Você está na página 1de 111

MATERIAL

COMPLEMENTAR
ANATOMIA

RESUMOS
SUMÁRIO

Conteúdo
Aula 1. Neurocrânio ...................................................................................................... 4

Aula 2. Viscerocrânio ..................................................................................................... 7

Aula 3. Fossas e base externa do crânio....................................................................... 11

Aula 5. Anatomia da órbita .......................................................................................... 16

Aula 6. Cavidades: anatomia do nariz .......................................................................... 19

Aula 7. Anatomia da boca ........................................................................................... 21

Aula 8. Anatomia das glândulas salivares .................................................................... 24

Aula 9. Irrigação arterial da face ................................................................................. 26

Aula 10. Artéria maxilar .............................................................................................. 29

Aula 11. Vascularização: seios venosos da dura-máter ................................................ 30

Aula 12. Vascularização: drenagem linfática da face .................................................... 34

Aula 13. Vascularização: drenagem venosa da face ..................................................... 39

Aula 14. Embriologia da face ....................................................................................... 42


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 3

Aula 15. Miologia: músculos da mastigação ................................................................ 49

Aula 16. Músculos supra e infra-hioideos .................................................................... 54

Aula 17. Miologia: músculos da mímica facial ............................................................. 57

Aula 18. Miologia: músculos extrínsecos da língua ...................................................... 64

Aula 19. Músculos extrínsecos do olho ........................................................................ 67

Aula 20. Anatomia da ATM ........................................................................................... 73

Aula 21. Anatomia das glândulas salivares .................................................................. 77

Aula 22. Anatomia da língua ........................................................................................ 80

Aula 23. Anatomia dentária .......................................................................................... 82

Aula 24. Anatomia do sistema lacrimal ........................................................................ 90

Aula 25. Anatomia dos seios paranasais ...................................................................... 94

Aula 26. Nervo facial.................................................................................................... 98

Aulas 27 e 28. Nervo trigêmeo ................................................................................... 100

Aula 29. Pares cranianos ........................................................................................... 106


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 4

Aula 1. Neurocrânio
Definição: conjunto de ossos responsáveis por proteger o sistema nervoso central.
Formado por oito ossos:

Frontal (1) – Região de fronte dos indivíduos


Ajuda a formação da fossa anterior do crânio junto ao etmoide e esfenoide (asas
menores).

 Dividido em duas partes – dividido por uma incisura (onde articulará o osso etmoide).

 Crista frontal (projeção presente à frente da incisura).

 Osso frontal + etmoide → Formação do forame cego (em 1% da população pode


passar uma veia emissária que drena a cavidade nasal até o seio sagital superior).

○ Lâmina (horizontal) orbital: fossa anterior de crânio e teto da cavidade orbital e


escama (fronte do indivíduo).

» Arcos superciliares – região muito exposta a traumas, costumam ser mais


projetados em homens e, quanto mais projetados, maior a pneumatização do seio
frontal.

» Glabela – auxilia a formação da raiz do nariz.

» Forame/incisura supraorbital – passagem de complexo vascular e nervoso até a


fronte do indivíduo.

Parietal (2)
Túber do parietal

 Linha temporal superior → inserção da fáscia temporal.

 Linha temporal inferior → inserção do músculo temporal.

 Internamente: osso sulcado para a passagem das artérias meníngeas médias.

Occipital (1) -Formação da base do crânio


 Base – formação do maior forame do crânio (magno; atualmente chamado de forame
occipital) → permite a comunicação do sistema nervoso central da caixa craniana
com o sistema da medula espinhal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 5

 Côndilos – estruturas laterais ao forame occipital; servem para articulação da primeira


vértebra cervical → movimentos anteroposteriores da cabeça (movimento de “sim”).

Crista occipital externa – linha nucal superior e inferior.

 Região interna –dividida em quatro fossas, divididas entre si por sulcos (passam
os seios venosos da dura-máter – seio transverso e seio sagital superior) com uma
protuberância na região central.

○ Protuberância occipital interna.

○ Fossas cerebrais (superiores) – abrigam o lóbulo occipital do cérebro.

○ Fossas cerebelares (inferiores) – Abrigam os hemisférios cerebelares.

Temporal (2) – Responsável pela formação da calvária


 Parte escamosa – articula com o osso parietal

 Parte mastoidea.

 Parte petrosa do temporal – região óssea mais dura do corpo humano

 Região onde está formada toda estrutura auditiva internamente ao crânio.

○ Meato acústico externo – orifício por onde passam as ondas sonoras.

 Processo zigomático do osso temporal – região à frente do meato acústico externo.

 Fossa mandibular –articula-se com a cabeça da mandíbula para a formação da ATM.

○ Região à frente da fossa → tubérculo articular.

 Processo estiloide.

Esfenoide (1) – Osso em forma de morcego


 Asas menores – anteriormente

 Fissura orbital superior (entre as asas do esfenoide) → permite contato de estruturas


da fossa craniana média para a cavidade orbital (nervosos e vasos entre órbita e
caixa craniana).

 Asas maiores – lateralmente.

 Processo pterigoide (região inferior).

○ Lâmina lateral.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 6

○ Lâmina medial.

» Entre tais lâminas se forma um espaço chamado fossa pterigoide.

 Corpo – região com uma pequena depressão (sela turca) que abriga a glândula
hipófise → apresenta em seu interior os seios esfenoidais.

Etmoide (1) – Osso pequeno, em formato cuboide e frágil


 Crista etmoidal – projeção superior.

 Lâminas orbitais – contribuem com a formação de cavidade orbital (parede medial


da órbita) e nasal (parede lateral da cavidade nasal).

 Células etmoidais – espaços aéreos que fazem parte do seio paranasal

 Na porção medial dessa região apresentam-se as conchas nasais superior e média.

○ Fazem parte da parede lateral da cavidade nasal.

 Lâmina perpendicular – porção inferior; contribui com a formação do septo ósseo da


cavidade nasal quando articulado com osso vômer.

 Lâmina cribriforme (crivosa) – região superior do etmoide (teto da cavidade nasal


e assoalho da fossa anterior do crânio) → passagem de terminações nervosas do
bulbo olfatório.

Suturas – Articulações sem mobilidades


 Osso frontal + parietal → sutura coronal

 Ossos parietais entre si → sutura sagital

 Osso occipital + parietais (sutura em formato de “V” invertido) → sutura lambdoide

 Osso temporal + parietal → sutura escamosa

 Osso temporal + esfenoide → sutura esfenoescamosa

 Osso esfenoide + frontal → sutura esfenofrontal

 No momento do nascimento, o crânio necessita se estreitar e, por isso, há a formação


de espaços ocupados por tecidos: fontanela anterior, posterior e esfenoidal.

 O osso frontal (região anterior) se forma em duas partes com uma sutura central.
Caso permaneça após a vida adulta, chama-se sutura metópica.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 7

Aula 2. Viscerocrânio
Definição: formado por 14 ossos (dois ímpares – vômer e mandíbula e seis ossos
pares – maxilas, zigomáticos, lacrimais, nasais, conchas nasais inferiores, palatinos).

Mandíbula (1)
 Osso único, em forma de U, com cortical óssea extremamente densa em função da
grande força mastigatória imposta nele e em todos os músculos inseridos.

 Insere o arco dentário inferior.

 Osso móvel (abertura e fechamento de boca).


Componente horizontal → corpo
Componente vertical → ramo
A união entre ramo e corpo da mandíbula gera o ângulo da mandíbula.

 Processo coronoide (anterior do ramo) – inserção do músculo temporal.

 Processo condilar/côndilo (posterior do ramo) – região que articula com o crânio


(permite abertura e fechamento de boca).

○ Cabeça da mandíbula (região mais achatada, ligeiramente elíptica, que entra em


contato com o crânio) → polo medial e lateral.

○ Colo – região mais estreita abaixo da cabeça.

○ Fóvea pterigoide – inserção do pterigoideo lateral.

 Incisura (região central do ramo, depressão).

 Processo alveolar (parte alveolar da mandíbula) – orifícios de inserção dos dentes →


a perda dos dentes gera perda desse processo.

 Tuberosidade massetérica (ângulo da mandíbula) – local de inserção do músculo


masseter (auxilia no fechamento da mandíbula).

 Tuberosidade pterigoide (porção medial do ângulo) – local de inserção do músculo


pterigoideo medial.

○ Forame mentual → presente no corpo da mandíbula, permite a passagem de vasos


e nervos mentuais, geralmente posicionado entre os pré-molares (1e 2º).

 Linha oblíqua → linha presente no ramo descendente da mandíbula e que se insere na


área retromolar. Serve para fixação do músculo bucinador (continuação da margem
anterior do ramo).
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 8

 Protuberância mentual; tubérculo mentual.

 Região lingual da mandíbula.

 Fossa digástrica – local de inserção do músculo digástrico.

○ Espinhas genianas (processo gene) – quatro elevações acima da fossa digástrica.


Servem para a fixação muscular dos músculos gênio-hioideo e genioglosso
(espinhas superiores).

Linha milo-hioidea – linha elevada na qual se origina o músculo de mesmo nome


(milo-hioideo) → músculo responsável pela formação de assoalho da boca.
Fossa submandibular e sublingual – regiões que alojam as glândulas com os nomes
respectivos (submandibular e sublingual).
Forame mandibular – entrada do canal mandibular, local onde há a entrada de nervos
e vasos alveolares inferiores. À frente desse forame existe um processo chamado língula.

Maxila (2)
 Osso que participa da formação de três cavidades da face → nasal, bucal e órbita.

 Articula-se com todos os ossos do viscerocrânio.

 Apresenta um corpo central e quatro processos.

 Abriga o maior dos seios paranasais → seio maxilar.

 Processo frontal da maxila – processo superior que se articula com o osso frontal →
participa da formação da parede lateral da cavidade nasal.

 Processo zigomático – formação da projeção lateral da face junto ao osso zigomático.

 Processo alveolar – abriga os dentes superiores → na região retromolar (atrás do


terceiro molar superior), há uma área de tuberosidade (tuberosidade da maxila →
entrada de nervos e vasos que irrigarão os ossos e os dentes desse componente
ósseo).

 Processo palatino – forma todo o palato ósseo (teto da cavidade bucal e assoalho da
cavidade nasal).

 Forame incisivo – local por onde passam os vasos e nervos nasopalatinos.

 Lâmina horizontal do osso palatino – região mais posterior (representada em branco


na imagem) –articula-se com o processo palatino, finalizando a formação do teto da
cavidade bucal e assoalho da cavidade nasal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 9

O teto do seio maxilar forma o assoalho da cavidade orbital (representado pela seta
vermelha).

 Região inferior de órbita.

Sulco infraorbital e forame infraorbital → através desse sulco entra o complexo


vasculonervoso infraorbital e este sai pelo forame de mesmo nome para irrigar e fornecer
o suprimento nervoso da região de face.
A maxila é um osso par. Por isso, articula-se e forma a sutura intermaxilar (região
central – linha vermelha) e apresenta um processo chamado de espinha nasal anterior
(ajuda na inserção das cartilagens nasais – círculo vermelho).

 Eminências caninas (A) – áreas de inserção das raízes dos caninos.

 Crista zigomático alveolar (B)– área densa que comunica o processo zigomático da
maxila até seu processo alveolar e provém força para face (sustentação).

3) Palatino
Formado por duas lâminas → horizontal e perpendicular.

 Sutura palatina transversa → região de encontro entre processo palatino da maxila e


lâmina horizontal do osso palatino.

 Forame palatino maior – medialmente aos molares → permite a passagem de


estruturas da fossa pterigopalatina até a região de palato.

 Forames palatinos menores – mais posteriores, em região de palato mole.

○ Lâmina perpendicular do osso palatino (Observação: na videoaula, houve uma


troca nos nomes, quando ela se refere à lâmina que ascende a cavidade nasal,
está se referindo à lâmina PERPENDICULAR): forma a cavidade nasal lateralmente
e participa da cavidade orbital.

Concha nasal inferior (2)


 Parede lateral da cavidade nasal.

 Possui concavidade voltada para baixo → delimita o meato nasal inferior, região de
passagem do canalículo lacrimonasal para drenagem de lágrima.

 Três processos distintos → permite que esse osso se articule com as estruturas de
mesmo nome.

○ Processo etmoidal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 10

○ Processo maxilar.

○ Processo lacrimal.

Osso lacrimal (2)


 Osso delgado que participa da formação da:

○ Parede lateral da cavidade nasal.

○ Parede medial da órbita.

 Apresenta concavidade junto com a maxila. Forma a fossa lacrimal → aloja o saco
lacrimal (drenagem das lágrimas).

Osso Nasal (2) – também conhecido


como “ossos próprios do nariz – OPN”
 Osso retangular localizado na raiz do nariz → osso projetado na face, o que facilita
sua fratura.

 Contribui na delimitação da abertura piriforme.

Vômer (1)
 Osso fino, plano e quase trapezoide.

 Contribui na formação da parte óssea do septo nasal.

 Está situado na linha sagital mediana.

Osso zigomático (2) – também conhecido como osso malar


 Projeção lateral da face → formação da “maçã do rosto”.

 Contribui na formação da parede lateral e inferior da órbita.

 Apresenta três processos:

○ Frontal – articula com o osso frontal para formar a parede lateral da órbita.

○ Temporal – articula com o processo zigomático do osso temporal para a formação


do arco zigomático.

○ Maxilar – articulação com a maxila.

 Forame zigomático facial – Região externa do osso zigomático.

 Forame zigomático orbital – Porção orbital do arco zigomático.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 11

Aula 3. Fossas e base externa do crânio

Fossas cranianas – Base do crânio dividido em três fossas:


○ Anterior → abrange do osso frontal até a asa menor do osso esfenoide (inclui o
osso etmoide) → teto da cavidade orbital e nasal.

 Delimita teto da cavidade orbital.

 Lâmina cribriforme – também corresponde ao teto da cavidade nasal.

 Nessa região, existe o forame cego – formado pela união da crista etmoidal com a
crista do osso frontal.

○ Média → partes do osso esfenoide e osso temporal.

 Limite posterior: margem superior da parte petrosa do osso temporal (parte óssea
extremamente dura).

 As duas fossas médias se encontram unidas pelo corpo do osso esfenoide.

 Sela turca

 Fossa hipofisal (abriga a glândula hipófise) e a formação do seio esfenoide (no corpo
do osso esfenoide).

 Sulco carótico – local de passagem da artéria carótida interna.

 Forame óptico – local de passagem do nervo óptico (1) e artéria oftálmica (2).

 Nessa região, há a passagem das três divisões do nervo trigêmeo:

○ Fissura orbital superior

○ Comunica fossa craniana média com fossa orbital:

» Nervo oftálmico (V1); nervo oculomotor; nervo troclear; nervo abducente.

○ Forame redondo (comunica fossa craniana média com fossa pterigopalatina)

 Nervo maxilar (V2).

Fossa pterigopalatina:

 Espaço imediatamente posterior à maxila.

 Apresenta forma de lágrima invertida.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 12

 Apresenta comunicação com a fossa média do crânio, fossa infratemporal, assoalho


de órbita, cavidade nasal, teto de cavidade bucal.

○ Dá passagem para o nervo maxilar e onde ele emitirá seus ramos.

○ Contém o gânglio pterigopalatino.

Fossa pterigopalatina x Fissura pterigomaxilar


Fissura pterigomaxilar: representação gráfica da abertura que vai para a fossa
pterigopalatina, em forma de lágrima invertida.

 Forame oval (comunica fossa craniana média com a fossa infratemporal).

 Nervo mandibular (V3).

Delimitada abaixo da fossa temporal (margem superior de arco zigomático e base de


mandíbula medialmente).

 Impressão trigeminal.

 Pequena depressão na região da fossa craniana média onde está abrigado o nervo
trigêmeo.

Forame lacerado:

 Forame irregular.

 Fechado por membrana fibrocartilagínea em indivíduo vivo.


Resumo de forames:

A fissura orbital superior dá passagem para órbita, e o forame redondo dá passagem


para fossa pterigopalatina e, por isso, não aparecem na visão inferior do crânio.

 Posterior → delimitado pelo temporal e occipital e forma o maior forame do crânio


(fora magno/occipital)

 Protuberância occipital interna – abriga a confluência dos seios da dura-máter.

Através do canal do nervo hipoglosso, passa o nervo de mesmo nome – inervação de


musculatura intrínseca e extrínseca da língua.
Forame jugular e canal carótico

 O processo estiloide da inserção para o músculo estilo-hioide e ligamento estilo


mandibular.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 13

 Processo mastoide

 Células da mastoide.

○ Entre o processo mastoide e o processo estiloide há o forame estilomastoideo


(círculo vermelho menor) responsável pela passagem do nervo facial (VII Par) –
inervação motora dos músculos da mímica facial.Aula 4. Pontos cefalométricos
A cefalometria analisa padrões de normalidade do complexo craniofacial, permite
observações de crescimento da face e é determinante no plano de tratamento e avaliação
dos resultados terapêuticos.

Análise cefalométrica
 Análise lateral e frontal – são feitas por meio das radiografias de perfil e frontal e
realizadas manualmente ou de forma digital.
Tal análise busca prever a simetria entre ossos, tecidos moles e dentes:

 Relação entre maxila, mandíbula e base do crânio.

 Relação entre maxila e mandíbula.

 Relação dos incisivos com a base óssea.

 Proporcionalidade dos terços da face.

Para avaliação cefalométrica, algumas estruturas são destacadas:


As olivas (estrutura metálica utilizada durante a tomada radiográfica) representam o
local do meato acústico externo.
A posição dentária é obtida por meio do desenho dos incisivos centrais (superior e
inferior) e primeiros molares (inferior e superior).
Pontos cefalométricos:

 Ponto Sela (S) – corresponde ao espaço geométrico da sela turca.

 Ponto Násio (N) – corresponde à sutura entre osso frontal e nasal (ponto mais anterior
à sutura frontonasal).

 Ponto A – localizado na maior concavidade da porção anterior da maxila.

Por meio desses três pontos, é possível avaliar a relação entre


maxila e base craniana por meio do ângulo SNA, que possui média
de 82° (variação de 2°), formado pelo plano SN e NA.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 14

 Ângulo SNA > 82° – maxila muito para frente em relação à base do crânio.

 Ângulo SNA < 82° – maxila muito para trás em relação à base do crânio.

É possível avaliar também se o aumento de um overjet é causado por problemas


ósseos ou dentários por meio de outros pontos.

 Ângulo 1.NA → representa o ângulo entre a linha feita no longo eixo do incisivo
superior com a linha NA.

 Ponto B – ponto marcado na maior concavidade da porção anterior da sínfise


mentoniana → tal ponto avalia a posição da mandíbula em relação à base do crânio
e esse posicionamento é avaliado pelo ângulo SNB.

Tal ângulo tem valor médio de 80° (variação de 2°).

 SNB > 80° – mandíbula muito para frente (paciente classe III esquelética).

 SNB < 80° – mandíbula muito para trás.

 Ângulo 1.NB → representa o ângulo entre a linha NB e a linha formada no longo eixo
do incisivo inferior.

O aumento ou diminuição desse ângulo pode representar compensação dentária de


uma anomalia esquelética.

 Ângulo ANB → representa a relação maxilomandibular, determina a relação apenas


entre maxila e mandíbula.

Toda vez em que há modificação óssea há também modificação em tecidos moles,


visto que há sempre uma relação entre eles.

 Recuo de maxila → depressão da ponta do nariz e aumento da base alar.

 Recuo da mandíbula → aumento da “papada” e estreitamento das vias aéreas.

