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Universidade Federal do Amazonas

Departamento de Matemática
Programa de Pós-Graduação em Matemática
Exame de Análise - 2016.2
Data: 26/08/2016

1) Seja f : Rm → Rm diferenciável, com f (0) = 0. Prove que, se a transformação linear f 0 (0)


não admite o autovalor 1, então existe uma vizinhança V de 0 em Rm tal que f (x) 6= x para
todo x ∈ V − {0}.

2) Demonstre as seguintes afirmações:


a) Duas bolas abertas em Rn são homeomorfas.
b) Sejam f : W ⊂ Rm −→ Rm , g : W ⊂ Rm −→ Rn funções contı́nuas, e ϕ : Rm × Rn −→ Rm
uma aplicação bilinear. Defina (f, g) : W −→ Rm × Rn por (f, g)(x) = (f (x), g(x)) .
Provar que se lim f (x) = 0 e g é limitada então lim ϕ ◦ (f, g)(x) = 0.
x−→a x−→a

3) Sejam φ : U → Rm de classe C 1 no aberto U ⊂ Rm e c ∈ [0, 1) tais que |φ(x) − φ(y)| ≤ c|x − y|


para quaisquer x, y ∈ U . Prove que f : U → Rm , dada por f (x) = x + φ(x), é um difeomorfismo
de U sobre o aberto V = f (U ). Se U = Rm , prove que f (U ) = Rm .

4) Demonstre as seguintes afirmações:


a) Sejam K ⊂ Rm compacto, g : K −→ g(K) ⊂ Rn uma aplicação contı́nua e F ⊂ g(K). Provar
que, se g −1 (F ) é fechado então F é fechado.
b) Sejam W ⊂ Rm e I = [−1, 1]. Provar que se f : W × I −→ R é uma aplicação contı́nua então
ϕ : W −→ R definida por Z 1
ϕ(x) = f (x, t)dt
−1
é uma aplicação contı́nua.

Boa prova!
Exame de Análise no Rn
DM - ICE - UFAM, 16 de agosto de 2019

1. Verdadeiro ou Falso? Justifique detalhadamente a sua resposta.

S∞(a) Se F1 , F2 , F3 , . . . é uma sequência de subconjuntos fechados do Rn , então F =


i=1 Fi é um subconjunto fechado de R .
n

(b) Se T : Rm −→ Rn é uma transformação linear então T é diferenciável e T 0 (x) = T


para todo x ∈ Rm .
(c) Considere U ⊂ Rn aberto. Se f : U −→ R é diferenciável, então f é de classe C 1 .
∂f
(d) Se f : R2 −→ R possui derivada direcional (0, 0) para todo v ∈ R2 , então f é
∂v
diferenciável em (0, 0).

2. Seja f : R2 −→ R uma função tal que

|f (x, y)| ≤ (x2 + y 2 )p

para todo (x, y) ∈ R2 , onde p > 1/2.


∂f ∂f
(a) Calcule (0, 0) e (0, 0).
∂x ∂y
(b) Mostre que f é diferenciável em (0, 0).

3. (a) Enuncie o Teorema da Função Implı́cita e o Teorema da Função Inversa.


(b) Seja g : Rn −→ Rn uma função de classe C 1 e suponha que exista C > 1 tal que

kg(x) − xk ≤ Ckxk2

para todo x ∈ Rn . Mostre que g é localmente invertı́vel próximo da origem e calcule g 0 (0).

4. (a) Defina conjunto Jordan mensurável.


(b) Defina quando um conjunto tem medida n-dimensional nula.
(c) Seja X ⊂ Rn um subconjunto Jordan Z mensurável. Seja f : X −→ R uma função
integrável. Se f (x) ≥ 0 para todo x ∈ X e f (x)dx = 0, então {x ∈ X : f (x) 6= 0} tem
X
medida n-dimensional nula.

5. (a) Enuncie o Teorema de Stokes.


(b) Dê uma aplicação do Teorema de Stokes.

Boa prova!

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
Programa de Doutorado em Matemática em Associação Ampla UFPA–UFAM
Exame de Seleção para ingresso no 1◦ semestre de 2019

Área: Matemática 26 de novembro de 2018 – 14 às 18 horas (horário de Manaus)

Candidato:

Instruções:

1. Todo candidato deve permanecer pelo menos uma hora no local da prova.

2. Cada questão vale 2 (dois) pontos.

3. Escolha exatamente 5 (cinco) questões para resolver dentre as 15 (quinze) dadas abaixo.

4. Indique com um X quais são as 5 (cinco) questões que irá responder:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Questões

Geometria Diferencial

1. Mostre que as isometrias da esfera unitária

S 2 = {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y 2 + z 2 = 1}

são as retrições a S 2 das transformações lineares ortogonais de R3 .

2. Prove que a derivada covariante de uma superfı́cie regular é invariante por isometrias da superfı́cie.
Conclua que geodésicas são invariantes por isometrias da superfı́cie.

3. Determine se as afirmações a seguir são verdadeiras ou falsas. Justifique as suas respostas.


a) Se quaisquer dois pontos de uma superfı́cie regular podem ser ligados por uma geodésica, então
a superfı́cie é completa.
b) O R2 não admite métrica de curvatura seccional positiva.
4. Enuncie o Teorema de Hopf-Rinow sobre completude de superfı́cies, e prove que:
a) Seja S completa. Então para todo p ∈ S a aplicação expp : Tp S → S é sobrejetiva.
b) Seja S completa e limitada na métrica d (isto é: existe r > 0 tal que d(p, q) < r para todo par
p, q ∈ S). Então S é compacta.
c) Seja S ⊂ R3 uma superfı́cie completa e seja F ⊂ S um subconjunto fechado e não-vazio de S
tal que o seu complementar S − F seja conexo. Mostre que S − F não é uma superfı́cie regular
completa.

5. Responda as questões a seguir:


a) Calcule explı́citamente as geodésicas do espaço hiperbólico

H2 = {p = (x1 , x2 , x3 ) : h p, pi = −1 e x3 > 0} ⊂ (R3 , ds2 )

onde ds2 = dx21 + dx22 − dx23 .


b) Seja φ : S1 → S2 um difeomorfismo. Mostre que S1 é orientável se, e somente se, S2 é orientável.

Análise Funcional

6. Sejam M um subespaço fechado próprio de um espaço vetorial normado E e θ um número real tal
que 0 < θ < 1. Prove que:
a) Existe y ∈ E − M tal que ||y|| = 1 e ||y − x|| ≥ θ para todo x ∈ M .
b) Um espaço vetorial normado tem dimensão finita se, e somente se, sua bola unitária fechada é
compacta.

