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EDUCAÇÃO ESCOLAR:
POLÍTICAS E ORGANIZAÇÃO
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EDUCAÇÃO ESCOLAR: POLÍTICAS E ORGANIZAÇÃO
César Augusto Eugênio
2022
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA
FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL –
ORDEM DOS FRADES MENORES
PRESIDENTE
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
DIRETOR GERAL
Jorge Apóstolos Siarcos
REITOR
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM
VICE-REITOR
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO
Adriel de Moura Cabral
PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Dilnei Giseli Lorenzi
COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
Renato Adriano Pezenti
GESTOR DO CENTRO DE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CSE
Franklin Portela Correia
REVISÃO TÉCNICA
Daniela Dias dos Anjos
PROJETO GRÁFICO
Impulsa Comunicação
DIAGRAMADORES
Daniel Landucci
CAPA
Daniel Landucci
O REVISOR TÉCNICO
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, discutiremos sobre os limites e aproximações entre política, Estado
e educação no Brasil. Para tanto, nosso percurso passará pelas divisões clássicas
da história do Brasil, a saber: Colônia, Império e República. No entanto, ao ajustar
nossa lente para focalizar a educação, daremos prioridade ao estudo de possíveis
acontecimentos que nos ajudam a entender como se deram as políticas educacionais
em nosso país, discutir interesses e problematizar encaminhamentos no objetivo de
oferecer elementos que ajudem no desenvolvimento de um olhar crítico sobre esse
processo, de modo a desnaturalizar a educação, sobretudo, a educação escolar. Afinal,
a história não se dá de forma linear e evolutiva, a humanidade caminha entre avanços e
retrocessos. Assim, veremos contribuições significativas de autores e políticos em cada
período de nossa história. Este processo será fundamental para o entendimento do
marco paradigmático da democracia brasileira: a Constituição Federal de 1988, ainda
vigente, sobretudo em seu artigo 205, que confirma a educação como direito de todos
e dever do Estado e da família.
CURIOSIDADES
Você sabia que a etimologia da palavra escola vem do termo grego skholê? Os gregos utili-
zavam desse termo para indicar o lugar de descanso, do ócio, não da preguiça; um espaço
de reflexão reservado aos homens livres, aqueles que não precisavam se dedicar aos tra-
balhos manuais, reservado às mulheres e escravos. Nesse sentido, podemos afirmar que a
escola nasce para os privilegiados da sociedade.
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Mesmo quando nos referimos a um passado que remete à infância de nossos pais ou
avós e identificamos algumas diferenças em relação à escola atual, em se tratando de
aspectos metodológicos e/ou organizacionais, mormente a percepção fundada no senso
comum não consegue ultrapassar a questão moral sempre presente nas expressões: 1
“no meu tempo os alunos respeitavam os professores”, “havia um(a) professor(a) que
É verdade que tal escola existiu e alimentou o imaginário popular como sendo expressão
de qualidade, no tocante à reprodução de valores aceitáveis e desejáveis por uma
sociedade específica, e como portadora do conhecimento científico válido e indiscutível.
O professor dessa escola era, definitivamente, o portador da verdade.
O que pouca gente sabe é que essa escola, tal e qual a conhecemos – ou acreditamos
conhecê-la –, no Brasil, é uma criação do ideário republicano. Muito daquilo que se
discute hoje já se discutia há um século, pelo menos. Vários métodos utilizados na
escola atual, como o teatro e a contação de histórias, já eram utilizados pelos padres
jesuítas durante o período colonial. Considerar o aluno como central no processo de
ensino e aprendizagem era discutido pelos intelectuais que defendiam o movimento
escolanovista nos anos de 1920 e 1930, aqui no Brasil.
IMPORTANTE
Ideário Republicano: de acordo com a etimologia da palavra, república vem do latim res-pu-
blica e se refere ao que é público, à coisa pública. Dá a ideia de bem comum, de participação
popular. A república, como forma de governo contrária à monarquia, não admite a ideia de
dinastia, linhagem, poder hereditário, mas sim um tipo de poder legitimado pela escolha au-
tônoma e consciente de cidadãos livres. Apesar do clássico grego de Platão, A República, e
sua detalhada descrição – filósofos governam, guerreiros protegem, produtores alimentam –,
foi Cícero, em Roma, que eternizou o conceito de espírito republicano. Ao se falar de ideário
republicano, referimo-nos a um conjunto de ideias que, contrariamente à monarquia, ressig-
nificam e atualizam, dentro de cada período histórico, os conceitos de igualdade e liberdade,
de modo a permitir a todo cidadão ter acesso à educação, à saúde, a legitimar ou participar
do poder legitimado pela vontade popular. Obviamente, não se trata de um movimento homo-
gêneo. Assim, no Brasil, havia republicanos contra e a favor da abolição, contra e a favor da
participação das mulheres na política etc. Se você gostou desse tema, leia o artigo:
LAFER, Celso. O Significado de República. In: Revista Estudos históricos, Rio de Janeiro,
v. 2, n. 4, 1989, p. 214-224. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/
article/view/2286. Acesso em: 9 out. 2020.
