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Teste de avaliação

Nome Turma _____ N.o ___ Data ___ /___ /____


3 Sismologia
Estrutura interna da terra

Em cada item de escolha múltipla, selecione a opção correta.

GRUPO I

O sismo do Nepal de 2015


No dia 25 de abril de 2015, um sismo devastador de magnitude 7,8 assolou o Nepal,
causando cerca de 9000 mortes e quase 2300 feridos. O epicentro localizou-se em Lamjung,
no distrito de Ghorka, 75 km a noroeste de Katmandu, capital do Nepal, com uma
profundidade focal de 8,2 km. O sismo ocorreu na interface de subducção marcada pela
falha principal dos Himalaias, também designada MHT, uma falha de grandes dimensões
com 150 km de comprimento e 80 km de largura, onde a placa Indiana é puxada para a placa
Euro-Asiática. Este sismo foi sentido em algumas regiões da Índia, China, Bangladesh,
Paquistão e Butão, tendo sido registadas mais de 400 réplicas com magnitude superior a 4
nos meses subsequentes. A maior réplica sentida teve uma magnitude de 7,3. Ocorreu no
dia 12 de maio de 2015, no distrito de Dolakha, a 75 km a nordeste de Katmandu, com uma
profundidade focal de 18 km, somando às vítimas do sismo principal mais 200 mortes e 2500
feridos (Fig. 1). Kathmandu foi particularmente afetada no seu parque habitacional, pois a
maioria dos edifícios foi construída com alvenaria (construção que utiliza pedras, tijolos ou
outros materiais, unidos ou não, por uma argamassa), sendo estes pouco ou nada
reforçados. De facto, apenas 25% dos edifícios são de betão armado com paredes de
enchimento. Nestes últimos encontraram-se falhas de construção, nomeadamente, quanto à
orientação da construção que foi efetuada por técnicos de grau médio, e ao nível da
construção propriamente dita, que foi realizada por pedreiros sem experiência profissional
em projeto de estruturas. Antes do sismo, estes edifícios já tinham sido avaliados como
significativamente vulneráveis quando sujeitos a um sismo com uma probabilidade de
ocorrência razoável para a região do Nepal. Nas regiões urbanas e rurais em torno do Vale
de Katmandu estima-se que 90% do parque imobiliário existente é composto por edifícios
que não foram alvo de qualquer projeto estrutural.

Fig. 1 Contexto tectónico associado ao sismo ocorrido no Nepal em 2015.


Adaptado de www.researchgate.net/publication/303590059 (consultado em 10/03/2021)

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1. Na região onde ocorreu o sismo do Nepal existe
(A) divergência entre limites litosféricos continentais.
(B) divergência entre limites litosféricos oceânicos.
(C) convergência entre limites litosféricos oceânicos.
(D) convergência entre limites litosféricos continentais.

2. Segundo os dados fornecidos, é


(A) provável que não ocorram mais sismos no limite entre a placa Indiana e a placa
Euro-Asiática.
(B) possível que ocorram mais sismos superficiais do que profundos na região
de Katmandu.
(C) impossível a ocorrência de mais danos nos edifícios de Katmandu provocados
por sismos futuros.
(D) apenas a movimentação da falha MHT que provoca sismos na região.

3. Com o aumento da distância a Katmandu, verifica-se


(A) um aumento do intervalo S-P.
(B) uma diminuição do intervalo S-P.
(C) uma diminuição da profundidade focal.
(D) um aumento da profundidade focal

4. Para um determinado sismo, a ______ apresenta ______, correspondendo à quantidade de


energia libertada no ______.
(A) magnitude … um valor fixo … epicentro
(B) magnitude … um valor fixo … hipocentro
(C) intensidade … valores variáveis … epicentro
(D) intensidade … valores variáveis … hipocentro

5. Faça corresponder cada um dos tipos de ondas sísmicas referidas na coluna A à respetiva
caracterização, que consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
(1) A sua velocidade anula-se quando a rigidez é zero.
(2) Alteram o volume dos materiais atravessados.
(a) Ondas P [ ____ ]
(3) Propagam-se apenas quando a densidade do meio é
(b) Ondas S [ ____ ]
zero.
(c) Ondas superficiais [ ____ ]
(4) Propagam-se apenas em meios gasosos.
(5) Possuem maior amplitude e menor velocidade.

