Unidade 1 – INTRODUÇÃO
1.1. Histórico
FENÔMENOS DE TRANSPORTE: estuda como massa, quantidade de movimento,
calor, eletricidade e outras formas de energia são transportadas, ou transferidas, por um meio
material.
Aplicações: ar condicionado, radiador de carro, geladeira, turbinas, bombas,
aquecimento da água, conversão de energia (usina hidroelétrica, usina termoelétrica, e
outras), avião, etc.
Características macroscópicas:
Sólido - Sua forma é própria, ou seja, o corpo não é tão facilmente deformado, e seu
volume é definido.
Líquido - Sua forma não é própria, ou seja, ele terá a forma do recipiente onde for
colocado, mas seu volume ainda é definido (dois litros continuam sendo dois litros,
independente do formato do recipiente).
Gasoso - Não possui nem forma própria e nem volume definido. Ocupa a forma do
recipiente que o contém e possuirá o volume deste mesmo recipiente.
Características microscópicas:
Sólido - suas partículas estão fortemente ligadas e estão muito próximas umas das
outras (forças de coesão são maiores do que as de repulsão). São muito pouco
compressíveis.
Líquido - suas partículas não estão tão ligadas e tão próximas umas das outras como
no caso dos sólidos, mas existe ainda uma força de atração entre elas. Esta força não
permite que as partículas do material se separem completamente (as forças de coesão
e repulsão se igualam). Apresenta tensão superficial (A força que existe na superfície
de líquidos em repouso é denominada tensão superficial. Esta tensão superficial é
devido às fortes ligações intermoleculares, as quais dependem das diferenças elétricas
entre as moléculas, e pode ser definida como a força por unidade de comprimento que
duas camadas superficiais exercem uma sobre a outra). É praticamente
incompressível, pois a pequena variação volumétrica de um líquido sob pressão pode,
em geral, ser desprezada.
Gasoso - neste caso a força de atração entre as partículas praticamente inexiste
(forças de repulsão maiores do que as de coesão). Cada uma vai para onde quer no
interior do recipiente que contém o gás (há grande expansibilidade). A distância
entre elas fica então muito maior do que nos estados sólido e líquido (há grande
compressibilidade). As partículas movimentam-se com grande velocidade.
1 – Massa (m)
É a quantidade de matéria de um corpo. Permanece inalterada em função das influências
externas. Dimensão: M
Unidades de massa:
SI CGS MK*S Inglês relações
1 utm = 9,8 kg
kg g utm slug 1kg = 1000 g = 103 g
1g = 0,001 kg = 10-3kg
1 slug = 14,61 kg
2 – Peso ( )
É uma força à qual fica submetida uma massa, quando imersa num campo gravitacional. Essa
força varia conforme o valor da aceleração da gravidade. Dimensão: MLT- -2
Unidades de força:
SI CGS MK*S Inglês relações
1N = 105 dyn = 0,10198 kgf
N dyn kgf lb
(Newton) (dina) (quilograma-força) (libra força) 1kgf = 9,806 N = 980600 dyn
1lb = 4,45 N
3 – Massa específica (ρ)
É definida como a massa por unidade de volume. É também denominada de massa
volumétrica ou densidade absoluta. Varia com a temperatura. Dimensão: ML -3
5 – Peso específico ( )
O peso específico de uma substância é o seu peso por unidade de volume. Dimensão: ML -2T-2
Seu módulo é calculado por:
6 – Densidade relativa ( )
A densidade relativa de uma substância A expressa o quociente entre a massa específica dessa
substância e a massa específica de uma outra substância B tomada como referência.
Dentro de um fluido existe sempre movimento de moléculas para um lado e para o outro de
qualquer superfície fictícia tomada nesse fluido. Quando uma camada se move em relação a
outra adjacente, há transferência de quantidade de movimento molecular de um lado para o
outro de maneira a surgir uma tensão de cisalhamento aparente que reduz o movimento
relativo e tende a igualar as velocidades de camadas adjacentes.
Simplificação prática:
Quando a distância y for pequena, pode-se considerar,
sem muito erro, a equação como sendo
Viscosidade cinemática ( )
A viscosidade é frequentemente chamada de viscosidade absoluta ou dinâmica para evitar
confusão com a viscosidade cinemática ( ), que é a relação entre viscosidade e a massa
Como a Pressão é dada pela razão entre a força normal e a área, temos:
A pressão que o líquido exerce no fundo do recipiente depende da massa específica do líquido,
da aceleração da gravidade local e da altura do líquido acima do ponto considerado.
e
A diferença de pressão entre os pontos A e B será:
Teorema de Stevin
Consequências do Teorema de Stevin:
No interior de um líquido em equilíbrio estático:
(a) Pontos de um mesmo plano horizontal suportam a mesma pressão;
(b) A superfície de separação entre líquidos não miscíveis é um plano horizontal;
(c) Em vasos comunicantes quando temos dois líquidos não miscíveis temos que a altura de
cada líquido é inversamente proporcional às suas massas específicas.
(d) A altura h da coluna de líquido de peso específico γ (altura de carga) necessária para
manter a diferença de pressão P – P0 é dada por:
ou ainda:
2.5 Manometria
A pressão atmosférica local, representada por Patm, pode ser medida por um barômetro. O
mais simples, usado por Torricelli, é o barômetro de mercúrio, que consiste basicamente em
um tubo de vidro cheio de mercúrio com sua extremidade aberta imersa num recipiente com
mercúrio, conforme o esquema da figura.
Pontos que estão à mesma altura, dentro do
mesmo fluido, têm a mesma pressão, de
forma que e como ,
obtém-se
Em condições normais de temperatura e
pressão, a pressão de vapor do mercúrio é
praticamente nula, ou seja, , resultando
A leitura do barômetro é normalmente feita em torr, onde um torr é a pressão exercida por
uma coluna de mercúrio de 1mm de altura, em um local onde g tenha o valor padrão de
9,80665 m/s2 e a uma temperatura (0ºC) em que o mercúrio tem densidade 1,35955x10 4
kg/m3.
Geralmente, os instrumentos medidores de pressão, os manômetros, indicam a diferença
entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica local, ou seja, medem a pressão relativa
ou manométrica, que pode ser positiva ou negativa.
As pressões relativas negativas, também chamadas de pressões de vácuo, são aquelas
menores que a pressão atmosférica local.
- Manômetro de tubo em U
O princípio do funcionamento está no equilíbrio de uma coluna de líquido, chamado fluido
manométrico, confinado em um tubo, conforme a figura. O fluido manométrico deve ter peso
específico grande para que a altura manométrica não seja muito grande. Pode ser utilizado
para gases.
