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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

ARTIGO DE OPINIÃO E DISSERTAÇÃO ESCOLAR

SEQUÊNCIA DIDÁTICA 3

PROCESSO DE LEITURA COM FOCO NA IDENTIFICAÇÃO DE OPERADORES ARGUMENTATIVOS E


DE TIPOS DE ARGUMENTOS. PROCESSOS PERSUASIVOS: CONSTRUÇÃO ANTECIPADA DE CON-
TRA-ARGUMENTOS, COMPARAÇÕES ENTRE ÉPOCAS E LUGARES, PERGUNTAS RETÓRICAS DI-
RIGIDAS AO LEITOR. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.

Ponto de Partida

Sabe-se que os jornalistas que mantêm uma coluna periódica em jornais e revistas, blogs etc. produzem textos para
manifestar suas opiniões sobre fatos, ideias ou temas polêmicos, formulando um ponto de vista e defendendo-o a fim de
convencer seus leitores sobre seus pontos de vista: são os chamados artigos de opinião.
Por outro lado, uma das maiores expectativas dos alunos ao final do Ensino Médio é poder ter acesso ao Ensino Superior, o
que, em nosso país, é feito por meio de exames vestibulares e do ENEM - Exame nacional do Ensino Médio, em que se exige
que eles saibam emitir uma opinião fundamentada sobre um tema de redação, um ponto de vista, escrito sob a forma de uma
dissertação, em que deve também expor uma proposta de intervenção na situação comentada.
Em geral, os temas apresentados são polêmicos, ou seja, suscitam diferentes posicionamentos sobre eles, o que pode
derivar para a expressão de divergências de pontos de vista entre os candidatos a esses exames.
Seja qual for o ponto de vista adotado sobre o tema, avalia-se se o candidato é capaz de sustentá-lo por meio de argumentos
adequados, produzindo uma dissertação com coerência e coesão.

Sequência Didática 3 – Leitura e Interpretação de Textos – Artigo de opinião e Dissertação Escolar 1


ATIVIDADE 1
Vamos ler a seguir um texto que reflete sobre um fenômeno atual: o uso exagerado de tecnologias pelas pessoas.

Texto 1

O APOCALIPSE ZUMBI

Eles estão por toda parte. Nas ruas, calçadas, elevadores, filas e banheiros, zumbis atordoados, andan-
do sem direção, vidrados em telinhas brilhantes, são cada vez mais comuns.
Em seu titubear, bólidos pedestres tropeçam, caem ou entram de cara em algum obstáculo. Por mais
que se machuquem, parecem estar mais preocupados com seu aparelho do que com o próprio corpo.
É fácil identificá-los. Há os Frankensteins que andam com o telefone prensado entre o ombro e a orelha
para ter as mãos livres; os corcundas com seu pescoço esticado; os tagarelas que parecem falar sozinhos
e estranham quando alguém responde; e os desconfiados que operam suas maquininhas por debaixo da
mesa, entre tantos.
Suas atividades variam. Jogadores compulsivos buscam recordes na mesa do jantar; ansiosos dão
olhadelas furtivas para saber se o time ganhou ou se vai chover amanhã; chorões destilam suas múltiplas
frustrações em uma constante lengalenga; cinegrafistas usam flashes para registrar shows; repórteres de
mídias sociais comentam tudo o que veem; e fotógrafos de tablet parecem prestes a dar uma pranchetada
na cara do próximo.
Eles não são desatentos. O que acontece é uma certa equalização da atenção, em que acontecimentos
distantes são amplificados enquanto o que está na frente se emudece.
Em comum, todos acreditam não haver nada de errado com eles. Ao se julgarem capazes de fazer várias
coisas ao mesmo tempo, se irritam com a implicância dos outros enquanto checam o Facebook ou enviam
mensagens de texto no meio de conversas.
“Pode falar, estou ouvindo”, dizem, aparentemente despreocupados com o desconforto de seus interlo-
cutores. Não percebem que sua atitude transmite uma sensação de impaciência e tédio, como se nada fosse
interessante o suficiente para interessá-los.
Canivetes suíços da vida moderna, com seus jogos, músicas, vídeos, mídias sociais, mensagens de
texto e apps para tudo, smartphones criam um ambiente de estimulação contínua, tão atraente que gera em
seus usuários uma vontade enorme de usá-los o tempo todo.
Sem o aparelho, muitos se sentem perdidos, isolados do mundo, menos confiantes, sós. Por mais que
a tecnologia seja social, seu uso excessivo desconecta o indivíduo do cotidiano.
Desde os primeiros Blackberries – apelidados de Crackberries pela dependência que pareciam criar,
smartphones e tablets parecem ter eliminado o tédio de uma vez. Isso não é necessariamente uma boa
notícia.
O cérebro humano precisa de um tempo desestruturado para que os pensamentos desconexos possam
se agrupar, eliminar tensões e gerar boas ideias. É estressante viver em um ambiente que a cada momento
se transforma em uma oportunidade de interação.
Ao preencherem praticamente todos os instantes anteriormente ociosos, eles eliminam períodos de
autoconscientização, meditação, reflexão, ou simplesmente de desligamento que, mesmo quando involun-
tários, são extremamente saudáveis.
A meditação, em suas variadas formas, sempre promoveu a serenidade e autoconsciência através da
conscientização do que está acontecendo agora, sem a preocupação com acontecimentos que estejam fora
do alcance. Raramente uma recomendação milenar foi mais contemporânea.