Para outras reflexões, assistir a entrevista com a autora Heloísa M. Starling, disponível no
link: https://www.youtube.com/watch?v=504k1n79ouQ. Acesso em: 9 out. 2020.
Como vimos, nossa jornada será um complexo de informações e reflexões, mas não
se preocupe: cada período será cuidadosamente caracterizado para que você não se
perca pelo caminho.
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Nossa viagem começa com a chegada dos portugueses em nossas terras, no
ano de 1500. Uma vez que as caravelas de Pedro Álvares Cabral aqui chegaram e,
costumeiramente, Frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa, houve o contato
com os autóctones, que passaram a ser chamados de índios, os habitantes da selva, da
mata, ou, simplesmente, selvagens. Sobre estes últimos, os donos das terras brasílicas,
falaremos novamente daqui a pouco.
Como não houve interesse imediato pelas terras tidas como descobertas pelos europeus
civilizados, algumas expedições foram posteriormente enviadas – as Entradas e
Bandeiras – à procura de riquezas a serem exploradas, e assim começa a história do
Brasil depois da chegada dos portugueses. O processo de colonização propriamente
dito começou somente em 1530, com a vinda da expedição de Martim Afonso de Sousa
e, de forma mais sistemática, com a instalação do primeiro Governador Geral, Tomé de
Sousa, no ano de 1549. Junto com esse representante da coroa em terras brasílicas
vieram os padres da Companhia de Jesus. Mas, afinal, por que esses padres vieram
para cá? Quais seus motivos? Serão eles os criadores do primeiro modelo de educação
instaurado no Brasil.
Estamos no final da Idade Média, um período que durou mil anos. A Igreja Católica Apostólica
Romana se tornou a instituição mais sólida e influente em toda Europa na condução dos
trabalhos da realeza, assistindo de perto às decisões de cunho político e a vida privada dos
palácios, coroando reis, presidindo matrimônios reais, abençoando guerras.
GLOSSÁRIO
Decurião: no contexto do Ensino Monitorial, também conhecido como Lancasteriano ou En-
sino Mútuo, era o título que se aplicava aos alunos que se destacavam dentre os demais e se
tornavam monitores, passando a se responsabilizarem pela transmissão do conhecimento,
determinado pelo professor, a um grupo de colegas.
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resias, o comportamento herético, ou seja, aquele que contrariava ou afrontava os dogmas
cristãos. Os fieis ou hereges eram julgados e, se perdoados, poderiam seguir suas vidas nor-
malmente, mas, se condenados, eram excomungados e, normalmente, condenados à morte,
o que se dava na fogueira; o fogo sempre foi o símbolo da purificação; acreditava-se que no
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momento em que estivesse a queimar haveria o arrependimento, a conversão. Não se sabe
Simonia: comércio de relíquias, ou seja, objetos tidos como sagrados como espinhos da coroa
de Cristo, pedaços da madeira da cruz, fragmentos da roupa de santos ou de seus ossos etc.
Lutero foi levado ao Tribunal após a publicação de suas 95 Teses, na porta da catedral
de Wittenberg. Além desta, outras de suas obras foram consideradas heréticas. Foi
julgado, excomungado, mas não condenado à morte por causa do grande apoio popular
e político entre os príncipes da Alemanha. Ainda assim, Lutero se manteve cristão, mas
fora da Igreja Católica. Seus admiradores e seguidores se espalharam por toda parte.
Surgiu a necessidade de se criar uma nova Igreja, e assim nasceu a Luterana. Estava
decretada a Reforma Protestante que carregou metade da Alemanha, a princípio, e se
espalhou por toda a Europa.
SAIBA MAIS
Você gostaria de aprender um pouco mais sobre a visão educacional de Lutero, que defendia
um modelo de escola pública, mantida pelas províncias, com três anos de duração, e o mo-
vimento reformista? Para isso, leia:
MANACORDA, Mário A. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 10. ed.
Tradução Gaetano Lo Monaco. São Paulo: Cortez, 2002.
Se tiver dúvidas sobre a Reforma Protestante, sugerimos que assista ao seguinte vídeo: Re-
forma Protestante: Lutero, do canal Brasil Escola. Disponível em: https:// www.youtube.com/
watch?v=IT-YjgJNkA4. Acesso em: 9 out. 2020.