Princípio de Arquimedes:
“Quando um corpo está imerso em um fluido, ele recebe deste uma força denominada
empuxo, de módulo igual e direção contrária ao peso da porção de fluido deslocado. Este
empuxo é aplicado no centro de gravidade da porção deslocada”.
- o densímetro. Você já deve ter observado que em algumas bombas de álcool e gasolina nos
postos de serviço, existe um tubo de vidro transparente cheio com
o combustível servido naquela bomba. Dentro deste tubo estão colocados alguns objetos - duas bolas de cores
diferentes, um tubinho graduado, etc. Este aparelho simples é um densímetro e serve para o consumidor controlar a
qualidade do combustível que abastece seu veículo, evitando que a mistura álcool-gasolina fique fora das especificações
técnicas.
Peso aparente de um corpo está relacionado com seu peso real e com o
modulo do empuxo sobre ele por:
Paparente = Preal – E
12. Água e óleo de densidades 1,0 e 0,8, respectivamente, são colocados em um sistema de
vasos comunicantes. Sendo 16 cm a altura da coluna de óleo, determine a altura da coluna de
água medida acima do nível de separação entre os líquidos.
13. Um tanque contém várias camadas empilhadas de fluidos com as seguintes alturas das
camadas: fluido 1: 800 kg/m3, h1 = 40 cm; fluido 2: 900 kg/m 3, h2 = 50 cm; fluido 3: 700
kg/m3, h3 = 120 cm. A pressão do ambiente sobre o tanque é de 110 kPa. Faça o desenho
esquemático do tanque, indicando a ordem nos quais os fluidos estão empilhados e calcule a
pressão no fundo do tanque.
14. Num posto de gasolina, para a lavagem de um automóvel de massa 1000kg, o mesmo é
erguido a uma certa altura. O sistema utilizado é uma prensa hidráulica. Sendo os êmbolos de
áreas 10 cm2 e 2000 cm2 e a aceleração da gravidade local de 10 m/s 2, qual a força aplicada
no êmbolo menor para equilibrar o automóvel?
15. (VUNESP) As áreas dos pistões do dispositivo
hidráulico da figura mantêm a relação 50:2. Verifica-se
que um peso P, colocado sobre o pistão maior é
equilibrado por uma força de 30 N no pistão menor, sem
que o nível de fluido nas duas colunas se altere. De
acordo com o Princípio de Pascal, o peso P vale:
(a) 20 N; (b) 30 N; (c) 60 N; (d) 500 N; (d) 750 N.
16. Prensa Hidráulica é um dispositivo multiplicador de:
(a) força e trabalho; (b) potência e trabalho;
(c) energia e força; (d) força;
17. A prensa hidráulica representada na figura está em
equilíbrio. Os êmbolos formam áreas iguais a 2a e 5a.
Qual a intensidade da Força F?
(a) 40 kgf; (b) 60 kgf; (c) 70 kgf;
(d) 50 kgf; (e) 45 kgf.
Uma prensa tem pistões de áreas iguais a 4 cm 2 e 200 cm2. Aplica-se ao êmbolo menor uma
força de 20 N. Este enunciado vale para as questões 18, 19 e 20.
18. A pressão no êmbolo menor é, em N/cm2:
(a) 5; (b) 10; (c) 20; (d) 40; (e) n.d.a.
19. A força que atua sobre o êmbolo de maior área é:
(a) 100 N; (b) 500 N; (c) 1000 N; (d) 20000 N; (e) n.d.a.
20. Se o êmbolo menor descer de 120 cm, de quanto sobe o êmbolo maior?
(a) 1,2 cm; (b) 2,4 cm; (c) 4,8 cm; (d) 6,0 cm; (e) n.d.a.
21. Um elevador hidráulico é constituído de dois pistões com tamanhos diferentes. O pistão
menor tem 4,0 cm de diâmetro e o pistão maior possui 1,0m de diâmetro. Um carro com
2,0x103 kg é apoiado sobre o pistão maior. Que peso devemos colocar sobre o pistão menor
para equilibrarmos o carro?
22. Para determinar a pressão atmosférica, Torricelli fez a seguinte experiência: um tubo de
vidro, de 1m de comprimento, foi cheio de mercúrio e depois o mesmo emborcado num
recipiente contendo mercúrio; constatou que, ao nível do mar, o mercúrio no tubo desce até à
altura de 760 mm (0,76m). Se a massa específica do mercúrio é 13,6 g/cm 3 = 13,6 x 103
kg/m3 e a aceleração da gravidade local é de 9,8 m/s 2, qual a pressão atmosférica constatada
por Torricelli?
23. A coluna de mercúrio de um barômetro tem altura h=740,35mm. A temperatura é -5ºC, e
nesta temperatura a densidade do mercúrio é 1,3608x10 4 kg/m3. A aceleração de queda livre
no local do barômetro é 9,7835 m/s2. Qual é a pressão atmosférica em pascais e torr?
24. Qual a pressão manométrica em kPa em um recipiente contendo óleo cujo tubo
piezométrico apresenta uma leitura de 0,30 m. Considere a densidade do óleo igual a 0,9.
25. Suponha um barômetro que utilize água (ρ= 1,0 g/cm 3) no lugar de mercúrio. Sabendo
que o valor da pressão atmosférica é de 1,01 x10 5 Pa, calcule a altura da coluna de água no
barômetro. Considere g = 10 m/s2.
26. O recipiente mostrado no esquema está pressurizado de forma
que a água sobe uma altura h = 200 cm no tubo manométrico. Sendo
a massa específica da água igual a 1000 kg/m 3 e patm = 101,3 kPa,
determine a pressão absoluta no ponto A. (g = 9,8 m/s2)
27. Para medir a pressão P exercida por um gás, contido num
recipiente, utilizou-se um manômetro de mercúrio, obtendo-se
os valores indicados na figura. A pressão atmosférica local
medida por um barômetro é de 750 mmHg. O valor de P, em
mmHg é:
a) 150
b) 170
c) 750
d) 900
e) 940
31. No lado da sucção de uma bomba, um medidor de pressão de Bourdon mede 40 kPa de
vácuo. Qual a pressão absoluta equivalente, se a pressão atmosférica absoluta e igual a 100
kPa?
32. A leitura de um medidor de vácuo conectado a uma câmara é de 24 kPa em um local onde
a pressão atmosférica é de 92 kPa. Determine a pressão absoluta na câmara.
33. Um manômetro é utilizado para medir a pressão em um tanque. O fluido utilizado tem
uma gravidade específica de 0,85 e a coluna de líquido tem 55 cm de altura. A pressão do
ambiente é de 96 kPa. Determine a pressão manométrica e a pressão absoluta no fundo do
tanque.
