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PCA – PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL

(PSU – MG, 2019) Recém-nascido, sexo feminino, com 23 dias de vida, em aleitamento materno
exclusivo. História de parto cesáreo, a termo, peso ao nascimento 3.200 gramas. Consulta na
Unidade Básica de Saúde com relato de que, há uma semana, começou a apresentar cansaço às
mamadas e suando muito. Ao exame físico, observa-se bom estado geral com taquipneia,
pressão arterial divergente, pulsos com amplitude aumentada, precórdio hiperdinâmico e sopro
contínuo com irradiação e audível também no dorso. Assinale o diagnóstico MAIS PROVÁVEL
para esse caso:

a) Coarctação de aorta
b) Comunicação interatrial (CIA)
c) Estenose aórtica valvar
d) Persistência do canal arterial (PCA)

Relembrando a circulação fetal:

• Pulmões fetais são repletos de líquido, por isso há uma alta resistência vascular
pulmonar e menos de 10% do débito cardíaco do feto passa por eles.
• O feto apresenta uma baixa pressão arterial sistêmica devido à baixa resistência
vascular da placenta.
• Para suprir as necessidades num ambiente de hipóxia relativa, os shunts direito-
esquerdo promovem a passagem do sangue da direita para esquerda por meio
do forame oval e do canal arterial.
Forame oval desvia o sangue do átrio direito para o átrio esquerdo (AE) que
segue depois para ventrículo esquerdo e aorta. Já o canal arterial desvia mais
de 90% do sangue da artéria pulmonar para a aorta.

Após o nascimento, com a redução da resistência pulmonar e aumento da


pressão sistêmica, canal arterial perde sua função e fecha, assim como o forame
oval.

Definição
Persistência do canal arterial (PCA) é uma das cardiopatias congênitas mais frequentes
na idade pediátrica e representa em torno de 7% dos defeitos cardíacos.
O canal arterial, que normalmente fecha espontaneamente nas primeiras horas de vida,
permanece pérvio e leva a hiperfluxo pulmonar (shunt esquerda-direita).
Quadro clínico
Canais arteriais pequenos podem ser pouco sintomáticos, apenas com sopro cardíaco
e exame físico normal.
Canais maiores podem levar à insuficiência cardíaca congestiva e ao precórdio
hiperdinâmico

Principais achados:
• Sopro “em maquinaria” que pode irradiar para dorso, fúrcula ou
infraclavicular esquerda.
• Pulsos em martelo d’água ou pulso de Corrigan (amplo e rápido)
• Pressão arterial divergente

Diagnóstico
ECG
• PCA pequeno, pode ser normal.
• PCA maior pode ter sobrecarga de AE e VE.

Radiografia de tórax
• Acentuação da trama vascular pulmonar
• Cardiomegalia
• Dilatação da artéria pulmonar e da aorta ascendente.
ECO SO

PRO EM MAQUINARIAPULSOS EM MARTELO D’ÁGUA


Tratamento
PCA pequeno em geral se fecham espontaneamente nas primeiras semanas ou meses
de vida.
PCA grande:
• Uso de indomerctina ou ibuprofeno
• Cirurgia para fechamento entre os 6 meses e 2 anos de idade se tratamento
farmacológico falhar. DIVERGENTE
REFERÊNCIAS:

ARRIETA, Raul. Tratamento intervencionista das cardiopatias congênitas: estado da


arte. Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo, p. 141-146, 2015.

SANTANA, Maria Virgínia Tavares. Cardiopatias Congênitas no Recém-nascido –


Diagnóstico e Tratamento, 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2014.

PARK, Myung K. Park Cardiologia Pediátrica, 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

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