 Ângulo SN.GoGn

Como achar os pontos GoGn:


Ponto Go (gônio) – Traçado por meio de uma bissetriz do ângulo formado por meio
das linhas traçadas nos pontos mais posterior e inferior da mandíbula.
Ponto Gn (gnátio) – Traçado por meio da bissetriz do ângulo formado entre a linha
traçada na base da mandíbula e a linha NPog (ponto Pog –feito na região mais anterior da
sínfise mandibular).
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 15

 Ângulo SN.GoGn alto → face mais alongada (maior crescimento vertical).

 Ângulo SN.GoGn pequeno → face mais curta (menor crescimento vertical).

Movimentações feitas no intuito de intruir a maxila devem ser analisadas por meio
desse ângulo, pois modificá-lo representa um encurtamento do terço inferior da face em
função da rotação mandibular (sentido anti-horário) causada pela intrusão maxilar.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 16

Aula 5. Anatomia da órbita


 Órbita – Cavidade que contém o bulbo do olho e as estruturas acessórias da visão.

 Olho – Bulbo + nervo óptico = órgão da visão.

 Região orbital – Área da face sobre a órbita e o bulbo do olho.

○ Pálpebras superior e inferior.

○ Aparelho lacrimal.

Margem supraorbital – incisura/forame supraorbital: passagem de artéria e nervo


supraorbital em direção à fronte da face.
Através da incisura frontal, passam complexo vasculonervoso supratroclear.
Margem infraorbital – Forame infraorbital (passagem de complexo vasculonervoso
de mesmo nome em direção ao terço médio da face).
A glândula lacrimal produz secreção durante todo o dia. Essa secreção é drenada
para o saco lacrimal, que assume sentido descendente através do canal lacrimonasal e se
abre no meato inferior da cavidade nasal, abaixo da concha nasal inferior.

 Ligamento palpebral medial → estruturas que “abraçam” os sacos lacrimais e ajudam


em sua drenagem por meio da contração. Estão inseridos nas cristas lacrimais.

 Ligamento palpebral lateral → insere-se 3 milímetros atrás da parede lateral da órbita


no tubérculo de Whitnall.

Clinicamente, esses ligamentos podem ser chamados de ligamentos cantais.

 Paredes orbitais

○ Cada órbita apresenta-se como uma cavidade piramidal quadrilátera na qual sua
cavidade se encontra aberta e sua região mais posterior corresponde à região de
canal óptico.

○ Responsáveis pela contenção do bulbo do olho e estruturas acessórias.

Apresenta uma parede fina – às vezes translúcida – formada basicamente pelo osso
frontal.

 As glândulas lacrimais estão presentes no teto da cavidade orbital, na sua porção


lateral.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 17

 Fóvea troclear – insere um tecido fibroso (tróclea – inserida na região medial do


teto da cavidade ocular) que permite a passagem do músculo oblíquo superior para
chegar ao bulbo do olho.

 Canal óptico – região extrema posterior da parede superior → passagem do nervo


óptico e artéria oftálmica (ramo da artéria carótida interna).

Através do canal óptico, emerge também a meninge dura-máter:

 Lâmina externa da dura-máter → revestimento de periórbita.

 Lâmina interna de dura-máter → reveste bulbo do olho, formando uma cápsula.

Parede mais forte entre as quatro e definida entre as fissuras orbitais (superior e
inferior) – basicamente formada por osso esfenoide e zigomático.

 Fissura orbital superior: proporciona comunicação entre órbita e caixa craniana


através da fossa média da caixa craniana.

 Fissura orbital inferior: proporciona comunicação entre órbita, fossa infratemporal e


fossa pterigopalatina.

Parede extremamente friável (fina) e com grande possibilidade de fraturas.

 Formado pelo osso zigomático, maxila e osso palatino.

 Apresenta o canal infraorbital e forame de mesmo nome.

Assim como a inferior, é uma parede frágil em função de ser formada basicamente
pelo osso etmoide (bastante pneumatizado).

 Formado posteriormente à crista lacrimal posterior.

 Apresenta dois pequenos forames – etmoidais anterior e posterior → complexo


nervoso de mesmo nome.
Septo orbital – Tecido fibroso que se insere nas margens da órbita.

 Perfurado por aponeurose de músculo palpebral superior (músculo levantador da


pálpebra superior), que puxa a pálpebra para cima, expondo o bulbo do olho.

 Tarso → reforço palpebral que dá suporte a essa estrutura e se fixa nas pálpebras
através dos ligamentos palpebrais.

○ Apresenta glândulas sebáceas (proteção e contenção das lágrimas no interior da


cavidade).
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 18

Tecido de proteção (estrutura muscular fina), basicamente sem tecido subcutâneo.

 Permite espalhar o conteúdo lacrimal na conjuntiva.

 Rima palpebral – espaço entre as duas pálpebras.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 19

Aula 6. Cavidades: anatomia do nariz


 Área extremamente importante, pois seu bom funcionamento influencia no
crescimento do esqueleto e as raízes dentárias superiores estão próximas a estruturas
do sistema respiratório.

Pirâmide nasal – Linha média – Facilita o trauma direto do nariz por ser mais exposta
em região da face.

 Ossos Nasais – Compõem a região superior da pirâmide nasal (articulam-se na linha


média); ossos planos e extremamenete frágeis.

 Maxila – Compõe a região lateral da pirâmide nasal, projetando o processo frontal


da maxila e se une na região central, formando a espinha nasal anterior (ponto
cefalométrico importante em cirurgia ortognática).

 Abertura piriforme → corresponde à abertura óssea da cavidade nasal.

Parte cartilaginosa
Propicia flexibilidade à região anterior da cavidade nasal.

 Cartilagem septal – Faz parte do dorso e septo nasal.

 Cartilagens alares – Funcionam para manter aberto o tempo inteiro as narinas e


permitem a passagem de ar.

 Base alar (nasal) – Inserção da asa do nariz do lado direito e esquerdo.

Tecido que se forma à frente da cartilagem septal (tecido mole), que conclui a
formação da cavidade nasal.
O septo nasal é formado anteriormente pela cartilagem septal, mas em sua região
posterior é composto por osso.

Parte óssea:
1) CAVIDADE NASAL

 Vestíbulo → região deprimida lateralmente, revestida de tecido cutâneo onde estão


presentes os pelos nasais (vibrissas).

 Vibrissas → têm como função iniciar a filtragem do ar (partículas maiores).


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 20

As conchas nasais superiores não são vistas ao exame clínico.


Conchas nasais: projeções da parede lateral da cavidade nasal (inferior, média e
superior).
Meato médio e inferior – Espaços entre as conchas nasais – servem para drenagem
dos seios paranasais (principalmente meato médio).
Entre concha nasal média e inferior (meato médio), há as principais drenagens dos
seios paranasais – Drenagem de seio frontal (primeira seta), drenagem do seio maxilar
(seta mais abaixo).

 Drenagem do seio esfenoidal → drena no teto da cavidade orbital no recesso esfenoidal


(não drena no meato médio).

Drenagem do canalículo lacrimonasal (seta azul-clara): local de drenagem das


lágrimas que vão para o local de meato inferior (dentro da cavidade nasal).
Inervação – cavidade nasal (sensitiva) → nervo trigêmeo (V par).
Nervo palatino maior inerva a cavidade nasal através do canal palatino maior e lança
ramos nas conchas nasais média e meato médio.
Alcançam a parede lateral da cavidade nasal (através da parede medial da orbital) e
septo nasal. Inervam também seios paranasais.
Participa basicamente de inervação de septo – vem posteriormente da cavidade na
sal e pode descender para inervar o assoalho da cavidade nasal → passa através do canal
incisivo e inerva palato duro.
Fratura da lâmina cribriforme do osso etmoide → tal lâmina divide o soalho de base de
crânio e teto de cavidade nasal. A fratura gera drenagem de líquor (liquorreia e meningite) e
alteração do olfato (hiposmia ou anosmia) (inervação sensitiva especial – bulbo olfatório).
Plexo de Kisselbach (Área de Little) → região bem vascularizada (encontro das
artérias) e anterior na cavidade nasal, o que gera propensão a sangramento nasal.

Drenagem
Superior – seio cavernoso → veia jugular interna.
Posteriormente – plexo pterigoide → maxilar e retromandibular.
Anteriormente – veia facial.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 21

Aula 7. Anatomia da boca


Anteriormente, é limitada pelos lábios (quando a boca está fechada).
Posteriormente é aberta, dando passagem para o bolo alimentar.

Palato
 Corresponde ao limite superior (teto) da cavidade bucal.

 Limite inferior (assoalho) da cavidade nasal.

Deformações de palato têm repercussão na cavidade oral e respiração. Atuações


nessa região podem gerar comunicação bucossinusal.
Anteriormente: palato duro.
Forame incisivo – passagem de complexo vasculonervoso (assoalho de cavidade
nasal para teto de cavidade bucal).
Forames palatinos maiores – medial aos processos alveolares da maxila.
Forames palatinos menores – mais posteriores aos forames palatinos maiores.

Todos os nervos são provenientes do


nervo trigêmeo e têm função sensitiva.

Na região central, sobre a sutura mediana, existe área sem deposição de tecido
submucoso por baixo, conhecida como rafe palatina mediana.
Papila incisiva – elevação ovoide da mucosa, compatível com região de forame
incisivo.
Pregas palatinas transversas – são irregulares; cada indivíduo tem seu padrão e
auxiliam no reconhecimento cadavérico, pois são consideradas as impressões digitais da
mucosa bucal.
Aponeurose palatina – estrutura inelástica que permite a inserção de musculatura de
palato mole.
Músculo tensor do véu palatino – compõe o palato mole e tem função maior em
nasofaringe (abrir a tuba auditiva para passagem de ar e secreção para região de
nasofaringe) do que no palato mole.
Músculo palatoglosso + mucosa = arco palatoglosso – aponeurose palatina → base
de língua.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 22

Músculo palatofaríngeo + mucosa = arco palatofaríngeo – mais posterior ao m.


palatoglosso.
Tonsila palatina → aglomerado linfoide, responsável pela proteção da entrada do
sistema digestório. Está presente na fossa palatina e visível facilmente na abertura de boca.

Istmo das Fauces


 Limitado superiormente pelo palato mole, inferiormente pelo dorso da língua e
lateralmente pelo m. palatoglosso.

Auxilia na classificação em cirurgia para intubação endotraqueal – visualização de


abertura de ádito de laringe.

BOCHECHAS
Paredes laterais → formadas pelo músculo bucinador.

 Fixado acima do processo alveolar da maxila e abaixo do processo alveolar da


mandíbula.

Tal região não apresenta grandes acidentes anatômicos, sendo a papila parotídea a
única em destaque.

 Localizado na altura do segundo molar superior dos dois lados.

 Serve como drenagem de saliva da glândula parótida.

ASSOALHO DE BOCA
Espaço pequeno delimitado abaixo da região de língua pelo músculo milo-hioideo.

 Glândula sublingual – alojada na fossa sublingual, que vai se abrir no assoalho de


boca para liberação de saliva.

 Carúncula sublingual – abertura do ducto da glândula submandibular, lateralmente


ao freio lingual.

 Freio lingual – tecido conjuntivo que auxilia na limitação da língua.

 O vermelhão do lábio apresenta estrias que se formam na gestação e é objeto de


estudo da Odontologia Legal, pois também é uma característica individual de cada
pessoa.

 A linha mucocutânea deve ser bem demarcada, o que representa saúde.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 23

Mucosa oral
 Processo alveolar – Gengiva inserida: espessa, bem inserida, cor rosada, com aspecto
de casca de laranja, com projeções entre os dentes, em formato triangular (papila
interdental).

 Fórnice do vestíbulo – Mucosa alveolar: frouxa, fina, altamente vascularizada.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 24

Aula 8. Anatomia das glândulas salivares


 Glândulas exócrinas – secreção liberada para o meio.

 Mucosa, serosa ou mista.

 Glândulas salivares maiores (pares).

Glândula Parótida
 Glândula serosa.

 Apresenta-se como uma massa irregular, amarelada e bem lobulada.

 Localiza-se em região pré-auricular (em frente à orelha).

 Encerrada por uma fáscia parotídea.

Limites:

 Superiormente → pode se estender até arco zigomático; maior parte abaixo do


pavilhão auditivo.

 Anteriormente → recobre a parte posterior do músculo masseter.

 Inferiormente → ângulo de mandíbula.

 Posteriormente → recobre a região anterior do ECOM.

No seu aspecto medial, chega até o pterigoideo medial.


Uma parte da população (20%) pode apresentar glândula acessória entre o arco
zigomático e o ducto da glândula parótida.

 Ducto parotídeo (Stensen ou Stenon).

Por ser um ducto longo, pode estar relacionado à formação de calcificações (cálculos
– sialolitíases) que, às vezes, ocluem o ducto e impedem a passagem da saliva.

 Ao passar pelo masseter, curva-se praticamente 90° e atravessa o corpo adiposo da


bochecha para se comunicar com a cavidade bucal.

 Comunica-se com a cavidade bucal na altura do 2° molar superior → papila parotídea.

Apesar de atravessar a glândula, o nervo facial (responsável pela mímica facial) não
inerva essa glândula.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 25

A artéria carótida externa entra na glândula e emite seus dois ramos terminais – A.
maxilar e A. temporal superficial.
Carótida interna e veia jugular estão estruturalmente próximas da carótida.

Glândula submandibular
Tem a maior parte abaixo da basilar mandibular. A parte anterior se coloca sobre
o ventre anterior do músculo digástrico, mas não está totalmente localizado abaixo da
basilar e também se estende superiormente.

 Fossa submandibular → aloja a parte superficial da glândula.


 Entre a glândula submandibular e fossa mandibular, a arterial facial contorna a região.

A glândula transpassa o músculo milo-hioideo e chega próximo à glândula sublingual


e forma seu ducto.

 Ducto da glândula submandibular (Wharton).

Sua abertura está presente lateralmente ao freio lingual.

Glândula sublingual
 Predominantemente mucosa.
 Superficial no assoalho de boca (recoberta apenas pela mucosa do assoalho).
 Coloca-se acima da linha milo-hioidea e se coloca na fossa sublingual.

Tal glândula apresenta diversos ductos. O ducto de Bartholin pode existir e representa
condensação de alguns ductos da região anterior da glândula.

 Glândulas salivares menores:


○ Labiais;
○ Bucais;
○ Palatoglossais;
○ Palatinas;
○ Linguais (anteriores e posteriores);
○ Von Ebner – estão presentes nas papilas foliadas e circunvaladas da língua.
São glândulas serosas que sintetizam e secretam uma secreção rica em água,
eletrólitos e lipase lingual.
○ Secreção de enzimas – Amilase salivar
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 26

Aula 9. Irrigação arterial da face

Sistema Carótico
 A artéria carótida comum tem trajeto ascendente juntamente com a veia jugular
interna e se apresenta lateral à traqueia, tireoide, faringe e esôfago.

Na altura da margem superior da tireoide, a artéria carótida comum se bifurca dando


origem à artéria carótida interna e externa.

 Bainha carotídea → estojo fascial que envolve as três estruturas.

Estruturas presentes na bifurcação da artéria carótida comum.


Tais estruturas enviam para o sistema nervoso central informações sobre a pressão
sanguínea que segue em direção ao crânio.

 Seio carotídeo – possui barorreceptores → controla a tensão arterial por reflexos de


estriamento.

 Glomo carótico – possui quimiorreceptores → detectam redução de O2 e aumento de


CO2 e íons H+.

Trajeto

 A carótida interna ascende sem emitir nenhum ramo até a base de crânio.

○ Adentra o canal carótico.

 A carótida externa ascende e começa a ficar mais superficial em relação à carótida


interna.

 Divide-se na substância da glândula parótida.

○ Artéria maxilar → irrigação dos tecidos profundos da face.

○ Artéria temporal superficial à Irrigação do couro cabeludo, lateral e anteriormente


em região de fronte.

1) Artéria tireóidea superior → 1° ramo anterior da artéria carótida externa.


2) A. faríngea ascendente → menor ramo da carótida externa; ascende lateralmente
à faringe, chegando até a base de crânio.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 27

3) A. lingual → contribui com irrigação de língua e assoalho de boca. Emite ramos


dorsais da língua e A. supra-hioide. Apresenta dois principais ramos terminais:

○ A. sublingual: irriga porção inferior da boca (assoalho), músculo milo-hioideo e


seus adjacentes.

○ A. lingual profunda – Penetra a língua e se localiza lateralmente ao freio lingual na


região inferior e se anastomosa com sua contralateral.

4) A. facial → Irriga todo o tecido superficial da face. Forma-se na altura do ângulo da


mandíbula, passa medialmente a mandíbula, contorna a sua base e transita superiormente
de forma sinuosa.
A artéria submentual é um ramo da facial que irriga toda a região de mento. A artéria
facial possui ramos cervicais e faciais:

 Ramos cervicais:

○ A. palatina ascendente → irrigação de região de palato.

○ Ramo tonsilar → irrigação das tonsilas palatinas.

○ A. submentual → irrigação da região submentual.

 Ramos faciais:

○ A. labial inferior → forma-se na região de comissura labial, corre em região de


margem inferior de lábio e irriga lábios, músculo orbicular de boca.

○ A. labial superior → mesmas funções no lábio superior; pode apresentar um ramo


septal que auxilia na irrigação de região nasal.

○ A. nasal lateral → nem sempre está presente; respondee pela irrigação de áreas
de nariz (dorso e lateral). ¨

○ A. angular → ramo terminal da facial.

5) A. occipital → origina-se posteriormente à artéria carótida externa, passa


medialmente ao processo mastoide (sulco occipital) e irriga a porção posterior do couro
cabeludo e porção mais superior do ECOM.
6) A. auricular posterior → passa entre processo mastoide e meato acústico externo
e dá origem a dois ramos: ramo auricular e occipital.
7) A. maxilar → forma-se na altura do côndilo (colo) da mandíbula e emite ramos
para irrigação profunda da face.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 28

8) A. temporal superficial → sai da substância da parótida e passa pelo arco


zigomático. Apresenta duas ramificações:

 A. transversa da face: margem inferior do arco zigomático → irriga as estruturas


adjacentes (principalmente pele dessa região).

 A. zigomático-orbital: margem superior do arco zigomático → musculatura orbicular


de olho.

Ramos terminais: ramo frontal (anterior); ramo parietal (posterior) → irrigação do


couro cabeludo dessas regiões.
A artéria carótida interna – Adentra o seio cavernoso da dura-máter. Passa pelo seio
e emite um ramo que passa pelo canal óptico – Artéria oftálmica.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 29

Aula 10. Artéria maxilar


Estrutura profunda que passa uma grande quantidade de sangue em transporte, o
que dificulta estancar sangramentos dessa artéria.

 Ramo terminal da carótida externa

○ Surge na substância da glândula parótida → atrás do colo da mandíbula.

○ Passa medialmente ao côndilo mandibular.

○ Cruza horizontalmente a fossa infratemporal.

Manipulações de ATM podem lesar a artéria maxilar.

 Todos os ramos da porção mandibular adentram o osso (cinco ramos).

 Todos os ramos da porção pterigoidea adentram músculo (cinco ramos).

1) A. maxilar (MANDIBULAR)

 A. auricular profunda (seta laranja) → perfura o meato acústico externo e ajuda na


irrigação do pavilhão auditivo.

 A. timpânica anterior (seta verde-claro) → perfura a fissura petrotimpânica, irrigação


do pavilhão auditivo.

