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DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA

Para realizar o dimensionamento da estrutura do projecto será seguida uma série de etapas/fases
para melhor organização e percepção. Primeiro será calculado o peso da água dentro do tanque e
o respectivo peso do tanque sem água. Segundo passo, será realizado a verificação de segurança
da viga de perfil tipo I que suporta a carga da placa e dos tanques plastex. Terceiro passo, a
verificação de segurança dos pilares metálicos também do tipo I (Sendo eles, elementos
comprimidos). Quarto passo, dimensionamento das barras de contraventamentos (treliças)
fixadas por meio de parafusos. Quinto passo, verificação de segurança e selecção de parafusos
adequados e por fim, selecção de escadas adequadas para facilidade de manutenção da estrutura.

i) Determinação do Peso da Água dentro do Tanque e Peso Próprio do Tanque

Características da água e do polietileno


Massa específica da água kg
1000
m3
Massa específica do polietileno do tanque ( ρ ) kg
940 3
m
Volume do tanque e da água 1500 l

 Peso do tanque:

Para achar o peso do tanque, primeiro deve-se conhecer o volume do tanque (conhecido) tendo
em conta as suas características (propriedades). O peso do tanque pode ser calculado de acordo
com a equação abaixo:

P=m∗g ↔m= ρ∗V ↔ PT =ρ∗V tanque∗g

PT =ρ poliestireno∗V tanque∗g

kg 3 m
PT =940 3
∗1,5 m ∗10 2
m s

PT =14100 N =14,10 kN

NB: Este valor representa somente o peso do tanque sem água no seu interior (peso próprio).
 Peso da Água:

O peso da água dentro do tanque (tanque cheio de água). Isso quer dizer que o volume de água
corresponderá ao volume do tanque (Quando o tanque estiver cheio).

P=m∗g ↔m= ρ∗V ↔ P agua=ρ∗V agua∗g

Pagua =ρagua∗V agua∗g

kg 3 m
Pagua =1000 3
∗1,5 m ∗10 2
m s

Pagua =15000 N=15,0 kN

Logo, o peso do conjunto água e tanque pode ser calculado usando a equação a seguir:

PTotal =Pagua + P T =15,0 kN + 14,10 kN=29,10 kN =29100 N

Como temos dois tanque, então teremos o seguinte:

PTotal =2∗( 29,10 kN )=58,20 kN

ii) Determinação do Peso da Placa de Aço Sobre a Viga (Placa onde senta o tanque)

Placa determinarmos o peso da placa sobre a viga, temos que ter em conta as suas dimensões
extraídas na figura em anexo (Comprimento: 4600 mm e Largura: 2000 mm. A espessura será
retirada na tabela abaixo:
Figure 1: Selecção da espessura da placa de aço.

Para retirar a espessura da placa será necessário o cálculo do peso teórico da chapa, de acordo
com o peso dos tanques:

58200 N
m
10 2
s kg
Peso teorico= =632,6 2
4,6 m∗2 m m

kg
A partir desse valor podemos concluir que o peso teórico encontra-se entre 588,10 e 697,80 2
.
m
Logo, selecciona-se o maior valor do intervalo, neste caso, trata-se de placa de peso teórico de
kg
697,80 2 com espessura nominal (comercial) de 88,90 mm. Logo o volume da placa onde senta
m
os tanques pode ser calculado:

V placa =C∗L∗e=4,6 mm∗2 mm∗0,0889mm=0,82 m3

kg
A massa específica do aço: ρaco =7800 3
m

P placa =: ρaco∗V placa∗g=7800∗0,82∗10=63960 N=63,96 kN


iii) Peso (Carregamento) Que a Viga Suporta

O carregamento equivalente que a viga suportara no decorrer do tempo poder ser calculado:

P placa 63,96 kN
Carregamento=w= = =13,9 kN /m
Comprimento da viga 4,6 m

iv) Verificação de Segurança da Viga (Elemento flexionado)

A viga da estrutura é representada na figura abaixo, junto com todos os carregamentos previstos
que agirão na viga.
P1=29,10 kN
P1=29,10 kN

w=13,9 kN /m

1150 2300 1150


4600

Passo 1: Calculo das reacções nos apoios

As reacções nos apoios são determinadas de acordo com as equações de equilíbrio, que são:
R1=61,08 kN e R2=61,08 kN . Essas reacções representam as forcas que agirão nas colunas.
Geralmente, elas servirão para a verificação de segurança dos elementos comprimidos.

