon Henrique Moura

Coordenador-Geral de Segurança Viária

André Luiz de Azevedo

Coordenadora de Prevenção e Atendimento de Acidentes

Ilnah Marianne Pereira de Melo

Chefe da Divisão de Prevenção de Acidentes

Keila Guimarães Barreto Barcellos

SPO s/nº, Quadra 3, Lote 5 - Setor Policial Sul - Complexo Sede da PRF
CEP 70610-200 - Brasília/DF

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FICHA TÉCNICA

ORGANIZAÇÃO:
Coordenação-Geral de Segurança Viária - CGSV
Coordenação de Prevenção e Atendimento de Acidentes - CPAA
Divisão de Prevenção de Acidentes - DPA

RESPONSÁVEIS:
Aliathar Gibson Tavares de Lima
Anselmo Antonio Blom Margotto
Eliel de Oliveira
Fabio André Sagati
Gleidson Rogério da Silva
Guilherme Braga Werneck
Ilnah Marianne Preira Melo
João Marcos Frutuoso Azevedo
José Araken Cirino Filho
Juliana Meira Diniz
Keila Guimarães Barreto Barcellos
Leonardo Onofre Moreno
Márcio Oliveira do Nascimento
Moacir Viana dos Santos Júnior
Nizandro Martins Ramos
Pablo Peres da Silva
Raimundo Gerson Bezerra dos Santos
Reginaldo Galdino da Silva
Ricardo Alexandre da Silva
Tiago Borges de Campos
Tony de Souza Conrado
Vinicius de Resende Pedroso Schmeil
Zaqueu Veloso da Silva

DIAGRAMAÇÃO TEXTUAL:
Leila Jooris Dutton

ARTE DA CAPA:
Anderson Andrade Barbosa

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SIGLAS

APH: Atendimento Pré-Hospitalar


APS: Atendimento em Primeiros Socorros
APHP: Atendimento Pré-Hospitalar Policial
APHC: Atendimento Pré-Hospitalar de Combate
APHT: Atendimento Pré-Hospitalar Tático
AVC: acidente vascular cerebral comumente, derrame
AVDI: é um método de avaliação do nível de resposta do paciente
CBM: Corpo de Bombeiros Militar
CoTCCC: Committee on Tactical Combat Casualty Care - Comitê para o Atendimento
Tático Pré-hospitalar em situação de Combate
DEA: desfibrilador externo automático
DEDI: abreviação que significa dor, edema, deformidade e impotência funcional de uma
parte do corpo
DIOP: Diretoria de Operações
EPI: equipamentos de proteção individual
OVACE: obstrução das vias aéreas por corpo estranho
PDI: Parte Diária Informatizada
PHTLS: Prehospital Trauma Life Support – Protocolo de atendimento pré-hospitalar à
vítima de trauma elaborado pela National Association of Emergency Medical Technicians
(NAEMT)/ USA. Base dos protocolos atualmente utilizados pelos serviços de emergência
de diversos países do mundo, inclusive o Brasil
SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SCI: Sistema de Controle de Incidentes
TCCC/ TC3: Tactical Combat Casualty Care, protocolo de atendimento tático pré-hospitalar
em situação de combate, formulado pelo CoTCCC. Base de grande parte dos protocolos
de APH de Combate no mundo
UOP: Unidade Operacional Policial

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SUMÁRIO

DISPOSIÇÕES GERAIS ...................................................................................................... 7


OBJETIVOS ......................................................................................................................... 8
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES ....................................................................................... 8
2. DOS EQUIPAMENTOS ................................................................................................12
2.1 Equipamentos de porte individual: .....................................................................12
2.2 Equipamentos de uso coletivo:...........................................................................12
3. DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA ................................................................13
3.11 Gerenciamento de riscos .....................................................................................13
3.1.1 Garantir a segurança .......................................................................................13
3.1.1.1 Da Cena: ......................................................................................................13
3.1.1.2 Do veículo: ....................................................................................................13
3.1.1.3 Das pessoas: ................................................................................................13
3.1.2 Acionamento de equipe especializada: ............................................................14
3.1.3 Cuidados em ambiente hostil (confronto armado): ..........................................14
4. ATENDIMENTO À VÍTIMA ...........................................................................................15
4.1 Cinemática do trauma: .........................................................................................15
4.2 Atendimento a múltiplas vítimas: .......................................................................15
5. TIPOS DE ATENDIMENTO ..........................................................................................15
5.1 Controle de Hemorragias Massivas ....................................................................15
5.1.1 Torniquete: .......................................................................................................16
5.1.2 Curativo de preenchimento: .............................................................................18
5.2 Desobstrução de vias Aéreas e Estabilização de cervical ...............................19
5.2.1 Manobras de preservação de vias aéreas ...........................................................21
5.2.2 Manobras de desobstrução de vias aéreas: ........................................................23
5.2.2.1 Manobra de Heimlich .....................................................................................23
5.2.2.2 Obstrução de vias aéreas em bebês ............................................................24
5.3 Respiração ............................................................................................................25
5.3.1. Respiração – Policial ferido em ambiente hostil ..................................................25
5.4 Resgate veicular ...................................................................................................27
5.4.1 Retirada emergencial .......................................................................................27
5.4.2 Retirada de capacete .......................................................................................28
5.5 Parto ......................................................................................................................28
5.5.1 Entrevista .........................................................................................................29
5.5.2 Convencional ...................................................................................................29
5.5.3 Emergencial .....................................................................................................29

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5.5.4 Complicações no parto ....................................................................................30
5.5.5 Assistência ao recém-nascido e à parturiente .................................................30
6. TRANSPORTE DE VÍTIMAS ........................................................................................30
6.1. Retirada de ferido em ambiente hostil ..................................................................31
7. PROTOCOLO DO PLANO DE EVACUAÇÃO .............................................................32
8. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS .................................................................33
ANEXO I - PLANO DE EVACUAÇÃO ................................................................................35