7. Prove que:
a) Seja T : E → F um operador linear entre os espaços vetoriais normados E e F . Suponha que
T (xn ) é limitada sempre que xn → 0, então T é contı́nuo.
b) Seja V um espaço vetorial de dimensão infinita, então existe um funcional linear f : V → R
descontı́nuo.

8. Sejam E e F espaços de Banach e T : E → F um operador linear. Então T é contı́nuo se, e somente


se, o gráfico de T é fechado em E × F .

9. Seja E um espaço vetorial normado. Mostre que E 0 separa pontos de E, isto é, se x, y ∈ E e x 6= y,
então existe ϕ ∈ E 0 tal que ϕ(x) 6= ϕ(y).

10. Sejam H um espaço de Hilbert e ϕ : H → R um funcional linear contı́nuo. Prove que existe y0 ∈ H
tal que ϕ(x) = hx, y0 i para todo x ∈ H. Além disso, ||ϕ|| = ||y0 ||.

Análise em Rn

11. Seja F : U ⊂ Rn → Rm uma aplicação diferenciável. Associamos a cada p ∈ U uma aplicação


dFp : Rn → Rm , definida da seguinte maneira: sejam w ∈ Rn e α : (−ε, ε) → U uma curva diferenciável
tal que α(0) = p e α0 (0) = w. Pela regra da cadeia, a curva β = F ◦ α : (−ε, ε) → Rm também é
diferenciável. Então dFp (w) = β 0 (0). Prove que a definição de dFp não depende da escolha de α, e dFp
é, de fato, uma aplicação linear.

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12. Seja f : U → Rn uma aplicação de classe C 1 no aberto U ⊂ Rm . Prove que f é uniformemente
diferenciável em cada subconjunto compacto K ⊂ U .

13. Seja f : U → Rn−m de classe C k no aberto U ⊂ Rn . Prove que, se c ∈ Rn−m é um valor regular
de f , então f −1 (c) é uma superfı́cie de classe C k e dimensão m em Rn . Além disso, prove que em cada
ponto p ∈ f −1 (c), o espaço tangente Tp [f −1 (c)] é o núcleo da derivada f 0 (p) : Rn → Rn−m .

14. Dada f : S m→ Rn , defina a extensão radial de f como a aplicação F : Rm+1 → Rn tal que F (0) = 0
x
e F (x) = |x| · f se x 6= 0. Mostre que F é diferenciável na origem 0 ∈ Rm+1 se, e somente se, f é
|x|
(a restrição de uma aplicação) linear.

15. Dado um compacto K ⊂ Rm , prove que existe uma função f : Rm → R, de classe C ∞ , tal que
f (x) = 0 se, e somente se, x ∈ K.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
Programa de Pós-Graduação em Matemática
Exame de Seleção para ingresso no Curso de Doutorado no 1◦ semestre de 2020

Área: Matemática 22 de novembro de 2019 – 14 às 18 horas (horário de Manaus)

Candidato:

Instruções:

1. Todo candidato deve permanecer pelo menos uma hora no local da prova.

2. Cada questão vale 2 (dois) pontos.

3. Escolha exatamente 5 (cinco) questões para resolver dentre as 15 (quinze) dadas abaixo.

4. Indique com um X quais são as 5 (cinco) questões que irá responder:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Questões

Geometria Diferencial

1. A) Define uma isometria entre duas superficies regulares;


B) Sejam S1 , S2 e S3 três superficies regulares. Mostre que:
B1) Se ϕ : S1 −→ S2 for uma isometria, entõ ϕ−1 : S2 −→ S1 também é uma isometria;
B2) Se ϕ : S1 −→ S2 e ψ : S1 −→ S2 foram duas isometrias, entõ a composição ψ ◦ ϕ : S1 −→
S3 também é uma isometria.
C) Dada uma superficie regular S considere o conjunto Iso(S) de todas as isometrias de S.
Mostre que Iso(S) é um grupo.

2. Define um difeomorfismo entre duas superficies regulares. Sejam Sn a esfera unitaria de


dimenção n e F : Sn −→ Sn uma aplicação definida por F (x) = −x. Mostre que F é um
difeomorfismo. F é uma isometria de Sn ? Justifique.

3. A) Define a caracteristica de Euler - Poincare χ(S) de uma superficie regular S.


B) Enuncie o Teorema de Gauss - Bonnet - ambos as formas local e global,
C) É verdadeira ou falsa a seguinte afirmação: Sejam S e S 0 duas superficies regulares
compactas e S for homeomorfa a S 0 então χ(S) = χ(S 0 ). Justifique sua resposta.
D) Calcule as caracteristicas de Euler - Poincare de elipsoide.

4. Dada uma superficie regular S define um campo de vetores X em S. Dados os campos de


∂ ∂ ∂ ∂
vetores definidos em R3 X = y −z eY =z −x calcule o colchete de Lie [X, Y ].
∂z ∂y ∂x ∂z

5. Dada uma superficie S em R3 com orientação N define a aplicação de Gauss N : S −→ R3


e seu diferencial dNp . Calcule dNp para o plano, a esfera S2 e o cilindro. Mostre que
o diferencial dNp de aplicação de Gauss é uma aplicação linear auto - adjunta e define a
segunda forma fundamental IIp de S em ponto p.

Análise Funcional

6. Sejam E um espaço normado e {x1 , . . . , xn } ⊂ E um subconjunto linearmente indepen-


dente. Mostre que se α1 , . . . , αn são escalares dados, então existe um funcional linear contı́nuo
ϕ ∈ E 0 (o dual de E) tal que ϕ(xi ) = αi para cada i = 1, . . . , n.

7. Sejam (M, d) um espaço métrico e E um espaço de Banach. Dizemos que uma função
f : M → E é Lipschitz se existe uma constante K > 0 tal que kf (s) − f (t)kE ≤ K · d(s, t)
para quaisquer s, t ∈ M . Prove que se f : M → E é uma função tal que a composição
ϕ ◦ f : M → K é Lispschitz para todo ϕ ∈ E 0 (o dual de E), então f é Lipschitz.

8. Sejam E e F espaços de Banach, e seja T : E → L(E, F ) um operador linear tal que

T (x)(y) = T (y)(x) para quaisquer x, y ∈ E.

Prove que T é um operador contı́nuo.

9. Sejam E, F espaços normados com E reflexivo, e seja T ∈ L(E, F ). Mostre que as


seguintes condições são equivalentes.
(A) T é um operador compacto.
(B) Para cada sequência (xn ) convergindo fracamente para x tem-se (T (xn )) convergindo
fortemente para T (x).

10. Seja (xn ) uma base ortonormal de um espaço de Hilbert separável (H, h·, ·i). Seja (an )
uma sequência limitada de escalares e defina T : H → H por

X
T (x) = an hx, xn i · xn .
n=1

(A) Mostre que T está bem definido e é contı́nuo.


