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Publicado em 12/2019.
INTRODUÇÃO
Em uma primeira análise, percebe-se que o legislador, tanto no texto legal quanto no
regulamentar, optou por utilizar de boa dose de conceitos vagos como: valores
jurídicos abstratos, possíveis alternativas, consequências jurídicas e administrativas,
interesses gerais, norma de conteúdo indeterminado, etc. Pois bem, o legislador foi
infeliz nessa opção ao não valorizar a objetividade que se esperaria de uma norma
que almeja propiciar segurança jurídica. No entanto, não serão priorizadas neste
ensejo, críticas ao texto legal, mas sim na contribuição que ela pode fomentar para o
ordenamento jurídico.
Enfim, pretende-se oferecer uma solução ao operador e uma didática ao que está
estudando a matéria, favorecendo uma clareza na nebulosidade que hoje verificamos
para a árdua interpretação doutrinária da nova lei, inclusive quanto a reflexos penais
e aos atos de improbidade administrativa.
“Como se verifica, trata-se de legislação que veio em boa hora para promover
a ampliação do controle de decisões administrativas e judiciais, com a nítida
preocupação, até então inexistente, com os seus efeitos e não somente com as
causas, tudo de forma a preservar o interesse público”[2].
Pois bem, fazendo uma análise dos dispositivos inseridos pela Lei nº 13.655/2018
percebe-se uma categorização.
O art. 28, por sua vez, trata da responsabilização dos agentes públicos e suas
vertentes que serão estudadas oportunamente.
O princípio da congruência está previsto no art. 492 do CPC, com o seguinte teor:
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica
condicional.
vezes, envolvem questões de ordem pública. Não é demasiado lembrar que questões
de ordem pública devem ser analisadas de ofício, ou seja, independente de
requerimento das partes.
No art. 489 do CPC, apontado na jurisprudência, destaca-se o seu §1º, que possui a
seguinte redação:
Art. 489.(...)
Enunciado n. 524: O art. 489, § 1º, IV, não obriga o órgão julgador a
enfrentar os fundamentos jurídicos deduzidos no processo e já enfrentados
na formação da decisão paradigma, sendo necessário demonstrar a
correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele já apreciado.
Enunciado n. 13: O art. 489, § 1º, IV, do CPC/2015 não obriga o juiz a
enfrentar os fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já tenham
sido enfrentados na formação dos precedentes obrigatórios.
Enunciado n. 42: Não será declarada a nulidade sem que tenha sido
demonstrado o efetivo prejuízo por ausência de análise de argumento
deduzido pela parte.
Mas até que ponto a fundamentação sucinta é legítima e qual o limite da sua
insuficiência? A jurisprudência do CARF é rica e traz sólidos balizamentos, conforme
os acórdãos a seguir:
Devem ser destacados os efeitos das decisões que não cumprirem o disposto no
artigo 20 da LINDB. Se decisão administrativa, admite invalidação da mesma por
violação do art. 2º, alínea “d”, com a conceituação dada pelo parágrafo único, alínea
“d” do mesmo dispositivo da Lei nº 4.717/1965 (Lei da Ação Popular). Se decisão
judicial, ela será considerada sem fundamentação, nos termos do art. 489, §1º, inciso
IV do CPC. Contudo, é válido dizer que ambas as fundamentações são aplicáveis
tanto para o julgador nas esferas administrativa e judicial indiscriminadamente.
Vale dizer: se o administrador não aplicar o art. 20 da LINDB, será também
considerada não fundamentada, vez que o art. 489 supra também alcança o processo
administrativo, por força do art. 15 do CPC.
(...)
O TJRS, em recente acórdão, declarou que o art. 20 da LINDB deve ser utilizado
para priorizar a análise do mérito, evitando-se a extinção sem a sua análise, a saber:
O art. 20 da LINDB foi utilizado também pelo TJPR como substrato nas hipóteses de
aplicação de teses de tribunais superiores, a saber:
Ainda no TJPR, o art. 20 da LINDB foi utilizado como fundamento para limitar o
quantum indenizatório em indenização por acidente de trânsito, a saber:
No art. 21, caput, o legislador procedeu a uma inútil repetição, pois a norma
traduz o que já dispõem o caput e o parágrafo único do art. 20: a decisão
administrativa ou judicial que invalidar ato, contrato e outras condutas
administrativas deve indicar expressamente as consequências jurídicas e
administrativas.
O regulamento (art. 4º, §1º) restringe essa análise aos limites dos fatos e
fundamentos de mérito. Vincula também uma motivação adequada, proporcional e
razoável das alternativas necessárias (art. 4º, §2º). Utiliza ainda da técnica da
modulação dos efeitos do julgado (art. 4º, §§ 3º a 5º).
O Tribunal de Justiça de São Paulo adotou o art. 21, combinado com o art. 20 da
LINDB nas hipóteses de anulação de contrato por vícios de licitação, após longeva
vigência contratual, a saber:
Isto posto, é forçoso reconhecer que é longeva a produção dos efeitos padrão
do contrato viciado, e que inexiste má-fé por parte da empresa contratada,
contra a qual nada foi articulado na petição inicial que permita identificar
conluio para aproveitar-se da situação de fato e de direito precedente à
investidura na titularidade dos serviços, e em favor da qual se identifica a
boa-fé na medida dos atos de execução contratual e da sujeição a atos de
controle judicial do ajuste como acima registrado.
