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A TRILHA DA GRAMÁTICA

Amanda Ribeiro & Marcos Pacco


2ª Edição
Brasília/2020
2ª Edição – 10/2020
Brasília/DF

Editoração e Revisão
Marcos Pacco
@marcospacco.mp12

Ilustração*
Amanda Ribeiro
@amandinha_estudies

Textos e imagens
Mapear Português

Projeto gráfico e Capa


Rakell Simon
@rakellsimon

Direitos autorais
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Sabemos que este trabalho nem de longe substitui o estudo sistemático da Gramática
Whatsapp: +55 61 99870-8866 realizado nas escolas e nos cursos preparatórios! Se conseguirmos, por meio do nosso
perfil e deste livro, pelo menos despertar nossas crianças e nossos adolescentes para
o estudo da nossa Língua e levá-los a construírem seus próprios mapas, nosso objetivo
já terá sido alcançado .
Dedicatória

A Deus, por ter feito um sonho se tornar realidade em minha vida, por
me conceder o privilégio de alcançar vidas por meio do meu perfil e ajudá-
las a alcançarem seus objetivos. À minha mãe, Renata, e ao meu pai, Pacco,
por me apoiarem em todos os meus projetos e sonhos. Sem vocês, eu não
teria alcançado tudo o que alcancei. Amo vocês. À minha irmã, Ana Júlia,
que sempre acreditou em mim e me fez superar desafios. Sem o apoio
dela talvez eu não fosse hoje tão determinada. Aos meus professores, que
me ensinaram grande parte do que sei hoje, não só sobre matérias, mas
também sobre a vida! Em especial, às professoras Naeje, Cátia, Angélica,
Erô, Mirian e Rakell. Aos meus queridos seguidores do Insta; vocês são d+.

Amanda

Ao Mestre dos mestres, Jesus Cristo, meu amigo, meu Senhor e meu
Salvador. À minha esposa, Renata, por acreditar que poderíamos fazer algo
criativo, inovador e útil para as pessoas. Você, de fato, tem visão de futuro!
À minha autora e influenciadora digital preferida, minha filha Amanda.
Obrigado pelas ideias, pelo capricho (sua marca registrada desde o berço),
pela sensibilidade e por ter suportado meu perfeccionismo. À minha caçula,
Ana Júlia, pelo incentivo, pela torcida e por tantas vezes me fazer sorrir. Aos
meus alunos e agora aos meus seguidores; na verdade, mais da Amanda do
que meus (risos). Amo a todos vocês!

Pacco
Sobre este livro

Queremos convidar você para uma aventura! O roteiro já está definido;


os mapas que nos indicarão, com precisão, todos os pontos pelos quais
devemos passar já estão prontos! Se aceitar nosso convite, você conhecerá,
no caminho, vários personagens que nos farão companhia nessa aventura
incrível pelas montanhas e cachoeiras do conhecimento! Quer vir conosco?
Então prepare sua mochila que a Trilha da Gramática vai começar!
Nossa aventura terá três jornadas, e em cada uma delas teremos que
desvendar os segredos de cerca de 40 mapas do tesouro, os mapas mentais
criativos. Com eles, não ficaremos perdidos na floresta!
A primeira jornada, que está completa neste livro-curso, começará no
conceito de Gramática (fase 1) e terminará nos Processos de Formação de
Palavras (fase 42). No percurso, enfrentaremos vários desafios, como os
pronomes e os verbos, os adjetivos e as preposições, o uso do hífen e o uso
dos porquês.
Para cada mapa, temos uma explicação anterior, que nós chamamos de
resumo teórico. Na verdade, esse resumo explica alguns detalhes do mapa e
acrescenta informações importantes. Então, nessa viagem você deve manter
consigo tanto o manual de instruções (o resumo teórico) quanto o mapa (o
mapa mental criativo). Um complementa o outro. Ambos serão sua bússola!
Quando completar a jornada, você ganhará um troféu de muito valor:
dominará os elementos básicos da Fonologia, da Morfologia e alguns
elementos da Sintaxe. Ainda não sabe o que é isso? Não tem problema:
você aprenderá no nosso segundo mapa! Tenha certeza de uma coisa: cada
fase valerá a pena: você desvendará os mistérios da nossa Língua de uma
forma surpreendente!
Bom, coloque muita coragem e disposição na mochila, porque já vamos
entrar na Trilha. E não se esqueça de compartilhar conosco, nas redes sociais
do Mapear Português, suas impressões e experiências nesta jornada.
Um abraço dos seus novos amigos de aventura:

Amanda e Pacco
A Turma do Mapear
Índice

Mapa da Trilha 9 Preposição 53


Mapa 22:
Mapa 1: O que é Gramática 11 Mapa 23: Transitividade Verbal 55
Mapa 2: As partes da Gramática 13 Mapa 24: Complementos Verbais 57
Mapa 3: Sons e Letras 15 Mapa 25: Verbos de Ligação 59
Mapa 4: Encontros Vocálicos 17 Mapa 26: Pronomes Pessoais 61
Mapa 5: Encontros Consonantais 19 Mapa 27: Pronomes Demonstrativos 63
Mapa 6: Dígrafos 21
Mapa 28: Classificação da Partícula A 65
Mapa 7: Acentuação Gráfica 23 Mapa 29: Pronome Relativo 67
Mapa 8: Uso do Hífen: Regra Geral 25 Mapa 30: Emprego dos Pronomes Relativos 69
Mapa 9: Uso do Hífen: Casos Particulares 27
Mapa 31: Pronomes Possessivos 71
Mapa 10: As 10 Classes de Palavras 29
Mapa 32: Pronomes Indefinidos 73
Mapa 11: Como Identificar as Classes Gramaticais 31
Mapa 33: Emprego de BASTANTE 75
Mapa 12: Substantivo 33
Mapa 34: Pronomes Interrogativos 77
Mapa 13: Classificação dos Substantivos 35
Mapa 35: Uso dos Porquês 79
Mapa 14: Artigo 37
Mapa 36: Verbos: Modos e Tempos 81
Mapa 15: Numeral 39
Mapa 37: Modo Indicativo 83
Mapa 16: Adjetivo 41
Mapa 38: Há e A 85
Mapa 17: Plural dos Adjetivos Compostos 43
Mapa 39: Modo Subjuntivo 87
Mapa 18: Plural dos Substantivos Compostos 45
Mapa 40: Modo Imperativo 89
Mapa 19: Pronome 47
Mapa 20: Verbo 49 Mapa 41: Estrutura das Palavras 91
Mapa 21: Termos Essenciais da Oração 51 Mapa 42: Processos de Formação de Palavras 93
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 9
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M apear Português

O que é Gramática?

Muitas vezes pensamos que gramática é um livrinho cheio de regras


que nunca vamos conseguir dominar, não é mesmo?

Mas não é nada disso! Ufa! Na verdade, todos nós temos uma
gramática interna, que vai desenvolver-se de acordo com a cultura em que
estivermos inseridos. Observe que mesmo uma pessoa que não tenha tido
a oportunidade de ir à escola consegue se comunicar por meio da nossa
Língua. Isso ocorre porque ela desenvolve sua competência linguística pela
interação com os pais, com os familiares, com os amigos.

Ora, se nós já nascemos com essa “gramática interna”, por que


precisamos estudar Gramática?

Neste mapa, mostramos pelo menos três conceitos de Gramática.


E o que há em comum entre eles? A clareza de que conhecer os elementos
e os processos gramaticais nos possibilita uma comunicação mais eficaz e
criativa por meio da nossa Língua.

A Gramática que estudamos na escola – que é exigida na comunicação


oficial, no ENEM, em vestibulares ou em concursos – é a Gramática
Normativa. Ela de fato, é um conjunto de prescrições e regras que
determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada. Nosso
objetivo, com esse livro de mapas, resumos e esquemas, é ajudar você a
dominá-las.

Estudar Gramática pode ser muito divertido. Vamos juntos?

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 11
M apear Português

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Nós vamos ajudar você! Neste primeiro volume da coleção MAPEAR,
vamos falar de Fonologia, de Morfologia e um pouco de Sintaxe.

As partes da Gramática

Muita gente nos pergunta: “Por onde devo começar a estudar


Gramática?” Entendemos que, primeiramente, é fundamental conhecer
as três partes que a compõem. Criamos, então, o triângulo FOMOSIN, que
representa essas três partes:

FO = Fonologia: estuda os SONS das palavras (os fonemas);


MO = Morfologia: estuda a FORMA, a CLASSE das palavras;
SIN = Sintaxe: estuda a ORDEM, a POSIÇÃO das palavras na frase;
estuda a RELAÇÃO entre as palavras na oração e, principalmente,
a FUNÇÃO que as palavras e as orações exercem nos períodos de
um texto.

Existem duas áreas linguísticas que têm profunda relação com a


Gramática:

1) Semântica: estuda os significados literais e contextuais das


palavras. São objetos de estudo da Semântica, por exemplo, os
sinônimos (palavras com significado semelhante – alegria e
prazer), os antônimos (palavras com significado oposto – alegria e
tristeza), os homônimos (palavras com grafia ou pronúncia iguais
e significados diferentes – cela, sela) e os parônimos (palavras
parecidas na grafia e na escrita e com significados diferentes –
retificar e ratificar).
2) Estilística: estuda os recursos de expressividade da língua e as
formas utilizadas para se dar um tom artístico ou expressivo ao texto.
São exemplos de recursos estilísticos as figuras de linguagem.

Agora que você já conhece as três partes da Gramática e as duas


áreas linguísticas que têm relação com ela, que tal se aprofundar em cada
uma delas?

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M apear Português

Existem três tipos de fonemas:

1) vogais - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente dos


pulmões que passa livremente pela cavidade oral (boca) e pela cavidade
nasal (nariz). Existem sete vogais orais e cinco vogais nasais, que são
Sons e Letras
representadas pelas letras a, e, i, o, u.
• vogais orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/
• vogais nasais: /ã/, /e/, ~ /õ/, /u/.
~ /i/, ~ A nasalidade pode ser representada
Muito antes de aprendermos a escrever, aprendemos os sons das pelo sinal ~ (til) ou pelas letras consoantes m e n em final de sílaba.
palavras. Por exemplo, uma das primeiras palavras que aprendemos
é “mamãe”. Essa palavra é formada por 5 sons que se juntam para 2) consoantes - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente
produzir um sentido, um significado. Cada um desses sons é chamado dos pulmões que encontra obstáculos na sua passagem pela boca ou
de fonema. O fonema é a menor unidade de som distintiva de uma pelo nariz; são dependentes de uma vogal para serem pronunciados.
língua, ou seja, o menor som pelo qual podemos diferenciar palavras. Existem 21 consoantes (b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z)
Veja:
3) semivogais - são sons que se assemelham às vogais e às
/saco/ /sapo/ /papo/ /pato/ /mato/ /mito/ consoantes; passam livremente pelas cavidades bucal ou nasal, porém
também precisam de uma vogal na sílaba, ou seja, são sons fracos, que não
Uma criança consegue diferenciar esses sons na fala muito antes de têm independência. São semivogais /i/ e /u/, e podem ser representadas
aprender a escrever. Depois de um tempo — normalmente quando vai para pelas letras i, u, e, o.
a escola ou é alfabetizada em casa —, aprende que existe uma forma de
representar os sons: as letras ou grafemas. /pai/ /mau/ /mãe/ /mão/

As letras são representações visuais dos sons da língua. Na nossa As sílabas são um fonema vocálico ou um grupo de fonemas diversos
Língua, temos 26 letras, que formam o nosso alfabeto. De uma maneira pronunciados de uma vez. Não existe sílaba sem vogal, assim como não
simples, podemos dizer que são símbolos, códigos, desenhos. Cada existe sílaba com mais de uma vogal.
letra representa um som (fonema), mas há casos em que o som é
representado por duas letras (dígrafos), um caso em que uma letra /a-mor/, /ru-a/, /Pi-au-í/, /tungs-tê-ni-o/
representa dois sons (dífono) e alguns casos em que o mesmo som é
representado por letras diferentes. Veja: É importante saber tudo isso, porém o que mais importa é conhecer
as palavras. As palavras são a unidade básica de comunicação. São
/casa/ /exato/ /zebra/ formadas por fonemas, sílabas e letras que nos levam a um significado.

Observe, nos exemplos acima, que o som /z/ é representado por três Nossa aventura pela Trilha está apenas no começo! Ainda temos muito
letras diferentes: s, x, z, o que pode gerar muitas dificuldades na hora de a desvendar sobre as palavras!
escrever. Por isso é importante ler bastante e estudar ortografia (a forma
correta de se escrever as palavras). Vamos, juntos, conhecer a Trilha da Gramática!

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M a p ea r Por t ugu ês

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M apear Português

a palavra. Ou seja, escrevemos de uma forma, mas pronunciamos de


outra forma. A classificação do ditongo leva em conta a forma como
pronunciamos. Temos, portanto, um ditongo nasal decrescente.

~ ~
ninguém = ni/gei
Encontros Vocálicos
3. Hiato: essa palavra tem um significado interessante — lacuna,
abertura. Na gramática, é o encontro de duas vogais em sílabas separadas,
Você sabia que muitas vezes as vogais se encontram com outras ou seja, existe uma lacuna entre elas:
vogais ou semivogais na mesma sílaba ou em sílabas separadas? Esses
encontros são chamados de encontros vocálicos. Eles se classificam de /po-e-ta/ /ca-í-mos/ /ru-im/ /ca-a-tin-ga/
três formas:
Por que é importante conhecermos os encontros vocálicos?
1. Tritongo: significa, de forma literal, três sons. Ocorre quando uma Principalmente por dois motivos:
semivogal, uma vogal e outra semivogal se encontram na mesma sílaba.
1) para separar adequadamente as palavras na translineação (quando
/Uruguai/ /saguão/ passamos de uma linha para outra no texto);
2) para fazer a acentuação gráfica correta de algumas palavras
2. Ditongo: literalmente, significa dois sons. Ocorre quando uma vogal
(veremos esse assunto mais à frente).
e uma semivogal se encontram na mesma sílaba. De acordo com a ordem
desses sons na sílaba, o ditongo se classifica em:
Bom, agora para você memorizar com mais facilidade, veja as letras que
estão nos balões que o casal está segurando: TDH, um acróstico para nos
a) ditongo crescente: o som vai do mais fraco (semivogal) ao mais
lembrarmos dos três encontros vocálicos — Tritongo, Ditongo e Hiato.
forte (vogal).