Paralelo a esse processo, vários anos antes, a Igreja Católica avaliava suas ações
ao perceber insatisfações e discórdias não só de diversos membros do alto clero
mas também de setores ligados ao povo, padres etc. Chamamos esse movimento de
reorganização da Igreja de Contrarreforma, que, apesar de se referir imediatamente à
“contra a Reforma protestante”, conforme o próprio nome, trata-se de um movimento
SAIBA MAIS
A escola moderna é uma das instâncias da modernidade, assim como os hospitais, hospí-
cios, cadeias, enfim, instituições que nasceram na modernidade e compuseram a estrutura
estatal, burocratizando as relações sociais de modo a descentralizar das mãos do rei deci-
sões e procedimentos que afetam a sociedade. Para se aprofundar nesse tema, leia:
Logo, eram escolas, ao lado de outras instâncias da modernidade, que ofereciam uma
educação com base num programa estruturado na racionalidade antropocêntrica. No
caso dos jesuítas, o Ratio Studiorum, programa de ensino da Companhia de Jesus que
dava as diretrizes para a ocupação do tempo e o conhecimento a ser contemplado, além
da indicação das práticas de piedade para uma vida virtuosa. Os colégios ofereciam um
ensino secundário, preparatório aos que fossem cursar o ensino superior na Europa e,
também, o curso de Teologia, específico para formação dos futuros padres.
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As missões eram destinadas à realização do Figura 01. Padre jesuíta
projeto civilizador direcionado aos índios. Um José de Anchieta.
dos missionários mais conhecidos foi o Padre
Fonte: 123RF.
José de Anchieta, representado na imagem do 1
selo ao lado, que escreveu na praia de Iperoig,
Portanto, ser civilizado significava ser obediente às leis dos homens, pela pessoa
do rei e seus representantes, e às leis de Deus, pela Igreja e seu clero. Tratava-
se de abandonar, definitivamente, a cultura pagã e primitiva pela europeia,
branca, católica, moderna.
Aos filhos dos fazendeiros e da elite política, as primeiras letras eram dadas em casa,
de forma assistemática, sendo conduzidos aos colégios para o ensino secundário.
Não havia, no Brasil, um sistema de educação originalmente público e extensivo à
população. A preocupação com a educação do povo viria apenas séculos depois da
chegada dos jesuítas.
e permitindo, com isso, sua participação no clero e a desvirtuação dos rituais católicos
universalizados no Concílio de Trento, celebrando missas em tupi guarani, usando dos
instrumentos musicais indígenas nos rituais cristãos.
1
O que ficou no lugar dos jesuítas? Quase nada. Marquês de Pombal, que nunca veio
ao Brasil, instaurou as aulas régias, assim chamadas por se referirem à Coroa, à
Realeza. Trata-se de um sistema público de educação destinado a oferecer o ensino
secundário a quem pudesse pagar pelos serviços dos professores. Esse modelo de
escola se caracteriza pela oferta de disciplinas avulsas que não constituíam exatamente
um currículo, mas tinham a função de ser propedêutico ao ensino superior a ser cursado
na Europa, normalmente na Universidade de Coimbra.
Logo que a Família Real se instalou no Rio de Janeiro, segunda capital do Brasil, foi
incrementada uma nova política de educação, fundando as faculdades de Medicina
e Engenharia. A Faculdade de Direito seria criada somente em 1827. De acordo com
Vieira e Farias (2013, p. 53),
Em virtude das necessidades mais urgentes são criados, a princípio, cursos
ligados à defesa e à saúde: a Academia Real de Marinha (1808), a Academia
Real Militar (1810), os cursos de cirurgia na Bahia e no Rio de Janeiro e o
curso de anatomia, também no Rio de Janeiro. Logo em seguida, organiza-
-se o curso de medicina.
Dado o exposto, podemos perceber que a preocupação era garantir, dentro de certos
limites, a formação de médicos e engenheiros que atendessem ao exército, a marinha e
a nobreza, afinal, não há registros de avanços na área saúde pública. O ensino primário
e o secundário não sofreram mudanças. O Príncipe João, coroado como Dom João VI,
rei de Portugal, Brasil e Algarve em 1818, mesmo que já governasse desde a morte
de Dona Maria I, sua mãe, em 1816, não se ocupou em criar um sistema de educação
que, minimamente, demonstrasse alguma unidade na capital brasileira. Houve algum
investimento na ambiência cultural pelas criações da Biblioteca Pública, do Jardim
Botânico, da Imprensa Régia e do Museu Nacional. Em todo caso, parece-nos que suas
maiores preocupações ainda estavam em Portugal.
