Os estudos demográficos têm ocupado um lugar prioritário na agenda política dos governos, já que a
implementação de qualquer política socioeconómica depende do conhecimento pormenorizado dos efetivos
populacionais bem como do seu comportamento evolutivo. Conhecendo as dinâmicas demográficas de um
determinado território, é possível identificar problemas, prever necessidades, traçar cenários futuros e definir
políticas públicas de desenvolvimento em diferentes áreas.
• Crescimento Natural elevado: fraca presença da mulher no mercado de trabalho e fortes princípios
religiosos;
• Movimentos emigratórios para a Europa Ocidental.
• Forte vaga emigratória: procura de melhores condições de vida, fuga à guerra colonial e ao regime ditatorial
de Salazar;
• Diminuição no saldo natural devido ao decréscimo da natalidade.
• Regresso de milhares de emigrantes portugueses na Europa e residentes nas antigas colónias (retornados)
após a Revolução de Abril de 1974;
• Diminuição da emigração devido ao choque petrolífero de 1973 e consequentes restrições à emigração por
parte dos países recetores.
• Saldo natural negativo, compensado por um saldo migratório positivo, ainda que em desaceleração, que
impediu a diminuição da população.
2011-2018: Decréscimo da população
Natalidade e Fecundidade
Índice de Renovação de Gerações- nº médio de filhos que cada mulher deve ter, durante a sua vida fértil, para que
a sua geração possa ser substituída. IRG- 2,1 filhos (“,1” pois nascem mais rapazes que raparigas e são estas que
têm os filhos).
• Emancipação da mulher;
• Aumento da idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho;
• Diminuição taxa bruta de nupcialidade e aumento do nº de divórcios;
• Aumento da responsabilidade e encargos financeiros;
• Mudança de mentalidade nos casais;
• Planeamento familiar e uso dos métodos contracetivos;
• Crescimento da taxa de urbanização da população
Mortalidade
Causas declínio da mortalidade
Saldo natural
Movimentos Migratórios
Internas
Pendulares (diárias)- ex.: casa-escola; escola-casa
Migrações Êxodo Rural- campo para cidade
Externas
Portugal é, desde séculos, um país de emigração que, em diferentes momentos da História à saída de milhões de
portugueses para outros continentes.
Causas Emigração:
• Económicas (principal);
• Políticas;
• Religiosas;
• Naturais (vulcões, secas).
POSITIVAS NEGATIVAS POSITIVAS NEGATIVAS
• Entrada de • Perda de mão-de- • Aumento da • Aumento das
divisas obra com plena disponibilidade de taxas de
• Difusão de novas capacidade mão-de-obra desemprego
ideias e costumes produtiva • Rejuvenescimento • Problemas
• Concentração • Desequilíbrio entre da população que habitacionais
fundiária, porque os sexos já que se revela numa que levam à
os agricultores grande parte dos maior capacidade proliferação
que migram emigrantes é empreendedora e de bairros de
acabam por formada por na dinamização da lata e de
vender as homens economia. bairros
explorações • Envelhecimento da clandestinos
agrícolas população e
diminuição da taxa
de natalidade
Os imigrantes com autorização de residência em Portugal atingiram o maior número de sempre e são eles os
responsáveis por evitar um declínio mais acentuado da população portuguesa.
Saldo Migratório
1961-1973: SM negativo
Forte vaga emigratória para a Europa Ocidental: busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de
vida.
1974-1981: SM positivo
1982-1992: SM negativo
Saída de muitos portugueses para a Europa, devido à abertura de fronteiras decorrente da entrada de Portugal
para a EU.
1993-2010: SM positivo
Entrada de imigrantes oriundos, dos PALOP, Brasil e Europa de Leste, atraídos por um período de crescimento da
economia e do emprego.
2011- SM negativo
Pirâmides Etárias
Pirâmides Etárias- representação gráfica da população segundo o sexo e a idade.
Classe Oca- classe etária que possui menos indivíduos que a classe seguinte.
Foi até à década de 60 um dos poucos países a possuir uma população predominantemente jovem.
Esperança Média de Vida- Número médio de anos que uma pessoa à nascença pode esperar viver, mantendo-se
as taxas de mortalidade por idade observadas no momento.
• Natalidade, mortalidade, EMV, estrutura etária da população, relação nº homens - nº mulheres, o que
aconteceu na evolução na população (classes ocas).
• Os homens exercem profissões mais perigosas que podem provocar a morte precoce ex.: mineiro,
pescador, engenheiro civil;
• São mais aventureiros, o que pode provocar a morte precoce;
• As mulheres vivem mais tempo que os homens por razões biológicas;
• As mulheres não têm tantos vícios (álcool, tabaco).
O envelhecimento da população dá-se pela base (diminuição mortalidade) e pelo topo (aumento EMV)- duplo
envelhecimento.
Apesar de continuar atrasado relativamente aos países mais desenvolvidos da Europa e do Mundo, Portugal tem
registado uma grande evolução em termos dos níveis de instrução da sua população.
Em 1960 a quantidade de população sem ensino primário, atingia os 60%, enquanto o ensino superior se limitava
a apenas 0,6% da população
Em 2001, sem ensino atinge 12% e quanto ao ensino superior 6% com curso já concluído e 4% a frequentar.
