Você está na página 1de 28

Manutenção preventiva e

gestão de pneus
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Podemos falar, sem dúvidas, que o transporte rodoviário é o principal
sistema de transporte no Brasil. Ele dá acesso aos bens e produtos,
por atuar como importante suporte estratégico que assegura o
escoamento da produção, bem como o transporte de passageiros.
Por meio dele passam 58% das cargas movimentadas no país, contra
25% das movimentadas pelo modal ferroviário, 13% pelo aquaviário,
3,6% pelo dutoviário e 0,4% pelo aéreo.

Devido ao grande número de veículos de transporte rodoviário,


a manutenção preventiva e a gestão de pneus se destacam como
temas importantes, não só por questões de segurança, mas também
por contribuirem para a redução da poluição ambiental, além de
interferirem diretamente nos custos de uma empresa. Estudos
apontam que os pneus representam cerca de 4% dos gastos totais
de uma frota e quando não é feito um controle adequado deles, esse
número chega a atingir de 5 a 6% desse total, refletindo diretamente
nos gastos do transporte como um todo.

Pensando nisto, esta cartilha apresenta informações úteis de como


alcançar um melhor aproveitamento do pneu, oferecer maior
segurança aos usuários de veículos automotores, de transporte
de carga e de passageiros, possibilitando economia para o setor e
redução de poluentes para o meio ambiente.
Nesta cartilha você encontrará:
A importância dos pneus e seus principais componentes............ 03
Qual o pneu mais adequado para o seu veículo?............................ 05
Manutenção de pneus.......................................................................... 06
Alinhamento das rodas......................................................................... 06
Balanceamento das rodas.................................................................... 07
Rodízio de pneus.................................................................................... 08
Calibragem............................................................................................... 09
Sangria........................................................................................................11
Reconstrução - Recauchutagem - Reforma - Recapagem...............11
Ressulcagem.............................................................................................12
Principais danos e desgastes nos pneus de carga...........................13
Quando trocar os pneus?......................................................................15
Gerenciamento de pneus......................................................................17
Análise da frota........................................................................................17
Armazenagem do pneu......................................................................... 18
Desenvolvimento sustentável e o descarte de pneus.....................19
Controle de pneu na frota....................................................................22
A importância dos pneus e seus
principais componentes
O pneu é um dos componentes mais importantes do veículo,
pois é a única parte que está em contato com o solo. Ele é capaz
de suportar o peso e a carga do veículo, além de transmitir
o torque do motor para o piso. Também é o responsável
pela eficiência da frenagem e pela estabilidade nas curvas
em qualquer tipo de solo, essencial para a segurança e boa
dirigibilidade do veículo. Por isso, é bom conhecer como ele é
fabricado, as características de cada modelo e tipo, aplicações
e, principalmente, os cuidados com a manutenção.

Cada detalhe de um pneu é estudado para alcançar sempre


o melhor desempenho. Todos os itens têm fundamental
importância na fabricação deles, com destaques para a banda
de rodagem (parte do pneu
que entra em contato com o 1
solo), o corpo (ou carcaça) e 2
o talão (parte do pneu que
faz ligação com a roda),
proporcionando melhor 3
resistência, estabilidade
nas curvas e manobras 4
rápidas. Assim temos como
principais componentes na 5
6
construção de um pneu:

1. banda de rodagem: parte do pneu que está em contato


direto com o solo, deve resistir à abrasão, ao corte, ao
impacto, bem como suportar as altas temperaturas;
2. sulcos: cavidades projetadas para evitar deslizamentos
laterais, escoar água e detritos e refrigerar o pneu. É um
canal na banda de rodagem que melhora a estabilidade
de condução e a capacidade de frenagem. Seus desenhos
devem proporcionar aderência, tração e segurança;

