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Instituto Federal de Brasília – Campus Brasília

CST em Gestão Pública


Fundamentos de Microeconomia
Prof. Jaqueline Brocchi

Introdução à Teoria da Produção

 Teoria da Firma / do Produtor/ da produção.

Teoria do Consumidor:
Max U
s.a R.O.

Agora  De onde vem a curva de oferta?

Usamos a mesma lógica da derivação da curva de demanda 


a mesma ideia de maximização em condições de restrição  a
mesma ideia de tangência.

A parte mais difícil é que não há um preço dado, já que são


os produtores quem definem os preços. Sendo assim,

 Quais são os preços que eles irão cobrar?

 Como os produtores decidem sobre a produção?

Insumos  processos  produto

PRODUÇÃO

O que os produtores desejam é maximizar


lucros!
 Max π; sendo que π = RT – CT
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A chave para a Max π é uma produção eficiente, isto é,


produzir da forma mais eficiente possível.

O processo de produção ou transformação de insumos em


produtos, assim como as preferências do consumidor, pode ser
modelado. Isso é feito matematicamente na forma de
FUNÇÕES DE PRODUÇÃO.

Podemos simplificar o raciocínio pensando em 2 tipos de


insumos que as firmas usam para produzir:

Pessoas  trabalho (𝐿) - horas de trabalho.


Coisas  capital (𝐾) - todas as coisas envolvidas na produção.

Função da produção: 𝑞 = 𝑓(𝐿, 𝐾)

A produção é função dos insumos.

É importante ressaltar a diferença entre insumos fixos e


insumos variáveis.

FIXOS X VARIÁVEIS.
↙ ↘
Não mudam com facilidade Mudam com facilidade

Essa facilidade de mudança é uma questão de prazos. No


curto prazo, alguns insumos são fixos. No longo prazo, todos
os insumos são variáveis.

Existem, ainda, insumos que são QUASE-FIXOS como o


trabalho, uma vez que exige recrutamento/treinamento/
adaptação e existem leis, mas para o propósito da teoria,
consideramos o trabalho como um fator de produção variável
no curto prazo.

Resumindo os pressupostos:

1) Firmas produzem bens/serviços a partir de dois insumos:


 trabalho e capital.
2) Trabalho é um insumo variável (que pode mudar a
qualquer tempo).
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3) Capital é fixo no curto prazo.

 Como as firmas tomam decisões de produção?

̅)
1) Curto prazo: 𝑞 = 𝑓(𝐿, 𝐾

Quantos trabalhadores eu devo contratar?

Isso vai depender da produtividade marginal do trabalho

𝑃𝑀𝑔𝐿

Quantidade de produto que a hora marginal de


trabalho consegue produzir.

Δ𝑞
𝑃𝑀𝑔𝐿 = | 𝑘̅
Δ𝐿

Comparando com a teoria do consumidor:

𝑃𝑀𝑔𝐿 ≈ 𝑈𝑀𝑔𝑋

Felicidade no consumo do bem.


Produção decorrente
do consumo do insumo.

Assim, como a 𝑈𝑀𝑔 é decrescente, a 𝑃𝑀𝑔 também o é.


 todo trabalhador pode ajudar no aumento da produção, mas
o último trabalhador ajuda menos que o anterior e por aí vai.

̅  chave para o 𝑃𝑀𝑔


Lembrando que isso acontece porque 𝐾
decrescente no curto prazo.

1) Longo Prazo: 𝑞 = 𝑓(𝐿, 𝐾)

No longo prazo, a firma deve escolher quanto trabalho e quanto


capital consumir. Assim como, na teoria do consumidor, nós
tínhamos que escolher entre consumir pizzas e filmes.

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Para a gente decidir, tínhamos que olhar para a nossa restrição
orçamentária. Aqui a ideia é a mesma. O orçamento é o que
emperra o avanço do nosso consumo. No caso da firma, o que
impede o avanço da produção?  OS CUSTOS.

Considere a função de produção

𝑞 = 𝑓(𝐾, 𝐿)
𝑞 = √𝐾𝐿
Graficamente, temos:

A estas curvas damos o nome de ISOQUANTAS.

Ao longo da mesma curva, o valor de 𝑞 é o mesmo.