A inovação do art. 22 da LINDB será tratado em suas linhas gerais, antes de verificar
as manifestações jurisprudenciais.
Na interpretação das normas sobre gestão pública, o legislador criou uma “empatia”
para com o administrador público, com a determinação de se considerar “os
obstáculos, as dificuldades reais do agente público e as exigências das políticas
públicas a seu cargo” e a integração destas nuances aos direitos dos administrados.
“No caso do art. 22, objeto específico deste texto, é particularmente relevante
esta segunda trilha, referente à contextualização. Daí ser comum que se
afirme que ele consagra o ‘primado da realidade’. Nele, a exigência de
contextualização produz uma espécie de ‘pedido de empatia’ com o gestor
público e com suas dificuldades. Esta é outra lógica bastante presente no
projeto: se o controlador quer se colocar na posição de tomar ou substituir
decisões administrativas, é preciso que enfrente também os ônus que o
administrador enfrenta. Esta circunstância vai na linha das afirmações de
parte da doutrina, mencionadas acima, no sentido da necessidade de maior
atenção às agruras e aos dilemas do gestor público”[33].
Vale dizer: não se deve levianamente atacar uma gestão pública se não for
compreendida todas as circunstâncias que levaram a tomada da decisão. É “se por na
pele” do gestor antes de criticá-lo.
Por esse motivo, a nova lei, no art. 22, recomendou que, para a interpretação
de normas sobre gestão pública, deverão levar-se em conta os obstáculos e as
dificuldades do gestor e as exigências das políticas públicas de sua atribuição,
sem prejuízo dos direitos dos administrados. Em outra vertente, para avaliar
regularidade ou validade de conduta, ato, contrato, processo ou norma, será
imprescindível analisar as circunstâncias concretas que impuseram,
limitaram ou condicionaram a conduta do gestor (art. 22, § 1º). A incidência,
no caso, é do princípio da realidade, que sugere, em alguns casos, a
inaplicabilidade de parâmetros meramente teóricos. Exemplo crítico sempre
citado é o da condenação de pequenos Municípios a fornecer a uma só pessoa
medicamentos ou serviços de custo elevadíssimo, cujos recursos seriam
alocados para assistência médica a toda a população[34].
No entanto, percebam que mais uma vez a lei foi redundante, pois esta mesma
conclusão é perfeitamente extraída do art. 20 já comentado.
O Tribunal de Justiça do Paraná se socorreu do art. 22, combinado com o art. 20,
ambos da LINDB, para fundamentar acórdão envolvendo a situação carcerária de
presos provisórios, a saber:
O juiz relator, em seu voto, salientou precedente da mesma Corte, com o seguinte
excerto:
Ainda, cabe mencionar que a LINDB (arts. 20 e 22) exige que o juiz
considere as consequências práticas de suas decisões quando referentes às
políticas públicas, e no caso não constou da decisão recorrida para onde
devem os presos ser removidos. Em outras palavras, transferir presos de um
lugar para outro apenas transfere o mesmo problema, não o soluciona, vez
que a defasagem de vagas no sistema prisional é uma questão muito mais
ampla, e que demandará investimentos a médio e longo prazo para ser
solucionada. O juiz da execução penal deverá diligenciar junto à Central de
Vagas para obter uma solução ao menos parcial para a cadeia pública
local[37].
O STJ se socorre do art. 23 da LINDB para fixar período de transição para nova
orientação adotada pela Corte, citando precedente sob rito dos recursos repetitivos,
valendo a transcrição:
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
O uso indiscriminado da modulação dos efeitos pode gerar efeitos indesejáveis como
a instabilidade das decisões, bem como sua falta de efetividade. Deve ser investigado
dois elementos de forma cumulativa: a) Se a alteração de entendimento é realmente
capaz de prejudicar uma expectativa legítima; e b) o interesse social envolvido assim
o exigir.
Para cogitar modulação dos efeitos é necessária a presença das situações previstas
no art. 21, parágrafo único da LINDB, quais sejam, ônus ou perdas anormais ou
excessivos. Vale dizer: não é qualquer ônus ou perda que admite a utilização da
modulação dos efeitos, mas somente aqueles transcendem aos usuais, segundo a
realidade do interessado. Portanto, para a fixação da modulação dos efeitos,
necessária a motivação nos termos do art. 20 da LINDB.
Essa matéria, por sua vez, não é nova, uma vez que consta da Lei Geral do Processo
Administrativo (Lei nº 9784/1999), que em seu art. 2º, parágrafo único, inciso XIII:
(...)
Na esfera fiscal e tributária, o art. 146 do CTN também possui disposição nesse
sentido:
“O velho brocardo ‘ato nulo não produz efeitos’ perdeu espaço. Admite-se
que a declaração de nulidade de ato administrativo, dependendo do caso, se
atingir situação concreta já constituída, para o bem da segurança jurídica e
da proteção da confiança do administrado, invalide o ato, mas preserve os
efeitos produzidos. Nesta linha dispõe o art. 21 da LINDB, segundo o qual a
decisão que decretar a invalidação de ato administrativo precisa ‘indicar de
modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas’, devendo
ainda, quando for o caso, ‘indicar as condições para que a regularização
ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses
gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em
função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos’ (art. 21,
parágrafo único).