3
3. cintura: representa o feixe de cintas (lonas estabilizadoras)
que são dimensionadas para suportar cargas em movimento.
Garante a área de contato necessária entre o pneu e o solo,
proporcionando dirigibilidade.
4. carcaça: estrutura do pneu que deve resistir à pressão,
peso e choques. É composta de cordonéis têxteis. A carcaça
constitui a parte resistente do pneu;
5. flancos: laterais da carcaça que são revestidas por um
composto de borracha de alta resistência à fadiga;
6. talões: são constituídos internamente de arames de aço de
grande resistência. Tem por função manter o pneu na roda;

Podemos dizer também que o pneu tem a função de


“embalagem”, pois será o ar armazenado dentro dele e a alta
pressão que irá sustentar todo o peso do veículo. No caso de
perda dessa pressão por perfurações ou vazamentos, o pneu
por si só não irá suportar e se destruirá em instantes.

Outra função importante é amortecer as irregularidades,


ajudando no trabalho da suspensão. Os pneus de estrutura
radial são muito mais flexíveis em suas laterais que os antigos
convencionais (ou diagonais), pois possuem carcaça com
poucas camadas de material, normalmente uma ou duas,
ao contrário dos pneus diagonais que possuíam diversas
camadas.

Os pneus de estrutura radial, também conhecidos por pneus


“sem câmaras”, têm internamente uma camada de borracha
especial mais espessa que a do tipo de pneu “com câmara”,
essa característica tem por finalidade eliminar a câmara de
ar e o protetor, e sua função principal é evitar a perda de
pressão. Outra diferença importante entre ambos é sobre o
formato de seus talões, que exige para cada tipo de pneu um
tipo específico de roda.

4
Qual o pneu mais adequado para
o seu veículo?
No que diz respeito ao pneu mais adequado para o veículo, vale
ressaltar que cada um tem características mecânicas, capacidade
de carga e velocidade determinadas pelo fabricante e a escolha
do pneu tem relação direta com essas características. Por esses
motivos, é indispensável usar as medidas de pneus com as
mesmas dimensões técnicas apontadas pelas montadoras de
veículos ou aquele recomendado por um especialista no ramo.
A escolha correta irá evitar o desgaste precoce dos pneus, o
desperdício de combustível, além de contribuir com a segurança
do veículo.

Como se sabe, nem sempre um veículo trabalha sobre o mesmo


percurso e sob a mesma velocidade. O perfil topográfico de
um país varia de tal forma que, para se determinar o serviço
que o veículo opera, é necessário analisar cada uma de suas
características.

5
Para assegurar o desempenho satisfatório do pneu, selecionar
o desenho apropriado para um determinado serviço a ser
realizado é um passo muito importante. Dificilmente haverá
o pneu perfeito que atenderá todas as exigências de seu uso.
Portanto, analisando com maiores detalhes suas características,
pode-se determinar qual será o mais apropriado para
determinado tipo de serviço. A escolha deve ser decidida a
partir das características predominantes dos cinco diferentes
tipos de serviços:

ƒƒ serviço rodoviário;
ƒƒ serviço regional;
ƒƒ serviço urbano;
ƒƒ serviço misto;
ƒƒ serviço fora de estrada.

Manutenção de pneus
Alinhamento das rodas

O alinhamento das rodas é a


medida em milímetros ou graus,
pela qual as rodas de um eixo
direcional apresentam-se fechadas
ou abertas na extremidade
dianteira em relação à traseira.
Esse alinhamento é composto
pela verificação ou regulagem da
convergência, da cambagem e do
cáster. A convergência, o câmber
e o cáster são denominações
dadas às regulagens em graus
que fazem parte do alinhamento
de um veículo.

6
A função do alinhamento das rodas é compensar a elasticidade
do mecanismo de direção (pivôs, braços, terminais, barras de
direção e ligação) em razão da carga e velocidade e fazer com
que elas fiquem paralelas quando o veículo está em movimento.