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Esperamos que você tenha gostado! Vamos continuar nossa Trilha?
/cárie/ /armário/

b) ditongo decrescente: o som vai do mais forte (vogal) para o mais


fraco (semivogal).

/mamãe/ /papai/

Os ditongos também podem ser orais (os sons saem apenas pela
boca — pai, rói, céu) ou nasais (saem pela boca e pelo nariz — mãe, pão,
ninguém).

Observe que na palavra ninguém, citada acima, a letra “m” funciona


como um sinal de nasalidade e surge a semivogal “i” quando pronunciamos

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M apear Português

Não podemos, também, confundir encontro consonantal com dígrafo


consonantal: no encontro consonantal temos dois sons consonantais
diferentes; no dígrafo, temos um único som, porém representado por duas
letras. Vamos ver?
Encontro Consonantal
cacto = cac-to = encontro consonantal
exceção = ex-ce-ção = dígrafo consonantal

Já estudamos que existem sons vocálicos (formados por vogais e Devemos, também, evitar um erro muito comum: M e N ao final de
semivogais). Agora vamos estudar os sons consonantais. As palavras, sílabas não são sons consonantais — funcionam simplesmente como
unidades básicas de comunicação, são formadas por fonemas ou sinais de nasalidade. Fazem parte de dígrafos vocálicos ou ditongos. Veja:
agrupamento de fonemas (sílabas). Não existem sílabas sem vogais;
normalmente as sílabas são formadas por vogais e consoantes. Numa samba = /sam-ba/ = /s/ã/b/a ~ ~
ninguém = /nin-guém/ = /n/i/g/e/i/
palavra, pode haver encontros vocálicos ou encontros consonantais.
Nessas palavras, não temos encontro consonantal, porque a letra M,
Os encontros consonantais são agrupamentos de consoantes neste contexto, não representa um som: simplesmente transmite uma
em sequência na palavra; podem fazer parte da mesma sílaba ou não. nasalidade para a vogal anterior; tanto é assim que temos apenas quatro e
Classificam-se em: cinco fonemas, respectivamente, que seriam assim representados:

• encontros perfeitos, próprios ou puros: as consoantes ficam na ~ ~


/s/ã/b/a /n/i/g/e/i/
mesma sílaba e geralmente contém “l” ou “r”. Na separação silábica,
eles devem ficar juntos:
Parece um pouco difícil, não é mesmo? Mas são detalhes importantes
da nossa Língua que precisamos conhecer!
pra-to, Plu-tão, fra-se, Cló-vis.

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Existem muitos desafios nesta Trilha, mas vamos vencê-los!
• encontros imperfeitos, impróprios ou disjuntos: são as
consoantes que se encontram na palavra, mas na separação
silábica ficam em sílabas diferentes:

sus-to, ad-mi-nis-trar

É importante observar que numa mesma palavra podemos ter


encontros perfeitos e imperfeitos, como é o caso da palavra plástico:
/plás-ti-co/

Uma consoante não tem independência fonética, ou seja, não pode ser
pronunciada isoladamente. Portanto, na separação silábica, ela não pode
ficar sozinha na sílaba: pneu, mne-mô-ni-co.

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Em todas elas, a letra consoante m não está iniciando uma sílaba (se
isso acontecesse, ela representaria um fonema). Considere o som dessas
palavras. Elas poderiam ser assim representadas:

~ ~ ~
Dígrafos sãba tepo lipo põbo bubu

Sabemos que elas não são escritas dessa forma, porque nossa Língua
tem uma convenção ortográfica (um acordo) que leva em consideração
Vamos agora passar por mais uma fase da nossa incrível aventura. a origem das palavras e a tradição de como elas foram escritas. Mas,
Estamos estudando Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda considerando apenas o som, a letra m — presente em todas essas palavras
os sons da língua. Já aprendemos sobre sons e letras. Vimos, por exemplo, — tem exatamente o mesmo valor do sinal de nasalidade til. Claramente
que o fonema é a menor unidade distintiva de uma palavra. Quando percebemos, portanto, que essas palavras têm apenas quatro sons. Como
pronunciamos sapo e saco, observamos que o que diferencia tais palavras os encontros am, em, im, om e um representam um único som, temos aí os
é apenas um som consonantal. Aprendemos também que vogais e dígrafos vocálicos.
semivogais podem se encontrar numa sílaba; que também há encontros
consonantais, consoantes que se encontram na mesma sílaba ou em Além desses grupos vocálicos, temos aqueles com valor consonantal.
sílabas separadas. Observe as palavras chave e xale. O som inicial dessas palavras é o mesmo,
porém são escritas de formas diferentes: o fonema Inicial dessas palavras é
Normalmente, uma letra representa um único som, porém temos na representado no primeiro caso pelo encontro ch e no segundo caso pela letra
nossa Língua um fenômeno fonético chamado dígrafo. Essa palavra é a x. Dizemos portanto que o ch é um dígrafo consonantal, já que representa
junção do prefixo “di”, que significa “dois”, mais o radical “grafo”, que de uma um único som com valor de consoante.
maneira simples significa grafema ou letra; portanto, dígrafos são duas
letras que representam um único som (fonema). Existem 10 dígrafos Existem 11 dígrafos consonantais e, na separação silábica, cinco deles
vocálicos e 11 dígrafos consonantais. são inseparáveis: ch, lh,nh,qu, gu.

Os dígrafos vocálicos são formados pelo encontro das vogais a, e, i, Então é isso, pessoal. Nosso cachorrinho Dig Dig tem esse nome
o, u com as letras consoantes m e n em final de sílabas. Nesse caso, tais porque queremos que você se lembre de que existem dois tipos de dígrafos:
letras consoantes não funcionam como consoantes, mas como sinais de dígrafos vocálicos e dígrafos consonantais. Alíás, quantos dígrafos
nasalidade. Observe as seguintes palavras: existem na frase “Esse é o DIG DIG, um cachorrinho lindo e mansinho”?
Quem respondeu 8 acertou!!
samba tempo limpo pombo bumbo

O que há de comum entre elas? As cinco possuem cinco letras e quatro Esperamos que você esteja feliz nessa Grande Aventura. Até a próxima
sons (fonemas). Todas elas podem ser divididas em duas sílabas: fase.

sam-ba tem-po lim-po pom-bo bum-bo

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M apear Português

No nosso resumo, indicamos 5 REGRAS de ACENTUAÇÃO. As


três primeiras têm a ver com as palavras oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas. As outras duas são casos especiais. Criamos uma
forma fácil de você memorizá-las: o mnemônico OPA! PRO HIATO TEM
DIFERENCIAL, que significa:
Acentuação Gráfica
O – Oxítonas: a, e, o - (s), em, ens
Vamos continuar nossa jornada conversando sobre um assunto PA – Paroxítonas: as não terminadas como as anteriores
de Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda os sons das PRO – Proparoxítonas: todas
palavras. HIATO – regra específica para acentuação das vogais I e U, quando
sozinhas na sílaba ou seguidas de “s”. Lembrando que hiato é o encontro
A acentuação gráfica trata dos sinais gráficos que nos indicam a de vogais em sílabas separadas. Observe, porém, que, se as vogais I e
pronúncia das palavras na nossa Língua. U estiverem antecedidas por ditongos em palavras paroxítonas, não
receberão acento: Exemplos: ba-ú, I-ta-ú, ba-la-ús-tre, a-ça-í, Ju-í-na,
Temos apenas dois acentos gráficos propriamente ditos: o agudo (´) e con-tri-bu-ís-te (hiatos com acento); fei-u-ra, bai-u-ca, Bo-cai-u-va
o circunflexo (^), que têm como principal função indicar a sílaba mais forte (hiatos sem acento)
(a tônica) e se o som da vogal é aberto ou fechado. O acento grave (`) não
indica a sílaba tônica e é chamado de sinal indicativo de crase (assunto que TEM DIFERENCIAL – os casos das palavras que recebem acento
estudaremos em outra oportunidade). O til (~) também não é considerado gráfico para serem diferenciadas quanto à classe gramatical e o sentido.
um acento, e sim um sinal de nasalidade, ou seja, um indicador de que o
som sairá também pelo nariz. Ex.: Vou pôr o livro na estante. (verbo)
Vou por outro caminho. (preposição).
Então, depois de entendermos quais são os acentos e para que eles
servem, precisamos lembrar a classificação das palavras quanto à posição #ficaadica
da sílaba tônica, ou seja, da sílaba mais forte. De acordo com esse critério, O Novo Acordo Ortográfico de 1990 não cita, no conjunto das regras
as palavras podem ser: de acentuação, uma regra muito comum: as paroxítonas terminadas
em ditongo crescente. Na verdade, ele coloca tais palavras na regra
1) Oxítonas: a sílaba mais forte é a última. Ex.: sofá, acarajé, tatu, fé, das proparoxítonas e as considera proparoxítonas aparentes.
açaí, cipó, caju... Exemplos: co-lé-gi-o, ar-má-ri-o, san-dá-li-a, A-mé-li-a.
2) Paroxítonas: a sílaba mais forte é a penúltima. Ex.: cadeira, copo,
livro, fácil, táxi...
3) Proparoxítonas: a sílaba mais forte é a antepenúltima. Ex.: médico,
côncavo, colégio...

É importante saber que a maioria das palavras têm acento tônico,


mesmo que não tenham acento gráfico. Acento tônico é a mesma coisa que
sílaba tônica: sol, caju, trovão, sozinha, retrato.

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 23
M apear Português

1) Se o primeiro elemento terminar com uma letra igual à letra que


inicia o segundo elemento, os dois elementos devem ser separados por
hífen no composto: “iguais se separam”. Veja os exemplos:

Uso do Hífen — Regra Geral micro-ondas anti-inflamatório super-resistente

Observe que o primeiro elemento, nos três casos, termina com uma
letra que é igual à que inicia o segundo elemento. Dessa forma, devem ser
Na Língua Portuguesa, temos palavras primitivas ou derivadas, simples separados.
ou compostas. Palavras primitivas são aquelas que nasceram primeiro e dão
origem a outras (chamadas derivadas). Derivadas são aquelas formadas, 2) Se o primeiro elemento terminar com uma letra diferente daquela
normalmente, a partir do acréscimo de um elemento significativo, chamado que inicia o segundo elemento, os dois elementos se atraem, ou seja, não
de prefixo (quando vem antes) ou sufixo (quando vem depois do radical). podem ser separados por hífen: “diferentes se atraem”.
As palavras simples são aquelas que têm apenas um radical, ou seja,
uma base de significação; já as palavras compostas possuem mais de um micronutriente anticoncepcional superinteressante
radical e podem ou não estar ligadas entre si por hífen.
É importante notar que quando houver a junção de alguma vogal com
Entre os usos do hífen, com certeza se destaca a formação de palavras as consoantes r ou s, deveremos dobrar a consoante, ou seja, usá-la de
compostas. Tais palavras são formadas pela junção de outras duas forma duplicada:
palavras ou pela junção de um prefixo ou falso prefixo ao radical. Existem
muitas particularidades para o uso do hífen, por isso teremos dois mapas antissocial autossabotagem autorretrato
para tratar desse assunto. Aqui vamos tratar de duas regras gerais que vão
ajudar você a ter muita segurança na hora de empregar esse sinal. Essas duas regrinhas vão servir para a maioria dos casos: iguais
se separam e diferentes se juntam. Porém, na Língua Portuguesa,
De forma geral, o uso do hífen depende de como termina a primeira normalmente temos exceções, chamadas de casos particulares. É o que
palavra do composto e de como começa a segunda palavra. Por exemplo, veremos na próxima fase da Trilha, isto é, no próximo mapa.
a palavra autoescola é formada pelos elementos auto e escola; o primeiro
elemento termina na vogal “o” e o segundo começa pela vogal “e”. Você Mas, antes disso, tenha cuidado com esta exceção: com os prefixos
pode considerar o seguinte: iguais se separam e opostos se atraem! CO, RE, PRO, os dois elementos do composto estarão juntos, mesmo que
Quando falamos “opostos”, estamos querendo apenas associar essa regra o segundo deles comece com uma vogal igual à vogal final desses prefixos.
a uma expressão popular— opostos se atraem —, mas considere no lugar Veja:
da palavra “opostos” a palavra diferentes, ou seja, diferentes se atraem.
Como assim? coobrigar reenviar proótico

Bom, podemos dizer que existem duas regras que, de modo geral, Um abraço. A gente se encontra na próxima fase!
resolvem quase todos os casos:

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M a p ea r Por t ugu ês

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M apear Português

Muito BEM, EM, EM, EM, EM! índio TUPI não quer pão e circo na
fauna e na flora!

1. sufixos de origem TUPI (açu, guaçu, mirim)


Uso do Hífen – Casos Particulares 2. prefixos PAN, CIRCUM
3. advérbio BEM
4. prefixos terminados em EM: RECÉM ALÉM, SEM, AQUÉM
(acróstico RASA)
Às vezes, a gente chega a pensar que precisa ser um super-homem ou 5. nomes da zoologia ou da botânica
uma mulher-maravilha para lembrar tantas regrinhas de Português, não é
mesmo? jacaré-açu Guajará-mirim pan-americano
circum-navegações bem-humorado recém-casado
Por isso criamos um personagem inspirado no Super-Homem: sem-terra erva-doce tatu-bola
o Super-Hífen. Ele vai nos ajudar a lembrar os 10 principais casos
particulares, ou seja, as 10 principais exceções ao uso do hífen. Esses casos Sabemos que vai dar um pouco de trabalho vencer todos os desafios
estão relacionados, em sua maioria, a prefixos que devem ser separados desta fase da Trilha, mas vai valer a pena! Com este mapa, encerramos um

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por hífen. Para você memorizar com mais facilidade, dividimos em dois ciclo que tem a ver com Fonologia e Ortografia. Vamos, agora, rumo a uma
grupos. O primeiro grupo é representado por um mnemônico esquisito: grande aventura: a casa das palavras!