O STJ, aplicando o art. 24, parágrafo único da LINDB, bem como pela Sumula
343/STF, negou ação rescisória de julgado por ofensa a literal disposição de lei,
quando a decisão originária foi proferida quando a interpretação da causa era
controvertida nos tribunais. O Acórdão restou assim ementado:
Conforme bem pontuado na petição recursal, o fato de a lei não estar mais
em vigor na época em que analisado o pedido não afasta a sua aplicação,
tendo em vista a aplicação do princípio do tempus regit actum.
A execução fiscal, por outro lado, tem como finalidade a satisfação de crédito
constituído pela Fazenda Pública e a parte executada está disposta a adimplir
com a dívida nas condições previstas na legislação municipal vigente à época
do requerimento. Não pode agora, transcorrido pouco mais de um ano, o
ente público furtar-se de cumprir legislação mais benéfica ao contribuinte
promulgada por ele mesmo, com o intuito de regularizar a situação fiscal de
seus devedores. Aliás, o transcurso desse lapso temporal apenas ocorreu por
culpa da própria parte exequente que não se manifestou, quando intimada,
acerca do pedido formulado pela executada e também pela morosidade do
próprio Poder Judiciário que postergou a definição acerca de qual legislação
a ser aplicável para o parcelamento do crédito fiscal.
Ocorre que havendo parentesco até terceiro grau do substituto mais antigo
com o titular da serventia, não é viável tal designação, por manifesta afronta
às normativas supracitadas, além do disposto no enunciado n.º 13 da Súmula
Vinculante do STF. Ainda, a designação de interino para assumir serventia
enquanto aguarda nomeação de concursado é ato precário, de sorte que não
há falar em direito adquirido ou ato jurídico perfeito conforme pretende o
impetrante, de modo que inaplicável o art. 24 da LINDB (Decreto-Lei n.º
4657/42), bem como da ocorrência de decadência, por não se tratar de
situação consolidada.
Por fim, no TJMG, o art. 24 da LINDB foi utilizado para interpretar a prevenção em
sucessão normativa, a saber:
II – (VETADO;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
§ 2º (VETADO).
§ 2º O compromisso:
III - preverá:
Primeiramente será feita uma abordagem geral do tema, com a exposição dos
dispositivos do art. 11 Decreto nº 9830/2019.
No entanto, esse permissivo genérico sofre limitações, quais sejam: ou quando a lei
expressamente vedar a transação, como na hipótese da Lei de Improbidade
Administrativa, conforme o art. 17, §1º da Lei 8429/1992, ou na hipótese do art. 171
do Código Tributário Nacional. Sobre este último tema, será retornada a sua
discussão oportunamente. Sobre a questão da vedação oposta pela Lei de
improbidade, a seguir será transcrita a jurisprudência do STJ que aborda a questão.
Art. 12. O agente público somente poderá ser responsabilizado por suas
decisões ou opiniões técnicas se agir ou se omitir com dolo, direto ou
eventual, ou cometer erro grosseiro, no desempenho de suas funções.
Art. 15. O agente público federal que tiver que se defender, judicial ou
extrajudicialmente, por ato ou conduta praticada no exercício regular de suas
atribuições institucionais, poderá solicitar à Advocacia-Geral da União que
avalie a verossimilhança de suas alegações e a consequente possibilidade de
realizar sua defesa, nos termos do disposto no art. 22 da Lei nº 9.028, de 12
de abril de 1995, e nas demais normas de regência.
IV - os antecedentes do agente;
V - o nexo de causalidade; e
VI - a culpabilidade do agente.
Esta hipérbole do absurdo não tem linhagem conhecida: nasceu entre nós
por geração espontânea. E, se passar, fará da toga a mais humilde das
profissões servis, estabelecendo, para o aplicador judicial das leis, uma
subalternidade constantemente ameaçada pelos oráculos da ortodoxia
cortesã. Se o julgador, cuja opinião não condiga com a dos seus julgadores na
análise do Direito escrito, incorrer, por essa dissidência, em sanção criminal,
a hierarquia judiciária, em vez de ser a garantia da justiça contra os erros
individuais dos juizes, pelo sistema dos recursos, ter-se-á convertido, a
benefício dos interesses poderosos, em mecanismo de pressão, para
substituir a consciência pessoal do magistrado, base de toda a confiança na
judicatura, pela ação cominatória do terror, que dissolve o homem em
escravo”[63].
Portanto o dispositivo legal do art. 28 da LINDB deve ser interpretado para não se
incidir na “hipérbole do absurdo” defendido por Rui Barbosa, para punir, quer nas
esferas administrativa, controladora ou judicial, a conclusão técnica esposada no
julgado causada por erro, independente de ser ou não “grosseiro”.
O que a doutrina tenta exemplificar como hipóteses de culpa grave, nada mais são do
que condutas dirigidas por dolo eventual, vez que pressupõe concordância com o
resultado, pois se o agente houvesse repelido sua ocorrência, a reprovabilidade não
seria aquela pretendida pelo Decreto nº 9830/2019, qual seja: o manifesto, o
evidente e o inescusável.