Quanto a sua especificação, cada fabricante determina o


ângulo correto que as rodas devem
ser posicionadas - convergência. A ! Você sabia?
convergência só é possível de ser Rodas e/ou eixos
alcançada quando os componentes da desalinhados podem:
suspensão estão em dia, assim essas
• afetar a
medidas em milímetros podem chegar estabilidade do
aos ângulos corretos. veículo;
• comprometer a
Quando o alimento das rodas estiver segurança, em
fora do especificado, os pneus razão da menor
apresentarão um desgaste por arrasto aderência dos
rápido e acentuado, em forma de pneus;
“escama de peixe” ou “dente de serra”. • reduzir a vida útil
A convergência defeituosa também do pneu.
afeta a dirigibilidade do veículo.

Balanceamento das rodas

Balancear ou equilibrar as
rodas significa o equilíbrio
do conjunto pneu/roda, com
aplicação de contrapesos em
sua parte mais leve.

O objetivo do balanceamento
das rodas, como o nome diz,
é balancear as massas do
conjunto roda e pneu que, por
algum motivo, podem estar em
desequilíbrio. O primeiro sinal
de que a roda está desbalanceada é uma vibração sentida no
volante, quando a roda com problemas está no eixo dianteiro, ou

7
na carroceria, no caso do eixo traseiro. Este desbalanceamento
provoca desgaste irregular dos pneus e de várias peças da
suspensão, como amortecedores, buchas e borrachas.

! Quando balancear?

• A cada 10.000 km.


• Houver substituição dos pneus.
• Ao desmontar o pneu do aro, em razão de conserto.
• Ao se fazer o rodízio.
• Por ocasião de vibrações.

O correto balanceamento envolve dois planos: estático e


dinâmico e sua falta pode causar os processos de desequilíbrio
do conjunto pneu/roda.

ƒƒ Desequilíbrio dinâmico - maior peso em um dos lados do


pneu, faz a roda cambalear.
ƒƒ Desequilíbrio estático - maior peso num determinado
ponto da banda de rodagem, faz a roda saltar toda vez que
esse peso entra em contato com o solo.

Rodízio de pneus

Você sabe o que é rodízio


de pneus? Trata-se da
mudança periódica de
posição dos pneus no
veículo, para compensar
a diferença de desgaste.
Os pneus do veículo não
se desgastam da mesma
forma, pois são submetidos
a diferentes esforços
provocados pelos sistemas
de direção e tração, o que
determina uma maior ou
8
menor vida útil do pneu. Por isso, justifica-se a realização do
rodízio com o objetivo de equilibrar o desgaste desigual dos
diferentes eixos do veículo.

O rodízio pode ser feito de várias maneiras, variando de acordo


com a tração do veículo, tamanho das rodas e desenho da banda
de rodagem dos pneus, porém, os mais comuns são os rodízios
longitudinais, tendo em vista que a maioria dos veículos utilizam
pneus radiais. Assim, o rodízio pode ser realizado com a inversão
dos pneus entre eixos, mantendo-os no mesmo lado do veiculo.

Muitos fabricantes recomendam o rodízio a cada 10 mil


quilômetros. Esse prazo vale como parâmetro, mas não deve
necessariamente ser seguido à risca, pois o desgaste pode sofrer
variações em função do tipo de condução e das características
relativas às vias pelas quais o veículo circula. Por isso é
indispensável fazer inspeções visuais para conferir o estado dos
pneus e constatar se já é hora de adotar o procedimento.

Os principais fatores de desgaste irregular dos pneus são:

ƒƒ irregularidades mecânicas;
ƒƒ distribuição de carga;
ƒƒ diversidade do percurso.

O rodízio geralmente evita desgastes irregulares, porque cada


posição da roda (direção, tração, livre) desenvolve um trabalho
particular sobre o desenho.

Após a mudança para outra posição, o pneu passa por um


período de adaptação durante o qual o desgaste será acelerado.

Calibragem

É a pressão correta para inflar os pneus. Pode variar de acordo


com o tipo de pneu, da carga do veículo e de como o transporte
será realizado.

9
Essa pressão é o fator mais importante para o desempenho
e a durabilidade do pneu. Um melhor aproveitamento da vida
total do pneu depende da calibragem da pressão de inflação de
acordo com a carga transportada e sua manutenção ao longo
do tempo. Estudos mostram que de cada 100 pneus inutilizados,
80 deles saíram de serviço em razão de uma pressão de inflação
incorreta, baixa ou alta.

