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ATERRAMENTO ELÉTRICO

O QUE É UM ATERRAMENTO ELÉTRICO?


O Termo aterramento se
refere à terra, quando
falamos que algo está
aterrado queremos dizer
que, pelo menos, um de
seus elementos está
propositalmente ligado à
terra.

A terra representa um
ponto de referência (ou
com potencial zero).

Todas tensões podem ser


referidas ao terra.
OBJETIVOS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO

• Aterrar o sistema: ligar intencionalmente o condutor neutro


à terra – controle da tensão em relação a terra;
• Oferecer um caminho para a circulação de corrente que irá
permitir a detecção de uma ligação indesejada entre
condutores vivos e a terra (operação dos dispositivos de
proteção e remoção da tensão);
• Proteger as pessoas equipotencializando o lugar onde o
trabalhador coloca a mão (carcaça, estrutura, etc) e o lugar
onde ele tem habitualmente os pés (chão);
• Proteger o patrimônio contra uma falta (curto-circuito) na
instalação;
• Oferecer um caminho seguro, controlado e de baixa
impedância em direção à terra para as correntes induzidas
por descargas atmosférica.
QUAL É UM BOM VALOR DE RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO?

Idealmente o valor de resistência de aterramento é zero Ohm (0


Ω).
Não existe um padrão de resistência reconhecido por todos os
órgãos. A NFPA e IEEE recomendam um valor de no máximo 5 Ω.
NFPA – Associação nacional contra incêndio – EUA.
IEEE – Instituto de engenheiros elétricos e eletrônicos – EUA.
A NEC recomenda que a impedância do sistema à terra seja
menos que 25 Ω, especificado na norma NEC 250.56. Onde há
equipamentos sensíveis esse valor deve ser no máximo 5 Ω.
O objetivo do aterramento é conseguir o valor de resistência mais
baixo possível considerando os fatores econômicos e físicos.
NEC – Código elétrico nacional – EUA.

Obs.: O Código Elétrico Nacional (NEC), ou NFPA 70, é um padrão dos EUA para a instalação segura de cabos e
equipamentos elétricos. Ele faz parte da série de normas de prevenção de incêndios publicados pela National Fire
Protection Association (NFPA). "National Electrical Code" e "NEC" são marcas registradas NFPA.
Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/National_Electrical_Code
NBR 5419 – 2005 – PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

5.1.3.1.1 - Do ponto de vista da proteção contra o raio, um


subsistema de aterramento único integrado à estrutura é
preferível e adequado para todas as finalidades (ou seja, proteção
contra o raio, sistema de potência de baixa tensão e sistema de
sinal).
5.1.3.1.2 - Para assegurar a dispersão de corrente de descarga
atmosférica na terra sem causar sobretensões perigosas, o
arranjo e as dimensões do subsistema de aterramento são mais
importantes que o próprio valor da resistência de aterramento.
Entretanto, recomenda-se, para o caso de eletrodos não naturais,
uma resistência de aproximadamente 10 Ω, como forma de
reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade de
centelhamento perigoso. No caso de solo rochoso ou de alta
resistividade, poderá não ser possível atingir valores próximo do
sugerido. Nestes casos a solução adotada deverá ser
tecnicamente justificada no projeto.
FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO

Segurança Pessoal: Falha na isolação dos


equipamentos. A corrente de falta passa através do
condutor de aterramento ao invés de percorrer o corpo
de uma pessoa que esteja tocando o equipamento.
FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO
FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO

Desligamento Automático: Oferecer caminho de baixa


impedância de retorno para a terra da corrente de falta –
operação automática, rápida e segura do sistema de
proteção.
FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO

Cargas estáticas: O aterramento deve escoar cargas


estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças
dos equipamentos em geral.
FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO
Equipamentos eletrônicos: Especificamente para os sistemas
eletrônicos, o aterramento deve fornecer um plano de referência quieto,
ou seja, sem perturbações, de tal modo que eles possam operar
satisfatoriamente tanto em altas quanto em baixas freqüências.
FUNÇÕES BÁSICAS DO ATERRAMENTO ELÉTRICO

Controle de tensões: controlar as tensões de


passo, toque e transferida quando ocorre um curto-
circuito;

Transitórios: Estabilizar a tensão durante


transitórios no sistema elétrico provocados por
faltas para a terra, chaveamentos, etc. (Dispositivo
de Proteção contra Surto – DPS).
CONCEITOS IMPORTANTES.