Passo 2: Extracção dos momento flector e esforço transverso

Para extrair os momento flector e esforço transverso será necessário realizar as secções (cortes)
ao longo da viga. A partir desses encontrada em cada corte, selecciona-se os valores máximos do
flector e cortante. Neste caso, teremos três secções, mas para tal sera necessário somente dois
secções, pois a estrutura é simétrica.
Corte I: 0<x<1,15 m

Momento flector:

x∗x
M 1+ 13,9 =0 ↔ M 1=−6,95 x 2
2

M 1 ( 0 )=0 e M 1 ( 1,15m )=−9,19 kN∗m

Cortante:

V 1 +13,9∗x =0 ↔V 1=−13,9 x

V 1 ( 0 )=0 e V 2 ( 1,15 m )=−15,985 kN

Corte II: 1,15m<x<3,45m

Momento flector:

2
M 2−61,08∗( x−1,15 ) +29,1∗ ( x−1,15 )+ 6,95∗x =0

M 2=−6,95∗x 2+31,98∗x−36,777

M 2 ( 1,15 m )=−9,19 kN∗m

M 2 (3,45 m)=−9,17 kN∗m

Cortante:

V 2 +13,9 x+29,10−61,08=0 ↔V 2=−13,9 x +31,98

V 2 ( 1,15m )=15,995 kN

V 2 ( 3,45m )=−15,975 kN

Logo, o momento flector e esforço transverso máximos valem respectivamente:

M sd 1=9,19 kN∗m=9190000 N∗mm

V sd 1 =15,995 kN=15995 N
Passo III: Cálculo do momento estático W

Para calcular o momento estático, usa-se a equação de flexão abaixo:

M sd M sd
f yd = ↔W =
W f yd

Para conhecer o W será necessário conhecer/seleccionar um aço estrutural. Para este projecto,
seleccionou-se o aço estrutural Fe360 (com f yd =235 MPa e τ yd =135 MPa ), segundo REAE.
Logo:

M sd 9190000 N∗mm
W= = =39106,38 mm3=39,11 cm3
f yd N
235 2
mm

A partir desse valor entrou-se na tabela de estruturas de secção I, IPE (NP-2116 e DIN-1025) e
encontrou-se o valor maior a do calculado. Os valores encontrados estão na tabela abaixo:

3
W x−x (cm ) kg I (cm4) b (mm) S (cm3)
massa( )
m
53,0 10,4 318 64 30,1

kg m N
q=Peso proprio=10,4 ∗10 2 =104 =0,104 kN /m
m s m

Estrutura somente com peso próprio:


q=0,104 KN/m

1150 2300 1150


4600

As novas reacções devido ao peso próprio são calculadas como antes:


0,104 kN
∑ M =0 ↔−R B∗2,30 m+ m
∗4,6 m∗1,15 m=0↔ RB =0,24 kN

Logo: R A =R B=0,24 kN

Como o momento máximo ocorreu no primeiro corte, então aqui realizaremos somente um e
único corte na secção onde ocorreu momento, neste caso, será na secção I.

x∗x 2
M 1+ 0,104 =0↔ M 1=−0,052 x
2

M 1 ( 0 )=0 e M 1 ( 1,15m )=−0,069 kN∗m

V 1 +0,104∗x=0 ↔ V 1=−0,104 x

V 1 ( 0 )=0 e V 2 ( 1,15 m )=−0,1196 kN

Os valores máximos são respectivamente:

M sd =9,19+0,069=9,259 kN∗m=9259000 N∗mm

V sd =15995+119,6=16114,6 N

Passo v: Recalculo das tensões actuantes

Para tensão normal de flexão:

M sd
f yd =
W x− x

9259000 N∗mm
f yd = =174,698 MPa<235 MPa(Condição atingida)
53000 mm3

Para tensões de cisalhamento:

V sd∗S
τ yd =
b∗I

16114,6 N∗30100 mm3


τ yd = =2,38 MPa<135 MPa (C . Atingida)
64 mm∗3180000 mm4
Conclusão: A viga ou o elemento flexionado esta preparado para suportar os carregamentos pelo
qual esta sujeito, segundo REAE. O perfil escolhido é IPE120.

v) Verificação de Segurança dos elementos de compressão (Pilares metálicos)

A verificação de segurança dos pilares aqui será feita de acordo com o regulamento REAE.
Primeiro, sabe-se que cada pilar suporta um carregamento de 61,08 KN. Visualizando bem,
conclui-se que os pilares são apoiados no topo e engastados na base por meio de concreto
(betão), o comprimento equivalente pode ser dado pela relação: Le =2∗L.