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CURIOSIDADES
O Brasil teve, ao longo de sua história, três capitais:
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a. Salvador, atual capital do estado da Bahia, foi a primeira capital do Brasil, criada na oca-
sião da vinda do Governador Geral Tomé de Sousa, entre os anos de 1549 a 1763.
c. Brasília, fundada em 21 de abril de 1960. Foi uma cidade construída para se tornar a
capital do Brasil. Planejada e edificada durante a gestão de Juscelino Kubitschek, ainda
hoje é a capital do Estado brasileiro.
A partir de 1820, ano que coincide com a volta de Dom João VI à Portugal por causa
das agitações geradas pela Revolta do Porto, que exigiam a presença do rei em Lisboa,
o Conde de Scey implantou, em caráter experimental, o método monitorial/mútuo,
também conhecido como método lancasteriano. Foi inaugurado um longo período
de discussões pedagógicas no Brasil que contribuirão para o amadurecimento das
reflexões acerca da organização da escola e sua gestão, das relações e aproximações
entre o ensino e a aprendizagem, criação e aperfeiçoamento de material didático,
edificação de prédios próprios, formação de professores etc.
Para entendermos o interesse do Estado brasileiro pelo método monitorial, faz-se necessário
que o compreendamos desde sua criação. Durante a segunda metade do século XVIII, o
médico André Bell dirigiu, em Madras, um orfanato entre os anos 1787 e 1794 e registrou sua
experiência na obra Essai d’education fait au collège de Madras. Há, ainda, o registro de outra
experiência, a de Joseph Lancaster, que dirigiu uma escola com mais de mil crianças pobres,
entre meninos e meninas, em Londres, no ano de 1798. Em ambos os casos, Bell e Lancaster
teriam se utilizado do método monitorial para resolver problemas de carência de professores e
demais profissionais na condução dos trabalhos das instituições que dirigiam.
Como sugere o nome monitorial, esse método consiste na utilização dos próprios alunos,
na condição de monitores e/ou de instrutores, para a transmissão de um conteúdo,
uma lição, previamente definido pelo professor. As turmas, mesmo as maiores, eram
Sendo assim, o professor acaba não tendo um contato direto com os alunos e sua
atuação é restrita à manutenção da ordem e uso racional do tempo, devidamente
dividido de acordo com programação prévia das aulas, à instrução dos monitores e à
verificação da aprendizagem, a fim de garantir o nivelamento das classes.
Figura 02. Sala de aula – Método Monitorial.
LAREIRA
ENTRADA PRINCIPAL
PROFESSOR
ESTRADO
MONITOR-GERAL
MEIO-CÍRCULOS
BANCOS
ENTRADA LAREIRA
Fonte: Bastos (2005, p. 37).
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A implantação do método monitorial no Brasil começou pela iniciativa do Conde de Scey em
1819. A partir de 1820, soldados eram convocados para aprender o método e difundi-lo em
suas províncias de origem. Acreditava-se, na época, que os soldados seriam os melhores
professores para atuarem no ensino de primeiras letras por garantirem a ordem, perspectiva 1
inerente ao método, mentalidade e postura que se estenderam até 1837, quando o Império
SAIBA MAIS
O processo de emancipação política do Brasil passou por várias etapas que precisam ser
compreendidas. Parte das mudanças protagonizadas por Marquês de Pombal, Sebastião
José de Carvalho e Melo, Primeiro Ministro português por quase três décadas (1750-1777),
afetaram nossas terras. Além da expulsão dos jesuítas e transferência da capital de Salvador
para o Rio de Janeiro, o Brasil passou a contar com “vice-reis”. Foram sete entre os anos
1763 e 1808, fase que terminou com a vinda da Família Real nesse ano. No ano de 1815, o
Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e a Algarves, e assim ficou até a Pro-
clamação de Independência, quando se inaugurou o Primeiro Império, em 1822. Dom Pedro
I foi o primeiro imperador do Brasil como Estado independente, pois Dom João VI, seu pai,
foi coroado em terras brasileiras em 1818. Importante registrar que Dom Pedro já respondia
pelo governo desde a ida de seu pai para Portugal em 1820. O Primeiro Império durou até o
ano de 1831, quando se iniciou o Período Regencial. Isso se deu em virtude da ida de Dom
Pedro I para Portugal, para assumir o trono na ocasião da morte de Dom João VI. O Brasil
foi governado por regentes até o ano de 1840, quando o herdeiro do trono, Dom Pedro II, foi
coroado, aos 14 anos. Ele permaneceu no trono do Segundo Império até a Proclamação da
República, em 1889.