RADFAHRER, Lula. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2014/07/1492233-o-apo-


calipse-zumbi.shtml. (Acesso em 29/07/2016.)

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Para saber mais...

Lula Radfahrer é professor-doutor de Comunicação Digital da ECA


(Escola de Comunicações e Artes) da USP há 19 anos. Trabalha com in-
ternet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de
publicidade do país. Hoje é consultor em inovação digital, com clientes no
Brasil, EUA, Europa e Oriente Médio. Autor do livro ‘Enciclopédia da Nu-
vem’, em que analisa 550 ferramentas e serviços digitais para empresas.
Mantém o blog www.luli.com.br, em que discute e analisa as principais
tendências da tecnologia. Escreve às segundas no site de ‘Tec’.

1. Para explicar o título, considere o verbete a seguir:


apocalipse substantivo masculino ( sXIV)
1 rel qualquer dos antigos escritos judaicos ou cristãos (esp. o último livro canônico do Novo Testamento, atribuído a
são João) que contém revelações, em particular sobre o fim do mundo, e apresentadas, quase sempre, sob a forma
de visões.
2 p.ext. obra ou discurso obscuro, escatológico, aterrorizante
3 p.ext. art.plást representação iconográfica das visões extraordinárias narradas pelo Apocalipse
4 p.ext. revelação profética, esp. relacionada a um cataclismo em que as forças do mal vencem as forças do bem
5 p.ext. qualquer revelação prodigiosa, digna de nota; profecia
6 p.ext. grande cataclismo; fim do mundo
Etimologia: lat.tar. apocalypsis,is, do gr. apokalúpsis,eos ‘ato de descobrir, descoberta; revelação’, no Novo Testamento ‘re-
velação divina’, de apkalúpto ‘desmascarar, forçar a falar; fig. revelar’; f.hist. XIV apocalipsi, sXIV apocalise, sXV apocalipse,
sXV apocalisse
Disponível em http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=apocalipse. (Acesso em 10/08/2016.)

2. Assinale a frase do texto que expressa o posicionamento do autor – sua tese - sobre o uso contemporâneo da tecnolo-
gia.
(A) Em seu titubear, bólidos pedestres tropeçam, caem ou entram de cara em algum obstáculo.
(B) O que acontece é uma certa equalização da atenção, em que acontecimentos distantes são amplificados enquanto
o que está na frente se emudece.
(C) Por mais que a tecnologia seja social, seu uso excessivo desconecta o indivíduo do cotidiano.
(D) É estressante viver em um ambiente que cada momento se transforma em uma oportunidade de interação.

Sequência Didática 3 – Leitura e Interpretação de Textos – Artigo de opinião e Dissertação Escolar 3


Para lembrar...

Tipos de argumentos
Argumento de au- Citação de frases, trechos de obras,
toridade ou de falas de pessoas que pen-
sam como quem escreve acerca do
tema discutido.
Argumento por Inclusão de informações que com-
c o m p r o v a ç ã o , provem o que se quer demonstrar
ou com base em (dados, estatísticas, percentuais
informações con- etc.).
cretas
Argumento por Relações de causa/consequência
raciocínio lógico para demonstrar que uma proposi-
ção não pode ser contestada.

Argumento por Relato de fatos para comprovar o


exemplificação ponto de vista defendido.
Argumento por Ditados populares, máximas, que
consenso remetem a valores sociais, morais,
religiosos aceitos pela maioria das
pessoas.