Estes valores indiciam uma franca melhoria dos níveis de instrução para os quais contribuem fatores como o
alargamento da escolaridade obrigatória, que era inicialmente de 4 anos (até 1964) passando para 6 anos (até
1973) e de 8 anos (entre 1973 e 1986), e depois 9 anos, e atualmente 12 anos.
Outro fator importante é a valorização social da instrução e a penalização do trabalho infantil.
O aumento da proporção de idosos na população total tem sido a principal causa do aumento do índice de
dependência total, acentuando a pressão demográfica sobre a população ativa.
Contrastes regionais:
• Em todo o interior e ainda em algumas regiões do litoral centro e sul, o índice ultrapassa os 100% sendo o
valor mais alto na Beira Interior sul com 218,9%
• No litoral, especialmente no Norte, e ainda mais nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, assiste-
se a um claro predomínio dos jovens relativamente aos idosos, a causa destes valores assenta na
natalidade que é muito superior nestas regiões
• A Grande Lisboa e a península de Setúbal, assim como o Algarve, apresentam valores intermédios, em
consequência da atração de população em idade jovem que se desloca para estas regiões em busca de
emprego e qualidade de vida superior, o que minora o processo de envelhecimento
A população inativa tem vindo sempre a aumentar devido à população idosa, isso vai originar problemas
económicos, o que também não favorece a população jovem que é cada vez em menor número. No futuro se esta
variação não se alterar os jovens vão ter problemas em criatividade e inovação.
• Diminuição natalidade;
• Envelhecimento mão de obra: menor espírito criativo, inovação, empreendedorismo, o que se reflete na
quebra da produtividade;
• Aumento nº pensionistas e idade legal acesso à reforma;
• Diminuição índice de sustentabilidade potencial, que se traduz no aumento da carga fiscal sobre a
população ativa para suportar o aumento das despesas com os idosos ao nível das pensões e dos
cuidados de saúde;
• Aumento dos encargos das famílias com a assistência e cuidados de saúde aos idosos;
• Maior investimento público em equipamentos de apoio aos idosos, como lares e centros de dia;
• Proliferação de situações de exclusão social e solidão devido à menor capacidade física, mas também
financeira, da grande maioria dos idosos, em resultado do baixo valor das pensões que recebem.
O aumento do índice sintético de fecundidade registado nos últimos anos apesar de positivo para a sociedade
portuguesa, não tem ainda peso suficiente para assegurar a renovação geracional e contrariar a tendência de
envelhecimento demográfico do país.
• Baixa produtividade;
• Reduzida qualificação profissional;
• Baixa competitividade empresarial;
• Maior dificuldade de reconversão profissional da mão de obra pouco qualificada;
• Falta de capacidade de liderança, inovação e decisão;
• Menor capacidade de aceder a um emprego mais estável e melhor remunerado;
• Dificuldade de acompanhar as transformações tecnológicas do mercado de trabalho o que compromete a
modernização do país;
• Menor capacidade para fazer face a uma situação de desemprego;
• Menor capacidade de intervenção no exercício da cidadania ativa..
Evolução do Desemprego em Portugal:
Crescimento até 1986 como consequência das alterações económicas ocorridas após o 25 de Abril e agravadas
pela diminuição do surto migratório e pelo regresso dos retornados das ex-colónias.
Decréscimo no período entre 1986 e 1992, altura em que a adesão à UE e a chegada de incentivos económicos
criaram muitos postos de trabalho.
Novo crescimento entre 1991 e 1996 em consequência da crise económica nos países mais desenvolvidos como
os da U.E, EUA e Japão que constituem os principais investidores e clientes de Portugal
Novo decréscimo até 2000 graças ao crescimento económico resultante do quadro comunitário de apoio e a
realização de várias obras públicas (Expo 98, Ponte Vasco da Gama, Aeroporto da Ota ou Barragem do Alqueva.
Causas do desemprego:
• Baixos níveis de instrução e formação profissional
• Dificuldade na procura do 1º emprego
• Proliferação de contratos a curto prazo
• Desigualdade de oportunidades, entre homens e mulheres
Políticas Anti natalistas- Visa reduzir significativamente as taxas de natalidade verificadas como é o caso dos
países menos desenvolvidos.
• Alargamento do período de licença de parto para os pais, podendo usufruir desta o pai ou a mãe;
• Flexibilidade dos horários para uma maior conciliação entre a vida familiar e a vida profissional;
• Alargamento da rede pública de creches e jardins de infância.
Planos Diretores Municipais (PDM)- instrumento que estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial de
cada município, em articulação com programas de âmbito nacional, regional e intermunicipal.
• Cooperação entre setores académico e empresarial, no sentido de ajustar a oferta educativa e formativa
às necessidades da sociedade e do tecido empresarial;
• Incentivar a aquisição de competências na área das novas tecnologias, sobretudo entre a população
menos qualificada;
• Ampliar a oferta do ensino profissional de forma a promover a transição dos jovens para a vida ativa e
suprir as necessidades da sociedade em áreas mais técnicas.