 A. meníngea média (seta verde-claro) → passa pelo forame espinhoso e irriga ossos
da calvária e regiões adjacentes.

 A. meníngea acessória (seta amarela) → passa pelo forame oval e adentra crânio
(irriga músculos pterigoideos).

 A. alveolar inferior (5) → assume um trajeto descendente e adentra no canal


mandibular. Irriga os ossos e dentes da região inferior.

Antes de adentrar no canal mandibular, emite a artéria milo-hioidea e irriga os dentes


inferiores através dos ramos dentais até a polpa das unidades.

Após sair do canal mandibular, a artéria se bifurca e forma a artéria


mentual (irrigação da região de mento) e continua anteriormente através
do ramo incisivo do alveolar inferior – Abaixo de caninos e incisivos.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 30

Aula 11. Vascularização: seios


venosos da dura-máter
Meninges

 Definição: membranas que revestem o encéfalo e medula espinhal (sistema nervoso)


imediatamente internas ao crânio. As meninges são formadas por três camadas de
tecido conjuntivo membranáceo: dura-máter, aracnoide e pia-máter.

A dura-máter, meninge mais externa, é formada de tecido conjuntivo denso e aderida


à lâmina interna do neurocrânio (calvaria). É constituída por duas porções: uma mais
externa que está em contato com os ossos (endosteal) e uma mais interna em contato
com a aracnoide-máter (meníngea).

 Camada externa (outer layer): formada pelo periósteo, que cobre a face interna da
calvária; adere-se à face interna do crânio. Sua inserção é resistente ao longo das
linhas de sutura e na base do crânio.

 Camada interna (inner layer): membrana fibrosa forte e contínua no forame magno
com a parte espinal da dura-máter que reveste a medula espinal.

As camadas externa e interna fundidas da dura-máter sobre a calvária


podem ser facilmente arrancadas dos ossos do crânio. Já na base do crânio,
elas estão firmemente inseridas e é difícil separá-las dos ossos.

Em vida, essa separação na interface da dura-máter com o crânio só ocorre em caso


de doença, criando um espaço cheio de sangue ou líquido (hematoma subdural).

Invaginações → A camada meníngea interna da dura-máter é uma camada de


sustentação que se dobra para formar invaginações (reflexões) durais. Tais septações
dividem a cavidade do crânio em compartimentos, formando divisões parciais (septos
durais) entre algumas partes do encéfalo e oferecendo suporte para outras partes.

 Foice do cérebro:

○ Maior invaginação da dura-máter.

○ Situa-se na fissura longitudinal do cérebro que separa os hemisférios cerebrais


direito e esquerdo.

○ Fixada no plano mediano à face interna da calvária e termina tornando-se contínua


com o tentório do cerebelo.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 31

 Foice do cerebelo:

○ Invaginação vertical da dura-máter situada inferiormente ao tentório do cerebelo


na parte posterior da fossa posterior do crânio.

○ Está inserida na crista occipital interna e separa parcialmente os hemisférios do


cerebelo.

 Tentório do cerebelo:

○ Segunda maior invaginação da dura-máter → septo largo, em formato de meia-


lua, que separa os lobos occipitais dos hemisférios cerebrais do cerebelo.

○ Faixa de tecido que cobre e reveste superiormente o cerebelo.

○ Divide a cavidade do crânio em compartimentos supratentorial e infratentorial.

▪ O compartimento supratentorial é dividido em metades direita e esquerda pela


foice do cérebro.

○ A foice do cérebro fixa-se ao tentório do cerebelo e o mantém elevado, conferindo


aparência semelhante à de uma tenda.

Seios venosos da dura-máter


Os seios venosos durais (também chamados de seios durais, seios cerebrais ou seios
cranianos) são canais venosos encontrados entre as camadas de dura-máter no cérebro,
revestidos por endotélio entre as lâminas periosteal e meníngea da dura.
São formados nos locais onde os septos durais se inserem ao longo da margem livre
da foice do cérebro e em relação às formações do assoalho do crânio. Grandes veias da
superfície do encéfalo drenam para esses seios e a maior parte do sangue do encéfalo
drena finalmente através deles para as veias jugulares internas.

 Seio sagital superior → situa-se na margem fixada convexa da foice do cérebro.

○ Inicia-se na crista etmoidal, é mediano e percorre o sulco sagital superior


terminando perto da protuberância occipital interna na confluência dos seios, um
local de reunião dos seios sagital superior, reto, occipital e transverso.

○ Recebe as veias cerebrais superiores.

 Seios transversos → seguem lateralmente a partir da confluência dos seios, formando


um sulco nos occipitais e nos ângulos posteroinferiores dos ossos parietais.

 Seio sagital inferior:

○ Muito menor do que o superior.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 32

○ Recebe sangue das porções medial e profunda dos hemisférios cerebrais.

○ Segue na margem livre côncava inferior da foice do cérebro e termina no seio reto.

 Seio reto:

○ Formado pela união do seio sagital inferior com a veia cerebral magna.

○ Segue em sentido inferoposterior ao longo da linha de inserção da foice do cérebro


até o tentório do cerebelo, onde se une à confluência dos seios.

 Seio sigmoide

○ Continuação do seio transverso quando deixa o tentório do cerebelo.

○ Segue trajeto em forma de S na fossa posterior do crânio, formando sulcos


profundos no temporal e no occipital.

○ Cada seio sigmoideo (lado direito e esquerdo) segue anteriormente e depois


continua inferiormente como a veia jugular interna após atravessar o forame
jugular.

O seio petroso superior está localizado na região interior do crânio, em sua


base. Em número par, um de cada lado, situa-se na borda interna, superomedial,
dos ossos petrosos, que fazem parte dos ossos temporais do crânio. O seio
petroso superior tem pouca importância no volume de sangue drenado de
dentro do crânio, porém é um marco anatômico importante em microcirurgia
neurológica por poder ser a sede de tumores ou da sua proximidade deles.

 Seio cavernoso

○ Grande plexo venoso, localizado de cada lado da sela turca, sobre a face superior
do corpo do esfenoide, que contém o seio esfenoidal.

○ Formado por paredes extremamente finas que se estendem anteriormente da


fissura orbital superior até o ápice da parte petrosa do temporal posteriormente.

○ Recebe sangue das veias oftálmicas superior e inferior, veia cerebral média
superficial e seio esfenoparietal.

○ Em cada seio cavernoso, estão a artéria carótida interna com seus pequenos
ramos, circundados pelo plexo carótico de nervo(s) simpático(s) e o nervo
abducente (NC VI).

○ Os nervos oculomotor (NC III) e troclear (NC IV), mais duas das três divisões do
nervo trigêmeo (NC V), estão embutidos na parede lateral do seio.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 33

Trombose do seio cavernoso → é geralmente causada pela disseminação de bactérias


de infecções da face e órbita (incluindo a pele do nariz), órbita ou seio nasal.

 Os sintomas incluem dor na cabeça e no rosto, perturbações visuais, olhos rapidamente


salientes e febre alta.

 Mesmo com tratamento (administração de altas doses de antibióticos), a doença


pode resultar em consequências graves ou ser fatal.

A aracnoide é uma membrana serosa e está em posição mediana, entre a dura-máter


e a pia-máter. Recebe esse nome em razão de sua estrutura assemelhar-se a uma teia de
aranha. Entre a aracnoide e a pia-máter existe um espaço conhecido como subaracnoideo
e nele um líquido, conhecido como cefalorraquidiano ou cerebrospinal.

O líquido cefalorraquidiano (LCR) é um fluido biológico que está em íntima


relação com o sistema nervoso central (SNC) e suas meninges. É uma substância
produzida pelos plexos coroides e está presente nos ventrículos cerebrais e no
espaço subaracnoideo. É formado principalmente por água, proteínas, glicose,
glóbulos brancos e alguns hormônios. A produção e a circulação desse líquido são
contínuas e, em função do seu íntimo contato, sua análise laboratorial é de grande
importância para o diagnóstico e acompanhamento das doenças neurológicas.

Sua principal função é a proteção mecânica que amortece o encéfalo e a medula


espinhal contra choques e pressão. Apresenta também a capacidade de flutuação,
defesa do SNC contra agentes infecciosos, remoção de resíduos e circular
nutrientes, mantendo assim o dinamismo dos elementos nele presentes.

A pia-máter é uma membrana vascularizada localizada mais internamente e se


encontra em contato direto com o sistema nervoso central, sendo que a porção da medula
é mais espessa e menos vascularizada quando comparada com a que reveste a região do
cérebro. Tal membrana acompanha as ondulações do cérebro, aprofundando-se nessas
regiões.

É um tecido fibroso fino permeável à água e a pequenos solutos. Tal folheto


permite que os vasos sanguíneos atravessem e nutram o cérebro
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 34

Aula 12. Vascularização:


drenagem linfática da face
O sistema linfático é um complexo conjunto de órgãos linfoides, tecidos, vasos e
ductos que se distribuem por todo o corpo.

 Principais funções: produzir e amadurecer as células de defesa do organismo


(linfócitos, monócitos e plasmócitos), drenar e filtrar o excesso de líquido do corpo,
encaminhando-o para a corrente sanguínea.

 Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema


circulatório.

A linfa é um líquido produzido quando o sangue atravessa os vasos capilares e


vaza para o corpo. Os poros dos capilares são pequenos e não permitem a passagem
dos glóbulos vermelhos, mas deixam passar o plasma sanguíneo, contendo oxigênio,
proteínas, glicose e glóbulos brancos.

 A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos


linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos) e,
após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas.

Tonsilas → estruturas presentes na orofaringe (percurso entre boca e faringe)


constituídas por aglomerados de tecido linfoide ricos em glóbulos brancos que protegem
a mucosa contra micro-organismos. São distinguíveis as tonsilas faríngeas (também
chamadas de adenoides), as tonsilas palatinas (também chamadas de amígdalas) e as
tonsilas linguais (também chamadas de amígdalas linguais).
Anel de Waldeyer é constituído pelas adenoides, amígdalas tubárias, amígdalas
palatinas e amígdala lingual, além do tecido linfoide das bandas laterais da faringe.
Vasos linfáticos: Os capilares linfáticos caracterizam-se por um cilindro de células
endoteliais que nascem no espaço intersticial do tecido conjuntivo. Suas extremidades
assemelham-se a dedos de luvas (terminam em fundo cego). Não há contato direto entre
seu conteúdo e o liquido intercelular ou as células dos tecidos. Infiltram-se entre estas
devido a suas paredes extremamente finas, que facilitam a permeabilidade, que é maior do
que a dos capilares sanguíneos.

 Assim como nas veias, os vasos linfáticos apresentam valvas que garantem o fluxo da
linfa em um único sentido. A movimentação da linfa ocorre graças às forças externas
que agem sobre as paredes dos vasos, como a ação massageadora dos músculos
esqueléticos. Entre cada valva dos vasos linfáticos, é possível perceber um dilatação, e,
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 35

como existem várias valvas nessas estruturas, o vaso linfático adquire um aspecto de
colar de contas.
Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos, que terminam em dois
grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte inferior do
corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax) e o duto
linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte
do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração.
Linfonodos → pequenos corpos ovais formados por tecido linfático e envoltos por
cápsulas de tecido conjuntivo, com tamanhos variados (1 a 2 mm de comprimento). O
parênquima do linfonodo é formado por uma região cortical, logo abaixo da cápsula, e uma
região medular, que se encontra no centro do órgão. A região por onde entram e saem os
vasos sanguíneos no linfonodo recebe o nome de hilo.
A linfa circula no interior do linfonodo por uma via unidirecional. Ela entra no órgão por
meio de vasos linfáticos aferentes que desembocam na borda convexa do linfonodo e sai
pelos vasos linfáticos eferentes que saem do hilo. No interior dos linfonodos, encontra-se
uma grande quantidade de células responsáveis pela nossa defesa, tais como macrófagos
e linfócitos.

Drenagem linfática – Cabeça e pescoço


A cabeça e o pescoço possuem uma rede linfática muito rica e muito anastomosada
de canais linfáticos que drenam para gânglios linfáticos distribuídos por toda a região.
Anatomicamente, os grupos de gânglios linfáticos da cabeça e do pescoço foram divididos
em superficiais e profundos.
Cadeias superficiais: diversos grupos de linfonodos superficiais, situados na junção da
cabeça e do pescoço, formam, em conjunto, o assim chamado colar linfático pericervical.
Os linfonodos cervicais superficiais estão presentes no trígono anterior, dispondo-se
ao longo do trajeto da veia jugular anterior, e no trígono posterior, onde acompanham a
veia jugular externa e drenam as áreas vizinhas.

 Linfonodos submentuais – localizados entre os ventres anteriores, divergentes, dos


músculos digástricos, drenam a gengiva, o lábio inferior e parte mediana da língua.

 Linfonodos submandibulares – situados entre a glândula submandibular e a


face medial da mandíbula. Encontram-se na parede lateral da glândula e drenam
a bochecha, o lábio superior, o lábio inferior, o seio maxilar, os dentes superiores
e inferiores e os dois terços anteriores e laterais da língua, o assoalho da boca, o
vestíbulo e as gengivas.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 36

 Linfonodos pré-auriculares – também conhecidos como parotídeos, estão localizados


ao nível da glândula parótida e drenam a própria glândula, a porção superior da face
e a região temporal.

 Linfonodos pós-auriculares – também conhecidos como retroauriculares ou


mastoideos, localizam-se lateralmente sobre o processo mastoide e drenam a porção
lateral da cabeça.

 Linfonodos occipitais – situam-se lateralmente às fibras superiores do trapézio e


drenam a parte posterior do couro cabeludo.

Cadeias profundas – todos os vasos linfáticos da cabeça e pescoço drenam nos


linfonodos cervicais profundos, seja diretamente, seja passando, primeiramente, por um
ou mais grupos de linfonodos superficiais ou de periviscerais.
O grupo principal dos linfonodos cervicais profundos forma uma cadeia de 10 a 12
linfonodos ao longo da veia jugular interna e costuma ser dividido em grupo superior e
inferior.

 Linfonodo júgulo-digástrico → encontra-se posterior e inferiormente à mandíbula, no


ponto em que a borda anterior do esternocleidomastoideo cruza o ventre posterior do
digástrico. Recebe os vasos linfáticos aferentes do 1/3 posterior da língua, da tonsila
palatina e da orofaringe.

 linfonodo júgulo-omo-hioideo → situado sobre a veia jugular interna no ponto em que


o músculo omo-hioideo cruza o feixe vasculonervoso do pescoço. Entre seus vasos
aferentes alguns vêm diretamente da língua, drenando-a.

Os vasos eferentes dos linfonodos cervicais profundos formam, por


sua vez, de cada lado, o tronco jugular. Este tronco, no lado esquerdo,
desemboca, geralmente, no ducto torácico. O do lado direito termina
na junção da veia jugular interna com a subclávia ou, então, une-
se aos troncos subclávio e broncomediastinal para formar o ducto
linfático direito, que, por sua vez, desemboca no ponto de junção das
veias jugular interna e subclávia direitas. A formação do ducto linfático
direito não é, entretanto, uma constante, sendo comuns as variações
na desembocadura dos troncos linfáticos ao nível do pescoço.

Níveis anatômicos dos linfonodos do pescoço – divisão anatômica que tem como
importância a classificação em níveis para padronização da linguagem entre os diversos
especialistas.

 Facilitar a descrição dos linfonodos nos relatórios


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 37

 Diferença entre triângulos, espaços e níveis no pescoço

○ Nível I – Submandibular

○ Limite superior (m. milo-hioideo)

○ Limite inferior (osso hioide)

○ Limite posterior (margem posterior da glândula submandibular)

○ Nível II – Jugular superior

○ Limite superior (base do crânio)

○ Limite anterior (porção posterior da glândula submandibular)

○ Limite inferior (porção inferior do osso hioide)

○ Limite posterior (margem posterior do esternocleidomastoideo)

○ Nível III – Jugular médio

○ Limite superior (porção inferior do osso hioide)

○ Limite inferior (margem inferior da cartilagem cricoide)

○ Limite posterior (margem posterior do esternocleidomastoideo)

○ Nível IV – Jugular inferior

○ Limite superior (margem inferior da cartilagem cricoide)

○ Limite inferior (clavícula)

○ Limite lateral (margem posterior do esternocleidomastoideo e escaleno


anterior)

○ Limite medial (artérias carótidas)

○ Nível V – Trígono Posterior

○ Nível Va:

– Limite inferior (linha imaginária da margem inferior da cartilagem cricoide)

○ Nível Vb:

– Limite superior (linha imaginária da margem inferior da cartilagem cricoide)

○ Nível VI

○ Limite superior ((linha imaginária da margem inferior da cartilagem cricoide)

○ Limite lateral (artérias carótidas)

○ Limite inferior (margem superior do manúbrio do esterno)


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 38

A linfonodomegalia consiste no aumento dos gânglios linfáticos. Ocorre normalmente


quando o corpo está tentando combater alguma infecção (presença de vírus, fungos ou
bactérias), uso de medicamentos, doenças autoimunes ou até mesmo algum tipo de câncer
(características de malignidade).

 Linfonodomegalia cervical, na região do pescoço, atrás da orelha e perto da mandíbula:


faringite, infecção da pele, conjuntivite, mononucleose, infecção de ouvido, da boca
ou dentes;

Caraterísticas de malignidade: O mais normal é que não seja um sinal grave,


especialmente se o tamanho final dos gânglios após crescimento for menor que 1 cm.
Alguns sinais e sintomas que podem indicar que a linfonodomegalia pode ser mais
grave incluem:

 Ter mais de 2 cm;

 Consistência dura;

 Sem dor;

 Associação com febre, perda de peso e suor excessivo.

Existem ainda maiores chances de a linfonodomegalia ser câncer quando a pessoa


tem mais de 40 anos, especialmente se existirem casos na família de câncer de mama,
intestino, tireoide ou melanoma.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 39

Aula 13. Vascularização:


drenagem venosa da face
Drenagem da face – apresenta características variáveis (a circulação venosa pode
ocorrer em vários sentidos e através de “caminhos” diferentes).

 Válvulas venosas → as veias da região de cabeça e pescoço são desprovidas de


válvulas, diferente do que ocorre no restante do corpo, uma vez que o sangue retorna
para o coração com a ajuda da gravidade e pela contração dos músculos.

A ausência de válvulas, embora necessária, facilita o processo de difusão de infecções


intravasculares pela face, resultando em sérios danos à saúde.

Seio cavernoso
 Localizam-se de cada lado da sela turca (ao lado do corpo do osso esfenoide).

 Comunicam-se entre si por meio do seio intracavernoso.

 Recebem sangue das veias oftálmicas e da veia cerebral superficial.

 Drenam para o seio transverso por meio do seio petroso superior e para a veia jugular
interna por meio do seio petroso inferior.

Esses seios merecem atenção especial em virtude das comunicações


que estabelecem com a drenagem extracraniana. Tem relação direta com
estruturas nobres como a artéria carótida interna, veia oftálmica superior,
nervos oftálmicos, oculomotor, trigêmeo, troclear, maxilar e a hipófise.

 A drenagem venosa do encéfalo é realizada através de dois sistemas de veias: um


superficial e um profundo.

○ O sistema venoso superficial: veias cerebrais superiores → drenam para o seio


sagital superior, pelas veias cerebrais inferiores e cerebral superficial média, que,
por sua vez, desembocam nos seios reto, transverso e petroso superior.

○ O sistema venoso profundo: diversas veias → drenam para duas veias tributárias,
cerebral interna e basilar. Ambas se juntam para originar a veia cerebral magna,
que drena para o seio reto.