A pressão baixa gera a deformação excessiva do pneu,


provocando:

ƒƒ desgaste acentuado;
ƒƒ trincas circunferenciais na área do talão;
ƒƒ aumento no consumo de combustível;
ƒƒ durabilidade baixa do pneu.

A pressão alta dos pneus, igualmente, será prejudicial ao


desempenho e economia do veículo. É um engano pensar que
um pneu com pressão maior que a recomendada tem maior
capacidade de carga e, portanto, mais resistência. A verdade é
o contrário, já que em um pneu com pressão alta produzem-se
tensões excessivas e anormais em sua carcaça, podendo causar
várias consequências.

10
Sangria

É uma expressão comum no ramo para explicar o ato de retirar


ar do pneu ainda quente. Essa prática, embora não seja tão
frequente como no passado, ainda é praticada e geralmente
ocorre após uma parada para descanso ou refeição do condutor.
Alguns motoristas checam a pressão do pneu ainda quente e, ao
verificarem que está maior do que aquela que iniciaram a viagem,
“sangram” o pneu, isto é, retiram ar do pneu ainda quente.

É importante entender que a velocidade e a flexão constante do


pneu geram calor e, consequentemente, a pressão é aumentada
enquanto o pneu roda. Isso é uma condição normal e temporária,
prevista em estudos técnicos realizados.

Ao rodar, o pneu dissipa parte do calor que está gerando e


produz seu próprio equilíbrio térmico. Além do que, quando o
pneu esfria, volta à pressão com a qual foi originalmente inflado.
Estudos comprovam que para esfriar e voltar à temperatura
inicial, um pneu demora entre duas e três horas, só aí poderá
ser novamente checada a sua calibragem.

! Importante

SOMENTE EM CASOS NECESSÁRIOS PRATIQUE A “SANGRIA”!

Reconstrução - Recauchutagem - Reforma - Recapagem

A reconstrução, recauchutagem, reforma ou recapagem de


pneus consiste em aproveitar a estrutura resistente do pneu
usado depois de selecionado e inspecionado, para aplicar nova
banda de rodagem, ganhando sobrevida e gerando economia,
além de contribuir como agente ecológico para a conservação
de energia e descarte de carcaças.

Em média, essa operação é efetuada uma vez para pneus de


veículos leves, duas a três vezes para pneus de veículos pesados
ou industriais e cerca de dez vezes em pneus de avião.
11
Com esta operação, o pneu mantém basicamente as mesmas
características técnicas e de comportamento do pneu original,
a custos muito inferiores. Em relação ao pneu novo, a economia
pode chegar a 75%, tanto em nível de matéria prima como em nível
energético, reduzindo o gasto financeiro e o desgaste ambiental.

Para que sua utilização seja segura, duas condições tornam-se


imprescindíveis: que o produto cumpra as especificações do
fabricante e que o seu processo de confecção tenha um bom
padrão de qualidade.

É essencial que essa reconstrução seja feita por empresa


competente após um exame rigoroso de um especialista, que
vai decidir se é possível realizar esse procedimento naquela
carcaça. Essas empresas são completamente responsáveis pelo
controle de qualidade e pela garantia do trabalho realizado.

Ressulcagem

A ressulcagem ou redesenho do pneu é uma prática comum


na manutenção dos pneus. Algumas empresas de transporte
utilizam-se desta prática, tanto empresas de passageiros quanto
de cargas, com o objetivo principal obter da banda de rodagem
uma quilometragem adicional.

Ela aumenta o nível de aderência dos pneus usados em solos


molhados, melhorando o escoamento de água, tornando-o mais
seguro, além de diminuir em média 25% o desgaste precoce em
sua “primeira vida”.