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6. A falha MHT é considerada uma falha ______, ao longo da qual a placa ______ é a subductada.
(A) inativa … Indiana
(B) inativa …Euro-Asiática
(C) ativa … Indiana
(D) ativa … Euro-Asiática

7. As réplicas ______ os sismos principais e têm, geralmente, ______ magnitude do que estes.
(A) antecedem … menor
(B) antecedem … maior
(C) sucedem … menor
(D) sucedem … maior

8. O risco sísmico na região de Katmandu é______, em virtude da sismicidade ser do tipo ______.
(A) alto … interplaca
(B) baixo … interplaca
(C) alto … intraplaca
(D) baixo … intraplaca

9. A região de Katmandu foi construída num antigo leito de um lago, onde se acumularam
sedimentos alagados, que alcançaram uma espessura de 100 metros. Explique de que modo a
existência destes sedimentos contribuiu para que o sismo do Nepal tivesse sido tão devastador
nesta cidade.
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GRUPO II

As ondas sísmicas e a estrutura interna da Terra


Os sismos e as ondas sísmicas, para além do seu potencial destruidor, são também fontes de
conhecimento científico e de desenvolvimento económico. Em Sismologia, especialidade da
Geofísica Interna, área da Física que se dedica ao estudo do interior do Terra (e de outros
corpos celestes) utilizando métodos físicos, tem sido o estudo das ondas sísmicas, o método
que tem fornecido informação mais detalhada sobre a estrutura interna do nosso planeta e
sobre a geodinâmica causadora dos sismos de origem natural (Fig. 2). Analisando registos de
eventos sísmicos naturais ou artificiais, a Sismologia tem permitido um conhecimento sobre
a estrutura profunda e inacessível à observação direta do nosso planeta, mas também tem
contribuído para a deteção na crosta de vários elementos de grande valor económico, tais
como hidrocarbonetos, águas subterrâneas ou jazigos minerais. Em sismologia, a
interpretação dos dados não é inequívoca, existindo controvérsia em muitos campos.
O conhecimento e o modelo aceite para a estrutura interna da Terra resultam de uma
construção que tem sido sucessivamente melhorada com o contributo de muitos
investigadores. Ninguém verificou a veracidade do modelo – o conhecimento científico não é
a «verdade» mas sim, um resultado do desafio humano em compreender e prever como se
estrutura o interior da Terra, interpretando com criatividade e esforço os dados disponíveis.

Fig. 2 Corte transversal da Terra mostrando a propagação


das ondas P e S. Os pontos A, B, C e D correspondem a
locais onde se encontram estações sismográficas.

Adaptado de Santos, M. (2003). Sismologia – «Um Projeto Interdisciplinar no Ensino da Física».


Tese de mestrado em Física – área de especialização em Física para o ensino.
Faculdade de Ciências e Tecnologia. Universidade do Algarve.

1. Os dados que melhor descrevem o local E são


(A) profundidade de 2890 km e densidade que passa de 3,4 g/cm 3 a 5,6 g/cm3.
(B) profundidade de 5150 km e densidade média de 4,5 g/cm 3.
(C) profundidade de 2890 km e densidade que passa de 5,6 g/cm 3 a 9,9 g/cm3.
(D) profundidade de 5150 km e densidade média de 11, 1 g/cm 3.

2. Indique a designação da descontinuidade sísmica que é marcada pelo ponto E.

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3. Como a amplitude das ondas sísmicas superficiais tende a ______ com a diminuição da
distância epicentral, a ______ deve ser maior na estação A do que na estação B.
(A) aumentar … intensidade
(B) diminuir … intensidade
(C) aumentar … magnitude
(D) diminuir … magnitude

4. A partir dos dados obtidos apenas na estação sísmica A é possível determinar a


(A) intensidade e a localização do epicentro.
(B) intensidade e a distância ao epicentro.
(C) magnitude e a localização do epicentro.
(D) magnitude e a distância ao epicentro.