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DISPOSIÇÕES GERAIS

Conforme preconizado no art. 144 da Constituição Federal, a PRF tem como atribuição
o dever de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas.
O Decreto nº 1.655/1955, que define as competências da PRF, em seu art. 1º,
estabelece como uma das atribuições da PRF o salvamento de vítimas nas rodovias
federais. Já a Lei nº 9.503/1997, que institui o CTB, em seu art. 20, define que, dentre outras
atribuições, compete a PRF “efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos
serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas”.
O atendimento em primeiros socorros pela PRF, portanto, responde às necessidades
da sociedade com transparência, respeito, integridade, profissionalismo e excelência.
Nesse sentido, o presente manual visa reunir, racionalizar e atualizar as diversas fontes
de conhecimento existentes na área de atendimento em primeiros socorros, facilitando a
operacionalização por parte dos policiais em suas atividades ordinárias.
Para tanto, este instrumento está dividido em 2 (partes) partes. A primeira aborda as
orientações gerais no atendimento em primeiros socorros, tendo como base o PHTLS. Nesta
parte, há links de vídeos gravados em ambiente controlado para ilustrar o procedimento
descrito.
A segunda (anexo I) parte do Manual contempla Protocolo de Evacuação.

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OBJETIVOS

Definir as habilidades do policial rodoviário federal para o atendimento em primeiros


socorros;
Identificar e corrigir problemas que ameacem a vida em curto prazo, buscando
minimizar sequelas;
Padronizar as ações policiais sobre as condutas necessárias para o devido auxílio às
vítimas de acidentes e ao salvamento de pessoas, atendendo as necessidades da sociedade
com profissionalismo, integridade e respeito à vida.

1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES

1. APS: atividade realizada no primeiro atendimento em ocorrências envolvendo


vitimados por trauma ou de natureza clínica, buscando a redução dos danos e riscos até a
chegada das equipes especializadas de APH.
2. APH: atividade realizada por especialista em atendimento pré-hospitalar executada
internamente ou em apoio a outras áreas de interesse, em casos de calamidades públicas
e ocorrências que resultem vítimas, com o objetivo de prestar atendimento emergencial e
estabilização clínica até a chegada das equipes especializadas de saúde ou
encaminhamento à unidade hospitalar, observadas as legislações pertinentes.
3. APH Policial: atividade de salvamento realizada por policial combatente em ambiente
hostil.
4. Arritmia cardíaca: é a alteração do ritmo normal dos batimentos cardíacos.
5. Biomecânica do trauma: é o processo de avaliação da cena de um acidente para
determinar quais lesões podem ter decorrido da resultante de forças.
6. Biossegurança: conjunto de medidas para evitar contaminação e transmissão de
agentes infectantes como vírus, bactérias, etc.
7. Cânula nasofaríngea: sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de um
paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para garantir a permeabilidade das
vias aéreas superiores.
8. CASEVAC: viatura operacional não própria para transporte de feridos. Pode ser
aeronave ou veículo quatro rodas.
9. Chave de Rauteck: manobra executada para remoção rápida de vítima de acidente
automobilístico com risco à vida.
10. Cinemática do trauma: avaliações das fases pré-colisão, colisão e pós-colisão.

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11. Cordão umbilical: estrutura que liga o corpo do feto à placenta.
12. Coroamento: quando há a visualização da cabeça do bebê pelo canal vaginal.
13. Compressões torácicas: manobra realizada sobre o tórax na reanimação
cardiopulmonar.
14. Decapitação: corte ou degolação que provoca solução de continuidade entre a cabeça
e o resto do corpo.
15. Desfibrilação: aplicação de estímulo elétrico no paciente numa tentativa de
restabelecer um ritmo normal e espontâneo do coração.
16. Desfibrilador externo automático (DEA): aparelho que identifica anormalidade na
função cardíaca (fibrilação) e possibilita a regularização da frequência por meio de estímulo
elétrico no tórax do paciente.
17. Desencarceramento: remoção de objetos que prendam ou encarceram a vítima
18. Distal: ponto que está mais afastado da raiz do membro.
19. Desinfecção: é o processo aplicado a superfícies inertes, que elimina
microorganismos na forma vegetativa, executando-se os esporos bacterianos. Pode ser
realizada através de processos químicos ou físicos.
20. Equipamentos de proteção: podem ser de uso individual (EPI) ou coletivos (EPC) e
destinam-se a proteger os profissionais contra os riscos biológicos, químicos ou físicos,
durante o exercício das suas atividades.
21. Edema: inchaço, acúmulo anormal de líquido em espaço intersticial extracelular ou
intracelular.
22. Embolia: obstrução súbita de um vaso, especialmente de uma artéria, por um corpo
estranho transportado pela circulação sanguínea.
23. Estase sanguínea: fluxo normal do sangue estagna ou para.
24. Esterno: osso ímpar, situado na parte anterior do tórax, próximo a região intermamilar.
25. Extricação: retirada da vítima do local.
26. Fibrilação atrial: ritmo cardíaco irregular, que causa palpitação dos átrios, impedindo
a contração. Pode gerar estase sanguínea nos átrios, criando coágulos e possível embolia.
27. Fibrilação ventricular: ritmo cardíaco caótico e desorganizado que provoca parada
cardíaca.
28. Hematoma: aglomeração ou tumor formado por sangue extravasado. Há um inchaço
de coloração arroxeada.
29. Heimilich: manobra de desobstrução das vias aéreas por corpo estranho.
30. Hemotórax: derrame de sangue na cavidade da pleura pulmonar.