O sistema venoso extracraniano, responsável pela drenagem das estruturas


superficiais e profundas da face, adota um padrão semelhante à irrigação arterial.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 40

Geralmente, as veias possuem a mesma nomenclatura das artérias e seguem


seu trajeto, à exceção das veias facial profunda e retromandibular, que não possuem
correspondente arterial. As veias da região de cabeça e pescoço não possuem válvulas,
diferente das demais veias do corpo. Por isso, o sentido do fluxo sanguíneo pode ser
bidirecional.
1. Veia facial → principal meio de drenagem da face, abrangendo o terço superior,
terço médio e inferior. Passa superficialmente a glândula submandibular.
Tem início no ângulo interno do olho, recebendo a denominação de veia angular.
Atravessa a face de modo mais retilíneo, paralelo e mais posterior que a artéria facial e
recebe o sangue de suas veias tributárias: angular, nasal externa, labiais superior e inferior,
submentual, supratroclear, supraorbital, oftálmica superior e inferior e nasal dorsal.
Desemboca na veia facial profunda que se encontra no plexo pterigoideo.

As veias supraorbital, supratroclear, oftálmica superior, oftálmica inferior


e nasal dorsal drenam para o seio cavernoso intracraniano e realizam
anastomose diretamente com a veia facial ou com suas tributárias.

1.1 Veia facial profunda – segue trajeto superiormente ao músculo bucinador e


profundamente ao músculo masseter. Recebe todo o conteúdo sanguíneo da veia facial
e de pequenas veias tributárias dos músculos bucinador e masseter e de estruturas
adjacentes, drenando para o plexo pterigoideo.

 A veia angular constitui uma tributária da veia facial e tem início no ângulo medial da
órbita. Realiza anastomose com as veias supratroclear e supraorbital, tributárias da
veia oftálmica, portanto drena para a região da órbita e para a veia facial.

2. Veia oftálmica superior e inferior → as veias oftálmicas superior e inferior localizam-


se dentro do septo conjuntivo da órbita, passam pelas fissuras orbitais superior e inferior,
respectivamente, e terminam no seio cavernoso. São responsáveis pela drenagem da órbita.
A veia oftálmica superior tem formação posteromedial à pálpebra superior e realiza
anastomose com as veias supraorbital, supratroclear e angular (facial).
Veia oftálmica inferior – está presente no soalho de órbita, podendo drenar para veia
oftálmica ou diretamente para o seio cavernoso. Apresenta comunicação com o plexo
pterigoide e pode se comunicar com veia facial.

3. Veia infraorbital → drena pálpebra inferior, região da asa do nariz e lábio superior.
Penetra no forame infraorbital, percorrendo canal e sulco infraorbitários, seguindo o nervo
e artérias infraorbitários.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 41

○ Recebem as veias alveolares superiores anterior e média, para desembocar no


plexo pterigoideo.

○ Tributária da veia facial.

4. Plexo pterigoideo → conjunto de veias que representa a confluência das veias


meníngeas, musculares, alveolar inferior, bucal, alveolares superiores anteriores, médias e
posteriores, infraorbital, palatinas maiores e menores e esfenopalatina.

○ Localiza-se na região infratemporal, próximo aos músculos pterigoideo lateral e


medial.

○ Deságua todo seu conteúdo nas veias maxilares, que se encontram com a veia
temporal superficial, na região posterior ao ramo da mandíbula, formando a veia
retromandibular.

5. Veias maxilares → localizam-se profundamente ao ramo da mandíbula, sendo


relativamente curtas. Recebem o sangue que vem do plexo venoso pterigoideo, drenando
estruturas profundas da face.

○ Formada pela confluência das veias do plexo pterigoide.

○ Acompanha a primeira parte da artéria maxilar.

○ Unem-se às veias temporal superficial e auricular anterior para formar a veia


retromandibular.

6. Veia retromandibular → principal veia responsável por drenar estruturas profundas


da face, das regiões temporal e infratemporal.

○ Inicia no interior da glândula parótida, na altura do colo da mandíbula, pela união


das veias maxilares, temporal superficial e auricular anterior.

○ Em seu trajeto descendente pelo pescoço, passa superficialmente à artéria


carótida externa e profundamente ao nervo vago.

○ Bifurca-se ao alcançar o ângulo da mandíbula, em um ramo anterior que continua


seu trajeto descendente e um ramo posterior com trajeto oblíquo.

 O ramo anterior → une-se à veia facial, na região abaixo da borda inferior do corpo da
mandíbula, formando um tronco denominado veia facial comum.

 O ramo posterior → une-se às veias auricular posterior e occipital para desaguar na


veia jugular externa.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 42

Aula 14. Embriologia da face


Desenvolvimento embrionário → o processo de formação de um novo indivíduo se
inicia após a fecundação, processo no qual o espermatozoide se une ao óvulo e forma o
zigoto. Essa formação ocorre no interior das trompas, e o óvulo fecundado em seguida se
encaminha na direção do útero para lá se depositar no processo conhecido como nidação.
Ao longo do crescimento embrionário, alguns genes são ativados e outros desativados,
gerando a diferenciação celular, ou seja, tipos celulares com formatos e funções distintos,
que organizam os diversos tecidos e posteriormente formarão os órgãos.

 Principais fases do desenvolvimento do embrião humano:

○ Clivagem ou segmentação

○ Gastrulação

○ Organogênese.

1. Clivagem – As divisões mitóticas são rápidas e dão origem às células chamadas


blastômeros.

○ Aumento do número de células, mas manutenção do tamanho do embrião.

Mórula → Primeiro estágio da clivagem, um maciço celular originado entre o terceiro


e quarto dias após a fecundação.
Blástula → Segundo estágio da clivagem, as células delimitam uma cavidade interna
chamada blastocele, cheia de um líquido produzido pelas próprias células.

Até a fase de blástula, as células embrionárias são chamadas de células-


tronco, que podem originar todos os diferentes tipos de célula do corpo.

2. Gastrulação – fase em que o embrião começa a aumentar de tamanho e surge o


intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos folhetos germinativos ou
embrionários (morfogênese).
Os folhetos darão origem aos diferentes tecidos do corpo e se dividem em três tipos:
ectoderma, endoderma e mesoderma.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 43

• Epiderme
• SNC e SNP
Ectoderma
• Olhos
• Ouvidos

• Revestimento epitelial dos S. resporatório e S. digestório


Endoderma
• Células glandulares de fígado e pâncreas

• Músculos esqueléticos
• Células sanguíneas e revestimento dos vasos sanguíneos
Mesoderma
• Musculatura lisa das vísceras
• Etc...

3. Organogênese – última fase do desenvolvimento embrionário, fase em que ocorre


a diferenciação dos tecidos e órgãos.
Neurulação → formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso
central. Nessa fase, o embrião recebe o nome de nêurula. A organogênese termina até a
oitava semana de gestação, por volta do 56dia. Nesse período, o embrião mede cerca de
3 cm de comprimento.

Depois da nona semana até o nascimento, o indivíduo


em formação passa a ser chamado de feto.

Dobramento do embrião
Ocorre na quarta semana do desenvolvimento embrionário (de vida intrauterina).
Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um
embrião praticamente cilíndrico.
O embrião torna-se curvado e tubular

 O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido


crescimento do embrião, particularmente do encéfalo e da medula espinhal. A
velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de
crescimento longitudinal, ocasionando o seu dobramento.

 Dobramentos no plano mediano

O dobramento ventral nas extremidades cefálica e caudal do embrião produz as


pregas cefálica e caudal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 44

Prega cefálica
No início, o encéfalo em desenvolvimento cresce para dentro da cavidade amniótica.

 Prosencéfalo projeta-se cefalicamente e ultrapassa a membrana bucofaríngea (ou


orofaríngea), recobrindo o coração em desenvolvimento.

 Concomitantemente, o septo transverso, coração Primitivo, celoma pericárdico e


membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião.

Prega caudal
Resulta do crescimento da parte distal do tubo neural. À medida que o embrião
cresce, a região caudal projeta-se sobre a membrana cloacal.

Arcos faríngeos
Durante o desenvolvimento embrionário, surge, por volta de quatro ou cinco semanas,
uma série de estruturas chave para o desenvolvimento da cabeça e pescoço: os arcos
faríngeos ou arcos branquiais.

 Inicialmente, eles consistem em segmentos de tecido mesenquimatoso separados


pelas fendas branquiais.

 Simultaneamente, as bolsas faríngeas desenvolvem-se nas paredes laterais do


intestino faríngeo. Elas penetram no mesênquima, mas não estabelecem comunicação
externa com as fendas.

 Cada arco faríngeo consiste em um centro de tecido mesenquimatoso coberto


externamente por ectoderme e internamente por endoderme.

Apesar de serem seis pares formados na sequência anteroposterior, o quinto e


o sexto par de arcos branquiais, em mamíferos, são contínuos, sem apresentar
bolsa ou fenda. Portanto, não apresentam distinção entre eles por estarem
fundidos. Na maioria das vezes, os autores consideram apenas quatro pares.

1º arco faríngeo (arco mandibular) → tem origem no mesencéfalo e, com o


desenvolvimento, ocorre degeneração dos arcos aórticos.

 Cartilagem de Meckel: dá origem à mandíbula, martelo e bigorna, e o mesoderma local


forma os músculos da mandíbula e dos dois ossículos.

O nervo deste arco desenvolve, no quinto nervo craniano, o trigêmeo. Seus ramos
caudais dão origem à inervação maxilar e mandibular.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 45

 Este nervo é o sensitivo da cabeça e do pescoço, que inerva a face, os dentes e as


membranas mucosas das cavidades nasais, palato, boca e língua e nervo motor da
mastigação.

Dentre os músculos, estão os da mastigação (temporal, masseter e pterigoides lateral


e medial); o milo-hioide e massa muscular anterior do digástrico, os tensores do tímpano
e do palato.
Dentre os ligamentos, estão o anterior do martelo e esfenomandibular.
A porção superior do arco, o ectoderma, forma a parte interna do pavilhão auricular e
o restante, a porção inferior das bochechas.
A fenda branquial forma o conduto auditivo externo e a bolsa faríngea, a cavidade
timpânica da orelha média e a tuba auditiva, e a membrana ectoendodérmica origina a
membrana timpânica.

2º arco faríngeo (arco hioideo) → mesma origem do primeiro arco.

 Cartilagem de Reichert: dá origem ao estribo, processo estiloide, corno menor do osso


hioideo e parte superior do corpo do hioideo.

Mesoderma local forma os músculos da face.


O nervo deste arco desenvolve no sétimo nervo craniano (facial), que inerva as mucosas
da língua, faringe e laringe, além de uma pequena distribuição cutânea nesta região.
Dentre os músculos, estão os da expressão facial (bucinador auricular, frontal,
cuticular e orbicular dos lábios e das pálpebras), o músculo do estribo e a massa muscular
posterior do digástrico.

 Origina apenas um ligamento: estilo-hioideo.

3º arco faríngeo forma o corno maior e a porção inferior do corpo do osso hioide. A
musculatura é a da deglutição, localizada, no adulto, nas paredes da faringe (músculos
constritor superior da faringe e estilofaríngeo).
O nervo do terceiro arco é o IX par craniano (nervo glossofaríngeo.)

4º e 6º arcos faríngeos (o quinto é muito rudimentar) dão lugar a componentes


cartilaginosos que se fundem para formar a laringe (com suas cartilagens tireoide, cricoide,
aritenoide, corniculada e cuneiforme).
Os músculos derivados do quarto arco são o cricotireoideo, o levantador do véu
palatino e os constritores inferiores da faringe.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 46

São inervados pelo ramo laríngeo superior do nervo vago (X par craniano). Os demais
músculos intrínsecos da laringe são inervados pelo ramo laríngeo recorrente do nervo
vago, que é o nervo correspondente ao sexto arco branquial.

Desenvolvimento da face
A formação da face é um tanto complexa e ocorre entre a quarta e a oitava semana.
O tubo digestório abre-se primitivamente ao exterior por meio de uma degradação da
membrana bucofaríngea, estrutura que corresponde à fusão do ectoderma e do endoderma.
Essa membrana está situada no fundo de uma depressão transversal, conhecida como
estomodeu, e vai se aprofundando aos poucos devido ao crescimento das estruturas que
o rodeiam

A cavidade bucal do adulto é consequência do crescimento ao


exterior das estruturas que circundam o estomodeu.

Caudalmente ao estomodeu, situam-se os arcos ou processos mandibulares (primeiro


arco branquial) e, em direção ao crânio, o processo frontal. Os dois processos nasomedianos
unidos e em continuidade com o processo frontal formam o processo frontonasal:

 Crescimento do mesoderma cefálico, que separa o estomodeu do sistema nervoso


em formação.

 Processos originados de elevações provocadas pelo mesoderma.

De cada lado da proeminência frontal e imediatamente acima do estomodeu, observa-


se um espessamento localizado do ectoderma ou placoide nasal (de cada lado)
Durante a quinta semana de desenvolvimento, aparecem dois rebordos de crescimento
que circundam o placoide nasal de cada lado: os processos nasais lateral e medial, que
dará origem ao nariz.

 Processos decorrentes da invaginação do epitélio dos placoides e proliferação


propriamente dita do mesoderma subjacente → duas fossetas olfatórias.

 As asas do nariz provêm dos processos nasais laterais.

Desenvolvimento mandibular e maxilar


Nas duas semanas seguintes (6° a 8° semana), os processos maxilares vão
aumentando de volume e se aproximando dos processos nasolateral e nasomediano,
formando um sulco nasolacrimal:

 Comunica a zona do globo ocular em formação com a fossa nasal primitiva.


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 47

Em seu crescimento para o interior, pouco a pouco os processos maxilares comprimem


os nasomedianos até que se fusionam → o lábio superior forma-se como consequência
da fusão dos processos maxilares e nasomedianos.

 Os processos nasomedianos, ao se fusionarem na linha média, formam o filtro do


lábio superior.

Os processos maxilares também se fusionam em um certo trecho com o arco


mandibular correspondente de cada lado, embora não totalmente, de modo que
o grau de fusão determina o diferente tamanho da boca dos indivíduos.

Desenvolvimento da língua
O desenvolvimento da língua se dá no final da quarta semana de vida intrauterina.
Os dois brotos linguais (tumefação lingual mediana) anteriores, originários do primeiro
arco, crescem em direção central recobrindo o tubérculo ímpar. Fundem-se e crescem em
direção anterior, indo para a região ectodérmica, que forma a boca primitiva.

 Formam o corpo da língua cuja linha de fusão forma o sulco mediano da língua.

 A partir da proliferação mesodérmica do segundo arco, ocorre a formação de duas


saliências laterais:

○ Os brotos linguais posteriores

○ Saliência mediana volumosa denominada grande eminência hipobranquial.

 Os dois brotos fundem-se na região mediana formando a cópula.

 A grande eminência hipobranquial cresce em direção anterior recobrindo a cópula e


fundindo com a região posterior das saliências anteriores.

 A eminência hipobranquial forma a raiz da língua e, na sua fusão com os brotos


anteriores, originam o V lingual e as papilas circunvalada.

Desenvolvimento do palato e septo nasal


A separação definitiva entre a cavidade bucal definitiva e as cavidades nasais ocorre
a partir dos processos nasais medianos unidos aos processos maxilares na linha média
→ Palato

 A estrutura resultante da fusão dos dois processos nasais medianos na linha média
é o segmento intermaxilar

○ Componente labial → sulco subnasal na linha média do lábio superior;


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 48

○ Componente maxilar superior → corresponde à posição dos quatro incisivos


superiores

○ Componente palatino → origina o palato primário, de forma triangular.

No sentido lateral, o segmento intermaxilar contribui, provavelmente, para a


formação de uma pequena porção da parte média lateral do nariz e, em direção cranial
continua pelo septo nasal (originado pela fusão com os processos palatinos da 9ª a 12ª
semana).
O palato definitivo forma-se a partir do segmento intermaxilar ou palato primário
(que contribui muito pouco) e principalmente a partir do palato secundário:

 Forma-se de um prolongamento ou crista palatina procedente dos processos


maxilares (na sexta semana de desenvolvimento) em direção quase vertical, mas
que mais tarde (na sétima semana) ascende até alcançar uma posição horizontal em
decorrência da decida da língua.

Ambas as cristas palatinas se fusionam com o septo nasal, o qual não se une à zona
posterior das cristas palatinas. Nesse local, serão formados o palato mole e a úvula.
O palato definitivo deriva, então, dos palatos primário e secundário, permanecendo
entre ambos um orifício que dá passagem ao forame incisivo (o que assinala, portanto, a
divisão entre os dois ossos palatinos).

 Do palato secundário deriva não só grande parte do palato duro, mas também o palato
mole.

Desenvolvimento das glândulas salivares → formadas por tecido conjuntivo


derivado das células da crista neural. Seu parênquima secretor surge da proliferação do
epitélio oral.

Glândulas Glândulas Glândulas


parótidas submandibulares sublinguais

6ª semana 6ª semana 8ª semana

Brotos Brotos
ectodérmicos da endodérmicos Brotos epiteliais
cavidade oral do assoalho do endométricos
estomódeu
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 49

Aula 15. Miologia:


músculos da mastigação
A mastigação – caracterizada como a ação de morder, triturar e pasteurizar o
alimento.

 Considerada uma das funções mais importante do sistema digestório, pois


corresponde à fase inicial do processo digestivo

 Tem como objetivo a degradação mecânica dos alimentos, reduzindo-os a um


tamanho adequado para serem deglutidos.

 Representa a primeira fase da digestão e, para que ela ocorra de maneira benéfica para
o nosso organismo, os alimentos devem ser bem mastigados para que as partículas
sejam expostas ao suco gástrico e às enzimas, que vão digerir esses alimentos e
absorver os nutrientes de maneira saudável e eficaz pela mucosa intestinal.

Fases da mastigação
 Incisão – apreensão do alimento obtida através da elevação da mandíbula em protrusão.
A língua, coordenadamente com as bochechas, posiciona o alimento entre as superfícies
oclusais dos dentes pré-molares e molares, preparando as etapas seguintes.

 Trituração – transformação mecânica de partes grandes do alimento em partes


menores.

 Pulverização – transforma o alimento em elementos tão reduzidos, com consistência


ideal para a deglutição.

Estruturas associadas:

 Músculos da mastigação – quatro músculos associados

○ Músculos elevadores → têm a função básica de elevar a mandíbula (fechar a


boca), porém também participam de outros movimentos

▪ M. masseter

▪ M. temporal

▪ M. pterigoide medial

○ Músculo protrusor → sua função básica é rebaixar a mandíbula (abrir a boca),


porém participam também de outros movimentos

▪ M. pterigoide lateral
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 50

 ATM (crânio e mandíbula)

 Dentes

 Língua

 Bochechas

 Lábios

 Saliva

○ Glândulas salivares e seus ductos

Músculo masseter – músculo espesso, retangular e forte. Consiste em uma parte


superficial e outra profunda, ambas originando-se do arco zigomático.

 A face lateral do músculo masseter é coberta por uma fáscia bastante resistente, de
forma retangular e que envia traves fibrosas para o interior dos corpos musculares.

 Sua disposição permite a formação de uma loja osteofascial aberta e apenas no nível
da incisura da mandíbula, através da qual há comunicação com a fossa infratemporal.

Feixe superficial:

 Mais volumoso (porção mais externa) e importante.

 Origem → sai em forma de lâmina tendínea da margem inferior do arco zigomático.


No seu setor zigomático, nascem fibras carnosas que se deslocam com obliquidade
inferoposterior.

 Inserção → suas fibras terminarão na parte lateral do ramo da mandíbula, nas


proximidades de seu ângulo, de forma direta ou por meio de fibras tendíneas.