5. Os sismogramas representados na figura 3 foram registados nas estações sismográficas B, C e D.

Fig. 3 Sismogramas obtidos nas estações sismográficas B, C e D.

Indique qual das tabelas seguintes estabelece a melhor correspondência entre cada estação
sismográfica e o respetivo sismograma.
Estação Estação
Sismograma Sismograma
sismográfica sismográfica
B 1 B 3
C 2 C 2
D 3 D 1
(A) (B)

Estação Estação
Sismograma Sismograma
sismográfica sismográfica
B 2 B 1
C 3 C 3
D 1 D 2
(C) (D)

6. A zona de sombra sísmica encontra-se ______ da Terra e a sua distância ao epicentro ______
de sismo para sismo.
(A) à superfície … mantem-se
(B) à superfície … varia
(C) no interior … mantem-se
(D) no interior … varia

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7. A chegada das ondas P e S a uma estação sismográfica antes do tempo previsto, indica que
(A) a velocidade de propagação dessas ondas diminui com a profundidade.
(B) as ondas atravessaram camadas do interior da Terra de materiais mais rígidos.
(C) a densidade dos materiais aumenta muito com a profundidade.
(D) a incompressibilidade dos materiais diminui muito com a profundidade.

8. A descontinuidade de
(A) Mohorovicic assinala a separação entre duas camadas com diferente estado físico.
(B) Gutenberg separa duas zonas com propriedades físicas e químicas semelhantes.
(C) Lehmann limita duas zonas com propriedades físicas distintas.
(D) Mohorovicic delimita a litosfera da astenosfera.

9. Explique de que modo o modelo físico da geosfera está assente em dados da sismologia,
nomeadamente na velocidade das ondas sísmicas.
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GRUPO III

Luzes bizarras de sismos finalmente explicadas


Raros flashes de luz que, às vezes, são vistos associados a sismos podem ser causados por
propriedades elétricas de certas rochas em ambientes específicos, relatam cientistas.
Denominadas relâmpagos de terramotos, as luzes podem assumir «muitas formas e cores
diferentes», diz o coautor de um estudo, Friedemann Freund, professor adjunto de Física da
San Jose State University e investigador sénior do Ames Research Center da NASA.
Freund diz que as formas comuns destas luzes incluem chamas azuladas que parecem sair do
solo na altura do tornozelo, orbes de luz chamadas relâmpagos de bola que flutuam no ar,
por dezenas de segundos ou até minutos, e rápidos flashes de luz brilhante que se
assemelham a descargas atmosféricas regulares, mas que vêm do solo em vez do céu.
Ao longo dos séculos houve muitos relatos da existência de luzes, antes ou enquanto um
sismo estava a ocorrer. Em 12 de novembro de 1988, houve pessoas que relataram um globo
de luz rosa-púrpura brilhante ao longo do rio Saint Lawrence, no Québec, Canadá, 11 dias
antes de um poderoso sismo. Poucos segundos antes do terramoto de L'Aquila, Itália, em
2009, as pessoas viram chamas de luz de dez centímetros, piscando acima de uma rua de
pedra.
Nos últimos anos foram propostas várias teorias sobre a formação destas luzes, incluindo a
interrupção do campo magnético da Terra devido a stresse tectónico e o chamado efeito
piezoelétrico, no qual rochas contendo quartzo produzem voltagens, quando comprimidas
de uma certa maneira. Contudo, Freund e os seus colegas relatam que o que causa estas
luzes parece ser um processo elétrico totalmente diferente. Segundo ele, «quando a
natureza pressiona certas rochas, as cargas elétricas são ativadas».
Os tipos de rochas particularmente atribuídos a este tipo de fenómeno são os basaltos e
gabros, que apresentam minúsculos defeitos nos seus cristais. Quando uma onda sísmica os
atinge, podem libertar-se cargas elétricas dessas rochas. Em algumas áreas, os basaltos e os
gabros estão presentes em estruturas verticais chamadas diques, que se formam ao longo de
falhas verticais e podem atingir profundidades de 97 km. Esses diques podem canalizar
cargas elétricas.
As condições certas para as luzes existem em menos de 0,5% dos sismos em todo o mundo,
estimam os cientistas, o que explica por que são fenómenos relativamente raros. As luzes de
sismos parecem ser mais comuns na Itália, Grécia, França, Alemanha, China e partes da
América do Sul.
Freund observou que estas luzes podem ocorrer semanas antes ou durante um grande
sismo. Elas foram registadas a distâncias de até 160 km do epicentro.
No entanto, Bruce Presgrave, geofísico do Centro Nacional de Informações sobre Sismos do
US Geological Survey afirma que é «improvável que as «luzes de sismo» sejam muito úteis
para a previsão destes fenómenos, porque não parecem ser relatadas com tanta
frequência».