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31. Hipertensão: aumento da pressão arterial.
32. Hipertermia: elevação da temperatura do corpo acima do valor normal (maior que
37,5°C).
33. Hiperventilação: aceleração do ritmo respiratório.
34. Hipovolemia: baixo volume de sangue no corpo.
35. Hipoglicemia: baixa concentração de glicose no sangue (constatada através de sinais,
sintomas como tremores, tontura, fraqueza, sudorese, escurecimento da visão, associados
a taxa glicêmica).
36. Hipotenar: saliência existente na parte interna da mão, na direção do dedo mínimo.
37. Hipotensão: diminuição, abaixo do normal, da pressão nos vasos sanguíneos.
38. Hipotermia: temperatura abaixo do normal.
39. Hipóxia: baixo teor de oxigênio.
40. Hemorragia: perda de sangue em virtude do rompimento de vasos sanguíneos.
41. Hemorragia exsanguinante: hemorragia externa grave, massiva, com risco de morte.
42. Infarto: ataque cardíaco em que o coração tem seu fluxo sanguíneo bloqueado de
alguma forma (por uma placa de gordura ou um coágulo, por exemplo).
43. Intoxicação: doença provocada pela ação de venenos sobre o organismo.
44. MEDVAC: viatura própria para transporte de feridos equipada com materiais e
equipamentos médicos e de resgate. Pode ser aeronave ou viatura quatro rodas.
45. Parto emergencial: parto que está na iminência de acontecer fora do ambiente
hospitalar e seu adiamento pode pôr em risco tanto a vida da mãe como do bebê.
46. Parturiente: mulher apresentando sinais evidentes de trabalho de parto.
47. Paramentar: vestir-se com os equipamentos de proteção individual para
biossegurança, como luvas, máscara, óculos etc.
48. Patógenos: organismos como bactérias que podem causar doenças a seres
humanos.
49. Perfusão capilar: preenchimento dos vasos sanguíneos nas extremidades.
50. Posição lateral de segurança: técnica de lateralização do vitimado deitado,
prevenindo a obstrução das vias aéreas superiores (para impedir o relaxamento da
musculatura da língua ou sufocação por secreções).
51. Placenta: órgão que estabelece a comunicação e intercâmbio nutritivo entre a mãe e
o feto, por meio do cordão umbilical.
52. Plano de evacuação: planejamento que estabelece as rotinas a serem seguidas para
remoção de pessoas que estão em situação de risco de morte em casos de emergência.

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53. Protocolo de evacuação: procedimentos a serem seguidos para remoção de pessoas
que estão em situação de risco de morte, utilizando-se dos recursos disponíveis de forma
eficaz.
54. Pneumotórax: presença de ar entre os espaços pleurais causada pela saída de ar dos
pulmões, pelas lesões da parede torácica ou dos pulmões.
55. Prematuro: que nasceu antes do tempo normal da gestação.
56. Priapismo: ereção involuntária do pênis, geralmente dolorosa, não relacionada ao
estímulo sexual, característico de lesão na medula.
57. Proximal: que se localiza próximo da raiz do membro.
58. Ressuscitação cardiopulmonar (RCP): compressões sucessivas sobre o coração e o
pulmão para, artificialmente, manter a circulação e a respiração.
59. Sinal: manifestação objetiva de uma doença. Pode ser percebido pelo socorrista pelos
seus sentidos.
60. Sintoma: qualquer fenômeno ou mudança provocada no organismo que pode ser
descrito pela vítima.
61. Sistema de Controle de Incidentes: ferramenta de gestão de incidentes que permite
a seu usuário adotar uma estrutura organizacional integrada para suprir as complexidades
e demandas de incidentes únicos ou múltiplos.
62. Sistólica: relativo à sístole, contração do coração e das artérias para impulsionar o
sangue.
63. Taquicardia: aceleração dos batimentos cardíacos. Acima de 100 batimentos por
minuto no adulto.
64. Transporte de clemência: transporte feito ao vitimado utilizando viatura operacional
em casos excepcionais quando houver risco iminente de morte.
65. Triagem start: é o protocolo de triagem que visa otimizar a avaliação em incidentes
com múltiplas vítimas, categorizando-as em quatro cores que informam o nível de urgência
necessária de atendimento.
66. Veia: vaso que conduz o sangue que retorna ao coração.
67. Víscera: designação comum a qualquer órgão interno; incluído no crânio, tórax ou
pelve, especialmente os do abdômen.

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2. DOS EQUIPAMENTOS

2.1 Equipamentos de porte individual:


- Luvas de procedimento;
- Máscara de proteção individual;
- Torniquete tático;
- Gaze com agente hemostático (fechada a vácuo);
- Gaze sem agente hemostático (fechada a vácuo);
- Bandagem do tipo Israelense ou Olaes;
- Atadura de 15cm x 180cm;
- Manta térmica aluminizada;
- Tesoura ponta romba;
- Selo de tórax valvulado;
- Cânula nasofaríngea nº28;
- Bolso IFAK que fixe nele os materiais citados acima;
- Óculos de proteção.

2.2 Equipamentos de uso coletivo:

68. Recomenda-se que a Mochila (MFAK) de uso coletivo, específica de APS, esteja em
local de fácil acesso para atender situações de emergência, contendo:

- 1 Kit parto;
- 1 Maca tática;
- 1 Caixa de Luvas (tamanho M);
- 1 Caixa de Luvas (tamanho G);
- 1 Caixa de máscaras de proteção individual;
- 4 Torniquetes táticos;
- 4 Gaze com agente hemostático (fechada a vácuo);
- 6 Gaze sem agente hemostático (fechada a vácuo);
- 4 Bandagens triangulares (tamanho M:1,40 X 1,00 X 1,00);
- 6 Ataduras tamanho 15cm x 180cm;
- 2 Bandagens do tipo israelense ou Olaes;
- 4 Mantas térmicas aluminizadas;
- 1 Tesoura ponta romba;
- 2 Selos de tórax valvulados;
- 4 Cânula nasofaríngea nº28.

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69. Considerando lugares onde existe circulação de pessoas e distantes de centros de
saúde, que por vezes a PRF é a primeira resposta no atendimento à população, recomenda-
se um equipamento DEA em UOPs e nas unidades administrativas.

3. DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

70. Considerando a possibilidade de contágios por agentes patogênicos que possam pôr
em risco a saúde e a integridade do policial, é necessário ter atenção aos cuidados de
biossegurança quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção individual - EPI’s (luvas,
óculos de proteção, máscara e utilizando preferencialmente combat shirt estendida).

3.11 Gerenciamento de riscos

71. Chegando ao local do evento o policial deverá, antes de qualquer atitude relativa ao
atendimento do vitimado, atuar nos seguintes procedimentos:

3.1.1 Garantir a segurança

3.1.1.1 Da Cena:

72. O policial deve primeiramente avaliar e dimensionar a cena, gerenciando os possíveis


riscos, como por exemplo: tráfego, vazamentos de combustível, incêndios, eletricidade,
produtos perigosos e outras hostilidades.