Esse feixe apresenta como função a elevação da mandíbula


e seu deslocamento levemente para frente

Feixe profundo:

 Apresenta-se atrás do feixe superficial

 Origem → em forma de fibras carnosas diretas ou tendíneas na face medial da parte


temporal do arco zigomático ou na fáscia do músculo temporal, onde se confunde
com seu feixe posterior.

 As fibras têm direção inferoanterior e são separadas, no início do feixe superficial,


por um pequeno espaço triangular. A seguir, ficam encobertas pelo feixe superficial.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 51

 Inserção→ face lateral do ramo da mandíbula. Nesta inserção, elas se encontram


isoladas ou parcialmente confundidas com o feixe superficial.

Ambos os fascículos são separados, em sua parte posterior, por um tecido


conjuntivo frouxo, interpretado por alguns autores como bolsa serosa.
Em algumas dissecações, as fibras mais posteriores do masseter provêm
da cápsula e do disco da articulação temporomandibular.
Tem como função elevar a mandibular e manter a oclusão forçada

Irrigação → o masseter é irrigado pela artéria massetérica, facial transversa e artéria


pré-massetérica.

 Sua porção superficial é irrigada pela artéria masseterina inferior superficial, ramo da
artéria facial, e, em sua porção profunda, pela artéria masseterina superior profunda,
ramo da artéria maxilar.

Inervação → o masseter é inervado por um ramo do nervo mandibular, o nervo


massetérico.
Músculo temporal – é o segundo maior, em peso, dos músculos adutores da mandíbula,
tendo forma de leque. É um músculo da mastigação plano, localizado na lateral do crânio.

 Devido ao seu tamanho, pode ser palpado sem dificuldade, especialmente quando o
paciente abre e fecha a boca alternadamente.

 Situa-se na fossa temporal e pode ser coberto por uma longa e forte aponeurose
(terminação ou origem muscular).

 É considerado mais um músculo de movimento do que de força.

 Apresenta fibras paralelas entre si.

Origem e inserção:

 Porção lateral superficial do músculo temporal é originada na fossa e fáscia temporal


da região caudodorsal do arco zigomático e inserida na margem do crânio lateral do
processo coronoide da mandíbula.

 Porção medial tem extensa origem nos ossos frontal, parietal e esquamosal (linha
temporal), inserindo nas extremidades anteriores e superiores do processo coronoide
e sendo separada em duas lâminas.

Inervação: esse músculo é inervado pelos ramos temporais profundos, que se


ramificam do nervo mandibular.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 52

Irrigação: ramos temporais profundos da artéria maxilar


Função: é o mais poderoso músculo da articulação temporomandibular.
Funcionalmente, é dividido em duas partes: a parte anterior cursa quase verticalmente
e move a mandíbula para a frente (protrusão). As fibras da parte posterior, ao contrário,
cursam quase que horizontalmente e puxam a mandíbula para trás (retração).

A ativação de ambas as partes move a mandíbula dorsocranialmente,


levando a um forte fechamento da mesma (elevação).

Músculo pterigoideo medial – é um músculo da mastigação e o menor músculo


adutor da mandíbula. É um músculo quadrilateral com fibras trançadas. Seu arranjo
contém fascículos (conjunto de fibras cobertas por um tipo de tecido conjuntivo fibroso) e
características semelhantes ao masseter.

 Origem → Fossa pterigoide e do processo pterigoide do esfenoide (superfície medial


da lâmina lateral); túber da maxila e processo piramidal do osso palatino

 Inserção → distalmente se insere na tuberosidade pterigoide na superfície interna


(medial) do ângulo da mandíbula.

Juntamente com o masseter, esse músculo forma uma alça ao redor da mandíbula.
O pterigoide medial pode ser palpado medialmente ao ramo da mandíbula tanto por dentro
quanto por fora da cavidade oral.
Função → seu mecanismo de ação é uma combinação de elevação, protração
(movimento para frente), translação medial e rotação lateral (esses dois últimos
movimentos quando em conjunto com o músculo pterigoideo lateral) da fileira dentária
(movimentos presentes durante a abertura da boca).

 Depende da interação entre os feixes musculares dos lados direito e esquerdo.


Agindo conjuntamente, protraem a mandíbula e abaixam o mento (região do queixo)
e sozinhos produzem movimentos da mandíbula de lado a lado.

Irrigação → ramos pterigoideos da artéria maxilar


Inervação → nervos pterigoides mediais (ramificações do nervo mandibular)
Músculo pterigoide lateral → o músculo mais curto da mastigação e único que
se dispõe horizontalmente. Está localizado profundamente aos músculos temporal e
masseter, estendendo-se entre o osso esfenoide e a articulação temporomandibular. Seu
ventre muscular é dividido em duas cabeças (superior e inferior) por uma pequena fissura
horizontal que se dispõem de forma quase horizontal uma à outra.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 53

Cabeça superior → de menor tamanho, cursa da crista infratemporal do esfenoide até


o disco articular da articulação temporomandibular.

 Origem → face infratemporal e crista infratemporal da asa maior do osso esfenoide.

Cabeça inferior → muito maior, cursa do processo pterigoide do esfenoide até o


processo condilar da mandíbula.

 Origem → face lateral da lâmina lateral do processo pterigoide do osso esfenoide

Inserção → a inserção das duas cabeças do músculo fica no colo da mandíbula (fóvea
pterigoidea), disco articular (margem anterior e medial) e cápsula da ATM.
Função → a contração pode ocorrer de forma bilateral ou unilateral. Atuando juntos
protruem (movimento da mandíbula para frente) e deprimem o mento.
Atuando de forma separada (unilateral) produzem movimentos de lateralização da
mandíbula – giro mandibular sobre o eixo vertical em direção ao lado oposto.

A inserção da cabeça superior na articulação temporomandibular (ATM) permite que


o músculo atue no compartimento superior da articulação e produza os movimentos
de deslizamento do disco e do côndilo da mandíbula. A cabeça inferior atua no
compartimento inferior da ATM, facilitando o movimento de rotação tipo dobradiça
que ocorre entre o côndilo da mandíbula e a superfície inferior do disco articular.

Inervação → o músculo pterigoideo lateral é inervado pelo nervo de mesmo nome, um


ramo do nervo mandibular.

 Há um nervo para cada cabeça. O nervo para a cabeça superior e para a metade
lateral da cabeça inferior recebe fibras do nervo bucal, que, por sua vez, é um ramo
do nervo mandibular.

 O nervo para a metade medial da cabeça inferior recebe fibras diretamente do nervo
mandibular.

Irrigação → realizada por ramos pterigoideos da artéria maxilar e pelo ramo palatino
ascendente da artéria facial.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 54

Aula 16. Músculos


supra e infra-hioideos
Músculos supra-hioideos → são um grupo de quatro músculos que cursam da
mandíbula até o osso hioide, unindo-o ao crânio. É um grupo muscular que compõe a
região anterolateral do pescoço.

 Formam o assoalho da boca, como também possuem um importante papel na


mastigação, deglutição e fala.

 Estes músculos, em conjunto com os infra-hioideos (infra-hioideus), são responsáveis


por posicionar o osso hioide.

Tais músculos estão posicionados:

 Em um plano mais superficial: músculos digástrico e estilo-estilo-hioideo;

 Em plano médio: músculo milo-hioideo;

 Em um plano mais profundo: músculo gênio-hioideo.

Músculos supra-hioideos destacados em rosa


Com exceção do músculo gênio-hioideu, todos os músculos supra-hioideos são
músculos da faringe.

São, no conjunto, considerados músculos abaixadores e retrusores da


mandíbula e, portanto, antagonistas dos músculos da mastigação

Músculos Músculos
da Mastigação Supra-hioideos

Abaixadores
Elevadores
Digástrico;
Masseter; Temporal; Milo-hioideo;
Pterigoide Medial Gênio-hioideo

Estabilizador
Protrusor do hioide
Pterigoide Lateral
Estilo-hioideo
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 55

1. Músculo digástrico → consiste em duas partes separados por um tendão


intermediário que desce em direção ao hioide. Situa-se na região cervical anterior e, por
apresentar-se dorsalmente ao osso hioide, é classificado entre os músculos supra-hioideos.

 Em conjunto com outros músculos, constitui o assoalho da boca: sustenta o hioide,


fornecendo uma base para a língua, relação com a deglutição e produção do som.

As duas projeções, anterior e posterior, têm origem embriológica distinta:


respectivamente, são provenientes da musculatura relacionada ao 1e 2arcos faríngeos.
Por esse motivo, não são inervadas pelo mesmo nervo craniano.

 O ventre anterior se insere superiormente (origem) na fossa digástrica (superfície


ventral da mandíbula) e o ventre posterior no processo mastoide. É conectada por um
forte tendão em direção à ponta do processo paraoccipital.

 Os dois ventres se inserem (destino) no corpo do osso hioide.

Função: elevação do osso hioide; retração e abaixamento da mandíbula (abertura da


boca). O ventre anterior traciona o osso hioide para frente e o ventre posterior, para trás.
Inervação:

 Ventre anterior → deriva do primeiro arco faríngeo e é, portanto, inervado por um


ramo do nervo mandibular (nervo milo-hioideo).

 Ventre posterior → surge do segundo arco faríngeo, motivo pelo qual é inervado pelo
nervo facial (ramo digástrico).

2. Músculo milo-hioideo → é mais um músculo que forma o soalho da boca. Está


situado profundamente ao músculo digástrico, com suas fibras assumindo um trajeto
transversal.
O músculo cursa da linha milo-hioidea da mandíbula até um tendão mediano,
conhecido como rafe milo-hioidea, onde as partes do músculo se encontram. A rafe milo-
hioidea continua seu curso e se insere no corpo do osso hioide.

 A área de origem do músculo determina a profundidade do soalho da boca

Função: apesar de a principal função do milo-hioideo ser formar o diafragma oral e


elevar o assoalho da boca, pode também ajudar na abertura da mesma e nos movimentos de
mastigação → elevação e protrusão do osso hioide, além de abaixar e retrair a mandíbula.
Tem ação também na movimentação da língua.
Inervação: nervo milo-hioideo → nervo mandibular (ramo do nervo trigêmeo – V par
craniano)
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 56

Inervação destacada em verde


3. Músculo gênio-hioideo → é um músculo do pescoço que tem como uma das
funções separar a cavidade bucal do pescoço. Possui origem na espinha mentual (espinha
genianas) na superfície interna da mandíbula, de onde se irradia e se insere no corpo do
osso hioide.
Função → move o hioide anteriormente e auxilia na abertura e nos movimentos de
retrusão e laterais da mandíbula.
Inervação → é inervado por ramos do plexo cervical (C1-C2), acompanhados pelo
nervo hipoglosso.
4. Músculo estilo-hioide → é um músculo do pescoço que se estende do processo
(apófise) estiloide do osso temporal até o corpo do osso hioide. Logo, por não possuir
fixação na mandíbula, não atua diretamente sobre ela.

 Em sua parte distal (área de inserção), o músculo se divide em dois tendões.

Função → eleva o osso hioide durante a deglutição.


Inervação → inervado pelo nervo facial (NC XII)
Músculos infra-hioideos → são um grupo de quatro músculos abaixo do osso hioide,
que se inserem no esterno, laringe e escápula.

 São responsáveis por posicionar o osso hioide juntamente aos músculos supra-
hioideos. Possuem um papel ativo na deglutição e na movimentação da laringe e
soalho de boca.

Em algumas literaturas, tais músculos são definidos como “abaixadores


indiretos da mandíbula”, pois fixam o osso hioide para que os músculos
supra-hioideos atuem de forma direta no abaixamento da mandíbula.

São eles os músculos esterno-hioideo e omo-hioideo (em plano mais superficial), e


os músculos esterno-tireoideo e tiro-hioideo (em plano profundo).
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 57

Aula 17. Miologia: músculos


da mímica facial
São responsáveis pelas expressões faciais. São músculos delgados cutâneos que,
de um modo geral, se originam da fáscia ou dos ossos da face e se fixam à derme. Dessa
forma, sua contração é capaz de mexer a pele e mudar as expressões faciais, fechar os
olhos ou dilatar as narinas, entre outros movimentos.

Músculos da Mímica Músculos da Expressão


Facial Facial

Músculos Cutâneos
da Face

SMAS – sistema músculo aponeurótico superficial – localizado logo abaixo do


tecido adiposo e recobrindo o tecido muscular, temos o SMAS, que é uma estrutura
fina, esbranquiçada e rica em colágeno tipo I e III, responsável pela sustentação da
pele tanto na face quanto no corpo. À medida que envelhecemos esse sistema também
sofre alterações, enfraquecendo e perdendo sua capacidade de sustentação da pele.
Combinado com a ação da gravidade, resulta em ptose facial, ou popularmente conhecida
como “derretimento da face”.
Músculos cutâneos da face → são um grupo de cerca de vinte músculos esqueléticos
planos que se encontram abaixo da pele da face. Ao contrário de outros músculos
esqueléticos, não são cercados por uma fáscia (exceto o bucinador). Os músculos faciais
estão posicionados ao redor das aberturas da face (boca, olho, nariz e ouvido) ou se
estendem ao longo do crânio e pescoço.

1. Músculo orbicular do olho – é um par de músculos faciais que circundam cada órbita
e a região periorbital adjacente. É um músculo plano e largo que forma uma elipse ao
redor da circunferência da órbita.

Juntamente com o corrugador do supercílio e o levantador da pálpebra superior,


pertence ao grupo de músculos circum-orbitais e palpebrais que circundam o olho.
Composto por uma parte:

 Orbital → sobrepõe-se à margem da órbita e se origina da parte nasal do osso frontal,


do processo frontal da maxila e do ligamento palpebral medial. As fibras circundam a
órbita completamente, estendendo-se para os tecidos moles das regiões adjacentes.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 58

○ Não possui inserções ósseas, mas insere-se em várias estruturas de tecido mole
da região periorbital.

○ As fibras superiores fundem-se com os músculos occipitofrontal, corrugador


do supercílio e abaixador do supercílio. Insere-se finalmente na pele e no tecido
subcutâneo da sobrancelha.

○ As fibras inferiores e mediais fundem-se com os músculos levantador do lábio


superior, levantador da asa nasal e zigomático menor.

○ As fibras mais periféricas inserem-se frouxamente na parte temporal da aponeurose


epicraniana.

 Palpebral → origina-se na face superficial do ligamento palpebral medial.

○ As fibras musculares compõem as pálpebras à medida que seguem em direção à


comissura ocular lateral. Neste local, as fibras superiores e inferiores unem-se e
inserem-se no ligamento (rafe) palpebral lateral.

○ As fibras mais periféricas da parte palpebral que cursam pelas margens de cada
pálpebra formam o feixe ciliar.

 Palpebral profunda → também conhecida como parte lacrimal, origina-se na superfície


lateral e na crista lacrimal (parte superior) do osso lacrimal.

○ As fibras cursam lateralmente, passando posteriormente ao saco lacrimal. Alguns


se inserem no tarso superior e inferior das pálpebras, enquanto outros continuam
além do tarso para se inserirem no ligamento palpebral lateral.

Funções:

 Considerado o esfíncter das pálpebras → envolvido na expressão facial, na proteção


ocular e nos reflexos.

 A contração da parte orbital traciona a pele da testa e da bochecha em direção ao


nariz. Tal movimento pode fechar parcial ou completamente as pálpebras.

 A contração da parte palpebral: controle mais fino das pálpebras → traciona as


pálpebras superiores para baixo e eleva as inferiores. A contração voluntária isolada
da parte palpebral fecha suavemente as pálpebras, por exemplo, ao piscar ou ao
dormir. O controle fino das pálpebras realizado por essa parte também facilita a
comunicação e a expressão não verbal.

 A contração da parte palpebral profunda traciona as pálpebras e as papilas lacrimais


medialmente e dilata o saco lacrimal. Essas ações facilitam a drenagem das lágrimas
pela córnea. Esta parte também está envolvida na compressão da glândula e dos
ductos lacrimais, melhorando ainda mais o fluxo lacrimal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 59

Inervação: ramos zigomático e temporal do nervo facial (nervo craniano VII).


Vascularização: recebe sangue arterial de três ramos da artéria carótida externa:

 Artéria maxilar
 Temporal superficial
 Artéria facial.
 Artéria oftálmica (ramo da artéria carótida interna) também irriga o músculo.

2. Músculo orbicular da boca – músculo composto, circular, que se localiza ao redor


do orifício da boca e forma a maior parte dos lábios. Pertence a um grande grupo
de músculos da expressão facial, o grupo bucolabial, e se divide em duas partes:
uma parte periférica maior e uma marginal menor. O limite entre estas duas porções
corresponde à margem dos lábios, que os separa da pele ao redor.

Função:

 Contração bilateral e uniforme: junção dos lábios e selamento da boca (ação


importante para a mastigação).
 A contração isolada das partes do músculo causa movimentos como “beicinho”,
torção, franzindo, entre outros, que contribuem muito para a expressão facial e fala.

As porções marginais do músculo orbicular da boca também são chamadas de cordas


labiais, pois, ao mudar seus comprimentos e tensões, similarmente às cordas vocais,
produzem alguns sons consonantais (labiais). Estes sons consonantais incluem o “p”, o
“b”, que são produzidos ao juntar os lábios, o “f” ou o “v”, produzidos ao se pressionar o
lábio inferior contra os dentes superiores.
Inervação → ramos bucal e mandibular do nervo facial (NC VII).
Vascularização → artéria do músculo é derivada principalmente dos ramos labiais
superior e inferior da artéria facial, da artéria mentual, de ramos da artéria maxilar e do
ramo facial transverso da artéria temporal superficial.
Outras funções dos músculos cutâneos da face:

3. Músculo risório → é um pequeno músculo da face localizado próximo aos lábios, nas
partes laterais do canto da boca.

É um músculo delgado da face com forma variável e aspecto de um fino fascículo


muscular ou de um amplo leque superficial que pertence ao grupo de músculos bucolabiais.
Localiza-se na camada superficial dos músculos faciais, de cada lado dos lábios, sobre o
músculo bucinador.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 60

É chamado de “músculo do sorriso” já que sua contração bilateral puxa os ângulos


da boca lateralmente e um pouco superiormente, produzindo um sorriso.

Origem e inserção → pode ter vários pontos de origem, incluindo o arco zigomático,
a fáscia parotídea, a fáscia sobre o masseter anterior à glândula parótida, a fáscia que
recobre o platisma ou a fáscia sobre o processo mastoide.
As fibras musculares do risório convergem medialmente, em um trajeto quase
horizontal, em direção ao ângulo da boca. O músculo então se entrelaça com outros
músculos que também convergem para o ângulo da boca, formando uma massa
fibromuscular densa e móvel chamada de modíolo.
Inervação → ramo bucal do nervo facial (NC VII).
Vascularização → é irrigado principalmente pela artéria labial superior, ramo da
artéria facial, que se origina entre o risório e o bucinador. O sangue venoso é drenado pela
veia facial, que também cursa profundamente ao risório e pela veia facial transversa.
Músculos do lábio superior

Origem Inserção Função

Processo frontal da Asa do nariz e lábio Asa do nariz e lábio


Levantador do lábio maxila superior superior levanta o
superior e asa do lábio superior e
nariz a asa do nariz
(dilata a narina)

 Músculo levantador do lábio superior → é um par de músculos triangulares e curtos da


face. Pertence ao grupo de músculos bucolabiais da expressão facial. Tais músculos
trabalham em sinergia para controlar o formato, a postura e os movimentos dos
lábios.

