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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

CLIVE JOÃO FACHE

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DO ARTIGO 33.º/1 DA LEI N.º7/2014 DE 28


DE FEVEREIRO FACE AO ARTIGO 70.º DA CRM.

QUELIMANE, 2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS

CLIVE JOÃO FACHE

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DO ARTIGO 33.º/1 DA LEI N.º7/2014 DE


28 DE FEVEREIRO FACE AO ARTIGO 70.º DA CRM.

Proposta de tema, a ser submetido a Faculdade


de Ciências Sociais e Politicas da Universidade
Católica de Moçambique, para a elaboração do
projecto de monografia.

QUELIMANE, 2022

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Introdução
Segundo o artigo 70.º da Constituição da República de Moçambique, os cidadãos têm o
direito de impugnar judicialmente contra os actos que violem os seus direitos e interesses
reconhecidos pela constituição e pela lei.

Porém, o artigo 33.º/1 da Lei do Contencioso Administrativo, diz que “só é admissível
recurso “contencioso” de actos administrativos definitivos e executórios”, que é uma decisão
com força obrigatória e dotada de exequibilidade sobre um determinado assunto, tomada por
um órgão de uma pessoa colectiva de direito público. Ou seja, aqui prevalece o princípio da
exaustão do acto administrativo nos meios administrativos graciosos previstos no artigo 18.º
da lei n.º14/2011 de 10 de Agosto, em que para o administrado recorrer judicialmente sobre
um acto administrativo arguido de vícios determinante da sua nulidade, anulabilidade ou
inexistência jurídica, este deve esgotar toda reclamação graciosa.

No meu entender, este princípio é inconstitucional, e já é sabido que uma norma é


considerada inconstitucional quando é contrária ou viola os preceitos estabelecidos na
Constituição.

Portanto são consideradas inconstitucionais todas as previsões que impõem a interposição de


recurso hierárquico necessário como condição de acesso contencioso.

Resumindo, essa norma é inconstitucional porque põe em causa o princípio da plenitude


jurisdicional consagrado na lei fundamental. Portanto a CRM estabelece de forma inequívoca
que “o cidadão tem direito de recorrer aos tribunais contra actos que violem seus direitos e
interesses recnhecidos pela Constituição e pela lei. (artigo 70.º e 69.º CRM): não prevê
portanto a questão da definitividade e executoriedade do acto administrativo que consta na
alinea a) do artigo 1 do Decreto 30 conjugado ao artigo 33.º/1 da Lei do Contencioso
Administrativo, como condição para o recurso contencioso.

 Até que ponto o preceito estabelecido na Constituição da República de Moçambique


no seu artigo 70.º “Direito de recorrer aos tribunais”, tem eficácia material como
garantia dos administrados para fazer valer os seus direitos?

Delimitação temática

De acordo com CERVO como sendo a selecção de um tópico ou parte a ser focalizada.
Entretanto, nas ideias deste escritor, o presente estudo será delimitado ao nível espacial,
temporal e disciplinar. Em outras palavras MARCONI & LAKATOS defendem que

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delimitar “constitui sobretudo a sua limitação geográfica espacial com vista a realização de
uma boa pesquisa”.

 Didáctica: O estudo enquadra-se na cadeira de Direito Administrativo e Contencioso


Administrativo..

Objectivos da pesquisa

O vocábulo “objetivo”, tomado em seu sentido genérico, denota pretensão, intencionalidade –


finalidades sempre propostas quando se deseja buscar, descobrir e realizar qualquer acção.
Nestes termos, RAMOS e NARANJO, citado por VIDA , defendem que os objectivos
“permite precisar o fim da investigação e tem como característica as especificidades
orientadas para alcançar o que é central”, numa outro perspectiva defende CERVO et all,
quando defende que os objectivos (…) definem muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo
de problemas ser seleccionado e o material a colectar. Assim o presente estudo desdobrasse
em dos grandes objectivos, nomeadamente: objectivo geral e objectivos específicos.

A presente pesquisa tem como obectivo central, compreender o alcance e a eficácia do direito
do cidadão impugnar judicialmente contra os actos que violem os seus direitos e interesses,
estabelecidos no artigo 70º da CRM.

E tem como objecticos específicos: abordar a efectividade das normas constitucionais,


identificar as formas de controlo da constitucionalidade dos actos.

Hipoteses

 H1: Propor a revisão da norma estabelecida no artigo 33.º/1 da Lei n.º7/2014 de 28 de


Fevereiro.
 H2: O Estado moçambicano não adopta meios legais com vista a fiscalização da
constitucionalidade.

Relevância jurídica

O estudo contribui para o cumprimento sério e efectivo das normas legais e o controlo das
mesmas por parte órgãos com competência face a violação dos direitos fundamentais dos
cidadãos, exclusivamente ao direito de recorrer aos tribunais.

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Referências bibliográficas

Legislação

Moçambique - Lei 7.º/2014 de 28 de Fevereito

Moçambique - Lei 14.º/2011 de 10 de Agosto

Constituição da República de Moçambique (CRM)

Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)

Metodológicas

MARCONI, Maia de Andrade; LAKATOS, Eva Maria, Fundamentos de Metodologia


Cientifica, 7ª ed. Editora atlas, são Paulo, 2010.

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