3.1.1.2 Do veículo:

73. O policial deve verificar se o veículo se encontra em posição estável e apresenta


algum tipo de perigo interno: na bateria, nos airbags, no cinto de segurança, dentre outros.

3.1.1.3 Das pessoas:

74. Ao aproximar-se da vítima no intuito de realizar o atendimento, o policial deve estar


trajando os EPIs básicos para atendimento em APS, voltando a atenção para a segurança
individual, da equipe e de terceiros, antes de abordar o vitimado.
75. O PRF deverá, em toda ocasião, certificar-se que as vítimas não ofereçam risco à
segurança da equipe, realizando uma revista na região da cintura e locais de fácil acesso
das mãos, observando os cuidados necessários a fim de não agravar possíveis lesões.

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3.1.2 Acionamento de equipe especializada:

76. Havendo a necessidade de recursos adicionais e equipe especializada para o


atendimento no local, o policial providenciará o acionamento do Serviço de Urgência e
Emergência disponível no local da ocorrência (Serviço de Atendimento de Móvel de Urgência
- SAMU - 192; Corpo de Bombeiros Militar - 193; dentre outros).
77. Nos casos de acidente com produto perigoso em que houver exposição da vítima a
agentes biológicos ou químicos, o policial poderá consultar, através da ficha de emergência
ou recursos disponíveis (aplicativos), os procedimentos cabíveis para o isolamento do local,
acionamento de recursos adicionais e equipe especializada e atendimento da vítima,
conforme manual específico.

3.1.3 Cuidados em ambiente hostil (confronto armado):

78. Em situações em que ocorre confronto, momento do combate, também conhecido


como zona vermelha, a vulnerabilidade da equipe é mais alta. Nesta situação, as prioridades
devem basear-se em:

- Buscar abrigo seguro, responder agressão ou neutralizar a ameaça (não existe ordem
de preferência, as circunstâncias definirão).
- Solicitar reforço (C3R).
- Realizar auto check e check da equipe buscando por mais feridos.
- Orientar policial vitimado para que busque abrigo, realize autoatendimento e responda
à ameaça (auxílio remoto).
- Avaliar geometria de combate e segurança do perímetro (controle das ameaças
primárias e cobertura para surgimento de ameaças secundárias).
- Planejamento da extração do ferido para abrigo seguro (estudo do lanço).

79. Havendo vítimas em confronto armado, após cessada a ameaça, o policial realizará
o arrasto do vitimado para um local em que os operadores estão relativamente protegidos
para realização do atendimento ao vitimado de forma rápida, conhecida como zona tática de
campo.
80. Durante o atendimento deve-se sempre manter a segurança do perímetro.
81. Caso o policial vitimado esteja inconsciente, deve ser removido o armamento, pois,
ao recobrar parcialmente a consciência, pode efetuar disparos contra a própria equipe.

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4. ATENDIMENTO À VÍTIMA

4.1 Cinemática do trauma:

82. Considerando a cena segura, ao aproximar-se da vítima, quando possível, o policial


se atentará à biomecânica e à cinemática do trauma que produziu as lesões, colhendo
elementos que possam direcionar no melhor atendimento.

4.2 Atendimento a múltiplas vítimas:

83. Diante de situações que envolvam múltiplas vítimas e os recursos presentes não
sejam suficientes, devem ser observados critérios para o atendimento das vítimas e tomada
de decisão (triagem start) otimizando os meios disponíveis, aumentando as chances de
sobrevida.
84. O policial atuará de forma coordenada apoiando outros órgãos e equipes
especializadas.

5. TIPOS DE ATENDIMENTO

85. O policial intervirá com o intuito de identificar e corrigir problemas que ameaçam a
vida em curto prazo buscando minimizar sequelas, primando sempre pela segurança
individual e da equipe.
86. O atendimento deve seguir com prioridade o controle de hemorragias massivas,
seguindo pela preservação e estabilização de vias aéreas.

5.1 Controle de Hemorragias Massivas

87. Deve ser tratado como prioridade o controle de hemorragias massivas


(exsanguinantes) primariamente, em extremidades (braços e pernas) utilizando-se
torniquete, e posteriormente, em áreas juncionais (as áreas proximais do corpo, tais como
laterais e posterior do pescoço, ombros e toda região escapular, virilha e axila) com uso da
técnica de preenchimento.
88. Podemos identificar sangramento massivo a partir dos seguintes sinais: uniforme do
policial encharcado de sangue; poça de sangue no chão; ferimento pulsando sangue.

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5.1.1 Torniquete:

89. Deve ser utilizado o torniquete emergencial, que tem por fundamentos ser o mais alto
e apertado possível, ou seja, próximo da raiz do membro, sobre a roupa, evitando
desperdício de tempo.
90. O torniquete pode permanecer aplicado por período de até 120 minutos sem riscos
de lesões ao membro onde foi aplicado. Por esse motivo, deve-se registrar o horário de
aplicação, sendo imprescindível que a equipe médica tenha conhecimento de quanto tempo
a circulação local está contida.
91. Deve-se observar a presença de objetos como celular, caneta ou carteira próximo às
áreas juncionais que possam inviabilizar a efetividade da aplicação deste dispositivo.
92. Pode-se realizar outros tipos de aplicação por meio do torniquete duplo e deliberado,
como também as manobras de aproximação e reversão, visando minimizar danos.

93. Torniquete Duplo: utilizado quando o uso de apenas um torniquete não for suficiente
para parar o sangramento massivo. Nesse caso, para aumentar a área de compressão,
devemos utilizar um segundo torniquete próximo ao primeiro colocado de forma paralela,
com as hastes de tração desalinhadas para facilitar o giro.

Vídeo - Torniquete Duplo


(Link: https://www.youtube.com/watch?v=54kNe1iD9GQ&t=1s)
(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

94. Torniquete Deliberado: utilizado em situações não emergenciais onde a visualização


do ferimento massivo é facilmente identificado, aplicado 4 dedos acima do local do ferimento
com o membro exposto.