(B) Mostre que T é compacto se, e somente se, lim an = 0.
n

Análise em Rn

11. Seja f : R2 −→ R uma função tal que

|f (x, y)| ≤ (x2 + y 2 )p

2
para todo (x, y) ∈ R2 , onde p > 1/2.
∂f ∂f
(A) Calcule (0, 0) e (0, 0).
∂x ∂y
(B) Mostre que f é diferenciável em (0, 0).

  f : S → R , defina sua extensão radial F : R → Rn pondo


m n m+1
12. Dada a aplicação
x
F (x) = |x| · f se x 6= 0 e F (0) = 0. Prove que F é diferenciável no ponto 0 ∈ Rm+1
|x|
se, e somente se, f é (a restrição a S m de) uma transformação linear.

13. (A) Enuncie o Teorema da Aplicação Inversa.


(B) Sejam Φ : U → Rm de classe C 1 , U ⊂ Rm aberto, e λ ∈ [0, 1) tais que

|Φ(x) − Φ(y)| ≤ λ|x − y|

para quaisquer x, y ∈ U . Prove que f (x) := x + Φ(x) é um difeomorfismo de U sobre o aberto


V = f (U ) ⊂ Rm .

14. (A) Enuncie o Teorema da Função Implı́cita.


∂f
(B) Seja f = f (x, y) : R2 → R de classe C 1 tal que f (0, 0) = 0 e (0, 0) 6= 1. Mostre que a
∂y
equação
∂f ∂ξ ∂f ∂ξ
(x, ξ(x)) · (x) + (x, ξ(x)) = (x) (1)
∂y ∂x ∂x ∂x
tem uma única solução ξ de classe C 1 definida numa pequena vizinhança de zero com ξ(0) = 0
( isto é, você deve mostrar que existem intervalos I, J ⊂ R e uma única função ξ : I → J de
classe C 1 que satisfaz a Equação (1) com ξ(0) = 0). [Sugestão: H(x, y) = f (x, y) − y.]

15. (A) Mostre que se m < n então o Rm visto como um subconjunto de Rn tem medida
nula.
(B) Mostre que se U é um aberto do Rm , f : U → Rn é uma aplicação lipschitziana e m < n,
então a imagem f (U ) tem medida nula (em Rn ).

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IMECC/Unicamp – Programa de Pós-Graduação em Matemática
Exame de Qualificação ao Mestrado (julho de 2019)
Disciplina: MM720 - Análise no Rn

Nome:

******************* PRIMEIRA PARTE *******************


************ Faça três questões dentre as abaixo. ************

1. Seja 
 p x|y| , (x, y) 6= (0, 0),
f (x, y) = x2 + y 2

0 , (x, y) = (0, 0).
A função f é contı́nua? Tem derivadas parciais na origem? É diferenciável?

2. Seja A = (aij )n×n uma matriz simétrica e defina a função f : Rn → R dada por f (x) = hAx, xi.
(a) Mostre que f é diferenciável e calcule f 0 (x).
(b) Exiba os pontos crı́ticos de f .
(c) Determine o maior valor de f |S n−1 no caso em que A = diag(λ1 , . . . , λn ).

3. Seja f : R2 → R uma função de classe C 1 com f (2, −1) = −1. Defina



G(x, y, u) = f (x, y) + u2 ,
H(x, y, u) = ux + 3y 3 + u3 .

(a) Encontre α ∈ R tal que o sistema de equações



G(x, y, u) = 0,
H(x, y, u) = 0,

tem solução (x, y, u) = (2, −1, α).


(b) Sob quais condições existem funções x = g(y) e u = h(y), 1
  de classe C e definidas em abertos
de R tais que G g(y), y, h(y) = 0 e H g(y), y, h(y) = 0 com g(−1) = 2 e h(−1) = α?
Enuncie detalhadamente todos os teoremas necessários.
(c) Nas condições encontradas em (b), supondo Df (2, −1) = (1, −3), encontre g 0 (−1) e h0 (−1).
Enuncie detalhadamente todos os teoremas necessários.

4. Sejam a ∈ Rn e M ⊂ Rn+1 uma subvariedade (mergulhada) de classe C r que não contém a.


Mostre que se p ∈ M é o ponto mais próximo de a então p − a é normal a M .

5. Seja f : R → R dada por



 1 + cos(x)
, x ∈ [−π, π],
f (x) = 2
 0 , caso contrário.

Seja {φj }j≥0 a famı́lia de funções dada por φ2m+1 (x) = f (x − mπ) e φ2m (x) = f (x + mπ). Por
exemplo, φ3 (x) = f (x − π) e φ4 (x) = f (x + 2π).
(a) Defina partição da unidade associada a uma coleção de abertos de Rn .
(b) Mostre que {φj }j≥0 é uma partição da unidade em R.
******************* SEGUNDA PARTE *******************
************** Faça as duas questões abaixo. **************

6. Seja M = {(x, y, z) ∈ R3 ; 4x2 + y 2 + 4z 2 = 4, y ≥ 0} e ω = y dx + 3x dz.


R
(a) Calcule ∂M ω diretamente (sem utilizar o Teorema de Stokes).
R
(b) Calcule M d ω.

7. Decida se cada afirmação é verdadeira ou falsa, apresentando uma breve demonstração ou um


contra-exemplo, conforme o caso.

(a) O sistema de equações diferenciais



 d

 x(t) = x(t)3 + (x(t))5 ,
dt
(1)

 d y(t) = y(t) + (y(t))7 ,

dt
definido em R2 admite soluções periódicas com perı́odo T > 0.
Dica: uma solução periódica do sistema acima é uma curva γ(t) = (x(t), y(t)) fechada que
satisfaz o sistema.

(b) Se U ⊂ Rn é um aberto, toda forma fechada de classe C 1 em U é exata.

(c) Se f : U → R é harmônica (f é C 2 e fxx + fyy = 0 no aberto U ) e todos os pontos crı́ticos


são não-degenerados então f obrigatoriamente tem um máximo local.

(d) Seja f : A ⊂ Rn → R, onde A = {x = (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn ; x1 · x2 · . . . · xn 6= 0}. Se f é


diferenciável e as derivadas parciais se anulam em todo x ∈ A então f é constante.

Justifique todas as suas respostas. Boa prova!

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Avaliação - Analise no Rn

Cada questão vale 2 pontos.

De um exemplo de um difeomorsmo local f : R 7→ S 1 . Prove que não


1)
existe h : S 1 → R continua e injetiva.