Curvas diferentes representam diferentes níveis de 𝑞. Sendo


que curvas mais altas, representam valores maiores para 𝑞.

Em um paralelo com a teoria do consumidor, as isoquantas


podem ser comparadas com as curvas de indiferença.

As isoquantas são negativamente inclinadas porque existe um


trade off entre L e K.

O que determina essa inclinação? Qual era o nome disso para


a curva de indiferença? TMS. Este é um conceito de
substitutabilidade.

 A substitutabilidade determina a inclinação da Isoquanta


→ TMST: Taxa Marginal de Substituição Técnica de um insumo
pelo outro na função de produção.
Δ𝐾
𝑇𝑀𝑆𝑇 = | 𝑞̅
Δ𝐿
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São tipos especiais de função de produção:

K K

L L
Função de insumos substitutos perfeitos Função Leontief
𝑞 = 𝑎𝐾 + 𝑏𝐿 Insumos complementares
perfeitos
𝑞 = min{𝐾, 𝐿}

Um outro conceito relevante para entender a dinâmica da produção é o


conceito de RETORNOS DE ESCALA.

O que acontece se todos os insumos aumentam proporcionalmente?

 Depende do processo de produção.

1) Retornos constantes de escala:

𝑓(2𝐿, 2𝐾) = 2 𝑓(𝐿, 𝐾)

2) Retornos crescentes de escala:

𝑓(2𝐿, 2𝐾) > 2 𝑓(𝐿, 𝐾)

3) Retornos decrescentes de escala:

𝑓(2𝐿, 2𝐾) < 2 𝑓(𝐿, 𝐾)

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Teoria da Produção

Mesma lógica da teria do consumidor.

Plano que indica, nas duas direções, os insumos necessários para a


produção de um determinado bem.
K y= f (k , L) Yield (Rend)

Q= f (k , L) Quant.

Relação/oferta

REMUNERAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO:

 Capital (𝐾)→ não é custo. Tem uma taxa de remuneração: 𝑟.


𝑟 deve ser entendido como o “custo de oportunidade do capital”,
ou seja, a taxa de juros que o empresário deixa de ganhar no
mercado financeiro por ter adquirido essa máquina.
 Trabalho (𝐿) → salário, 𝑤 (wage).

ISOQUANTAS:

Todas as combinações de capital e trabalho que geram um produto final


idêntico (mesmo q).

 Passam infinitas isoquantas entre quaisquer isoquantas.


 Qualquer combinação de 𝐾 e 𝐿 leva a um produto final q.

ISOCUSTO:

Conjunto de custos de insumos que custa exatamente o mesmo valor.


Em uma analogia à Teoria do Consumidor, a curva de isocusto seria a
curva de Restrição Orçamentária. Os limitadores da maximização de
lucro das firmas são seus custos.

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K 𝐶 = 𝑤𝐿 + 𝑟𝐾
c/r

c/w L

DUALIDADE DA PRODUÇÃO:

Há duas formas diferentes de definir qual seria a melhor opção para o


produtor.

1) Max 𝑓(𝐿, 𝐾)

S.a. 𝑤𝐿 + 𝑟𝐾 = 𝐶

2) Min (𝑤𝐿 + 𝑟𝐾)

S.a. 𝑓(𝐿, 𝐾) = 𝑞

TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO TÉCNICA:

Indica quantas unidades de insumo são necessárias para dispor de uma


unidade do outro insumo e manter a produção no mesmo patamar.
Δ𝐾 𝑃𝑀𝑔𝐿
𝑇𝑀𝑆𝑇 = =
Δ𝐿 𝑃𝑀𝑔𝐾

PRODUTO MÉDIO E PRODUTO MARGINAL:


𝑄 𝑄
𝑃𝑀𝑒𝐿 = 𝑃𝑀𝑒𝐾 =
𝐿 𝐾

ΔQ ΔQ
𝑃𝑀𝑔𝐿 = 𝑃𝑀𝑔𝐾 =
Δ𝐿 Δ𝐾

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TEORIA DOS CUSTOS

 A lucratividade das firmas depende de mercados

custos

Custo CONTÁBIL  forma financeira

ECONÔMICO  custos de oportunidade

Custos associados às oportunidades que serão deixadas de lado, caso


a empresa não empregue seus recursos da maneira mais rentável.

