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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro


Décima Nona Câmara Cível

Apelação Cível nº: 0184142-10.2018.8.19.0001


Apelante: ESPÓLIO DE ADILSON PEÇANHA DIAS
Apelante: CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO CONTINENTAL
Apelados: OS MESMOS
Relator: Desembargador ANDRÉ L. M. MARQUES

ACÓRDÃO

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE


COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS.
CITAÇÃO DO RÉU, PESSOA NATURAL, PELO
CORREIO, TENDO O AVISO DE RECEBIMENTO
SIDO FIRMADO POR TERCEIRO ESTRANHO AOS
AUTOS. CITAÇÃO CONSIDERADA VÁLIDA PELO
JUÍZO DE 1º GRAU, QUE DECRETOU A REVELIA
DO RÉU ANTE A AUSÊNCIA DE QUALQUER
MANIFESTAÇÃO APÓS A SUA CITAÇÃO.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DO
ESPÓLIO DO RÉU, PUGNANDO PELA NULIDADE
DA CITAÇÃO E DA SENTENÇA, BEM COMO
SUSTENTANDO A SUA ILEGITIMIDADE PARA
CONSTAR NO POLO PASSIVO DA DEMANDA, EIS
QUE O RÉU FALECEU ANTES DO AJUIZAMENTO
DA AÇÃO, ALÉM DE NÃO FIGURAR COMO
PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL DESDE 2017. APELO
DO AUTOR, EM QUE REQUER A REFORMA DA
SENTENÇA PARA CONDENAR O RÉU AO
PAGAMENTO DAS PARCELAS VINCENDAS,
TENDO EM VISTA SE TRATAR DE OBRIGAÇÃO
DE TRATO SUCESSIVO. NULIDADE DA CITAÇÃO
QUE SE IMPÕE, TENDO EM VISTA O ÓBITO DO
RÉU SER ANTERIOR AO AJUIZAMENTO DA
DEMANDA. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO
PROCESSUAL DE CONSTITUIÇÃO E
DESENVOLVIMENTO VÁLIDO DO PROCESSO.
NECESSIDADE DE FACULTAR AO AUTOR A
REGULARIZAÇÃO DO POLO PASSIVO DA
DEMANDA. PRECEDENTES DESTA E. CORTE E
DO E. STJ. PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU,
PARA DECLARAR A NULIDADE DA CITAÇÃO DO
RÉU E DOS ATOS PROCESSUAIS
SUBSEQUENTES, BEM COMO DA SENTENÇA,
RESTANDO PREJUDICADO O APELO DO AUTOR.

0184142-10.2018.8.19.0001 - TA

ANDRE LUIS MANCANO MARQUES:33928 Assinado em 04/10/2022 15:43:27


Local: GAB. DES. ANDRE LUIS MANCANO MARQUES
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Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível nº


0184142-10.2018.8.19.0001, em que são Apelantes ESPÓLIO DE ADILSON
PEÇANHA DIAS e CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO CONTINENTAL e Apelados OS
MESMOS.

ACORDAM os Desembargadores da Décima Nona Câmara Cível do


Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade, para em
CONHECER do recurso interposto pelo Réu e DAR-LHE PROVIMENTO, para
declarar a NULIDADE DA CITAÇÃO DO RÉU E DOS ATOS PROCESSUAIS
SUBSEQUENTES, BEM COMO DA SENTENÇA, restando PREJUDICADO o
recurso de Apelação interposto pelo Autor, nos termos do voto do Desembargador
Relator.