○ Contribui para isso elevando o lábio superior, expondo, assim, os dentes maxilares.
Ao executar essa ação, o músculo ajuda a realizar várias expressões faciais, tais
como sorrir ou fazer cara de desdém.

Origem e inserção → o músculo levantador do lábio superior se origina no processo


zigomático da maxila e no processo maxilar do osso zigomático, logo acima do forame
infraorbital.

○ Cursa inferior e medialmente em direção ao lábio superior, afinando-se


gradualmente de forma a assumir um formato triangular.

Insere-se entre o levantador do lábio superior e da asa do nariz, o orbicular da boca e


o zigomático menor, fundindo-se com os músculos do lábio superior.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 61

Função → realiza tração direta no lábio superior juntamente com o zigomático menor
e o levantador do lábio superior e da asa do nariz.

○ Insere-se diretamente no lábio, agindo sobre ele sem o uso de um intermediário. Ao


contrair, o levantador do lábio superior ajuda outros músculos bucolabiais a elevar
e inverter o lábio superior. Essa ação expõe os dentes superiores e aprofunda as
linhas nasolabiais.

Inervação → ramos zigomático e bucal do nervo facial (NC VII).


Vascularização → realizada pela artéria facial e pelo ramo infraorbital da artéria
maxilar.

 Músculo zigomático maior e menor

○ M. zigomático maior

Origem
(Parte posterior do) aspecto lateral do osso zigomático

Inserção
Modíolo, se mistura com músculos do lábio superior

Função
Elevação e eversão do ângulo da boca

Inervação
Ramo bucal do nervo facial (NC VII)

Vascularização
Artéria labial superior (artéria facial)

○ M. zigomático menor

Origem
(Parte anterior do) aspecto lateral do osso zigomático

Inserção
Se mistura aos músculos do lábio superior (medial ao
músculo zigomático maior)

Ação
Eleva o lábio, expõe os dentes maxilares

Inervação
Ramo zigomático e bucal do nervo facial (NC VII)

Vascularização
Ramo labial superior da artéria facial
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 62

Músculos do lábio inferior

 Músculo abaixador (depressor) do lábio inferior → par de músculos faciais localizados


na região do queixo. Devido ao seu formato quadrangular, também é chamado
músculo quadrado do lábio inferior.

○ Atua tracionando diretamente o lábio inferior. Ao contrair, esse músculo traciona


o lábio inferior inferomedialmente ajudando a realizar as expressões faciais
associadas à tristeza, à dúvida e à melancolia.

Origem e inserção → origina-se na linha oblíqua da mandíbula, entre a sínfise


mentoniana e o forame mentual. A partir daí, o músculo segue superomedialmente,
inserindo-se na pele e submucosa do lábio inferior.

 Músculo mentual (mentoniano) → par de músculos faciais em formato de cone


localizados no queixo.

○ Eleva a base do lábio inferior ao tracionar sua inserção cutânea, fazendo sua
eversão e protrusão. Esse movimento também enruga a pele do queixo.

○ A função desses movimentos é ajustar o formato dos lábios para beber alguma
coisa, assim como gerar expressões faciais associadas às emoções de tristeza,
desprezo e dúvida.

Origem e inserção → origina-se na fossa incisiva da mandíbula. Suas curtas fibras


descem para se inserir na pele do queixo, ao nível do sulco mentolabial.
Músculos perinasais

 Músculo nasal → par de músculos que cobre o dorso do nariz. Consiste em duas
partes:

○ Parte alar: dilatador das narinas.

○ Parte transversal: compressor das narinas.

Juntamente com os músculos prócero, levantador do lábio


superior e da asa do nariz e abaixador do septo nasal, o músculo
nasal pertence ao grupo nasal dos músculos faciais.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 63

Origem
Parte alar: processo frontal da maxila (superiormente ao incisivo lateral)
Parte transversa: maxila (superolateralmente à fossa incisiva)

Inserção
Parte alar: pele alar;
Parte transversa: funde-se com a parte contralateral do músculo no
dorso do nariz

Ação
Parte alar: abaixa a aleta nasal lateralmente, dilata as narinas
Parte transversa: enruga a pede do dorso do nariz

Inervação
Ramo bucal do nervo facial (NC VII)

Vascularização
Ramo labial superior, septal e nasal lateral da artéria facial;
Ramo infraorbital da artéria maxilar

Músculo prócero → pequeno músculo triangular da cabeça que ocupa a glabela,


região localizada entre as sobrancelhas.
Origem e inserção: origina-se no osso nasal e na parte superior da cartilagem nasal
lateral. Suas fibras musculares divergem superiormente, a maioria inserindo-se na derme
da pele sobre a glabela. Uma pequena porção das fibras musculares se funde de forma
indistinguível com a parte inferior do ventre frontal do músculo occipitofrontal.

Ação
Rebaixa a extremidade medial da sobrancelha, enruga a pele da glabela

Inervação
Ramo temporal, zigomático inferior ou bucal do nervo facial (NC VII)

Vascularização
Ramo angular e nasal lateral da artéria facial
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 64

Aula 18. Miologia: músculos


extrínsecos da língua
Língua – Definição
É um órgão muscular relacionado ao sentido do paladar, à deglutição dos alimentos
e à formação dos fonemas da fala. Fica localizado na parte ventral da boca.

 Formada essencialmente por músculo esquelético.

 Encontra-se ligada à cartilagem hioide, à mandíbula e aos processos estiloides do


osso temporal.

 Os músculos com que a língua está ligada ao crânio são denominados músculos
extrínsecos → movem a língua fisicamente e fixam a língua em estruturas anatômicas
vizinhas (hioide, mandíbula, processo estiloide, palato mole e parede anterior da
faringe)

 Os que formam a própria língua são os quatro pares de músculos intrínsecos →


responsáveis pelo movimento e alterações da forma da língua durante a mastigação
e a deglutição.

 O septo → lâmina fibrosa situada na borda linha média entre os m. genioglosso.


Tem formato semelhante a uma pequena foice, cuja base continua com a membrana
glosso-hioidea e, por intermédio dela, insere-se no osso hioide.

Os quatro pares de músculos extrínsecos são:

1. Genioglosso

2. Hioglosso

3. Estiloglosso

4. Palatoglosso

Músculos extrínsecos

 Músculo genioglosso → músculo mais volumoso da língua. Possui formato triangular


com vértice anterior em corte sagital, situado próximo e paralelo alinha media.

Origem → a partir de um tendão curto fixado na espinha geniana superior, atrás da


sínfise da mandíbula, acima da origem do músculo gênio-hioideo. A partir deste ponto,
abre-se para trás e para cima.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 65

 Fibras inferiores são fixadas ao corpo do osso hioide

 Fibras superiores adentram a superfície ventral da língua

A Inserção do m. genioglosso às espinhas genianas evita que a língua


afunde para trás e obstrua a respiração. Por isso, os anestesistas tracionam
a mandíbula para a frente a fim de se beneficiar dessa inserção.

Vascularização → o suprimento vascular faz-se pela artéria sublingual, ramo da


artéria lingual e ramo submentual da artéria facial.
Função → produzem tração da língua para a frente, projetando seu ápice a partir da
boca.

 Atuando bilateralmente, os dois músculos abaixam a parte central da língua,


tornando-a côncava de um lado ao outro.

 Atuando unilateralmente, a língua diverge para o lado oposto do músculo que contraiu.

 Músculo hioglosso → músculo plano e quadrilátero situado na parte lateral e inferior


da língua.

Origem e inserção → toda a extensão do corno maior e da parte anterior do corpo do


osso hioide. Termina inserindo-se no septo da língua e adentra a língua lateralmente.
Seu suprimento vascular se faz pelo ramo sublingual da artéria lingual e pelo ramo
submentual da artéria facial. É inervado pelo nervo hipoglosso.
Função → abaixa a língua e ao mesmo tempo retrai e comprime transversalmente.

 Músculo estiloglosso → mais curto e menor dos três músculos estiloides.

Origem → face anterolateral do processo estiloide, perto do seu ápice e da extremidade


estiloide do ligamento estilomandibular.

 Passa para frente e para baixo e divide-se no lado da língua em uma parte longitudinal,
que penetra na língua fundindo-se com o m. longitudinal inferior da língua, e uma
parte oblíqua, que se insere no m. hioglosso.

Função → quando contrai, o músculo puxa a língua para cima e para trás.

 Músculo palatoglosso → pode ser considerado um músculo da língua ou do palato.


O arco palatoglosso é formado pelo músculo do mesmo nome, sendo mais anterior
e lateral do que o arco palatofaríngeo (m. palatofaríngeo) que se evidencia mais
medialmente do que o anterior. Entre os dois arcos situa-se a fossa tonsilar, onde se
localiza a tonsila (amígdala) palatina.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 66

Origem → face anterior do palato mole (aponeurose palatina), onde tem continuidade
com seu par do lado oposto (contralateral).
Suas fibras vão para baixo e um pouco para lateral, inserindo-se nos lados da língua,
mesclando-se e tornando-se contínuas com as dos músculos transversos da língua e com
as fibras superficiais dos músculos estiloglosso e hioglosso.
Função → sua contração pode abaixar o palato mole ou levantar a parte posterior da
língua (raiz da língua), sulcando o dorso.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 67

Aula 19. Músculos extrínsecos do olho


Os músculos extrínsecos são músculos esqueléticos inseridos na esclera com origem
na parte posterior da órbita (exceto o m. oblíquo inferior). Estão presentes na órbita e são
essenciais para a movimentação e biomecânica do bulbo do olho e das pálpebras.

 A pálpebra possui um músculo que permite sua movimentação, o músculo levantador


da pálpebra superior. Assim, conseguimos piscar, por exemplo, ao elevarmos a
pálpebra.

O bulbo do olho possui vários músculos, visto que realiza vários movimentos: para
um lado e para o outro, para cima e para baixo, e movimenta-se até mesmo na diagonal.

 Quatro músculos retos

 Dois músculos oblíquos

Este tendão forma quatro fitas que constituem as quatro inserções tendinosas:
súpero-interna, súpero-externa, ínfero-interna, ínfero-externa. Cada fita está entre os
dois músculos que lhe dão o nome e cada músculo nasce da união das duas fitas que o
separam dos músculos vizinhos.

 Todas as estruturas que adentram a órbita pelo canal óptico passam através do anel
de Zinn

 Algumas estruturas que adentram a órbita pela fissura orbital superior passam
através do anel de Zinn

Estruturas no interior do anel tendíneo comum:

Canal óptico Fissura orbital superior Fissura orbital superior


(dentro do anel (dentro do anel (dentro do anel
tendíneo comum) tendíneo comum) tendíneo comum)

Nervo óptico N. Óculomotor N. Troclear

A. Oftálmica N. Nasociliar N. Frontal

N. Oftálmico N. Lacrimal

N. Abducente
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 68

Músculo levantador da pálpebra superior


Músculo delgado fino em formato triangular, localizado na cavidade orbitária acima
do globo ocular. Baseado nas suas funções, é classificado como pertencente a dois grupos
musculares:

 Músculos extraoculares, junto com os músculos reto superior, reto inferior, reto
medial, reto lateral, oblíquo superior e oblíquo inferior → facilita indiretamente os
movimentos do olho ao elevar e retrair a pálpebra superior, permitindo olhar para
cima.

 Músculos da região circum-orbitária e músculos faciais palpebrais, junto com o


corrugador do supercílio e o orbicular do olho → contribui para uma variedade de
expressões faciais, já que a elevação da pálpebra superior contribui com a expressão
dos sentimentos de medo, raiva e surpresa.

Origem e inserção: origina-se com um curto tendão a partir do aspecto inferior da asa
menor do esfenoide, superior (acima do canal ótico) e anterior ao anel tendíneo comum.
O ventre muscular se alarga gradualmente conforme cursa anteriormente em direção à
pálpebra.
As fibras musculares penetram na pálpebra superior, inserindo-se às suas partes
através de dois fascículos aponeuróticos.

 As fibras profundas se inserem na superfície anterior do tarso superior

 As fibras superficiais se irradiam através da pálpebra e região orbicular do olho para


finalmente chegar à pele da pálpebra superior.

 As fibras mais laterais da aponeurose do músculo se inserem no tubérculo orbital do


osso zigomático

 As fibras mais mediais se inserem no ligamento palpebral medial.

Alguns autores reconhecem outro compartimento do elevador da


pálpebra superior, chamado de músculo tarsal superior. É uma fina
faixa de músculo liso que se prende à face inferior do elevador
da pálpebra superior próximo ao seu ponto de inserção.

Função:
As principais ações do músculo elevador da pálpebra são a retração e a elevação
da pálpebra superior e o alargamento da fissura palpebral. Estas ações são limitadas por
várias características anatômicas do músculo.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 69

O elevador da pálpebra superior ajuda o reto superior e eleva a pálpebra


quando o olhar é direcionado superiormente. Isto ocorre de maneira automática
porque as bainhas fasciais do elevador da pálpebra superior e do reto superior
se fundem através do ligamento de contenção. É por isso que quando o reto
superior se contrai o elevador da pálpebra superior também é contraído.

Músculos retos

 São músculos em formato de fita fixados posteriormente ao anel tendíneo comum.

 São responsáveis pelo movimento do olho nas direções cardinais. Os quatro músculos
(reto superior, reto inferior, reto medial e reto lateral), junto com os músculos oblíquos
superior e inferior, pertencem ao grupo dos músculos extraoculares.

2. Músculo reto inferior

É um músculo orbitário estreito, com forma de fita, que se estende sobre o assoalho
da órbita.
Origem e inserção → como a maioria dos músculos extraoculares, origina-se na
parte superior do anel tendíneo comum (abaixo do canal óptico), que é encontrado no polo
posterior da órbita, envolvendo as margens do canal óptico.

 Conforme este músculo cursa anterolateralmente sobre o assoalho da órbita, a parte


média é espessada e gradualmente afilada para formar um tendão. O tendão termina
se inserindo obliquamente na superfície anteromedial do globo ocular (esclera),
abaixo do limbo da córnea.

Função → graças ao seu trajeto oblíquo e inserção na metade anteromedial da


esclera, a contração do reto inferior causa três ações simultâneas:

 Abaixa o polo anterior do globo ocular

 Aduz o globo ocular medialmente

 Roda externamente o globo ocular

Pelo menos três músculos extraoculares estão envolvidos em todos os movimentos


oculares, o que significa que eles trabalham de maneira coordenada.

 Por exemplo, o músculo reto inferior trabalha tanto em sinergia quanto em oposição
ao músculo oblíquo superior. Eles trabalham em sinergia para abaixar a pupila, mas
ao mesmo tempo eles se opõem porque o reto inferior aduz e roda externamente o
globo ocular, enquanto o oblíquo superior abduz e roda internamente o globo ocular.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 70

Desta forma, estas ações são neutralizadas e o resultado é um abaixamento isolado


do globo ocular.

3. Músculo reto medial

É o músculo mais curto porém mais forte dos quatro retos. Cursa anteriormente,
deslizando sobre a parte medial do olho até o seu equador, para atingir a metade anterior
do globo ocular.
Origem e inserção → origina-se da parte medial do anel tendíneo comum, entre os
retos superior e inferior e a superfície de dura-máter adjacente que envolve o nervo óptico
(bainha dural do nervo óptico).

 Insere-se no lado medial do globo ocular, cerca de 5 milímetros posterior à junção


corneoescleral. As fibras musculares insercionais penetram na bainha fascial
do globo ocular (cápsula de Tenon), que, por sua vez, se refletem e criam um fino
envoltório fascial ao redor do tendão do músculo. Este envoltório origina uma
expansão denominada ligamento de contenção medial, que conecta o músculo reto
medial com a parede medial da órbita.

Função → quando se contrai, o músculo reto medial aduz o globo ocular, ou seja,
puxa o globo ocular medialmente. Esta ação é importante em dois tipos de movimentos
oculares: conjugados e desconjugados.

 Movimentos conjugados → ambos os globos oculares se movem na mesma direção.


O músculo reto medial participa dos movimentos conjugados no plano horizontal (ou
seja, para a direita e para a esquerda), trabalhando em conjunto com o reto lateral.
Para direcionar o olhar para um lado, os músculos retos medial e lateral devem
funcionar de maneira sincronizada.

 Movimentos desconjugados → quando os globos oculares convergem ou divergem


da linha média. Quando ambos os retos mediais se contraem, eles convergem para a
linha média. A convergência é parte do reflexo de acomodação, quando os olhos se
ajustam para observar um objeto próximo.

4. Músculo reto lateral

É um músculo estriado plano que se alarga na sua porção anterior e segue


anteriormente ao longo da parede lateral da órbita.
Origem e inserção → origina-se da parte lateral do anel tendíneo comum e cruza a
fissura orbital superior. Além disso, uma pequena faixa muscular se origina de uma crista
na asa maior do osso esfenoide.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 71

 Após cruzar o tendão do músculo oblíquo inferior, o músculo se insere anterior ao


equador do olho, a cerca de 7 mm do limbo da córnea.

Função → abduz o olho e dirige o olhar lateralmente no plano horizontal. Esta ação é
assistida pelos músculos oblíquos superior e inferior, que também abduzem o olho, entre
outras funções.
Para abduzir o olhar, o reto lateral tem que trabalhar em coordenação com o reto
medial do outro olho, enquanto o reto medial do primeiro olho tem que relaxar quando o
reto lateral se contrai. Estes músculos são chamados de músculos conjugados, descritos
como sinergistas contralaterais funcionalmente pareados.

Músculos oblíquos

1. Músculo oblíquo superior → músculo mais longo deste grupo, com característica
fusiforme, estendendo-se do corpo do osso esfenoide até a porção superolateral do
globo ocular.

Origem e inserção → origina-se do corpo do osso esfenoide, medial à origem do


músculo levantador da pálpebra superior e superomedial ao canal óptico. Em contraste com
os outros músculos extraoculares, o oblíquo superior e o oblíquo inferior não se originam
do anel tendíneo comum. O oblíquo superior se origina externamente, superomedial ao
anel tendíneo.

 De sua fixação no esfenoide, o músculo oblíquo superior corre anteriormente, paralelo


à parede medial da órbita.

 Próximo à sua inserção, o tendão do músculo muda de direção ao passar dentro


de uma polia cartilaginosa, chamada de tróclea do oblíquo superior. Essa fibra
cartilaginosa é encontrada fixada na parte nasal do osso frontal.

 Localizada entre o tendão e a tróclea está uma bainha sinovial fina, que as separa.
Depois da tróclea, o tendão faz uma grande curva posterolateral antes de se inserir
na esclera superficial póstero-súpero-lateral do olho. Esta inserção está localizada
atrás do equador do olho, entre as fixações dos músculos reto superior e do reto
lateral.

Função → o ventre do músculo oblíquo superior está localizado posterior ao olho.


Entretanto, devido ao fato de seu tendão atravessar a tróclea da órbita, o tendão muscular
se aproxima do globo ocular pela frente e se fixa na sua porção superior. Isso permite que o
oblíquo superior dirija o olhar em várias direções diferentes enquanto fornece estabilidade
para o globo ocular ao neutralizar os movimentos da cabeça.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 72

Quando o globo ocular está em posição neutra, o oblíquo superior é responsável


por abdução (movimento lateral ao nariz), depressão (inferiormente) e rotação interna
(movimento do polo superior do olho medialmente) do globo ocular.

 Essas funções não são igualmente eficientes em todas as posições do olhar. A


rotação interna (intorsão) do globo ocular é particularmente efetiva quando o olho
está em posição de abdução, enquanto sua depressão é mais forte quando o olho
está aduzido.

 O músculo oblíquo superior tem funções antagônicas ao oblíquo inferior.