Importante considerar, pela letra da lei, o conceito de “primária” como o ensino das
primeiras letras, o que exigia um programa de educação nacional. Na sequência, “aberta
a todos os cidadãos” implica a definição da população que teria direito à educação
gratuita, descartando a possibilidade dos escravos, de forma direta, e, indiretamente, dos
índios, que mesmo não sendo escravos também não eram cidadãos, em sua maioria.
Negros e índios tiveram pouquíssimas oportunidades de acesso às letras durante toda
história do Brasil, mesmo nos momentos mais democráticos do período republicano.
Mas como expandir a educação se não havia professores? Mesmo que parte das soluções
políticas encontradas em meio às discussões no interior da Câmara ficassem, quase sempre,
restritas à letra da lei, no caso da carência de profissionais da educação determinou-se a
criação da primeira Escola Normal para formação de professores em Niterói, no ano de
1835. Os professores a serem formados, tanto os novos como os que já atuavam, deveriam
se especializar no método monitorial/mútuo, também chamado de lancasteriano.
Ficou claro, com o decorrer do tempo, que a aplicação do método mútuo tinha um viés
político. As escolas, acondicionadas em espaços adaptados, recebiam os filhos dos mais
pobres e, por isso, apelava-se muito mais para seu aspecto moralizante e controlador do
que para a emancipação intelectual das crianças com vistas à continuidade dos estudos
no ensino secundário. Os filhos dos principais, como eram chamados aqueles de origem
nobre ou fazendeiros bem sucedidos donatários de terras, continuavam recebendo uma
educação personalizada em suas casas por meio do chamado método individual, no
qual o educador atendia um a um, sanando suas dificuldades e avançando nos estudos.
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a usar das vantagens do simultâneo ao lado da dinâmica envolvente e participativa do
monitorial.
CURIOSIDADES
A etimologia da palavra aluno não é a – negação, lumni – luz, logo, sem luz. Apesar de se
difundir essa tradução indevida, há um sentido interessante, pois o conhecimento ilumina, tira
das trevas, no sentido da filosofia de Platão, Mito da Caverna. A origem correta da palavra
vem do latim alumnus, termo que identificava a criança de peito, lactente, aquela que precisa
de ajuda para se alimentar. Sendo assim, supõe-se que o aluno precisa saciar sua fome e o
professor é quem irá alimentá-lo, ou seja, saciar sua fome com conhecimento.
Esse método tem suas bases no empirismo, ou seja, afirma que nossa experiência
no mundo se dá pelos sentidos, daí a importância da observação como porta de
entrada para a síntese elaborada pela racionalidade. Considera-se intuição o
momento em que se dá o conhecimento propriamente dito, quando a experiência
sensível se torna conceito.
Essa etapa da observação minuciosa e organizada é condição para a pro-
gressiva passagem, pelos alunos, de um conhecimento sensível para uma
elaboração mental superior, reflexiva, dos conhecimentos. Tal etapa inicia-se
pelas “lições de coisas”, momento em que o professor deve criar as condi-
ções para que os alunos possam ver, sentir, observar os objetos. Podia-se
realizar tal procedimento utilizando-se dos objetos escolares ou dos objetos
levados para a escola (caneta, carteira mesa, pedras, madeiras, tecidos...),
ou realizando visitas e excursões à circunvizinhança da escola ou, ainda,
possibilitando aos alunos o acesso a gravuras diversas que tanto pode-
riam estar nos próprios livros de “lições de coisas” ou de outros conteúdos,
ou em cartazes especialmente produzidos para o trabalho com o método.
(FARIA FILHO, 2003, p. 143).
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Se com o método monitorial o professor tinha uma função muito mais disciplinadora
do que pedagógica, uma vez que sua orientação era direcionada aos monitores,
também chamados de decuriões dentro do contexto escolar, no simultâneo ele ganhou
espaço significativo na transmissão do conhecimento, pois tornou-se protagonista da 1
ciência a ser aprendida pelo aluno e, no intuitivo, tornou-se peça chave para que o
Como bem observou Faria Filho (2003), Figura 04. Objetos escolares.
qualquer objeto poderia ser utilizado
Fonte: 123RF.
pelo(a) professor(a) para ser observado,
explorado. Como na imagem ao lado,
a professora poderia somar ou subtrair
com os lápis, explorar o cheiro, a cor e o
formato da maçã, os números do relógio,
o peso dos livros, enfim, o método intuitivo
alavanca a criatividade do professor
em favor da aprendizagem do aluno.
O problema é que diante da dificuldade
de se fazer visitas à circunvizinhança,
parques, oficinas, ou de se levar objetos
estranhos à rotina escolar para contribuir nas lições, as gravuras contidas nos livros
de lições de coisas foram tomando o lugar dos objetos e, consequentemente, a
experiência educativa foi se tornando menos atrativa e envolvente.