É importante saber:

ƒƒ a ressulcagem é uma prática recomendada para pneus que


tiverem a legenda ressulcável ou “regroovable” em seu
costado;
ƒƒ não é recomendada para pneus utilizados em tipos de pisos
mistos e fora de estrada, em razão das péssimas condições
à que são submetidos;

12
ƒƒ todo pneu ressulcado deverá ser mantida a profundidade
(TWI) de 1,6mm;
ƒƒ esses pneus devem ser montados preferencialmente em
eixos de tração e livres;
ƒƒ é recomendável que esse pneu não seja exigido em condições
mais agressivas daquelas antes da ressulcagem.

Principais danos e desgastes nos


pneus de carga
O excesso de carga é um dos
principais responsáveis pelos danos
causados aos veículos, gerando
grandes desgastes ao motor, na
suspensão e nos pneus, elevando o
custo de manutenção.

Existem outros fatores que podem contribuir com o desgaste


precoce dos pneus, como, por exemplo, o não alinhamento
das rodas, a calibragem feita de forma errada (para mais ou
para menos), os aros deteriorados, a falta de manutenção na
suspensão e problemas nos freios.

Dentre os danos e desgastes precoces nos pneus, podemos


destacar alguns que ocorrem com maior frequência e suas
causas:

ƒƒ desgaste nos ombros - pressão baixa e sobrecarga;


ƒƒ desgaste no centro – pressão alta;
ƒƒ desgaste em pontos localizados – travamento de roda por
frenagem brusca;
ƒƒ desgaste em escamas - contato prolongado com derivados
de petróleo, solventes ou ácidos, convergência irregular das
rodas e falta de paralelismo entre eixos;

13
14
ƒƒ desgaste em um dos lados – problemas com a suspensão,
cambagem ou eixo;
ƒƒ ruptura da carcaça - pressão baixa (vazio), sobrecarga e
corte acidental;
ƒƒ avaria no talão - montagem e desmontagem feitas por
equipamentos inadequados e aros deteriorados;
ƒƒ desagregação do talão - superaquecimento dos talões
devido ao uso desregulado e excessivo dos freios e falta de
ventilação entre duplos.

! Lembre-se

• A falta de cuidados e manutenção desses equipamentos pode


causar danos irreparáveis aos pneus, aumentando o risco de
acidentes, principalmente em alta velocidade.
• É sempre recomendada uma checagem visual nos pneus.
Quando for detectado algum dano ou desgaste precoce, deverá
ser consultado um especialista na área, pois somente ele pode
avaliar se os pneus devem ser trocados ou não.
• Caso o dano ou desgaste precoce não sejam detectados e
resolvidos a tempo, os pneus sofrerão uma séria diminuição do
seu tempo de vida útil.

Quando trocar os pneus?


É importante estar atento aos desgastes dos pneus, verificando
sempre que possível a calibragem e realizando periodicamente
o alinhamento, o balanceamento e o rodízio, entre outros. O
cumprimento destes itens contribuirá para aumentar a vida útil
do veículo, além de garantir a segurança do mesmo.

É preciso também respeitar o limite de segurança do pneu


que está previsto em Lei, que exige o mínimo de profundidade

15
dos sulcos de 1,6mm. Abaixo dessa medida, o motorista estará
sujeito às penalidades previstas no Código de Trânsito Brasileiro,
pois o pneu (careca) passa a não ter segurança de rodagem.

O pneu possui indicadores de desgaste identificados com


as letras TWI (Tread Wear Indicator), sigla originalmente em
língua inglesa que significa “Indicador de desgaste da banda
de rodagem” ou um triângulo (▲) em seis ou oito pontos,
localizados em seu alto costado. Quando a profundidade do sulco
atinge o limite máximo permitido por lei (1,6 milímetros), faixas
transversais tornam-se visíveis no fundo dos sulcos, deixando os
pneus inviáveis para o uso e devendo ser substituídos.