N sd
f yd = '
A

P∗FS 61080 N∗1,2


A' = = =311,898mm 2=3,12 cm2
fsd 235 N /mm
2

FS – Factor de segurança (FS=1,2)

 Primeira iteração:

Entrando na mesma tabela com a área calculada para extrair a área igual ou maior que a
calculada, temos que:

AT (cm )
2
i x (cm) 4
I x (cm )
7,64 3,24 80,1

Coeficiente de esbelteza ( λ ¿ :

Le 2∗L 2∗665 cm
λ= = = =410,49>105 (para Fe 360)
i x 3,24 cm 3,24 cm

Coeficiente de encurvadura (φ ¿ :

Então, o coeficiente de encurvadura pode ser determinado de acordo com a equação a seguir:

4802 4802
φ= 2
= 2
=0,0285
λ 410,49
Cálculo da área de encurvadura ( Ae ¿:

' 2
A 3,12 cm 2 2
Ae = = =109,47 cm > 7,64 cm ( NAO)
φ 0,0285

 Segunda iteração:
 Escolha de uma área maior que 7,64 cm2, ( A=10,3 cm2 ¿ :

i x =4,07 cm

Coeficiente de esbelteza ( λ ¿ :

Le 2∗L 2∗665 cm
λ= = = =326,78>105( para Fe 360)
i x 4,07 cm 4,07 cm

Coeficiente de encurvadura (φ ¿ :

Então, o coeficiente de encurvadura pode ser determinado de acordo com a equação a seguir:

4802 4802
φ= 2
= 2
=0,045
λ 326,78

Cálculo da área de encurvadura ( Ae ¿:

A' 3,12 cm2 2 2


Ae = = =69,33 cm > 10,3 cm (NAO)
φ 0,045

 Terceira Iteração:

Escolha da nova área, ( A=23,9 cm2 ¿ : i x =7,42 cm

Coeficiente de esbelteza ( λ ¿ :

Le 2∗L 2∗665 cm
λ= = = =179,25>105( para Fe 360)
i x 7,42 cm 7,42 cm

Coeficiente de encurvadura (φ ¿ :
Então, o coeficiente de encurvadura pode ser determinado de acordo com a equação a seguir:

4802 4802
φ= 2
= 2
=0,15
λ (179,25)

Cálculo da área de encurvadura ( Ae ¿:

A' 3,12 cm2 2 2


Ae = = =20,8 cm < 23,9 cm (C . Atingida)
φ 0,15

Conclusão: Os pilares ou os elementos de compressão estão preparados para suportar o


carregamento das vigas pelo qual estão sujeitos, segundo REAE. O perfil escolhido é IPE180.

vi) Análise de contraventamento da torre

A análise de contraventamento da estrutura em causa depende dos esforços exercidos sobre os


pilares provenientes das vigas da torre. Essa análise consistira na determinação dos esforços em
cada barra da treliça.

1
2
De acordo com as dimensões da figura (torre) pode-se determinar o ângulo formado na
horizontal, como:

4100
2
tan ϕ= =2,05 ↔ ∅=64 °
2000
2

α =90−64=26 °

β=180−2∗( 64 )−26=180−128−26=26 °

13,9 kN
∗2 m−F1∗cos 26 °−F 2∗cos (26 ° ) =0
∑ F y=0↔−61,08−61,08− m
−149,96−0,899∗F 1−0,899∗F 2=0

−0,899∗(F ¿ ¿ 1+ F2 )=149,96 ¿

F 1+ F 2=−166,80 kN

∑ F x =0 ↔ F 1∗sin ( 26 ) −F 2∗sin (26 )=0


0,44∗F 1−0,44∗F 2=0 ↔ F 1=F 2

2∗F 2=−166,80 kN ↔ F2 =−83,40 kN

F 1=F2=83,40 kN (Compressão)

Isso quer dizer que todas as quatro (04) barras formadoras de contraventamento apresentam o
mesmo esforço de compressão e igual a 87,696 kN. Essa análise nos ajudara bastante na
verificação de segurança dos parafusos entre as vigas e os pilares.

vii) Verificação de segurança dos parafusos

Para realizar a verificação de segurança dos parafusos é preciso conhecer o tipo de esforço que
esta a actuar em cada união (entre a viga e o pilar e ao longo das barras de contraventamento).
Será usada o regulamento REAE para a verificação de segurança. Essa parte consiste na selecção
de parafusos adequados para garantia da segurança e a qualidade da estrutura.

