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FARMACISTA
“Uma Introdução às Ciências
Farmacêuticas”
Qualidade no Atendimento em Farmácias e
Drogarias
Introdução
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Introdução
Neste curso iremos fornecer ferramentas que irão ajudá-lo(a) definir o foco do
seu negócio estipulando metas, estruturando a equipe, entendendo o cliente e seus
diferentes tipos, definir diferenciais do mercado onde
atua, a comparar-se com a concorrência fidelizando
não apenas clientes, mas, também, parceiros e
fornecedores. Nosso foco neste curso será a
Qualidade do atendimento no estabelecimento
farmacêutico (farmácia ou drogaria). Preocupare-
mos em definir alguns conceitos sobre qualidade,
uma estrutura aceitável da farmácia/drogaria,
blevando em conta espaço físico, limpeza, postura
dos colaboradores e estrutura organizacional assim como a documentação
necessária ao
estabelecimento. Iremos conhecer as as etapas
de leitura da receita médica bem como o medicamento que estará sendo dispensado.
É importante nos preocuparmos com os detalhes principalmente na hora da leitura,
pois qualquer erro poderá prejudicar a saúde do paciente com consequências
imprevisíveis.
Atendimento
É toda relação entre a Empresa e o cliente e envolve aspecto referente ao alto da
prestação de serviço.
Qualidade do Atendimento
É a capacidade que um produto ou serviço tem para satisfazer plenamente as
expectativas do cliente. O perfeito conhecimento dos clientes, suas necessidades,
desejos (de reconhecimento, conforto, prestígio, exclusividade, personalização) e
expectativa é ponto indispensável para a qualidade do atendimento.
Satisfação
Significa corresponder ao que é desejado, ao que o cliente tem
como expectativa isto deve ser o objeto do processo
administrativo. Estes aspectos possibilitam a satisfação do
cliente, o que significa juntamente encontrar o que é desejado.
Alguns fatores contribuem para a satisfação com o cliente, veja alguns exemplos.
• Preço justo: preço considerado pelo cliente como adequado a sua capacidade de
pagamento e ao valor atribuído por ele ao produto ou serviço que está
consumindo.
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Encantar
Encantar, como a própria palavra disse significa surpreender, oferecer surpresas
agradáveis. Exigir percepção e imaginação para gerar novas formas de surpreender
o seu cliente, pois o que surpreendeu hoje pode se tornar rotina quando muitos
passam a oferecer o diferencial oferecido ou seja sua “surpresa”.
Quando um cliente sai de casa para comprar algo, espera receber o melhor
pelo dinheiro que irá gastar. Isso significa que estará analisando o mercado com
bastante atenção, procurando identificar e escolher a empresa que oferecer as
melhores condições para a realização do negócio.
Compreender o cliente significa entender suas necessidades e a forma como
ele se relaciona. Para isso, as empresas devem obter informações preciosas de
diversos tipos, como vontades, hábitos, possibilidades e, principalmente,
expectativas do cliente em relação ao produto/serviço oferecido. Essas informações
podem ser conseguidas de diversas maneiras: através de pesquisas formais, do
contato diário, de literatura e também de informações disponíveis em entidades
relacionadas ao setor, e também pela internet, uma vez que é um fonte essencial de
informações nos dias atuais.
Conhecer o cliente é a base de tudo, pois é a partir desse conhecimento que a
percepção de oportunidade se consolida e estratégias do negócio podem ser
desenvolvidas. Daí a importância de ter, e manter atualizado um banco de dados dos
clientes.
Em media uma pessoa mal atendida fala mal de sua empresa para mais 10
pessoas. Nas vendas face-a-face, percebemos que muitas as mesmas deixam de
ocorrer por descuido e indiferença por parte do proprietário, farmacêutico, atendente
ou balconista.
Os principais motivos para um cliente falar mal de nossa farmácia/drogaria:
• Falta de Atenção Devida
• Falta de Conhecimento do Produto
• Insistência Excessiva
• Desperdiçar Tempo do Cliente
• Falar em Demasia
• Ser Afobado
• Desprezar a Concorrência ou Marcas Menos Conhecidas
• Gafes ou Enganos
• Falta de Cortesia
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• Procure entender, porque o atendimento de qualidade ao cliente é essencial
para o desenvolvimento profissional e pessoal dos funcionários da empresa. O
vendedor deve evitar as palavras: “estas são as regras, não posso fazer
nada”;
• Treinamento;
A Pós-Venda
O cliente veio, comprou, se diz satisfeito, foi embora, e acabou? Na verdade não... O
mercado ingressou na “era do mimo ao cliente”. Nela, manter um relacionamento
pós-venda entre vendedor e consumidor deixou de ser mero diferencial para se
tornar regra de gestão. Trata-se de um processo de aprendizado e melhoria contínuo
das relações da empresa com o cliente.
Ao verificar se o cliente está satisfeito, o empresário estabelece um diferencial
em relação à concorrência, gerando informações que permitirão correções no
processo de venda, além de identificar oportunidades de novas vendas.
Encante o cliente logo após a venda. Pequenos detalhes, como um cupom de
desconto para a próxima compra colocado dentro do pacote, um cartão de
agradecimento ou um brinde representa muito, fazendo-o perceber que não é
importante somente naquele momento em que vendemos, mas que desejamos que
ele volte e permaneça como cliente.
Uma boa dica é convidar os clientes para comemorações e eventos realizados
na empresa. Peça sugestões sobre os produtos, aparência da loja layout, uniforme
dos funcionários etc. Providencie caixas de sugestões e estimule sua participação.
Dê retorno às boas idéias e ponha-as em prática. A melhor maneira de manter um
cliente é fazer com que ele participe da empresa. Deixe que eles se sintam
importantes e felizes. É tudo que eles querem.
A empresa que se preocupa com o atendimento de seus clientes, incluindo o
pós-venda, tem boas chances de evitar reclamações na Justiça e em órgãos de
defesa do consumidor.
Pratique a pós-venda em sua empresa, quem realiza a pós-venda deve possuir
informações completas sobre o cliente e os produtos adquiridos (lembra quando
falamos do banco de dados). Assim poderá identificar carências e oportunidades de
novas vendas, oferecendo orientações complementares, solucionando possíveis
problemas.
Talvez sua empresa, o volume de clientes impeça que a pós-venda seja feita com
todos, procure realiza-la com amostra representativa.
Reclamações
Outro fator que deve ser levar em conta, é em relação à maneira correta de tratar as
reclamações. Abaixo algumas sugestões em como agir:
• Mantenha a mente aberta. Não faça suposições;
• Ouça com atenção. Mostre que está ouvindo, para conferir sua compreensão,
repita o que foi dito;
• Deixe o cliente falar. Quando alguém está zangado ou aborrecido, é
convincente deixa-lo desabafar. Essa atitude também indica ao cliente que
você esta disposto a ouvi-lo;
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• Examine os fatos sabendo fazer perguntas. Muitas vezes pode haver mais de
um problema – assegure-se de examinar todos. Lembre-se de que nem
sempre o cliente os relata por ordem de importância;
• Diga que sente muito pelo ocorrido. Isso não significa admitir que você ou a
empresa estão errados, mas que você sente que o cliente pensa ser esse a
razão de estar aborrecido;
• Não discuta, tão pouco fique na defensiva. Concentre-se na situação, não nas
personalidades;
• Concentre-se no que pode e explique o que não pode fazer. Por exemplo:
“Posso conseguir que o técnico vá a sua casa amanhã. Hoje não será
possível porque todo pessoal experiente já saiu”;
• Faça um resumo e verifique se o cliente entendeu e concorda. Muitas vezes é
convincente mandar uma carta com o que foi acordado;
• Tente descobrir que solução o cliente deseja. Ele quer seu dinheiro de volta,
que a mercadoria seja substituída ou concertada, mas com um desconto no
preço? Procure basear-se na idéia e sugestão do cliente;
• Não imponha uma solução. É preciso encontrar uma solução que seja
aceitável para o cliente.
A comunicação deve ser completa para garantir o tratamento, e a fala deve ser
transcrita na forma de um receituário legível.
Para uma leitura de receita “complicada”, devemos ler a receita completa e observar
os itens abaixo:
1- Você deve ler atentamente o nome do medicamento e para confirmar deve ler
também os itens abaixo.
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2- O modo de usar. Dá para tirar muitas dúvidas no modo de usar, como por
exemplo: “tomar 10 gotas quando tiver dor”. Você sabe que o médico quer um
medicamento em gotas e que serve para dor.
Medicamentos OTC
A sigla OTC (“Over the Counter) for criada nos Estados Unidos, é utilizada no mundo
todo, mas os produtos considerados OTC variam muito de país para país. Isso
porque cada país possui legislação específica para classificar estes produtos. Em
diversos países está havendo um crescimento na participação destes produtos no
mercado farmacêutico, com base em um conceito novo de automedicação
responsável. Isso porque com o passar do tempo medicamentos deste tipo vão se
tornando mais conhecidos e confiáveis e suas possíveis reações vão recebendo um
melhor acompanhamento, o que possibilita a isenção de prescrição médica em
alguns casos.
As embalagens destes medicamentos não possuem tarjas com os dizeres de
obrigatoriedade de prescrição. Geralmente são mais coloridas e que as embalagens
de outras categorias farmacêuticas ficando ao alcance do cliente nas farmácias e
drogarias facilitada pela sua visualização. Entretanto deve-se tomar cuidado especial
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ao distribuir os medicamentos de venda livre nas gôndolas e prateleiras, para que o
consumidor possa encontrá-los mais facilmente.
Os recursos de merchandising podem ser amplamente utilizados para divulgar a
presença do produto na farmácia, sendo permitido também o uso de peças
promocionais, como cartazes, faixas, displays, relógios de parede, entre outros.
Entretanto, apesar de garantir a liberdade de expressão, a Constituição Federal
também estabelece limites à propaganda de produtos sujeitos à vigilância sanitária,
pois esses podem ser nocivos à saúde, mesmo os medicamentos OTCs. A Lei nº.
6360/76 já tratava da prática da publicidade de medicamentos e estabelecia a
previsão de um regulamento específico para este tema, que surgiu apenas com a
publicação da Resolução -RDC nº. 102, em 30 de novembro de 2000.
Medicamentos RX
Os medicamentos vendidos com prescrição médica são também conhecidos como
medicamentos Rx. São medicamentos que apresentam em sua composição um
fármaco ou uma associação de dois ou mais fármacos. A embalagem deve conter
um tarja vermelha com os dizeres: “Venda sob prescrição médica”. Estes
medicamentos não podem ser veiculados nos meios normais de comunicação. Sua
publicidade deve ser restrita a médicos, odontólogos e veterinários.
Nas farmácias/drogarias devem ser dispostos em prateleiras onde somente os
funcionários do estabelecimento tenham acesso. Deve haver uma barreira para que
o consumidor tenha acesso a estes produtos. O balcão da farmácia serve como esta
barreira.
Medicamentos Controlados
São medicamentos que devem ser dispostos com apresentação e retenção da
receita médica. Deve ser elaborado em duas vias carbonadas
quando o medicamento apresentar tarja vermelha com os dizeres
“Venda sob prescrição médica”, “Só pode ser vendido com
retenção de receita” ou em receituário azul quando o medicamento
apresentar tarja preta com dizeres: “Venda sob prescrição médica”,
“O abuso deste medicamento pode causar dependência”, o
receituário azul aparece mais frequentemente que outros tipos de
receita.
É necessário nos atentarmos para o Estado em que a notificação de receita foi
emitida e para a data de emissão, pois este documento só tem validade no Estado
onde foi emitido e num período máximo de 30 dias para medicamentos de tarja preta.
As notificações de receita A e B, após registradas e livros específico, deverão ficar
arquivadas nas farmácias/drogarias pelo prazo de dois anos. Quando houver
prescrição de receita C, a mesma deve permanecer arquivada pelo prazo de cinco
anos.
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Fidelizar clientes o desafio das Farmácias/Drogarias
Em tópicos anteriores, falamos sobre a pós-venda, onde um de seus objetivos é o
que já falamos na pós-venda.
É interessante observar o comportamento dos funcionários em geral do ramo
farmacêutico e até de muitos proprietários. Eles se assemelham em alguns pontos.
Hoje em dia existem indagações idênticas em estados diferentes. Quais seriam estas
indagações? Preço, qualidade no atendimento e diferenças.
Logicamente que o primeiro que todos nós ouvimos é o do preço. Este
questionamento em especial vem logo depois que algo novo é apresentado. Mas
será que todos os clientes procuram apenas preço quando entra em qualquer
estabelecimento comercial seja ele farmacêutico ou automobilístico, etc? A resposta
é simples. Não pois se o cliente só olhasse o preço o único carro vendido seria o
popular, a caneta seria a Bic, os relógios seriam os “madem in Paraguai”, só
venderíamos cosméticos populares e só medicamentos com descontos seriam
vendidos. O “resto” acabaria em pó nas prateleiras e gôndolas.
Existem produtos certos para clientes certos. Nas lojas vamos observar clientes que
só querem medicamentos genéricos igual aquele que o Posto de
Saúde oferece. Há mercado para todos, onde quem define o
produto é geralmente o bolso ou a falta de informação.
