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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Engenharia Mecânica

Éric Ribeiro

Felipe Souza

Lucas Sarmento

Luiza Melo

Relatório 3: Venturímetro : Medidor de Vazão

Belo Horizonte

2018
1.0- Introdução

O venturímetro ou tubo venturi é um medidor de vazão que foi proposto,


inicialmente, por Giovanni Battista Venturi quando observava o escoamento em
canais, por volta de 1797, porém foi fabricado por Herschel em 1887. É usado
para medição de vazão em tubulações.

Ele se utiliza de uma restrição na linha de fluxo para provocar variação


de velocidade e consequente queda de pressão, produzindo um diferencial de
pressão. Os medidores dessa categoria têm sua vazão calculada em função
desse diferencial, sendo:

Para o Venturímetro, esse diferencial de pressão é dado por uma


contração na seção transversal do tubo, tal como visto na figura abaixo:

Outros medidores de vazão que se utilizam de restrições de linha de


fluxo são: placa de orifício, bocal de fluxo e tubo de Pitot. Para q prática em
questão, apenas o Venturímetro foi estudado.

1.1. Objetivo

A prática tem como objetivo a medição da vazão de um fluido utilizando


um venturímetro.

1.1.2 Conceituação Teórica


Considere o fluxo de um fluido incompressível pelo venturímetro e
sejam:

A1 = Área da seção transversal 1-1;

A2 = Área da seção transversal 2-2;

V1 E V2 = Velocidade de escoamento do fluido nas seções 1-1 e 2-2,


respectivamente;

P1 E P2 = Pressões nas seções 1-1 e 2-2, respectivamente;

γ = Peso específico do fluido;

h1 E h2 = Altura em que os líquidos assumem nos piezômetros das


seções 1-1 e 2-2, a partir de um mesmo plano de referência;

An , Vn , Pn e h(n-n) = Área, velocidade de escoamento, pressão e


altura piezométrica numa seção genérica n-n do medidor Venturi.

Admitindo que não haja perda de carga na tubulação e que as


velocidades e alturas piezométricas mantenham-se constantes nas seções
consideradas, pode-se medir a vazão através da fórmula:

No entanto, existe perda de


carga e variação de velocidades entre as seções 1-1 e 2-2, sendo que os
valores medidos de Q são um pouco menores que os calculados usando a
equação (1). Assim, admitindo-se as discrepâncias, usa-se:
Onde é o coeficiente de descarga do venturímetro.

Este é um coeficiente prático introduzido nas fórmulas de medidores de


vazão de maneira que

Considerando a equação de Bernoulli para escoamento de fluidos ideais


incompressíveis:

O coeficiente de descarga é também afetado pelos fatores de correção


α1 e α2 . Estes fatores existem, porque a velocidade considerada na equação é
a velocidade média do escoamento, uma vez que o perfil de velocidades real
nunca é uniforme, por isso, ao se considerarmos esta velocidade, é necessária
que a energia cinética por unidade de peso seja corrigida.

Normalmente, o valor de é menor que 1 (um), porém para medidores


fabricados com materiais muito lisos (acrílico, vidro, plástico, etc.) pode ocorrer
que o coeficiente de descarga do medidor venha ser ligeiramente maior que
1(um). Esta aparente discordância com os medidores industriais de maior porte
é exatamente devida aos valores diferentes encontrados para α1 e α2 nas
seções 1-1 e 2-2.

Outra maneira de calcular a vazão no venturímetro é através da fórmula:

Onde é o coeficiente de forma e :

De maneira genérica, fazendo


podemos escrever:

Aplicando a propriedade dos logaritmos:


A representação

gráfica desta equação é a seguinte:

Pode-se comparar os valore calculados de e n com o obtido através dos


gráficos, visto que:

E a inclinação da reta é dada por n = a/b.

Para avaliação de incertezas, usa-se o gráfico da calibração do


venturímetro, dado pela função
E ilustrado na figura abaixo:

1.2 –
Desenvolvimento

1.2.1 Equipamentos e Procedimento Experimental; para


determinação do valor do coeficiente de descarga do
venturímetro montado no laboratório:

Figura 01: Bancada


1) Reservatório de captação; 2) Motor elétrico; 3) Bomba centrífuga;
4)Válvula de alimentação; 5) Medidor venturi; 6)Tubos piezométricos; 7)
Válvula de contrapressão; 8) Complexo medidor de vazão; 9)
Manômetro; 10) Tacômetro; 11) Reostato.