Solução: Exemplo: f : R → S 1 , f (t) = (cos(t), sin(t)), temos que f 0 (t) =


(− sin(t), cos(t)) 6= 0 para todo t ∈ R logo pelo teorema da aplicação inversa
f é um difeomorsmo local.
Seja h : S 1 → R continua e injetiva, como h é continua temos que h(S 1 )
é conexo e fechado, ou seja h(S 1 ) = [a, b], seja a < c < b, como h é injetiva
h−1 (c) = {d}, então h(S 1 − {d}) = [a, c) ∪ (c, b] uma contradição pois a
imagem de um conexo não pode ser desconexa.

Seja U aberto convexo, e f : U 7→ Rn diferenciavel, considere as


2)
seguintes armações:
(a) kf 0 (x)k < c para todo x ∈ U .
(b) kf (x) − f (y)k ≤ ckx − yk.
(c) f é uniformemente continua.
Prove que (a)⇒(b)⇒(c). As implicaçoes (c)⇒(b)⇒(c) são verdadeiras? Jus-
tique.

Solução: a) ⇒ b) Dado x, y ∈ U , como U é conexo podemos aplicar a


desigualdade do valor médio logo

kf (x) − f (y)k ≤ ckx − yk.

b) ⇒ c) Dado ε > 0 tomamos δ = ε/c. Se kx − yk < δ temos kf (x) − f (y)k <


ε.
b) ⇒ a) Seja x ∈ U e v ∈ Rn , para t sucientemente pequeno temos
x + tv ∈ U logo kf (x + tv) − f (x)k/t ≤ ckvk.
Fazendo t → 0 temos kf 0 (x)vk ≤ ckvk, como v é arbitrário temos o
resultado. √ √
c) ⇒ b) Falso: Tomamos f (x) = x, f : (0, 1] → R, como a x esta
denido em R e [0, 1] é compacto temos que f é uniformemente continua.
√ Se
kf (x) − f (y)k ≤ ckx − yk pela parte anterior teriamos f 0 (x) = 1/2 x ≤ c
uma contradição.
3) Seja f : U → Rn , U ⊂ Rn aberto e ϕ : Rn → R2 ambas de classe C 1 ,
tal que ϕ ◦ f (U ) ⊂ R × {0}. Dado a ∈ U e b = f (a), prove que a dimensão
do núcleo de ϕ0 (b) é maior que n − 2 ou det f 0 (a) = 0.
Solução: Seja ϕ ◦ f : U → R2 , temos que ϕ(f (U )) ⊂ R × {0}, logo
ϕ ◦ f 0 (x) ∈ R × {0}.
Pela regra da cadeia ϕ ◦ f 0 (a) = ϕ0 (f (a)) ◦ f 0 (a). Se det f 0 (a) 6= 0 logo
f (a) é um isomorsmo, então dim Im f 0 (a) = n e dim Ker f 0 (a) = 0.
0

Do teorema do núcleo e imagem temos que dim Ker ϕ ◦ f 0 (a) > n − 2,


como Ker f 0 (a) = {0} logo dim Ker ϕ0 (f (a)) > n − 2.
4) Seja f : SZ2 → R dada por f (x, y, z) = x, onde S2 é a esfera unitária
em R3 . Calcule f.
S2

Solução: Denotando por S2+ = {(x, y, z) ∈ S2 ; x > 0} e S2− = {(x, y, z) ∈


S2 ; x < 0} temos que Z Z Z
f= f+ f
S2 S2+ S2−

pois todo grande círculo na esfera tem medida nula.


Agora consideramos a isometria F : S2 → S2 dada por F (x, y, z) =
− . Observamos que as parametrizações
(−x, y, z), que satisfaz F (S2+ ) = Sp
2

ϕ : B1 → S+ dada
2
ppor ϕ(y, z) = ( 1 − y − z , y, z) e ψ : B1 → S+ dada
2 2 2

por ψ(y, z) = (− 1 − y 2 − z 2 , y, z) satisfazem ψ −1 ◦ F ◦ ϕ : B1 → B1 e


ψ −1 ◦ F ◦ ϕ(y, z) = (y, z)
Logo, pelo Teorema da Mudança de Variáveis
Z Z Z Z
f= f ◦F =− f ⇒ f =0
S2− S2+ S2+ S2

5) Seja ω : R3 → A2 (R3 ) a 2-forma diferencial dada por


ω = z dx ∧ dy + y dx ∧ dz + x dy ∧ dz.
Z
Restrinja ω a esfera unitária e calcule ω.
S2
Solução: É fácil vericar que dω = dx ∧ dy ∧ dz e como o borda da bola
de raio um ∂B1 = S2 , temos, pelo Teorema de Stokes,
Z Z Z
ω= dω = dx ∧ dy ∧ dz = vol(B1 )
S2 B1 B1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA

Exame de Qualificação de Análise


2−y 2
Questão 1. Dada a função f (x, y) = xx2 +y 2 se x + y 6= 0 e f (0, 0) = 0,
2 2

a) decida se f é ou não contínua em R2 , justificando sua resposta.


b) Mostre que
lim (lim f (x, y)) 6= lim (lim f (x, y)).
x→0 y→0 y→0 x→0

Questão 2. Se f : Rn −→ R é uma função tal que,


a) |f (x)| ≤ |x|2 , b) |f (x)| ≤ |x|,
decida em cada caso se f é ou não diferenciável na origem, justificando sua resposta.

Questão 3. Seja f : A ⊂ Rn → Rn , A aberto, uma função 1 − 1 e continuamente


diferenciável, tal que detf 0 (x) 6= 0 para todo x ∈ A.
a) Mostre que f (A) é um conjunto aberto e que para qualquer conjunto aberto
B ⊂ A, f (B) é aberto.
b) Mostre que f −1 : f (A) → A é diferenciável.

Questão 4. Considere a região A ⊂ R3 obtida a partir da interseção do primeiro


octante com o conjunto definido pelas seguintes condições:

0 ≤ z ≤ 4 − 2 (x2 + y 2 ), se 0 ≤ x2 + y 2 ≤ 1,
0 ≤ z ≤ 3 − (x2 + y 2 ), se 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 3 .
R R R  
a) Escreva uma expressão para o volume de A na forma dx dy dz.
R R R  
b) Escreva uma expressão para o volume de A na forma dz dx dy.

Questão 5. Relembrando que um subconjunto C ⊂ Rn tem conteúdo nulo se para


cada  > 0 existe um recobrimento finito {U Pn1 , . . . Un } de C, por retângulos (em
R ) fechados (podem ser abertos), tal que i=1 v(Ui ) < , onde v(Ui ) é o volume
n

de Ui , prove os seguintes ítens: se o conjunto C ⊂ Rn tem conteúdo nulo, então:


a) C ⊂ A para algum retângulo fechado R A⊂R .
n

b) C é mensurável segundo Jordan e A χC = 0, onde χC é a função característica


de C.

Goiânia, 10 de dezembro de 2014.