Prefeito H, da sub-região, é um mal ex-vice do PPP

Com isso, você memoriza o primeiro grupo com cinco primeiros prefixos
que devem ser separados por hífen.

Pref H = qualquer prefixo + palavra iniciada por H


Sub R = prefixo SUB + palavra iniciada por R
MAL = advérbio MAL + qualquer vogal
EX VICE = prefixos EX e VICE são sempre separados
PPP = prefixos PRÉ, PRÓ, PÓS acentuados são sempre separados

super-higiênico sub-regional mal-amado ex-jogador


vice-presidente pré-candidata pró-animais pós-moderno

O segundo grupo contém prefixos e pode ser memorizado pelo


mnemônico:

26 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 27
M apear Português

Já o advérbio, que é uma das classes invariáveis (A CPI), estabelece


relação de sentido com o verbo, mas pode se relacionar, também, com
adjetivos e com outros advérbios. Em alguns casos, pode mudar o sentido
de uma frase inteira.
As 10 Classes de Palavras
Ana canta bem.
Ana canta muito bem!
Ana chegou mais feliz.
Somos apaixonados por esta casinha. Eu (Amanda) já fiz esse desenho Atualmente algumas pessoas estão em quarentena.
várias vezes! Essa é a CASA DAS DAS PALAVRAS, a casa das classes
gramaticais. Se você não sabe por onde começar a estudar Morfologia, E quanto à CPI? (calma, não se trata de comissão parlamentar de
fica a dica: comece pelas classes gramaticais. Aprenda a diferenciar, por inquérito rsrsrs). Trata-se de classes invariáveis. Não estabelecem relação
exemplo, substantivos de adjetivos; artigo de preposição; pronome de direta com nenhuma das outras classes. Mas são muito importantes,
advérbio. Saber identificar as classes num texto é o início de tudo. principalmente as conjunções (que ligam termos, orações e estabelecem
diversas relações de sentido) e as preposições (que ligam palavras e
Existem cerca de 500.000 palavras na nossa Língua. E cada uma delas estabelecem relações de sentido na frase). As interjeições servem para
pertence a uma das 10 classes gramaticais (grupos). Numa linguagem expressar, de modo vivo, as emoções e é uma classe independente, ou seja,
figurada, cada palavra pertence a uma “tribo”! não tem praticamente nenhuma relação com as demais. Veremos exemplos
dessas classes posteriormente.
Existem três colunas nessa casa gramatical:
Bom, temos muito trabalho pela frente! Este mapa serve apenas para

Scanned by CamScanner
1ª: classes variáveis que se referem ao substantivo: ANAP.
dar uma ideia geral das classes. Teremos que estudar uma a uma para
2ª: classes variáveis principais: o verbo e o substantivo: VS.
concluir A Trilha da Gramática.
3ª: classes invariáveis: advérbio, conjução, preposição e interjeição: A CPI.

Por que destacamos, no meio da casa, VS (verbo e substantivo)? Porque


são as duas classes mais importantes. Praticamente, toda a gramática gira
em torno dessas duas classes.

Por exemplo, ANAP (artigo, numeral, adjetivo, pronome) só existem


por causa do substantivo. Essas classes (ANAP) servem para indicar o
gênero (masculino ou feminino), o número (singular ou plural) do substantivo
e expressar inúmeras ideias em relação a ele (qualidade, característica,
posse, indefinição, quantidade etc.). São chamadas de determinantes e
modificadores de substantivo.

Os meus dois amigos mais próximos viajarão comigo.

28 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 29
M apear Português

Pelo critério da ideia, as palavras são muito semelhantes, pois ambas


podem ser consideradas qualidade. Há uma pequena diferença, que
poucas pessoas percebem: “inteligência” dá nome a uma qualidade, a algo
que existe de forma abstrata, já “inteligente” é uma característica atribuída
a algo ou alguém.
Como Identificar as Classes Gramaticais
Pelo critério da variação, podemos notar outra diferença: os adjetivos
possuem a variação em grau superlativo, que serve para intensificar,
Já aprendemos que nossa casa gramatical tem 3 colunas: as 4 classes amplificar o sentido de uma palavra; os substantivos não possuem essa
variáveis “coadjuvantes”; as 2 classes variáveis “protagonistas”; e as 4 classes variação.
invariáveis. Existem cerca de 500.000 palavras no nosso idioma, apesar de
Maria é inteligentíssima.
utilizarmos no máximo 10.000 desse conjunto. Cada uma delas, geralmente,
(grau superlativo absoluto sintético do adjetivo)
pertence a uma classe gramatical. Mas como podemos identificar a classe
de cada palavra? Maria é muito inteligente.
(grau superlativo absoluto analítico do adjetivo)
Normalmente as pessoas classificam as palavras pela IDEIA que
elas expressam. O problema é que esse critério, sozinho, tem falhas. Por Maria é muito inteligência.
exemplo: as palavras “inteligência” e “inteligente” indicam qualidade. Na (esta frase estaria incorreta, porque naturalmente o substantivo não aceita o grau
escola, aprendemos que adjetivo é a palavra que indica qualidade. Mas superlativo).
“inteligência” é substantivo e “inteligente” é adjetivo. E agora? O ideal é
seguir TRÊS critérios para definir a que classe pertence uma palavra: O que nós quisemos demonstrar a você com essa análise? A forma
mais segura de comparar as palavras e definir a que classe elas pertencem
Relação + Ideia + Variação (RIV) é observá-las pelos critérios R + I + V e não apenas pela ideia. No início,
isso pode dar muito trabalho! Com o tempo se torna algo simples de fazer.
Você gosta de Matemática? Vamos criar uma equação para representar
os três critérios: R + I + V= X, em que R é a relação que uma palavra #ficaadica
estabelece com outra na frase, I é a ideia que a palavra transmite, V são as
possíveis variações que a palavra pode sofrer na sua forma e X é a classe Uma palavra pode pertencer a mais de uma classe? A resposta é
gramatical. SIM!

Vamos analisar as palavras inteligência e inteligente? Na frase “Sabemos que a vida está sujeita a problemas”, temos
duas ocorrências da partícula a. Mas, pelos critérios da relação e
Pelo critério da relação, já se nota a diferença entre as palavras. da variação, você já pode perceber que elas têm classificações
Podemos falar “Maria é inteligente”, mas soa muito estranho falar “Maria é diferentes: a primeira é artigo e a segunda é preposição. Segure a
inteligência”. Por que soa estranho? Porque normalmente um substantivo ansiedade que vamos estudar esse assunto mais para a frente!
não qualifica o outro e nessa frase tanto “Maria” quanto “inteligência”
são substantivos. Já na frase “Maria é inteligente”, não há nada estranho: a
palavra “inteligente” estabelece uma relação natural com “Maria” e indica Uau! Você já passou por 11 fases da Trilha! Comemore!!!!
uma qualidade dela.

30 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 31
M apear Português

concreto. Ao mesmo tempo, o substantivo quebra-cabeça é formado


pela junção de duas palavras; portanto dizemos que é um substantivo
composto. Se fosse apenas uma palavra, seria chamado de substantivo
simples.
Substantivos
Mas o que importa mesmo é que o substantivo (o verbo também)
sempre é a palavra mais importante numa expressão. Por isso dizemos que
ele tem uma função NUCLEAR. Olhe esta frase:
As duas classes mais importantes são os substantivos e os verbos.
As minhas duas melhores amigas viajaram.
Vamos aprender hoje um pouco mais sobre SUBSTANTIVOS?

Todas as palavras da frase obrigatoriamente concordam em número


A palavra substantivo veio de SUBSTÂNCIA. Os latinos chamavam de
com o substantivo “amigas” e a maioria concorda em gênero.
SUBSTANTIVO tudo aquilo que tivesse uma substância, uma essência.
Claro que aí cabiam apenas os substantivos concretos, como pessoas,
As palavras que antecedem o substantivo “amigas” pertencem ao
coisas, objetos etc. acróstico ANAP – artigo, numeral, adjetivo e pronome. Essas classes que se
referem ao substantivo são os elementos determinantes ou modificadores.
Com o tempo, percebeu-se que algumas coisas existiam, mas não eram
tangíveis, concretas. Daí surgiu o conceito de substantivos abstratos – que É importante, também, conhecer as flexões (variações) do substantivo.
não podem ser vistos, tocados ou mensurados. São normalmente ações Ele muda de acordo com:
(chegada, fiscalização, implantação), sentimentos (amor, paz, harmonia)
e ideias (imaginação, beleza, ética). • gênero (masculino e feminino): cidadão/cidadã
• número (singular e plural): papel/papéis
Tudo o que existe tem um NOME. Portanto, substantivo é a palavra • grau (aumentativo e diminutivo): homenzarrão/homenzinho
que dá NOME aos seres, a tudo o que você vê, ouve, sente ou imagina.
Quer saber se uma palavra é um substantivo? Veja se ela aceita
Os substantivos também podem ser classificados de acordo com facilmente a anteposição de um dos artigos: o, os, a, as, um, uma, uns,
a ideia que expressam e com o processo de formação. Veremos isso umas.
com mais detalhes na próxima fase. Mas, antes disso, vejamos aqui
resumidamente: Vamos continuar na Trilha! Na próxima fase, estudaremos a
classificação dos substantivos.
Ele trouxe o quebra-cabeça.

Nessa frase, temos claramente um substantivo: quebra-cabeça.


Essa palavra faz referência a um objeto, ou seja, a algo concreto, tangível,
mensurável. De uma maneira simples, indica algo que pode facilmente ser
visto ou tocado, algo que tem natureza independente, pois não precisa da
nossa imaginação para existir. Então dizemos que se trata de um substantivo

32 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 33
M apear Português

• A palavra quero-quero, por exemplo, se classifica como substantivo


concreto (tem natureza independente – é uma ave); comum
(porque dá nome a uma espécie); e composto (porque é formado
pelo processo de composição – junção de duas palavras).
Classificação dos Substantivos

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Então é bom ficar atento: uma mesma palavra pode ter diversas
classificações quanto à forma e à ideia que expressa.

Tudo bem? Agora que já sabemos o que são substantivos, vamos


estudar a classificação deles quanto à ideia que expressam e ao processo
de formação.

Antes, vamos explicar nosso mnemônico (técnica de memorização):


CASC DP PCC. Em algumas regiões do país, existe, na linguagem popular,
o verbo cascar, no sentido de sair, “dar o fora”, “vazar”. Daí nosso acróstico
CASC. Já o DP pode ser a abreviação de Delegacia de Polícia. E PCC é um
grupo criminoso conhecido.

Como já falamos, a técnica de ASSOCIAÇÃO – que nos ajuda a lembrar


o conteúdo – às vezes ocorre com expressões sem muito sentido. Foi o que
fizemos aqui: CASC pra DP, PCC!!!

Vamos voltar agora à explicação da matéria.

• Quanto à ideia, o substantivo pode ser concreto ou abstrato,


comum ou próprio, e coletivo.
• Quanto ao processo de formação, ele pode ser simples ou
composto, primitivo ou derivado.
• A palavra amor, por exemplo, se classifica como substantivo
abstrato (depende de outro substantivo para existir, ou seja, tem
natureza dependente); comum (porque dá nome a um sentimento
que é comum a vários seres); simples (porque tem apenas um
radical, ou seja, é formado por apenas uma palavra) e primitivo
(porque é uma palavra original, ou seja, dá origem a outras, como
amoroso, desamor...).

34 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 35
M apear Português

• Ele é justo. (adjetivo)


O justo terá uma vida feliz. (substantivo)
• Quando e por que isso aconteceu? (advérbio e pronome
interrogativo, respectivamente)
Artigos Não sabemos o quando nem o porquê. (substantivos)
• Ele leva e traz notícias! (verbos)
Ele é um leva e traz. (substantivo composto)

Tudo bem? E se eu falasse para você que existe uma classe gramatical 3. Quando usado com nomes próprios, o artigo indica familiaridade,
que contém apenas 2 palavras? mas o uso é opcional. Exemplo:

Seria bom, não é mesmo? Pois ela existe: ARTIGO. As palavras são: A Ana não veio hoje.
O (artigo definido) e UM (artigo indefinido). No nosso mapa, colocamos 8 Ana não veio hoje.
porque contamos com as variações de gênero e número: o, a, os, as; um,
uma, uns, umas. Pela lógica, se existe artigo na frase, existe um substantivo. Aliás, a
maneira mais fácil de saber se uma palavra é substantivo é inserir
No nosso mapa, temos 3 informações importantes sobre o conceito um artigo antes dela. Se a palavra aceitar naturalmente o artigo,

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de artigo e 3 formas de usá-lo. Além dessas informações, é importante ela se classificará como um substantivo.
observar que:

1. O artigo indefinido um se diferencia do numeral um porque este


é usado para indicar quantidade e aquele não. Para saber se é
numeral, use as palavras exatamente (com ideia de quantidade)
ou somente. Além disso, observe se no contexto há ideia de
quantidade. Veja os exemplos:

Ela comprou dois livros; eu comprei um.


(exatamente, somente um = numeral)

Ele era um homem inteligente.


(não podemos usar a expressão exatamente. Portanto, aqui temos
um artigo indefinido).

2. O artigo pode substantivar outras classes, tornando-as


substantivos.

36 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 37
M apear Português

Multiplicativos: indicam o número de vezes que uma determinada


quantidade foi multiplicada, um aumento proporcional dessa
mesma quantidade: dobro, triplo, quádruplo ...

Fracionários: indicam o fracionamento de uma unidade, de um


Numeral todo, indicando assim suas frações, divisões e partes: um terço,
dois décimos, meio ...

• Flexão: os numerais pertencem às classes variáveis.


Apresentamos a você agora o NUMERAL! Vamos estudá-lo quanto à Um, por exemplo, é variável, em gênero, mas não em número:
relação, à classificação e à flexão. Comprei um caderno.
Comprei uma caneta.
• Relação: O numeral faz parte do acróstico P.A.U.L.A, ou seja,
Se quisermos indicar o plural desses numerais, teremos que usar
faz parte das classes ou expressões que se referem diretamente
outras palavras: Comprei dois cadernos / Comprei duas canetas.
ao substantivo, para especificá-lo, determiná-lo. É, também, um
Como podemos ver, o numeral dois varia apenas em gênero: duas.
modificador do sentido do substantivo ao indicar quantidade exata.