RELATÓRIO

Adoto integralmente o relatório formulado na d. sentença proferida


pelo r. Juízo da 39ª Vara Cível da Comarca da Capital (id. 215), abaixo transcrito, que
passa a fazer parte integrante da presente decisão, nos termos do artigo 92, § 4º, do
Regimento Interno deste Tribunal de Justiça:

“Vistos e examinados os autos. O Condomínio do Edifício


continental move a presente Ação de Cobrança de quotas
condominiais em face de Adilson Peçanha Dias alegando,
em resumo, que o réu é o proprietário das sobrelojas 201,
202 e 203, integrantes do condomínio autor; que o réu
encontra-se inadimplente com as cotas condominiais
vencidas no período de 10/02/2018 a 10/07/2018; que o
débito perfaz R$17.042,54 (dezessete mil, quarenta e dois
reais e cinquenta e quatro centavos); que, após tentativas
do autor em receber amigavelmente seu crédito, não
restou alternativa senão a propositura desta ação. Requer
seja o réu condenado a pagar ao autor o valor do débito,
bem como as cotas condominiais que deixaram de ser

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satisfeitas no curso ação, além de custas processuais e


honorários advocatícios. Inicial instruída com os
documentos dos indexadores 009/035. A ação foi
inicialmente proposta em face de Jacyra Monteiro da Silva
e Antonio Barbeitos da Silva Maria Ignez Costa Braga,
porém, foi acolhido pela decisão interlocutória de
indexador 171 o pedido de retificação do polo passivo para
que passasse a constar Adilson Peçanha Dias.
Regularmente citada, a parte ré deixou correr o prazo sem
oferecer resposta, tendo sido decretada a revelia da parte
ré na decisão interlocutória do indexador 212. [...]”

O Juízo “a quo” assim fundamentou a sentença:

“[...] Cuida-se de ação cujo objeto constitui direito


patrimonial disponível, o que impunha à parte ré o ônus
processual de oferecer resposta. Ocorre que a parte ré não
ofereceu resposta, tendo sido decretada a sua revelia,
conforme decisão do indexador 212, devendo advir todas
as consequências, em especial a de presunção de
veracidade dos fatos não contestados. [...]”

Os pedidos foram julgados da seguinte forma:

“[...] Isto posto, com fulcro no inciso I do artigo 487 do


Código de Processo Civil, Julgo Procedente o pedido para
CONDENAR o réu Adilson Peçanha Dias a pagar as cotas
condominiais vencidas e não pagas, inclusive as
vincendas até o trânsito em julgado da sentença, com juros
de 1% (um por cento) ao mês e correção monetária, a
partir do vencimento de cada cota, e multa de 2% (dois por
cento) e, por via de consequência, Julgo Extinto o
processo com o conhecimento do mérito. Condeno o réu
Adilson Peçanha Dias a pagar as custas do processo e
honorários de advogado, que ora fixo em 10 (dez por
cento) sobre o valor da condenação. [...]”.

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Recurso de apelação interposto pelo Espólio do Réu em id. 261, em


que requer seja declarada a nulidade da citação de id. 206, eis que firmada por pessoa
estranha aos autos e, por consequência, seja declarada nula a sentença recorrida.
Além disso, sustenta a sua ilegitimidade passiva para figurar no polo passivo da
demanda, eis que o Réu faleceu no curso da demanda e não é o atual proprietário
dos imóveis, requerendo ainda a condenação do Autor ao pagamento dos honorários
advocatícios no patamar máximo.

Recurso de apelação interposto pelo Autor em id. 273, em que requer


a reforma da sentença para condenar o Réu ao pagamento não só das cotas
condominiais vencidas, mas também das vincendas, uma vez que a obrigação é de
trato sucessivo.

Contrarrazões do Autor ao recurso de apelação interposto pelo Réu


em id. 286, requerendo o não provimento do recurso de apelação para manter, por
seus próprios fundamentos, a sentença “a quo”, com a ressalva de que devem ser
incluídas as cotas condominiais vincendas na condenação, na forma do artigo 323 do
Código de Processo Civil.

É o relatório. Passo ao voto.

VOTO

Trata-se de ação cobrança de cotas condominiais proposta por


CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO CONTINENTAL, em face de JACYRA MONTEIRO DA
SILVA e de ANTÔNIO BARBEITOS DA SILVA, tendo o polo passivo sido retificado no
curso da ação para constar como Réu ADILSON PEÇANHA DIAS, em que o Autor
pretende a condenação do Réu ao pagamento das contas condominiais vencidas e
vincendas relativas às sobrelojas 201, 202 e 203, situadas na Rua Beneditinos, nº 10,
nesta Cidade.