9 tipos de custos:

1) De oportunidade
2) Fixo
3) Afundado
4) Variável
5) Total
6) Fixo Médio
7) Variável Médio
8) Médio
9) Marginal

1. CUSTOS DE OPORTUNIDADE:

 Custo em que se incorre por deixar de fazer algo ou por fazer algo.
 Não precisa ser um custo financeiro.
Pessoa que trabalha em sua própria empresa >> W (salário) como
parte do custo econômico de produção.

2. CUSTO FIXO:

 Parcela do custo que não depende da quantidade produzida.


 Existirá independentemente da haver algum nível de produção.
 É obrigado a pagar mesmo que decida produzir zero.
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Exemplo: salários à administração da fábrica.

Gráfico:
C
Está fixo em qualquer

CF quantidade que seja produzida.

Portanto, será uma reta horizontal.

3. CUSTO AFUNDADO / IRRECUPERÁVEL /


IRREVERSÍVEL/SUNK COSTS:

 Parcela do custo em que o empresário incorre e que não pode ser


recuperada.
 É o que se perde.

4. CUSTO VARIÁVEL:

Varia conforme o nível de produção.

 A parcela do custo que depende da quantidade produzida.

Insumos necessários para a produção do produto final.

 Se a produção cair para zero, não haverá a incidência desse tipo


de custo.

𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉
𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶(𝑞)
5. CUSTO TOTAL:

O custo total é a soma do custo variável com o custo fixo.

*A curva de custo total tem o mesmo formato da curva de custo


variável, mas está afastada dessa curva exatamente o mesmo valor
do custo fixo.

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Gráfico:

6. CUSTO FIXO MÉDIO:

 É a razão entre o custo fixo e a quantidade que está sendo


produzida.
𝐶𝐹
𝐶𝐹𝑀𝑒 =
𝑞
Quanto maior for a produção, menor será o custo fixo médio,
tendendo, inclusive, a zero.

Gráfico:

Tende a zero, mas nunca vai ser zero, pois 𝐶𝐹 > 0

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7. CUSTO VARIÁVEL MÉDIO:

 É o valor do custo variável dividido pela quantidade produzida.


𝐶𝑉
𝐶𝑉𝑀𝑒 =
𝑞

8. CUSTO MÉDIO:

 É o somatório do custo variável médio com o custo fixo médio.

𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉
(𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉) ÷ 𝑞
𝐶𝑇 𝐶𝐹 𝐶𝑉
= +
𝑞 𝑞 𝑞
𝐶𝑇𝑀𝑒 = 𝐶𝐹𝑀𝑒 + 𝐶𝑉𝑀𝑒

Gráfico:

𝐶𝑉𝑀𝑒 e 𝐶𝑀𝑒 têm formato de U. A diferença entre as curvas é o


𝐶𝐹𝑀𝑒.

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9. CUSTO MARGINAL:

 É o acréscimo do custo total quando a produção é aumentada em


uma unidade.
 Custo da unidade adicional.
 Custo incremental.

Reflete apenas o aumento do custo variável, já que o custo fixo não


muda.
∆𝐶𝑉 ∆𝐶𝑇
𝐶𝑀𝑔 = = = 𝐶𝑇′
∆𝑞 ∆𝑞

O 𝐶𝑀𝑔 corta tanto o custo médio quanto o custo variável médio em


seu ponto mínimo.

ECONOMIA DE ESCALA E ESCOPO:

 Economia de escala: ocorre quando há rendimentos crescentes de


escala.
 Economia de escopo: ocorre quando a produção conjunta em uma
única empresa é maior do que as produções obtidas por duas
empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto.

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PRINCÍPIO DE LE CHATELIER:

Reação à mudança no preço do insumo é maior no longo prazo.

A igualdade entre o preço e o custo marginal é condição necessária


para maximização do lucro. Mas, em geral, não constitui condição
eficiente.

Condição de Encerramento:
𝐶𝑉(𝑞)
𝐶𝑀𝑒 = >𝑝
𝑞

Se os custos variáveis médios forem maiores do que 𝑝, a empresa


ficará melhor se fabricar zero unidade de produtos.

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