Curiosidade: a palavra meio pode pertencer a várias classes, entre


Pronome
elas numeral. Pode ser classificada como substantivo (com o sentido
Artigo
de maneira ou recurso) e até advérbio (equivalendo a um pouco).
N Umeral
Locução Adjetiva
Adjetivo Vou providenciar um meio (uma maneira) de sairmos daqui! =
substantivo;
É importante ressaltar que o numeral pode ter valor substantivo
(substitui o substantivo) ou adjetivo (acompanha o substantivo – Estou meio sonolenta hoje! (um pouco = advérbio);
neste caso, exerce geralmente a função de adjunto adnominal).
Agora é meio-dia e meia (metade da hora) = numeral. Observe que,
João e Antônio estudam na mesma escola. Os dois gostam neste caso, meio concorda com “dia” e meia concorda com “hora”.
exatamente das mesmas matérias. (numeral substantivo)
#ficaadica
Tenho dois amigos leais. (numeral adjetivo)
As palavras ambos e ambas são numerais substantivos e
• Classificação: existem quatro tipos de numerais: equivalem às expressões os dois e as duas, respectivamente.
Cardinais: indicam, de maneira direta, a quantidade: dois, duas,
vinte, trinta ... Estela e Júlia visitaram o Ceará. Ambas adoraram as praias de lá.
(numeral substantivo)
Ordinais: indicam quantidade de maneira indireta, ou seja, pela
posição que o substantivo ocupa num conjunto de elementos: Esperamos que você tenha entendido tudo! Vamos avançar para a
primeiro, segundo, terceiro ... próxima fase?

38 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 39
M apear Português

Uma flexão muito importante do adjetivo é a flexão de GRAU. Vamos ver?

1. Comparativo: ocorre quando comparamos dois seres ou duas


qualidades de um mesmo ser.
• Comparativo de igualdade: Ela é tão inteligente quanto você.
Adjetivos • Comparativo de inferioridade: Ele é menos arrogante que você.
• Comparativo de superioridade: Ela é mais preguiçosa que você.

Curiosidade: nos dois últimos exemplos (“menos arrogante” e “mais


A maioria das pessoas pensa que adjetivo é a palavra que indica
preguiçosa”), parece que erramos na explicação. Não erramos. Fique atento
qualidade. E não é! Calma... vou explicar! aos advérbios “menos” e “mais”, porque são eles que definem o que é
inferioridade e superioridade, e não simplesmente a ideia da oração.
Não é só qualidade: é característica, estado, classificação também.
Além disso, há palavras que indicam qualidade e NÃO são adjetivos! Os adjetivos bom, ruim, grande e pequeno não podem ser usados com
o advérbio mais quando compararmos dois seres. Nesse caso, temos que
Por exemplo: inteligência, beleza, sensibilidade, habilidade, competência usar formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor):
indicam qualidade, mas não são adjetivos; são substantivos, já que, entre
Pedro é mais grande que Antônio. (errado)
outras coisas, admitem naturalmente o artigo a. Pedro é maior que Antônio. (certo)

Quando se fala, por exemplo, O ensino médio tem piorado, a palavra 2. Superlativo: ocorre quando intensificamos, aumentamos a
“médio” indica qualidade? Claro que não, mas é um adjetivo: indica qualidade de um ser sem compará-lo, individualmente, a outro
classificação. Existe ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. ser. Lembre-se: “super” (de superlativo) significa “acima de”,
As palavras que especificam o substantivo “ensino” indicam classificação “abundância”.
(não qualidade) e são adjetivos.
Divide-se em dois:
• Absoluto: refere-se a um ser, intensificando sua qualidade.
Então, a partir de agora, você já sabe que o adjetivo é muito mais que
Ela é inteligentíssima. (forma sintética)
qualidade e que sua principal finalidade é modificar o substantivo,
Ela é muito inteligente. (forma analítica)
acrescentando-lhe estado (físico, emocional, psicológico), característica,
classificação e... qualidade. • Relativo: refere-se a um ser, relacionando-o a um conjunto.
Ela é a mais inteligente da turma. (superioridade)
Literalmente, a palavra adjetivo significa “que vem junto”. Isso já Ela é a menos inteligente da turma. (inferioridade)
demonstra que essa classe gramatical precisa se relacionar com outra
classe, que no caso será o substantivo. Não podemos esquecer, portanto, Para concluir nossos estudos nesta fase, precisamos entender que
que o adjetivo se refere a um termo substantivo. um adjetivo normalmente estabelece uma relação com o substantivo e
exerce duas funções numa oração: predicativo ou adjunto adnominal.
O adjetivo pode sofrer três tipos de variações (flexões): gênero Neste momento, basta você memorizar essas duas funções. Nós vamos
(masculino e feminino); número (singular e plural); grau (comparativo e estudá-las detalhadamente na Trilha Mapear 2.
superlativo).

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M apear Português

Comprei dois ternos azul-marinho.


(adjetivo composto)

Os azuis-marinhos são mais bonitos que os azuis-celestes


(substantivos compostos; observe que estão antecedidos por artigos)
Plural dos Adjetivos Compostos
2) As palavras pastel, cinza, rosa, violeta e laranja são substantivos.
Quando empregadas em referência a cor, ficam invariáveis:
Vamos descobrir agora que o adjetivo, assim como o substantivo, pode
camisas rosa
ser classificado de acordo com o processo de formação:
sapatos cinza
blusas violeta
• simples ou composto: povos selvagens, povos semisselvagens
cores pastel
• primitivo ou derivado: cauda larga, cauda gigantesca
vestidos laranja

Ora, quer dizer que o adjetivo também tem a forma composta? 3) Lembre-se: raios ultravioleta (invariável)
Sim. E o plural dos adjetivos compostos segue as mesmas regras dos raios infravermelhos (variável)
substantivos compostos? Não.
As regras são diferentes. 4) Nossa personagem, a PAC cor-de-rosa, nos faz lembrar duas
coisas: a primeira é que um adjetivo composto é formado por duas ou
É importante dar bastante atenção à Regra Geral, pois ela, como o mais palavras, geralmente ligadas por hífen; a segunda é que os adjetivos
próprio nome diz, envolve o maior número de palavras. Sabemos que o compostos formados pela expressão COR DE... são sempre invariáveis.
adjetivo serve para especificar um substantivo. Então, todas as vezes que
citamos um adjetivo composto, também citamos o substantivo que ele Vestidos cor de abóbora
especifica. A regra geral diz que, nos adjetivos compostos, varia apenas
o último elemento. Por exemplo:
#ficaadica

questões socioeconômicas / parcerias público-privadas Cor-de-rosa é o único adjetivo formado pela expressão COR DE que
é ligado por hífen
Não podemos esquecer as exceções: azul-marinho e azul-celeste ficam
invariáveis; no caso de surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos-
Vamos avançar mais um ponto na nossa Trilha? Aguardo você!
mudos.

Dicas importantes:

1) Várias palavras que se classificam como adjetivos compostos


podem ser consideradas, em outros contextos, substantivos compostos.
Neste caso, seguirão as regras dos substantivos compostos. Veja a diferença:

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M apear Português

Plural dos Substantivos Compostos

Provavelmente, você já teve dúvidas sobre o plural de palavras


compostas (normalmente ligadas por hífen). Neste mapa, falamos das
regras para colocar no plural os substantivos compostos – aqueles
formados por mais de um radical, mais de uma palavra.

No mapa, explicamos as 5 regras principais. Uma delas – a regra geral


– pode resolver a maioria dos seus problemas! Mas para isso você precisa
conhecer a classe de cada palavra que forma o substantivo composto.

Criamos o mnemônico TIO SAN – cujo objetivo é fazer você se lembrar


da regra geral: Substantivos, Adjetivos e Numerais geralmente variam nos
compostos. Se no composto houver essas classes, elas irão para plural.
Vamos aos exemplos?

• guarda-roupa: é formado pela forma verbal guarda + o substantivo


roupa. Nos substantivos compostos, o verbo geralmente não varia.
Então o plural é guarda-roupas.

• guarda-noturno: é formado pelo substantivo guarda (sinônimo de


vigilante; quando essa palavra equivale a uma pessoa, é substantivo
e não verbo) + o adjetivo noturno. Pela regra do TIO SAN, os dois
variam. Então o plural é guardas-noturnos.

• quinta-feira: é formado pelo numeral quinta + o substantivo feira.


Pela regra do TIO SAN, variam substantivos, adjetivos e numerais.
Então, os dois termos variam: quintas-feiras.

#ficaadica

Memorize as 5 regrinhas do mapa, e dê maior atenção à regra geral,


que alcança o maior número de palavras da Língua.

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M apear Português

o sentido de “bosques”, que deixa de ser qualquer bosque para ser aquele
pertencente a nós. Por isso, dizemos que o pronome é um modificador de
substantivos quando os acompanha.

Aliás, além de posse, o DR. PIPI nos lembra que existem vários tipos de
Pronome
pronome e que eles se classificam de acordo com a função ou com a ideia
que expressam:

Demonstrativos: indicam localização no tempo, no espaço físico ou no


E aí? Como está a jornada gramatical? Esperamos que você
texto.
esteja feliz com esta aventura. Agora vamos falar sobre uma classe
Relativos: alguns indicam posse, lugar ou tempo
importantíssima: o PRONOME! Quem vai ajudar-nos nessa aula é o DR.
Possessivos: indicam posse
PIPI (veja o desenho na página seguinte). Interrogativos: expressam perguntas
Pessoais: substituem as pessoas do discurso, mas alguns podem
Literalmente, PRO significa em função de ou no lugar de. Já indicar posse
aprendemos que NOME é a mesma coisa que substantivo. Então, podemos Indefinidos: indicam ideias indefinidas, genéricas, imprecisas
deduzir que pronome é uma palavra que existe em função do nome
(substantivo) ou que ocupa o seu lugar. Pode substituir o nome (pronome Todos os pronomes são importantes, porém merecem mais atenção os
substantivo) ou acompanhá-lo (pronome adjetivo). Então, resumindo, pessoais, os relativos e os demonstrativos. Nas próximas fases da Trilha da
para que serve o pronome? Gramática, falaremos detalhadamente deles.

#ficaadica #ficaadica
O pronome SAE, substantivo!!!!!! Porque o pronome Substitui, Em casos raros, um pronome pode se referir a adjetivos e até mesmo
Acompanha e Evita repetições! a uma oração inteira para substituí-los. Veja:

Ele é muito inteligente, e o é porque estuda bastante.


Estela é muito inteligente.
(o pronome “o” retoma o adjetivo ‘inteligente)
Estela adora ler.

Ana estuda bastante, e o faz porque precisa.


Podemos substituir tranquilamente a segunda ocorrência de
(o pronome “o”, juntamente com o verbo “faz”, retoma a oração “estuda
“Estela” pelo pronome ela:
bastante”)
Ela adora ler.
Para concluir, lembre-se de que a maioria dos pronomes varia em
gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa
No caso da frase Nossos bosques têm mais vida (do nosso Hino
(1ª, 2ª e 3ª)
Nacional), o substantivo “bosques” é acompanhado pelo pronome “Nossos”,
que dá ideia de POSSE. Ao acrescentar a ideia de posse, o pronome modifica

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Nenhuma das outras classes gramaticais varia de acordo com o


TEMPO. Essa é uma exclusividade dos VERBOS. Teremos outros
mapas, logo à frente, que falarão detalhadamente dos tempos,
modos e vozes verbais.

Verbo O verbo, na forma original (não flexionada), possui as seguintes
terminações: AR, ER, IR e OR. Exemplos: AMAR, COMER, SUMIR,
PROPOR. Essas formas são chamadas de INFINITIVO.

Você se lembra da nossa Casa das Palavras (mapa 10)? Lá nós


• Relações: nós nos comunicamos por meio de frases, orações,
aprendemos que o VERBO é uma das classes mais importantes, lembra? períodos. Orações são enunciados com verbo. Não existe oração
sem verbo; portanto ele é o centro da oração – também chamado
Precisamos entender, principalmente, três aspectos do verbo: de núcleo do predicado.

1. O conceito (ideia que expressa) A maioria das orações em Língua Portuguesa seguem a estrutura
2. As flexões (mudanças na forma) SVC = Sujeito + Verbo + Complemento. Nessa estrutura, o verbo
3. As relações (funções que ele exerce na oração) tem uma relação de concordância (número e pessoa) com o
sujeito e uma relação de regência (dependência, subordinação)
• Ideia: o verbo pode indicar ação (correr), estado (permanecer), com o complemento. Veja:
processo (imaginar) e fenômenos da natureza (chover).
Raimundo venceu as eleições!
Criamos um acróstico para você memorizar:
P rocesso Raimundo = sujeito no singular
A ção venceu = verbo no singular – núcleo da oração (palavra mais
F enômeno importante)
E stado as eleições = complemento do verbo

• Flexões: verbo é a classe que mais sofre variações na nossa língua: Os jogadores do Flamengo precisam de garra.
muda de acordo com número, pessoa, modo, tempo e voz.
Os jogadores do Flamengo = sujeito no plural
Vejamos a flexão de tempo numa das frases do mapa: precisam = verbo no plural – núcleo do predicado
de garra = complemento do verbo
Ela está doente. A forma verbal está foi flexionada no tempo
presente. Mas poderia estar no passado (Ela esteve doente) ou no Avançando na Trilha da Gramática, teremos a oportunidade de estudar
futuro (Ela estará doente). esses tópicos com mais profundidade! Vamos nessa?

O mais importante é entender que o verbo é a única palavra que


sofre mudanças (variações) de acordo com o TEMPO — presente,
passado e futuro.

48 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 49
M apear Português

Já o predicado é a parte da oração que contém verbo e uma


informação sobre o sujeito. Literalmente, significa “aquilo que se declara
em público”. Não existe predicado sem verbo, por isso o verbo geralmente
inicia o predicado.
Termos Essenciais da Oração
A vida é maravilhosa.
Mudaram as estações...