Se fizermos um estudo chegaremos a uma conclusão importante:
nós deixamos muito de aumentar a rentabilidade da empresa por
muitas vezes quando esquecemos de trabalhar corretamente com
quem mais interessa; o cliente.
Uma rede com muitas farmácias na mesma cidade tem
perfis diferentes de consumidores em cada filial, e a venda é diferente de acordo com
o público alvo. A sua farmácia deve ser diferente também.
A palavra chave para este caso é “público alvo”. Quem é o seu? São idosos,
homens, mulheres, crônicos, residentes no bairro, de passagem, adolescentes, têm
filhos, levam a farmácia, sabem que você existe?
A novidade para o nosso mercado é o óbvio... olhe para ele (o mercado de
farmácias e drogarias)... o que você vê? O que estão fazendo de diferente? O que o
seu mercado regional necessita? Quem pode auxiliá-lo na implantação? E o mais
importante: faça acontecer a sua idéia.
Voltando ao tema inicial PREÇO, CRISE e DIFERENÇAS. O preço todos os
concorrentes procuram acompanhar. A crise é mundial. E as diferenças são
benéficas.
Os tempos são outros... imagine que você pode estar fazendo tudo certo, na
hora certa, no lugar apropriado, mas se a velocidade não for realmente acelerada, a
sua idéia pode ficar ultrapassada ou ser implantada pela concorrência.
Enfim, o cliente quer preço apenas? Bom este tipo de cliente não precisa ir na sua
farmácia/drogaria, ele com certeza irá procurar aquela com os maiores descontos.
Mas será que é isso que queremos? Com certeza não.
Precisamos inovar, atraindo o cliente com novidades, com atendimento
personalizados, e sempre implantando o pós-venda. Vamos dar mais um exemplo
simples para demonstrar esse caso. Um cliente hipertenso logicamente faz uso de
medicamentos de uso contínuo. No dia em que ele for comprar o captopril de 25mg
com 30 comprimidos, marque a data da compra, o nome do paciente, e a posologia
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em um arquivo ou mesmo no computador através de uma planilha, como você achar
necessário. Se ele fizer uso de 2 comprimidos, você saberá que em torno de quinze
dias o cliente precisará fazer o uso novamente deste medicamento.
O que nós podemos fazer neste instante? Seria interessante entrar em contato com
o cliente quando faltasse 3 a 4 dias para o fim do medicamento. O cliente com
certeza notaria uma preocupação por parte de seu estabelecimento, enfim, você
estaria realizando um verdadeiro pós-venda. Isto é mais uma ferramenta de pós-
venda, existem várias. A partir daí estaremos fidelizando nosso cliente e poderemos
até agregar vendas melhorando o resultado do seu estabelecimento. Veremos isso
em outros tópicos.
Relacionamento
A maior tendência do marketing varejista é a construção de relacionamento com o
cliente. Além da comunicação que o marketing utiliza para aprofundar o
relacionamento em busca da fidelização, o farmacêutico também é instrumento
poderoso na busca de relacionamento com o cliente. Afinal de contas, quem tem o
privilégio de fazer o 1º contato de uma provável vida de compras de um cliente? Se
esta primeira experiência for negativa, além de não efetuar a compra, este cliente
nunca mais voltará à sua farmácia.
Para efetuar sua fidelização, primeiro mapeie os vários tipos de clientes em
potencial ou que compram em sua farmácia. Para isto vamos classificar seus clientes
e seus clientes em potencial em:
1. Passantes: clientes que podem vir a comprar na sua farmácia ou em
sua concorrência. Eles passam pela sua farmácia;
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2. Entrantes ou Visitantes; clientes que você deseja focar para comprar
em sua farmácia. São aqueles que param para olhar sua farmácia, às
vezes entram mas não compram;
3. Comprantes: clientes para os quais oferece seus produtos ou serviços
por meio de um atendimento competente. Compram de vez em quando
da sua farmácia, mas não é fidelizado;
Agregando vendas
Como agregar vendas em uma farmácia? Como fazer vender mais
produtos? Estas perguntas são feitas a todos “minutos” por
proprietários de farmácia e a resposta está na palavra
“necessidade”. Quem estuda as necessidades dos seus clientes é
capaz de agregar vendas, ou melhor, valores a compra do cliente. Quais as
necessidades reais de nossos clientes? Quem vem a uma farmácia quer comprar na
verdade saúde, beleza, alegria, bem estar, afeto, auto afirmação, auto estima,
realização sexual e muitas outras sensações que não são nem de perto simples
medicamentos e conveniências.
Entender as diferenças do que nós vendemos em farmácia e o que o cliente quer
comprar são fundamentais para seguir uma regra: produto certo para cliente certo.
Agregar informações aos medicamentos que vendemos faz despertar necessidades.
Como exemplo podemos citar uma venda de hormônios para reposição hormonal.
Um atendente capacitado deve saber que nesta fase a mulher está com seus
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hormônios baixos (estrógenos e progesterona) e por conseqüência seus cabelos e
sua pele precisam de cremes (que vendemos na farmácia).
Conhecer as necessidades do cliente, conhecer os medicamentos e conhecer
as patologias são itens fundamentais para agregar vendas.
Fazendo um exercício rápido, vamos relacionar os produtos abaixo com
outros:
Analgésicos →
Fraldas infantis →
Xampu →
Talco para pés →
Sabonete →
Esmalte →
Medicamentos Anti-hipertensivos →
Ansiolíticos →
Teste de Gravidez →
Preservativos →
Medicamentos para dificuldade de ereção →
Se observarmos na farmácia, a maioria dos produtos pode ser relacionados com
outros, mas cuidado, existem produtos que não convém oferecer nada (a não ser a
descrição).
É interessante percebermos que quem toma qualquer tipo de medicamento tem as
mesmas necessidades básicas: tomar banho, escovar os dentes, lavar os cabelos.
Estes são os produtos que podemos oferecer para todos os clientes.
A técnica é simples: você conhece seu cliente, conhece seus produtos e oferece.
Para oferecer, lembre-se que a necessidade é dele, então estimule suas
necessidades perguntando: O Sr.(a) tem termômetro em casa ? E não use frases
como “ O Sr.(a) tem termômetro em casa? E não use frases como “O Sr.(a) quer um
termômetro”, porque ele não quer, ele precisa.
A venda adicional começa quando o cliente chega a farmácia e a informação ( no
sentido total da palavra) é o que agrega o maior e melhor “valor” a venda.
Nas ultimas décadas, a busca por qualidade tem sido o objetivo de muitas
empresas. Mas o que realmente vem a ser qualidade ? Podemos resumir a resumir a
resposta da seguinte forma: “cumprimentos dos requisitos que atendem às
necessidades do consumidor”.
Em uma farmácia/drogaria, devemos ter produtos de qualidade, mas a maneira pela
qual tornamos este produto disponível influenciará no conceito que o consumidor terá
sobre o estabelecimento que o fornece. Não basta ter bons produtos, é necessário
agregar outros serviços, para que o consumidor se sinta satisfeito com o
estabelecimento.
O cliente, principalmente o brasileiro, tem se tornado um consumidor que não gosta
de esperar, é exigente, intolerante por muitas vezes, exige bom atendimento e cada
vez mais tem se aperfeiçoado a nova tecnologias (Internet, caixa eletrônico etc...),
sendo que eles esperam do estabelecimento as facilidades provindas destas
tecnologias. Muitos de nós concordamos em pagar mais para ter mais qualidade e
resultado, e é o que acontece muito no comércio, não sendo diferente na
farmácia/drogaria, pois este é o grande papel delas.
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A importância do Merchandising
A palavra Merchandising tem como tradução: a um conjunto de técnicas que visa
sempre a apresentação do produto de forma destacada no ponto de venda,
acelerando assim sua rotatividade e completando o investimento destinado à
propaganda. O merchandising é um instrumento do marketing e como tal, tem como
objetivo impulsionar vendas, proporcionando maior rotatividade dos produtos, e
consequentemente maior rentabilidade, é um conjunto de atividades realizado no
ponto-de-venda para comunicar a existência do produto e intensificar a venda por
impulso.
Vale a pena lembrar que não usaremos os métodos de merchandising para
medicemantos Rx, que dependem de prescrição médica. A farmácia/drogaria
começará bem se de imediato atender a três importantes requisitos: espaço de
venda adequado (layout da loja), preocupação com a exposição dos produtos (layout
dos produtos), equipe bem treinada para atender com qualidade.
Precisamos de tenham um sentido maior dentro da farmácia:
despertar o aumento das vendas.
Expor bem as mercadorias, mas em qual local da loja? Na frente, no
fundo, quais os locais mais valorizados no ponto de venda? (Técnica de mancha)
Os produtos colocados da altura dos joelhos para cima, tem uma valorização na
exposição, pois afinal de contas... abaixar para escolher produtos não é atrativo !!! É
observado que as gôndolas próximas ao balcão de medicamentos e as próximas ao
check out são mais favoráveis a venda, pois o cliente é “obrigado” a parar, e aí
“corremos o risco” de vender mais um produto.
Para expor o produto precisamos de ... Técnica, é isso mesmo... técnica de
exposição!!! Acabaram os tempos que “eu acho que...”, na verdade nós achamos
muito pouco. Nós precisamos mesmo é acompanhar a evolução do mercado!!!
Colocar os produtos em grupo similares facilita a compra para o cliente, como por
exemplo:
- Linha Infantil
- Linha Alimentícia
- Linha Feminina
- Linha Masculina
- Linha Diet e Light
- Medicamentos tarjados (dentro da área do balcão)
“ Os produtos de maior giro devem estar na altura dos olhos dos clientes”
O que não pode ser esquecido neste caso é que o agrupamento deve favorecer o
cliente e não a comodidade dos funcionários da loja pois, é comum encontrarmos
lojas que tudo está colocado por ordem rigorosa de ABC, mas ficaria muito mais
prático para o cliente colocar por marca dos produtos ou por tamanho, ou por classe
terapêutica.
É importante observar também a rotatividade das mercadorias, pois as mercadorias
de giro A necessitam de uma participação maior nas gôndola, ou seja, o que vende
mais tem um estoque maior.
A altura que os produtos devem ficar não deve ultrapassar a altura das
gôndola, a não ser que seja um Display apropriado para chão. As gôndolas devem
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ter 1,20m de altura, para facilitar a visualização da loja, pois gôndolas altas
prejudicam a visualização e a fiscalização da loja.
O conceito do auto-serviço das drogarias foi inspirado nos supermercados, mas não
devemos seguir a risca seus conceitos, principalmente no que trata das gôndolas.
A face do produto a ser exposta será decisiva na venda do mesmo, pois todos os
produtos apresentam um “lado” ou facing que define a marca e as características
principais do produto. Observar a face do produto na hora de expor para o
consumidor. Mas cuidado... nem tudo deve ficar tão certinho... !!! Muitos clientes se
sentem inibidos ao desarrumar uma prateleira perfeitamente organizada. Ao
organizar uma seção deixe alguns espaços ou coloque as mercadorias de uma forma
que pareça que o produto já foi comprado.
Um dos detalhes a ser lembrado é a validade dos produtos, pois vender produtos
com data de validade vencida é crime!!! Para evitar problemas, faça uma agenda
com as mercadorias que tem prazo de validade a vencer nos próximos 7 meses.
Retire as mercadorias um mês antes da validade.
Uma outra dica que ajuda muito nestes casos é o rodízio de mercadorias seguindo
uma ordem lógica: o que chegou primeiro deve ficar em primeiro (para ser vendido
primeiro). Coloque as mercadorias novas sempre atráz.
Técnicas de venda
Marketing
Apresentação
Depois da aproximação, o passo seguinte é a apresentação de vendas. Para
que esta parte seja bem desenvolvida, é necessário que o vendedor conheça as
necessidades dos clientes. É muito comum que o vendedor, na euforia de vender,
procure antecipar estas necessidades. Perguntar é o mais indicado, fazendo assim
que o próprio cliente as revele.
No decorrer das apresentações de vendas varejistas, alguns detalhes devem ser
observados. É importante que sejam usadas palavras fáceis de entender. Ao explicar
sobre o produto, vocabulários muito técnicos nada resolvem, a menos que o cliente
demonstre conhecimento maior. Devido ao tempo reduzido que existe para a venda
no varejo, a objetividade é fator essencial. Por isto é importante que o vendedor já
tenha um esboço daquilo que irá falar, ou então saiba onde fazer sua consulta
quando necessário. Nesta fase da apresentação, a venda varejista caracteriza-se
pela dramatização ou demonstração. Demonstrar um vestido graciosamente, ligar
um aparelho de som, fazer funcionar uma guitarra e ouvir um disco são exemplos
possíveis de dramatização. Isto torna a venda varejista dinâmica, pois geralmente na
loja são expostos os produtos pelos quais o consumidor tem interesse e estão
geralmente disponíveis para testes.
Robinson e outros recomendam que, para uma apresentação de vendas, os
seguintes aspectos devem ser observados:
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É necessário verificar, com cuidado, se a objeção é verdadeira ou falsa.
Objeções verdadeiras são aquelas em que o indivíduo tem dúvidas reais a respeito
do produto, da empresa, do mercado e mesmo quanto ao tempo de comprar.