Confundir dolo eventual com erro grosseiro ou até com culpa grave é uma forma de
interpretação rasa. Conforme a doutrina de Guilherme de Souza Nucci entende-se
por dolo eventual:
Luiz Regis Prado estabelece a distinção entre dolo eventual e culpa consciente (culpa
grave), a saber:
Assim, para caracterizar o dolo eventual, é necessário que o agente público manifeste
concordância com o resultado, preferindo manter-se em seu intuito, assumindo o
risco do evento danoso. De acordo com a primeira parte do Decreto nº 9830/2019, o
“erro grosseiro” é o “manifesto, evidente e inescusável”, caracterizado por uma ação
ou omissão. Assim, conforme a doutrina (principalmente quanto à “fórmula de
Frank” exposta por Nelson Hungria, acima citado por Fernando Capez), o agente
público tem a consciência da matéria e, mesmo assim, prefere atuar segundo sua
própria convicção, seu próprio desígnio, contrariamente às provas apresentadas, à
instrução amplamente sabida, ao aplicar uma regra que manifestamente não vigora
mais ou que evidentemente não é aplicável à espécie.
nº 9830/2019 que esta possibilidade foi inserida em âmbito normativo e sobre esse
desiderato será reservado o item a seguir.
Ao revés, configurar-se-ia uma culpa grave quando, mediante uma conduta leviana,
um trato minimalista da lei, o agente aplica uma manifestação concreta que
finalisticamente não é que realmente o que ele quer. O desfecho, embora previsível,
não foi resultante, direta e imediatamente do seu desígnio.
Como já afirmado no tópico anterior, entende-se por erro grosseiro uma conduta
movida por dolo eventual e nunca uma modalidade de culpa strictu sensu. Se assim
o fosse, estaria previsto naquele estatuto “dolo ou culpa grave qualificada por erro
grosseiro”. Mas não foi assim que ocorreu, a única conclusão lógica e real foi a
ausência de responsabilidade nos casos de tipos culposos.
Ocorre que o Decreto nº 9830/2019, em seu artigo 12, §1º definiu erro grosseiro da
seguinte forma:
O art. 17 do Decreto em tela foi mais incisivo ao prever a total derrogação do art. 28
da LINDB:
Ocorre que esta posição foi alterada para possibilitar a penalização por ato improbo
ao gestor que obrar com tal modalidade de culpa, como observado no acórdão a
seguir:
O art. 28 da LINDB veio para sanar essa celeuma, trazendo uma terceira via, com
vistas a excluir a tipicidade dos atos de improbidade na modalidade culposa.
O problema maior que se deparava o gestor público era a possibilidade (quase regra)
de que fosse processado por improbidade administrativa por dano ao erário in re
ipsa, ou seja, de forma objetiva, sem que houvesse a prova da conduta ilícita do
agente.
Portanto, não se cogita mais a punição de ato de improbidade por lesão ao erário na
modalidade culposa, devido a derrogação promovida pela Lei nº 13.655/2018, ao
inserir o art. 28 na LINDB..
Peculato
(...)
Peculato culposo
Sobre o crime de peculato culposo, deve ser destacada a doutrina de Cesar Roberto
Bitencourt, a saber:
Vale dizer que, apesar de a doutrina penal advogar que o peculato culposo é um
crime autônomo, ele nada mais é que uma participação culposa em crime doloso que
a semântica legal quis qualificar como crime autônomo, sem amparo na realidade
dos fatos, ao arrepio da lógica jurídico-penal. Uma herança causalista em um
sistema finalista, portanto.
Na verdade, a nova lei veio a excluir mais uma responsabilidade objetiva imputada
ao servidor. Na prática, bastava a comprovação do dano e o nexo de causalidade em
razão de uma conduta dolosa de terceiro (pasmem!), que o “descuido” tornava-se
implícito. Por exemplo: um policial militar já chegou a ser condenado por peculato
culposo, inclusive em segunda instância, porque foi assaltado em sua residência,
sendo levado, pelos criminosos, arma e munição da corporação. Assim, além de o
policial e sua família ter sofrido a violência do assalto, o servidor foi condenado
porque tinha o dever de cuidado? Um absurdo!
Desta forma, mantém-se íntegro o art. 12, §1º do Decreto nº 9830/2019 unicamente
para as reparações ao erário, utilizando-se a técnica da interpretação conforme a
Constituição. Portanto, os agentes públicos se sujeitarão a reparação do dano ao
erário, seja por ato de improbidade ou outra forma de conduta lesiva, inclusive por
direito de regresso nas hipóteses de dolo ou culpa grave.
Art. 37 (...)
“Em segundo lugar, com os olhos no art. 37, §6º, verifica-se que o
constituinte adotou um conceito amplo ao se referir à culpa, mas não fechou
questão sobre o grau ou intensidade de sua incidência para a configuração da
responsabilidade do agente público. Assim, logo à partida, a crítica adota
uma versão de maximalismo constitucional incompatível tanto com a letra
expressa na Lei Maior, quanto com uma visão aberta e democrática do
constitucionalismo. Por evidente, não existe uma interdição constitucional a
que o legislador democrático densifique o conceito de culpa ou adote uma
certa modalidade ou intensidade para que a responsabilidade reste
configurada”[86].