3. Nos 1º §, 2º§, 3º§ e 4º §, a enumeração de situações em que estão envolvidos “zumbis”, “pedestres”, “Franksteins” e
“jogadores”, em relação à proposição inicial - Eles estão por toda parte. - devem ser entendidos como argumentos
(A) de autoridade.
(B) por exemplificação.
(C) por consenso.
(D) por raciocínio lógico.

4. No 7º § a citação - “Pode falar, estou ouvindo”, dizem, aparentemente despreocupados com o desconforto de seus inter-
locutores. – constitui um argumento que serve para justificar a proposição anterior:
(A) É fácil identificá-los.
(B) Suas atividades variam.
(C) Eles não são desatentos.
(D) Em comum, todos acreditam não haver nada de errado com eles.

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5. O autor pode fazer comparações entre épocas, lugares, pessoas, objetos etc. como estratégia para argumentar. Expli-
que como compreendeu a metáfora “Canivetes suíços da vida moderna”, no 8º §.

6. Releia os trechos:
I - O que acontece é uma certa equalização da atenção, em que acontecimentos distantes são amplificados enquanto o
que está na frente se emudece.
II - Ao se julgarem capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo, se irritam com a implicância dos outros enquanto
checam o Facebook ou enviam mensagens de texto no meio de conversas.
Sobre o sentido de enquanto, pode-se dizer que indica:
(A) continuidade, apenas em I.
(B) condição, apenas em II.
(C) concomitância, em I e II.
(D) reciprocidade em I e II.

7. É possível perceber no último parágrafo do texto a sugestão de uma proposta de intervenção? Justifique.

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ATIVIDADE 2
Texto 2

JOVENS MAIS ESTRESSADOS?

Novo estudo divulgado no Canadá revela um perfil do adolescente de lá muito parecido com o que se nota
por aqui: estressado e mais dependente de tecnologia, o que pode aumentar o risco de dificuldades emocionais e
problemas de saúde
O trabalho mostra que um em cada três alunos de 12 a 17 anos enfrenta estresse psicológico moderado ou
grave. O estudo do Centro de Dependência e Saúde Mental de Ontário avaliou mais de 10 mil estudantes. Em dois
anos, o número de jovens mais estressados saltou de 24% para 34%.
Os sinais mais comuns do estresse psicológico foram sintomas ansiosos e depressivos (como sentir-se sem
esperança, irritado, tenso, com dificuldade de manter a atenção etc.). Os dados mostram que o problema é pior
entre as garotas (46% delas e 23% deles mostraram altos níveis de estresse).
A situação tende a se agravar entre os 16 e os 17 anos, quando o jovem passa a enfrentar mais pressões da
“vida adulta”, como namoro, vida sexual, padrões mais rígidos de imagem corporal, maior cobrança na escola,
seleção para faculdade e escolha de carreira profissional, entre outros.
Em relação ao uso de tecnologia, o trabalho mostra que dois terços dos jovens passam pelo menos três horas
na frente de algum tipo de tela – computador, tablet, celular ou TV –, 86% usam redes sociais diariamente e 16%
exageram, ficando 5 horas ou mais, por dia, conectados.
Estudos anteriores já mostraram que, quanto mais intenso o uso das redes sociais, maiores os riscos de fato-
res potencialmente geradores de ansiedade, como exposição exagerada, ciberbullying e problemas de autoesti-
ma, desencadeados por uma percepção irreal e distorcida do que é publicado pelos pares. Parte dessa sensação
de inadequação do jovem pode ter relação com o exagero da mediação da tecnologia em suas interações sociais.
Um cérebro que muda. Outra pesquisa divulgada na última semana identificou que as áreas do cérebro que
mais sofrem mudanças na adolescência são aquelas associadas a processos de pensamento complexo e tomadas
de decisão. Já as áreas envolvidas com visão, audição e movimentos estão totalmente desenvolvidas nesta fase
da vida.
Os pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, avaliaram com uso de ressonância magné-
tica o cérebro de 300 jovens de 14 a 24 anos. Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the
National Academy of Science (PNAS) e divulgados pelo site da BBC News e pelo jornal Daily Mail. Essas mudanças
nos centros de conexão dos neurônios, que integram os processos de avaliação e decisão, podem ajudar a enten-
der as oscilações de comportamento e humor tão comuns nessa fase da vida.
Os pesquisadores também investigaram os genes responsáveis pelo desenvolvimento dessas áreas de pro-
cessamento mais complexo e perceberam que eles são semelhantes aos envolvidos no desencadeamento de
algumas doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia. A descoberta pode ajudar a entender o peso que a gené-
tica tem no desencadeamento dos transtornos mentais, mais comuns no final da adolescência e começo da vida
adulta.
Mas lógico que não é só a genética. Fatores ambientais, como famílias negligentes, o uso de alguns tipos de
droga e o estresse psicológico gerado pelas experiências cotidianas podem aumentar esse risco.
Daí a importância de perceber que esse jovem que vive mais estressado pode estar sujeito a questões im-
portantes para suas emoções. Sem interferir nesse processo, buscando um estilo de vida mais saudável, com uso
mais moderado das tecnologias e redes sociais, corremos o risco de ter uma geração mais propensa a problemas
de comportamento e transtornos psíquicos.