As objeções verdadeiras são desafios para os vendedores, uma vez que se
constituem em aspectos positivos para galgar as etapas de vendas. Elas
demonstram interesse dos consumidores no assunto. No entanto, a dificuldade surge
quando as objeções são falsas, ou seja, não condizem com a realidade e são feitas
apenas com objetivos de se livrar do vendedor ou perturbá-lo. Não existe fórmula
certa para lidar com estas situações. No entanto, o mais indicado é o método de
observação, em que se analisem as reações do cliente para determinar se está
mentindo ou não. Quando alguém mente, demonstra nervosismo, ou exagera em
suas maneiras, ou mesmo diz coisas contraditórias. Estes sinais podem indicar que a
objeção é falsa.
Para se responder as objeções, deve-se conhecer o produto. Na realidade, o
conhecimento necessário ultrapassa o produto, pois conhecer a concorrência
também é uma necessidade, principalmente para as objeções em que são colocados
em cheque preços e qualidades. Adicionalmente, é necessário preparar respostas às
objeções mais comuns, pois desta forma, quando ocorrem, já se sabe o que deve ser
dito para melhores resultados.
Fechamento
A etapa máxima no processo de venda é o fechamento. Para que se obtenha
um fechamento, o vendedor deve estar atento para os sinais de compra. Eles
demonstram se o cliente está interessado ou não. Expressam-se de diferentes
formas, mas geralmente materializam-se em expressões faciais, perguntas a respeito
de entregas, formas de pagamento ou outra qualquer que demonstre interesse na
compra. O recomendado é que, quando surgirem, o vendedor deve imediatamente
solicitar o pedido. Em caso negativo, deve continuar com a argumentação até nova
oportunidade para outra tentativa. Os sinais de compra aparecem em qualquer parte
da apresentação. Se não surgirem, deve-se conquistá-los com a aplicação das
técnicas recomendadas etapa por etapa no processo.
Uma das maiores causas pelas quais os vendedores não fecham pedidos é
não solicitarem-no para o cliente. Muitos aguardam que o próprio comprador tome a
iniciativa de compra. Algumas formas de fechamento e perguntas pertinentes e que
podem ser usadas com esses propósitos são apresentadas no quadro abaixo:
Fechamento direto
Assume que o cliente está pronto para comprar. Perguntas diretas são formuladas,
conforme a seguir:
- Podemos entregar o sofá na próxima semana. Para qual endereço devemos enviar?
- O senhor deseja na cor verde, não é mesmo? - O senhor vai pagar a vista ou com o
cartão?
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Venda assumida
O vendedor assume que o cliente está pronto para comprar, no entanto formula
perguntas menos diretas, como:
- Qual a cor que prefere: vermelho ou verde?
- Qual o modelo que prefere: standard ou luxo?
- Decidiu onde quer que a máquina seja instalada?
- Devo chamar um eletricista para fazer a instalação?
Venda aberta
Nesta forma de fechamento o vendedor formula questões abertas, que também
sugerem que o cliente está pronto para comprar.
- Em quanto tempo você necessitará do sofá?
- Quando devo providenciar as instalações?
Fonte: MASON, Barry Jr.; MAYER, Morris L.; EZELL, Hazel F. Retailing. 3. ed. Dallas: Business, 1988.
p.444-445.
Características necessárias
- Escutar bem para estabelecer necessidade e desenvolver as informações básicas.
- Demonstrar como um produto ou serviço pode igualar uma necessidade detectada.
- Manter uma boa relação com o cliente
- Manusear habilidosamente as objeções ou atitudes negativas.
- Resumir os benefícios e ações necessários para o fechamento de uma venda.
V – Vendedor
C – Cliente
V – Bom dia!
C – Eu estou procurando um chapéu marrom, tamanho médio,
Aproximação formato oval.
V – O senhor gostaria de marrom escuro ou claro?
C – Uma tonalidade média.
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C – Este é do tipo oval longo?
V – Sim.
- Pós Venda
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FARMACISTA
“Uma Introdução às Ciências
Farmacêuticas”
21
Farmacologia Básica
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Para evitar confusão, é melhor utilizar o nome genérico do medicamento, visto
que um só fármaco pode ter vários nomes comerciais.
Medicamentos com características semelhantes são reunidos numa classe
farmacológica (ou família).
Uma segunda forma de agrupamento é a classificação terepêutica, que divide as
drogas de acordo com seu uso terapêutica, que divide as drogas de acordo com seu
uso terapêutico.
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As primeiras misturas de substâncias medicamentosas obtidas de plantas
utilizavam todas as partes: folhas, raízes, bulbo, caules, sementes, brotos e
flores. Depois, substâncias nocivas passaram a contaminar frequentemente
as misturas. À medida que o conhecimento das plantas como fonte de
substâncias medicamentosas foi se aprimorando, os pesquisadores
procuraram isolar e potencializar os componentes ativos, evitando, ao mesmo
tempo, as substâncias nocivas.
Os líquidos corporais ou as glândulas dos animais também podem constituir
fontes de medicamentos. Os fármacos obtidos de fontes animais incluem:
• hormônios, como a insulina;
• óleos e gordura (habitualmente fixos), como o óleo de fígado de bacalhau;
• enzimas, que são produzidas por células vivas e atuam como
catalizadores, como pancreatina e a pepsina;
• vacinas, que são suspensões de microrganismos mortos, modificados ou
atenuados.
Hoje em dia, os medicamentos são, em sua maioria, produzidos em laboratórios e
podem ser:
• naturais (de fontes animais, vegetais ou minerais);
• sintéticos
• uma combinação dos dois.
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Fases do desenvolvimento de uma nova droga
Quando a Food Administration (FDA) aprova o pedido de um medicamento em
investigação, este fármaco deve ser submetido a avaliação clinica no ser humano.
Essa avaliação clinica e dividida em quatro fases.
Fase I – teste em voluntários saudáveis.
Fase II – envolve estudos clínicos com pessoas que apresentam a doença para a
qual a droga e considerada eficaz.
Fase III – grandes números de pacientes em centros de pesquisa medica recebem o
medicamento. Essa maior amostragem fornece informações sobre efeitos adversos
incomuns ou raros. A FDA ira aprovar o pedido da nova droga se os resultados dos
estudos da fase III forem satisfatórios.
Fase IV – envolve a vigilância dos efeitos terapêuticos do
medicamento após sua comercialização, ao se concluir a fase
III. A companhia farmacêutica recebe relatórios de médicos e
outros profissionais de saúde sobre os resultados terapêuticos
e as reações adversas da droga. Alguns medicamentos, por
exemplo, demonstram ser tóxicos e foram retirados do mercado após aprovação
inicial.
Embora a maioria das IND submeta-se a todas as quatro fases de avaliação clinica
exigidas pela FDA, algumas podem receber aprovação rápida. Assim, por exemplo,
devido a ameaça da sidrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) `a saúde publica,
a FDA e os laboratórios farmacêuticos concordaram em abreviar o processo de
aprovação das IND para medicamentos que se destinam ao tratamento da doença.
Essa medida concede aos médicos a permissão de prescrever a pacientes com
AIDS “Tratamentos com IND”, que ainda não foi aprovado pela FDA. Os
patrocinadores de medicamentos que atingiram os estudos clínicos da fase II ou III
podem solicitar a FDA sua aprovação de condição de IND para tratamento. Uma vez
aprovada a IND, o patrocinador fornece o fármaco aos médicos cujos pacientes
satisfazem os critérios exigidos.
25
Farmacocinética
A cinética refere-se ao movimento, a farmacocinetica trata das ações de um
medicamento a medida que este se move através do corpo. Por conseguinte, a
farmacocinetica analisa como uma droga e:
• absorvida (assimilada no corpo);
• distribuída (move-se pelos vários tecidos);
• metabolizada (transformada numa forma passível de ser excretada);
• excretada (removida do corpo).
Esse ramo da farmacologia trata também do inicio de ação, da concentração
máxima e da duração de ação de um medicamento.
26
Farmacodinâmica
A farmacodinâmica é o estudo dos
mecanismos relacionados às drogas, que
produzem alterações bioquímicas ou
fisiológicas no organismo. A interação, a
nível celular, entre um medicamento e
certos componentes celulares – como as
proteínas complexas que compõem a
membrana celular, enzimas ou
receptores-alvo – representa a ação do
fármaco. A resposta decorrente dessa ação é p efeito do medicamento.
Um medicamento pode modificar a função das células ou a taxa de sua
função, mas não tem a capacidade de conferir uma nova função à célula ou ao
tecido-alvo. Por conseguinte, o efeito de um medicamento irá depender das funções
que uma célula e capaz de executar.
Um medicamento pode alterar a função da célula-alvo ao:
• Modificar o ambiente físico ou químico da célula;
• Interagir com um receptor (um local específico sobre a membrana celular ou
no interior da célula).
Efeito máximo
27
Na curva de dose-resposta, a administração de dose baixa corresponde
habitualmente à resposta baixa. Com dose pequena, um aumento da dose só irá
produzir ligeiro aumento na resposta. Com aumentos adicionais na dose, ocorre
acentuada elevação na resposta. Depois de certo ponto, qualquer aumento adicional
da dose produzirá pouco ou nenhum aumento na resposta. Neste ponto, diz-se que a
droga atingiu sua eficácia máxima.
Margem de segurança
A maioria dos medicamentos produz efeitos múltiplos. A relação entre os
efeitos terapêuticos desejados e os efeitos adversos de um fármaco é denominada
índice terapêutico do medicamento. É também conhecida como Marge de segurança.
Em geral, o índice terapêutico mede a diferença entre: •
Uma dose efetiva para 50% dos pacientes tratados;
• A dose mínima em que ocorrem reações adversas.
Farmacoterapia
A farmacoterapia refere-se ao uso de drogas para tratar as doenças. Ao
escolher um fármaco para tratar determinada afecção, o profissional deve considerar
não apenas a eficácia da droga, mas também outros fatores, como o tipo de terapia
que o paciente irá receber.
O tipo de terapia ministrada a um paciente depende da gravidade, da urgência e
do prognóstico da condição do paciente, podendo incluir:
• Terapia aguda, se o paciente estiver gravemente enfermo e houver
necessidade de terapia intensiva aguda;
• Terapia empírica, baseada mais na experiência prática do que exclusivamente
em dados científicos;
28
• Terapia de manutenção, para pacientes com condições crônicas que não se
resolvem;
• Terapia de reposição ou suplementar, para repor ou substituir as substâncias
que estão faltando no organismo;
• Terapia de suporte, que não trata a causa da doença, porém mantém outros
sistemas orgânicos ameaçados até que ocorra resolução da afecção do
paciente;
• Terapia paliativa utilizada em doenças terminais para que o paciente se sinta
o mais confortável possível.
O estado de saúde geral, bem como outros fatores individuais, pode alterar a
resposta do paciente a um fármaco. As afecções clínicas e concomitantes e as
características pessoais do estilo de vida também devem ser consideradas ao se
escolher uma terapia farmacológica. (ver fatores que afetam a resposta do paciente a
um medicamento).
Além disso, é importante lembrar que certos medicamentos têm tendência a criar
tolerância e dependência nos pacientes. Ocorre tolerância a um medicamento
quando o paciente tem redução da resposta ao fármaco com o decorrer do tempo. O
paciente passa então a necessitar de doses maiores para produzir a mesma
resposta.
A tolerância refere-se à dependência de medicamentos, em que o paciente
demonstra uma necessidade física ou psicológica do fármaco. A dependência física
produz sintomas de abstinência quando se interrompe o medicamento, ao passo que
a dependência psicológica leva a um comportamento de busca do fármaco.
29
Interações medicamentosas
Podem ocorrer interações farmacológicas entre medicamentos ou entre
fármacos e alimentos. Essas interações podem interferir nos resultados de um
exame laboratorial ou produzir incompatibilidades físicas ou químicas. Quanto maior
o número de medicamentos tomado por um paciente, maior a probabilidade de
ocorrer uma interação entre eles.
As possíveis interações entre medicamentos incluem:
• Efeitos aditivos;
• Potencialização;
• Efeitos antagonistas;
• Diminuição ou aumento da absorção;
• Diminuição ou aumento do metabolismo e da excreção.
Pode ocorrer um efeito aditivo quando dois fármacos com ações semelhantes
são administrados a um paciente. Os efeitos obtidos equivalem à soma dos efeitos
produzidos pela administração isolada de cada fármaco em doses mais elevadas.
A administração conjunta de dois fármacos como dois analgésicos tem várias
vantagens potenciais: administração de doses menores de cada medicamento,
menor probabilidade de reações adversas e maior controle da dor do que aquele
obtido com um medicamento administrado isoladamente (provavelmente devido a
diferentes mecanismos de ação).
Ocorre um efeito sinérgico, também denominado potencialização, quando dois
medicamentos que produzem o mesmo efeito são administrados concomitantemente
e um deles potencializa (isto é, aumenta o efeito) do outro. O resultado é a produção
de efeitos mais pronunciados do que os observados quando cada um é administrado
isoladamente.
Ocorre uma interação antagonista quando a combinação de resposta de dois
medicamentos é menor do que a resposta produzida por cada um deles
administrados isoladamente.
Dois medicamentos administrados simultaneamente podem modificar a absorção
de um deles ou de ambos:
30
• Os fármacos que alteram a acidez do estômago podem afetar a capacidade
de outro medicamento dissolver-se no estômago.
• Alguns fármacos podem interagir e formar um composto insolúvel que não
pode ser absorvido.