Alguns aspectos que devem ser observados para saber quando


trocar o pneu:

ƒƒ prazo de validade: Geralmente são cinco anos a partir da


data de fabricação, encontrada na lateral do pneu, onde
aparece a semana e o ano que foi fabricado, indicado pelo
código: “DOT XXXX XXXX (SSAA)”. SS significa o número da
semana e AA significa o ano;

ƒƒ desgaste: Não é possível estabelecer uma quilometragem


exata na qual os pneus devem ser trocados, pois isso depende
muito de como é conduzido o veículo, do tipo de solo que
ele está sendo utilizado, dos cuidados tomados através da
calibragem, do alinhamento, do balanceamento e do peso da
carga. Se você começar a sentir instabilidade ao dirigir, fique
atento, pois, pode estar na hora de trocar os pneus;

ƒƒ bolhas e rupturas: A baixa qualidade das ruas e rodovias


brasileiras pode trazer buracos, pedras e más condições da
pista, causando danos aos pneus e deixando-os com partes
desgastadas, superfície irregular e com formação de bolhas
e rachaduras. Em alguns casos é possível consertar, mas na
maioria das vezes é aconselhável a troca do pneu todo.

16
! Lembre-se

O Código de Trânsito Brasileiro, em seu art. 270, § 2º, em conjunto


com a Resolução 558/80 do CONTRAN preveem a possibilidade
de apreensão do documento do veículo quando não for possível
sanar a irregularidade no local, ou seja, a troca dos pneus. Depois
de efetuada a substituição dos pneus, o veículo passará por nova
vistoria e o documento será devolvido ao proprietário.

Gerenciamento de pneus
Análise da frota

Para reduzir os gastos com o frete e ganhar competitividade


em relação à concorrência, algumas empresas desenvolveram
sistemas integrados de gerenciamento de frotas a distância,
que monitoram a localização e o funcionamento do veículo em
tempo real e o jeito de dirigir do motorista, possibilitando um
melhor desempenho na relação custo/benefício (aumento da
produtividade com diminuição dos custos). O aparelho funciona
através de um transmissor instalado no caminhão, que envia os
dados para o computador e compara as informações, indicando
os detalhes sobre a utilização do veículo, a quantidade de
combustível que vai precisar e a velocidade instantânea e
média do percurso.

O principal objetivo é sempre a redução dos custos para o


transporte, através da economia de combustível e do aumento
da vida útil dos pneus, possibilitando o agendamento de
manutenções pontuais nos veículos conforme o problema
detectado.

PARA SABER MAIS: para que sejam resolvidos muitos dos


problemas relacionados a pneus, foi desenvolvido o pneu
“inteligente”! Um chip especial no interior do pneu avalia as
diferentes camadas e transmite rapidamente as informações
de segurança ao motorista por meio de informações enviadas
para o painel do veículo. “Isso é possível porque o pneu possui
17
um composto de múltiplas camadas de diferentes materiais
com propriedades elétricas diferentes, o que permite medir
alterações em qualquer parte da peça”, diz Gary Krutz, pai
do “pneu inteligente”. O pneu “inteligente” alerta o motorista,
em menos de um segundo, sobre ocorrências como defeitos
de fabricação, cortes, furos e outros danos, pressão do ar
inadequada (alta ou baixa), desintegração (soltura das bandas
de rodagem de pneus de caminhões) e até mau posicionamento.

Armazenagem do pneu

Quando falamos em armazenagem de pneus, recomendam-se


alguns cuidados que poderão auxiliar na preservação do produto
que estiver em estoque, pois eles ficam sujeitos às ações do
tempo e ressecamento de suas superfícies. Por esse motivo
devem ser guardados dentro de um lugar arejado, seco e limpo.

18
Dicas para armazenagem:

ƒƒ local coberto e seco - umidade excessiva pode prejudicar


a carcaça, principalmente se a água ficar empoçada dentro
do pneu;
ƒƒ manter longe de motores elétricos e carregadores de
baterias - fontes produtoras de ozônio acelera o surgimento
de rachaduras nos flancos e na banda de rodagem;
ƒƒ distante de derivados de petróleo - solventes, combustíveis,
lubrificantes, graxas e ácidos causam a degradação da
borracha e provocam a perda de suas propriedades;
ƒƒ local com instalações adequadas – sistema elétrico e seguro
contra incêndios, porque os pneus são feitos de materiais
altamente inflamáveis;
ƒƒ longe de metais ou madeiras pontiagudas – para evitar
perfurações na sua carcaça;
ƒƒ local fresco e escuro - a temperatura deve ser mantida
em torno de 25º C. É recomendável usar luzes artificiais
somente quando necessário, para evitar a exposição à luz
solar que resseca e envelhece a borracha.