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95. É importante que o Torniquete não seja aplicado sobre articulação. Caso a
mensuração coincida, deve ser aplicado acima dela.
96. Aproximação: consiste em utilizar um segundo torniquete, colocado
aproximadamente a 4 dedos acima do ferimento (deliberado), a fim de minimizar os danos
causados pelo uso do primeiro torniquete em um período maior que 120 minutos.
97. Ao aplicar o segundo torniquete, o primeiro torniquete deve ser afrouxado e
preservado no local para que possa auxiliar se houver retorno do sangramento.

Vídeo - Aproximação Torniquete


(https://www.youtube.com/watch?v=Ez2wTDpnFPk)

98. Reversão: consiste em substituir o torniquete colocado por um preenchimento


realizado no local do ferimento, dessa forma consegue liberar o fluxo sanguíneo no membro
lesionado evitando sua perda por falta de circulação.
99. Após realizar o preenchimento, o torniquete colocado deve ser liberado
pausadamente, enquanto se comprime a ferida, a fim de que a gaze com agente hemostático
tenha contato com o volume sanguíneo.
100. Para verificar se o preenchimento foi efetivo, deve-se observar se o ferimento volta a
sangrar após o tempo de compressão, caso ocorra o torniquete deve ser novamente
apertado e não mais mexido.

Vídeo - Reversão de Torniquete


(https://www.youtube.com/watch?v=Et5uFSf73LE)

101. Erros na aplicação do Torniquete:


- Não aplicar com força suficiente;
- Síndrome compartimental (consequência do primeiro item);
- Demorar para decidir aplicar;
- Aplicar sobre articulações ou objetos;
- Querer afrouxar o torniquete de “tempo em tempo” para recircular o sangue;
- Esquecer de informar a equipe médica que o vitimado se encontra com torniquete e
horário de sua aplicação.

17 | M-052 – MANUAL DE ATENDIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS

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5.1.2 Curativo de preenchimento:

102. Em hemorragias massivas nas áreas juncionais (laterais e posterior de pescoço,


axilas, ombros, região escapular, nádegas e virilhas) é orientada a utilização da técnica de
preenchimento com uso de gaze, preferencialmente com agentes hemostáticos, lembrando
que deve ser finalizada com atadura ou bandagem israelense.

Vídeo - Preenchimento Manequim


(https://youtu.be/Qfa6VTWmR64)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

Vídeo - Curativo Compressivo Pescoço


(https://youtu.be/AvnHOzpjXd0)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

103. Em situações que envolvem objetos encravados é orientado não removê-lo, e se


possível realizar sua estabilização evitando o agravamento da lesão.

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104. Havendo traumas músculo-esqueléticos, caso o policial não possua treinamento ou
recursos disponíveis para imobilização do membro lesionado, é orientado manter a vítima
em posição confortável, não mover o membro fraturado a fim de evitar o agravamento da
lesão e enquanto aguarda a equipe especializada no local para realizar os procedimentos,
deve monitorar os sinais vitais e prestar o suporte emocional.

5.2 Desobstrução de vias Aéreas e Estabilização de cervical

105. Após controlada a hemorragia massiva, no caso de vítimas de acidentes de trânsito


com suspeita de traumas na cervical, deve-se manter a estabilização desta, evitando
agravamento ou surgimento de outras lesões.
106. A estabilização da cervical, se necessária, será realizada pelo socorrista leigo de
forma manual, dispensando a utilização do colar cervical.

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Vídeo - Extensão do Pescoço
(https://youtu.be/qAAIIQhvDYc)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

107. Estando a vítima inconsciente ou com a consciência reduzida, deve-se proceder com
as manobras de preservação de vias aéreas.
108. Inicialmente, antes de realizar a manobra de abertura das vias aéreas, é
recomendado visualizar se há objetos estranhos ou líquidos que dificultem ou obstruem a
passagem de ar e removê-los com cuidado para não provocar OVACE.

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5.2.1 Manobras de preservação de vias aéreas

109. Havendo suspeita de lesão na coluna cervical (traumas), recomenda-se a aplicação


da manobra de JAW-THRUST (tração da mandíbula) ou CHIN-LIFT (empurre mandibular).

Vídeo - JAW THRUST


(https://youtu.be/ghrCupQ6Dw8)
(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

110. Nas demais situações, em que não há suspeita de traumas, pode-se realizar a
simples inclinação da cabeça com elevação do mento ou lateralização de segurança.
111. Em casos de inconsciência, ou consciência reduzida, recomenda-se a lateralização do
vitimado, durante buscas e procedimentos.

Inclinação da cabeça com elevação do mento

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Lateralização de segurança

112. Havendo necessidade de lateralização da vítima, para evitar engasgo, e/ou a suspeita
de traumas cervical, recomenda-se que seja feita em bloco.

Vídeo - Giro 90°


(https://youtu.be/2RBO-yIkgwk)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

Vídeo - Giro 180 °


(https://youtu.be/2NwL1FZpEIU)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

112. A utilização de cânulas pode ser realizada em qualquer das situações para
permeabilidade das vias aéreas.
113. A cânula nasofaríngea, pode ser autoaplicável nos casos que o agente sofrer
hemorragia massiva provocada por arma de fogo e considere o risco de vir a ficar
inconsciente, garantindo a permeabilidade da via aérea, até a chegada do resgate.
114. Para evitar o agravamento das lesões, não se faz o uso da cânula nasofaríngea
quando há: suspeita de traumas de base de crânio e/ou laceração facial que impossibilita a
identificação do canal nasal.
115. Este equipamento possui vários tamanhos e, para a utilização adequada, deve-se
considerar a medição da ponta do nariz até o lóbulo da orelha, possuindo geralmente como
tamanho padrão o nº 28.

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5.2.2 Manobras de desobstrução de vias aéreas:

117. Nos casos de obstrução de vias aéreas por corpo estranho, recomenda-se realizar
varredura na boca a fim de visualizar o objeto que esteja obstruindo as vias aéreas e se
possível pinçá-lo.

