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LAB HB 2022 – SEMANA 16: COMENTÁRIO INTERPRETATIVO

CRÍTICO - UNIOESTE

EXEMPLO

Redija um COMENTÁRIO INTERPRETATIVO CRÍTICO, para ser publicado no Blog Investigação Filosófica, sobre
a tirinha a seguir. Lembre-se de que você deverá apresentá-la e interpretá-la criticamente.

Faça sua parte


A tirinha produzida pelo cartunista Quino retrata bem a decepção dos indivíduos com os rumos que o
mundo tomou: guerras, miséria, desmatamento, agressão por motivo fútil, preconceitos, falta de empatia dentre
outros. Além de governantes obcecados pelo poder. [Breve ampliação da problemática apresentada da tirinha]
Quando olhamos para a personagem Mafalda apontando para a miniatura do globo terrestre (no primeiro
quadrinho), identificamos um olhar tranquilo e até animado quanto ao objeto que ela mostra para seu urso de
pelúcia. Esse fato é confirmado no segundo quadro, em que ela ainda traz boa feição ao apontar para o globo, e
nesse instante pergunta ao urso se ele sabe porque aquele mundo (referindo-se ao objeto), é tão bonito. A
surpresa, de fato, aparece no último quadro da tira, no qual ela diz que se trata apenas de uma cópia, pois o original
encontra-se em estado de calamidade. [Apresentação e descrição do objeto a partir do qual se construirá a
interpretação e a crítica]
Sendo assim, observamos que o cartunista Quino foi muito assertivo ao retratar a expectativa dos
indivíduos em relação ao mundo no qual vivem, o autor foi irônico ao afirmar que a cópia era melhor que o original. A
maneira como Mafalda tece o raciocínio – de modo a criar uma quebra de expectativa – foi fundamental para
produzir o efeito de insatisfação quanto às realidades ruins presentes no dia a dia. Além disso, ao dizer que a
sociedade está caótica, a personagem revela que não se trata de um mundo ideal, ao contrário, ela aponta para o
macrocosmos, ou seja, para o mundo real. Essa visão “pessimista”, é o reflexo de uma sociedade que não se ajusta
e que não cria alternativas para colocar fim aos atos que geram a ideia de “desastre”, tal como anunciado por
Mafalda. [Viés interpretativo]
A realidade está aí, esboçada na tirinha. O que fazer diante de tanta falta de crença em dia melhores? Apenas
assistir a tudo e lamentar pelos fatos como lamentamos a morte de 28 indivíduos em uma situação de enfrentamento?
Não! Chaga de tanto marasmo. A mídia faz sua parte, aproveitando de situações inusitadas para promover audiência.
Então, chegou a hora do povo agir, tomar consciência da importância da participação de todos naquilo que é comum: a
sociedade. Chegou a hora dos políticos exercerem liderança para todos, e não de modo ideológico ou com tendência a
defender as ideias de um único grupo social, ao contrário, eis o momento de nos levantarmos de nossa “zona de
conforto” e ao invés de só olhar para o mundo e aportar que ele é um desastre, possamos agir e transformar essa
realidade. [Crítica]
TEMAS DA SEMANA

PROPOSTA 1 - UNIOESTE

Escreva um COMENTÁRIO INTERPRETATIVO CRÍTICO, para ser publicado na REVISTA GALILEU, sobre a temática
a seguir. Lembre-se de que você deverá apresentá-la e interpretá-la criticamente.

NÓS NOS PREOCUPAMOS MAIS COM NOSSOS SEMELHANTES OU COM OS ANIMAIS?

No fim de 2013, uma pesquisa feita pelo Ibope com mais de 10 mil pessoas revelou que 80% dos internautas
brasileiros têm um animal de estimação em casa. O que mais chama atenção na pesquisa é o valor gasto por mês
com os animais: em média, R$ 100 por mês. Esses números provam o óbvio, isto é, os animais de estimação fazem
parte da nossa vida [...]. Psicólogos da Universidade Georgia perguntaram para 573 pessoas quem elas salvariam em
um cenário hipotético que dava chance de apenas um dos dois sobreviver: cão ou humano. Segundo os
pesquisadores, dois fatores são levados em conta nesse momento de decisão. Primeiro: quem é a pessoa em perigo?
O resultado mostrou que, se a pessoa em perigo fosse um desconhecido, ela perderia a vida para um cachorro.
Segundo: quem é o cão em perigo? 40% dos entrevistados responderam que salvariam seu animal de estimação em
vez de um turista estrangeiro.
(Adaptado de Fernando Bumbeers. Revista Galileu. Disponível em https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2015/04/por-que-gostamos-
mais-de-pets-do-que-de-outraspessoas.html, acesso em 26/09/2018).

PROPOSTA 2 – ENEM

TEXTO I - A misoginia é um sentimento de aversão patológico pelo feminino, que se traduz em uma prática
comportamental machista, cujas opiniões e atitudes visam o estabelecimento e a manutenção das desigualdades e
da hierarquia entre os gêneros, corroborando a crença de superioridade do poder e da figura masculina pregada pelo
machismo. [...] As bases misóginas do pensamento ocidental geram a banalização da violência ao feminino que se
estende pelos vários aspectos da vida da mulher, como o social, o psicológico, econômico e político, tornando difícil
identificar os traços nocivos mais sutis. Desta forma, homens e mulheres reproduzem atos e expressões machistas
quase que de forma inconsciente, com a mulher adotando, muitas vezes, como mecanismo de sobrevivência na
cultura opressora, uma aparente passividade que não deve ser entendida como a aceitação das situações que lhe
ferem a dignidade, mas sim como um mecanismo de defesa e sobrevivência.
CARNEIRO, Y. J. Misoginia: você sabe o que é?. Disponível em: https://www.politize.com.br. Acesso em: 31 dez. 2021 (adaptado).

TEXTO II - Insultos verbais e humilhações vividos por mulheres durante o parto são “a ponta do iceberg” de uma série
de intervenções e procedimentos nem sempre necessários, às vezes feitos sem consentimento da paciente e em
certos casos invasivos que caracterizam a violência obstétrica no Brasil, diz a médica e estudiosa do tema Melania
Amorim. Palavras “cruéis” ouvidas por mulheres ao dar à luz vão desde a insistência para ela fazer força quando não
consegue fazê-lo até “cala boca senão seu bebê vai nascer surdo”, “na hora de fazer (o filho) não gritou” ou “cala a
boca ou você vai acabar matando o seu bebê”, relata a médica.
IDOETA, P. A. Insultos a mulheres no parto são ‘ponta do iceberg’ da violência obstétrica no Brasil, diz médica. Disponível em: https://www.bbc.com.
Acesso em: 31 dez. 2021 (fragmento).

TEXTO III - Qual a raiz da violência obstétrica?


Melania Amorim*: A violência obstétrica é violência de gênero. A obstetrícia é um ramo da medicina essencialmente
misógino e machista. Há um viés de gênero na prática e na própria constituição do campo de conhecimento. O saber
médico é constituído em um modelo patriarcal que vê o corpo feminino como essencialmente defectivo. E é um
modelo que reproduz a desigualdade e a hierarquia da sociedade. As mais pobres, as negras, as lésbicas sofrem
mais episódios desse tipo de violência. [...]
*Médica e professora de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
BATALHA, E. “O nome é violência obstétrica”. Disponível em: https://radis.ensp.fiocruz.br. Acesso em: 10 jan. 2022 (fragmento).

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ‘‘Violência
obstétrica: reflexos da misoginia e do machismo na sociedade brasileira?’’, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

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