As discussões pedagógicas que nasceram desde os anos 1820, com o ensino monitorial,
ganharam força ao longo dos anos, principalmente a partir do método intuitivo, de
modo a se reivindicar material didático apropriado e prédios que fossem projetados e
SAIBA MAIS
Os avanços das pesquisas médico-sanitaristas ou médico-higienistas se transformaram num
movimento organizado conhecido como Eugenia. De acordo com o pesquisador Bonfim
(2017, p. 64), o movimento eugênico reclamava o atraso brasileiro e a urgência da regenera-
ção da população. Os eugenistas atuaram durantes os anos de 1920 e 1930.
Além do mais, aos poucos o Estado brasileiro foi percebendo a necessidade de ampliar
sua presença, criando mecanismos de controle, como a inspeção escolar, a fim de ter
a escola a seu favor.
O estado de São Paulo foi pioneiro em promover reformas educacionais à luz do ideário
republicano. A marca mais significativa da nova concepção de política de educação aos
moldes da República foi a criação dos grupos escolares. Nas palavras da pesquisadora
Rosa Fátima de Souza (1998, p. 49-50), o conceito que melhor expressa o modelo
gerado por São Paulo é o seguinte:
O processo de construção do grupo escolar como uma nova organização ad-
ministrativo-pedagógica do ensino primário concretizou-se em poucos anos.
Uma escola urbana, moderna e de melhor qualidade. A reunião de escolas
trazia todos os princípios fundamentais que propiciaram as mudanças no
ensino primário: a racionalização e a padronização do ensino, a divisão do
trabalho docente, a classificação dos alunos, o estabelecimento de exames,
a necessidade de prédios próprios com a consequente constituição da esco-
la como lugar, o estabelecimento de programas amplos e enciclopédicos, a
profissionalização do magistério, novos procedimentos de ensino, uma nova
cultura escolar.
A criação dos grupos escolares se tornou modelar e se espalhou rapidamente por todo
Brasil. A partir do ano de 1910, podemos ver grupos escolares, a título de exemplo, na
cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, em vários municípios de Minas Gerais e por
todo o interior de São Paulo, como em Guaratinguetá e Aparecida, que ainda não havia
conseguido sequer sua emancipação política.
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pedagogicamente mais frágil, pois apesar de reunidas se mantinham como escolas
isoladas, e o modelo mais antigo, aquele em que cada professor em suas casas e em
locais improvisados correspondiam a uma escola.
1
Com esse modelo, os inspetores escolares passaram a ser o braço do Estado, de
modo a verificarem o número de matriculados e frequentes, alfabetizados e analfabetos,
Aos poucos a escola foi se ajustando à instituição que conhecemos atualmente. Os exames
finais se tornaram um evento importante, no qual os alunos eram avaliados não somente
pelos professores, mas por uma banca da qual participavam o diretor da escola, o inspector
escolar e, às vezes, políticos da cidade. Vale o registro do alto índice de reprovação nesse
momento. O período de matrículas e a concepção de ano letivo também são construções
dessa época, das políticas educacionais geradas a partir da república.
Em 1890, houve a Reforma Benjamin Constant, que tentou canalizar para a educação
os ideais do Positivismo, a valorização da ciência e, nesse interim, a sobreposição das
exatas e biológicas em detrimento das humanas. Em 1901, houve o código Epitácio
Pessoa, que acentuou os estudos literários, afinal, Benjamin Constant havia sofrido
muitas críticas e equiparou as escolas públicas e privadas. Em 1911, Rivadávia Corrêa
A escola mencionada por Carvalho (1989) trata-se de um prédio que, atualmente, abriga
a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo: um edifício monumental, como se
acreditava que a república deveria ser.
Na ocasião de sua criação, com dinheiro Figura 05. Escola Normal de São Paulo da Praça.
que seria usado para construir uma
Fonte: Corrêa, Mello e Neves (1991).
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IMPORTANTE
Convencionalmente se divide a história republicana do Brasil em fases bem distintas:
1
01. Primeira República ou República Velha (1889-1930): esse período ficou também
conhecido como “república do café-com-leite”, por dois motivos: primeiro, pelo domínio da
02. Era Vargas (1930-1945): tão logo Getúlio Vargas do Rio Grande do Sul perdeu as elei-
ções para Júlio Prestes, candidato paulista, foi organizado o golpe que impediu a posse de
Prestes, retirou Washington Luiz da cátedra presidencial e empossou Vargas como presiden-
te da república. Foi um período subdividido em três fases: Governo Provisório (1930-1934),
Democrático (1937-1937) e Estado Novo (1937-1945), a primeira ditadura vivenciada pelos
brasileiros após a proclamação da república.