5.2.2.1 Manobra de Heimlich

118. Nos casos em que a vítima apresentar obstrução parcial das vias aéreas, deve-se
prioritariamente estimular a tosse, mecanismo natural do corpo para desobstrução. Contudo,
constando-se que o atendido não possui mais forças para tossir ou que se trata de obstrução
total das vias aéreas por corpo estranho (OVACE), deve-se utilizar a manobra de Heimlich.
119. Para realizá-la, o socorrista deve posicionar-se por trás da vítima consciente,
comprimindo-a na região abdominal no formato em “J”, com ambas as mãos, no ponto médio
entre o umbigo e o apêndice xifóide.
120. Esta técnica pode ser realizada revezando 5 (cinco) golpes na região dorsal, entre as
escapulas, com a parte hipotenar da mão, seguindo com 5 (cinco) compressões abdominais.

Manobra de Heimlich

Vídeo - Manobra de Heimlich


(https://youtu.be/enMXMxAFdJ0)

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121. Caso o indivíduo entre em inconsciência, ou evolua para uma parada
cardiorrespiratória, deverá iniciar de imediato as compressões torácicas e acionar equipe
especializada informando a necessidade do DEA.

Vídeo - RCP Adulto

(https://youtu.be/v8beebl2aXQ)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

5.2.2.2 Obstrução de vias aéreas em bebês

122. Nestes casos, deverá ser praticada tapotagens nas costas alternando com as
compressões torácicas. Este procedimento deverá ser realizado durante o deslocamento
para o hospital caso a respiração não retorne.

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Vídeo – OVACE
(https://youtu.be/_YTiw_vxelI)

5.3 Respiração

123. Em situação de parada respiratória ou cardiorrespiratória, o policial deverá acionar ou


solicitar apoio de equipe médica com DEA e iniciar de imediato as compressões torácicas,
não se preocupando com a ventilação mecânica uma vez que o protocolo adotado não exige
que tal feito seja realizado pelo socorrista leigo.
124. Em situação de lesão de tórax aberta, o policial deverá aplicar o selo de tórax valvulado
em cada orifício. Sua aplicação é realizada em orifícios na cavidade torácica, estendendo-
se até o limite da cicatriz umbilical.

5.3.1. Respiração – Policial ferido em ambiente hostil

125. No caso de socorro a policial ferido em combate, ao se observar a existência de


hemopneumotórax (presença de ar e sangue na cavidade torácica) o selo de tórax valvulado
será aplicado em cada orifício para a manutenção da boa respiração.
126. No caso de feridos conscientes, deve-se questionar se existe desconforto ao respirar.
Porém, mesmo que a resposta seja negativa, a capa tática e colete deverão ser removidos
para exposição total da região torácica, permitindo a verificação tanto na parte frontal quanto
na parte dorsal.

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127. Ao se retirar ou cortar o colete balístico, caso o policial esteja em ambiente com riscos
de hostilidade, deve-se ter cuidado para não desvincular totalmente a proteção balística do
corpo de modo a permitir que o mesmo seja devolvido rapidamente à posição de onde foi
retirado. Além disso, ele é a primeira proteção contra a perda de calor para o meio.

Vídeo - Exposição da Vítima


(https://youtu.be/MEFu3YM099A)

128. A verificação tátil para encontrar ferimentos pérfurocontusos ou perfurocortantes,


deve ser feita utilizando dedos em forma de garras com força moderada, percorrendo todo
o tórax.
129. Para aplicação do selo de tórax, recomenda-se a limpeza nas proximidades do furo
com a vestimenta da vítima ou com a manga da vestimenta própria, melhorando sua eficácia.
130. Pode ser utilizada a manobra do “burpe”, que consiste em comprimir o tórax
expulsando coágulos e o ar presente na cavidade.
131. Caso necessário, realize a limpeza da válvula do selo, pois sua obstrução inviabiliza
a saída de ar do tórax.
132. Nos selos valvulados, é imperativo que a válvula fique posicionada no centro do
ferimento. Em selos totalmente oclusivos é importante, porém não imprescindível, que a
ferida fique no centro do selo.

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Vídeo - Selo do Tórax
(https://youtu.be/auvQpbM6aSY)

133. Após a exposição, é necessário adotar medidas para manutenção da temperatura


corporal, como:
- Substituição de vestes molhadas;
- Se possível, remover a vítima do contato direto com o solo.
- Colocação do colete como forma de proteção e temperatura;
- Uso de manta térmica e/ou bolsas de calor (hot packs).
- Fornecer fontes de calor auxiliares como ar quente da viatura para transporte do
ferido.

5.4 Resgate veicular

134. O policial realizará o resgate veicular de vítimas (extricação) que estejam em iminente
risco de morte.
135. O policial poderá realizar o desencarceramento leve, rebatendo bancos, volante e
demais itens dos compartimentos internos do veículo com a finalidade de acessar a vítima
e corrigir problemas que possam ameaçar a vida a curto prazo.

5.4.1 Retirada emergencial

136. Poderá ser realizada utilizando a auto-extricação assistida (orientação dada pelo
operador à vítima para que saia) ou a “Chave de Rauteck”.
137. Nesta técnica o socorrista, ao mesmo tempo em que acessa a vítima, também realiza
sobre ela o controle da cervical, com a estabilização da cabeça, sem o auxílio de
ferramentas.

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Vídeo - Chave de rauteck
(https://youtu.be/QwPct1pGNJM)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

5.4.2 Retirada de capacete

138. Poderá ser realizada para proporcionar maior sensação de conforto e permeabilidade
das vias aéreas evitando situações que possam ocasionar engasgo.

Vídeo - Retirada do Capacete

(https://youtu.be/IGQH2U2umy4)

(A não utilização de EPI se deu pois o vídeo foi gravado em ambiente controlado)

5.5 Parto

139. O policial, ao abordar gestante com sinais ou sintomas de parto iminente, deverá
adotar as seguintes condutas:

28 | M-052 – MANUAL DE ATENDIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS

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5.5.1 Entrevista

140. A entrevista busca colher informações para identificar se o caso se trata de parto
convencional ou emergencial (iminente), devendo questioná-la acerca de:
- Nome; idade da parturiente e tempo gestacional;
- Se possui outros filhos;
- Se possui pré-natal ou acompanhamento;
- Se houve perda de líquidos pelo canal vaginal;
- Tempo de duração e intervalo entre as contrações;

141. Importante: Em caso de contrações com duração de 30 segundos a 1 minuto entre


intervalos de tempo de 3 a 5 minutos; endurecimento do útero (constatado pela palpação na
região abdominal); ou coroamento, trata-se de parto emergencial ou iminente.