Adaptado de www.nationalgeographic.com/science/article/140106-earthquake-lights-earthquake-prediction-geology-science
(consultado em 12/03/2021)

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1. A hipótese colocada por Freund para a origem dos flashes de luz associados a sismos é a de
que
(A) ocorre produção de voltagem nas rochas, quando estas são comprimidas.
(B) a interrupção do campo magnético terrestre provoca stresse tectónico.
(C) as estruturas geológicas como diques levam à formação de falhas verticais.
(D) as pressões provocadas nas rochas levam à libertação de cargas elétricas.

2. Os basaltos e os gabros são rochas que formam a partir da consolidação ______ de magma,
______ condições de pressão e temperatura.
(A) do mesmo tipo … nas mesmas
(B) do mesmo tipo … em diferentes
(C) de diferentes tipos … nas mesmas
(D) de diferentes tipos … em diferentes

3. O quartzo é um mineral que se pode encontrar em rochas como o ______ e pode ______.
(A) basalto … possuir várias cores
(B) basalto … ser riscado pelo canivete
(C) granito … possuir várias cores
(D) granito … ser riscado pelo canivete

4. A existência do campo magnético terrestre pode ser explicada pela ocorrência de correntes
elétricas originadas no núcleo ______ devido ______.
(A) externo … ao seu estado físico e à sua composição química
(B) externo … apenas à sua composição química
(C) interno … ao seu estado físico e à sua composição química
(D) interno … apenas à sua composição química

5. O geomagnetismo é um método de estudo ______ do interior do planeta e pode provocar nas


rochas anomalias magnéticas ______ na polaridade atual.
(A) direto … positivas
(B) direto … negativas
(C) indireto … positivas
(D) indireto … negativas

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6. Considere as afirmações seguintes, que dizem respeito a alguns métodos de estudo do interior
da Terra.
I. Os xenólitos permitem conhecer a composição química do núcleo externo.
II. Nos pontos quentes o gradiente geotérmico é alto.
III. A recolha e análise de amostras obtidas em afloramento constituem um método direto.
(A) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(C) III é verdadeira; I e II são falsas.
(D) I é verdadeira; II e III são falsas.

7. Relativamente à zona de baixa velocidade, é possível referir que


(A) é caracterizada pela diminuição da amplitude das ondas superficiais.
(B) nesta região, apenas as ondas P diminuem abruptamente a sua velocidade.
(C) revela uma região onde ocorre um aumento da rigidez dos materiais.
(D) nesta região, tanto as ondas P, como as S, diminuem abruptamente a sua velocidade.

8. Indique a designação da região compreendida entre os 410 km e os 660 km de profundidade.


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9. Explique a posição de Bruce Presgrave, quando afirma que é improvável que as «luzes de
sismo» sejam muito úteis para a previsão de terramotos.
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Item
Grupo
Cotação (em pontos)
I 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
7 7 7 7 7 7 7 7 12 68
II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
7 5 7 7 7 7 7 7 12 66
III 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
7 7 7 7 7 7 7 5 12 66
TOTAL 200

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