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PONTA GROSSA
2022
SUPERLIGAS E SUPERLIGAS DE NÍQUEL
O advento do desenvolvimento de superligas, e em especial as que eram a
base de níquel, se deu pouco antes da metade do século XX, onde a concepção
sobre a necessidade do que viriam a ser consideradas ‘superligas’ surgiu
fundamentada nas ligas de aço inoxidável austenítico que foram desenvolvidas no
início do mesmo século. As superligas então não só deveriam ter propriedades de
resistência à corrosão, mas também propriedades de resistência mecânica
elevadas. Essa necessidade foi exponenciada com a revolução que ocorreu na área
da aeronáutica, onde para a invenção de motores a à jato também demandava que
as superligas tivessem a capacidade de serem utilizadas em altíssimas
temperaturas.
A invenção do derretimento por indução à vácuo possibilitou aos
metalurgistas a obtenção de ligas que tivessem sua composição controlada com o
mínimo de impurezas. Nesse sentido, testes em ligas de diferentes composições e
proporções de cada elemento presente deram origem a inúmeras patentes. O último
passo dado na evolução das superligas foi a variação nos tipos de processamento
aos quais as ligas poderiam ser submetidas. A Figura 1 sintetiza a evolução do
desenvolvimento das superligas.
Figura 1 – Evolução histórica contextual no desenvolvimento das superligas
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
A porcentagem de cada elemento de liga presente em uma determinada liga
atua de forma a atenuar certas propriedades pertinentes a cada elemento e a forma
como ele altera as propriedades finais do material após os tratamentos térmicos
pertinentes, adequando assim o uso de cada uma. As Tabelas 1 e 2 apresentam a
composição final no desenvolvimento das ligas IN625 e IN718 respectivamente.
Tabela 1 - Elementos de liga presentes na Tabela 2 - Elementos de liga presentes na
superliga IN625 superliga IN718
ELEMENTO % ELEMENTO %
Níquel 58 mín. Níquel (mais Cobalto) 50.00 - 55.00
Cromo 20.0 - 23.0 Cromo 17.00 - 21.00
Ferro 5.0 máx. Ferro Balanço
Molibdênio 8.0 - 10.0 Nióbio (mais Tântalo) 4.75 - 5.50
Nióbio (mais Tântalo) 3.15 - 4.15 máx. Molibdênio 2.80 - 3.30
Carbono 0.010 máx. Titânio 0.65 - 1.15
Manganês 0.50 máx. Alumínio 0.20 - 0.80
Silício 0.50 máx. Cobalto 1.00 máx.
Fósforo 0.015 máx.
Carbono 0.08 máx.
Enxofre 0.015 máx.
Manganês 0.35 máx.
Alumínio 0.40 máx.
Silício 0.35 máx.
Titânio 0.40 máx.
Cobalto 1.0 máx. Fósforo 0.015 máx.
Fonte: American Special Metals Enxofre 0.015 máx.
Boro 0.006 máx.
Cobre 0.30 máx.
Fonte: American Special Metals
ESTRUTURA CRISTALINA
Ambas as ligas IN625 e IN718 apresentam uma matriz austenítica γ, uma vez
que a base da liga é níquel-cromo. O diagrama de fases para as superligas a base
de níquel-cromo está apresentado na Figura 5. Para superligas de base mais
complexa, outros diagramas de fase são utilizados, onde podem ser diagramas
ternários, quaternários ou até mesmo diagramas polares.
Figura 5 - Diagrama de fases da matriz para as ligas IN625 e IN718
Fonte: (5)
Fonte: (6)
O segundo método é utilizado quando deseja-se obter uma maior ductilidade
transversal em seções mais densas de uma peça, ou seja, é um método preferível
para aplicações de tensão limitada, além de apresentarem também maior resistência
ao impacto. As propriedades mecânicas mínimas que peças com diferentes
geometrias produzidas com IN718 e que sofreram esse método de tratamento
térmico estão apresentados na Figura 9.
Figura 9 -
Fonte: (5)
MICROESTRUTURA
Nesta seção do trabalho, serão apresentadas imagens de micrografias
referentes a evolução microestrutural nas ligas de IN625 e IN718 durante a
manufatura de materiais de engenharia utilizando-se desses materiais.
Figura 10 - IN625 com precipitação de carbetos intergranulares (a) e intragranulares (b).
Figura 11 – Liga IN625 após 1 hora de tratamento térmico de envelhecimento a 650°C mostrando em
(a) precipitados γ'' e ampliado em (b) sua morfologia elipsoidal, em (c) após 10 horas e (d) 500 horas.
Fonte: Microstructure and mechanical properties of Inconel 625 superalloy
Figura 12 – Liga IN625 após 1 hora de tratamento térmico de envelhecimento a 850°C mostrando em
(a) carbetos intergranulares, porém ausência de precipitados γ'' e em (b) precipitação da fase δ após
100 horas.
Fonte: Microstructures and mechanical behavior of Inconel 718 fabricated by selective laser melting.
REFERÊNCIAS
1 SIMS, C. T. A History of Superalloy Metallurgy for Superalloy Metallurgists.
In: Superalloys (Fifth International Symposium), 1984, New York.
Disponível em:
tms.org/superalloys/10.7449/1984/Superalloys_1984_399_419.pdf
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Alloys. Ohio: ASM International, 2000.
3 EISELSTEIN, H. L., TILLACK, D. J. The Invention and Definition of Alloy
625. Superalloys 718, 625 and Various Derivatives. West Virginia, 1991.
4 TIEN, J. K., COLLIER, J. P., VIGNOUL, G. The Role of Niobium and Other
Refractory Elements in Superalloys. Superalloy 718 – Metallurgy and
Applications. New York, 1989.
5 SPECIAL METALS. INCONEL ® alloy 625. 2013. Boletim técnico.
6 SPECIAL METALS. INCONEL ® alloy 718. 2007. Boletim técnico.
7 AMATO, K. N., et al. Microstructures nad mechanical behavior of Inconel
718 fabricated by selective laser melting. Acta Materialia. p. 2229-2239,
mar. 2012.
8 CAO, G. H. et al. Investigations of γ', γ'’ and δ precipitates in heat-treated
Inconel 718 alloy fabricated by selective laser melting. Materials
Characterization 136. p. 398-406, jan. 2018.
9 RAO, K. B. S. Microstructure and mechanical properties of Inconel 625
superalloy. Journal of Nuclear Materials 288. p. 222-232, nov. 2000.