5.5.2 Convencional

142. Identificando que não se trata de parto iminente, o policial deverá informar a equipe
especializada do fato e/ou realizar o transporte de urgência o mais breve possível para o
hospital.

5.5.3 Emergencial

143. Durante a entrevista ou no deslocamento, caso se constate, por meio dos sinais e
sintomas (como tempo entre as contrações e coroamento), que o parto está na iminência de
ocorrer, o policial deverá:
a) Parar a viatura de imediato, em local seguro, caso esteja em deslocamento;
b) Informar a equipe especializada do fato e circunstâncias;
c) Solicitar o consentimento da parturiente para realizar os procedimentos, mantendo-
a próxima de um familiar sempre que possível, garantindo a sua privacidade.
d) Acomodar a parturiente em local adequado e seguro (preferencialmente deitada com
as pernas fletidas e joelhos afastados);
d) Acompanhar o parto utilizando-se dos recursos disponíveis (kit parto).

144. O policial, munido de EPI’s, deve posicionar-se para acompanhar o nascimento do


bebê, segurando-o com cuidado pois estará escorregadio.

29 | M-052 – MANUAL DE ATENDIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS

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145. Em seguida, após o nascimento e os cuidados com o recém-nascido, deve realizar o
clampeamento do cordão umbilical quando este parar de pulsar.
146. O primeiro clamp deve ser feito um palmo partindo do abdômen do recém-nascido e
o segundo, 4 dedos antes ou após o primeiro clamp.

5.5.4 Complicações no parto

147. Identificando-se complicações no trabalho de parto, o policial deve imediatamente


transportar a parturiente para unidade hospitalar, informando-a sobre o fato.
148. Durante o deslocamento, a parturiente deve ser posicionada de forma mais
confortável, evitando o decúbito lateral direito (para não haver compressão da veia cava).

5.5.5 Assistência ao recém-nascido e à parturiente

149. Diante de parto emergencial, o policial deve adotar cuidados específicos com o
recém-nascido como:
- Limpeza e permeabilidade de vias aéreas;
- Manutenção de temperatura e proteção, entregando-o a mãe;

150. A expulsão da placenta acontecerá naturalmente, podendo demorar alguns minutos,


e deverá ser acondicionada no saco plástico do kit parto e transportada juntamente com a
mãe e o bebê para a unidade de saúde ou aguardar equipe especializada no local. Caso
não ocorra a expulsão desta, deve-se colocar absorvente íntimo na mãe.

6. TRANSPORTE DE VÍTIMAS

151. Em regra, os policiais permanecerão no local à espera da equipe especializada que


fará o transporte da vítima para o hospital.
152. Entretanto, poderá ser realizado o transporte de clemência - ficando a critério do
policial a decisão sobre a remoção emergencial para hospital ou situações com risco de
morte - como:
- Locais em que não houver equipe especializada de urgência e emergência disponível;
- Casos em que haja hemorragia exsanguinante;
- Engasgo de lactente, onde a manobra de desobstrução inicia-se no primeiro contato
com vitimado, podendo continuar durante o deslocamento;
- Parto convencional.

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6.1. Retirada de ferido em ambiente hostil

153. Em se tratando de retirada de ferido de zona hostil para encaminhamento para centro médico
especializado, tal pode ser realizada com um operador, com dois operadores ou Seal’s.
154. Com um operador: o policial realiza o arrastamento por trás do vitimado puxando-o
pelo antebraço, na altura do tórax.

Vídeo - Arrasto com 1 Operador


(https://www.youtube.com/watch?v=2Z4GEPCdjq0)

155. Com dois operadores: o policial realiza o arrastamento por trás do vitimado
puxando-o pelo antebraço, na altura do tórax, enquanto o segundo estará segurando a vítima
pelas pernas, que deverão estar cruzadas.

Vídeo - Arrasto com 2 Operadores


(https://www.youtube.com/watch?v=YfYVd6D8HIw)

156. Seal’s: nesta técnica os 2 operadores se posicionam lateralmente a vítima apoiando-


a utilizando os braços sobre os ombros.
Vídeo - Arrasto Seals
(https://www.youtube.com/watch?v=7eVf5Pacjgw)

157. No caso de transporte da vítima em viaturas que não seja ambulância, o vitimado
deve ser posicionado de forma mais confortável, preferencialmente lateralizado, voltado para
direção do banco dianteiro, para que possa ser monitorado.
158. Deve-se priorizar a manutenção da temperatura corporal deste, mantendo os vidros
fechados, cobrindo o corpo com manta térmica, ligando o ar quente e revisando as etapas
já realizadas do protocolo.

Vídeo - Posição do Socorrista na Viatura


(https://youtu.be/CPr7ktXhn3o)

31 | M-052 – MANUAL DE ATENDIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS

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159. Durante o deslocamento, pode ser efetuado o contato com a regulação médica prevista
no plano de evacuação, informando o fato ocorrido, as características do ferimento bem
como os sinais e sintomas do ferido, para que o centro médico se organize para a recepção.

7. PROTOCOLO DO PLANO DE EVACUAÇÃO

160. Trata-se de um conjunto de procedimentos preliminares que tem por objetivo a


preparação e organização dos recursos disponíveis a fim de viabilizar o atendimento mais
eficaz, minimizando os riscos ou sequelas que possam pôr em risco a vida.
161. É recomendável que todas as unidades da PRF possuam protocolo de evacuação,
assim como em operações e demais atividades que envolvam riscos à integridade física dos
policiais ou de terceiros, contendo as informações mínimas conforme consta no plano de
evacuação no anexo III.
162. É recomendado que seja realizado periodicamente um treinamento simulado desse
protocolo com o propósito de aprimorá-lo ou identificar possíveis falhas na sua execução.
163. O plano deve possuir as informações mínimas como:

- Endereço da unidade de saúde de referência no atendimento de situações de


emergência traumática ou clínica;
- Reconhecimento das rotas e locais relevantes (quartel do corpo de bombeiros,
delegacias, heliponto e outros) por parte das equipes;
- Contato telefônico ou recursos semelhantes dos respectivos hospitais de referência e
se possível unidade de regulação do Serviço Móvel de Urgência - SAMU 192;
- Recursos de evacuação disponíveis (viatura policial, ambulância, helicóptero);
- Em casos de missões, operações específicas ou demandas que exponham policiais
à situação de risco iminente, identificar a necessidade de ambulância com equipe de
especialistas em primeiros socorros para auxiliar no resgate;
- Identificar coordenadas geográficas dos locais relevantes para o adequado apoio das
equipes de resgate se necessário.