Jairo Bauer, psiquiatra. O ESTADO DE S. PAULO. Metrópole, 31/07/2016, A18

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1. Por que o título foi elaborado sob a forma de uma pergunta? Justifique.

2. A tese defendida nesse texto está expressa em:


(A) No Canadá e no Brasil, há mais adolescentes estressados e com problemas psicológicos do que no restante do
mundo.
(B) O jovem contemporâneo, por ser mais estressado e dependente de tecnologia, está sujeito a problemas de saúde
física e psicológica.
(C) As redes sociais são responsáveis pelo estresse dos jovens contemporâneos, que têm mau comportamento social.
(D) Os fatores que influenciam no estresse e nas oscilações de humor da juventude são genéticos e ambientais.

3. No texto, a inclusão de instituições estrangeiras de pesquisa e de dados percentuais (do 2º§ ao 5º §) constituem argu-
mentos por:
(A) exemplificação.
(B) comprovação.
(C) raciocínio lógico.
(D) consenso.

4. Estudos anteriores já mostraram que, quanto mais intenso o uso das redes sociais, maiores os riscos de fatores potencialmen-
te geradores de ansiedade, como exposição exagerada, ciberbullying e problemas de autoestima, desencadeados por uma
percepção irreal e distorcida do que é publicado pelos pares.
Explique o sentido da relação expressa por “quanto mais” / “maiores” nesse trecho.

5. “Os resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS) e divulgados pelo
site da BBC News e pelo jornal Daily Mail.”
Nesse trecho do 8º§, para que são incluídos os nomes em inglês da revista, do site e do jornal? Justifique.

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6. O 10º § - “Mas lógico que não é só a genética. Fatores ambientais, como famílias negligentes, o uso de alguns tipos de
droga e o estresse psicológico gerado pelas experiências cotidianas podem aumentar esse risco.”
- em relação ao parágrafo anterior, constitui
(A) um contra-argumento.
(B) uma tese.
(C) uma conclusão.
(D) um argumento por raciocínio lógico.

7. É possível perceber, no último parágrafo do texto, a sugestão de uma proposta de intervenção? Justifique.

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ATIVIDADE 3
Com base em seus estudos anteriores, preencha o quadro para relembrar as características que aproximam e/ou distinguem
um artigo de opinião de uma dissertação escolar.

Do novo ao já conhecido

Tipos de argumentos
Características Artigo de Dissertação
relativas a opinião escolar
1. Produtor do texto
2. Leitor do texto

3. Escolha de tema

4. Modalidade de
linguagem
5. Fundamentos/
apoio em outros
textos, fatos etc.
6. Proposta de in-
tervenção social
7. Suporte
8. Diagramação

ATIVIDADE 4
A prova de redação da FUVEST, de 2013, teve como tema o consumismo. A proposta baseava-se em um texto publicitário
sobre um cartão de crédito fictício. O anúncio trazia imagens de um shopping center e o slogan: “Tenha o melhor que o mun-
do pode oferecer com o cartão de crédito X”. O enunciado solicitava ao candidato discorrer sobre as “relações de consumo”.
O texto selecionado a seguir foi divulgado pela FUVEST* como um dos exemplares de redações consideradas de bom nível.
Vamos analisá-lo a fim de observar o atendimento ao tema proposto, sua organização como gênero argumentativo (estru-
tura de dissertação), a adequação dos usos de linguagem.
Observação:
* A FUVEST é a instituição responsável pela realização dos vestibulares da Universidade de São Paulo. Disponível em http://
www.fuvest.br/vest2013/bestred/112436.html.

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Texto 3

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1. Qual a importância dos aspectos relativos à diagramação que se pode notar no texto 3?