34. Um manômetro contendo óleo (ρ = 850 kg.m -3) é anexado a um tanque cheio de ar. Se a
diferença de nível entre as duas colunas for de 45 cm e a pressão atmosférica for de 98 kPa,
determine a pressão absoluta no tanque.
35. Um objeto com massa de 10 kg e volume 0,002 m 3 é colocado totalmente dentro da água.
Considere g = 10 m/s2
(a) Qual o valor do peso do objeto?
(b) Qual a intensidade da força de empuxo que a água exerce no objeto?
(c) Qual o valor do peso aparente do objeto?
(d) Desprezando o atrito com a água, determine a aceleração do objeto.
36. Um bloco cúbico de madeira (ρ c = 0,65 g/cm3), com 20 cm de aresta flutua na água.
Determine a altura do cubo que permanece dentro da água.
37. Um negociante de metais “preciosos" tenta vender uma joia, supostamente feita de ouro,
ao Sr. Arquimedes da Silva, que desconfia da peça e propõe um teste de legitimidade. Ele pesa
a peça e conclui que a massa dela é de 39,0 g. Em seguida, ele a submerge em um tubo
contendo água, com 2,5 cm2 de área transversal. Sabendo que o nível da água no recipiente
sobe 2,0mm, encontre a densidade da peça e diga se ela é legítima.
38. Uma plataforma flutua em água doce (ρ =0,998x10 3 kg/m3), deslocando 5,0x103 kg de
água. Calcule o peso e o volume de água que a plataforma deslocaria se flutuasse em água
salgada (ρ = 1, 024 x103kg/m3)? O volume de água deslocada muda?
39. (UFPA) Um cubo de madeira (massa específica = 0,80 g/cm 3) flutua num líquido de massa
específica 1,2 g/cm3. A relação entre as alturas emersa e imersa é de:
(a) 2/3; (b) 2; (c) 1,5; (d) 0,5; (e) 3/2.
40. Uma bola com volume de 0,002 m3 e densidade 200 kg/m3 encontra-se
presa ao fundo de um recipiente que contém água, através de um fio
conforme a figura. Determine a intensidade da tração no fio que segura a
bola. (Considere g = 10 m/s2)
41. Uma esfera tem 6,0 g de massa e sua massa específica vale 0,80 g/cm 3. Calcule o empuxo
sobre ela exercido quando estiver totalmente imersa num líquido de massa específica igual a
0,90 g/cm3, num local em que g = 9,8m/s2.
42. Um corpo pesa 70 kgf. Mergulhado em água, seu peso aparente é de 40kgf. Qual a
densidade do material do corpo em questão?
43. Uma peça feita de alumínio e cobre pesa 76 gf. Mergulhada em água, seu peso aparente é
de 56 gf. Qual o peso do alumínio contido na peça, sabendo que dAl = 2,5 e dCu = 9,0?
44. Os icebergs são grandes blocos de gelo que vagam em latitudes elevadas, constituindo um
sério problema para a navegação, sobretudo porque deles emerge uma pequena parte do
total. Sendo V o volume total do iceberg e ρ g = 0,92 g/cm3 a massa específica do gelo,
determinar a porcentagem do iceberg que aflora à superfície livre da água, considerada com
massa específica igual a ρL = 1 g/cm3.
45. O casco de um barco tem um volume de 150 m 3 e a massa total do barco vazio é de 8560
kg. Determine quanta carga esse barco pode carregar sem afundar em:
a) um lago de água doce (densidade 1000 kg.m-3)
b) na água do mar (densidade 1030 kg.m-3)
Para o estudo dos fluidos em movimento é preciso idealizar um fluido cujo comportamento não
seja muito diferente de um fluido real, mas satisfaça algumas condições. O fluido ideal é não-
viscoso (atrito interno nulo), apresenta uma densidade constante, e a velocidade de
escoamento do fluido em um dado ponto é constante em relação ao tempo.
Volume de controle é uma região arbitrária e imaginária, no espaço, através da qual o fluido
escoa.
Entre os pontos A e B não existe ramificação alguma do tubo, ou seja, nenhum fluido
entra ou deixa o tubo. Nessas condições, de acordo com o sentido de escoamento do fluido,
podemos afirmar que, num dado intervalo de tempo, o volume de fluido que passa em A,
passa também em B. Assim, podemos escrever: VA = VB.
Em virtude de as regiões A e B possuírem diâmetros diferentes, o volume de fluido em A é
dado pelo produto da área A 1 pela distância d1 e, em B, é dado pelo produto da área A 2 pela
distância d2. A expressão anterior ficará então escrita da seguinte forma:
A1 x d1 = A2 x d2
Como a velocidade de escoamento do fluido é constante em cada seção, podemos
escrever:
d1 = v1 x Δt e d2 = v2 x Δt que, substituindo na equação anterior, resulta:
A1 x v1 x Δt = A2 x v2 x Δt DA1 x v1 = A2 x v2
Na região A, de entrada do fluido, este possui velocidade v1, pressão p1 e altura h1; na
região B, de saída do fluido, a velocidade é v2, a pressão é p2 e a altura é h2.
constante.
Observações:
P = Q.ΔH = Δ E/Δ t
Unidades de potência:
SI Outras Relações
Watt (w) = J/s cv (cavalo-vapor) hp (horse power) 1 cv = 736 w; 1 hp = 746 w
1 Btu/h =0,29 W 1 Btu/s = 1055 W
O rendimento (η) da máquina é definido como a razão entre a potência útil e a potência
realmente fornecida.
3.5. Aplicações da equação de Bernoulli
- Destelhamento: Durante uma ventania, a passagem do ar faz com que a pressão na região
logo acima do telhado se torne menor do que a
pressão do ar abaixo deste. Essa diferença de
pressão produz uma força ascensional que pode
levantar o telhado, se ele naõ estiver amarrado à
estrutura da casa. Uma solução seria ventilar o
espaço sob o telhado para que não haja diferença
de pressão.
- Aviões: A asa de um avião é mais curva na
parte de cima. Isto faz com que o ar passe mais rápido na parte de cima do que na de baixo.
De acordo com a equação de Bernoulli, a pressão do ar em cima da asa será menor do que na
parte de baixo, criando uma força de empuxo que sustenta o avião no ar.
- Vento rasante em uma janela: Durante uma ventania, o ar que passa rente a uma janela
origina uma diminuição da pressão, em relação ao ambiente interno. Como
consequência, se a janela estiver aberta, uma cortina ali colocada desloca-se em
direção à janela, como se estivesse sendo puxada para fora.