1
Universidade Federal de Goiás
Instituto de Matemáti a e Estatísti a
Coordenação de Pós-Graduação

Exame de Quali ação de Mestrado - Análise

Goiânia, 21 de dezembro de 2010.

Nome .........................................................................................
Questão 1. Considere a função ϕ : U −→ R, U = R2 \(0, 0), denida por
x sen y 2
ϕ(x, y) = .
x2 + y 4

a) Mostre que limite de ϕ(x, y), quando (x, y) −→ (0, 0), relativo a ada semireta
om origem no ponto (0, 0) existe e é o mesmo para todas essas semiretas.
b)
 Cal ule o limite
de ϕ(x, y), quando (x, y) −→ (0, 0), relativo ao onjunto B =
(x, y) : x = y 2 . O que se pode on luir sobre a existên ia de lim(x,y)→(0,0) ϕ(x, y)?

Questão 2. Dada a função f : U ⊂ Rm −→ Rn , U aberto, es reva a denição


de diferen iabilidade de f no ponto x ∈ U . Mostre que se f é diferen iável em x,
então f é ontínua em x.
Questão 3. a) Se γ : [0, 1] −→ R3 é uma urva de lasse C 2 , mostre que
Z 1

γ(1) = γ(0) + γ (0) + (1 − t)γ ′′ (t) dt.
0

b) Se f : U ⊂ R2 −→ R3 é de lasse C 2 no aberto U , e se o segmento [x, x + h]


está ontido em U , mostre que
Z 1

f (x + h) = f (x) + f (x) · h + (1 − t)f ′′ (x + th) · (h, h) dt.
0

Questão 4. Considere o sistema de equações



sen (x + y + z) = z 4
x − y + z = sen (x4 + y 4 + z 4 ).

a) Prove que existem funções reais e diferen iáveis f (z) e g(z), denidas para |z|
su ientemente pequeno, tais que f (0) = g(0) = 0 e (x, y, z) = f (z), g(z), z) é
solução do sistema.
b) Cal ule (f ′ (0)) e (g ′(0)).
) Desenvolva f em série de Taylor até a segunda ordem.
Questão 5. Considere a superfí ie S = {(x, y, z) ∈ R3 : x2 +y 2 = z; 1 < z < 4}
e o ampo vetorial F (x, y, z) = (xz 2 , yz 2 , z 3 ). Cal ule o uxo do rota ional do
ampo F através de S , no sentido da normal exterior a S , usando o Teorema de
Stokes. Es reva porque este problema satisfaz as hipóteses do Teorema de Stokes.

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA

Goiânia, 07 de março de 2016.

Exame de Qualificação de Análise - Mestrado

Questão 1. Responda falso ou verdadeiro justificando sua resposta

a. O conjunto Ω = {(x, y) ∈ R2 tal que y ≤ x2 } é convexo.

b. Se a função f : U ⊂ Rm → V ⊂ Rn , U e V abertos, é um difeomorfismo


então m = n.

c. A função g : [0, 2π] → S 1 = {x ∈ R2 tal que |x| = 1} definida por


g(t) = (cos t, sen t) é contínua e possui inversa contínua.

d. Se X ⊂ Rn é J−mensurável e o interior de X é vazio, então vol.X = 0.

e. f : U ⊂ Rm → Rm , U aberto, é um difeomorfismo local, se e somente


se, f 0 (x) : Rm → Rm é um isomorfismo.

Questão 2. Uma função f : Rn → R é homogênea de grau m se f (tx) =


tm f (x), para todo x ∈ Rn . Se f além de homogênea é diferenciável, mostre
que
X n
df
xi (x) = mf (x)
i=1
dx i
.

Questão 3. a) Dada a função f : [0, 1] × [0, 1] → R definida por f (x, y) = 0


se x 6= 1/2, f (1/2, y) = 0 se y é racional e f (1/2, y) = 1 se y é irracional.
Mostre que f é integrável.
b) Mostre que
Z xnZ t o Z x
F (y) dy dt = (x − y)F (y) dy,
0 0 0

onde F : R → R é uma função integrável.

Questão 4. a) Enuncie o Teorema de Mudança de Variável em integrais


múltiplas. R R p
b) Calcule D
x2 + y 2 dx dy, onde D é o domínio x2 + y 2 ≤ a2 , a > 0.

Questão 5. a) Enuncie o Teorema da Função Implícita.


b) Sejam x, y, z dados em coordenadas esféricas,
x(ρ, φ, θ) = ρ sen φ cos θ, y(ρ, φ, θ) = ρ sen φ sen θ, z(ρ, φ, θ) = ρ cos φ,
perto de quais pontos podemos resolver este sistema para ρ, φ, θ em função
de x, y, z?

1
Universidade Federal de Goiás
Instituto de Matemática e Estatı́stica
Pós-Graduação em Matemática
Data: 14/12/2011.
Nota:

Exame de qualificação de Ánalise Real III.

Questão 1. (2,0) Discuta a diferenciabilidade das seguintes funções :


a) 
 x3 y
, (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x6 + y 2 (1)

0, (x, y) = (0, 0)
b) 
 x3 y
, (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x4+ y2 (2)

0, (x, y) = (0, 0)
Questão 2. (2,0) Enuncie os teoremas da função implı́cita e da função
inversa. Estes teoremas são equivalentes? Por quê? Dê aplicações praticas
para o Teorema da função inversa e do teorema da função implicı́ta.
Questão 3. (2,5) Seja f : R2 → R de Classe C 1 tal que

∂f
(x, y) 6= 0, (x, y) ∈ R2 .
∂y
Seja ξ : I ⊂ R → R tal que

f (x, ξ(x)) = c, x ∈ I, c ∈ R.

Prove que ξ é de classe C 1 . Qual é a derivada de ξ? Generalize para funções


de classe C k , k ≥ 2.
Questão 4. (1,0) Enuncie os teoremas locais de submersão e imersão . Dê
exemplos de aplicaçôes C ∞ que sejam submersões. Dê exemplos de aplicações
C ∞ que sejam imersões.
Questão 5. (1,5) Enuncie o Teorema de Fubini para funções continuas f :
U ⊂ R2 → R, U aberto. Seja A = (0, 1) × (0, 1).A0 = A − {(0, 0)}. Defina
f : A0 → R dada por
x−y
f (x, y) = , (x, y) ∈ A0 .
(x + y)3

Prove que
Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
1
f (x, y)dydx = =− f (x, y)dxdy.
0 0 2 0 0
Isto contradiz o Teorema de Fubini?