Uma vez absorvido, o medicamento é transportado pelo sangue, que o distribui por
todo o corpo na forma livre ou ligado às proteínas plasmáticas.
Quando dois medicamentos são administrados concomitantemente, eles
podem competir pelos sítios de ligação das proteínas, resultando em aumento dos
efeitos do fármaco, à medida que separa-se da proteína, tornando-se livre.
Podem ocorrer níveis tóxicos de um medicamento quando seu metabolismo e
excreção são inibidos por outro fármaco. Algumas interações farmacológicas só
afetam a excreção.
As interações entre fármacos também podem alterar certos exames
laboratoriais e produzir alterações no eletrocardiograma de um paciente.
As interações entre medicamentos e alimentos podem alterar os seus efeitos
terapêuticos. O alimento também pode modificar a taxa e a quantidade do
medicamento absorvido pelo trato GI, afetando a sua biodisponibilidade – isto é, a
quantidade da dose do fármaco disponível na circulação sistêmica. Os
medicamentos também podem comprometer a absorção de vitaminas e minerais.
Alguns fármacos estimulam a produção de enzimas, aumentando o
metabolismo e a demanda de vitaminas, que são co-fatores enzimáticos (isto é, que
devem ligar-se à enzima para que esta possa funcionar). Além disso, podem ocorrer
interações perigosas. Assim, por exemplo, quando um alimento que contém tiramina
(como queijo cheddar envelhecido) é ingerido por uma pessoa em uso de inibidor da
monoamina oxidase, pode ocorrer crise hipertensiva.
32
Obs: para que uma reação alérgica ocorra, o paciente deve ter tomado o
medicamento antes, todavia, pode ocorrer reação tóxica em qualquer pessoa se a
dose administrada for suficientemente elevada.
33
FARMACISTA
“Uma Introdução às Ciências
Farmacêuticas”
MÓDULO III
Sistema Imunológico
34
Leucócitos
Os leucócitos são classificados em dois grupos:
• granulóciotos: representados por neutrófilos, eosinófilos e basófilos;
caracterizamse por possuírem núcleo de forma irregular e apresentarem grânulos
específicos no citoplasma;
35
A tabela a seguir apresenta um resumo sobre esses tipos de leucócitos.
Plaquetas
As plaquetas são fragmentos anucleados de células. Elas permanecem no sangue
por cerca de 9 dias e depois são degradadas, sendo repostas pela fragmentação de
megacariócitos da medula óssea. Como as plaquetas participam dos processos de
coagulação do sangue, valores abaixo do mínimo no intervalo de referência
considerado normal indicam que a pessoa tem maior dificuldade de coagulação do
sangue.
36
Linfa e Sistema Linfático
As células dos tecidos do corpo humano são banhadas pelo fluído intersticial,
formado a partir do plasma que sai da porção arterial dos capilares sanguíneos. O
excesso desse fluido precisa retornar ao sangue, o que acontece em grande parte na
porção venosa dos capilares sanguíneos. Entretanto, cerca de 10% do fluido
intersticial não retorna diretamente para o sangue, sendo coletado pelo sistema
vascular linfático. O líquido assim recolhido recebe o nome de linfa e é
transportado para o sangue por capilares, vasos e dutos linfáticos.
Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo.
Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em
dois grandes dutos principais: o duto torácico e o duto linfático direito. Esses
dutos desembocam em veias próximas ao coração.
O ducto torácico recebe toda a linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado
esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax.
No trajeto dos vasos linfáticos encontram-se nódulos linfáticos ou linfonodos
(formados por tecido linfóide), que atuam basicamente como “filtros” da linfa. Esta,
antes de retornar ao sangue, sempre passa por pelo menos um linfonodo.
37
A composição da linfa é semelhante à do fluido intersticial dos tecidos onde ela se
forma. Por exemplo, a linfa formada no fígado tem maior concentração de proteínas
que a formada na região do intestino, onde a linfa pode ser muito rica em gordura.
Isso ocorre porque o sistema linfático é uma das vias de absorção de nutrientes do
intestino, sendo principalmente responsável pela absorção de gorduras. Além disso,
na linfa estão presentes também linfócitos.
Nos linfonodos ocorrem linfócitos, macrófagos e plasmócitos. Quando a linfa passa
pelo linfonodo, os macrófagos fagocitam microrganismos patogênicos (que podem
causar doenças), como as bactérias, que tenham conseguido penetrar no corpo e
que estejam sendo transportadas pela linfa. Isso provoca uma resposta de defesa: os
linfócitos do linfonodo proliferam, muitos deles diferenciando-se em plasmócito, que
sintetizam anticorpos. Os linfonodos assim estimulados aumentam de tamanho,
sendo muitas vezes palpáveis na pele, principalmente na região do pescoço.
A seguir comentaremos com mais detalhes os mecanismos de defesa do corpo
humano.
38
Mecanismos inespecíficos
A pele
A pele é o revestimento mais externo do corpo humano e está em contato direto com
todos os micróbios (organismos microscópicos) do meio ambiente, representados por
vírus, bactérias, fungos e protistas, além de alguns pequenos animais patogênicos.
A pele protege o corpo por ser uma barreira quase impenetrável, com suas várias
camadas de células epiteliais intimamente unidas entre si. Além disso, a oleosidade
e o suor tornam a superfície da pele ácida, o que impede o desenvolvimento de
alguns microrganismos. O suor também é rico em lisozima, uma enzima que ataca e
digere a parede celular de muitas bactérias, levando-as à morte. Apesar de a pele
ser uma barreira quase intransponível, pequenas lesões muitas vezes imperceptíveis
em sua superfície permitem a entrada de microrganismo. Outros agentes de doenças
também podem penetrar ativamente perfurando a pele, o que acontece com larvas
de alguns parasitas, como as dos vermes que causam a esquistossomose e o
amarelão.
As membranas mucosas
As membranas mucosas são formadas por epitélio associado ao tecido conjuntivo e
revestem os tratos respiratório, digestório e urogenital. Elas impedem a entrada de
microrganismos patogênicos, constituindo uma importante barreira física. A saliva,
as lágrimas e as secreções mucosas que envolvem a superfície dos epitélios
expostos eliminam muitos dos invasores em potencial. Nessas secreções,
especialmente nas das vias aéreas superiores e ao redor dos olhos, também existe a
enzima lisozima.
O muco produzido pelas células glandulares calciformes dos epitélios das vias
aéreas superiores é uma barreira física importante pois retém os microrganismos.
Envoltos por muco, os microrganismos são eliminados das vias aéreas superiores
pela ação dos cílios presentes no epitélio, sendo conduzidos até a cavidade nasal,
de onde são expelidos.
No alimento que ingerimos também podem existir microrganismos e muitos deles
são mortos as passarem pelo trato digestório. Isso ocorre pela ação dos sucos
digestivos e pela acidez do estômago decorrente da produção de ácido clorídrico por
células da mucosa estomacal.
Fagócitos
A segunda linha de defesa inespecífica depende principalmente de células com
grande capacidade de fagocitose, genericamente chamadas fagócitos,
representados pelos neutrófilos e pelos macrófagos.
Células danificadas ou infectadas liberam alarmes químicos, que atraem os
neutrófilos do sangue. Estes saem dos capilares, dirigem-se para a área infectada e
fagocitam os micróbios invasores, destruindo-os. Os neutrófilos chegam em grande
número ao local infectado, mas além de destruírem os microrganismos patogênicos,
também se autodestroem.
39
Os macrófagos não morrem em decorrência de sua atividade de defesa, como
ocorre com os neutrófilos. Os macrófagos chegam aos locais infectados logo depois
dos neutrófilos, também orientados pelas substâncias químicas liberadas. Eles
fagocitam microrganismos invasores, restos de células mortas por ação dos
neutrófilos e mesmo os próprios neutrófilos já destruídos, fazendo um serviço de
“limpeza”.
Além dessas células que realizam intensa atividade fagocitária, contribuem também
na defesa inespecífica do corpo os eosinófilos. Eles têm menor capacidade de
fagocitose e são mais importantes nos processos que envolvem a defesa contra
organismos patogênicos maiores que as bactérias. É o caso por exemplo do verme
Schistossoma mansoni, que causa a esquistossomose. Vários eosinófilos envolvem
externamente o verme e lançam sobre ele enzimas destrutivas que estavam
armazenadas nos grânulos do citoplasma.
Resposta inflamatória
Uma das respostas inespecíficas a uma infecção é a inflamação.
Esse processo inicia-se com a liberação, no local lesado, de histamina, produzida
pelos basófilos e mastócitos, e de prostaglandina, produzida por leucócitos e células
dos tecidos danificados. Essas substâncias promovem a dilatação de vasos no local,
determinando aumento do fluxo sanguíneo na região afetada e fazendo com que ela
fique avermelhada, e inchada. Além disso, essas substâncias promovem aumento da
permeabilidade dos vasos sanguíneos, propiciando a saída de células e plasma dos
capilares.
Em seguida, as células danificadas liberam substâncias químicas que atraem os
neutrófilos e os macrófagos, os quais se dirigem para o local fagocitando os agentes
invasores. Nos locais inflamados pode haver formação de pus, que corresponde
basicamente ao acúmulo de células fagocitárias mortas durante o combate aos
invasores.
40
No processo inflamatório geralmente sai plasma dos capilares, o que acaba
causando inchaço ou edema. Assim, locais inflamados ficam inchados,
avermelhados e doloridos.
A inflamação, dentro de certos limites, é benéfica, pois é uma resposta de defesa do
corpo na tentativa de destruir agentes invasores, mas deve ser sempre
acompanhada por médico, que pode dar orientação adequada em cada caso.
O que acabamos de discutir se refere a uma resposta inflamatória local. No entanto,
quando a inflamação é maior essa resposta pode ser generalizada pelo corpo, sendo
chamada sistêmica. As substâncias químicas liberadas pelas células lesadas
estimulam a liberação de grande número de neutrófilos da medula óssea. Assim,
verifica-se aumento no número desses glóbulos no sangue, ampliando a ação
fagocitária contra os microrganismos patogênicos.
Febre
Uma das respostas sistêmicas do corpo a uma infecção é a febre, que é
desencadeada por toxinas produzidas pelo agente patogênico e também por
substâncias chamadas pirogênicas, liberadas principalmente pelos macrófagos
quando estão destruindo os agentes infecciosos. Essas substâncias chegam ao
cérebro pela corrente sanguínea, estimulando o aumento da temperatura do corpo, o
que caracteriza a febre.
41
Essa elevação da temperatura intensifica a fagocitose, aumenta a velocidade
de reações químicas e acelera processos de regeneração das áreas lesadas do
corpo. Entretanto, temperaturas altas são prejudiciais ao organismo pois podem
provocar desnaturação protéica, processo em que proteínas perdem a forma e
consequentemente a função. Assim, sempre que há aumento da temperatura do
corpo é importante procurar assistência médica a fim de receber orientação e
tratamento adequado.
Especifidade
A especificidade refere-se à capacidade do sistema imunitário de reconhecer e
eliminar certos microrganismos ou substâncias estranhas ao corpo. O elemento
estranho capaz de estimular uma resposta imune é denominado antígeno e
geralmente é uma proteína ou polissacarídeo. O sistema imunitário responde ao
42
antígeno produzindo uma proteína chamada anticorpo, que é específica para aquele
antígeno.
Antígenos podem estar presentes nos envoltórios de vírus, bactérias, fungos,
protistas e vermes parasitas, e também na superfície de materiais estranhos ao
corpo humano, como pólen e tecidos transplantados.
43
Memória
A memória refere-se a capacidade que o sistema imunitário tem de reconhecer
novamente um mesmo antígeno e reagir contra ele, produzindo rapidamente mais
anticorpos específicos.
Existem dois tipos de resposta imune: a humoral e a celular.
Imunidade humoral
A imunidade humoral (humor = fluido corporal) está relacionada aos anticorpos
presentes no sangue e na linfa.
Ao nascer, uma criança já recebeu de sua mãe, através da placenta, anticorpos
prontos, obtendo ainda outros durante a amamentação.
Ao longo da vida, diversos anticorpos são formados, e desse processo participam os
linfócitos B.
Tais linfócitos são produzidos na medula óssea e passam para a corrente sanguínea
já amadurecidos, com anticorpos expostos em uma membrana plasmática. Cada
linfócito B produz apenas um tipo de anticorpo. Assim, no meio dos linfócitos B que
circulam normalmente no corpo existem vários anticorpos já prontos. Esses linfócitos
não se dividem espontaneamente no sangue. Entretanto, quando um antígeno
penetra no corpo, ele é reconhecido pelo linfócito B que já tem em sua membrana
plasmática o anticorpo específico; então, esse linfócito aumenta de tamanho e divide-
se por mitose. Formam-se duas células que também se dividem por mitose, sendo
esse processo repetido várias vezes até que se formem numerosas células
geneticamente idênticas entre si. Essas células compõem um clone daquele tipo de
linfócito B.
Muitos desses linfócitos transforma-se em plasmócitos, células que conseguem
sintetizar grande quantidades de anticorpo específico, liberando-o na corrente
sanguínea, no plasma e fluido intercelular. Esses anticorpos reagem com o antígeno,
inativando-o e tornando-o mais fácil de ser fagocitado por macrófagos, neutrófilos e
eosinófilos.