Chaminé: O movimento de ar do lado de fora de uma casa ajuda a criar uma diferença
de pressão que expulsa o ar quente da lareira para cima, através da chaminé.
O medidor da figura (b) pode determinar a diferença de velocidade entre dois pontos de um
fluido pelo mesmo princípio.
Os medidores abaixo também são baseados no mesmo princípio. Todos esses tipos de
medidores são conhecidos como medidores de Venturi.
O tubo de Venturi consiste essencialmente de um tubo cujas seções A e B têm áreas diferentes
e conhecidas. A diferença de pressão estática entre os pontos A e B é medida por meio do
desnível do líquido existente nos tubos verticais.
mas h1 = h2
Portanto, quanto mais baixo estiver o furo, maior será a velocidade e também o alcance.
No caso da turbina, a potência útil da máquina (PT) é menor que a potência fornecida pelo
fluido (P) e o rendimento da turbina será:
Bombas
Na época de Torricelli (1608-1647) já eram conhecidas as chamadas “bombas de
aspiração”, usadas para retirar água dos poços. A explicação para o funcionamento de tais
bombas era que a natureza possuía uma propriedade chamada “horror ao vácuo”. Portanto,
quando o pistão subia, a água corria para ocupar o vazio deixado pela sua subida; em outras
palavras, a água era sugada pelo movimento de subida do pistão.
Nessa época, o Duque de Toscana resolveu, num projeto ousado, irrigar os seus jardins
retirando água de um poço com 15 metros de profundidade. Entretanto, um enigma surgiu: a
água subia pela tubulação até cerca de dez metros, e, por mais que aperfeiçoassem a bomba,
a água não subia mais. A questão foi proposta ao então discípulo de Galileu, Evangelista
Torricelli, que conseguiu derrubar a teoria do horror ao vácuo.
Supondo que a água era empurrada pela atmosfera e não sugada pelo êmbolo,
Torricelli concluiu que, se a água subia somente 10 m, significava que a pressão atmosférica
era equivalente à pressão exercida por uma coluna de água com 10 m de altura.
Torricelli considerou ainda que, caso fosse utilizado um líquido mais denso, essa altura
seria menor. A relação entre as alturas estaria na proporção inversa das densidades. Como o
mercúrio é 13,6 vezes mais denso que a água, Torricelli calculou que esse líquido deixaria de
subir quando atingisse a altura de 76 cm.
O desmoronamento da teoria do horror ao vácuo deu origem a uma nova classe de
bombas, chamadas bombas de recalque. Nessas bombas, colocadas ao nível do líquido a ser
transferido, utilizam-se pistões (ou outros impelidores) para empurrar os fluidos, já que
simplesmente por horror eles não sobem.
Princípio de funcionamento de bombas centrífugas
A função da bomba hidráulica é fornece energia mecânica para o líquido (como o
ventilador para gases), proveniente de um motor à combustão ou de um motor elétrico, de
forma a ocorrer um aumento da energia mecânica do escoamento.
As bombas classificam-se em:
a) Bombas radiais ou centrífugas: sua característica básica é trabalhar com pequenas vazões a
grandes alturas, com predominância de força centrífuga; são as mais utilizadas atualmente.
b) Bombas axiais: trabalha com grandes vazões a pequenas alturas.
c) Bombas diagonais ou de fluxo misto: caracterizam-se pelo recalque de médias vazões a
médias alturas, sendo um tipo combinado das duas anteriores.
3) Distribuidor
O distribuidor é composto de uma série de 18 a 24 palhetas
móveis, acionadas por um mecanismo hidráulico montado na
tampa da turbina (sem contato com a água). Todas as palhetas
têm o seu movimento conjugado, isto é, todas se movem ao
mesmo tempo e de maneira igual. O acionamento é feito por um
ou dois pistões hidráulicos que operam numa faixa de pressão de
20 bar nas mais antigas, até 140 bar nos modelos mais novos.
O distribuidor controla a potência da turbina pois, regula vazão da
água. É um sistema que pode ser operado manualmente ou em modo
automático, tornando o controle da turbina praticamente isento de
interferência do operador.
4) Rotor e eixo
O rotor da turbina é onde ocorre a conversão de energia hídrica em
potência de eixo.
5) Tubo de sucção
Duto de saída da água, geralmente com diâmetro final maior que o
inicial, desacelera o fluxo da água após esta ter passado pela
turbina.
Exercícios da Unidade 3:
1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou turbulento
sabendo-se que em uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa água com uma velocidade de
0,05m/s. (μ = 1,0030 x 10-3 N s/m2)
2) Um determinado líquido, com 960kg/m³, escoa por uma tubulação de diâmetro 3cm com
uma velocidade de 0,1m/s, sabendo-se que o número de Reynolds é 9544. Determine qual a
viscosidade dinâmica do líquido.
3) Benzeno escoa por uma tubulação em regime turbulento com um número de Reynolds de
5000. Determine o diâmetro do tubo em mm sabendo-se que a velocidade do escoamento é de
0,2m/s. (Dados: ρ = 0,871 g/cm3 e μ= 0,64 x 10-3 Ns/m2)
4) Acetona escoa por uma tubulação em regime laminar com um número de Reynolds de
1800. Determine a máxima velocidade do escoamento permissível em um tubo com 2cm de
diâmetro de forma que esse número de Reynolds não seja ultrapassado. (Dados: ρ = 0,791
g/cm3 e μ= 0,326 x 10-3 Pa.s)
5) Determine a velocidade crítica para (a) gasolina a 200C escoando em um tubo de 20mm e
(b) para água a 200 C escoando num tubo de 20 mm. Obs: Para gasolina a 20 0C a viscosidade
cinemática vale 6,48x10-7m2/s.
6) Calcular a velocidade máxima que um fluido pode escoar através de um duto de 30 cm de
diâmetro quando ainda se encontra em regime laminar. Sabe-se que a viscosidade do fluido é
2 x 10-3 Pa.s e a massa específica é de 800 kg/m3.
7) (UFSM-RS) A figura representa uma tubulação horizontal
em que escoa um fluido ideal.
A velocidade de escoamento do fluido no ponto 1 é ........ que
a verificada no ponto 2 e a pressão no ponto 1, em relação à
pressão no ponto 2, é ........
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.
a) maior, maior. b) maior, menor. c) menor, maior. d) menor, menor. e) maior, igual.