Ao longo do venturímetro, quatro tubos piezométricos são ligados a furos da


parede do tubo e montados cada um diante de uma régua com escala em
milímetros. Os tubos piezométricos são ligados em suas extremidades a um
cano de distribuição comum, através do qual se controla o ar por meio de uma
válvula ligada à extremidade. A variação da pressão (∆h) é dada através da
diferença das leituras das colunas de água do 2º e terceiro piezômetro.

Figura 02: Esquema do venturímetro do laboratório

1) Tubo venturi (fabricado de plástico transparente); 2)Tubos


piezométricos; 3) Régua milimetrada; 4) Tubo de distribuição de ar 5)
Válvula de controle de fluxo.

A água é admitida através da válvula de alimentação da bancada e escoa


através de uma mangueira flexível até o medidor venturi. Após a válvula de
controle, posta à jusante do medidor, a água é conduzida a um equipamento
que é o complexo medidor de vazão, ilustrado na figura 15. Este equipamento
consiste em um tubo externo, transparente, que contém vários orifícios
calibrados em sua parede e dispostos em taxa constante ao longo do cilindro.
O tubo externo tem, além disso, um orifício no fundo, normalmente fechado por
um tampão de borracha especial, que deve ser aberto somente para medições
de vazões mais altas. O cilindro externo tem uma escala graduada por meio da
qual se possibilita, depois de obtida a estabilização da altura da água, a
medição da altura do nível da água no tubo. Com o valor desta altura em
milímetros, determina-se a vazão, em litros por minuto, no gráfico de calibração
fornecido pelo fabricante da bancada

Figura 03: Medidor de vazão da bancada do laboratório

1) Tubo cilíndrico interno 2) Tubo cilíndrico externo 3) Orifícios


calibrados 4) Tampão 5) Escala graduada

É dado o procedimento, do experimento:

Para a realização do teste deve-se seguir a seguinte sequência:

1º) Montar o medidor venturi, ligar a mangueira flexível de alimentação à


entrada e abrir a válvula de controle de descarga. Certificar-se de que a válvula
de pressurização esteja aparafusada ao cano de distribuição, colocado na
extremidade superior dos tubos piezométricos.

2º) Nivelar a escala dos piezômetros. Para fazer isto corretamente, é


necessário, após ligar a bomba, abrir ambas as válvulas (as válvulas de
controle à jusante do venturímetro e a válvula de alimentação da bancada) de
forma tal a permitir o escoamento da água por poucos segundos para eliminar
os bolsões de ar do sistema de alimentação. A válvula de controle é, então,
gradualmente fechada de forma que o venturímetro seja submetido a um
gradual aumento de pressão que fará a água subir pelos piezômetros e
comprimindo, assim, o ar contido no cano de distribuição. Quando os níveis de
água tiverem subido a uma altura adequada, fecha-se, gradualmente também,
a válvula de alimentação da bancada de maneira que, como ambas as válvulas
estão fechadas, o venturímetro está contendo água em repouso sob moderada
pressão. Os parafusos de ajuste (ou nivelamento) são, então, posicionados de
modo que os piezômetros apresentem as mesmas leituras, quando a escala for
vista de frente e os tubos razoavelmente verticais quando vistos da
extremidade.

3º) Fazer as medições de 1 h e 2 h para o cálculo de ∆h = (h1-h2). A


primeira leitura deve ser tomada para o máximo valor possível de (h1-h2), isto
é, quando 1 h aproximarse do topo da escala e 2 h aproximar-se do fundo.
Essa condição pode ser provocada pela abertura gradual de ambas as
válvulas, a da bancada e a de controle. As aberturas sucessivas destas
válvulas aumentarão o fluxo e a diferença entre 1 h e 2 h . A abertura da
válvula da bancada é acompanhada por uma subida geral do nível dos
piezômetros e a abertura da válvula de controle é acompanhada por uma
queda destes mesmos níveis de modo que, através do balanceamento das
posições destas válvulas pode-se obter a condição desejada para (h1-h2)
máximo. Se houver dificuldade em conseguir 87 esta condição, o ar deve ser
liberado ou admitido no cano de distribuição através da pequena válvula de ar
existente em sua extremidade.

4º) Fazer a medição da vazão através do complexo medidor de vazão.


Esta medição é feita enquanto está sendo feito as medições de 1 h e 2 h e para
tal, faz-se a leitura do valor da altura da água (H) na escala fixa no cilindro
externo do complexo medidor de vazão. O valor do H em [mm] permite
determinar o valor da vazão em [l/min] através do gráfico do fabricante da
bancada, anexo 01.