Assim, o art. 28 da LINDB, aliada a interpretação adotada pelo art. 12, §1º do
Decreto nº 9830/2019, estabeleceu a responsabilidade nos casos de dolo ou culpa
grave, para fins de ressarcimento ao erário. Assim, no caso de culpa leve, torna-se
inaplicável o regresso contra o servidor na responsabilidade objetiva do Estado.
ementa:
Ainda no TJPR, foi editado o enunciado interpretativo nº 10, com o seguinte teor:
Enunciado 10: "O artigo 10 da Lei 8.429/1992 foi alterado pela Lei
13.655/2018, não mais sendo admitida a caracterização de ato de
improbidade administrativa que cause lesão ao erário na modalidade
culposa"[95].
Este enunciado, após a entrada em vigor do Decreto nº 9830/2019, foi alterado para
constar a seguinte redação:
O Tribunal de Justiça de São Paulo também exige no mínimo erro grosseiro para a
configuração da improbidade administrativa, a saber:
Este entendimento jurisprudencial, por arrastamento, também pode ser aplicado aos
crimes de peculato culposo, uma vez que inexiste mais crimes funcionais culposos.
§ 2º (VETADO).
D) A decisão que deferir a consulta pública deverá ser motivada, nos mesmos moldes
de qualquer decisão administrativa com os alertas do art. 20 da LINDB;
O Art. 30 da LINDB, último artigo inserido pela Lei nº 13655/2018, como uma das
principais inovações colacionadas, possui a seguinte redação:
Orientações normativas
Art. 22. A autoridade que representa órgão central de sistema poderá editar
orientações normativas ou enunciados que vincularão os órgãos setoriais e
seccionais.
Enunciados
Transparência
Paulo Dourado Gusmão leciona sobre a segurança, pedra de toque para que a
sociedade siga estável, mesmo que não necessariamente seja garantida a melhor
alternativa, valendo transcrição:
Promove-se a segurança jurídica com a intocabilidade das decisões, mesmo que ela
não seja a melhor, pois, em nome da perfeição, mesmo que alcançada esta, o
elemento temporal pode ocasionar a imprestabilidade da prestação. Vale dizer:
melhor uma decisão que peque pela profundidade técnica e que seja célere, do
aquela que atenda tal profundidade e que seja extemporânea.
Enfim, toda esta articulação visa esclarecer que o dispositivo que melhor favorece a
segurança jurídica dentre as novas normas inseridas pela Lei nº 13655/2018 é o art.
30 da LINDB. As demais disposições se preocupam mais com a certeza jurídica, mas
a lei, em seu conteúdo objetivo, é incapaz de promover tal certeza. A norma, quando
se preocupa com o discernimento humano da realidade dos fatos, ou da visão que as
pessoas possuem dos fatos, está fadada ao fracasso.
A primeira crítica às disposições inseridas pela Lei nº 13.655/2018, a mais óbvia por
sinal, é que ela foi mal escrita, é ultrassubjetiva e manifestamente dúbia. No entanto,
crítica maior deve ser feita quanto a matéria escolhida para legislar, qual seja, o que
o julgador deve ou não enxergar quando se depara com uma decisão a ser tomada.
É possível o julgador decidir mal? Por óbvio que sim! Mas a esfera recursal existe
exatamente para revê-la quando necessário, e mais, não é porque a decisão mereça
reparo que o decisor deva ser responsabilizado por isso. São “ossos do ofício”. E a
má-fé não se presume, prova-se.
Como a LINDB é uma norma de supradireito, sua utilização pelas demais unidades
da federação é obrigatória, independente de regulamentação. A competência
uniformizadora das procuradorias dos estados, do distrito federal e dos municípios é
presuntiva e decorrente da própria representação jurídica que lhes são reservadas,
desde que chancelados pelos respectivos Chefes do Executivo.
2.10.2.2.1) Regulamentos.
É verticalmente vinculado porque obriga a todos os órgãos que estiverem sob a seu
âmbito de influência, quer hierárquico ou sob a vinculação técnica. Vale dizer: em
razão de entendimento pacífico em processos administrativos, por entendimento
próprio ou em razão de precedentes jurisprudenciais, um conselho de contribuintes
de determinado município vier a editar uma súmula administrativa, esta vinculará
todas as instâncias inferiores.
I - a unidade central; ou
II - a unidade descentralizada.
o
https://jus.com.br/imprimir/78562/a-lei-13655-2018-e-as-alteracoes-da-lindb-interpretacao-dos-novos-dispositivos-artigo-por-artigo Página 91 de 131
A lei 13655/2018 e as alterações da LINDB: interpretação dos novos dispositivos artigo por artigo - Jus.com.br | Jus Navigandi 21/07/2021 20:20
Nada impede que o órgão julgador, em instância recursal, decida ou edite súmula
administrativa sobre a matéria, podendo até divergir da tese esposada na consulta.
Na hipótese de edição de sumula, o órgão de primeira instância que redigiu a
consulta deverá adotar a tese pacificada no verbete sumular, uma vez que o órgão
inferior não possui autoridade para vincular o órgão de autoridade superior.