2. A tese está expressa na introdução do texto 3? Justifique.

3. Quais as relações de causa-consequência que se pode ler no 1º § do texto?

4. A finalidade das perguntas retóricas ao final do 1º § - “Mas será que isto é verdade? Ou melhor, será que é toda a ver-
dade?” – é
(A) antecipar, pela dúvida, um contra-argumento.
(B) provocar no leitor incerteza sobre a tese defendida.
(C) refletir sobre o sentido de felicidade.
(D) introduzir reflexões de outras pessoas.

5. No 2º §, a citação de “shoppings centers” e de “financiamentos e créditos junto a instituições financeiras” para que as
pessoas possam “ter para ser” constituem argumentos por
(A) exemplificação.
(B) comprovação.
(C) raciocínio lógico.
(D) consenso.

6. Qual a função de “ na contramão desta realidade” e de “porém” no início do 3º §?

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7. A comparação entre épocas, no 4º §, é uma estratégia para argumentar? Explique

8. A citação de Rousseau, no 4º §, constitui um argumento


(A) por raciocínio lógico.
(B) de autoridade.
(C) por consenso.
(D) por comprovação.

9. No último parágrafo, o emprego de “então” destina-se a


(A) induzir o leitor a discordar do autor relativamente aos argumentos propostos.
(B) indicar uma conclusão coerente em relação à progressão temática no texto.
(C) reduzir o texto ao essencial, desprezando a argumentação feita sobre o tema.
(D) retificar o ponto de vista do autor do texto em relação ao título do texto.

10. É possível perceber no último parágrafo do texto a sugestão de uma proposta de intervenção? Justifique.

11. Considerados os aspectos analisados nas questões anteriores, o texto 3 revela domínio do gênero textual dissertação?
Explique.

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ATIVIDADE 5
A seguir, você vai estabelecer um paralelo entre os três textos estudados anteriormente, preenchendo um quadro-síntese.

De um texto ao outro
Texto Texto Texto
Critérios
1 2 3
Tema a) Atendeu ao tema
proposto, sem desvios.
b) Há coerência na
progressão temática.
c) Há título sugestivo
e adequado.

d) Apresenta um
ponto de vista /uma
tese.
e) Existem diferentes
tipos de argumentos
para sustentar o ponto
Composição (es- de vista/a tese.
trutura)
f) Utiliza estratégias
argumentativas (contra-
-argumentos, pergun-
tas retóricas, paralelo
entre épocas, pessoas
etc.).
g) A conclusão do
texto retoma a tese e
propõe solução.
h) Há adequada orga-
nização do texto em pa-
rágrafos.
i) Utiliza conjunções/
operadores argumen-
tativos adequados (co-
esão textual).
j) Estabelece rela-
ções semânticas ade-
quadas entre palavras e
Organização tex- expressões (clareza).
tual e Linguagem

k) Há bom uso do vo-


cabulário, sem clichês e
frases feitas.
l) Utiliza a modalida-
de escrita formal da Lín-
gua Portuguesa.
m) Há correção lin-
guística (gramatical).

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SISTEMATIZANDO APRENDIZAGENS
Nesta Sequência Didática, você continuou a refletir sobre os gêneros argumentativos: o artigo de opinião (textos 1 e 2) e a
dissertação escolar. Ambos os gêneros destinam-se a expor as opiniões e os posicionamentos de seus autores sobre os te-
mas tratados. Nos textos 1 e 2, tais temas foram de livre escolha de seus autores, que desejaram manifestar-se sobre eles,
dada a sua relevância social. No texto 3, diferentemente, o tema foi obrigatório, pois fazia parte de um exame de seleção
para o ensino superior, o vestibular da FUVEST.
Você também pôde retomar seus conhecimentos sobre o que é um artigo de opinião, em que o autor defende um ponto de
vista e quer provocar a reflexão de seus leitores para que concordem com ele. Pôde, ainda, aproximá-lo ao gênero disserta-
ção escolar, em relação à composição (estrutura) e à linguagem.
Observou que, geralmente, esses gêneros possuem títulos provocativos e interessantes, que, de certa forma, buscam sin-
tetizar o tema e o ponto de vista assumido sobre ele.
Percebeu, ainda, que a introdução do artigo de opinião e da dissertação escolar destina-se à propor o tema a ser abordado,
posicionando-se o autor sobre ele, com a apresentação de uma tese.
O desenvolvimento do artigo de opinião ou da dissertação escolar destina-se à apresentação de diversos tipos de argumen-
tos e de estratégias argumentativas que visam ao convencimento do leitor.
Em geral, no último parágrafo do texto, conclui-se, retomando a tese e apresentando uma possibilidade de solução, ou uma
proposta de intervenção que julga adequada ao problema discutido no texto.

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