44
Os anticorpos podem também facilitar a ação de proteínas especiais do sangue,
chamadas proteínas de complemento. Nesse caso, depois de unidos às moléculas
de antígenos presentes no envoltório de microrganismos patogênicos como as
bactérias, os anticorpos combinam-se a essas proteínas de complemento
desencadeando a formação de poros na célula bacteriana, que se rompe.
45
Essas células têm vida longa e ficam prontas para entrar em atividade assim que o
mesmo antígeno penetrar novamente no corpo. Por isso, a produção de anticorpos
num segundo encontro com o mesmo antígeno (resposta secundária) é mais rápida
que no primeiro encontro (resposta primária).
Imunidade Celular
A imunidade celular é mediada pelos linfócitos T.
Esses linfócitos são produzidos na medula óssea vermelha, mas amadurecem no
timo. Eles não produzem anticorpos, mas possuem na face externa da membrana
plasmática glicoproteínas denominadas receptores da células T.
Cada linfócito T possui um único tipo de receptor que reconhece um único tipo de
antígeno. Assim, há alta especificidade entre receptor e antígeno. Entretanto, o
receptor não reage com antígenos solúveis e nunca se dissocia da membrana do
linfócito. A resposta imune, neste caso, ocorre célula a célula.
Quando um microrganismo patogênico penetra no corpo humano, ele pode ser
fagocitado pelos macrófagos ou invadir células dos diferentes tecidos. Nos
macrófagos, a maior parte dos antígenos é digerida, mas podem sobrar fragmentos
que se ligam a proteínas especiais, chamadas MHC (do inglês, major
histocompatibility complex = complexo principal de histocompatibilidade), presente no
interior dos macrófagos. O complexo MHC-antígeno migra para a face externa da
membrana plasmática, constituindo uma forma de apresentação do antígeno aos
linfócitos T.
46
Nas células dos diferentes tecidos também existem proteínas MHC que se ligam a
fragmentos de antígenos provenientes de micróbios invasores. Forma-se o complexo
MHC-antígeno, que se dispõe na membrana plasmática da célula infectada atuando
na apresentação do antígeno.
As proteínas MHC podem ser de duas classes: a classe I ocorre nas células dos
diferentes tecidos e a classe II, principalmente nos macrófagos. Isso determina qual
tipo de linfócito irá atuar.
47
A resposta imunitária secundária está relacionada ao mecanismo de “memória”, que
é prontamente ativado quando o organismo volta a entrar em contato com o
antígeno.
Desse modo, as vacinas atuam como uma primeira inoculação de antígeno,
“programando” o organismo para produzir rapidamente mais anticorpos caso o
indivíduo entre em contato com as formas ativas dos antígenos causadores de
doenças.
Os soros desencadeiam um mecanismo de imunização passiva. Neste caso são
introduzidos no organismo os anticorpos já prontos para o combate a um antígeno. É
um tipo de imunização utilizada quando se deseja uma resposta rápida do
organismo.
Em caso de mordida de serpente peçonhenta, por exemplo, cujas toxinas podem
matar em pouco tempo, não é possível esperar que o próprio organismo reaja
produzindo anticorpos, pois esse processo é lento. Então injeta-se um soro
antiofídico, que já contém os anticorpos prontos para atuar.
Outro exemplo de utilização de soros é no caso de pessoas que se ferem e são
contaminadas pela bactéria causadora do tétano. O soro antitetânico deve ser
aplicado o mais rápido possível caso a pessoa não tenha recebido a vacina
antitetânica.
No entanto, a duração da imunização passiva é passageira, ao contrário da
imunização ativa. Isso porque a pessoa recebe os anticorpos prontos que
combaterão os antígenos antes mesmo de eles terem ativado o sistema imunitário.
Portanto, nesse caso a informação não fica registrada na “memória” do organismo.
A produção de soros para a imunização passiva é feita do seguinte modo:
determinado antígeno atenuado é inoculado em um mamífero, geralmente um
cavalo, que passa a produzir anticorpos contra esse antígeno. Após algum tempo, a
dose é reforçada, o que provoca aumento na quantidade de anticorpos no sangue.
Depois, coleta-se um pouco do sangue do cavalo inoculado e separa-se dele o soro,
que contém os anticorpos. Esse soro é preparado e utilizado nas pessoas.
Para cada tipo de antígeno há um tipo específico de soro. Por exemplo, se uma
pessoa for mordida por cascavel, deverá tomar o soro anticrotálico; se for mordida
por jararaca, deverá tomar o soro antibotrópico; se for mordida por cobracoral,
deverá tomar o soro antielapídico. Caso a pessoa não saiba por qual tipo de
serpente foi mordida, recomenda-se o uso do soro polivalente, que é uma mistura de
soro anticrotálico e antibotrópico.
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49
FARMACISTA
“Uma Introdução às Ciências
Farmacêuticas”
MÓDULO IV
50
Analgésicos
• agentes anestésicos.
• os DAINE;
51
Drogas antiflamatórias não esteróides
Como o próprio nome sugere, as DAINE são frequentemente utilizados para
combater a inflamação, e sua ação antiinflamatória iguala-se à da aspirina.
Possuem também efeitos analgésicos e antipiréticos, porém são raramente
prescritos para a febre.
Nesta classe estão incluídos os seguintes farmacos: indometacina, ibuprofeno,
acido mefenâmico, fenilbutazona, celecoxib, piroxicam e sulindac.
Farmacodinâmica
Os pesquisadores acreditam que as DAINE produzem seus efeitos ao inibir a
síntese de prostaglandinas. Por exemplo, uma nova-classe de DAINE, denominados
inibidores da ciclooxigenase-2 (Cox2), inibem a Cox-2, uma enzima responsável pela
síntese de prostaglandinas. Outro tipo de DAINE, os fenamatos, podem competir com
as prostaglandinas nos sítios de ligação do receptor.
Farmacoterapia
As DAINE são utilizadas principalmente para diminuir a inflamação. São
secundariamente utilizadas para aliviar a dor, porém raramente prescritas como
antipiréticos.
As seguintes condições respondem favoravelmente ao tratamento com DAINE: •
espondilite anquilosante Doença articular inflamatória que afeta inicialmente a
coluna vertebral;
Anti-histamínicos
Os anti-histamínicos atuam principalmente bloqueando os efeitos da histamina
observados numa reação de hipersensibilidade imediata (tipo I), comumente
denominada reação alérgica. Esses fármacos são disponíveis isoladamente ou em
produtos de combinação, podendo ser adquiridos com ou sem prescrição médica.
53
Os anti-histamínicos aliviam os sintomas de uma reação alérgica, como congestão
nasal e rinite. Não fornecem ao corpo imunidade à alergia em si.
Farmacodinâmica
Os antagonistas dos receptores H1 competem com a histamina pelos
receptores H1 existentes sobre as células efetoras (células que causam sintomas
alérgicos), bloqueando os efeitos da histamina.
É preciso ressaltar que, embora a ligação da histamina seja bloqueada, a liberação
global dá histamina continua.
Os antagonistas dos receptores H1 produzem seus efeitos através dos seguintes
mecanismos:
• bloqueio da ação da histamina sobre os pequenos vasos sanguíneos;
Corticosteróides
Os corticosteróides naturais são hormônios produzidos pelo córtex suprarenal. Os
corticosteróides são em sua maioria, formas sintéticas desses hormônios.
55
Os corticosteróides naturais e sintéticos são classificados de acordo com suas
atividades biológicas:
• Os glicocorticóides, como o acetato de cortisona e da dexametasona, afetam
o metabolismo dos carboidratos e das proteínas.
Glicocorticóides
Os glicocorticóides são, em sua maioria, análogos sintéticos dos hormônios
secretados pelo córtex supra-renal. Exercem efeitos antiinflamatórios, metabólicos e
imunossupressores. Os fármacos nessa classe incluem:
• beclometasona;
• betametasona;
• cortisona;
• dexametasona;
• hidrocortisona;
• metilpredinisolona;
• prednisolona;
• prednisona;
• triancinolona.
Farmacodinâmica
Os glicocorticóides suprimem as respostas imune e de hipersensibilidade
através de um processo que ainda não está totalmente esclarecido. Os
pesquisadores acreditam que os glicocorticóides inibem as respostas imunes:
• ao suprimir ou impedir as reações imunes mediadas por células;
56
celular, estabilizando a membrana lisossomal (uma estrutura no interior da célula que
contém enzimas digestivas), de modo que não há liberação das reservas de enzimas
hidrolíticas presentes nas células.
Como os corticosteróides, os glicocorticóides impedem o extravasamento de
plasma através dos capilares, suprimem a migração dos leucócitos
polimorfonucleares (células que destroem e digerem os microrganismos) e inibem a
fagocitose (ingestão e destruição).
Para garantir um trabalho perfeitamente executado, os glicocorticóides
diminuem a formação de anticorpos nos tecidos lesados ou infectados e interrompem
a síntese de histamina, o desenvolvimento dos fibroblastos, a deposição de colágeno
e a dilatação e permeabilidade dos capilares.
Farmacoterapia
Além de seu uso na forma de terapia de reposição para pacientes com insuficiência
adrenocortical, os glicocorticóides são prescritos para imunossupressão e redução
da inflamação e pelos seus efeitos sobre o sistema hematológico e linfático.
Interações Medicamentosas
• Os efeitos de depleção de potássio dos corticosteróides podem ser
potencializados pela anfoteracina B, clortalidona, ácido etacrínico, furosemida
e diuréticos tiazídicos.
• osteoporose;
• úlceras pépticas;
• diabetes mellitus;
• hiperlipidemia;
• atrofia supra-renal;
Agentes antiinfecciosos
A escolha de um agente antimicrobiano apropriado para o tratamento de uma
infecção específica envolve diversos fatores importantes:
• Em primeiro lugar, é preciso isolar e identificar o microrganismo – geralmente
através de seu crescimento em cultura.
• Por fim, é preciso considerar o custo do medicamento, bem como seus efeitos
adversos potenciais e a possibilidade de alergias no paciente.
58
*O uso indiscriminado dos agentes antimicrobianos possui sérias conseqüências.
A exposição desnecessária dos microrganismos a esses medicamentos estimula o
desenvolvimento de cepas resistentes. Essas cepas resistentes tendem a causar
muito mais dano do que seus predecessores.
Os agentes antimicrobianos devem ser reservados para pacientes com infecções
causadas por microrganismos sensíveis e ser prescritos em doses suficientemente
altas e por um período de tempo apropriado. Os novos agentes antimicrobianos
devem ser reservados para pacientes gravemente enfermos acometidos de infecções
graves que não respondem aos fármacos convencionais.
• aminoglicosídios;
• penicilinas;
• cefalosporinas;
• tetraciclinas;
• clindamicina e lincomicina;
• macrolídios;
• vancomicina;
• carbapenens;
• monobactâmicos;
• fluorquinolonas;
• sulfonamidas;
• nitrofurantoína.
59
Aminoglicosídeos
Os aminoglicosídios atualmente utilizados incluem:
• sulfato de amicacina;
• sulfato de gentamicina;
• sulfato de canamicina;
• sulfato de neomicina;
• sulfato de netilmicina;
• sulfato de paromomicina;
• sulfato de estreptomicina;
• sulfato de tobramicina.
Farmacocinética
Como os aminoglicosídios são poucos absorvidos pelo trato GI, costumam ser
administrados por via parenteral. Após administração IV ou IM, a absorção dos
aminoglicosídios é rápida e completa.
Farmacodinâmica
Os aminoglicosídios atuam como agentes bactericidas (isto é, têm a capacidade
de matar bactérias) contra microrganismos sensíveis através de sua ação sobre um
ribossoma específico no microrganismo, interrompendo a síntese de proteínas,
consequentemente inibindo as estruturas da bactéria que são essenciais para a vida
da mesma.
Penicilinas
As penicilinas continuam sendo um dos agentes antibacterianos de maior
importância e utilidade, a despeito da disponibilidade de vários outros fármacos. As
penicilinas podem ser divididas em quatro grupos:
• penicilinas naturais;
• aminopenicilinas;
Distribuição
60
As penicilinas distribuem-se amplamente pela maioria das regiões do corpo,
incluindo pulmões, fígado, rim, músculo, osso e placenta. Aparecem também altas
concentrações na urina, tornando as penicilinas úteis no tratamento ITU.
Farmacodinâmica
As penicilinas geralmente possuem ação bactericida. Ligam-se reversivelmente a
várias enzimas fora da membrana citoplasmática da bactéria.
Essas enzimas, como proteínas de ligação das penicilinas, estão envolvidas na
síntese da parede celular e na divisão da célula. A interferência nesse processo inibe
a síntese da parede celular, causando rápida destruição da célula.
Farmacoterapia
Nenhuma outra classe de agentes antibacterianos oferece um espectro de
atividade antimicrobiano tão amplo quanto as penicilinas.
A penicilina é administrada por injeção IM quando a administração oral é
inconveniente ou quando a aderência do paciente ao tratamento é duvidosa. Como
as preparações de penicilina G de ação longa (penicilina G benzatina e penicilina G
procaína) são relativamente insolúveis, devem ser administradas por via IM.
Interações medicamentosas
• As tetraciclinas e o cloranfenicol reduzem a ação bactericida das penicilinas.