5º) Com os dados de Q e H apurados, é possível preencher a folha de


testes.

1.2.3 Dados obtidos

Após a elaboração do experimento forma coletados os valores abaixo:

Dados da tubulação:
D1 D2
A1 [m²] [m] A2 [m²] [m] A2/A1
7,85398E-
0,000314159 0,02 05 0,01 0,25

A partir destes dados foi possível calcular e obter no gráfico de curvas


características do medidor de vazão, e encontras os devidos valores de Q (l\
min) e de CD (coeficiente de descarga).

Resultados Obitidos

CD Cd

0,99316808
0,00023174 7
0,98245876
0,000212866 7
0,96576575
0,000193154 5
0,98464288
0,000172313 1 0,9835508
0,000139155 0,95968897
0,99693063
0,000111324 2
1,05037765
8,5781E-05 5
0,90895600
4,54479E-05 5

Determinando assim os valores dos desvios absoluto (DA), relativo (DR) e


percentual (DP), e suas devidas expressões corretas:

Expressão Expressão
Desvio
Correta Correta

DP
DA DR DMA CD +DMA CD -DMA
%
0,97781046
0,009617263 0,009778105 2 0,993168087 1,976718911 -0,009617263
0,993168087 1,009778105 100,977810
5
100,977810
0,993168087 1,009778105 5
100,977810
0,993168087 1,009778105 5
100,977810
0,993168087 1,009778105 5
100,977810
0,993168087 1,009778105 5
100,977810
0,993168087 1,009778105 5
100,977810
0,993168087 1,009778105 5

Aplicando a propriedade dos logaritmos na equação tem-se:

Logaritmo

Ln Q Ln ∆h
m³/s m
- -
8,363040512 0,438535009
- -
8,437148484 0,523484528
- -
8,517191191 0,620664295
- -
8,650722584 0,734837985
- -
8,838774816 0,948559992
- lnQ = f (ln∆h)
-
9,099990315 1,171703544
- -
9,412862636 1,432352006
- -
9,903485553 2,067583278
f(x) = 0.98 x − 7.93
R² = 0.994861061693216
Log(Q)

Log(∆h)
representação desta equação é uma reta de inclinação n , sendo logK a
ordenada do ponto onde a reta intercepta o eixo logQ , como representado no
gráfico abaixo:

Através da linha de tendência do gráfico obteve-se os seguintes dados, por


meio da equação do gráfico.

Exp(b) ou K 0,000358171

Sendo K a constante do venturímetro e Kf o coeficiente de forma (Formula).


Com esses dados é possível calcular CD.

kf
0,000359297

(k/kf) ou Cd 0,996865782

Sendo n a inclinação do gráfico.

n=0,976

Para completar a análise dos resultados das medidas e avaliar a incerteza,


utilizou-se também o gráfico que de calibração do venturímetro, dado pela
função:
Desta forma foram gerados os seguintes gráficos:

Curva de calibração do venturímetro


0.7

0.6 f(x) = 2733.78377425488 x


R² = 0.999636521405196

0.5

0.4
∆h

0.3

0.2

0.1

0
0 0.00005 0.0001 0.00015 0.0002 0.00025

Q (m³/s)

CdxQ
1.1

1.05

1
f(x) = 78.6189021167071 x + 0.968324703327579
0.95
Cd

0.9

0.85

0.8
0 0.00005 0.0001 0.00015 0.0002 0.00025
Q (m³/s)

1.2.2 Análise de dados

Na prática, há uma perda de carga entre as seções 1-1 e 2-2 e a velocidade


não é absolutamente constante através destas seções. Como consequência,
os valores medidos de Q são um pouco menores do que aqueles calculados
pela equação.

É possível perceber que um dos coeficientes de descarga (CD) apresentou um


valor de médio de 0,98 pelos cálculos e que foi confirmado pelo resultado
obtido do gráfico logarítmico. Esse resultado demonstra que a presença do
venturímetro na tubulação causa uma perda de apenas 2% da vazão inicial.

1.3 Conclusão

MINHA PARTE – ÉRIC

1.4 Bibliografia

Venturímetro : Medidor de Vazão.


http://webdav.sistemas.pucminas.br:8080/webdav/sistemas/sga/20162/110026
8_Aula%2001%20-%20Manometria.pdf

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