2. Músculo oblíquo inferior


Músculo delgado e estreito do olho. É um dos seis músculos extraoculares, também
chamados de músculos extrínsecos da órbita.

 É nomeado por sua posição na órbita em relação ao globo ocular, já que ocupa o
aspecto inferior da órbita, circunscrevendo a parte inferior do globo ocular.

 Situa-se próximo à borda anterior do assoalho da órbita.

Origem e inserção → origina-se a partir da superfície medial (orbital) da maxila, logo


lateralmente à fossa nasolacrimal. A partir dali, cursa superiormente de forma oblíqua
superior e posterolateralmente entre o músculo reto lateral e o assoalho da órbita.

 O músculo se insere na metade inferolateral da esclera, posteriormente ao equador


do globo ocular

Função → devido ao seu curso e inserção no lado posterolateral do globo ocular, a


contração do músculo oblíquo inferior puxa o globo ocular em direção posterior ao seu
eixo vertical e, portanto, roda o olho lateralmente ao redor deste eixo. Assim, o oblíquo
inferior exibe simultaneamente três ações sobre o globo ocular:

 Eleva a parte anterior do globo ocular ao deprimir a parte posterior do mesmo,


particularmente quando o olho está aduzido

 Abduz o globo ocular lateralmente

 Roda externamente o globo ocular

Todos os músculos extraoculares trabalham em sinergia ou oposição. Além destas


funções, o músculo oblíquo inferior age ainda com os ligamentos de contenção e com a
gordura retrobulbar para impedir a retração do globo ocular pelos músculos retos.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 73

Aula 20. Anatomia da ATM


Características gerais: a articulação temporomandibular (ATM) é a principal conexão
entre o crânio e a mandíbula bilateralmente, sendo referida como a mais complexa do
organismo humano. É classificada como sinovial móvel composta e apresenta como
componentes ósseos a fossa articular, que faz parte da porção escamosa do osso temporal,
e o côndilo da mandíbula, localizado no topo do pescoço condilar.

 As articulações sinoviais realizam a comunicação entre uma extremidade óssea e


outra, garantindo-lhe movimento, e são compostas de cartilagem que revestem as
extremidades ósseas, ligamentos, líquido sinovial e cápsula articular.

Além das estruturas ósseas, a ATM também é composta por um disco articular, uma
cápsula articular e ligamentos. Em virtude da sua forma de dobradiça (ginglymus) e sua
função de deslizamento (arthrodia), também é denominada de articulação ginglimoartroidal.

1. Superfícies ósseas

a. Mandíbula → o processo condilar é formado por um estreitamento (colo) e uma


saliência (côndilo). Anatomicamente, é uma saliência elipsoide, convexa no sentido
anteroposterior e lateromedial com cerca de 15 a 20 mm de largura e 8 a 10 mm de
diâmetro anteroposterior.

Localizado superiormente ao ramo da mandíbula e posteriormente ao processo


coronoide, apresenta dois polos, o medial e o lateral. Delimita a região posterior da
Incisura da Mandíbula.

b. Osso temporal → osso par que forma as laterais do crânio ou têmporas. É um


osso irregular e situa-se inferolateralmente a caixa craniana. A fossa glenoide
(fossa mandibular) é uma porção côncava do osso e situa-se logo abaixo do
processo zigomático, onde entra em contato com o côndilo da mandíbula (é parte
da articulação temporomandibular – ATM).

A parte convexa é a eminência articular (tubérculo articular), que é uma saliência


óssea constituída pela raiz transversa do arco zigomático, colocada anteriormente na
fossa mandibular.

2. Cartilagem articular → fibrocartilagem que reveste as superfícies articulares (cabeça


da mandíbula e fossa mandibular). Apresentam diferença de espessura graças à
função exercida pela ATM.

3. Disco articular → uma das principais estruturas da anatomia da ATM. É formado por
uma estrutura fibrocartilaginosa bicôncava (mais espessa nas periferias e delgada
no centro). Está dividido em três porções:
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 74

 Anterior: espessa porção localizada anteriormente ao processo condilar da mandíbula


com a boca fechada;
 Intermediária: localizada ao longo do tubérculo articular com a boca fechada
 Posterior: localizada superiormente ao processo condilar da mandíbula com a boca
fechada.

Seu objetivo é proteger e possibilitar o contato das superfícies ósseas da articulação


durante a movimentação da mandíbula. Ainda tem a função de amortecer os choques e
regular os movimentos. Para isso, entre a porção anterior do disco é dividida em duas faixas,
sendo que a superior é inserida na eminência articular e a inferior, na superfície anterior.
Inserção → o disco está relacionado à cápsula articular em toda a sua margem.
Anteriormente, o disco e a cápsula fundem-se e permitem a inserção do músculo
pterigoideo lateral.
Lateral e medialmente, o disco e a cápsula estão fixados independentemente nas
partes lateral e medial do côndilo da mandíbula. Posteriormente, o disco e a cápsula estão
unidos pela zona retrodiscal (coxim retrodiscal)

 Esta união oferece ao disco a liberdade necessária, permitindo o movimento anterior


de protrusão e abaixamento da mandíbula.

Compartimentos da ATM → a inserção do disco articular nos polos mandibulares


separa a articulação em dois compartimentos:

 Superior (supradiscal): limitado superiormente pela fossa mandibular do osso


temporal e inferiormente pelo próprio disco articular. Contém 1.2 ml de líquido sinovial
e é responsável pelo movimento de translação da articulação.
 Inferior (infradiscal): possui o disco articular como limite superior e o côndilo da
mandíbula como limite inferior. É ligeiramente menor, com média de volume de líquido
sinovial de 0,9 ml e permite movimentos rotacionais.
4. Cápsula articular → tecido fibroso frouxo que se origina a partir da borda da fossa
mandibular, envolve o tubérculo articular do osso temporal, colo mandibular e se
insere na mandíbula acima da fóvea pterigoide. Sua inserção frouxa permite que a
mandíbula se desloque anteriormente sem causar danos às fibras capsulares.
4.1 Membrana sinovial → é a superfície interna à cápsula articular. É um tecido
conjuntivo especializado que alinha a superfície interna da cápsula da articulação
e recobre o côndilo, a eminência articular e o disco articular (presente nos
compartimentos supra e infradiscal)

 As células presentes na membrana formam o liquido sinovial → ultrafiltrado


do plasma através da membrana sinovial, cujas células secretam um
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 75

mucopolissacarídeo contendo ácido hialurônico e pequena quantidade de


proteínas de alto peso molecular (tais como fibrinogênio e globulinas) ao qual
se soma esse ultrafiltrado. Como essa filtração plasmática não é seletiva, o
líquido sinovial normal tem, essencialmente, a mesma composição bioquímica
do plasma.

 O liquido sinovial permite a nutrição da cartilagem avascular das superfícies


articulares e lubrificação para reduzir a fricção entre as estruturas presentes.

5. Ligamentos articulares → tecido conjuntivo colagenoso que funciona como limitante


do movimento da ATM por apresentar baixa elasticidade. Juntamente com os
músculos, os ligamentos proporcionam estabilidade à articulação.

a. Ligamento temporomandibular (lateral): ligamento na face lateral da cápsula


articular que impede o deslocamento lateral e posterior do processo condilar da
mandíbula.

 É composto por duas porções: a parte oblíqua externa e a parte horizontal


interna.

○ Parte oblíqua externa → maior porção, presa ao tubérculo articular, cursa


posteroinferiormente para se fixar em região imediatamente inferior ao
processo condilar da mandíbula, limitando a abertura da mandíbula.

○ A parte horizontal interna é a menor porção, está presa ao tubérculo articular


cursando horizontalmente para se fixar à parte lateral do processo condilar
da mandíbula e disco articular, limitando o movimento posterior do disco
articular e do processo condilar.

b. Ligamento esfenomandibular: estende-se da espinha do osso esfenoide até a


língula da mandíbula. A principal função desse ligamento é limitar a movimentação
de abertura da cavidade bucal. Além disso, limita a movimentação da protrusão
extensa.

c. Ligamento estilomandibular: ligamento acessório, composto por um espessamento


da fáscia cervical profunda. Estende-se do processo estiloide para a margem
posterior do ângulo e ramo da mandíbula. Tem função de ajudar a limitar a protusão
anterior da mandíbula.

Inervação → o nervo mandibular (terceiro ramo do nervo trigêmeo) fornece a principal


inervação da ATM. Inervação adicional é realizada pelo nervo massetérico e pelos nervos
temporais profundos.
Fibras parassimpáticas do gânglio óptico estimulam a produção sinovial. Neurônios
simpáticos do gânglio cervical superior atingem a articulação juntamente com vasos e
possuem um papel na percepção da dor e na monitorização do volume sanguíneo.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 76

Suprimento vascular → o suprimento vascular da ATM é realizado pelas artérias:


temporal superficial, auricular posterior, artéria facial, timpânica anterior e faríngea
ascendente, que são ramos da artéria carótida externa.
A suplementação é dada por três artérias principais. A alimentação principal vem da
artéria auricular posterior (a partir da artéria maxilar) e da artéria temporal superficial (ramo
terminal da artéria carótida externa). Além disso, uma parte da suplementação da articulação
é fornecida pela artéria timpânica anterior (também um ramo da artéria maxilar). Já os drenos
de sangue venoso são feitos por meio da veia temporal superficial e a veia maxilar.

Disfunção temporomandibular (DTM)


A forma mais comum de desarranjo interno da articulação temporomandibular é o
deslocamento anterior do disco articular em relação ao côndilo. O deslocamento de disco
da ATM tem sido definido como uma relação anormal do disco articular com o côndilo
mandibular, fossa e eminência articulares.
Sua etiologia não é totalmente esclarecida, porém uma das causas mais importantes
é a hiperatividade muscular, que ocorre especialmente durante parafunções.

 Deslocamento anterior do disco COM redução → nesse tipo de deslocamento, o disco


encontra-se deslocado à frente do côndilo quando a boca está fechada, mas recupera
um melhor posicionamento quando translada para a posição protrusiva (para frente).
Durante o movimento de translação, o côndilo recaptura o disco articular produzindo
um som articular, ruído ou estalo com redução, assim denominado porque ocorre a
redução do disco deslocado para uma posição de maior normalidade.

Quando a mandíbula volta à posição retrusiva, outro ruído pode ocorrer, sendo
denominado ruído recíproco, quando novamente o disco volta a se posicionar incorretamente
à frente do côndilo.

 Deslocamento anterior do disco SEM redução → caracterizado pelo deslocamento


permanente do disco articular para uma posição anteromedial mesmo quando o
côndilo translada totalmente para frente. Como não há redução do disco, não ocorrem
ruídos articulares. Isto acontece porque quanto maior o deslocamento anterior e
medial do disco, maior o afinamento da sua borda posterior e maior a tensão do
ligamento discal lateral e da lâmina retrodiscal inferior.

Assim como o deslocamento anterior prolongado do disco pode levar a uma grande
perda da elasticidade da lâmina retrodiscal superior, se a borda posterior do disco se torna
fina, o músculo pterigoideo lateral superior pode tracioná-lo completamente através do
espaço interdiscal e assim o disco fica fixo em posição anteriorizada.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 77

Aula 21. Anatomia das


glândulas salivares
São glândulas exócrinas que dão suporte ao sistema digestório e produzem saliva,
que possui enzimas responsáveis por facilitar o processo digestivo do alimento e por
manter a lubrificação da garganta e da boca, evitando ressecamento.
Além das glândulas pequenas dispersas pela cavidade oral, existem três pares
de glândulas salivares maiores: parótida, submandibular (ou submaxilar) e sublingual.
Apresentam uma porção secretora, responsável por produzir os componentes da saliva, e
uma porção condutora, responsável por conduzir a saliva até a cavidade bucal.
Em humanos, as glândulas salivares menores secretam 10% do volume total de saliva,
mas são responsáveis por aproximadamente 70% do muco que é secretado. São elas:

 Labiais, bucais, palatoglossais, palatinas, linguais, von Ebner

Estrutura das glândulas salivares:


O parênquima das glândulas salivares maiores consiste em terminações secretoras
e em um sistema de ductos ramificados que se arranjam em lóbulos, separados entre si
por septos de tecido conjuntivo que se originam de uma cápsula de tecido conjuntivo rico
em fibras colágenas que circunda e reveste essas glândulas.
As porções secretoras glandulares têm dois tipos de células – serosas ou mucosas,
além das células mioepiteliais não secretoras. Essa porção secretora precede um sistema
de ductos cujos componentes modificam a saliva à medida que a conduzem para a
cavidade oral.

 Células serosas → têm, em geral, um formato piramidal, com uma base larga que
repousa sobre uma lâmina basal e um ápice com microvilosidades pequenos e
irregulares voltados para o lúmen. As células secretoras adjacentes estão unidas
entre si por complexos juncionais que formam uma massa esférica, denominada
ácino, contendo um lúmen central, onde o conteúdo proteico sintetizado pode ser
expelido.

 Células mucosas → apresentam, em geral, um formato cuboide ou colunar. Seu núcleo


é oval e encontra-se pressionado junto à base da célula. Exibem características de
células secretoras de muco, contendo glicoproteínas importantes para as funções
lubrificantes da saliva. A maioria dessas glicoproteínas pertence à família das
mucinas, cuja estrutura contém 70% a 80% de cadeias de carboidratos. Tais células,
frequentemente, se organizam e se rearranjam em túbulos, que consistem em uma
formação cilíndrica que circunda um lúmen.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 78

A) Glândula parótida – glândula acinosa composta cuja porção secretora é constituída


exclusivamente por células serosas que contêm grânulos de secreção ricos em proteínas
e elevada atividade de amilase.
Anatomia → maior das três glândulas salivares pares, tem características de uma
massa amarelada, irregular e lobulada. Localiza-se entre o ramo da mandíbula e o
processo estiloide do osso temporal, em região pré-auricular. Ali ela é encapsulada pela
fáscia massetérica, derivada da fáscia cervical profunda. O plexo parotídeo, formado por
ramos do nervo facial, passa através da glândula parótida e a divide nas partes superficial
e profunda, mas não a inerva.
A parótida é limitada:

 Anteriormente: músculo masseter e ramo da mandíbula.

 Superiormente: meato acústico externo e côndilo da mandíbula, na fossa glenoide.

 Posteriormente: processo mastoide do osso temporal e músculo


esternocleidomastoideo.

 Inferiormente: o trato angular de Eisler pode ser encontrado.

No lado medial, que não é coberto pela cápsula, o processo


estiloide e o processo transverso do atlas são visíveis.

O ducto parotídeo (também conhecido como ducto de Stensen) é por onde se drena a
saliva para o interior da cavidade oral, próximo ao dente segundo molar, através da papila
parotídea. Apresenta 5 cm de comprimento por 3 mm de largura, originando-se da borda
anterior da glândula.
Em seu curso, cruza o masseter e perfura o bucinador. Tecidos glandulares ao longo
do ducto parotídeo e sobre o músculo masseter são chamados de glândulas parótidas
acessórias (estrutura que aparece em 20% da população).

 Algumas estruturas estão em relação direta com a glândula (passando através do


seu interior ou em contato íntimo com sua superfície):

B) Glândula submandibular: glândula tubuloacinar composta cuja porção secretora


contém tanto células serosas quanto células mucosas. As células serosas são o principal
componente desta glândula, tendo assim a predominância da secreção serosa, sendo
facilmente diferenciadas das células mucosas pelo seu núcleo arredondado e citoplasma
basófilo.
Posicionada acima dos músculos digástricos, cada glândula submandibular se divide
nos lobos superficial e profundo, que são separados pelo músculo milo-hioideo.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 79

 A parte superficial da glândula submandibular pode ser vista no triângulo


submandibular do pescoço e é recoberta por uma camada da fáscia cervical profunda.
Esse lobo compreende a maior parte da glândula e localiza-se acima do músculo
milo-hioideo.

 A parte profunda da glândula submandibular limita o aspecto inferior da cavidade


oral. Encontra-se entre o músculo hipoglosso e a mandíbula, terminando na borda
posterior da glândula sublingual.
Ducto da glândula → seu ducto, que conecta a glândula com a cavidade oral,
é conhecido como ducto de Wharton, e se abre na carúncula sublingual, que pode ser
encontrada de cada lado do frênulo/freio lingual. Cursa ao longo da glândula e possui
cerca de 4 a 5 cm de comprimento e entre 2 e 4 mm de largura.

Vascularização e inervação:
As artérias facial e lingual contribuem para a vascularização da glândula submandibular
enquanto a drenagem venosa é de responsabilidade das veias correspondentes.
O mecanismo secretório da glândula submandibular é regulado diretamente pelo
sistema nervoso parassimpático, pelo qual é estimulado, e indiretamente pelo sistema
nervoso simpático, pelo qual é inibido.
C) Glândula sublingual: assim como a submandibular, também é uma glândula
tubuloacinar, composta por células serosas e mucosas, que são predominantes. É o
menor dos três pares de glândulas salivares maiores. São coletivos de massas teciduais
exócrinas, mas possuem muitos ductos que se abrem na área em que estão situadas.
Limites: repousam bilateralmente no assoalho da boca e no interior das pregas
linguais. São limitadas:

 Mandíbula → anterior e inferiormente.

 Músculo genioglosso → posterior e inferiormente.

São cobertas superiormente pela língua. Numerosos ductos podem ser vistos
secretando saliva ao longo da margem das pregas sublinguais.
Irrigação: existem dois suprimentos arteriais separados que contribuem para a
vascularização da glândula sublingual, que têm sua drenagem venosa através das veias
correspondentes. O primeiro é o da artéria lingual, que se ramifica para a artéria sublingual.
O segundo é o da artéria facial, que dá origem à artéria submentoniana.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 80

Aula 22. Anatomia da língua


A língua é um órgão da cavidade oral que auxilia na fala, deglutição, mastigação,
paladar e higiene oral. É formada essencialmente de músculo esquelético e encontra-
se ligada à cartilagem hioide, à mandíbula e aos processos estiloides do osso temporal.
Os músculos aos quais a língua está ligada ao crânio são denominados “músculos
extrínsecos”, enquanto os que formam a própria língua são os quatro pares de “músculos
intrínsecos”, responsáveis por movimento e alterações da forma da língua durante a
mastigação e a deglutição.
Anatomia: a parte dorsal da língua pode ser dividida em duas partes:

 Porção oral (2/3) → orientada no plano horizontal que se encontra dentro da cavidade
bucal.

 Porção faríngea (1/3) → curva-se inferiormente fazendo face à parte de trás da


orofaringe.

As duas partes são separadas por um sulco em forma de V, chamado de sulco


terminal. O lado dorsal dos dois terços anteriores (parte oral) da língua é revestida de
papilas gustativas, e a língua tem uma aparência macia e rosada. Há quatro tipos de
papilas gustativas: filiformes, fungiformes, valadas e foliadas. Atrás da parte oral da língua,
há de três a 14 papilas arranjadas em formato de V em frente ao sulco terminal.
Não há papilas linguais na parte de baixo da língua (ventral). Ela é revestida com
uma membrana mucosa macia que aloja, no centro, o frênulo da língua (prega mediana
continua com o assoalho da boca).
A parte mais acima da língua posterior (parte faríngea) não possui papilas gustativas
visíveis, são restritas à parte pré-sulcal, mas é áspera devido à presença de folículos
linfáticos abaixo que coletivamente formam as tonsilas linguais.

 Papilas filiformes → estruturas da língua que recebem esse nome porque têm forma
filiar, cilíndricas ou cônicas (que apontam para a faringe). Elas se localizam na
superfície dorsal da língua, em fileiras diagonais, exceto no ápice da língua, onde são
transversais.