Reações adversas
As reações de hipersensibilidade constituem as principais reações adversas às
penicilinas e incluem:
• Reações anafiláticas;
Cefalosporinas
Nesses últimos anos, foram introduzidos inúmeros agentes antibacterianos para o
uso clínico, denominados cefalosporinas.
As cefalosporinas são reunidas em gerações, de acordo com sua eficácia contra
diferentes microrganismos, suas características e desenvolvimento:
61
• as cefalosporinas de segunda geração incluem: cefaclor, nafato de
cefamandol, cefmetazol sódico, cefprozil, ceftibuteno, cefuroxima axetil e
cefuroxima sódica.
Farmacocinética
Muitas cefalosporinas são administradas por via parenteral, uma vez que não são
absorvidas pelo trato GI. Algumas cefalosporinas são absorvidas pelo trato GI e,
portanto, podem ser administradas por via oral; todavia, a presença de alimentos
geralmente retarda a absorção dessas cefalosporinas orais.
Excreção
Todas as cefalosporinas são excretadas principalmente em sua forma inalterada
pelos rins, à exceção da fefoperazona, que são excretadas nas fezes através da bile.
Farmacodinâmica
As cefalosporinas inibem a síntese da parede celular em conseqüência de sua
ligação a enzimas bacterianas conhecidas com PBP, que se localizam na membrana
celular. Após lesão da parede celular em decorrência de ligação do fármaco à PBP,
os mecanismos de defesa natural do organismo destroem as bactérias.
62
Tetraciclinas
Farmacodinâmica
Todas as tetraciclinas são principalmente bacteriostáticas, o que significa que elas
inibem o crescimento ou a multiplicação das bactérias. As tetraciclinas penetram na
célula bacteriana por um processo que depende de energia. No interior da célula,
ligam-se basicamente a uma subunidade do ribossoma, inibindo a síntese de
proteínas necessária para a manutenção da célula bacteriana.
Interações medicamentosas
• As tetraciclinas podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais e a ação
bactericida da penicilina.
63
• Essas substâncias, à exceção da doxiciclina e da minociclina, também podem
interagir com leite e seus derivados, que se ligam aos medicamentos e impedem
sua absorção.
Macrolídeos
• estolato de eritromicina;
• etilsuccinato de eritromicina;
• gliceptato de eritromicina;
• lactobionato de eritromicina;
• estearato de eritromicina.
• claritromicina.
Farmacodinâmica
Os macrolídeos inibem a síntese de proteínas dependentes do ácido ribonucléico
(RNA) ao atuar numa pequena porção do ribossoma, de forma muito semelhante à
clindamicina.
Reações adversas
• desconforto epigástrico;
• náusea;
• vômitos;
Fluoroquinolonas
As fluoroquinolonas são antibióticos sintéticos estruturalmente semelhantes.
Esses fármacos são administrados principalmente a pacientes com ITU, bem
como para o tratamento de infecções respiratórias superiores, pneumonia e
gonorréia. As fluoroquinolonas incluem:
• mesilato de alatrofloxacina;
64
• ciprofloxacina;
• enoxacina;
• gatifloxacina;
• levofloxacina;
• lomefloxacina;
• moxifloxacina;
• norfloxacina;
• esparfloxacina;
• trovafloxacina.
Farmacodinâmica
As fluoroquinolonas atuam através da interrupção da síntese do ácido
desoxirribunucléico (DNA) durante a replicação bacteriana. Em conseqüência, as
bactérias não podem se multiplicar.
Sulfonamidas
As sulfonamidas foram os primeiros agentes antibacterianos sistêmicos eficazes.
Incluem:
• co-trimoxazol;
• sulfadiazina;
• sulfametoxazol;
• sulfisoxazol.
Farmacodinâmica
A sulfonamidas são agentes bacteriostáticos que impedem o crescimento dos
microrganismos ao inibir a produção de ácido fólico. A síntese reduzida da ácido
fólico diminui o número de nucleotídeos bacterianos, inibindo o crescimento das
bactérias.
65
FARMACISTA
“Uma Introdução às Ciências
Farmacêuticas”
66
Atenção Farmacêutica ao Paciente Hipertenso
67
preocupação por alcançar os objetivos terapêuticos, representa o processo de
Atenção Farmacêutica.
Um dos estudos que avaliaram o impacto da Atenção Farmacêutica é o projeto
TOMCOR (Therapeutic Outcomes Monitoring in Coronary patients), estudo
multicêntrico elaborado pela Universidade da Flórida e desenvolvido na Espanha que
possuiu como objetivo avaliar os efeitos da Atenção Farmacêutica sobre pacientes
com doenças coronárias. Os resultados evidenciaram uma diminuição na taxa anual
de reinfartos no grupo de intervenção e uma menor utilização de recursos de saúde.
A proposta de atenção farmacêutica ao paciente hipertenso surge como uma
maneira de amparar o prescritor e o paciente junto aos complexos fatores envolvidos
com a hipertensão arterial.
Considerando as variáveis que envolvem a hipertensão e a necessidade de vários
profissionais em conjunto para reatá-la, o farmacêutico pode atuar de diversas
maneiras para auxiliar o paciente:
- Facilitador da adesão ao tratamento – A adesão ao tratamento pode ser
definida como o grau de coincidência entre a prescrição e o comportamento do
paciente (Nobre et al, 2001). Segundo os mesmos autores, a falta de adesão ao
tratamento anti- hipertensivo é um fator inegável que os profissionais da área da
saúde evidenciam na prática clínica.
Cabe ao farmacêutico avaliar a prescrição médica e reforçar os conselhos do
prescritor ao paciente e aconselhar para a necessidade do cumprimento das
medidas farmacológicas e não-farmacológicas.
- Auxiliar o paciente junto aos fatores de risco – a prevenção dos fatores de
risco pode diminuir a mortalidade da população hipertensa associada ao uso de
medicamentos (Giorgi, 1998).
Entre os fatores mais importantes associados à hipertensão, pode-se citar:
a) Obesidade
b) Tabagismo
c) Colesterol Elevado
- Auxiliar para minimizar os fatores que dificultam o tratamento: trabalho realizado por
Resende (1998) mostrou que alguns fatores que dificultam o tratamento são:
dificuldades de acesso ao atendimento ambulatorial do SUS, desconhecimento de
68
fatores de risco da doença, insatisfação com o atendimento prestado pelos
profissionais da saúde e limitação da capacidade física.
c) Medidas Associadas
69
- Abandono do tabagismo
Tratamento Medicamentoso
Princípios gerais:
- O medicamento deve ser eficaz por via oral, bem tolerado e permitir o menor
número possível de doses diárias;
Medicamentos Anti-Hipertensivos:
- Diuréticos
O mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos está relacionado, numa primeira
fase, à depleção de volume e, a seguir, à redução da resistência vascular periférica
de mecanismos diversos.
São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial, dandose
preferência aos diuréticos tiazídicos e similares. Diuréticos de alça são reservados
para situações de hipertensão associada à insuficiência renal e cardíaca.
Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena potência diurética, mas
quando associados à tiazídicos e diuréticos de alça são úteis na prevenção e no
tratamento de hipopotassemia.
Entre os efeitos indesejados dos diuréticos, ressalta-se fundamentalmente a
hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia, e a hiperuricemia. É
ainda relevante o fato de que os diuréticos podem provocar intolerância à glicose.
Podem, também, promover aumento dos níveis séricos de triglicérides, em geral
dependente da dose. Em muitos casos, provocam disfunção sexual.
- Inibidores Adrenérgicos
• Ação Central:
Atuam estimulando os receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos (alfametildopa,
clonidina e guanambezo) e/ou os receptores imidazolidínicos (monoxidina) no
sistema nervoso central, reduzindo a descarga simpática.
70
Esses fármacos podem ser úteis em associação com medicamentos de outras
classes terapêuticas, particularmente quando existem evidências de hiperatividade
simpática.
Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se, sonolência, sedação, boca seca, fadiga,
hipotensão postural e impotência.
• Alfa-1 bloqueadores
Apresentam baixa eficácia como monoterapia, devendo ser utilizados em
associação com outros anti-hipertensivos. Eles podem induzir o aparecimento de
tolerância farmacológica, que obriga o uso de doses crescentes, mas têm a
vantagem de propiciar melhora do metabolismo lipídico (discreta) e da urodinâmica
(sintomas) de pacientes com hipertrofia prostática.
Os efeitos indesejáveis mais comuns são: hipotensão postural, palpitação e,
eventualmente, astenia.
• Betabloqueadores
O mecanismo anti-hipertensivo, complexo, envolve diminuição do débito cardíaco,
redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das
catecolaminas nas sinapses nervosas.
Estes medicamentos são eficazes como monoterapia. Aqueles com atividade
simpatomimética intrínseca são úteis em gestantes hipertensas e em pacientes com
feocromocitoma. Constituem a primeira opção na hipertensão arterial associada à
doença coronariana e arritmias cardíacas. Entre as reações adversas desse grupo,
destacam-se: broncoespasmo, bradicardia excessiva, distúrbios da condução
atrioventricular, depressão miocárdica, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos,
depressão psíquica, astenia e disfunção sexual.
Do ponto de vista metabólico, podem acarretar intolerância à glicose,
hipertrigliceridemia e redução do HDL-colesterol.
- Vasodilatadores Diretos
Os medicamentos desse grupo, como a hidralazina e o minoxidil, atuam
diretamente sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento
muscular com conseqüente vasodilatação e redução da resistência vascular
periférica. Em conseqüência da vasodilatação arterial direta, promove retenção
hídrica e taquicardia reflexa, o que contra-indica seu uso como monoterapia,
devendo ser utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores.
- Antidiabéticos Orais
O controle glicêmico é fundamental para a prevenção de complicações micro e
macrovasculares e pode ser realizado pela administração de hipoglicemiantes orais
ou insulina.
Os antidiabéticos orais estão reservados para o tratamento da diabetes tipo 2,
sem complicações por cetoacidose. De um modo geral, nos diabéticos deste tipo
consegue-se um controle regular da glicemia com os antidiabéticos orais. Além do
73
controle da glicose são também importantes na prevenção das complicações
associadas a esta doença tais como: doença cardiovascular, cegueira, IR e gangrena
dos membros inferiores.
As sulfoniluréias exercem a sua ação hipoglicemiante por estimulação da
secreção da insulina residual endógena, e são eficazes em doentes com um mínimo
de função pancreática. Está também associada uma ação em longo prazo
aumentando a resposta metabólica à insulina circulante. A hipoglicemia é o acidente
mais grave nos pacientes idosos que seguem esta terapêutica e está associada ao
uso das sulfoniluréias de longa duração de ação, por isso, devem-se preferir, neste
grupo etário, fármacos de ação curta como a glicazida em vez da cloropropamida ou
da glibenclamida.
Os novos fármacos orais atuam por um efeito estimulante sobre as células
beta aumentando a produção de insulina endógena, caso da glimepirida, sulfoniluréia
com eficácia semelhante à da glibenclamida, gliclazida e glipizida.
A ação hipoglicemiante destes fármacos pode ser potencializada pelo esforço
físico, stress, álcool ou por medicamentos que promovam alteração na ligação às
proteínas plasmáticas.
Todas as sulfoniluréias são contra-indicadas na presença de cetoacidose.
As biguanidas, tais como metformina, não modificam a secreção de insulina;
inibe a absorção gastrintestinal de glicose, a neoglicogênese hepática e aumentam a
utilização periférica da glicose. Atuam na presença de insulina endógena, por isso,
semelhante às sulfoniluréias, só são eficazes em diabéticos com pâncreas endócrino
ainda funcionante. São fármacos úteis nos doentes obesos em que tenha ocorrido
falência terapêutica das sulfoniluréias ou em complemento destas, por possuírem um
mecanismo de ação diferente. A metformina reduz a insulina circulante sem causar
hipoglicemia e diminui as complicações macrovasculares do diabetes em 30%. É
geralmente bem tolerada, mas os pacientes podem apresentar desconforto
gastrintestinal e náuseas.
Existe ainda a classe das tiazolidinedionas, denominadas glitazonas, cujo
mecanismo de ação aumenta ou parcialmente minimiza, de forma seletiva, certos
efeitos da insulina, no metabolismo dos hidratos de carbono e dos lipídios; usa-se no
diabetes tipo 2 e em outras situações acompanhadas de resistência à insulina.
Dentro deste último grupo existem com interesse terapêutico a rosiglitazona e a
pioglitazona.
Os inibidores da alfa-glicosidase, tais como a acarbose, retardam a digestão
do amido e da sacarose de uma refeição que contenha hidratos de carbono,
reduzindo a sua absorção e condicionam, conseqüentemente, atraso e redução nos
níveis de glicemia pós-prandial. O seu efeito resulta da ação local no intestino, motivo
pelo qual a acarbose só é ativa se administrada por via oral e ingerida antes das
refeições. Apesar de permitir a redução das doses de outros antidiabéticos quando
se lhes associa, não os substitui. Nos efeitos adversos referem-se situações
gastrintestinais (flatulência, aerofagia, diarréia e distensão abdominal) e hepáticas
(aumento das transaminases). Há ainda referências ocasionais a sonolência,
tonturas, cefaléias e redução da triglicemia.