03. Período Democrático (1945-1964): foi uma fase em que, mesmo com a democracia
ameaçada por várias vezes, o Brasil pôde votar em seus candidatos. Foi nessa época que
Vargas voltou à presidência e Juscelino Kubitschek realizou seu plano ousado e construiu a
cidade de Brasília com a finalidade de ser a capital brasileira.
04. Regime Militar (1964-1985): após a renúncia de Jânio Quadros em 1961, João Goulart,
seu vice, assume a presidência. Odiado pelos direitistas e pelas Forças Armadas, Jango,
como era chamado, foi acusado de apresentar interesses comunistas. Seu governo tornou-
-se insustentável em meio à crise econômica deixa por Jânio e, no dia 31 de março, consoli-
dou-se o Golpe Militar. A partir daí, o Brasil contou com uma sequência de cinco generais na
presidência. Passou por momentos de censura, perseguições a intelectuais, exílios, assassi-
natos e torturas de presos políticos.
05. Nova República (1985-atual): no período mais duro da ditadura, por causa das inten-
sas manifestações populares e organizações engajadas na luta pela democracia, o governo
militar se enfraqueceu e o Brasil voltou à democracia por meio das eleições indiretas que ele-
geram Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse, tendo sua morte anunciada em 21
de abril de 1985. Sarney, então, assume a presidência. É nesse período, de que estamos fa-
lando até a atualidade, que foi promulgada a Constituição Federal de 1988 e ascenderam os
debates acerca dos direitos civis e políticos que garantem a dignidade do cidadão brasileiro.
quatro anos. Dória acreditava que, com essa mudança, mais alunos poderiam passar
pelas mesmas escolas sem grandes investimentos. A ideia era escolarizar na tentativa
de o Estado se fazer presente antes que os esquerdistas pudessem atingir a consciência
1 dos pequenos e de seus pais.
IMPORTANTE
Escola Nova: a expressão escola nova foi usada em momentos diferentes da história. Por
exemplo, quando Lutero propôs um modelo de escola primária, mantida pelas províncias, em
três anos, chamou-a de escola nova, pois considerava antiga a dos gregos e tradicional a dos
mosteiros católicos. Mas, no sentido em que estamos tratando nesse texto, referimo-nos ao
movimento que se gerou em torno das ideias e produção de John Dewey. Numa perspectiva
da escola útil e pragmática, pensava-se no desenvolvimento pleno do educando. Pedagogi-
camente, o aluno se tornava central no processo de ensino e aprendizagem e o professor o
mediador do conhecimento a ser sistematizado. Nesse movimento, os interesses dos alunos
devem ser levados em conta na determinação do conteúdo a ser trabalhado. O aprender
fazendo, fruto de uma concepção de escola ativa, está presente. Além de Dewey, outros
nomes, como Decroly, Montessori e Cousinet compõem o quadro de intelectuais dessa ten-
dência pedagógica chamada por Luckesi (1994) de Tendência Pedagógica Liberal Progres-
sivista. A Escola Nova, no Brasil, representou mais do que uma reforma nos limites pedagó-
gicos, mas, sobretudo, uma reforma de sociedade. Introdução ao Estudo da Escola Nova, de
Lourenço Filho, e Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos, de Anísio
Teixeira, são referências da perspectiva escolanovista no país.
Dentre os intelectuais mencionados acima, temos Lourenço Filho, que foi Secretário
da Educação no Ceará, onde questionou os motivos de o sertanejo não querer ir à
escola e chegou à conclusão de que essa instituição literária e distante da realidade
de nada servia ao trabalhador. A escola deveria estar atenta à realidade do aluno e ser
pragmática, útil, ofertar um conhecimento que pudesse ser aplicado, pois, ao contrário,
invés de fortalecer enfraqueceria o trabalhador. Assim, Lourenço Filho investiu na
formação dos professores em atividade e na criação de escolas normais.
Anísio Teixeira, por sua vez, foi Secretário da Educação no estado da Bahia. Foi o
primeiro a demonstrar que as escolas poderiam ser organizadas em ciclos e não séries,
uma vez que os alunos poderiam estar mais avançados nos estudos de linguagem e
menos em matemática. Nesse sentido, o currículo escolar deveria ser revisto de modo
a se tornar mais dinâmico. Ainda, foi Anísio Teixeira quem criou a Universidade Federal
do Rio de Janeiro, em 1935, incorporando a Escola de Educação para formação de
professores em nível superior. Na mesma direção, tivemos Fernando de Azevedo
lançando no Rio de Janeiro, no final da década de 1920, os ideais escolanovistas.