9) Os termos da equação
têm unidades de
a) N b) m.N/s c) m.N/kg d) m.N/m3 e) m.N/N
10) Em um encanamento horizontal escoa água com vazão de 360 litros por minuto. Num
ponto A do encanamento, onde a área da seção transversal é 20 cm 2, a pressão absoluta é de
14,50 N/cm2. O encanamento apresenta um estrangulamento e a área transversal é reduzida
para 10 cm2 (ponto B), conforme mostra a figura. Considere g=10 m/s2 e =103 kg/m3.
a) Qual é a velocidade de escoamento em A e em B?
b) Calcule a diferença de pressão entre os pontos A e B e a pressão absoluta do ponto B. Em
qual dos pontos, A ou B, a pressão é maior?
11) Um encanamento com 0,40 metros de diâmetro conduz líquido em movimento
permanente, com velocidade média de 1,5 m/s. Pergunta-se a vazão e a velocidade média
quando o diâmetro do encanamento sofre um alargamento para 0,50 metros.
12) A tubulação de um equipamento tem 10 cm de diâmetro, por onde escoa óleo em regime
permanente, com velocidade de 3,0 m/s. Sabendo-se que o equipamento requer uma
velocidade de 1,8 m/s e sem perda de vazão; qual deverá ser o diâmetro de saída?
13) Uma mangueira de diâmetro de 2 cm é usada para encher um balde de 20 litros. a) Se
leva 1 minuto para encher o balde, qual é a velocidade com que a água passa pela mangueira?
b) Um brincalhão aperta a saída da mangueira até ela ficar com um diâmetro de 5 mm, e
acerta o vizinho com água. Qual é a velocidade com que a água sai da mangueira?
14) Uma torneira enche de água um tanque, cuja capacidade é 6000 litros em 1 h e 40 min.
Determinar a vazão em volume, em massa e em peso em unidade do SI se ρ = 1000 kg/m 3 e
g = 10 m/s2.
15) No tubo da figura, determinar a vazão em volume, em massa, em
peso e a velocidade media na seção (2), sabendo que o fluido é água e
que A1 = 10 cm2, A2 = 5 cm2, v1 = 1m/s e g = 10 m/s2.
16) Os reservatórios da figura são cúbicos. São enchidos
pelos tubos respectivamente em 100 e 500 s. Determinar a
velocidade da água na seção (A), sabendo que o diâmetro
do conduto nessa seção é 1 m.
17) Um bocal convergente de 100mm x 50mm é colocado
num sistema para assegurar uma velocidade de 5m/s na extremidade menor do bocal.
Calcular a velocidade a montante do bocal e a vazão escoada.
18) Qual a velocidade da água que escoa em um duto de 25 mm se a vazão é de 2 litros/s?
19) Considere um fluxo de água num duto de 15 cm de diâmetro com velocidade de 8,5 cm/s.
Em determinado ponto, há um estreitamento de diâmetro, quando ele passa a medir 10 cm.
Qual a velocidade da água neste estreitamento em metros por minuto?
20) Dois tubos descarregam em um reservatório, água (ρ = 1 x 10³ kg/m³ ) e álcool ( ρ = 7,9
x 10² kg/m³), separadamente. A vazão da água é de 30L/s e a vazão do álcool é de 15L/s. A
mistura homogênea sai por um tubo cuja seção tem uma área de 25 cm² . Calcule a massa
específica e a velocidade da mistura.
21) Ar entra em um bocal de forma constante a 2,21 kg/m3 e 20 m/s e sai a 0,762 kg/m3 e
150 m/s. Se a área de entrada do bocal é de 60 cm2 determine (a) a vazão de massa através
do bocal e (b) a área de saída do bocal
22) Ar entra em um bocal de forma constante a 2,21 kg.m -3 e 30 m.s-1 e sai com uma
densidade de 0,762 kg.m-3 e 180 m.s-1. Se a área de entrada do bocal é de 80 cm2, determine:
(a) a vazão em massa através do bocal;
(b) a área de saída do bocal.
23) O ar escoa num tubo convergente. A área da maior seção do tubo é 20 m 2 e a da menor é
10 m2. A massa específica do ar na seção maior é 1,2 kg/m 3, enquanto na seção menor é 0,9
kg/m3. Sendo a velocidade na seção maior 10 m/s, determinar as vazões em massa, volume,
em peso e a velocidade média na seção menor.
24) Um gás (γ =5 N/m3) escoa em regime permanente com uma vazão de 5 kg/s pela seção A
de um conduto retangular de seção constante de 0,5 m por 1m. Em uma seção B, o peso
específico do gás é de 10N/m3. Qual será a velocidade média do escoamento nas seções A e B?
25) A água escoa dentro de um tubo, como mostra a
figura abaixo, com uma taxa de escoamento de 0,10
m3/s. O diâmetro no ponto 1 é 0,4 m. No ponto 2, que
está 3,0 m acima do ponto 1, o diâmetro é 0,20 m. Se
o ponto 2 está aberto para a atmosfera, determine a
diferença de pressão entre o ponto 1 e o ponto 2.
(Faça g = 9,81 m/s2)
26) A água se move com velocidade de 5m/s através de um cano com área de seção
transversal de 4 cm2. A água desce 10m gradualmente, enquanto a área do cano aumenta
para 8 cm2. (Considere g=10 m/s2)
(a) Qual é a velocidade do escoamento no nível mais baixo?
(b) Se a pressão no nível mais alto for 1,5x10 5 Pa, qual será a
pressão no nível mais baixo?
27) A figura representa um grande tanque de área A,
contendo água, e aberto para a atmosfera. Suponha que,
numa das paredes do tanque, exista um orifício de área a
localizado a uma profundidade h, em relação ao nível da
água. Considere que A seja muito maior que a.
a) Qual é a relação entre as velocidades v 1 (velocidade de descida do nível da água) e v 2
(velocidade de saída da água através do orifício)? b) Aplique a equação de Bernoulli aos
pontos 1 e 2, mostrados na figura, e deduza a expressão que nos permite calcular a velocidade
de saída da água através do orifício.
c) Qual é a vazão de saída da água pelo orifício?
28) Qual a velocidade da água através de um furo na lateral de um tanque, se o desnível
entre o furo e a superfície livre é de 2 m?
29) Um agricultor precisa irrigar uma plantação que está 50 m acima de um lago aonde ele
vai captar a água. Para essa irrigação, ele necessita de, no mínimo, uma vazão de 2,0 .
Considere que tanto na entrada como na saída da tubulação a velocidade e a pressão da água
sejam as mesmas, g =10 m/s2 e ρ = 103 kg/m3.
a) Qual é a variação na energia total por unidade de volume sofrida pelo fluido nesse
processo? b) Qual deve ser a potência útil mínima da bomba a ser
utilizada?