Art. 22. A autoridade que representa órgão central de sistema poderá editar
orientações normativas ou enunciados que vincularão os órgãos setoriais e
seccionais.
2.10.2.2.5) Enunciados.
Esses enunciados são muito semelhantes às súmulas, mas somente imbuídos com a
vinculação vertical e não a horizontal. Vale dizer: a vinculação prevista não alcança
os particulares, uma vez que é um verbete interna corporis.
Tais decisões não poderiam pecar mais na aplicação do ordenamento jurídico. Pois
bem, percebem-se três questões emergentes no âmbito tributário: 1) a óbice do art.
146, III da Constituição quanto as normas gerais em matéria tributária; 2)
inaplicabilidade do art. 24 da LINDB no âmbito tributário, uma vez que o
julgamento no contencioso tributário não se tipifica nas hipóteses previstas no
dispositivo; e 3) a natureza das inovações, notoriamente de cunho processual, estão
ou não inseridas no óbice do art. 146, III da CF. Diante da importância do tema e
para melhor didática, serão todos esses itens analisados separadamente.
Nesta toada, deve ser destacado o art. 146, inciso III da Constituição Federal, com o
seguinte teor:
(...)
Resta saber: a Lei nº 13.655/2018, uma lei ordinária, portanto, pode reger
nacionalmente as regras que tipifica no âmbito tributário? Sem sombra de dúvida
que sim. Se assim não o fosse, os demais artigos da LINDB, anteriores às inovações
introduzidas, também não seriam, o que é sabidamente é falso. Portanto, cabe
destacar a doutrina de Carlos Ari Sundfeld:
Diante da posição destacada, vislumbra-se que se considera norma geral para fins do
art. 146, inciso III da Constituição Federal, as matérias circunscritas nos incisos “a” e
“b” do inciso em questão, que veiculam as seguintes matérias: fato gerador, base de
cálculo, contribuinte de tributos (CF, art. 146, inciso III, alínea “a”), ou mesmo
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários (CF, art. 146,
inciso III, alínea “b”). Assim, matérias concernentes ao devido processo legal (ou
melhor, devido processo decisório) estão a par da exigência formal de lei
complementar.
Por fim, se a tese esposada pelo CARF merecer fé, no âmbito tributário não serão
aplicáveis a lei de improbidade administrativa, o código penal, a lei de sonegação
fiscal, a lei de crimes tributários e outras legislações ordinárias que, por sua
natureza, obrigam a todas as esferas da federação, inclusive o próprio Código de
Processo Civil.
Ora, mas essa disposição já consta do Código Tributário Nacional, conforme o texto
do seu art. 146, com o seguinte teor:
“Deve o Direito ser interpretado inteligentemente: não de modo que a ordem legal
envolva um absurdo, prescreva inconveniências, vá ter a conclusões inconsistentes
ou impossíveis”[108].
3.2.2) O art. 149, inciso VIII do CTN como exceção a regra do art. 24 da LINDB e do
art. 146 do CTN.
(...)
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
Assim, o fundo do direito não é se o art. 24 da LINDB e seu irmão siamês no CTN, o
art. 146, sejam aplicáveis ao contencioso tributário, mas sim quando se aplicam. A
solução reside na ocorrência, ou não, do erro de fato, quando, na data do lançamento
anterior, o fisco desconhecia a situação fática declarada. Se se o fisco conhecia o fato
e altera o critério, somente poderá aplicar tal revisão com efeitos ex nunc.
Primeiramente, cabe uma breve dissertação sobre a doutrina do diálogo das fontes,
uma vez que a celeuma criada sobre a aplicabilidade das normas instituídas pela Lei
nº 13.655/2018 perpassa, necessariamente, pela leitura dessa doutrina.
A Teoria do Diálogo das Fontes é uma doutrina criada por Erick Jayme e
incorporado no Brasil pela autora Cláudia Lima Marques, que defende uma
interpretação sistematizadora do Direito, em promoção de um diálogo (uma
comunicação) entre suas fontes, valendo a seguinte transcrição do manuscrito de
Cláudia Lima Marques, citada por Flávio Tartuce:
Com efeito, consoante a Teoria do Diálogo das Fontes, as normas gerais mais
benéficas supervenientes preferem à norma especial (concebida para conferir
tratamento privilegiado a determinada categoria), a fim de preservar a coerência do
sistema normativo[113].
Assim, a incidência do CPC aos processos administrativos fiscais opera-se ope legis,
ou seja, independe de regulamentação pelo ente federado que o aplicar.
Assim, as disposições inseridas pela Lei nº 13.655/2018 devem ser ponderadas para
que o sistema constitucional tributário seja preservado. De início, afirma-se que os
artigos 20, 21, 22, 23 e 30 não poderão ser recusados pelo julgador administrativo
fiscal porque o princípio da segurança e da certeza jurídica são cânones
constitucionais. Sobre a segurança jurídica, válida a dissertação de Roberto Barroso:
Já foi dissertado neste trabalho sobre o art. 24 da LINDB e seu irmão siamês, o art.
146 do CTN. Assim, negar vigência ao primeiro é negar vigência ao segundo e por
consequência ao sistema constitucional tributário.