1
PROVA EXTRAMUROS-DOUTORADO – 2018

Nome:
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Instituição onde a prova foi aplicada:

Observação: Esta prova tem duração de cinco (5) horas

Questão 1. Sejam f, g : Rn → R, (n ≥ 2), funções contı́nuas. Suponha


que o conjunto 
Cf =g := x ∈ Rn ; f (x) = g(x)
é limitado e não vazio. Considere os conjuntos
 
Cf ≤g := x ∈ Rn ; f (x) ≤ g(x) e Cf ≥g := x ∈ Rn ; f (x) ≥ g(x) .

(a) Prove que um dos conjuntos Cf ≤g ou Cf ≥g é compacto.

(b) Prove que existe x0 ∈ Rn tal que

f (x)−f (x0 ) ≤ g(x)−g(x0 ) ou g(x)−g(x0 ) ≤ f (x)−f (x0 ), ∀ x ∈ Rn .

Questão 2. Seja f : Rn → R contı́nua tal que f (x) > 0 para todo x 6= 0 e,


além disso,

f (λx) = λ2 f (x), ∀ x ∈ Rn , x 6= 0 e λ ∈ R.

(a) Mostre que existem α, β > 0 tais que

αkxk2 ≤ f (x) ≤ βkxk2 , ∀ x 6= 0.

(b) Determine a imagem de f , justificando sua resposta.

(c) Diga se f é diferenciável em x = 0, justificando sua resposta.

1
Questão 3. Calcule o valor aproximado (com 4 casas decimais) para a
solução de
x7 + 0, 99x − 2, 03 = 0,
dando uma estimativa para o erro.

Questão 4. Sejam u : R3 → R3 um campo de classe C 1 e φ : R3 → R


função de classe C 2 tais que

div u = 0, ∆φ = 0 em B1 (0) e u · ν = ∇φ · ν sobre ∂B1 (0),

onde B1 (0) é a bola aberta de raio 1 e centro na origem, ∂B1 (0) sua fronteira
e ν é o vetor unitário normal exterior.
Mostre que
Z Z
u(x) · ∇φ(x) dx = |∇φ(x)|2 dx
B1 (0) B1 (0)

e conclua que Z Z
2
|u(x)| dx ≥ |∇φ(x)|2 dx.
B1 (0) B1 (0)

Questão 5. Considere o retângulo R = [0, 1] × [0, 2] e f : R → R uma


função Riemann-integrável.

(a) Enuncie o Teorema de Fubini para


ZZ
I= f (x, y) dxdy.
R

(b) Podemos aplicar o Teorema de Fubini para f (x, y) = exy ? Justifique sua
resposta.

2
GABARITO DA PROVA EXTRAMUROS-DOUTORADO - 2016

Questão 1. Seja K ⊂ Rn compacto e {fk }k sequência de funções reais


contı́nuas convergindo pontualmente em K para uma função contı́nua f . Se

fk (x) ≤ fk+1 (x), ∀x ∈ K, k = 1, 2, . . .

mostre que a convergência é uniforme. Mostre que o resultado é falso se K


não é compacto.

Solução: Seja ε > 0. Para cada x ∈ K existe kx ∈ N tal que se k ≥ kx ,


então f (x) − fk (x) < ε/3. Além disso, da continuidade de f e fkx , podemos
escolher δx > 0 tal que se ky − xk < δx , então

|f (y) − f (x)| < ε/3


|fkx (y) − fkx (x)| < ε/3

Pela desigualdade triangular, se ky − xk < δx , então

|f (y) − fkx (y)| < ε.

Como K é compacto, existe uma famı́lia finita {x1 , x2 , . . . xn } de pontos de


K tal que K ⊂ ∪ni=1 Bδxi (xi ). Seja k0 = max{kx1 , kx2 , . . . , kxn }. Se y ∈ K
então y ∈ Bδxi (xi ) para algum i = 1, . . . , n e se k ≥ k0 , temos

0 ≤ f (y) − fk (y) ≤ f (y) − fk0 (y) ≤ f (y) − fnxi (y) < ε.

O resultado é falso se K não é compacto. Por exemplo, considere K =


[0, +∞) e fk : K → R a função definida por

 1 se 0 ≤ x < k
fk (x) = k + 1 − x se k ≤ x < k + 1

0 se x ≥ k + 1

Então fk converge pontualmente para a função constante f (x) = 1, f1 ≤


f2 ≤ · · · . No entanto, fk não converge uniformemente para f , pois

sup |fk (x) − f (x)| = 1.


x∈K

1
Questão 2. Seja f : Rn \ {0} → R uma função de classe C 1 tal que, para
todo x ∈ Rn \ {0}, ∇f (x) é ortogonal a x. Mostre que f assume um valor
máximo.

Solução: Dado v ∈ Rn \ {0}, segue-se



das hipóteses assumidas sobre f e da
d
regra da cadeia que dt f (tv) = ∇f (tv) : v = 0 para todo t 6= 0. Portanto,
do teorema do valor médio para funções de uma variável real, conclui-se
que f é constante ao longo de semi-retas partindo da origem, de modo que
o máximo de f existe e coincide com o máximo da sua restrição à esfera
unitária (o qual existe, por compacidade).

Questão 3. Seja f : Rn → R função de classe C 1 e ϕ : (0, +∞) → R a


função definida por Z
ϕ(r) = f (x) dx,
Br (0)

onde Br (0) = {x ∈ Rn ; kxk2 < r} (k k2 denota a norma euclidiana em Rn ).

1. Mostre que ϕ é função diferenciável em (0, +∞);


2. Calcule ϕ′ (r).

Solução: (1) Se x = ry, então dx = r n dy e


Z
n
ϕ(r) = r f (ry) dy.
B1 (0)
R
A aplicação g(r) = B1 (0) f (ry) dy é diferenciável. De fato, se r > 0 e |h| < r,
temos
f (ry + hy) = f (ry) + hf ′ (ry) : hyi + ǫ(r, h, y),
onde
ǫ(r, h, y)
lim =0
h→0 |h|
uniformemente nos compatos de (0, +∞) × Rn , pois, pelo Teorema do Valor
Médio, existe θ ∈ (0, 1) tal que

ǫ(r, h, y) ′
= hf (ry + θhy) − f ′ (ry) : yi ≤ kf ′ (ry + θhy) − f ′ (ry)k2 kyk2 .
h

Portanto,
Z Z

g(r + h) = g(r) + hhf (ry) : yi dy + ǫ(r, h, y) dy
B1 (0) B1 (0)

2
de onde se conclui que
Z

g (r) = hf ′ (ry) : yi dy.
B1 (0)

(2) Do item anterior, temos:


n ′
ϕ′ (r) = nr n−1 g(r)
Z + r g (r) Z
= nr n−1 f (ry) dy + r n hf ′ (ry) : yi dy
Z B1 (0) B1 (0)
1  ′

= nf (x) + hf (x) : xi dx
r Br (0)

Questão 4.