30) (UFPE) Um funil tem uma área de saída quatro vezes menor que a área
de entrada, como indica a figura. Um fluido em seu interior escoa de modo
que seu nível abaixa com velocidade constante. Se esse nível diminui de
uma altura h = 9,0 cm, num intervalo de tempo de 3,0 s, determine, em
cm/s, a velocidade com que o fluido abandona o funil na saída.
31) (Uneb-BA) Para abastecer uma residência, uma bomba retira água de
um poço e enche o tanque de 1.000 , em 10 minutos, conforme a
figura.
A água é lançada no tanque com velocidade de 10 m/s e não há perdas
por atrito no sistema. Sendo o módulo da aceleração da gravidade
local igual a 10m/s2 e a massa específica da água 1 kg/ (ou 1000
kg/m3), a potência da bomba, em watts, é igual a:
a) 100
b) 200
c) 300
d) 400
e) 500
32) Um Tubo de Pitot simplificado é utilizado para
determinar a velocidade do líquido no ponto 1, como
mostra a figura. A extremidade inferior é dirigida para
montante e o ramo vertical é aberto à atmosfera. O
impacto do líquido na abertura 2 força o mesmo a subir
no ramo vertical a uma altura Δz acima da superfície
livre. Determinar a velocidade no ponto 1.
33) Um tubo de vidro dobrado a 90º é aberto em ambas as extremidades. O mesmo é
inserido num escoamento de óleo, d=0,90, de forma que uma das aberturas seja dirigida para
montante e a outra para cima. O óleo dentro deste tubo está 50 mm acima da superfície do
escoamento. A velocidade medida pelo tubo é, em m/s:
a) 0,89 b) 0,99 c) 1,1 d) 1,40 e) 1,50
34) Uma sonda estática de Pitot é usada para medir a velocidade de um avião que voa a 3000
m (ρ ar = 0,909 kg.m-3) Se a leitura da pressão diferencial for de 3 kPa, determine a
velocidade do avião. R.81,24 m.s-1
35) Pretende-se medir a vazão de um líquido que escoa por uma canalização. Para isso utiliza-
se um tubo de Venturi inserido na canalização
conforme mostra a figura.
Investigações microscópicas estabeleceram que qualquer corpo, seja ele sólido, líquido
ou gasoso, é composto de partículas (átomos, moléculas ou íons) em constante agitação. A
agitação dessas partículas é mais intensa nos gases do que nos líquidos; e nos líquidos é mais
intensa do que nos sólidos.
Para um mesmo estado físico, a agitação das partículas está intimamente relacionada
com a temperatura. Assim, a temperatura é uma medida da energia cinética média das
partículas que compõem o corpo. Uma temperatura mais alta indica maior agitação das
partículas e, portanto, maior energia cinética média. Portanto, será mais quente o corpo que
apresentar um valor médio maior para esse grau de agitação.
Quando dois corpos, ou sistemas, com temperaturas diferentes são colocados em
presença, essa energia cinética média, que recebe o nome de energia térmica, transfere-se
espontaneamente do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Essa energia
térmica em trânsito, provocada exclusivamente devido à diferença de temperatura entre eles,
é denominada calor.
O calor, simbolizado por Q, é positivo quando a energia térmica é recebida pelo corpo,
dizemos que o calor é absorvido. Nesse caso a temperatura do corpo aumenta. O calor é
negativo quando a energia térmica é cedida pelo corpo, dizemos que o calor é liberado ou
perdido. Agora, a temperatura do corpo diminui.
É importante perceber que o atingir o equilíbrio térmico (dois sistemas com a mesma
temperatura), cessará a transferência de energia, não haverá calor.
Condutividades Térmicas
Material k (kcal s-1 m-1 0C-1) DD Material K (cal/s.cm.ºC)
-2
Cobre 9,2 x 10 Prata 0,99
Água 1,3 x 10-4 Alumínio 0,49
Vidro 2 x 10-4 Ferro 0,16
Gelo 4 x 10-4 Aço 0,11
Madeira 2 x 10-5 Amianto 0,0002
Flanela 2 x 10-5 Lã 0,000086
-6
Ar 5,7 x 10 Ar seco 0,000061
Lei de Ohm:
Req= R1 + R2 + R3
ΔT = T1 - T4
e a resistência térmica R=
Convecção:
O calor transferido por convecção, na unidade de tempo, entre uma superfície e um fluido, é
φ = h.A.ΔT
onde φ é o fluxo de calor transferido por convecção (unidade w)
A é a área de transferência de calor (unidade m2)
ΔT é a diferença de temperatura entre a superfície e o fluido em um local bastante afastado da
superfície.
h é o coeficiente de transferência de calor por convecção ou
coeficiente da película (unidade: w/m2K), é função
complexa do escoamento.
4.2.3. Radiação
A radiação térmica é o processo de transferência de energia por ondas
eletromagnéticas, denominadas ondas de calor ou calor radiante. Assim, enquanto a condução
e a convecção somente ocorrem em meios materiais, a radiação acontece tanto em
determinados meios materiais como no vácuo (ausência de matéria). No caso do vácuo, o
transporte de energia tem eficiência máxima.
Qualquer superfície com temperatura acima de zero Kelvin emite radiação térmica.
Define-se como corpo negro uma superfície que absorve totalmente a radiação que incide
sobre ela.
O principal emissor de calor para a Terra é o Sol. Com uma temperatura de superfície
da ordem de 6.000 K, ele emite, além de outras formas de ondas eletromagnéticas, calor
luminoso (calor acompanhado de luz) que chega à Terra exclusivamente por radiação, pois
atravessa uma grande região de vácuo.
A radiação térmica se propaga a velocidade da luz, que no vácuo vale 300 000 km/s.
v = λ.f e onde v é a velocidade da onda, λ é o comprimento da onda (distância
entre dois picos), f é a frequência (número de ciclos por unidade de tempo) e T é o período
(tempo de propagação de um ciclo).
As lâmpadas incandescentes também emitem calor luminoso (ondas eletromagnéticas).
Se colocarmos a mão sob uma lâmpada acesa, sem tocá-la, teremos a sensação de calor.
Como o ar é mau condutor térmico, praticamente não ocorre condução. Também não há
convecção, porque o ar quente sobe. Sendo assim, o calor que recebemos só pode nos ter
atingido admitindo-se que ondas se propagaram da lâmpada até nossa mão, ou seja, através
da radiação.