24
Esses três representantes do escolanovismo no Brasil, além de participarem ativamente
da política brasileira, foram signatários, com Carneiro Leão, Sampaio Dória, Cecília
Meirelles e outros tantos intelectuais, somando 26, do Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova, lançado a público no ano de 1932. Trata-se de uma defesa da escola 1
pública, claramente mantida pelo Estado e notadamente gratuita, mista e laica. Em suma,
Além do mais, a defesa pela escola laica, Figura 06. Modelo de sala de aula nos
não ateia, se deu por conta dos princípios Grupos Escolares.
da laicidade do Estado, que se separou
Fonte: 123RF.
da Igreja na ocasião da promulgação
da Constituição Federal de 1891, a
primeira do Brasil republicano. A questão
da laicidade transcendia a perspectiva
religiosa que, em si mesma, já feria a
constituição federal, de modo a criar
uma pauta de debates entre privatistas
e publicistas. Enquanto os primeiros
defendiam uma liberdade de ensino,
cujos apologistas eram pessoas ligadas à
Igreja Católica, de outro lado estavam os
escolanovistas, defensores da escola pública.
Adentrando a Era Vargas, fundada no nacionalismo, ideologia que dava base a ditaduras
como o nazismo da Alemanha e fascismo da Itália, o Brasil avançava para uma política
educacional mais abrangente e impactante, atingindo todo território nacional.
Produzida por uma Assembleia Produzida por tecnoburocratas e Produzida por uma Assembleia Nacional
Nacional Constituinte. imposta a toda a população. Constituinte eleita em eleições gerais.
Determina concursos públicos para o Nada afirma sobre concursos Afirma sobre os concursos públicos
magistério. públicos. para o magistério.
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No período democrático que se segue após a deposição de Vargas em 2 outubro de
1945, as políticas educacionais são balizadas pela Constituição Federal de 1946.
Definitivamente, a educação passou a ser tratada como assunto nacional. Talvez, essa
tenha sido uma das mais importantes conquistas fruto das exigências do Manifesto dos 1
Pioneiros de 1932 que foi contemplada pela Constituição Federal de 1934.
Esse tema será tratado com a profundidade merecida na próxima unidade, mais
precisamente no item 2.2 Histórico das leis de diretrizes e bases da educação nacional:
as mudanças desde a primeira LDB, no. 4024/61, até a terceira, no. 9394/96.
Vamos, agora, conversar sobre esse dispositivo legal, a Carta Magna do país.
No entanto, dentro de certos limites legais e conceituais, que trataremos com maior
propriedade nas unidades 2 e 4, respectivamente, o Artigo 205 ainda se mantém como
o aquele que garante a educação como direito de todos e determina suas finalidades.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvol-
vimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi-
cação para o trabalho. (BRASIL, 1988).
De forma ampla, a Carta Magna trata a educação nesse artigo não diferenciando
Ensino Fundamental e Médio na tarefa de preparar para o exercício da cidadania. Vale
o registro de que, na ocasião da promulgação da Constituição Federal, a Educação
Básica ainda era o 1º grau, o Ensino Fundamental, ou seja, do 1º ao 8º ano na época,
até o 9º ano atualmente.
No artigo 6º, a educação é classificada como direito social, juntamente com a saúde,
o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, além da proteção à maternidade
e à infância e, também, a assistência aos desamparados.
Não seria possível, olhando as largas dimensões da cidadania, que a escola reservasse
apenas o Ensino Fundamental ou o Médio, de forma excludente, para tratar da vida em
sociedade, do impacto e extensão de nossas ações, além, é claro, da responsabilidade
pelas nossas escolhas.
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Tratar sobre a questão da cidadania implica o investimento em políticas sociais. Não
há cidadania na miséria, na falta de documentos, de acesso à saúde e à educação.
O combate à pobreza e à extrema desigualdade social e extensão das condições de
acesso e permanência na escola são obrigações do Estado, que se coloca à frente da 1
família na ordem apresentada pelo artigo 205, afinal, a educação é imprescindível para
Por fim, as políticas educacionais implementadas com base na Constituição Federal dão
liberdade para a iniciativa privada sem eximir o Estado de sua obrigação em promover o
desenvolvimento e a manutenção da educação no Brasil.
SAIBA MAIS
Quer saber um pouco mais sobre as implicações do Art. 205 da Constituição Federal de 1988?
Assista ao vídeo a seguir, no qual o autor oferece uma visão oriunda da ambiência jurídica:
CONCLUSÃO
Nesta unidade, você viu um panorama histórico da formação e das transformações das
políticas educacionais implementadas pelo Estado Brasileiro em seu período colonial, em
atenção às imposições da Metrópole, a Coroa portuguesa, com uma viagem cuidadosa
no tempo, desde a chegada dos portugueses em nossas terras até a Constituição de
1988, na Nova República.
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