A nateglinida, um derivado da fenilalanina, química e farmacologicamente
diferente dos outros fármacos antidiabéticos, é um secretagogo da insulina, usado
74
por via oral, de ação rápida e cujo efeito depende do funcionamento das células beta
dos ilhéus pancreáticos. Está indicada para administração cerca de 15 a 20 minutos
- Insulina
A insulina é um hormônio polipeptídico de estrutura complexa, extraído,
principalmente, do pâncreas de porco e purificado por cristalização. Pode ser obtido,
também, biossinteticamente por tecnologia de DNA recombinante a partir da
Escherichia coli ou semi-sinteticamente por modificação enzimática.
As preparações disponíveis diferem quanto à sua duração de ação, podendo
esta ser prolongada através do recurso a artifícios de cristalização ou à fixação sobre
uma proteína, como a protamina. De acordo com as características farmacocinéticas,
ou seja, consoante o seu início de ação, a sua duração de ação e o tempo
necessário para atingir a sua concentração máxima, as insulinas são classificadas
em:
• Insulinas de ação ultra-rápida ou ultracurta
• Insulinas de ação rápida ou de curta duração de ação
• Insulinas de ação intermédia
• Insulinas de longa duração de ação ou de ação lenta
• Insulinas de ação ultralenta
As insulinas de ação rápida existem em solução cristalina, de absorção
subcutânea (SC) rápida e com um início de ação 30 a 45 minutos após a
administração.
As insulinas de ação mais prolongada existem sob a forma de suspensão,
adicionadas de protamina (por exemplo), com o objetivo de retardar sua absorção.
Os efeitos adversos da insulina podem ser metabólicos, imunológicos e locais.
Para obter um aumento na eficácia terapêutica da insulina e diminuir os riscos da sua
utilização, o paciente deve estar devidamente informado sobre os cuidados e
preocupações com a sua medicação.
Deve ocorrer uma preocupação especial com a administração de insulina em
pacientes predispostos à hipoglicemia, nos submetidos à terapêutica com
betabloqueadores e nos indivíduos com doença coronariana ou cérebro-vascular,
bem como nos alcoólicos.
Nas recomendações de utilização sobre o medicamento é importante informar
sobre as condições de conservação e sobre as exigências de controle da glicemia.
Como conseqüência de um mau seguimento da terapêutica pode surgir situações de
hiperinsulinemia, hipoglicemia ou hiperglicemia.
76
Na hipercolesterolemia, uma dieta adequada deve incluir a redução de gorduras
saturadas e colesterol (carnes vermelhas, gema de ovo, leite integral, queijos,
manteiga de origem animal, frituras, vísceras, torresmo) e sua substituição por
gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas (encontradas principalmente nos óleos
vegetais e peixes). Na hipertrigliceridemia deve-se reduzir a ingestão de bebidas
alcoólicas e de carboidratos (sacarose, batata e massas em geral). Além disso, como
regra, deve-se consumir maior quantidade de frutas, verduras e legumes.
- Resinas de troca
As resinas de troca (colestiramina e colestipol) são fármacos não absorvidos que
diminuem a absorção de sais biliares e, conseqüentemente, do colesterol.
Os efeitos colaterais relacionam-se ao aparelho digestivo, por interferir na
motilidade intestinal, como dores abdominais, náuseas e obstipação intestinal.
A colestiramina é apresentada em envelopes de 4g na forma de grânulos, podendo
ser ingerida diluída em água e sucos.
É o fármaco de escolha em crianças e mulheres no período reprodutivo, não deve
ser utilizada na hipertrigliceridemia.
Deve ser utilizada como adjuvante às vastatinas no tratamento das
hipercolesterolemias graves.
- Fibratos
São fármacos derivados do ácido fíbrico, indicados no tratamento da
hipertrigliceridemia endógena sempre que houver falha na intervenção dietética
específica. São absorvidos rapidamente pelo intestino e secretados pela urina, com
ação verificada após o quinto dia de tratamento.
Fazem parte desse grupo: clofibrato, bezafibrato, fenofibrato, genfibrosila, etofibrato
e ciprofibrato.
77
Os fibratos, que geralmente devem ser administrados durante as refeições, são, em
geral, bem tolerados. Porém, podem causar efeitos colaterais como: náuseas,
vômitos, dores abdominais, diarréia, tontura, cefaléia, prurido, dores musculares, etc.
Não podem ser utilizados com pacientes com alteração renal ou hepática,
- Ácido Nicotínico
Diminui o LDL-C em 5-25%, aumenta o HDL-C em 15-35% e diminui as
triglicérides em 20-50%.
As limitações ao uso desse fármaco são freqüentes efeitos colaterais, como
rubor facial, hiperglicemia, hiperuricemia e alterações no trânsito intestinal.
Estratégia
Como um primeiro passo, cabe ao farmacêutico dispor de um conhecimento
mínimo sobre dislipidemia (etiopatogenia, diagnóstico, classificação e formas de
tratamento). Além destes conhecimentos, são apresentadas a seguir algumas
medidas úteis ao profissional que atua na farmácia comunitária:
78
- O farmacêutico nunca deverá propor mudanças no curso do tratamento
da doença. Caso esteja definitivamente convencido que o paciente não está
recebendo um tratamento satisfatório é seu dever orientá-lo a procurar outro médico.
paciente.
Ainda que não exista a cura, existem, atualmente, tratamentos eficazes que
permitem controlar adequadamente os sintomas da asma.
Os medicamentos podem ser encontrados na forma de pílulas, comprimidos,
líquidos para nebulização ou inaladores. Alguns medicamentos contêm corticóides.
Algumas pessoas precisam utilizar mais que um tipo de medicamento para tratar de
sua asma.
Os medicamentos para a asma se dividem principalmente em duas categorias: de
resgate e de controle. Utiliza-se um medicamento de controle para o tratamento em
longo prazo da doença, porém é importante ter disponível o medicamento de resgate
para ser administrado no caso de uma crise.
• Redução da inflamação;
Dois fatores são muito importantes para que estes benefícios sejam alcançados:
uso correto do dispositivo e uso diário regular dos corticóides inalatórios. Os
tipos de inaladores presentes no mercado são:
• Nebulizadores
• Inaladores de pó-seco.
81
que 4 anos. Em geral, são utilizados em conjunto com algum outro medicamento de
controle.
Os antagonistas dos receptores de leucotrienos bloqueiam a ação dos chamados
leucotrienos, que são substâncias que liberam as células dos pulmões durante um
ataque de asma. Os leucotrienos produzem inflamação da parede das vias aéreas, o
que desencadeia sintomas tais como chiados, falta de ar e mucosidade.
O montelukast é um medicamento aprovado para o controle da asma em adultos
e crianças a partir dos 6 meses de idade. O medicamento, a partir de uma única
ingestão diária, permite controlar os sintomas durante 24 horas. Ele é apresentado
em quatro formas: pílulas para crianças entre 6 meses e 5 anos; tabletes mastigáveis
com sabor de cereja para crianças entre 2 e 5 anos; tabletes mastigáveis com sabor
de cereja para crianças de 6 a 14 anos; e tabletes para adultos e adolescentes a
partir dos 15 anos.
O papel do farmacêutico
A asma é uma doença que pode ser grave e incapacitadora, e pode causar
desde sérios inconvenientes à qualidade de vida do paciente, como internações ou
dias de repouso em casa, com conseqüente ausência trabalhista, perdas de
escolaridade para as crianças e visitas não programadas ao médico. Todavia, hoje a
asma tem tratamento, seus sintomas são controláveis e o paciente pode levar uma
vida mais normal.
Os sintomas da asma podem ser reduzidos com o tratamento adequado e um
trabalho feito em conjunto entre médico, paciente e farmacêutico. Juntos irão
desenvolver um plano adequado para a prevenção e combate das crises,
melhorando assim a qualidade de vida do asmático. Como se trata de uma doença
alérgica respiratória é muito importante saber quais os fatores que desencadeiam a
asma. Os mais comuns são: alérgenos (poeira, mofo, pêlos de animais) e fatores
irritantes como infecções virais, infecções dos seios da face, determinados tipos de
exercício, doenças do refluxo gastresofágico, fatores emocionais como a ansiedade e
alguns tipos de medicamentos e alimentos.
Os medicamentos possuem a finalidade de reduzir o processo inflamatório.
Eles são usados para impedir a crise, e em muitos casos são consumidos
diariamente e, por isso, o acompanhamento do farmacêutico se torna imprescindível.
A Atenção Farmacêutica, aliada à conduta médica é muito importante nos casos de
asma, por ser uma doença crônica que precisa de cuidados constantes.
Cabe ao farmacêutico contribuir para a educação dos doentes, fornecendolhes
informações sobre a doença, as medicações e outras medidas para controlar a
asma, ensiná-los a utilizar corretamente os diversos dispositivos para administrar
medicação por via inalatória, monitorizar o uso dos medicamentos, identificarem os
asmáticos mal controlados, encorajando-os a procurar auxílio médico, ajudá-los a
compreender o plano de tratamento e promover a adesão à terapêutica.
Quanto aos inaladores, é muito importante que o paciente aprenda a forma correta
de utilizá-los, caso contrário o medicamento será pulverizado para o fundo da
garganta e não para os pulmões. A maior parte dos inaladores é feita de uma caixa
82
de metal, dentro de um estojo de plástico com um bocal. E deve ser utilizado como
segue:
- Primeiramente, deve-se agitar a caixa, expirar e colocar o bocal a
7,5cm da boca.
- Se o inalador não possuir uma câmara de retenção (ou espaçador), não
se deve fechar a boca em torno do bocal. Manter a boca aberta dá espaço ao
medicamento para se transformar em vapor ou pó fino antes da inalação.
- A seguir, segurando a caixa na vertical, deve-se pressionar a parte de
cima da caixa, inspirando profundamente ao mesmo tempo. - Não respire durante
alguns segundo e, depois, expire.
- É importante limpar regularmente o inalador e a câmara de retenção
84
De acordo com o Guía de Actuación Farmacêutica en la Gestante (MANI &
FERNANDEZ, 2006) se faz necessária uma avaliação de cinco aspectos para que
haja a administração de fármacos durante a gravidez, incluindo os riscos para o feto,
as alterações farmacocinéticas, propriedades físico-químicas do fármaco,
características da placenta e fase de desenvolvimento embrionário.
- Alterações farmacocinéticas
As alterações farmacocinéticas presentes na gravidez que podem alterar a
resposta da mãe aos fármacos são:
• Absorção: é aumentada nos fármacos de caráter básico e os de liberação
lenta;
85
• Excreção: a gestação aumenta a excreção.
• Grau de Dissociação
- Características da placenta
As características da placenta podem interferir na ação dos fármacos como
demonstrado abaixo:
Características da placenta
Espessura Quanto menos espessa, melhor a difusão de fármacos (é
mais espessa no início da gestação).
Superfície Quanto maior a superfície, melhor a difusão (a superfície
aumenta no decorrer da gravidez).
Fluxo pH 0,1 mais ácido que o materno, portanto maior
Sangüíneo penetração dos fármacos básicos.
Fonte: MANI & FERNANDEZ, 2006
86
• Etapa de organo-formação (da terceira a oitava semana): É uma etapa crítica
de teratogenicidade para o feto, podendo ocasionar aborto, defeito anatômico
teratogênico, defeito metabólito funcional permanente que poderá se
manifestar mais adiante, durante a vida, com efeitos sobre o metabolismo,
fisiologia ou comportamento do indivíduo.
• Parto: Não é propriamente uma fase, mas deve-se dispensar atenção especial
uma hora antes, pois depois de cortar o cordão umbilical do recém-nascido,
este deverá eliminar o fármaco do seu organismo ainda que os órgãos para a
função sejam imaturos.
87
FARMACISTA
“Uma Introdução às Ciências
Farmacêuticas”
88
1. O que é medicamento?
89
• Medicamento de Referência – produto inovador registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão
federal competente, por ocasião do registro (lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de
1999).
3. Via parenteral
91
Às vezes, as medicações administradas por seu efeito local apresentam ações
sistêmicas; por exemplo, uma reação colateral como febre pode resultar da aplicação
tópica de uma pomada em uma incisão.
Esta via, assim como as outras, possui as suas peculiaridades, vantagens e
desvantagens.
Vantagens
• Absorção mais rápida e completa.
• Maior precisão em determinar a dose desejada.
• Obtenção de resultados mais seguros.
• Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas pelos
sucos digestivos.
• Possibilidade de administração no paciente sem consciência (desacordado).
Desvantagens
• Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da droga.
• Em casos de engano pode provocar lesão considerável.
• Em função do rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir infecção.
• Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la.
1. Lavar as mãos.
2. Certificar-se do medicamento a ser aplicado, dose, via e paciente a que se
destina.
3. Antes de abrir a ampola, certificar-se de que toda a medicação está no corpo da
ampola e não no gargalo. Se não estiver, fazer a medicação descer, fazendo
movimentos rotatórios com a ampola.
4. Retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha com algodão
embebido em álcool.
5. Abrir a ampola.
6. Preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maior calibre (25 x 9, 10 ou 12).
7. Aspirar o líquido da ampola e introduzir no frasco (a agulha deve apenas
atravessar a tampa da rolha).
92
8. Retirar a seringa.
9. Homogenizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a formação de
espuma.
10. Colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser aspirado.
11. Soerguer o frasco, aspirando.
12. Virar a seringa com a agulha para cima, em posição vertical e expelir o ar que
tenha penetrado.