Quando uma fonte térmica emite calor, fazemos a distinção entre calor luminoso e calor
obscuro. O calor luminoso é o que vem acompanhado de luz (Sol,
lâmpadas incandescentes), enquanto o calor obscuro não é
acompanhado de luz (fornos, ferros de passar).Quando o calor
radiante incide na superfície de um corpo, ele é parcialmente
absorvido, parcialmente refletido e parcialmente transmitido. Na
figura, sendo Qi a quantidade de calor incidente, Qa é a parcela
absorvida, Qr é a parcela refletida e Qt é a parcela transmitida, de
modo que:
Qi = Qa + Qr + Qt
Para avaliar a proporção do calor incidente, definimos as seguintes grandezas
adimensionais:
Absorvidade Refletividade Transmissividade
Por definição, corpo negro é um corpo atérmico (opaco ao calor, t = 0) ideal que absorve
toda a energia radiante nele incidente. Decorre daí que sua absorvidade é 100% e sua
refletividade é nula (a = 1 e r = 0). Corpo cinzento é o corpo cuja energia emitida ou
absorvida é uma fração da energia emitida ou absorvida por um corpo negro. As
características de radiação dos corpos cinzentos se aproximam das características dos corpos
reais. O espelho ideal é um corpo atérmico (t = 0) que reflete totalmente a energia radiante
que nele incide, tendo absorvidade nula e refletividade 100% (a = 0 e r = 1).
Emissividade (ε) é a relação entre o poder de emissão de um corpo cinzento e o do corpo
negro.
Expressão para o fluxo de calor transferido por radiação entre duas superfícies a
diferentes temperaturas:
yotta Y 1024
zetta Z 1021
exa E 1018
peta P 1015
tera T 1012
giga G 109
mega M 106
quilo k 103
hecto h 10²
deca da 10
Submúltiplos
deci d 10-1
centi c 10-2
mili m 10-3
micro µ 10-6
nano n 10-9
pico p 10-12
femto f 10-15
atto a 10-18
zepto z 10-21
yocto y 10-24
Exercícios da Unidade 4:
1) Uma barra de alumínio tem 2,0 m de comprimento e
10 cm2 de área de seção transversal. Uma de suas
extremidades está em contato com gelo fundente a 0ºC.
A barra é isolada para evitar perdas radiais de calor,
como se vê na figura. Determine:
a) o fluxo de calor através da barra;
b) a temperatura num ponto a 40 cm da extremidade
quente. (KAL = 5x10-2 kcal/smoC)
2) Por que as panelas de aço inoxidável usadas para cozinhar possuem uma camada de cobre
ou alumínio na parte inferior? (Dados: kaço = 14W/m.K; kal = 253 W/m.k; kcu = 401 W/m.k)
3) Uma parede de tijolos (k = 0,0015 cal/s.cm.ºC), de 25 cm de espessura, tem a sua face
interna a 20ºC e a externa a 40ºC. Determine a quantidade de calor que atravessa a parede
durante 5,0 min. Considere a área da parede igual a 1,0 m2.
4) Uma estufa elétrica consiste numa caixa de material isolante, com área total de 2,0 m 2 e
espessura de 4,0 cm. Uma lâmpada acesa de 120W, colocada dentro da caixa, mantém a
temperatura interna a 60ºC acima da externa. Considere 1,0 cal/s = 4,0W e determine a
condutividade térmica do material de que é feita a estufa.
5) Com relação a uma geladeira, explique por quê:
a) o congelador fica na parte de cima;
b) as prateleiras são em forma de grade;
c) periodicamente, o gelo que se forma no congelador deve ser retirado.
6) Uma parede de madeira de 5 cm de espessura separa uma sauna do ambiente. A
temperatura da sauna é mantida a 70ºC. A temperatura externa é de 20ºC. Qual o fluxo de
calor que atravessa cada m2 de parede? (Dado: k = 0,0002 cal/s.cm.ºC)
7) Determine a resistência térmica de uma parede com 120 m 2 de área, feita de tijolo com 22
cm de espessura e condutividade térmica igual a 0,35 kcal.h-1.m-1.ºC-1.
8) Uma parede com 20 cm de espessura tem a parte interna a 350ºC e na parte externa o ar
está a 50ºC. A condutividade térmica do material da parede é igual a 0,5 w.m -1.K-1. O
coeficiente de película para a situação considerada igual a 5 W.m -2.K-1. Para cada metro
quadrado da parede, determine: a) o fluxo de calor por convecção; b) o fluxo de calor total.
9) Um calorímetro é feito de cobre e revestido externamente por placas de cortiça. Numa dada
experiência, o equilíbrio térmico no interior do calorímetro ocorre a -10ºC, enquanto a
temperatura do ambiente externo é 40ºC. A área das paredes revestidas é de 0,26 m 2. As
paredes de cobre têm espessura de 1 mm e as placas de cortiça, 5 mm. Sendo 92 cal/(s.m.ºC)
e 0,013 cal/(s.m.ºC os coeficientes de condutividade térmica do cobre e da cortiça,
respectivamente, determine: a) a temperatura na superfície de contato entre o cobre e a
cortiça; b) o fluxo de calor que atravessa o revestimento da cortiça.
10) Um equipamento condicionador de ar deve manter uma sala, de 15 m de comprimento, 6
m de largura e 3 m de altura a 22ºC. As paredes da sala, de 25 cm de espessura, são feitas de
tijolos com condutividade térmica de 0,14 Kcal/h.m.ºC e a área das janelas podem ser
consideradas desprezíveis. A face externa das paredes pode estar até a 40ºC em um dia de
verão. Desprezando a troca de calor pelo piso e pelo teto, que estão bem isolados, pede-se o
calor a ser extraído da sala pelo condicionador (em HP). OBS : 1 HP = 641,2 Kcal/h
11) Uma parede de um forno é constituída de duas camadas: 0,20 m de tijolo refratário (k =
1,2 kcal/h.m.ºC) e 0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.ºC). A temperatura da
superfície interna do refratário é 1675 ºC e a temperatura da superfície externa do isolante é
145 ºC. Desprezando a resistência térmica das juntas de argamassa, calcule:
a) o calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede;
b) a temperatura da interface refratário/isolante.
12) Uma sala apresenta as seguintes dimensões (comprimento, largura e altura,
respectivamente): 10 m x 5m x 3m. A espessura dos tijolos que compõem a sala é de 14 cm e
o material destes tijolos apresenta uma condutividade térmica igual a 0,54 kcal.h -1.m-1.ºC-1. A
área das janelas é desprezível. A temperatura interna da sala deve ser mantida a 17ºC,
enquanto que a temperatura externa pode chegar a 41ºC em um dia de verão. Considere que
a tarifa de consumo de energia elétrica é de R$0,32 por kW.h -1. Determine o gasto com
energia elétrica para refrigerar a sala durante um mês. Considere um dia de 8 horas, um mês
de 22 dias e que a eficiência de conversão é igual a 40%.
