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Sociedades Comerciais

I. Noção de Sociedade

Juridicamente, a palavra sociedade pode ser considerada em duas acepções: uma, mais
ampla, a reunião de duas ou mais pessoas ligadas por meio de contrato, e neste sentido a
palavra sociedade é sinónimo de colectividade; outra, mais restrita, o próprio contrato
que une essas mesmas pessoas, ou seja, o contrato de sociedade.

II. Noção de Sociedade Comercial

Sociedades comerciais – são aquelas que tenham por objecto o exercício de acto de
comércio, constituem-se como tal e adoptem um dos tipos societários previstos no
artigo 82º. Refere-se a reunião de esforços entre duas ou mais pessoas denominadas de
sócios que combinam a aplicação dos seus recursos com o objectivo de desempenhar
certa actividade económica, visando a divisão dos lucros por ela gerada.

Se uma sociedade adopta um dos tipos previstos e permitidos para as sociedades


comerciais aplica-se o Código Comercial independentemente de ser civil ou comercial.
Ou seja, se visa o exercício de actos comerciais, a sociedade é comercial, mas se pratica
actos civis a sociedade é civil, em qualquer dos casos, se adoptar a forma de sociedade
em nome colectivo, por quotas, em comandita ou de capital e indústria é objecto do
Código Comercial.

Nos termos do art. 91º. do CC numa sociedade comercial o número mínimo de sócios
prescritos é de dois, salvo quando a lei exija número superior ou permita que a
sociedade seja constituída por um só sócio.

a) Requisitos Essenciais das Sociedades Comerciais

São duas as condições essenciais para que uma sociedade se considere comercial:

1- que tenha por objecto praticar um ou mais actos de cómercio;

2- Que se constitua em harmonia com os preceitos do Código Comercial.


b) Classificação das Sociedades

A. Quanto à responsalidade dos sócios:

1. Sociedades de responsabilidade ilimitada: sociedade em nome colectivo.

2. Sociedades de responsabilidade limitada: sociedades anónimas e por quotas.

3. Sociedades de responsabilidade mista: sociedades em comandita, simples e por


acções.

Mas, outras classificações das sociedades comerciais podem estabelecer-se. Segundo


pontos de vista diferentes, nomeadamente:

B. Quanto à legalidade da sua constituição:

1. Sociedades Comercais regulares

2. Sociedades comercais irregulares

C. Quanto à sua natureza, mais ou menos pessoal:

1. Sociedades de pessoas: sociedade em nome colectivo,

2. Sociedade de capitais: sociedades anónimas.

III. Sociedades Anónimas

O art 34º. do CC, dispõe que a firma das sociedades anónimas deve conter o aditamento
"Sociedade Anónima" ou, abreviadamente "SA". A sociedade anónima é mais
direcionada a grandes empreendimentos, caracteriza-se por ter uma estrutura mais
complexa, e por conferir um grau de maleabilidade do capital social, na medida em que
a transmissão das acções não está sujeita a forma especial. Sua desiganação de
sociedade anónima se associa à natureza das participações dos accionistas que não
carece de conhecimento mútuo entre eles. Ou seja, este tipo societário não releva para
seus efeitos constitutivos e ou funcionais de confiança entre os accionistas.
Acções das Sociedades Anónimas

As sociedades anónimas devem no mínimo ter três accionistas, sejam eles pessoas
singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiros, salvo nos casos em que o estado,
directamente ou por intermédio de Empresa Público, Estatal ou outra entidade
equiparada por lei, fique como accionista, as quais podem constituir-se com um único
accionista. E, a responsabilidade destes accionistas perante terceiros é limitada ao valor
das acções que subscreveram.

Neste tipo societário, o capital social encontra-se dividido em acções e cada acção
representa a percentagem do capital social mas, ela tem a potencialidade de representar
um título de crédito porque uma vez emitidas, elas representam títulos de créditos. O
conceito de acção apresenta-se comportando vários sentidos. A doutrina alemã
destingue três sentidos da acção.

As acções das sociedades anónimas podem ser nominativas ou ao portador. A distinção


entre acções nominativas e ao portador tende a perder o seu significado na medida em
que começa-se a exigir que as acções ao portador sejam registadas ou depositadas para
posterior transmissão. O seu registo ou déposito permite o conhecimento dos seus
futuros titulares colocando ao descoberto a possibilidade do anonimato. Visto que, as
acções nominativas poderão ser registadas ou escriturais.

Transmissibilidade das Acções

Relativamente a transmissibilidade, nos termos do número 2 e 3 do art. 384º. do CC, os


títulos nominativos transmitem-se entre vivos por endosso lavrado no próprio título e
averbamento no livro de registo de acções e os títulos ao portador, transmitem-se por
simples entrega, dependendo o exercício dos direitos a eles inerentes da sua pose.

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