Vamos conhecer agora mais um personagem da Turma do Mapear: o DIMP


TEO. Apesar de o sujeito ser considerado um termo essencial, existem alguns
O TEO é piloto de avião e comanda duas aeronaves muito especiais, poucos casos de orações que vêm sem sujeito (veremos na próxima fase).
que veremos na Trilha 2: a TAV e a TAN. Neste caso, o predicado será toda a oração . Exemplo:

TEO – Termos Essenciais da Oração Fez muito calor hoje.


TAV – Termos Associados ao Verbo

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TAN – Termos Associados ao Nome A oração anterior tem apenas predicado, porque o verbo indica
fenômeno da natureza. Esse tipo de verbo não possui sujeito.
Além desses termos, temos o TIV, que é um termo independente,
chamado vocativo.
Todos eles formam a ORAÇÃO — ou seja, o enunciado que contém
verbo!

E o que é essencial a uma oração? As duas partes essenciais da oração


são o Sujeito e o Predicado!

Sujeito é o termo sobre o qual se declara algo e com o qual o verbo


geralmente concorda. Pode vir antes ou depois do verbo; pode praticar ou
receber a ação, ou nem praticar nem receber a ação ou processo do verbo.

As aulas começaram cedo. (sujeito anteposto – antes do verbo)


Ela é uma ótima professora. (sujeito anteposto – não pratica nem
recebe ação)

Chegaram as encomendas. (sujeito posposto – depois do verbo)


O assaltante foi preso. (sujeito anteposto paciente – sofre a ação)

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M a p ea r Por t ugu ês

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M apear Português

Cada preposição empregada nas frases anteriores introduz uma ideia


diferente. Aliás, esta é uma das características da preposição: expressar
diversas relações semânticas.

As preposições se classificam em essenciais (palavras que já


Preposição nasceram como preposições, ou seja, na essência já são preposições) e
acidentais — palavras que pertencem originariamente a outras classes,
mas que funcionam como preposição em alguns contextos.

Nós gostamos demais das preposições! Primeiramente porque é fácil A palavra de sempre será preposição: liga termos e introduz
memorizá-las: são apenas 18 (as essenciais). Em segundo lugar, porque complementos. Já a palavra menos tradicionalmente é advérbio ou
elas estão presentes em quase todas as frases e são capazes de mudar pronome indefinido, mas pode funcionar como preposição acidental. Ou
seja, num contexto, pode ligar termos:
completamente o sentido destas. Mas o que significa preposição?
“Todos foram embora, menos eu.” (preposição)
Preposição literalmente significa “ato de colocar à frente”. Sempre à Gastei menos que você. (advérbio)
frente de uma preposição, haverá uma palavra subordinada a algum termo Ele gastou menos dinheiro. (pronome)
da oração.
Gramaticalmente, preposição é uma palavra invariável que introduz Outra informação importante: muitas vezes, os termos são introduzidos
complementos ou adjuntos para verbos e nomes. Ou seja, ela coloca por um conjunto de palavras com valor de preposição. São as chamadas
complementos ou adjuntos numa posição à frente dos verbos e dos nomes. loucuções prepositivas.

Gosto de você – introduz um objeto indireto De acordo com o professor, haverá aula.
Moro em São Paulo – introduz um adjunto adverbial. Apesar de tudo, estamos bem.
Falei diante de você.
Sou fiel a você – introduz um complemento nominal.

Scanned by CamScanner
Ele é um homem sem caráter – introduz um adjunto adnominal.
Espero você no próximo ponto da Trilha!

Semanticamente, ou seja, em relação ao sentido, a preposição também


é importantíssima. Veja:

Falei a você. Falei para você


Falei após você. Falei perante você
Falei com você Falei por você
Falei contra você. Falei sem você
Falei de você. Falei sobre você
Falei em você. Falei diante de você

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M a p ea r Por t ugu ês

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M apear Português

procurar: quem procura, procura algo ou alguém.


Deu certo? Sim. Então é VTD.

aceitar: quem aceita, aceita algo ou alguém.


Deu certo? Sim. Então é VTD.
Transitividade Verbal
precisar: quem precisa, precisa algo ou alguém.
Deu certo? Não. Então não é VTD.

O que temos agora? Um esquema para você entender melhor a


No último caso, o verbo precisar exige uma preposição: quem precisa,
TRANSITIVIDADE VERBAL! Mas o que é transitividade?
precisa de algo ou de alguém. Ou seja, o verbo é transitivo porque exige
ALGO ou ALGUÉM, porém é indireto, porque exige a preposição de.
Os gregos tinham uma concepção muito interessante: transitividade
vinha de “transitar”, de “trânsito”. Mas de maneira particular significava
E os intransitivos? São assim chamados porque a ação expressa pelo
PASSAR. Ou seja, a capacidade de alguns verbos passarem para um verbo não passa do sujeito para um alvo. Os gramáticos perceberam que
objeto uma ação ou um processo praticados pelo sujeito! Então, se esses verbos não precisam de complemento (objeto direto ou indireto),
houvesse essa “transmissão”, o verbo seria TRANSITIVO. Se não houvesse, mas alguns deles precisam de adjunto adverbial – termo que modifica o
INTRANSITIVO. Simples assim! sentido dos verbos, acrescentando-lhes circunstâncias. Veja:

Com o tempo, os gramáticos passaram a afirmar que verbos transitivos Pedro viajou mais cedo porque mora em Manaus.
são aqueles que precisam de complemento e intransitivos os que não
precisam. Como o ser humano gosta de complicar as coisas (risos), com Quem viaja, viaja! (Não precisa falar mais nada – verbo intransitivo)
o passar do tempo, os estudiosos fizeram uma subclassificação dos Quem mora, mora em algum lugar (precisa de um adjunto adverbial
transitivos, considerando-os: de lugar, mas continua sendo intransitivo porque a ação não passa para um
alvo). Muitas pessoas, erroneamente, diriam que a expressão em Manaus
• Transitivos Diretos = exigem complemento sem conector é objeto indireto e que, por isso, o verbo seria transitivo indireto. Mas tal
(preposição) análise seria incorreta. Essa expressão é um adjunto adverbial.
• Transitivos Indiretos = exigem complemento ligado por preposição
• Transitivos Diretos e Indiretos = uma mistura dos dois anteriores: Por fim, temos os verbos de ligação, que, como o nome diz, servem
exigem um complemento sem e outro com preposição para ligar. Ligar o sujeito a um atributo, qualidade ou estado que fica no
predicado!
Qual a melhor forma de saber a transitividade de um verbo? O
esquema que apresentamos é uma boa forma. Você preenche o retângulo Eu sou feliz.
com o verbo, em seguida o repete e vê se ele precisa de um complemento
representado genericamente pelos pronomes indefinidos ALGO ou Eu (sujeito)
ALGUÉM. Vamos praticar com alguns verbos? Vejamos se um verbo é sou (verbo de ligação)
transitivo direto (sem preposição): feliz predicativo do sujeito

Estela procurava emprego, e aceitou aquela proposta porque


precisava de recursos.

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M apear Português

em outros casos, a gramática não o classifica como um complemento


verbal. Mas neste contexto ele é necessário, e não simplesmente um termo
acessório.
Algo semelhante ocorre com os verbos de ligação:
Complementos Verbais
Isabella é feliz.
(predicativo do sujeito)

Depois que estudamos o assunto Transitividade Verbal, fica mais fácil A forma verbal “é” também não transmite uma ação do sujeito para um
estudarmos os complementos verbais. alvo, mas exige um predicativo do sujeito, neste contexto o termo “feliz”.
Os verbos podem ser
Como o predicativo não é um termo obrigatório em outros casos,
a gramática não o classifica como um complemento verbal. Mas neste
T – transitivos
contexto ele é necessário, não simplesmente para indicar um estado do
I – intransitivos
L – de ligação sujeito, mas para completar o sentido do verbo.

Existem dois termos que funcionam como complementos verbais DIMP


propriamente ditos (obrigatórios): o objeto direto e o objeto indireto. 1) Objeto pleonástico é uma repetição do objeto direto ou do indireto
Eles se relacionam exclusivamente com verbos transitivos. em forma de pronome oblíquo; não é usado no dia a dia, mas aparece em
E por que são chamados de objeto? Literalmente, objeto significa textos literários.
“qualquer coisa (física ou mental) para qual uma ação, um pensamento
ou um sentimento se dirige”. Os verbos transitivos transmitem uma ação O dinheiro, Pedro o deixou no banco.
do sujeito para um objeto – que também é chamado de alvo.
2) Objeto direto interno ocorre com verbos que originalmente seriam
Eu valorizo as amizades verdadeiras. (O.D) intransitivos, mas admitem um complemento cognato, ou seja, da mesma
Preciso de bastante água. (O.I) raiz, origem, ou da mesma família semântica:

Com verbos intransitivos e verbos de ligação, não existe objeto Dormi um sono leve.
direto nem indireto, mas existem alguns termos que se assemelham a Ele vive uma vida desregrada.
complementos verbais, já que, em alguns contextos, completam sintática e
semanticamente o verbo. São os adjuntos adverbiais e os predicativos. Veja: 3) Objeto direto preposicionado é introduzido por uma preposição
não obrigatória e ocorre com verbos transitivos diretos, por uma questão
Eu moro em Porto Velho. de estilo ou de adequação semântica (sentido). Na maioria dos casos, a
(adjunto adverbial) preposição pode ser retirada ou o complemento modificado:

O verbo “morar” é intransitivo porque não transmite uma ação do sujeito Cumpra com o seu dever ou Cumpra o seu dever.
para um alvo, mas exige um adjunto adverbial de lugar, neste contexto o Eles comeram de tudo ou Eles comeram tudo.
termo “Porto Velho”. Como o adjunto adverbial não é um termo obrigatório Eles excluíram a nós ou Eles nos excluíram.

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O predicativo é um dos termos que se relacionam com o substantivo,


mas é inegável que ele serve como um complemento do verbo de ligação,
apesar de a maioria dos gramáticos afirmarem o contrário.

Verbos de ligação É importante observar, também, que a transitividade de um verbo


depende do contexto, ou seja, depende da oração em que ele é empregado.
Os verbos listados anteriormente podem ter outras classificações. Veja:

Os verbos de ligação são assim chamados porque não indicam Maria anda meio triste. (no sentido de estar = verbo de ligação)
ação, nem processo, nem fenômeno da natureza: indicam estado físico, Maria andou devagar. (no sentido de caminhar = verbo intransitivo)
emocional ou psicológico do sujeito da oração. São também chamados Maria andou dez quilômetros (no sentido de percorrer = verbo transitivo
de verbos não-nocionais. Costumamos dizer que eles servem para ligar o direto).
sujeito a uma característica ou estado.

Esse estado tem vários aspectos. Veja: #ficaadica

Scanned by CamScanner
Verbos de ligação não possuem objeto direto ou indireto.
Amanda está calma. (estado transitório)
Amanda é calma. (estado permanente)
Amanda parece calma. (estado aparente)
Amanda permanece calma. (estado de continuidade)
Amanda ficou calma (estado mutatório)

Nas frases anteriores, o adjetivo calma indica um estado do sujeito


“Amanda”. É chamado de predicativo do sujeito. A função dos verbos de
ligação é esta: ligar o sujeito a um predicativo (termo que indica qualidade,
característica ou estado.)

No mapa, citamos os principais verbos de ligação com o acróstico


TV CAFE SP2. Outras palavras semelhantes aos verbos citados também
podem ser verbos de ligação: encontrar-se, fazer-se, achar-se, viver:

Ana encontra-se alegre.


Ana vive alegre.
Ana se fez alegre.
Ana acha-se alegre.

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precisa = verbo transitivo indireto – exige complemento com preposição.


de mim = pronome oblíquo tônico – funciona como complemento (O.I.
com a preposição de).

Uma pergunta quanto ao emprego de pronomes: o certo é “Eu lhe


Pronomes Pessoais encontrei” ou “Eu te encontrei”?

Como o verbo é transitivo direto — não exige preposição — o certo é


usar um pronome oblíquo que funcione como objeto direto. Nesse caso, o
Olá! Hoje quereremos apresentar a você a FAMÍLIA PP! Essa turminha certo é Eu te encontrei, em que o pronome te funciona como objeto direto.
de outro planeta (rsrsrs) nos ajudará a memorizar os pronomes pessoais! O pronome lhe, quando complementar verbos, sempre será objeto indireto.

Os pronomes pessoais servem para indicar as pessoas gramaticais, Observe que os pronomes que estão na saia da OLÍVIA OBLÍQUA
ou seja, as pessoas do discurso, do processo de comunicação. Eles têm (nossa personagem) podem exercer tanto a função de objeto direto quanto
profunda relação com a estrutura da oração: SVC = Sujeito +Verbo + de indireto. Vai depender da transitividade do verbo e do contexto. Veja:
Complemento.
Eu te valorizo = o pronome te funciona como O.D.
Temos 4 tipos de pronomes pessoais: Eu te dei o recado = o pronome te funciona como objeto indireto.
• do caso reto: funcionam normalmente como sujeito (eu, tu, ele,
ela, nós, vós, eles, elas) Qual a diferença? No primeiro caso, valorizar é VTD; portanto só exige
• oblíquos átonos: não aceitam preposição e funcionam O.D.
No segundo caso, dar é VTDI — exige O.D. e O.I. Como a expressão o
principalmente como complemento verbal (o, os, a, as, lhe, lhes,
recado já funciona como O.D., então o pronome te só pode ser O.I.
vos, se, nos, te, me)
• oblíquos tônicos: exigem preposição e funcionam principalmente Outra informação: os pronomes do caso reto, com exceção de EU e TU,
como complemento verbal ou adjunto adverbial (mim, comigo, ti, podem tornar-se oblíquos tônicos.
contigo, si, consigo, conosco, convosco)
• de tratamento: funcionam como sujeito ou complemento (Vossa Dei o recado a ela. Observe que agora o pronome ela está preposicionado
Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Majestade etc.) (com a preposição a) e funciona como objeto indireto do verbo dar.