13) Em uma determinada instalação a área de troca de calor é de 50 m2, composta por tijolo
com condutividade térmica igual a 0,42 kcal.h-1.ºC-1 e espessura igual a 25 cm. A temperatura
externa e de 45ºC e a interna deve ser mantida em 22ºC. A fim de manter o custo do
consumo de energia para o ar condicionado dentro do orçamento, decidiu-se que o fluxo
máximo de calor deverá ser de 40 kcal.h-1.m-1. A fim de atender-se este requisito observou-se
que seria necessária a utilização de um material isolante térmico. O material disponível pelo
fornecedor local apresenta condutividade térmica igual a 0,002 kcal.h -1.m-1.ºC-1. Determine a
espessura do material isolante a fim de atender-se às especificações do projeto.
14) Uma parede de um forno é constituída de duas camadas: 0,20 m de tijolo refratário (k
=1,2 kcal/h.m.ºC) e 0,13 m de tijolo isolante (0,15 kcal/h.m.ºC). A temperatura dos gases
dentro do forno é 1700ºC e o coeficiente de película na parede interna é 58 kcal/h.m 2.ºC. A
temperatura ambiente é 27 ºC e o coeficiente de película na parede externa é 12,5 kcal/h m 2
C. Calcular: a) o fluxo de calor por m2 de parede; c) a temperatura nas superfícies interna e
externa da parede.
15) Um reservatório esférico com raio interno igual a 2,1 m e raio externo igual a 2,2 m
contém um fluido a 140ºC. A condutividade térmica do material do reservatório é igual a 43,2
kcal.h-1.ºC. A temperatura na face externa do reservatório é igual a 80ºC. Determine o fluxo de
calor em kcal/h, em W, em HP e em Btu/h. (1 HP =641,2 kcal/h; 1 HP =746 W; 1 cal = 4,18
J; 1 kcal = 3,968 Btu; 1 w = 0,86 kcal/h)
16) Um reservatório esférico com raio interno igual a 1,5 m, espessura de 0,5 cm e
condutividade térmica igual a 40 kcal.h -1.m-1.ºC-1 contém um fluido na temperatura de 220ºC.
Um isolante térmico com espessura de 3,81cm e condutividade térmica igual a 0,04 kcal.h -1.m-
1
.ºC-1 envolve o reservatório. A temperatura na face externa do isolante é de 45ºC. Determine
o fluxo de calor.
17) Um duto cilíndrico apresenta raio interno de 22 cm e externo de 25 cm. A condutividade
térmica deste material é 0,14 kcal.h -1.ºC-1. No interior do duto a temperatura é de 2140ºC e no
exterior 50ºC. Determine o fluxo de calor por unidade de comprimento em kcal/h.
18) A parede de um edifício tem 30,5 cm de espessura e foi construída com um material de k
= 1,31 W/m.K. Em dia de inverno as seguintes temperaturas foram medidas: temperatura do
ar interior = 21,1oC; temperatura do ar exterior = -9,4 oC; temperatura da face interna da
parede = 13,3oC; temperatura da face externa da parede = -6,9 oC. Calcular os coeficientes de
película interno e externo a parede.
19) Um esquema de uma parede composta de um forno industrial, constituída por uma
camada de cerâmica com espessura 0,15 m e condutividade térmica 1,2 W/m oC e uma camada
de aço com espessura 0,003 m e condutividade térmica 40W/moC. Considerando que o ar no
interior do forno é mantido a 500oC, constante, com coeficiente de transferência de calor por
convecção 80 W/m2.oC, enquanto o ar externo está a 30 oC com coeficiente de pelicular
10W/m2.oC, determine o fluxo de calor que flui por metro quadrado da parede.
20) Uma parede de um forno é constituída de duas camadas: 0,40 m de tijolo refratário (k =
1,2 kcal/h.m.oC) e 0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m. oC). juntas de argamassa,
calcule A resistência total por m2.
21) As superfícies internas de um grande edifício são mantidas a 20°C, enquanto que a
temperatura na superfície externa é de 20°C. As paredes medem 25cm de espessura, e foram
construídas com tijolos de condutividade térmica de 0,6Kcal/h m °C.
a) Calcular a perda de calor para cada metro quadrado de superfície por hora. b) Sabendo-se
que a área total do edifício é de 1000m² e que o poder calorífico do carvão é de 5500 Kcal/Kg,
determinar a quantidade de carvão a ser utilizada em um sistema de aquecimento durante um
período de 10h. Supor o rendimento do sistema de aquecimento igual a 50%.
22) Um edifício foi construído com tijolos cuja espessura é de 30 cm e condutividade térmica
igual a 0,23 W/m.K. A área externa total do edifício é de 880 m2. A temperatura das paredes
internas foi inicialmente mantida a 25ºC, enquanto que a temperatura externa chegou a 42ºC.
Reclamações dos usuários levaram à administração do prédio a reduzir a temperatura
interna para 21ºC. Determine o aumento no consumo mensal para a nova temperatura
interna, se o equipamento ficar ligado 8h por dia. Considere uma tarifa de R$0,80 por kWh.
23) Uma parede de um forno é constituída de duas camadas: 22 cm de tijolo refratário (k =
1,2 kcal/h.m.ºC) e 11 cm de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.ºC). A temperatura da
superfície interna do refratário é 1775ºC e a temperatura da superfície externa do isolante é
145ºC. Desprezando a resistência térmica das juntas de argamassa, calcule a temperatura da
interface refratário/isolante.
24) Durante certo tempo, 20000 cal incidem em um corpo atérmico. Verifica-se que são
absorvidas nesse mesmo tempo, 5000 cal. Determine a absorvidade e a refletividade do corpo.
25) Um veículo espacial está no espaço, no escuro absoluto, onde a temperatura é de zero
Kelvin. Considerando que a taxa de calor perdida por radiação no veículo não pode exceder
250 W, e que a área do veículo é de 30 m 2, qual deverá ser a temperatura na superfície do
veículo? Considere δ = 5,669 x 108 W/m2.K4 e a emissividade da superfície como 0,25.
26) Um duto de ar quente, com diâmetro externo de 22 cm e temperatura superficial de 93 oC,
está localizado num grande compartimento cujas paredes estão a 21oC.Determinar a
quantidade de calor transferida por unidade de tempo por metro de tubo, se: a) o duto é de
estanho (ε = 0,1); b) o duto é pintado com laca branca (ε = 0,9).
Respostas da unidade 4