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e
passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões
mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção de
crédito tributário.
Com efeito, a disposição do art. 171 do CTN não sofreu derrogação pelos artigos 26 e
27 da LINDB, uma vez que se relacionam com a constituição do crédito tributário,
essa matéria sim reservada a lei complementar, nos termos do art. 146, inciso III,
alínea “b” da CF.
Portanto, ausente lei que autorize a autoridade fiscal a estabelecer compromisso, nas
hipóteses em que afetem a obrigatoriedade do lançamento tributário.
Especificamente no que concerne ao art. 27 da LINDB, deve ser observado o art. 170-
A do CTN, a saber:
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a
compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos
ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.
Atente-se que o art. 170-A do CTN apenas é aplicável aos casos em que o
contribuinte já realizou o pagamento de determinado tributo, que entende
indevido pela invalidade da lei que o instituiu. Por isso, a compensação neste
caso é vedada.
O STJ utilizou o art. 24 da LINDB para negar ação rescisória por violação a literal
disposição de lei, em face de que a coisa julgada foi produzida em meio a
controvérsia anterior nos tribunais, fixando-se tese contrária, posteriormente,
contrária a posição anterior. Mesmo nessa hipótese, em causas tributárias (o Direito
Previdenciário também ostenta a natureza tributária) o art. 24 da LINDB foi vetor de
fundamentação.
Conforme bem pontuado na petição recursal, o fato de a lei não estar mais
em vigor na época em que analisado o pedido não afasta a sua aplicação,
tendo em vista a aplicação do princípio do tempus regit actum.
A execução fiscal, por outro lado, tem como finalidade a satisfação de crédito
constituído pela Fazenda Pública e a parte executada está disposta a adimplir
com a dívida nas condições previstas na legislação municipal vigente à época
do requerimento. Não pode agora, transcorrido pouco mais de um ano, o
ente público furtar-se de cumprir legislação mais benéfica ao contribuinte
promulgada por ele mesmo, com o intuito de regularizar a situação fiscal de
seus devedores. Aliás, o transcurso desse lapso temporal apenas ocorreu por
culpa da própria parte exequente que não se manifestou, quando intimada,
acerca do pedido formulado pela executada e também pela morosidade do
próprio Poder Judiciário que postergou a definição acerca de qual legislação
a ser aplicável para o parcelamento do crédito fiscal.
CONCLUSÃO
O Artigo 20 da LINDB, primeiro dispositivo inserido pela lei em apreço, deve ser
interpretado com as seguintes cautelas: a) deve o decisor enxergar a realidade dos
fatos e se aproximar ao máximo desses fatos e, se houver dificuldades, é imperioso
instaurar o contraditório e a ampla defesa; b) as presunções devem ser utilizadas
com parcimônia; c) se a lei admite mais de uma forma de interpretação, deve ser
optada pela opção que melhor favoreça à estabilidade das relações, que promova a
preservação do interesse coletivo e que seja a menos onerosa ao particular; d) a
decisão, mesmo que sucinta, mas que suficientemente aplicar a lei ao caso concreto e
enfrentar as provas que aduzirem a congruência entre os fatos e fundamentos à
conclusão adotada, não afronta o dispositivo em exame; e e) o art. 20 instaura um
verdadeiro devido processo decisório, sendo vetor a todo o ordenamento jurídico,
em especial ao sistema administrativo, controlador e judicial, inclusive, às decisões
oriundas dos outros artigos inseridos à LINDB pela Lei nº 13655/2018.
contraditório e ampla defesa para verificação dos vetores acima destacados, salvo se
no decorrer do processo já estiver os mesmos solucionados. Salienta-se que a decisão
que adotar o regime de transição deve ser tomada com as cautelas do art. 20, com os
vetores interpretativos expostos.
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decisão 13/12/2018;
________ STJ - AgRg no AREsp 672435/RS, julg em: 21/03/2019; AgRg no REsp
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em 16/05/2007, DJ 04/06/2007;
________ STJ - AIA 30/AM, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Corte Especial,
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________ STJ – 1ª Seção - REsp 1130545/RJ [Recurso Repetitivo] – Rel. Min. Luiz
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A lei 13655/2018 e as alterações da LINDB: interpretação dos novos dispositivos artigo por artigo - Jus.com.br | Jus Navigandi 21/07/2021 20:20
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NOTAS
[1]STOLZE, Pablo e VIANA, Salomão. Impactos da nova lei que altera normas do
direito brasileiro. apud GAGLIANO e PAMPLONA JUNIOR, 2019, pp. 158/159
[5] GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 49ª ed. Forense.
2018, p. 387
[12] STJ – CORTE ESPECIAL - AgRg no RE no AgRg nos EREsp 1278505/MS – Rel.
Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA – Julgamento em 19/12/2018
[15] STJ – 1ª Turma - AgInt no AREsp 714074/PE – Rel. Min. Napolão Nunes Maia -
Unânime – Julgado em: 25/03/2019. Em idêntico sentido: AgRg no AREsp
672435/RS, julg em: 21/03/2019; AgRg no REsp 1207490 / RJ, julg em: 14/08/2018
[17] STF – 1ª Turma - AG.REG. NA PETIÇÃO 8002 – Rel. Min. Luiz Fux –
Julgamento em: 12/03/2019
[18] STF - AC 3637 ED/RO – Rel. Min. Edson Fachin – Julgamento em:
02/08/2018
[42] STJ – 3ª Turma - AgInt no REsp 1804729/SP – Rel. Min. MARCO AURÉLIO
BELLIZZE – Julgado em: 16/09/2019
[46] STJ – 1ª Seção - AR 5274/SC – Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO –
Julg. em: 26/06/2019. No mesmo sentido: AR 5367/PR – Julg. 26/06/2019; AR
5277 / RS – Julg em: 22/05/2019
[54] STJ – 1ª Turma - REsp 584798/PE – Rel. Min. Luiz Fux – Julgamento:
04/11/2004
[57] STJ – 1ª Turma - RMS 21942/MS – Rel. Ministro LUIZ FUX – Julgamento:
15/02/2011
[60] STJ – 1ª Turma - AgInt no REsp 1654462 / MT – Rel. Min. SÉRGIO KUKINA –
Julg em: 07/06/2018
[64] STJ - Rp 357/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em
16/05/2007, DJ 04/06/2007, p. 279
[79] STJ - AIA 30/AM, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Corte Especial, DJe
28/09/2011
[80] STJ - AgRg no AREsp 654.406/SE, Rel. Ministro Herman Benjamim, Segunda
Turma, julgado em 17/11/2015, DJe 04/02/2016
[81] O Ministro Gilmar Mendes levantou a seguinte questão, in verbis: “Certa feita,
entrou-se com uma ação, o Ministério Público contra o Ministro Malan, o Ministro
Pedro Parente e vários outros componentes do Conselho Monetário, por conta do
PROER, Ministro Celso. Muito provavelmente esta ação foi muito encorajada pelo
PT da oposição, Ministra Rosa, uma vez que muitos desses atores eram um pouco
braço judicial do Partido dos Trabalhadores. Esta ação foi acolhida. Eu até brinquei
com o Pedro Parente, depois, porque essa ação foi acolhida, Ministro Alexandre. O
juiz disse: não vou aplicar todas as demais sanções. Só vou mandar que eles
devolvam o que foi aplicado no PROER. O PROER, que é considerado um grande
programa de estadista no Brasil. Veja, Ministro Fux, aqui foi proposta ação e a ação
foi acolhida, porque se entendeu que se estava – vejam –, em um tema altamente
complexo como este: "conceder benefício fiscal sem observância das formalidades
legais". Segundo essa vertente, já caberia a ação. Como que se fica num caso desse?
Imagine-se que passe o prazo previsto e só depois propõe-se ação. Porque a toda
hora, governar envolve esses riscos todos. E aqui é muito curioso - acho que nós
temos que discutir e penso que essa é a oportunidade de fazê-lo - o risco para quem
propõe essas ações também, inclusive, as de ressarcimento, doutora Raquel. Nesses
dias, eu escutava de um líder no Congresso que as responsabilidades e as
condenações nos órgãos autônomos, que a responsabilidade civil do Ministério
[83] STJ – 2ª Turma - REsp 1808976/SP – Rel. Min. Hermann Benjamin – Julgado
em 01/10/2019
[86] BINENBOJM, Gustavo e CYRINO, André. In Rev. Direito Adm., Rio de Janeiro,
Edição Especial: Direito Público na Lei de Introdução às Normas de Direito
Brasileiro – LINDB (Lei nº 13.655/2018), p. 203-224, nov. 2018, p. 216
[89] STF – ADI 2.566 MC/DF, rel. Min. Sydney Sanches (22.05.2002);
[98] GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 49ª ed.
Forense. 2018, p. 387
[101] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 42ª ed. Malheiros.
2016, p. 205
[105] SUNDFELD, Carlos Ari. LINDB: Direito Tributário está sujeito à Lei de
Introdução reformada: Qual o âmbito de incidência dos novos dispositivos? In
JOTA, extraído da internet no site: https://www.jota.info/opiniao-e-
analise/artigos/lindb-direito-tributario-esta-sujeito-a-lei-de-introducao-reformada-
10082018
[106] STF – Pleno – ADI nº 3141/DF – Rel Min. Roberto Barroso – Data da decisão
13/12/2018
[109] STJ – 1ª Seção - REsp 1130545/RJ – Rel. Min. Luiz Fux – Julgamento:
09/08/2010
[112] STJ – 1ª Turma - AgRg no REsp 1483780/PE – Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO – Julgamento: 23/06/2015
[119] Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada
ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos,
orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo
parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de
Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
[122] TESE 249 – STJ – 1ª Seção - REsp 1115501/SP – Rel. Min. Luiz Fux – Julgado
em: 10/11/2010
[123] STJ – 2ª Turma – REsp 1247811/RS – Rel. Min. Mauro Campell Marques –
Julg. 14/06/2011 – DJ 21/06/2011
[124] STJ – 1ª Seção - AR 5274/SC – Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO –
Julg. em: 26/06/2019. No mesmo sentido: AR 5367/PR – Julg. 26/06/2019; AR
5277 / RS – Julg em: 22/05/2019
Autor
Olsen Henrique Bocchi
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