 Diâmetro do núcleo do parafuso


O diâmetro do núcleo do parafuso calcula-se mediante ao esforço de esmagamento que os
parafusos exercerão sobre as barras, provocando esmagamentos dos mesmos sobre as barras.
Logo, a tensão de esmagamento pode ser calculada usando a equação a seguir:

Esforco nas barras 4∗F


σ esm= =
N p∗Anucleo N p∗π∗d 2nucleo

N p−Numero de parafusos (N p=4 parafusos) , visto que as barras se articulam em quatro


parafusos.

σ esm ≤ τ Rd

Segundo REAE, a tensão de esmagamento dada pela condição:

τ Rd =2,25∗f yd =2,25∗235=528,75 MPa

Então:

528,75 MPa=
4∗F
2
N p∗π∗d nucleo
↔ d nucleo =
√ 4∗F
N p∗π∗528,75

d nucleo =
√ 4∗83400 N
4∗π∗528,75
=7,09 mm

Pela tabela dos parafusos, extrai-se o diâmetro nominal dos parafusos:

d nucleo ,tab =9,5mm> 7,09 mm

Depois disso faz-se a verificação de segurança usando o diâmetro nominal/tabela:

4∗83400 N
σ esm= =294,15 MPa<528,75 MPa(C . Atingida)
4∗π∗9,52

 Cálculo do diâmetro do furo

O diâmetro do furo calcula-se mediante a tensão de cisalhamento:

Esforco de corte no parafuso 4∗F


τ= =
N p∗A furo N p∗π∗d 2furo
Segundo REAE, a tensão de cisalhamento é dada pela condição:

τ Rd=0,7∗f yd =0,7∗235=164,5 MPa

Então:

164,5 MPa=
4∗F
2
N p∗π∗d furo
↔ d furo=
√ 4∗F
N p∗π∗164,5

d furo =
√ 4∗83400 N
4∗π∗164,5
=12,7 mm

Pela tabela, temos: d furo , tabela=15 mm>12,7 mm

Depois disso faz-se a verificação de segurança usando o diâmetro nominal/tabela:

4∗83400 N
τ= =117,99 MPa<164,5 MPa(C . Atingida)
4∗π∗152

Como o valor do diâmetro do furo calculado esta acima ao diâmetro tabelado do liso da espiga,
então seleccionou-se um novo diâmetro do liso da espiga: d espiga ,tab =12,7 mm .

Fazendo uma nova verificação de segurança para o diâmetro da espiga, tem-se:

4∗83400 N
σ esm= 2
=164,59 MPa<528,75 MPa(C . Atingida)
4∗π∗12,7

Dimensões dos parafusos seleccionados


Diâmetro da espiga (d) Diâmetro do furo (d 1) Diâmetro do núcleo (d 2 ¿
12,7 mm 15,0 mm 9,99 mm

viii) Selecção das escadas para a torre

Para o presente trabalho, será seleccionado uma escada, geralmente usadas nos sistemas de
abastecimento de água nos reservatórios elevados, seja eles, de grande ou de pequeno porte. As
escadas a ser seleccionadas serão de aço inoxidável, visto a estrutura será instalada na zona
costeira onde a corrosão é mais acentuada. Outro detalhe, é que a torre vai usar duas escadas de
tubos de secção circular vazada, com uma distância de 40 cm entre os degraus (travessias) da
escada.

 Para a escada inferior

Essa escada apresenta uma altura de 3500 mm, logo a quantidade dos degraus pode ser
conhecida:

Altura da escada 3500 mm


n d= = =8,75 ≅ 9,0 degraus
distancia entre os degraus 400 mm

 Para a escada superior (De cima)

Essa escada apresenta uma altura de 4100 mm, logo a quantidade dos degraus pode ser
conhecida:

Altura da escada 4100mm


n d= = =10,25 ≅ 11,0 degraus
distancia entre os degraus 400mm

A partir disso pode-se concluir que a escada inferior (De baixo) terá 9 degraus, saindo da
fundação até a placa do meio, enquanto a de cima vai ter 11 degraus, saindo da placa do meio até
em cima.
ANEXOS

Anexo A: Tabela de secção I IPE (NP-2116 e DIN-1025)

Para a viga Para Pilar

Anexo B: Valores de cálculo das tensões actuantes (Em MPa)


Anexo C: Valores do coeficiente de encurvadura, φ

Anexo D: Selecção de parafusos estruturais

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