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Diante da r. sentença que julgou procedentes os pedidos, tanto o Réu


quanto o Autor interpuseram recursos de Apelação.

Alega o Espólio do Réu, ora Apelante, a nulidade da citação e, por


consequência, da sentença prolatada pelo Juízo de 1º Grau, eis que o Aviso de
Recebimento de id. 206 foi firmado por terceira pessoa.

Ademais, afirma que o Sr. Adilson Peçanha Dias faleceu em


01/05/2018, antes mesmo da propositura da demanda, bem como afirma que ele
deixou de ser proprietário das salas do Condomínio Autor em 20/03/2017, conforme
documentos de id. 232 a 242.

Assiste razão ao Espólio do Réu, ora primeiro Apelante.

Da análise dos autos, observa-se que o Aviso de Recebimento de id.


206, datado de 06/09/2021, foi firmado por “Luciana M. Desterio”, terceiro
desconhecido nos autos.

Não obstante, tal mandado de citação foi considerado válido pelo


Juízo de 1º Grau que, diante da ausência de manifestação da parte ré, decretou de
forma precipitada a sua revelia na decisão de id. 212.

Frise-se que o recebedor da citação não indicou a ocorrência do


falecimento do Autor, fato que somente foi informado pelo Espólio do Autor em
manifestação espontânea nos autos (id. 224).

Conforme cópia da certidão de óbito do Autor acostada aos autos no


id. 232, corroborada em consulta à ferramenta de Nascimentos e Óbitos, disponível
no sítio eletrônico desta Corte1, verifica-se que o seu falecimento ocorreu no dia
01/05/2018, anos antes da expedição do mandado para a sua citação em 2021.

1
http://www4.tjrj.jus.br/Portal-Extrajudicial/CNO/resultado/Informacao?id=1

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Confira-se:

Trata-se, assim, de citação inexistente, tendo em vista não ser


possível a citação de pessoa falecida.

Portanto, resta evidente a nulidade da citação e dos atos processuais


subsequentes, não havendo que se falar na ocorrência de revelia no presente caso,
eis que o Autor era falecido à época da citação, não tendo tampouco o seu Espólio
sido citado para figurar no polo passivo da presente demanda.

Deste modo, sendo o Réu falecido previamente ao ajuizamento da


ação, é descabida a habilitação, sucessão ou substituição processual, assim como a
suspensão do processo até a habilitação de sucessores, previstas nos artigos 110 e
313, inciso I, ambos do Código de Processo Civil, posto que aplicáveis às hipóteses
em que o falecimento da parte ocorre no curso do processo.

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Nos casos de ajuizamento de ação em face de réu já falecido, a


jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que não é
possível o reconhecimento da validade ao ato citatório, devendo ser facultado ao Autor
da demanda a emenda da petição inicial. Veja-se:

“CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL. RÉU FALECIDO ANTES DO
AJUIZAMENTO DA AÇÃO. DESNECESSIDADE DE
HABILITAÇÃO, SUCESSÃO OU SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL. NECESSIDADE DE SE FACULTAR A
EMENDA À INICIAL PARA CORREÇÃO DO POLO
PASSIVO DIANTE DA AUSÊNCIA DE CITAÇÃO VÁLIDA.
PRETENSÃO QUE DEVE SER DIRIGIDA AO ESPÓLIO.
AUSÊNCIA DE INVENTÁRIO OU DE INVENTARIANTE
COMPROMISSADO. REPRESENTAÇÃO JUDICIAL DO
ESPÓLIO. ADMINISTRADOR PROVISÓRIO.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS.
POSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO.
EXCEPCIONALIDADE. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADA. (...) 3. A
propositura de ação em face de réu preteritamente falecido
não se submete à habilitação, sucessão ou substituição
processual, nem tampouco deve ser suspensa até o
processamento de ação de habilitação de sucessores, na
medida em que tais institutos apenas são aplicáveis às
hipóteses em que há o falecimento da parte no curso do
processo judicial. Inteligência dos arts. 43, 265, I, e 1.055,
todos do CPC/73. 4. O correto enquadramento jurídico
da situação em que uma ação judicial é ajuizada em
face de réu falecido previamente à propositura da
demanda é a de ilegitimidade passiva do de cujus,
devendo ser facultado ao autor, diante da ausência de
ato citatório válido, emendar a petição inicial para
regularizar o polo passivo, dirigindo a sua pretensão
ao espólio. (...) 8. Recurso especial conhecido em parte
e, nessa extensão, provido”.2 (Grifou-se)