Na frase Eu te amo, temos dois pronomes pessoais: #ficaadica

Eu = pronome do caso reto – funciona como sujeito. Os pronomes eu e tu (explicados por nosso personagem BETO RETO)
te = pronome oblíquo átono – funciona como complemento (O.D.) não aceitam preposição. Logo, expressões como entre eu e ela ou
amo = verbo transitivo direto – exige complemento sem preposição Eles não vão sem eu e você estão incorretas. O certo seria entre mim
e ela e Eles não vão sem mim e você, respectivamente. Ou seja, com
preposição devem ser usados os pronomes oblíquos tônicos mim e ti.
Na frase Ela precisa de mim, também temos dois pronomes pessoais:

Ela = pronome do caso reto – funciona como sujeito. Bons estudos!

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Nesta semana, teremos feriado.


Neste ano, passarei em um concurso.

• Já a função COGNOSCITIVA do pronome demonstrativo tem a


ver com o prévio ou posterior conhecimento que o receptor terá da
Pronome Demonstrativo informação que o emissor transmitirá no TEXTO.
Se a informação estiver sendo retomada pelo demonstrativo, a
função é anafórica, e devem ser usados os pronomes ESSE (e suas
variações) e ISSO.
No nosso mapa, há dois personagens, aos quais não demos nenhum
nome especial. Nós os chamamos apenas de EMISSOR e RECEPTOR. Eles Ele foi humilde e isso foi fundamental para a sua contratação.
são importantes principalmente para entendermos a função espacial dos
pronomes demonstrativos. Se a informação for citada depois do demonstrativo, a função é
catafórica e deve-se usar ESTE (e suas variações) e ISTO.
Pronomes Demonstrativos indicam a posição, a localização das
pessoas, das coisas e das ideias (substantivos) em relação ao tempo, Entenda isto de uma vez por todas: vale a pena ser honesto.
ao espaço físico e ao texto. Podemos dizer que eles exercem uma função
temporal, espacial e cognoscitiva, respectivamente. A natureza dos Os pronomes AQUILO e AQUELE (e suas variações) podem ser
pronomes demonstrativos é dêitica, ou seja, têm a função de mostrar, usados tanto de forma anafórica quanto de forma catafórica.
apontar algo.
Ele sempre fala aquela frase: “Tudo passa”.
• Em relação ao tempo, o pronome AQUELE indica um passado
ou um futuro distante. Exemplo: Em 1960, JK inaugurou Brasília.
Naquele momento, começou um novo tempo de desenvolvimento #ficaadica
e prosperidade para o Centro-Oeste.
Caso a função cognoscitiva seja distributiva, não se usará o

pronome esse (e suas variações) nem o pronome isso. Nesse
Em 2050, provavelmente a população mundial chegará a 8 bilhões
caso, os pronome este (e suas variações) e isto retomarão o
de pessoas; naquele ano, o desafio em relação aos recursos
naturais será enorme. elemento mais próximo e terão função anafórica.

Já o pronome ESSE se refere a um passado ou futuro próximos. Em


dezembro, o comércio se anima com as vendas, porque nesse mês Pedro e Paulo foram amigos de faculdade. Este se tornou
se comemora o Natal. presidente de uma grande empresa e aquele se tornou juiz federal.

Não fique desanimado; estamos em abril, mas logo chegará maio. • Quanto à função ESPACIAL, observe com atenção o mapa seguinte.
Nesse mês venderemos bastante, porque se comemora o Dia das
Mães. Vamos continuar na Trilha da Gramática? Aguardamos você na próxima
fase!
O pronome ESTE sempre deve ser usado em relação ao presente,
ao tempo em que o falante estiver na hora de produção da fala:

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M apear Português

“Convidei a Estela para a festa, mas não a vi lá.


Veja as fotos e escolha a que achar melhor.

Na primeira oração, temos três ocorrências da partícula a. As duas


primeiras funcionam como artigos, determinantes, já que antecedem
Classificação da Partícula A
substantivos e indicam claramente o gênero, o número e a ideia definida
deles. Já a terceira ocorrência não antecede substantivo, e sim substitui o
substantivo “Estela”, evitando a repetição dessa palavra. Neste caso, temos
um pronome pessoal. Na segunda oração, a partícula a evita a repetição
Você percebeu que a partícula “A” aparece constantemente nas frases?
do substantivo “foto” e pode ser substituída por aquela, que é um pronome
Realmente ela é muito comum. O mais interessante é que essa palavrinha
demonstrativo. Dessa forma, classifica-se como pronome demonstrativo.
pode pertencer a três classes diferentes. Convidamos a nossa amiguinha
PAP para nos explicar. A preposição se diferencia do artigo ou do pronome por vários
motivos; primeiramente, ela é invariável, ou seja, não possui flexão
P reposição nenhuma; em segundo lugar, a preposição pode anteceder diversas
A rtigo classes de palavras e não concorda gramaticalmente com nenhuma delas.
P ronome Já aprendemos que a principal função de uma preposição é introduzir
complementos ou adjuntos (estes também são chamados de termos
Com certeza, o uso mais comum é como artigo, até porque o artigo modificadores). Observe:
geralmente acompanha o substantivo e esta é a classe com mais palavras
na Língua Portuguesa. Como artigo, a partícula a sempre antecede Eu me referi a vocês.
Estou disposto a vencer.
substantivo feminino e com ele concorda em gênero e número. Observe:
Ela tem aversão a ratos.

Você viu a Ester?


Nas três orações, a partícula a não estabelece nenhum tipo de
Compre as canetas para a aula.
concordância com a palavra posterior a ela e introduzir complemento para
a palavra imediatamente anterior. No primeiro caso, introduz um pronome
Na primeira oração, a partícula “a” se refere ao substantivo próprio
pessoal de tratamento; no segundo, introduz um verbo; no terceiro, introduz
“Ester”, no feminino e no singular. Na segunda oração, temos dois artigos
um substantivo masculino no plural. Nos três casos, permanece invariável.
femininos: “as” e “a”; ambos concordam com os substantivos a que se
referem, respectivamente “canetas” e “aula”. Em todos esses exemplos, a
Das três classificações da partícula a, a única invariável é a preposição.
partícula a é artigo definido feminino, uma vez que determina o gênero, o
número e a ideia de um substantivo.
Esta Trilha está cada vez mais interessante!! Não desanime! Pare um
pouquinho, beba água e vamos em frente!
A partícula a também pode pertencer à classe dos pronomes; nesse
caso pode ser pronome pessoal ou demonstrativo. Também varia em
gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere. Difere-se do
artigo porque substitui o substantivo, e não o acompanha.

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A palavra “livro” é antecedente e referente do pronome relativo “que” e


exerce a função de objeto direto da forma verbal “viu”. Já o pronome “que”
funciona como sujeito de “estava”. Repita a palavra “livro” na segunda
oração (no lugar do “que”) que você perceberá isso.

Pronome Relativo – Conceito 2ª oração: “o livro” estava aqui.

Um pouquinho difícil, não é? Mas tenha calma que, em outro momento


da nossa trilha, vamos explicar isso melhor.
O Presidente da República é REI. Calma! Não voltamos à Monarquia!
Essa é uma forma de memorizarmos o conceito de pronome relativo: o PR O pronome relativo sempre INTRODUZ uma oração subordinada
é REI!!! adjetiva — aquela que restringe ou explica um termo substantivo da oração
E o que significa REI? São as letras iniciais dos três verbos que compõem principal. Portanto, se há pronome relativo, há oração adjetiva. Lembrando
o conceito de pronome relativo. que a função de um adjetivo nem sempre é qualificar um substantivo, mas
sim restringir ou explicar o seu sentido. Veja:
O pronome relativo sempre se REFERE a um termo substantivo da
oração anterior e o substitui numa oração posterior. Ele funciona como um Os alunos que estudam bastante passam.
CONECTOR entre duas orações.
A oração “...que estudam bastante” está especificando, restringindo o
Gostei bastante dos livros que você me deu. substantivo “alunos”. Observe que não são todos os alunos que passam, mas
apenas “os que estudam bastante”. Essa oração introduzida pelo pronome
1ª oração: “Gostei bastante dos livros” relativo “que” se classifica como oração subordinada adjetiva restritiva.
2ª oração: “... você me deu os livros”.
Sabemos que esse conteúdo (funções sintáticas e orações
Juntando as duas e empregando o conectivo que, temos: subordinadas) é um pouco complexo e será estudado na Trilha 3. Por
enquanto, basta você memorizar o conceito de pronome relativo.
Gostei bastante dos livros que você me deu.

Scanned by CamScanner
Fase difícil, não é mesmo? Mas estamos juntos: não desanime! Vamos
continuar na Trilha.
O pronome relativo sempre EXERCE uma função sintática na oração
que ele inicia. Como ele evita na segunda oração a repetição de um
termo da 1ª oração (termo antecedente), passa a exercer a função que
o termo substituído exerceria se ali estivesse. Atenção: essa função não
necessariamente é a mesma que o termo antecedente exerce na 1ª oração.

No período Você viu o livro que estava aqui?, temos duas orações:

1ª oração: Você viu o livro


2ª oração: que estava aqui

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Os outros relativos referem-se apenas a um termo antecedente.


Por esse motivo, cujo não pode ser substituído por nenhum deles,
a não ser que se faça uma alteração em outras palavras da frase.

Os alunos cujas notas forem baixas deverão ter aula extra.
Pronome Relativo – Classificação (certo)

Os alunos que tiverem notas baixas deverão ter aula extra.


(certo)
Agora que você já sabe o que é pronome relativo, vamos conhecer
as cinco principais palavras que pertencem a essa classe. Vamos começar Os alunos que as notas forem baixas deverão ter aula extra.
pelas invariáveis: que, quem, onde. Agora as variáveis: o qual, cujo. (errado)

Os cinco pronomes relativos mais usados estão representados na Outra informação importante sobre cujo: ele não aceita a
nossa estrela (no mapa). Vamos estudá-los? companhia de artigos:

• QUE: é o mais comum. Refere-se a um termo antecedente, que O jogador cujo o gol foi anulado protestou. (errado)
pode ser pessoa, coisa ou lugar. Geralmente pode ser substituído
por o qual e suas variações. O jogador cujo gol foi anulado protestou. (certo)

A criança gostou dos brinquedos que ganhou. • ONDE: sempre se refere a lugares. Aceita substituição pelos
pronomes que e o qual (ou suas variações). Porém, nesse caso,
O pronome que poderia facilmente ser trocado por os quais: A exigirá preposição:
criança gostou dos brinquedos os quais ganhou. A escola onde estudo é muito boa. (certo)
A escola em que estudo é muito boa. (certo)
• CUJO: é o menos usado. Refere-se a dois termos substantivos
(antecedente e consequente), que podem ser pessoas, coisas ou • QUEM: sempre se refere a pessoas. Pode ser substituído por que
ou por o qual. Geralmente vem preposicionado.
lugares. Estabelece ideia de posse entre eles.
Os funcionários a quem elogiei ficaram motivados. (certo)
Os funcionários que elogiei ficaram motivados. (certo)
A jornalista cujas ideias elogiei é nordestina.
Os funcionários os quais elogiei ficaram motivados. (certo)
Nessa frase, o pronome “cujas” se refere aos substantivos
• O QUAL: é variável, ou seja, pode ir para o feminino e para o plural
jornalista e ideias. Podemos analisar melhor esse período: (a qual, as quais, os quais). Refere-se a um termo antecedente,
que pode ser pessoas, coisas ou lugares. É o substituto natural do
1ª oração: A jornalista é inteligente. pronome QUE. Pode ser preposicionado, dependendo do verbo.
2ª oração: elogiei as ideias da jornalista.
As revistas as quais li são interessantes. (sem preposição)
O pronome cujas conecta as palavras jornalista e ideias com ideia Os apartamentos nos quais morei eram pequenos.
de posse e evita a repetição da expressão da jornalista. (com preposição)

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Podemos entender, por essa frase, que os jogos são de Carlos ou de


Maria. Essa confusão se deve ao emprego do pronome “seus”. Para evitar
o duplo sentido, podemos mudar o pronome ou usar uma contração que
também tem valor de pronome possessivo. veja:

Pronomes Possessivos Carlos, Maria vai trazer teus jogos para brincarmos.
(os jogos são de Carlos)

Carlos, Maria vai trazer os jogos dela para brincarmos.


Desde pequenos, aprendemos a ideia de POSSE. Quando falamos, por
(fica claro que os jogos são de Maria).
exemplo, “meu carrinho”, “minha roupa”, “meus amigos”, “ minhas coisas”,
estamos deixando clara uma ideia de POSSE por meio de pronomes que
As expressões dele, dela, deles, delas são a junção da preposição
acompanham substantivos.
de mais os pronomes pessoais ele, ela, eles, elas. São chamadas de
contrações e têm valor de pronomes possessivos.
Essas palavrinhas que acompanham substantivos e expressam
ideia de posse são chamadas de pronomes possessivos. No nosso
É interessante notar, também, que esses pronomes podem expressar
discurso (qualquer ato de fala), existem três elementos, que são as três
outras ideias num determinado contexto. Criamos o acróstico RAIO para
pessoas gramaticais: o emissor da mensagem (1ª pessoa); o receptor
você memorizar algumas delas:
ou intelector da mensagem (2ª pessoa) e o referente da mensagem (3ª
pessoa); pronomes possessivos podem se referir a cada uma dessas
R espeito: Obrigado por vir, meu senhor!
pessoas.
A feto: Meu querido vizinho!
I ndefinição: Ela deve ter seus trinta anos!
A ideia de posse precisa de pelo menos dois elementos: o possuidor
O fensa: Seu vagabundo!
e o possuído, ou seja, um termo que possua algo e um termo que
seja a posse de algo ou de alguém. Por isso dizemos que os pronomes
Outra dica: Na expressão Seu Antônio, por exemplo, o pronome seu é
possessivos funcionam como elementos de coesão, isto é, estabelecem
uma forma popular reduzida do pronome senhor e funciona como pronome
ligação, conexão entre termos. Veja:
de tratamento. Nas expressões atuais “Sua linda!”, “Seu lindo!”, o pronome
possessivo tem valor de afeto e de intensificação.
Ana, seu cabelo está muito bonito.
Seguimos firmes na Trilha! Vamos à próxima fase?
Nessa frase, o pronome seu estabelece coesão (ligação) entre o
substantivo Ana e o substantivo cabelo e indica posse, ou seja, indica que o
cabelo é dela (Ana).