(a) Sejam (X, d) um espaço métrico completo, (Λ, dΛ ) um espaço métrico


e F : X × Λ → X uma aplicação contı́nua.
Assumimos que F é uniformemente κ-contratante em x, i.e.

∃ κ ∈ (0, 1) tal que ∀ x, y ∈ X e ∀ λ ∈ Λ, d(F (x, λ), F (y, λ)) ≤ κd(x, y) .

Prove que para cada λ ∈ Λ, a equação F (x, λ) = x tem uma única


solução x = x(λ). Prove também que x : λ ∈ Λ 7→ x(λ) ∈ X é
contı́nua.

(b) Mostre que para qualquer parâmetro t ∈ R, o sistema de equações



x = 12 sen (x + y) + t − 1
y = 12 cos(x − y) − t + 12

admite uma única solução (x, y) = (x(t), y(t)) que varia continuamente
com o parâmetro t ∈ R.

Solução: (a) Fixe λ ∈ Λ. Então F (·, λ) é uma aplicação κ-contratante de


X em X. Como X é um espaço métrico completo, segue do teorema do
ponto fixo que existe um único x = x(λ) em X solução de F (x, λ) = x.
Provaremos agora que x : λ ∈ Λ 7→ x(λ) ∈ X é contı́nua. Com efeito,
sejam λ, λ0 ∈ Λ. Denotaremos x = x(λ) e x0 = x(λ0 ). Segue então da

3
desigualdade triangular e da hipótese F é uniformemente κ-contratante em
x que

d(x, x0 ) = d(F (x, λ), F (x0 , λ0 )) ≤ d(F (x, λ), F (x0 , λ)) + d(F (x0 , λ), F (x0 , λ0 ))
≤ κd(x, x0 ) + d(F (x0 , λ), F (x0 , λ0 )) .
(1)

Por outro lado, a continuidade de F com respeito à variável λ implica que


para todo ε > 0, existe δ > 0 tal que se dλ (λ, λ0 ) < δ, então d(F (x0 , λ), F (x0 , λ0 )) <
ε/(1 − κ), e portanto usando (1), d(x(λ), x(λ0 )) = d(x, x0 ) < ε.
(b) Consideramos a aplicação contı́nua
1 1 1
F : (x, y, t) ∈ R2 × R 7→ sen (x + y) + t − 1, cos(x − y) − t +
2 2 2
Então, para cada t ∈ R, Ft = F (·, ·, t) é C 1 , e calculamos sua diferencial
 
1 cos(x + y) cos(x + y)
DFt (x, y) = .
2 −sen (x − y) sen (x − y)

Em particular, para cada vetor (h, k) ∈ R2 , temos que


   
h 1 cos(x + y)(h + k)
DFt (x, y) = .
k 2 sen (x − y)(k − h)

Escolhemos a norma euclidiana k · k2 (em dimensão finita todas as normas


são equivalentes) e calculamos
1 
kDFt (x, y)(h, k)k22 = cos2 (x + y)(h + k)2 + sen2 (x − y)(h − k)2
4
1  1
≤ (h + k)2 + (h − k)2 = k(h, k)k22 ,
4 2
o que implica kDFt k ≤ √1 . Portanto, segue da Desigualdade do Valor Médio
2
que
1
kFt (x, y)−Ft (x0 , y0 )k2 ≤ √ k(x, y)−(x0 , y0 )k2 , ∀ (x, y), (x0 , y0 ) ∈ R2 , ∀ t ∈ R .
2

Em outras palavras, a aplicação F é uniformemente √1 -contratante em


2
(x, y) e o resultado sai aplicando o item (a) a F .

4
Questão 5. Seja B a bola fechada unitária de centro na origem de Rn e
Sn−1 sua fronteira. Mostre que não existe uma função contı́nua

r : B → Sn−1

diferenciável no interior de B tal que r(x) = x para todo x ∈ Sn−1 . Conclua


que para toda f : B → B diferenciável no interior de B, existe x ∈ B tal
que f (x) = x.

Solução: Se existisse uma função contı́nua r : B → Sn−1 tal que r(x) = x


para todo x ∈ Sn−1 , Sn−1 seria homotopicamente trivial, o que não é o
caso, pois H n−1 Sn−1 ≡ Z. Alternativamente, pode-se chegar à mesma
conclusão, i.e., de que não existe uma tal função, usando-se aproximações
de homotopias contı́nuas por homotopias diferenciáveis e um argumento
clássico com o teorema de Stokes. Se existisse f : B → B diferenciável
tal que, para todo x ∈ B, f (x) 6= x, a função r : B → Sn−1 que associa
−−−−→
cada x ∈ B à intersecção da semi-reta f (x), x com Sn−1 seria uma função
diferenciável, bem definida, cuja restrição a Sn−1 é a identidade.

5
Universidade Federal do Amazonas
Programa de Pós-Graduação em Matemática

Exame de Qualicação - Mestrado- Análise Funcional


Data: 8/03/2019

Aluno(a):

Resolver 4 das questões abaixo

Para o que segue E ∗ denota o espaço dos funcionais lineares contı́nuos em E.

1. Sejam (E, || · ||) um espaço vetorial normado e x ∈ E com x 6= 0. Prove que existe
um funcional não-nulo f ∈ E ∗ tal que ||f || = 1 e f (x) = ||x||.

2. Considere o espaço normado E = (C([a, b], R), ‖ · ‖∞ ), em que ‖f ‖∞ = max |f (t)|


t∈[a,b]
∫x
e T : E → E denida por T (f )(x) = a f (t)dt. Mostre que T é um operador
compacto.

3. Sejam E um espaço de Banach e T : E → E ∗ um operador linear satisfazendo


T (x)(y) = T (y)(x), ∀x, y ∈ E. Mostre que T é limitado.

4. Sejam (M, d) um espaço métrico e E um espaço de Banach. Dizemos que uma função
f : M −→ E é Lipschitz se existe uma constante K > 0 tal que ‖f (s) − f (t)‖E ≤
Kd(s, t) para todo s, t ∈ M . Prove que se f : M −→ E é uma função tal que a
composição ϕ ◦ f : M −→ R é Lipschitz para todo ϕ ∈ E ∗ , então f é Lipschitz.

5. Sejam H um espaço de Hilbert e ϕ : H → R um funcional linear contı́nuo. Prove


que existe y0 ∈ H tal que ϕ(x) = 〈x, y0 〉 para todo x ∈ H. Além disso, ||ϕ|| = ||y0 ||.

6. Sejam E e F espaços de Banach e T : E → F um operador linear. Então T é


contı́nuo se, e somente se, o gráco de T é fechado em E × F.