Desenvolvimento sustentável e o
descarte de pneus
O conceito de desenvolvimento sustentável - entendido como
o desenvolvimento que atende às necessidades do presente
sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de
atenderem às suas próprias necessidades - foi concebido
de modo a conciliar as reivindicações dos defensores do
desenvolvimento econômico com as preocupações de
setores interessados na conservação dos ecossistemas e da
biodiversidade. Para que um empreendimento humano seja
considerado sustentável, é preciso que seja:

19
ƒƒ ecologicamente correto;
ƒƒ economicamente viável;
ƒƒ socialmente justo;
ƒƒ culturalmente diverso.

Quem ganha à vida dirigindo


pelas estradas e pelas vias
urbanas do Brasil também
tem um importante papel na
preservação do meio ambiente!

Para começar, é preciso manter o seu veículo em ordem. Isso


garante diversos benefícios ambientais, econômicos e sociais.
Veículo bem cuidado libera menos fumaça, consome menos
combustível, reduz o vazamento de óleo, desgasta menos os
pneus e dá menos despesa de manutenção. Além disso, garante
mais segurança nas estradas, tanto para você como para os
demais motoristas e pedestres.

Entre você também nesta campanha para a preservação do meio


ambiente! Ações simples podem contribuir para a preservação
ambiental e para o desenvolvimento sustentável!

SEJA UM AMIGO DO MEIO AMBIENTE! Há várias maneiras de


descartar pneus sem causar danos à sua saúde e à do planeta.
Você quer conhecer algumas delas?

Incentive a logística reversa

Leve seu pneu para o local onde foi comprado. Muitas empresas
já praticam a logística reversa, ou seja, recebem o produto após
seu uso. Fique de olho. Reciclar os pneus é uma obrigação dos
fabricantes, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA).

20
Ajude a reduzir o custo das indústrias

No primeiro semestre do ano passado, quase 463 mil


toneladas de pneus, que seriam descartadas como lixos foram
transformados em matéria-prima ou energia. Esses resíduos
podem ser utilizados na produção de asfalto e também em
cimentarias.

Leve-os aos postos de coleta

Ao final da vida útil dos pneus, nada de deixá-los jogados por


aí ou em sua casa aqueles pneus que não têm mais condições
de rodar ou de serem reformados, pois essa prática pode
causar danos à saúde pública, como a propagação de doenças,
principalmente a dengue. Faça a sua parte: leve-os a um
revendedor ou a um ponto de coleta existente. Existem entidades
voltadas exclusivamente para a reciclagem e destinação de
pneus inservíveis (que não servem mais), dando o tratamento
adequado a eles.

! Você sabia?

O pneu demora cerca de 600 anos para se decompor naturalmente.


Quando queimado ao ar livre, ele emite gases poluentes na
atmosfera e pode também contaminar os lençóis freáticos.

A Resolução nº 416, de 30 de setembro, de 2009, publicada


no Diário Oficial da União nº 188, de 01/10/2009, dispõe sobre
a prevenção e a degradação ambiental causada por pneus
inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada.

PARA SABER MAIS: O Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA) é o órgão responsável pela fiscalização do
cumprimento da lei e prevê que os fabricantes, os importadores
de pneus novos, os distribuidores, os revendedores, os
destinadores e os consumidores finais de pneus deverão,
juntamente com o Poder Público, colocar em prática os

21
procedimentos para a coleta dos pneus inservíveis. O correto
descarte deles está previsto em lei e “Lei é Lei”, portanto, todos
estão sujeitos a cumpri-la, sob pena de multa por unidade
descartada irregularmente.