Porém temos que ter muito cuidado com os pronomes seu, sua, seus,
suas, porque eles podem gerar ambiguidade (duplo sentido). Observe:

Carlos, Maria vai trazer seus jogos para brincarmos.

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Alguém esteve aqui. Estiveram aqui.

A ideia de indefinição de quem praticou a ação verbal está presente


nas duas orações anteriores. Porém, na primeira delas, temos o pronome
indefinido alguém funcionando como sujeito simples; observe que o
Pronomes Indefinidos
verbo concorda em número (singular) e pessoa (3ª) com o pronome. Já
na segunda oração, o sujeito é indeterminado, porque não há nenhuma
palavra com a qual o verbo concorda.
Você deve estar pensando: “São muitos os tipos de pronomes!”.
É muito importante notar também que palavras como certo e
Realmente. E todos eles são importantes. Você se lembra do nosso
determinado mudam de classe e de sentido dependendo da posição em
personagem DR. PIPI? Ele nos ensinou que os pronomes se classificam
que estiverem em relação ao substantivo: se estiverem antes dele, serão
em demonstrativos, relativos, pessoais, indefinidos, possessivos
pronomes indefinidos; se estiverem depois, serão adjetivos.
e interrogativos. É uma classe muito rica, pois, além de conter muitas
palavras, elas são muito usadas no dia a dia. Mas agora vamos conhecer
Certos funcionários não são os funcionários certos.
especificamente os pronomes indefinidos!
Determinadas pessoas não são pessoas determinadas.

Pronome indefinido é uma palavra que se refere ao substantivo de


Outro ponto a que devemos dar atenção é o emprego do M3: os
uma maneira vaga, imprecisa; indica, algumas vezes, uma quantidade pronomes mais, muito e menos. Essas palavras, dependendo do contexto,
indeterminada; refere-se a pessoas ou coisas e pode substituir ou também podem se classificar como advérbios. Você precisa observar com
acompanhar o substantivo. Refere-se sempre à 3ª pessoa. Observe: qual termos essas palavras estabelecem relação e a ideia que expressam.
Como pronomes, expressam ideia de quantidade indeterminada; como
Maria esteve aqui. Mário esteve aqui. Ele esteve aqui. advérbios expressam ideia de intensidade. Como pronomes, referem-
se ao substantivo; como advérbios referem-se a verbos, adjetivos e até
Em todas essas frases, é possível determinar o agente do processo mesmo a outros advérbios.
verbal. Quando usamos a palavra alguém no lugar dos substantivos e do
pronome pessoal acima, a ideia de quem efetuou o processo verbal fica “Nossos bosques têm mais vida, nossa vida em teu seio mais amores.”
indefinida, apesar de a frase continuar com sujeito:
Nas duas ocorrências anteriores, a palavra mais é um pronome
Alguém esteve aqui indefinido, porque se refere respectivamente aos substantivos “vida” e
“amores”.
Na frase “Alguém esteve aqui”, a palavra alguém é um pronome
indefinido substantivo, porque substitui um substantivo e expressa uma Já na frase Ela é mais inteligente que você, mais é um advérbio de
ideia indeterminada. intensidade, porque se refere ao adjetivo inteligente e intensifica sua ideia.

O pronome indefinido pode exercer as mesmas funções de um É bom ter sua companhia aqui na Trilha. Vencemos mais uma fase!
substantivo, e muitas vezes exerce a função de sujeito simples. Não o
confunda com sujeito indeterminado.

72 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 73
M apear Português

3. Pronome Indefinido: o que pouca gente sabe é que bastante


também pode ser pronome indefinido e que deve concordar em número
(singular ou plural) com o substantivo a que se refere.

Emprego de BASTANTE Temos bastante dinheiro para viajar.


Temos bastantes desafios na escola.

Havia bastante gente na reunião.


Hoje trouxemos uma nova personagem para nos ajudar a explicar uma Havia bastantes pessoas na reunião.
regrinha de concordância nominal: a SAPA, que vai ensinar o emprego da
palavra BASTANTE! Muitas pessoas pensam que essa palavra é sempre DIMP
invariável, o que não é verdade. Além disso, pouca gente sabe que ela pode Bastante vai para o plural se puder ser substituído por muitas ou
pertencer a diversas classes gramaticais. Nossa amiguinha SAPA apareceu muitos.
em nossa Trilha para ensinar que existem quatro empregos para BASTANTE:
4. Advérbio: é o uso mais comum.
S ubstantivo
A djetivo Elas correram bastante.
P ronome Ela estava bastante emocionada.
A dvérbio. Ele mora bastante longe.

1. Substantivo: ocorre quando a palavra bastante está antecedida No primeiro exemplo, a palavra bastante se refere à forma verbal
pelo artigo o: “correram” e intensifica sua ideia; no segundo, refere-se ao adjetivo
“emocionada”; no terceiro, ao advérbio “longe”. Advérbios naturalmente
Eles já têm o bastante. modificam o sentido do verbo, mas também podem modificar o sentido de
adjetivos ou de outros advérbios. Nas três orações, bastante é um advérbio
Nesse caso, bastante equivale a “suficiente”. Mesmo sendo substantivo, de intensidade, que sempre será invariável.
nesse contexto se torna invariável.
Quantas coisas diferentes aprendemos nessa Trilha, não é mesmo?
2. Adjetivo: para funcionar como adjetivo, a palavra “bastante” precisa Uau!!!
ser equivalente a “suficiente” e vir depois do substantivo a que se refere.

Temos provas bastantes de que ele é inocente.

DIMP
Quando a palavra bastante puder ser substituída por suficientes,
deverá ir para o plural, concordando com o substantivo a que se referir.

74 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 75
M apear Português

Os pronomes interrogativos expressam a ideia de indeterminação.


Mas quando estiverem na posição de sujeito, em uma oração, serão
classificados como sujeito simples, e não sujeito indeterminado:

Que aconteceu com você?


Pronomes Interrogativos
Quem avisou você sobre a festa?
Quanto será necessário?

Estes são os últimos pronomes que vamos estudar! Ufa! Como Nas orações acima, os pronomes destacados estão substituindo o
vimos na fase anterior, a classe dos pronomes é bem abrangente e muito nome de algo ou de alguma pessoa que desconhecemos, mas o verbo
utilizada no dia a dia. Constantemente, por exemplo, fazemos perguntas concorda com esse pronome no singular. Portanto, o pronome, neste caso,
às pessoas. Normalmente essas perguntas são iniciadas por um pronome funciona como sujeito simples. Lembre-se de que orações exclamativas e
interrogativo. Na verdade, pronomes interrogativos são pronomes orações interrogativas também têm sujeito.
indefinidos usados em interrogações. São apenas 4, que vamos memorizar
pelo mnemônico Q4, já que todos eles são iniciados pela consoante O desenho que ilustra o nosso mapa de pronomes interrogativos é um
Q: QUE, QUEM, QUAL, QUANTO. carro chamado X6. Você pode se perguntar: “Que carro é esse?” Nessa
pergunta, temos o pronome interrogativo que. Quando esse pronome
Antes disso, precisamos saber que existem interrogações diretas (que substitui o substantivo, pode, facultativamente, ser antecedido pelo artigo o:
são finalizadas por ponto de interrogação) e indiretas (finalizadas por ponto
final ou ponto de exclamação). E os quatro pronomes interrogativos podem Que aconteceu? O que aconteceu?
ser usados em ambas. Veja
Aliás, o pronome que é bastante usado em perguntas. É comum,
Quantos alunos fizeram a prova? (interrogação direta) por exemplo, ele vir repetido: “O que que aconteceu?” ou “O que é que
Não se sabe quantos alunos fizeram a prova. (interrogação indireta) aconteceu?” Em ambos os casos temos expressões de realce, também
chamadas de partículas expletivas: no primeiro caso, o segundo que; no
Os pronomes que, qual e quanto podem ser usados tanto para substituir segundo caso, a expressão é que. Essas expressões podem ser retiradas
quanto para acompanhar substantivo. O pronome quem sempre vai fazer sem causar erro gramatical.
referência a pessoas e só pode ser usado como pronome substantivo, ou
seja, como um pronome que substitui termos substantivos. Os pronomes Por fim, o pronome interrogativo que é muito utilizado, com acento
que e quem são invariáveis; qual e quanto são variáveis. ou sem acento, com a preposição por, mas esse uso vamos ver com mais
detalhes na próxima fase.
Que dia é hoje?
Qual o seu problema? Depois de estudar o mapa seguinte com as seis informações mais
Você ganha quanto? importantes sobre os pronomes interrogativos, vá para a próxima página
Quem te disse? e conheça o novo personagem da nossa Trilha!
Quais as chances de ele ganhar?
Quantas lojas foram abertas?

76 A Tr i lh a d a G ra mát ica
M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 77
M apear Português

Sabemos que é comum o uso de por que e por quê em interrogações


diretas ou indiretas, mas está errado afirmar, por exemplo, que por que só
pode ser usado em início de perguntas e por quê no final.

Você sabe por que ela não veio?


Uso dos Porquês Eu sei por quê; porém não vou dizer.

O pronome quê recebe acento porque se torna tônico ao ser usado


junto de ponto (. ; ! ?)
Vemos muitas dicas sobre o uso dos porquês na internet. Mas a maioria
acaba falando de maneira incompleta e até equivocada sobre como usar Já as formas PORQUE e PORQUÊ são usadas essencialmente em
essas palavrinhas. explicações:

PORQUE é uma conjunção que indica causa, explicação e geralmente


Criamos então o CEP. Inclusive ilustramos nosso mapa com a figura de pode ser substituída por JÁ QUE ou POIS. Em alguns contextos, essa
um carteiro. Tudo isso para você se lembrar de uma coisa: para o carteiro conjunção também pode ser usada em perguntas. Mas isso só acontece
entregar alguma encomenda na sua casa, é essencial o CEP. Da mesma quando a pergunta já traz uma possível explicação ou já indica uma causa
forma, para você acertar o uso dos porquês, é necessário observar provável.

Ele trabalha porque gosta!


C – classe
Porque se atrasou, perdeu a vaga.
E – equivalência
P – posição da expressão na frase. Porque o ônibus se atrasou (causa), você decidiu ir a pé
(consequência)?
Muita gente diz, por exemplo, que POR QUE só pode ser usado em
início de PERGUNTA. Isso nããããão é verdade. Há uma música antiga do Tim Só porque você gosta de abacaxi (causa), eu também tenho de gostar
Maia, que diz assim: (consequência)?

“Não sei por que você se foi, quanta saudade eu senti...”. PORQUÊ é um substantivo e vem antecedido, na oração, por um artigo.
Pode ser facilmente substituído pela palavra motivo. Pode vir em qualquer lugar
A expressão “por que” está corretíssima, e não está em início de pergunta. da frase, mas sempre antecedido por um determinante (artigo ou pronome).
Se usar a dica da equivalência, você acerta: por que = por qual razão
As pessoas querem saber o porquê de tanta demora no atendimento.
E quanto à posição na frase? POR QUE pode vir no início ou no meio da
frase, que não precisa ser interrogativa. Aliás, quando por que é a junção da #ficaadica
preposição POR + o pronome relativo QUE, não há interrogação nenhuma.
Nesse caso, por que equivale a pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas POR QUE = por qual razão, pelo qual.
quais. POR QUÊ = por qual razão (junto de ponto: . ; ! ?)
PORQUE = pois, já que.
Só eu sei as dificuldades por que (pelas quais) passei. PORQUÊ = motivo.

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 79
M apear Português

I ndicativo: fato certo, real (acróstico CRE = Certo, REAL)


S ubjuntivo: fato duvidoso, hipotético (acróstico PHD = possibilidade,
hipótese, dúvida)
I mperativo:, conselho, ordem, pedido (acróstico COP)
Modos e Tempos Verbais
A flexão verbal mais importante, porém, é a flexão de tempo, porque
toda ação, todo processo, todo fenômeno, todo estado se situam no tempo,
que tem três categorias básicas: presente, passado e futuro. Essas 3
Vamos voltar agora ao estudo dos verbos. Já aprendemos, com o
(três) categorias de tempo se transformam em 6 (seis), porque o passado
mapa das classes gramaticais, que as duas classes mais importantes são
(também chamado de pretérito) e o futuro têm subdivisões:
verbos e substantivos! No mapa de verbos, aprendemos, de uma maneira
bem direta, o conceito, as flexões e as relações verbais. Agora precisamos Vamos ver alguns exemplos no modo indicativo:
detalhar as flexões. Vamos iniciar por aquelas flexões que são privativas do
verbo, ou seja, que só ele tem: modo e tempo.
1. presente Amo a natureza

A flexão de modo indica a maneira de um falante se expressar diante 2. pretérito perfeito Cumpri mais uma fase da Trilha
de um fato. 3. pretérito imperfeito Eu passava lá todos os dias
4. pretérito mais-que-perfeito Quando cheguei, ela adormecera
• O falante (emissor) pode ter a atitude de indicar algo real, algo
do qual se tem certeza. Neste caso, temos o modo indicativo. 5. futuro do presente Estaremos lá às 22h
6. futuro do pretérito Teria uma boa nota, se estivesse atento
Sonhos grandes mobilizam o universo.
No momento, o que importa é você “subir na montanha” e ter essa visão
• Ele pode, também, se expressar sobre um fato hipotético, panorâmica dos modos e tempos verbais. Depois desta fase, teremos
duvidoso; neste caso, teremos o modo subjuntivo. outras que irão detalhar esse tema tão importante. Agora faça uma pausa

Scanned by CamScanner
para o lanche, respire, descanse e vamos em frente! Estamos quase lá!
Talvez eu encontre você lá.

• Por último, o falante pode ter a atitude de dar uma ordem, um


conselho, uma advertência ou simplesmente fazer um pedido
ou um convite. Aí teremos o modo imperativo.

Aproveitem nossas promoções!

Então existem três modos verbais, que podem ser memorizados pelo
acróstico ISI:

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 81
M apear Português

• Pretérito mais-que-perfeito: ação concluída anterior a outra


também concluída
As pessoas perguntavam como ele conseguira aquilo.