7. Prove que em todo espaço vetorial de dimensão innita existe um funcional linear
descontı́nuo.

8. Prove que um espaço vetorial E tem dimensão nita se, e somente se, quaisquer
duas normas em E são equivalentes.
universidade federal do amazonas
departamento de matemática

Exame de qualicação
Análise - 2022

Resolva 4 (quatro) das 8 (oito) questões enunciadas a seguir.


Cada questão deve ser resolvida em uma folha separada.

1. Seja f : K −→ Rn uma função contı́nua, onde K ⊂ Rn é compacto. Prove que f (K) é compacto
também.

2. Seja f : U −→ Rn diferenciável em x ∈ U ⊂ Rm e suponha que f admite uma inversa g = f −1 :


V −→ Rm , V ⊂ Rn , a qual é diferenciável no ponto y = f (x). Prove que f ′ (x) : Rm −→ Rn é
um isomorsmo cujo inverso é g ′ (y) : Rn −→ Rm .

3. Considerando um aberto U ⊂ Rn e uma função f : U −→ Rm . Decida se as armações abaixo


são verdadeiras ou falsas. Prove caso seja verdadeira ou apresente um contraexemplo caso
contrário

a) Se f é uma transformação linear, então f ′ (a) = f para cada a ∈ U .


b) Se as derivadas parciais das funções componentes de f existem em cada ponto de U , então
f é diferenciável em U .

4. a) Seja f (x, y) = (ex cos(y), ex sin(y)). Mostre que f é um difeomorsmo local mas não é
um difeomorsmo (global). Caso use o Teorema da função inversa explique porque as
hipóteses desse teorema são satisfeitas.
b) Calcule [(f −1 )′ (1, 0)].

5. Seja f : R3 −→ R4 dada por f (x, y, z) = (x2 − y 2 , xy, xz, zy),

a) Prove que f e diferenciável em todos os pontos de R3 e calcule sua matriz jacobiana.



b) Mostre que a derivada f : R3 −→ R4 é uma transformação linear injetiva, exceto no eixo
dos z (isto é, para x = y = 0)

6. Enuncie o Teorema da Função Implćita e represente uma aplicação.

1
7. Seja f : [0, 2] × [0, 1] −→ R tal que
 2 2
 xy(x − y ) se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = (x2 + y 2 )3

0 caso contrário.

Verique que ∫ ∫ ∫ ∫
2 1 1 2
1 1
f (x, y)dydx = e f (x, y)dxdy = −
0 0 5 0 0 20
Isto contradiz o Teorema de Fubini? Por que?

8. Mostre que se f : [a, b] −→ R é integrável, então o gráco de f tem conteúdo nulo no plano.

2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
DEPARTAMENTO DE MATEM ÁTICA

Exame de Qualicação em Análise no Rn - 2021/1

ATENÇÃO: Resolva APENAS 6 QUESTÕES. Justique detalhadamente cada resposta.

1. Considere ‖ · ‖1 e ‖ · ‖2 duas normas arbitrárias em Rn . Mostre que ‖ · ‖1 : (Rn , ‖ · ‖2 ) → R é uma


função contı́nua.

2. (a) Sejam U ⊂ Rn um aberto e f : U ⊂ Rn → R. Dena diferenciabilidade de f num ponto a  U .


(b) Considere um aberto U ⊂ R2 e dena f : U ⊂ R2 → R por f (x, y) = x y. Mostre que
f (a, b)(x, y) = bx + ay. (Notação: f = grad f )

3. Considere f : Rn → R. Decida se as armações seguintes são verdadeiras ou falsas. Prove caso seja
verdadeira e dê um contraexemplo caso contrário.
(a) Se f (x) ≤ ‖x‖2 para todo x  Rn , então f é diferenciável na origem.
(b) Se f (x) ≤ ‖x‖ para todo x  Rn , então f é diferenciável na origem.

4. Considere um aberto U ⊂ Rn e uma função f : U ⊂ Rn → R. Decida se as armações abaixo são


verdadeiras ou falsas. Prove caso seja verdadeira ou apresente um contraexemplo caso contrário.
a) Se f é uma transformação linear, então f ′ (a) = f para cada a  U .
b) Se as derivadas parciais das funções componentes de f existem em cada ponto de U , então f é
diferenciável em U .
c) Se f possui derivadas parciais até a segunda ordem, não necessariamente temos que

∂ 2f ∂ 2f
= , i, j = 1, 2, . . . , n.
∂xi ∂xj ∂xj ∂xi

5. Sejam U ⊂ Rn e V ⊂ Rm subconjuntos abertos. Mostre que se f : U ⊂ Rn → V ⊂ Rm é


difeomorsmo, então n = m.

6. Sejam U ⊂ Rn um aberto e f : U ⊂ R2 → R. Suponha que a função f assume um máximo (ou um


mı́nimo) num ponto (a, b)  U . Mostre que se f possui derivadas parciais, então

∂f
(a, b) = 0, i = 1, 2.
∂xi

7. Seja f : R → R denida por


{
x + 2x2 sen( x1 ), se x 6= 0,
f (x) =
0, se x 6= 0.

Responda se cada uma das armações abaixo são verdadeiras ou falsas, justicando devidamente a
sua resposta.

1
i) f ′ (0) 6= 0.
ii) Existem abertos I e J contendo 0  R tais que f : I → J é um difeomorsmo.

8. Enuncie o Teorema da Função Inversa e apresente uma aplicação.

9. Seja U ⊂ R2 um aberto e f : U → R uma função de classe C 2 . Use o Teorema de Fubini para


mostrar que
∂ 2f ∂ 2f
(x, y) = (x, y)
∂x∂y ∂y∂x
para todos x, y  U .

10. Seja f : [0, 2] × [0, 1] → R tal que



 xy(x2 − y 2 )
se (x, y) 6= (0, 0);
f (x, y) = (x2 + y 2 )3

0 caso contrário.

Verique que ∫ ∫ ∫ ∫
2 1 1 2
1 1
f (x, y)dydx = e f (x, y)dxdy = − .
0 0 5 0 0 20
Isto contradiz o Teorema de Fubini? Por quê?

11. (a) Mostre que se m < n então o Rm visto como um subconjunto do Rn tem medida nula.
(b) Mostre que se U é um aberto de Rm , f : U → Rn é uma aplicação lipschitziana e m < n, então a
imagem f (U ) tem medida nula (em Rn ).

12. Seja f : R → R dada por


{
1 + cos(x)
f (x) = se x  [−π, π];
2
0 caso contrário.

Seja φj j≥0 a famı́lia de funções dada por φ2m+1 (x) = f (x − mπ) e φ2m (x) = f (x + mπ).
(a) Dena partição da unidade associada a uma coleção de abertos de Rn .
(b) Mostre que φj j≥0 é uma partição da unidade em R.

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