13. Desprezar a agulha usada para aspirar.
14. Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropriado à solubilidade da
droga e à espessura do tecido subcutâneo do paciente.
15. Manter a agulha protegida com protetor próprio.
16. Identificar a seringa e colocá-la na bandeja com o algodão e o recipiente com
álcool a 70%.
6. Antissepsia
A antissepsia é feita com substâncias que removem, destroem ou impedem o
crescimento de microorganismos da flora transitória e alguns residentes da pele e
mucosas, chamados antissépticos.
O antisséptico de escolha deve ser aquele que melhor se adeque aos
parâmetros de ação sobre a microbiota em questão, tolerância do profissional e
custo. Para o uso hospitalar são mais indicados: álcool glicerinado a 2% 70Gl (que
não resseca tanto a pele e é virucida e tuberculicida), iodóforos como PVPI e
gluconato de clorhexidina.
Também podem ser utilizados sabões que são sais sódicos (ácidos graxos +
radicais básicos). Têm ação tensoativa (detergente) permitindo a retirada pela água
de sujidades e microorganismos não residentes. Sua qualidade depende dos
materiais empregados na sua confecção.
Alguns trabalhos recomendam o uso de sabões mais antimicrobianos para
lavagem de mãos. Esse procedimento não é válido pelo CDC (Centers for Disease
Control).
Os antissépticos podem ser definidos como substâncias hipoalergênicas de
93
baixa causticidade que matam ou inibem crescimento de microorganismos quando
aplicados sobre a pele. Não devem ser usados sobre superfícies (com exceção do
iodo e do álcool que possuem ação desinfetante).
No âmbito hospitalar os mais utilizados são álcool etílico, gluconato de
Clorhexidina e os compostos de iodo. Perdem sua efetividade sobre influência de luz,
temperatura, pH e tempo. Os principais são:
É indicado para:
• Desinfetar artigos semicríticos e superfícies fixas.
• Fazer antissepsia de mãos após lavação.
• Antissepsia de pele antes de venopunção. • Antissepsia de coto umbilical em
recém-nascido.
É indicado para:
• Antissepsia em pele e mucosas (solução aquosa a 4%).
• Antissepsia complementar e demarcação da pele no campo operatório
(solução alcoólica em álcool 70% de 0,5% de Clorhexidina).
• Degermação de campo cirúrgico e antissepsia de mãos e antebraços no pré-
operatório (detergente líquido + solução aquosa a 4%).
• Casos de alergia ao PVPI.
• Em epidemias ou surtos de Staphylococcus aureus para antissepsia de mãos
e banho em recém-nascidos.
Iodóforos
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• PVPI (polivinilperrolidona 10% iodo 1%) age penetrando na parede celular e
substituindo seu conteúdo por iodo livre.
1. Cinco certos
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O mesmo autor enfatiza que as reações das pessoas às diferentes
medicações variam. A reação do paciente a qualquer medicação é importante
e deve ser cuidada.
É importante atentar que, às vezes, os pacientes apresentam reações
colaterais, como consequência de uma medicação (náuseas, vômitos, diarreia, por
exemplo).
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O uso desses equipamentos devem ser regulamentados e no Brasil
a NR 6 é a norma regulamentadora destes.
Alguns exemplos de EPI: capacetes, abafadores de ruído, máscaras, óculos,
viseiras, sapatos, botinas, botas e luvas.
Para os profissionais de saúde o uso desses equipamentos é indispensável
porque os protege de acidentes com pérfuro-cortantes, de secreções dos pacientes,
de levar micoorganismos seus para o paciente e vice-versa, etc.
97
Os materiais como laminas de barbear, agulhas ampolas de vidro, pontas
diamantadas, laminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares devem ser
desprezados em recipientes especiais como as caixas de perfurocortantes, pois
apresentam elevados riscos de acidentes e contaminação. A caixa deve ser
preenchida até 2/3 da sua capacidade.
Caixa de perfurocortantes
98
3. Problemas que podem ocorrer na via parenteral
• Infecções
Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em consequência de
condições predisponentes do cliente, tais como: mau estado geral e presença de
focos infecciosos.
As infecções podem ser de dois tipos:
- infecção local na qual a área apresenta-se avermelhada,
inturnescida, mais quente ao toque e dolorida.
99
Pode haver acúmulo de pus, denominado abscesso.
• Fenômenos alérgicos
Os fenômenos alérgicos aparecem em função da susceptibilidade do indivíduo ao
produto usado para antissepsia ou as drogas injetadas.
100
absorção do antígeno, ocasionando infiltração, edema, hemorragia e necrose no
ponto de inoculação.
No choque anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com congestionamento
da face, seguida de palidez, alucinações, agitação, ansiedade, tremores, hiperemia,
cianose, edema de glote, podendo levar à morte.
• Embolias
Resultam da introdução na corrente sanguínea de ar, coágulos, óleos ou cristais
de drogas em suspensão. É um acidente grave consequente da falta de
conhecimento e habilidade do profissional.
Pode ser em função da falta de aspiração antes de injetar uma droga, introdução
inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via intravenosa, ou
da aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosas,
causando a rutura de capilares, com conseqüente microembolias locais ou gerais.
• Traumas
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular. No trauma
psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recusa do tratamento,
podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exagerada contração muscular,
impedindo a penetração da agulha, acarretando acidentes ou a contaminação
acidental do material.
101
É sempre de grande importância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes da
aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recursos psicológicos faz-se
necessária uma imobilização adequada do cliente a fim de evitar outros danos.
Os traumas tissulares são de etiologias diversas, podendo ser conseqüência
da agulha romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou ferimentos,
hemorragias, hematomas, equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisias, nódulo e
necroses, causando por técnica incorreta, desconhecimento dos locais adequados
para as diversas aplicações, falta de rodízio dos locais de aplicação ou variações
anatômicas individuais.
102
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6. Lavagem das mãos
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O antisséptico de escolha deve ser aquele que melhor se adeque aos
parâmetros de ação sobre a microbiota em questão, tolerância do profissional e
custo. Para o uso hospitalar são mais indicados: álcool glicerinado a 2% 70Gl (que
não resseca tanto a pele e é virucida e tuberculicida), iodóforos como PVPI e
gluconato de Clorhexidina.
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O Vírus da Imunodeficiência Humana, conhecido como HIV (sigla originada do
inglês: Human Immunodeficiency Virus), é um vírus pertencente à classe dos
retrovírus e causador da AIDS. Ao entrar no organismo humano, esse vírus pode
ficar silencioso e incubado por muitos anos. Esta fase denomina-se assintomática e
relaciona-se ao quadro em que uma pessoa infectada não apresenta nenhum
sintoma ou sinal da doença.
O período entre a infecção pelo HIV e a manifestação dos primeiros sintomas
da AIDS irá depender, principalmente, do estado de saúde da pessoa.
O HIV age no interior das células do sistema imunológico, responsável pela
defesa do corpo. Ao entrar na célula, o HIV passa a fazer parte de seu código
genético. As células do sistema imunológico que são mais atingidas pelo vírus são os
linfócitos CD4+, usados pelo HIV para fazer cópias de si mesmo
As células do sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo vírus
começam a funcionar com menos eficiência e, com o tempo, a habilidade do
organismo em combater doenças comuns diminui, deixando a pessoa sujeita ao
aparecimento de vários tipos de doenças e infecções.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Significa que, no sangue,
foram detectados anticorpos contra o vírus. Há muitas pessoas soropositivas que
vivem durante anos sem desenvolver a doença. No entanto, podem transmitir aos
outros o vírus que trazem consigo.
106
6. Orientações após acidentes
107
• Se a fonte for HIV positivo, o profissional deverá receber aconselhamento
sobre a infecção e o risco de sua ocorrência e deverá iniciar a profilaxia para o
HIV de acordo com normas institucionais e da vigilância de saúde.
• Se o profissional que foi exposto ao HIV apresentar qualquer doença febril
dentro de um período de 12 semanas após a exposição, o médico deverá ser
comunicado e novas condutas deverão ser tomadas.
• Se o teste do profissional foi negativo para HIV, o exame deve ser repetido
dentro de seis semanas, depois com 12 semanas e seis meses após
exposição. O profissional está assegurado também a solicitar um novo exame
com 10 a 12 semanas de acordo com a necessidade observada.
• Caso os testes realizados para HIV e para HbsAg sejam negativos, o
acompanhamento deve ser feito dentro de 12 semanas.
A sala para preparo de medicações deve ser um ambiente arejado, com boa
iluminação e com tela para proteção contra insetos nas janelas. Deve conter
armários e bancadas com gavetas, pias e coletores de materiais perfuro cortantes.
Preferencialmente, não utilizar pias para preparo de medicamentos para evitar
respingos e contaminação das medicações em preparo.
A sala e a bancada utilizadas devem ser limpas sempre que necessário e ao
termino de cada plantão. As bolas de algodão devem ser guardadas secas e o álcool
em uma almotolia. Nunca manter as bolas de algodão embebidas em álcool, pois
isso favorece a contaminação. Além disso, as bolas de algodão devem ser mantidas
em recipiente com tampa. Deve-se observar na prescrição médica o nome do
paciente, data da prescrição, nome do medicamento, dosagem e horário a ser
administrado. Em relação ao medicamento, observar aspecto da substância (se não
existe alteração de coloração, presença de depósitos ou turvação) e validade das
drogas. Por fim, cita-se a importância da lavagem das mãos a fim de evitar infecções
cruzadas. Lavá-las sempre que for preparar medicação, após a administração e entre
a manipulação de pacientes.
1. Transmitir confiança.
2. Aplicar compressas quentes ou cubos de gelo um pouco antes da aplicação.
3. Introduzir a agulha rapidamente.
4. Injetar a solução vagarosamente.
5. Deixar na seringa uma pequena bolha de ar que, injetada no final, evitará a dor,
especialmente no caso de soluções irritantes para os tecidos. 6. Fazer rodízio de
locais de aplicações, evitando áreas doloridas.
7. Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando agulhas
calibrosas demais.
8. Manter o paciente em posição confortável e apropriada.
9. Não aplicar com agulhas de pontas rombas ou rombudas.
108
10. Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de penetração da
agulha. Massagear a área, a não ser que haja contraindicação.
11. Existem medicamentos doloridos que são acompanhados de diluentes com
anestésico.
1. Técnicas de aplicação
1.3 Intramuscular
Vantagem
• Medicações irritantes para o tecido subcutâneo podem ser feitas por essa via.
• Maior quantidade de medicamento.
• Absorção mais rápida por causa da grande vascularização do tecido.
Desvantagem
Local de aplicação
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superior externo, 5 a 7,5 cm abaixo da crista ilíaca. Nesta área, grandes vasos e
nervos são evitados.
Angulação da agulha
Materiais
• Seringa (de 1 a 10 mL).
• Agulha 19 a 22.
• Medicação prescrita.
• Algodão e álcool a 70%.
Volume
Administração
• Medicação preparada.
• Músculo apalpado.
• Pele limpa.
• Introduz-se a agulha em um ângulo de 90° com delicadeza e firmeza.
• O êmbolo é puxado para assegurar que a agulha não penetrou nenhum vaso.
• Injeta-se medicação.
• Remove-se agulha rapidamente.
• Massagem com algodão a 70%.
Complicações
• Abscesso.
• Lesões nervosas.
• Cistos.
• Necrose tecidual.
110
1. Glúteo máximo.
2. Glúteo médio.
3. Glúteo mínimo.
Um dos locais da região glútea que pode ser utilizado para injeção
intramuscular é o quadrante superior externo (dorsoglúteo), no qual a solução é
introduzida no músculo máximo.
A área de aplicação pode ser delimitada traçando uma linha imaginária
horizontal que parta do final da prega glútea à espinha ilíaca, e uma linha vertical no
meio dessa linha horizontal, de modo que o glúteo se divida em quatro quadrantes.
O angulo de aplicação em relação à pele é de 90°.
É contraindicada em crianças de 0 a 2 anos, adultos excessivamente magros
e adultos com mais de 60 anos.
Podem ocorrer acidentes, como lesão do nervo ciático, causando paralisia do
músculo dorsoflexor do pé, necrose das áreas glúteas, formação de nódulos e
infiltrados subcutâneos.
Técnica em Z
111
1.5 Subcutânea
Vantagem
Desvantagem
Local de aplicação
Área dos braços, faces anterior ou lateral das coxas e porção ventral e inferior
da parede abdominal.
O tecido subcutâneo está logo abaixo do tecido cutâneo, ou pele. Este possui
menor quantidade de receptores sensoriais que a própria pele; por conseguinte,
praticamente indolor.
112
• A pele deve estar livre de irritações, coceiras ou quaisquer sinais de
inflamação:
- vermelhidão.
- calor.
- edema.
- parestesia.
- dor.
113
Materiais
• Seringa (1 a 50 mL).
• Agulha 20 x 6 ou 7 e 10 x 6 ou 7, para soluções aquosas e 20 x 8 ou 10 x 8
para soluções oleosas.
• Medicação prescrita.
• Algodão e álcool a 70%.
Volume
• Até 3 ml.
Administração
• Escolha do local.
• Limpeza com solução antisséptica.
• Espera a pele secar.
• Retire o ar da seringa-agulha.
• Faça a medicação.
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