Verbo - modo indicativo • Futuro do presente: ação futura em relação ao presente


O projeto trará benefícios à população.

• Futuro do pretérito: ação futura em relação ao passado


Olá! Neste ponto da Trilha, voltamos a falar de verbos, especificamente Se o agricultor não trabalhasse duro, a plantação não floresceria.
dos tempos verbais do modo Indicativo.
É muito importante memorizar as terminações mais comuns da 1ª

Scanned by CamScanner
Você pode se expressar por meio do verbo de três maneiras: com pessoa do singular (eu), pois normalmente quando se sabe conjugar um
certeza, com dúvida ou emitindo uma ordem, um conselho, um pedido. verbo na primeira pessoa do singular, fica mais fácil conjugar nas outras.
Dessa forma, temos três MODOS verbais:

Indicativo: um fato certo, real


Subjuntivo: um fato duvidoso, hipotético
Imperativo: um conselho, uma ordem, um pedido, uma sugestão

Na vida, temos três categorias de TEMPO: presente, passado e futuro.


Na nossa Língua, porém, temos algumas subdivisões em dois desses
tempos: o passado (pretérito) se subdivide em três; o futuro em dois.

No modo indicativo, temos 6 categorias de tempo:

• Presente: ação atual ou habitual


Sonhos grandes motivam.

• Pretérito perfeito: ação concluída


Ele chegou cedo.

• Pretérito imperfeito: ação habitual, inacabada ou em realização


no passado
O padre sempre ia lá.
O matuto trabalhava tranquilamente quando o padre chegou.
Eles sempre tinham uma desculpa.

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 83
M apear Português

2) A segunda diferença é que a forma verbal “há” pode ser substituída


por sua equivalente “faz”:

Mário mora aqui há dez anos.


Estela trabalha naquela loja faz cinco meses.
Emprego de Há e A
Outro uso da forma verbal há é como sinônimo de existe ou existem.
Neste caso, não há a indicação de tempo:

Um dos erros mais comuns na Língua Portuguesa é a confusão que se Há uma solução para esse problema.
faz entre a forma verbal “HÁ” e a preposição “A”. Observe que são palavras (existe)
completamente diferentes, que pertencem a classes completamente
diferentes. Há três pessoas aqui.
(existem)
Estou a 10 metros da farmácia.
Estamos a 20 minutos da cidade. Qual a melhor forma de não confundirmos mais essas expressões?
Daqui a três meses, viajaremos.
1. A partícula a deve ser usada quando estiver subentendida a
Nas frases anteriores, a partícula a, que nesse caso é uma preposição, expressão daqui a ou a distância.
introduz uma expressão de lugar e tempo respectivamente; essas
expressões exercem a função de adjunto adverbial, ou seja, termos 2. A forma verbal há deve ser empregada quando puder ser substituída
que geralmente se colocam junto a verbos para modificar o sentido, por faz ou existe.
acrescentando uma informação. Quando estudamos preposições, no

Scanned by CamScanner
nosso mapa do PEPI LEAL, aprendemos que as preposições introduzem Vencemos mais uma fase. Estamos quase no fim desta Trilha. Força,
complementos ou adjuntos. trilheiro!

Agora vamos ver as seguintes frases:

Mário mora aqui há dez anos.


Estela trabalha naquela loja há cinco meses.

A forma verbal “há” introduz uma oração que também indica tempo.
Então qual a diferença para a preposição “a”? São duas diferenças básicas:

1) A primeira delas é que a forma verbal há é usada para indicar tempo


decorrido, ou seja, tempo passado, apesar de ser uma forma do tempo
presente. Pode parecer estranho, mas é isso que ocorre: “há” é uma forma
do presente (porque indica algo que está ocorrendo no tempo presente),
mas, em conjunto com outra expressão que indique tempo, acaba se
referindo ao passado.

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M a p ea r Por t ugu ês

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M apear Português

Espero que você esteja aqui no próximo mês. (presente do subjuntivo)


Gostaria de que você estivesse aqui no próximo mês. (pretérito
imperfeito do subjuntivo).
Vou comemorar, se você estiver aqui no próximo mês. (futuro do
subjuntivo)
Verbo - modo subjuntivo
Vamos fazer uma festa, quando você estiver aqui. (futuro do
subjuntivo)
Esperamos que tudo esteja colorido como o mapa seguinte!
É muito importante memorizar as terminações:
Estamos estudando TEMPOS VERBAIS. No mapa anterior, vimos os
tempos do modo indicativo. Agora, veremos os tempos do SUBJUNTIVO. #ficaadica

• a e e: presente. Que eu entenda | que eu estude.


• A palavra subjuntivo significa SUBORDINADO, que vem junto de
• sse: pretérito imperfeito. Se eu entendesse...
algo e é hierarquicamente inferior. O que isso significa? Que ao usar
• r: futuro. Quando eu entender...
este tempo verbal, deveremos empregar outro verbo no mesmo
período (frase).

Scanned by CamScanner
Bons estudos!!
Gostaria de que você estivesse aqui no meu aniversário.

O primeiro verbo (gostaria) está no futuro do pretérito do modo


indicativo. Ele representa a oração principal do período. O segundo
verbo (estivesse) está no pretérito imperfeito do modo subjuntivo.
Este tempo verbal representa a oração subordinada — um assunto que
estudaremos na Trilha 3.

• Ao empregar um verbo no subjuntivo (que expressa dúvida,


possibilidade), você deverá empregar outro verbo no indicativo ou
um advérbio de dúvida.

Quando você se decidir, estarei aqui.


Talvez você esteja cansado.

• No modo subjuntivo, temos apenas três tempos simples e —


uma curiosidade — todos podem se referir ao futuro. Além disso,
normalmente são acompanhados pelas conjunções quando, que
ou se.

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 87
M apear Português

4. O sujeito de um verbo no imperativo será um pronome do caso reto


ou os pronomes de tratamento você e vocês, que podem aparecer
depois do verbo ou não.

Venha você! (sujeito simples determinado = você)


Verbo - modo imperativo Venha amanhã cedo! (sujeito simples oculto ou elíptico)

5. Algumas vezes o imperativo é seguido de vocativo, um


Para concluir nossos estudos sobre modos e tempos verbais, falaremos
chamamento que sempre será separado por vírgula. Cuidado para
de outro modo verbal: IMPERATIVO.
não confundi-lo com o sujeito. (Lembre-se da regra anterior)

A palavra imperativo significa que impõe. Portanto tem, na origem, um


Venha logo, Carlos!
sentido de autoridade. Porém, atualmente, expressa muito mais que ordem:

expressa conselho, pedido, recomendação, sugestão, desejo, proibição.
Nessa frase, o sujeito está oculto ou elíptico (você) e o substantivo
“Carlos” se classifica como vocativo. Lembre-se de que o sujeito
O que mais importa estudarmos sobre esse modo?
não pode ser separado por vírgula. Já a vírgula com o vocativo é
obrigatória.
1. Ele não se divide, como os outros, em tempos verbais. Classifica-se
apenas em imperativo afirmativo e imperativo negativo.
Estamos quase chegando ao fim da jornada. Faltam apenas 2 fases.
Força!
2. Ele não possui a 1ª pessoa do singular, porque você não pode dar
uma ordem a si mesmo.

3. O imperativo afirmativo é derivado do presente do indicativo e



do presente do subjuntivo. O imperativo negativo é derivado do
presente do subjuntivo. Basta, neste caso, acrescentar o advérbio
não.

Presente do Imperativo Presente do Imperativo


indicativo afirmativo subjuntivo (que) negativo

eu estudo ---- estude ----

tu estudas > estuda (sem s) estudes > Não estude

ele estuda estude < estude > Não estudes

nós estudamos estudemos < estudemos > Não estudemos

vós estudais > estudai (sem s) estudeis > Não estudeis

eles estudam estudem < estudem > Não estudem

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M a p ea r Por t ugu ês

A Tr i l h a d a G ra m áti ca 89
M apear Português

paroxítonas ou proparoxítonas, o radical se liga a outros elementos


mórficos importantes por meio de uma vogal temática ou por meio de
vogais e consoantes de ligação.

jog + a + dor
Estrutura das palavras radical + vogal temática + sufixo

cafe + i + cultor
O corpo humano tem uma estrutura básica, formada por cabeça, tronco
radical + vogal de ligação + sufixo
e membros. A palavra estrutura significa organização, disposição dos
elementos que compõem um corpo, aquilo que dá sustentação a alguma cafe + t + eira
coisa. As palavras, assim como o corpo humano, também têm uma estrutura, radical + consoante de ligação + sufixo
e os elementos que a compõem se chamam elementos mórficos.

No nosso mapa, representamos a palavra como se fosse uma árvore. Qual a diferença básica entre vogal temática e vogal de ligação?
O que sustenta uma árvore? A raiz. Em estudos avançados, costuma- Quando usamos uma vogal de ligação, o elemento anterior a ela já faz
se diferenciar raiz de radical, porém, de uma maneira simples, vamos sentido sozinho. Quando é vogal temática, não. Ao juntarmos o radical
considerar aqui como se tivessem o mesmo sentido. O radical é o elemento com a vogal temática, temos um elemento mórfico chamado tema, que já
que contém o sentido básico da palavra, ou seja, é a base da árvore. Numa dá significado à palavra.
família de palavras, é a parte que se repete. Observe que, nas palavras
abaixo, há um elemento comum, o radical livr-: Além desses elementos, temos as desinências. Desinências são
terminações que indicam as flexões (variações) das palavras. Há desinências
livro livreiro livraria nominais e verbais:

Quando queremos formar novas palavras a partir de um radical, Desinências nominais: gênero (o, a) / número (s)
normalmente acrescentamos os afixos, palavra que literalmente significa Desinências verbais: número-pessoais (s, mos, is, m, ste, stes...)
“colocado nas extremidades”. Se o afixo vier antes do radical, recebe o modo-temporais (va, ia, nha, ra,re, ria, sse...)
nome de prefixo. Se vier depois, recebe o nome de sufixo. Mas qual a lógica
desses nomes? Considera-se que o radical é o elemento fixo de uma alunas = alun / a / s
palavra, ou seja o elemento que dificilmente sofre modificação. A palavra radical + desinência de gênero + desinência de número
prefixo, literalmente, quer dizer antes do fixo, ou seja, antes do radical. Já a
palavra sufixo literalmente significa subsequente ao fixo, ou seja, sucede amávamos = am / á / va / mos
o radical, vem depois dele. Veja: radical + vogal temática + desinência modo-temporal + desinência número-pessoal

deslealdade = des + leal + dade Felizmente, este é um assunto pouco exigido em provas, devido à
prefixo + radical + sufixo complexidade. Para um estudo efetivo, teríamos que conhecer a origem de
inúmeras palavras. Mas vale a pena saber, mesmo que de forma simples,
Nas palavras oxítonas que não possuam afixos, o radical normalmente as partes que formam uma palavra. Vamos em frente!!
representa toda a palavra: arroz, café, sol, refém, anzol. Nas palavras

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M apear Português

uma nova palavra, com novo significado. Por exemplo, temos as palavras
“beija” e “flor”. Unindo as duas com hífen, temos uma nova palavra, com
um novo significado: beija-flor. Como houve a junção de dois radicais,
isto é, duas palavras que já existiam, dizemos que o processo se chama
composição. Beija-flor é um substantivo composto.
Processos de Formação de Palavras
Existem dois tipos de composição: por justaposição (quando dois
radicais se juntam sem nenhuma mudança na grafia ou no som, como é o
Você já parou para pensar em como as palavras surgiram na nossa caso de beija-flor); por aglutinação (quando duas palavras se juntam, mas
Língua? Sabemos que a Língua Portuguesa é originada do latim, língua que ocorrem mudanças na grafia e na pronúncia, como é o caso de aguardente
se falou durante muitos séculos, mas que hoje é considerada uma “língua e pernilongo).
morta”. Novas palavras surgiram e continuam a surgir em nossa Língua. E
como isso acontece? Ah, para falar desse assunto, chamamos nosso amigo Existem, ainda, outros processos menos comuns, que podem ser
Derivaldo Compositor! memorizados com a ajuda do acróstico HORAS:

Existem principalmente dois processos, ou seja, duas formas como as H ibridismo (junção de radicais de línguas diferentes): motoboy, televisão
palavras surgem no nosso idioma: derivação e composição. O nomatopeia (imitação de sons): tique-taque, reco-reco
R edução refri, em vez de refrigerante
Na fase anterior, estudamos a estrutura das palavras, ou seja, os A breviação (o mesmo que redução) moto em vez de motocicleta
elementos mórficos, as partes que se juntam para formar uma palavra. S igla ONU, MEC, CBF
Aprendemos, por exemplo, que existem os afixos, elementos que se
colocam antes ou depois de um radical para formar novas palavras. Já descobriu por que nosso personagem se chama Derivaldo
Compositor? Porque queremos que você se lembre dos dois principais
Quando uma palavra recebe um prefixo ou sufixo, dizemos que ela processos de formação: derivação e composição!
é formada pelo processo de derivação. Por exemplo: da palavra primitiva
“leal”, surgem as palavras lealdade (com acréscimo do sufixo dade ao Nós, Pacco e Amanda, queremos parabenizar você que chegou até
radical) e desleal (com acréscimo do prefixo de negação des antes do aqui. Você concluiu uma jornada muito importante na direção do domínio
radical). dos elementos gramaticais da nossa Língua. Temos certeza de que foi uma
aventura emocionante. Agora é hora de descansar, celebrar esta vitória e
Existem seis tipos de derivação e em dois deles não há o acréscimo fechar este ciclo. Vemos você do outro lado, na segunda jornada, chamada
de afixos: derivação regressiva (em que a redução de uma palavra forma Trilha Mapear 2.
uma nova palavra, como é o caso de encontrar e o encontro) e derivação
imprópria, em que a palavra muda de classe gramatical (como é o caso do
verbo jantar, que pode se transformar no substantivo o “jantar”). Um grande abraço!

Há outro processo tão importante quanto a derivação: a COMPOSIÇÃO.


Podemos juntar duas palavras que já existem na nossa Língua, formando

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