164. O C3R deve possuir acesso ao plano de evacuação de forma integrada a fim de
viabilizar orientação adequada às equipes sempre que necessário.

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8. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

165. Os procedimentos de primeiros socorros exercidos por profissionais de segurança


pública, estejam no exercício de sua função, ou em razão dela, necessitam de treinamento
por se tratar de procedimentos técnicos que, realizados de forma inadequada, possam
agravar ou pôr em risco a vida do vitimado.
166. Para esse fim, sua aplicação deve atender aos limites técnicos e legais conferidos
pelo respectivo nível de habilitação.
167. Nos casos em que houver necessidade de procedimentos mais complexos, privativos
aos profissionais de saúde, somente serão realizados por policiais com habilitação
específica.
168. Havendo iminente risco de morte e a situação exigir manejos clínicos emergenciais
de maior complexidade, deve-se recorrer ao suporte de profissionais médicos por meio de
orientações que podem ser prestadas remotamente.
169. Os casos não elencados neste manual serão submetidos à DIOP para apreciação ou
à comissão por esta delegada.

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Manual M 052 - APS (43373081) SEI 08650.072870/2022-51 / pg. 33


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988), CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA, Art. 144. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 08 de abril 2021

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o


SAMU 192 – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf.
Acesso em: 08 fev 2021.

BRASIL. Portaria Nº 16, de 12 abril 2018 - Ministério da Defesa. Disponível em:


https://www.in.gov.br/web/guest/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/10823076/do1-2018-04-18-portaria-normativa-n-16-md-
de-12-de-abril-de-2018-10823072. Acesso: 09 de março de 2022.

BRASIL. Portaria Nº 2048, de 5 de novembro de 2002 - Ministério da Saúde. Disponível em:


https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html. Acesso em: 08 de
abril 2021

BRASIL. Portaria Nº 98, de 1º de julho de 2022 - Ministério da Justiça e Segurança Pública.


Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/categorias-de-
publicacoes/portarias/portaria-no98-de-1o-de-julho-de-2022/view. Acesso em: 29 de jul 2022

NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS. PHTLS - Atendimento pré-


hospitalar ao traumatizado. 9. ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2020.

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Manual M 052 - APS (43373081) SEI 08650.072870/2022-51 / pg. 34


ANEXO I - PLANO DE EVACUAÇÃO

O Protocolo de evacuação é um conjunto de medidas que devem ser tomadas


para o salvamento rápido e eficaz em casos de emergência vitimando policiais.
O plano de evacuação deve ser atualizado anualmente e ser dada a devida
publicidade para os policiais das respectivas unidades, contendo as informações mínimas
conforme consta neste anexo.
Qualquer operação que evidencie a necessidade de convocação de equipe de
operador de APH, deverá possuir plano de evacuação que poderá constar na própria Ordem
de Missão ou em documento à parte.
Nos grandes eventos ou operações que apresentem maior probabilidade de
acionamento de operadores de APH, deverá o gestor destes estar presente no
planejamento, especialmente no tocante à definição das diretrizes de evacuação e resgate
em caso de emergência.
A ação inicial de evacuação consiste também em mover as vítimas para local
seguro, próximo ao local do acidente (em caso de ocorrências em edificações), bem como
o transporte para estabelecimento indicado para cada tipo de ocorrência.
Deste modo, deverão constar no protocolo de evacuação os locais de escape nas
edificações, indicando ainda as rotas, hospitais e demais órgãos referências para
determinado tipo de ocorrência (tais como: incêndio no edifício, invasão, evento com
ferimento de arma de fogo, dentre outros).

35 | M-052 – MANUAL DE ATENDIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS

Manual M 052 - APS (43373081) SEI 08650.072870/2022-51 / pg. 35


PLANO DE EVACUAÇÃO
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

PLANO DE EVACUAÇÃO DE FERIDOS

Missão:__________________________________________ Data:________________Hora:___________

Atividade:________________________________________

LOCALIZAÇÃO DA ATIVIDADE

Endereço:____________________________________________________________________________

Localização GPS: _____ ______° ______’_______.______” / _____ ______° ______’______.________”

Localização ZPH: _____ ______° ______’_______.______” / _____ ______° ______’______.________”

SOCORRISTAS

Socorrista1: ______________________________________________________ Tel: _________________

Socorrista2: ______________________________________________________ Tel:_________________

Motorista 1: __________________________________ Tel:_________________ Viatura: _______________

Motorista 2___________________________________ Tel:_________________

Ambulância: contato: 192/193 - Médico regulador Tel: _____________________

* Localização padrão da chave da viatura:__________________________________________________.


OPÇÕES DE EVACUAÇÃO

Helicóptero: _____________________ Tel: __________________ Frequência de rádio:______________

Viatura: _________________________ Tel: _________________ Frequência de rádio:______________

HOSPITAL REFERÊNCIA TRAUMA

Hospital de referência trauma:____________________________________________________________

Endereço:________________________________________________________ Tel:_________________

Localização GPS: _____ ______° ______’_______.______” / _____ ______° ______’______.________”


HOSPITAL REFERÊNCIA CLÍNICO

Hospital de referência Clínico:____________________________________________________________

Endereço:________________________________________________________ Tel:_________________

Localização GPS: _____ ______° ______’_______.______” / _____ ______° ______’______.________”

36 | M-052 – MANUAL DE ATENDIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS

Manual M 052 - APS (43373081) SEI 08650.072870/2022-51 / pg. 36

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