• Tensão de contato: tensão que aparece quando ocorre a


falha da isolação entre partes acessíveis;

• Tensão de toque: tensão entre mãos e pés quando uma


pessoa toca um equipamento sujeito a uma tensão de
contato. Como consequência tem-se a passagem de uma
corrente elétrica pelo braço, tronco e pernas;
CONCEITOS IMPORTANTES.
• Tensão de Passo: quando a corrente elétrica é descarregada para o
solo, ocorre uma elevação do potencial em torno do eletrodo de
aterramento, formando um gradiente (distribuição) de queda de
tensão.
TENSÃO DE PASSO - UP

A tensão de passo é parte da tensão de um eletrodo


de aterramento à qual pode ser submetida uma
pessoa nas proximidades do eletrodo, cujos pés
estejam separados pela distância que equivale a um
passo - 1m.

Obs.: A tensão de passo é máxima na


vizinhança imediata da haste.

Geralmente é menor que a tensão de


toque, porém ainda desagradável e
que deve ser evitada.
TENSÃO DE PASSO - UP
Na prática, metade da resistência total de aterramento concentra-se na
vizinhança imediata do eletrodo de aterramento (15 cm).
Supondo uma resistência de aterramento de 25 Ω e uma corrente de
1000 A fluindo por ela, teremos:
Up = (25/2) x 1000 = 12 500 V
Uma pessoa em pé nessa região estará submetida a essa tensão.

Uma pessoa em pé nessa


região estará submetida a
essa tensão.
TENSÃO DE PASSO - UP

A colocação de uma malha metálica aterrada nessa região,


à qual estejam ligadas todas as carcaças metálicas,
assegurará uma equipotencialidade e afastará a
possibilidade da ocorrência de uma tensão de passo ou de
toque perigosa.
ATERRAMENTO DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
ATERRAMENTO: CURTO CIRCUITO PARA A MASSA
EQUIPAMENTO SEM O FIO TERRA

A corrente do circuito não


aumenta e a proteção
(disjuntor/fusível) não irá
desligar o circuito.

A corrente que circula pelo


corpo da pessoa pode ser
elevada.
EQUIPAMENTO COM O FIO TERRA

A corrente do circuito aumenta muito e a proteção (disjuntor/fusível) irá


desligar o circuito.
A corrente que circula pelo corpo da pessoa é muito pequena porque ela ficou
em paralelo com o fio terra.
ATERRAMENTO DOS EQUIPAMENTOS
ELETRODOS NATURAIS E NÃO NATURAIS
No caso de eletrodos não naturais devem ser instalados vários eletrodos
adequadamente distribuídos. O comprimento total dos eletrodos de
aterramento varia conforme o nível de proteção e a resistividade do solo.
Eletrodos de aterramento profundos são adequados para solos em que a
resistividade diminua com a profundidade.
Os eletrodos de aterramento não naturais devem ser instalados
externamente ao volume a proteger, a uma distância da ordem de 1m das
fundações da estrutura.
Hastes verticais em paralelo devem ser espaçadas entre si por uma
distância não inferior ao seu comprimento.

Os eletrodos de aterramento naturais normalmente são as armaduras de aço


das estacas, dos blocos de fundação e das vigas. Todas devem ser
firmemente amarradas com arame recozido ou soldadas em cerca de 50% de
seus cruzamentos. Em fundações de alvenaria pode servir como eletrodo de
aterramento, pela fundação, uma barra de aço da construção, ou uma fita de
aço, formando um anel em todo o perímetro da estrutura.
ELETRODOS DE ATERRAMENTO
Eletrodos existentes (naturais): Estruturas metálicas fixadas por
longos parafusos nas fundações de concreto. Os parafusos servem como
eletrodos e a estrutura metálica funciona como condutor de
aterramento.
ELETRODOS DE ATERRAMENTO

Eletrodos encapsulados em concreto:

O concreto em contato com o solo é um


meio semicondutor com resistividade na
ordem de 3kΩcm a 20º C, que é melhor que
o solo propriamente dito.
A utilização da ferragem da armadura da
edificação, colocados no interior do concreto
das fundações, é uma solução pronta e de
ótimos resultados.
A interligação entre os ferros deve
assegurar o formato de um anel e pode ser
feita com o próprio ferro da estrutura ou
por meio do uso de cabo de cobre.
A resistência de aterramento total obtida
geralmente é menos que 1Ω.
O ATERRAMENTO NA PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

A NBR 5419 – 1997 declara como eletrodo de aterramento preferencial das


instalações aquele que utiliza a ferragem da fundação do concreto armado.
Recomenda a norma que seja executado um anel envolvendo as fundações da
periferia da edificação. Pode ser com a própria ferragem envolvida em concreto
ou, com a utilização de um cabo de cobre nu de seção mínima de 25 mm2
enterrado.
ELETRODOS DE ATERRAMENTO

Eletrodos fabricados: são


hastes de aterramento.

Eletrodos fabricados:
malha de aterramento.
INFLUÊNCIA DE UMA HASTE DE ATERRAMENTO
GRADIENTES DE POTENCIAL
INSTALAÇÃO DE HASTES EM PARALELO
A instalação de hastes em paralelo, reduzem significativamente o valor final
da resistência de aterramento. Esta redução não segue simplesmente a lei de
resistências em paralelo, em função da interferência que ocorre entre as zonas
equipotenciais de cada haste, conforme abaixo.
INSTALAÇÃO DE HASTES EM PARALELO
Esta zona de interferência entre as linhas equipotenciais causa uma área de
bloqueio do fluxo da corrente de cada haste, resultando uma maior
resistência de terra individual. Como a área de dispersão efetiva da corrente
de cada haste torna-se menor, a resistência de cada haste dentro do conjunto
aumenta. Isto faz com que ao instalarmos duas hastes em paralelo o
resultado final seja um valor de resistência menor que aquele para uma
haste, porém maior que o valor da resistência para uma haste dividido por
dois.
ESQUEMAS DE ATERRAMENTO
Os esquemas de aterramento são indicados por duas letras básicas, que,
em alguns casos, são acompanhadas de outras letras.
As letras básicas são: T, N e I, e os esquemas básicos são TT, TN e IT.
As letras complementares são C e S.
A primeira letra indica como o neutro da fonte está em relação a terra.
T – O neutro da fonte é ligado diretamente a terra.
I – O neutro da fonte é isolado da terra ou aterrado por uma impedância
elevada - 1500 Ω ±500 Ω.
A segunda letra indica como as massas estão ligadas a terra.
T – As massas são ligadas diretamente ao eletrodo de terra, que é
separado do eletrodo de aterramento do neutro da fonte.
N – As massas estão ligados a um condutor que é aterrado na origem da
instalação.
ESQUEMA TT
Percurso da corrente fase-
massa inclui a terra, o que
limita o valor da corrente
devido ao elevado valor da
resistência de terra;

Esta corrente é insuficiente


para acionar disjuntores ou
fusíveis, mas suficiente para
colocar uma pessoa em
perigo;

Deve ser detectada e


eliminada por dispositivos
mais sensíveis: DR;

Aplicações principais: Redes


de distribuição aéreas e B.T.
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Tensão de contato: Uc = Icc x R
ESQUEMA TN-S
Alimentação: diretamente aterrada
(T);
Condutor neutro e de proteção são
distintos (S);
Condutor de proteção conectado à
malha de terra na origem do
sistema (secundário do trafo) –
interliga todas as massas da
instalação (carcaça dos motores,
transformadores, quadros, suporte
de isoladores, etc.);
Condutor de proteção: conduzir as
correntes de defeito entre fase e
massa;
Percurso de corrente: através do
condutor de proteção com
baixíssima impedância;
Aplicações Principais: Redes
subterrâneas
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CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA TN-S

• Condutores neutro e proteção separados.

∆V máx. entre N e PE 1 V a 2 V (ideal: ≤ 0,5 V Norma americana)

• Compatível com a CEM - Campos Eletromagnéticos .