Controle de pneu na frota


Já vimos que a manutenção correta e o aumento da vida útil
dos pneus são fatores determinantes para o transporte de
cargas e de passageiros. Portanto, um levantamento geral sobre
a qualidade do produto é importantíssimo para a sobrevida
e competitividade da frota no mercado de trabalho. Esse
levantamento nos dá o custo do pneu por quilômetro rodado.
Saiba como fazer isso:

Para o sistema funcionar, devemos tomar algumas medidas e


o primeiro passo é identificar os pneus a serem controlados,
marcando-os superficialmente a quente ou com marcador
elétrico, com um número individual e progressivo. Deve ser
de tamanho bem visível e em ambos os lados. Essa marcação
é importante que seja feita antes do armazenamento, para
garantir a rotatividade do estoque, seguindo a ordem numérica.

Em seguida, deve-se fazer o controle efetivamente, usando os


seguintes instrumentos:

ƒƒ ficha de troca de pneu - o responsável pela montagem


e desmontagem de pneus informa todas as operações
realizadas no veículo. Este veículo deve estar devidamente
identificado na ficha. Também devem estar identificados os
pneus retirados e colocados;

ƒƒ registro diário de quilometragem - neste registro, tem-se


a soma do total de quilômetros rodados desde a montagem
até a retirada dos pneus;

22
ƒƒ registro e controle de quilometragem e custo do pneu - nesta
ficha são anotadas todas as informações do pneu, como a
marca, o tipo, o número dado pela empresa, quanto custou,
quando foi comprado, em qual veículo colocado, sua posição,
quando foi montado e retirado e sua quilometragem.

Para relembrar
O objetivo principal deste trabalho foi o de levar informações
importantes a você, motorista, esclarecendo a necessidade de
estar atento aos cuidados com a manutenção dos pneus de
seu veículo, pois, além de ser um item relacionado diretamente
à segurança e ao conforto, também interfere no custo do
transporte, seja ele de passageiros ou de carga.

As dicas e lembretes referentes ao alinhamento, balanceamento,


calibragem e rodízio dos pneus são fundamentais para
proporcionar maior tranquilidade e economia, portanto,
recomenda-se realizar manutenção preventiva com certa
frequência para aumentar sua vida útil e evitar as trocas
precoces do produto.

Vimos que o motorista, ao realizar a gestão de todos os


processos referentes ao gerenciamento de pneus, estará
contribuindo diretamente para sua maior utilização, gerando
economia nos custos e aumentando a competitividade no setor
de transportes, além de contribuir com o meio ambiente.

Por isso é importante dedicar alguns minutos do seu tempo a


este assunto, para que sua jornada não seja interrompida por
surpresas desagradáveis, proporcionando a você uma Boa
Viagem!

23
BIBLIOGRAFIA
Ministério do Meio Ambiente - Resolução CONAMA Nº 416/2009.
Disponível em: http://www.mma.gov.br

Ministério das Cidades – Conselho Nacional de Trânsito Código de


Trânsito Brasileiro e Legislação complementar em vigor – Resolução
CONTRAN 558/80. Disponível em: http://www.denatran.gov.br

Associação Latino Americana dos Fabricantes de Pneus, Aros e Rodas


(ALAPA). Disponível em: http://www.alapa.com.br

Wikipédia – A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org

XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, novembro de 2006 - Gerenciamento


de pneus em frota de caminhões de carga. Disponível em: http://
www.simpep.feb.unesp.br

Goodyear – Boletim de orientação técnica. Disponível em: http://www.


goodyear.com.br

Michelin – Manual do proprietário de pneus de caminhões e ônibus.


Disponível em: http://www.michelin.com.br

Motor Dream – Sistema de gerenciamento de frota. Disponível em:


http://motordream.uol.com.br

Laguna Pneus e Equipamentos – Armazenagem e controle de pneus.


Disponível em: http://www.lagunapneus.com.br

Você também pode gostar