2
REsp n. 1.559.791/PB, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 28/8/2018, DJe de
31/8/2018.

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No mesmo sentido é o entendimento da jurisprudência deste E.


Tribunal de Justiça em casos análogos:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO MONITÓRIA.


EMBARGOS OPOSTOS PELO CÔNJUGE DO DEVEDOR
FALECIDO, OBJETIVANDO A EXTINÇÃO DO FEITO,
SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, DIANTE DA
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO RÉU. DECISÃO
RECORRIDA DETERMINANDO A RETIFICAÇÃO DO
POLO PASSIVO DA DEMANDA, PARA FIGURAR O
ESPÓLIO DO DE CUJUS. IRRESIGNAÇÃO. ÓBITO DO
DEMANDADO ANTERIOR AO AJUIZAMENTO DA
DEMANDA. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO
PROCESSUAL DE CONSTITUIÇÃO E
DESENVOLVIMENTO VÁLIDO DO PROCESSO.
INAPLICABILIDADE DO DISPOSTO NO ART. 110, DO
CPC/15. NECESSIDADE, NO ENTANTO, DE FACULTAR
AO AUTOR A EMENDA DA INICIAL, COM A INCLUSÃO
DO ESPÓLIO, DEVIDAMENTE REPRESENTADO POR
SEU INVENTARIANTE OU, CASO ESTE NÃO EXISTA,
POR TODOS OS SEUS SUCESSORES.
ENTENDIMENTO DO C. SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE
PROVIDO”.3

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA


DE COTAS CONDOMINIAIS. RÉ FALECIDA ANTES DA
PROPOSITURA DA AÇÃO. INCAPACIDADE
PROCESSUAL. FALTA DE PRESSUPOSTO DE
CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO DO
PROCESSO. PROVIMENTO DO RECURSO, PARA
RECONHECER A NULIDADE DOS ATOS PRATICADOS,
A CONTAR DA CITAÇÃO. POSSIBILITADA AO AUTOR A
EMENDA À INICIAL. 1. Ação de cobrança de cotas
condominiais, proposta em face de pessoa já falecida.
Paradeiro da parte não descoberto. Citação editalícia. 2.

3
0058617-50.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). MAURO DICKSTEIN - Julgamento:
10/06/2021 - DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL

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Vinda do espólio aos autos após a sentença e a penhora


do imóvel sobre o qual incide a dívida. 3. Nulidade do ato
citatório. 4. Relação processual que não se formou, ante a
falta de pressuposto de constituição e desenvolvimento
válido, a saber, a capacidade processual da parte. 5.
Provimento do recurso, para reconhecer a nulidade da
citação e de todos os atos subsequentes, facultada ao
autor a promoção da emenda à inicial, para o
redirecionamento da sua pretensão ao espólio”.4

Logo, considerando a ausência de pressuposto processual de


constituição e desenvolvimento válido do processo é impositiva a anulação da
sentença, em razão da existência de “error in procedendo”.

Por tais fundamentos, CONHECER do recurso interposto pelo Réu e


DAR-LHE PROVIMENTO, para declarar a NULIDADE DA CITAÇÃO DO RÉU E DOS
ATOS PROCESSUAIS SUBSEQUENTES, BEM COMO DA SENTENÇA, devendo
ser oportunizada ao Autor a regularização do polo passivo da demanda, restando
prejudicado o recurso de Apelação interposto pelo Autor.

Local, data e assinatura lançados digitalmente.

ANDRÉ L. M. MARQUES
Desembargador Relator

4
0091983-80.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). GILBERTO CLÓVIS FARIAS
MATOS - Julgamento: 04/05/2021 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL.

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