• Compatível com as necessidades dos ETI – Equipamentos da

Tecnologia da Informação.
ESQUEMA: TN-S
ESQUEMA TN-C

Difere do anterior no fato de condutores de proteção e neutro


serem os mesmos;
Percurso da corrente: por meio de condutores de proteção;
Neutro: conduz a corrente de desequilíbrio e corrente de defeito;
Aplicações Principais: Circuitos trifásicos de motores;
Rompimento do condutor PEN: massas dos equipamentos no
potencial de fase;
Atenção: Falta Fase Massa = Falta Fase Neutro 258
ESQUEMA TN-C

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ESQUEMA TN-C-S SEM TRANSFORMADOR DE ISOLAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DO ESQUEMA TN-C-S

• A parte TN-C deve ser anterior à parte TN-S;


•As cargas pesadas e poluidoras (motores, p. ex.) devem
ser estar na parte TN-C;
•Se houver muitos ETI, usar o esquema com transformador
de isolação;
•O terra eletrônico (T.E.) é ligado com cabo isolado ao novo
terra;
•O novo neutro é isolado do neutro anterior, mas é aterrado;
•O terra geral deve ser interligado ao novo aterramento.
ESQUEMA TN – C – S para equipamentos eletrônicos.
ATERRAMENTO DE PONTO ÚNICO PARA EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS
(SEM TRANSFORMADOR DE ISOLAÇÃO)
conprove@conprove.com.br

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ESQUEMA IT

Alimentação: não é diretamente aterrada - isolada por uma


impedância;
Massa: aterrada por eletrodos de aterramento próprios;
Limita a corrente de falta a um valor desejado de forma a não permitir
que uma primeira falta desligue o sistema;
Corrente não é perigosa para pessoas no entanto deve-se monitorar a
corrente para garantir a integridade da isolação dos condutores;
Aplicações Principais: Trafos próprios de consumidores industriais
onde não pode ocorrer interrupção na primeira falta – salas cirúrgicas,
processos metalúrgicos, etc.).
265
ESQUEMA IT

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ESQUEMA IT
NÍVEIS DE RISCO
Esquema TT:
usado em diversos países do mundo;
mais utilizado por pequenos consumidores.
Esquema TN-S
consumidores de alta tensão e redes;
subterrâneas;
desaconselhável em locais de risco de incêndio e
mesmo em locais molhados, devido ao valor alto
da corrente de falta.
Esquema IT
consumidores que possuem trafo próprio –
industrias;
limitação no comprimento dos circuitos.
ATERRAMENTO NBR14039

1a letra - Neutro da instalação em relação à terra:


T = Neutro ligado diretamente ao terra;
I = Neutro ligado ao terra através de impedância.

2a letra - massas da instalação:


T = massas estão ligadas diretamente à terra;
N = massas ligadas ao pto de alimentação aterrado,o neutro.

3a letra - massas da subestação de alimentação:


R = ligadas ao eletrodo de aterramento do neutro e ao das massas da
instalação;
N = ligadas ao eletrodo de aterramento do neutro, mas não ao das
massas da instalação;
S = eletrodo separado do neutro e daquele das massas da instalação
EQUIPOTENCIALIZAÇÃO E ATERRAMENTO
LIGAÇÃO EQUIPOTENCIAL
O QUE É BARRAMENTO DE EQUIPOTENCIALIZAÇÃO?

É um condutor não só na forma de


barra, ligado ao terminal principal.
“Terminal de aterramento principal da
instalação pode ser prolongado,
emendando-se lhe um barramento de
equipotencialização, de forma que os
equipamentos de tecnologia da informação
possam ser ligados e/ou aterrados pelo
caminho mais curto possível, de qualquer
ponto da edificação.
O barramento de equipotencialização, de preferência em cobre, pode ser
nu ou isolado e deve ser acessível em toda sua extensão, para facilitar
as conexões de equipotencialização – por exemplo, instalado sobre a
superfície das paredes, diretamente ou em canaletas. Mas se o
barramento for e condutor nu, ele deve ser guarnecido com isolação nos
pontos de fixação e nas travessias de paredes, para evitar corrosão.
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