○ São delicadas estruturas que concedem aparência aveludada à superfície dorsal


da língua. Essas papilas são cobertas por epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado e auxiliam a raspar o alimento de uma superfície.

○ Tipo mais comum de papila visto na região anterior da língua e o único tipo que
não contém botões gustativos.

○ Permitem a circulação de partículas pela língua


PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 81

 Papilas fungiformes → papilas em formato de cogumelo na porção anterior da língua.


Possuem poucos botões gustativos que ficam posicionados mais na região apical
da língua. Tais estruturas têm formato semelhante a cogumelos, com base estreita e
uma porção superior mais dilatada e lisa, estando espalhadas irregularmente entre
as papilas filiformes.

 Papilas circunvaladas → são oito a 12 papilas grandes (maiores papilas presentes


na língua) e circulares visualizadas em forma de ‘V’ invertido no terço posterior da
língua, logo anteriormente ao sulco terminal.

○ A estrutura dessas papilas é circular, com superfície achatada. Dessa forma, essa
área permite que os líquidos ingeridos fluam facilmente.

○ São circundadas por um sulco (seta verde) (circundada pela elevação de mucosa)
e apresentam centenas de botões gustativos.

 Papilas folhadas → pregas lineares em região lateral de língua em ambos os lados e


com formato de folhas circundadas por um sulco e apresentam centenas de botões
gustativos (calículos gustatórios)

○ São apresentados como dobras verticais curtas, em forma de folha, localizados


em paralelo aos bordos laterais na parte de trás da língua.

○ São cobertos com epitélio, carecem de queratina e, portanto, são mais macios que
o restante das papilas.

Vascularização: o caminho para o suprimento arterial sanguíneo da língua é o


seguinte:
Coração – aorta → arco aórtico → lado esquerdo: artéria carótida comum, lado direito:
tronco braquiocefálico e artéria carótida comum → artéria carótida externa → artéria lingual
(ramo da a. carótida externa) – penetra na língua profundamente ao músculo hipoglosso.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 82

Aula 23. Anatomia dentária


A dentição decídua desenvolve-se durante o período pré-natal e é constituída por
20 dentes que, mais tarde, são perdidos (esfoliados), sendo substituídos pela dentição
permanente, constituída por 32 dentes.
O desenvolvimento das unidades de leite começa durante o período embrionário e
os dentes tornam-se visíveis (erupção dentária) na boca durante a infância. Esses dentes
são popularmente conhecidos como dentes de leite, cuja denominação surgiu devido
a sua coloração mais branca, opaca e leitosa. Quando comparados aos permanentes
apresentam:

 Menor tamanho

 Raízes mais curtas

 Compostos por três grupos: Incisivos, caninos e molares

 Ausência de pré-molares e sisos

Por volta dos 6 anos, os dentes de leite começam a cair e são substituídos por dentes
permanentes. Os primeiros dentes da dentição permanente a aparecer na boca são os
primeiros molares e aproximadamente aos 12 anos a criança já pode apresentar apenas
dentição permanente.

Tecidos dentários
 Esmalte → tecido mais resistente e mineralizado do corpo humano e, juntamente
com a dentina e a polpa dentária, forma os dentes. É o componente dos dentes que é
normalmente visto em boca clinicamente (em situações normais) e é suportado pelo
tecido subjacente (dentina).

Composição: aproximadamente 97% do esmalte é composto de minerais, o restante


é composto de água e materiais orgânicos. O mineral integrante primário da estrutura do
esmalte é a hidroxiapatita (forma cristalizada do fosfato de cálcio).
Ao contrário da dentina e do tecido ósseo, o esmalte não contém colágeno em sua
composição. As proteínas que integram a estrutura do tecido são enamelina e amelogenina.
A coloração usual do esmalte dentário varia de amarelo claro ao branco acinzentado.
Nas bordas dentárias, onde não há dentina subjacente ao esmalte, a cor às vezes pode
ser levemente azulada. O esmalte é um tecido translúcido e a cor da dentina reparadora e/
ou qualquer material abaixo do esmalte dentário afeta significativamente sua aparência.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 83

Sua espessura varia ao longo da superfície dentária e frequentemente é mais espessa nas
cúspides e mais fina na junção amelocementária.

 Dentina → tecido conjuntivo avascular, mineralizado, especializado que forma o corpo


do dente, suportando e compensando a fragilidade do esmalte. A dentina é recoberta
pelo esmalte na sua porção coronária e pelo cemento na porção radicular. Sua superfície
interna delimita a cavidade pulpar onde se aloja a polpa dentária. Por ser um tecido
vivo, contém prolongamentos de células especializadas e substância intercelular.

Dentina e polpa formam um complexo em íntima relação topográfica,


embriológica e funcional, por isso, têm características biológicas comuns.

Composição: matéria inorgânica (70%), matéria orgânica (20%) e água (10%). Esta
composição varia com a idade do dente, devido a sua fosforilação progressiva, mesmo já
estando totalmente formado.

 Porção inorgânica consiste de sais minerais sob a forma de cristais de hidroxiapatita


(Ca10(PO4)6(OH)2). Contém também pequenas quantidades de fosfatos, carbonatos e
sulfatos, além de elementos como F, Cu, Zn, Fe e outros.

Os grupos OH da hidroxiapatita podem se combinar com o flúor e formar a


fluorapatita (Ca10(PO4)6F2). Esta troca particular na composição da apatita tem
importância clínica, pois a fluorapatita é menos solúvel que a hidroxiapatita, com
maior resistência ao ataque ácido produzido por micro-organismos cariogênicos.

 A porção orgânica consiste em fibras colágenas (17%) dispostas em pequenos


feixes ao redor e entre os prolongamentos odontoblásticos. Estas fibras são
unidas e cimentadas pela substância amorfa de natureza glicoproteica (lipídios,
glicosaminoglicanas e compostos proteicos).

 Polpa → estrutura interna do dente formada por tecido conjuntivo frouxo ricamente
vascularizado e inervado. Junto com a dentina, forma estrutura integrada denominada
complexo dentinopulpar, que tem origem embriológica na papila dentária.

Composição: o tecido pulpar é composto por material gelatinoso, de consistência


viscosa, denominado de matriz extracelular. Compondo essa matriz existem proteoglicanos
e glicoproteínas, entrelaçados a feixes de fibras colágenas. As principais células pulpares
são as de defesa, fibroblastos, ectomesenquimáticas e odontoblastos.

As arteríolas e vênulas que entram e saem da cavidade pulpar,


acompanhadas de feixes nervosos, através dos forames e ramificações
apicais constituem o rico suprimento vascular e nervoso da polpa dental.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 84

As funções da polpa são:

 Formativa: nesta região há dentinogênese, que são os odontoblastos que formam a


dentina;
 Nutritiva: fornece nutrientes essenciais para formação da dentina;
 Defensiva: tem a capacidade de reação aos estímulos patológicos;
 Sensitiva: transmite estímulos neurais mediados através do esmalte ou da dentina
para o centro nervoso;
 Reguladora: controla e regula o volume e velocidade do fluxo sanguíneo.

Terços da coroa:

A divisão em terços da coroa tem por objetivo propiciar a descrição de detalhes


anatômicos ou qualquer alteração patológica situada na face dos dentes. Essa divisão
pode ser realizada tanto no sentido da altura (cérvico-oclusal/incisal), quanto no sentido
da largura (mesiodistal ou vestibulolingual).

 Faces vestibular e lingual (faces livres): as faces livres são divididas, no sentido
mesiodistal em terços mesial, médio e distal. No sentido cérvico-oclusal/incisal, são
divididas em terços cervical, médio e oclusal/incisal.

 Faces proximais: as faces proximais são divididas, no sentido vestibulolingual, em


terços vestibular, médio e lingual. No sentido cérvico-oclusal/incisal, são divididas
em terços cervical, médio, incisal ou oclusal;

 Face oclusal: no sentido mesiodistal, a face oclusal é dividida em terços mesial, médio
e distal. A divisão no sentido vestibulolingual ocorre apenas nas faces oclusais dos
dentes pré-molares e molares em terços vestibular, médio e lingual.

Essa divisão em terços pode ser aplicada à raiz dental, mudando-se a nomenclatura
para determinar a divisão no sentido da altura de cérvico-oclusal para cérvico-apical,
mantendo-se a mesma nomenclatura para os demais sentidos.

 O primeiro molar superior tem um bulbo radicular, que se divide em três raízes, nas
posições mesiovestibular, distovestibular e lingual.

Superfícies dentárias:

As coroas dentais possuem quatro faces – livre, proximais, oclusal e incisal:

 Face livre → vestibular: face da coroa que está em relação com o vestíbulo da boca
e lingual: oposta à face vestibular e está em relação com a boca propriamente dita.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 85

Denominada de lingual para ambos os arcos, embora alguns autores considerem


face palatina para os dentes do arco superior e lingual para o arco inferior;

 Faces proximais → faces de contato denominadas de face mesial (FM), mais próxima
do plano sagital mediano, e face distal (FD), mais distante do plano sagital mediano;

 Face oclusal (FO) → face da coroa que entra em contato com sua homônima no arco
antagônico. Corresponde à face triturante dos dentes posteriores. Nos incisivos, essa
face é denominada de borda incisal (BI).

Colos → segmento imediato entre a coroa e a raiz. É a parte mais estrangulada do


dente (o ‘pescoço’ do dente) e é limitada por uma linha sinuosa que se interpõe entre as
duas outras partes do dente (coroa e raiz).

 Colo anatômico: representa exatamente os limites divisórios entre a coroa e a raiz,


facilmente perceptível pela diferença de cor (a coroa é ‘branca’ e a raiz, ‘amarela’) e
pela sinuosidade que apresenta em todas as faces do dente.

 Colo clínico: limite entre coroa e tecido gengival visto clinicamente. Em casos de
saúde gengival, é coincidente com o colo anatômico (junção coroa-raiz)

 Colo cirúrgico: porção inicial ou basal da raiz que fica sempre acima do alvéolo
dentário e que, no indivíduo revestido de suas partes moles, permanece revestida
pela gengiva. A retirada cirúrgica da coroa dental é feita sempre nesta parte basal da
raiz, justificando plenamente o seu nome.

Detalhes anatômicos da coroa

A coroa dos dentes humanos caracteriza-se pela sua alta complexidade morfológica.
Essa complexidade se traduz na presença de uma variedade de estruturas anatômicas que
apresenta a superfície da coroa desses elementos dentais.

 Cíngulo: saliência arredondada de origem do esmalte que se localiza no terço cervical


da face lingual dos dentes pertencentes ao grupo dos incisivos e caninos;

 Cúspide: saliência de formato piramidal, considerada unidade funcional dos dentes


posteriores. Cada cúspide pode ser comparada geometricamente a uma pirâmide de
base quadrangular. Essa conformação confere detalhes anatômicos bem definidos:
ápice, vertentes e arestas.

○ Vertentes ou planos inclinados: são as faces da cúspide, normalmente em número


de quatro. Cada cúspide apresenta duas vertentes internas ou triturantes e duas
vertentes externas ou lisas. Tanto as vertentes internas quanto as externas são
ainda classificadas em mesiais ou distais, de acordo com a proximidade de uma
ou outra face, a fim de que sejam diferenciadas.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 86

○ Arestas: segmentos de retas formados pela união de vertentes, normalmente


em número de quatro. As arestas que separam as vertentes externas das
internas, paralelamente ao eixo mesiodistal da coroa, são denominadas arestas
longitudinais. As arestas que separam duas vertentes internas ou externas entre
si, perpendicularmente ao eixo mesiodistal da coroa, são denominadas arestas
transversais. As arestas longitudinais são ainda classificadas em mesiais ou
distais, enquanto as arestas transversais são classificadas em internas ou
externas.

 Crista marginal: eminência situada nas bordas mesial e distal da face lingual dos
dentes incisivos e caninos e nas bordas mesial e distal da face oclusal dos dentes pré-
molares e molares. Na face lingual dos dentes anteriores, essa estrutura anatômica
se estende do cíngulo ao ângulo incisal, como um pilar de reforço enquanto, nos
elementos posteriores, estende-se das cúspides vestibulares às linguais;

 Ponte de esmalte: eminência linear que se estende da cúspide mesiolingual à cúspide


distovestibular do primeiro molar superior, interrompendo o sulco intercuspídico
mesiodistal.

○ Tubérculo de Carabelli: saliência menor que a cúspide, sem forma definida, presente
na face lingual da cúspide mesiolingual do primeiro molar superior permanente;

○ Bossa vestibular: elevação arredondada situada no terço cervical da face vestibular


de todos os dentes decíduos e permanentes;

○ Bossa lingual: elevação arredondada situada entre os terços cervical e médio dos
dentes posteriores;

○ Bossa proximal: elevação arredondada situada nos dois terços incisais/oclusais


das faces de contato.

○ Sulco principal ou intercuspídico: sulco presente em pré-molares e molares que


separa cúspides entre si (linha verde escuro)

○ Sulco secundário: pequeno sulco, que entalha cúspide, delimita as cristas


marginais e distribui-se irregularmente e em número variável nas faces oclusais
(linhas amarelas)

○ Fóssula, fóvea ou fosseta: depressão de forma triangular encontrada na face


oclusal dos dentes pré-molares e molares e na face vestibular de molares;

○ Fossa lingual: escavação de profundidade variável, dependendo do volume das


saliências que a delimitam, localizada na face lingual dos dentes incisivos e
caninos;

○ Cicatrículas: são depressões de esmalte. Os sulcos, as cicatrículas e as fissuras


são depressões que tornam a superfície dental mais rugosa.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 87

Anatomia por grupos dentários


 Incisivos: Composto por oito dentes, situa-se na porção anterior do arco, sendo dois
para cada hemiarco. Esse grupo tem como função primordial a mastigação, bem
como apreende e corta os alimentos. Além disso, desempenha função relevante na
estética e na fonética.

○ Unirradiculares

 Caninos: composto por quatro dentes, sendo um para cada hemiarco. Em conjunto
com os incisivos, compõe o grupo de dentes anteriores ou labiais. Esse grupo tem
como função primordial a mastigação, durante a qual exerce a função de perfurar e
dilacerar os alimentos. Além disso, exerce função relevante na estética e fonética.

 Pré-molares: só ocorrem na dentição permanente e são compostos por oito dentes,


sendo quatro para cada arco e dois para cada hemiarco. Os primeiros pré-molares
têm como função dilacerar e triturar os alimentos, posto que a semelhança com a
morfologia do canino propicia essas funções. O segundo pré-molar, por outro lado,
exerce apenas a função de triturar. No que concerne ao volume, os pré-molares
superiores decrescem no sentido mesiodistal, e os inferiores crescem nesse mesmo
sentido.

A superfície oclusal apresenta duas cúspides: uma vestibular mais alta e mais larga,
voltada para distal, e outra lingual menos volumosa em todas as dimensões, voltada para
mesial.

 As cúspides estão separadas entre si através do sulco intercuspídico mesiodistal,


que termina a cada lado em uma depressão de forma triangular (fóssula), limitada
lateralmente pelas cristas marginais mesial e distal.

2° pré-molar inferior: a face oclusal dessa unidade apresenta forma circular, com
possíveis variações morfológicas. As duas formas mais comuns são a bicuspidada e a
tricuspidada.

 Na forma tricuspidada, observa-se a presença de uma cúspide vestibular separada


das duas cúspides linguais, uma mesiolingual maior e outra distolingual menor, por
um sulco curvilíneo de concavidade voltado para vestibular. No encontro dos sulcos
principais mesiodistal e oclusolingual, forma-se a fóssula central, definindo nessa
face uma figura que lembra a letra ”Y”.

Os pré-molares apresentam raiz única:

 Segundo pré-molarsuperior apresenta raiz única, bastante achatada mesiodistalmente,


com profundos sulcos longitudinais.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 88

 Primeiro e segundo pré-molar inferior apresenta raiz única e achatada


mesiodistalmente, com profundos sulcos longitudinais.

O primeiro pré-molar superior é o único do grupo dos pré-


molares que se caracteriza por apresentar duas raízes: uma
vestibular, mais volumosa, e outra lingual, menos volumosa.

 Molares: ocupam a porção mais posterior do arco dental e estão localizados


distalmente dos pré-molares. É um grupo composto por 12 dentes, sendo seis para
cada arco e três para cada hemiarco. Sua função primordial é a mastigação, durante
a qual exercem a ação triturante dos alimentos, posto que a sua posição no arco e
a sua morfologia, associadas à maior concentração de forças por parte dos grupos
musculares, propiciam essa função.

1° molar superior: superfície oclusal – tem um contorno losangular em cuja


configuração anatômica há quatro cúspides:

 Duas vestibulares: mesiovestibular e distovestibular

 Duas linguais: mesiolingual e distolingual.

As cúspides estão separadas através do sulco intercuspídico mesiodistal, que separa


as cúspides vestibulares das linguais e se estende no sentido mesiodistal da fóssula
mesial à fóssula distal, que são limitadas lateralmente pelas cristas marginais mesial e
distal, respectivamente. Existem outros sulcos intercuspídicos que separam as cúspides
de um mesmo lado.

Além dos sulcos, essa face apresenta crista de direção oblíqua, que se estende
da cúspide mesiolingual à distovestibular, denominada ponte de esmalte.

2° molar superior – a face oclusal do segundo molar superior apresenta quase todos
os acidentes anatômicos já descritos para o primeiro molar, com exceção da ponte de
esmalte, que é uma característica própria do primeiro molar superior.
1° molar inferior – a superfície oclusal desse dente se caracteriza por apresentar
cinco cúspides:

 Três vestibulares (mesiovestibular, vestibulomediana, distovestibular).

 Duas linguais (mesiolingual e distolingual).

2° molar inferior – essa face tem forma retangular com quatro cúspides, sendo duas
vestibulares: mesiovestibular e distovestibular, e duas linguais: mesiolingual e distolingual.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 89

Os molares superiores apresentam três raízes, sendo duas vestibulares:


mesiovestibular e distovestibular, e uma palatina. No que concerne ao volume, verifica-
se a seguinte ordem de classificação: palatina (maior), mesiovestibular (intermediária) e
distovestibular (menor).
Já os molares inferiores apresentam duas raízes, uma mesial (maior) e uma distal
(menor).
Os terceiros molares são os últimos dentes de cada hemiarco, estando situados ao
lado distal do segundo molar. Recebem também a denominação de dente do siso ou do
juízo. É muito comum sua ausência unilateral ou bilateralmente, quer seja por agenesia
ou por estar incluso no osso da maxila ou mandíbula. O seu período de erupção é muito
variável, podendo ocorrer entre os 17 e 30 anos, assim como sua morfologia, podendo ser
muito simples, com uma forma de apenas três cúspides, ou mais complexa, apresentando
até cinco cúspides.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 90

Aula 24. Anatomia do sistema lacrimal


O aparelho ou sistema lacrimal tem como função produzir e remover as lágrimas e
engloba as glândulas lacrimais e as vias de drenagem da lágrima para o nariz. As glândulas
lacrimais, responsáveis pela produção da maior parte da lágrima, estão localizadas na
região da órbita, entre o globo nasal e o ligamento orbital e o processo zigomático do osso
frontal, temporalmente.
Glândula lacrimal principal → glândulas compostas por células serosas que contêm
no seu ápice grânulos de secreção. Encontradas na borda súpero-externa da órbita, são do
tipo tubuloalveolar compostas e responsáveis pela produção da maior parte da lágrima.
Desembocam através de 8 a 10 canais no fundo-de-saco superior, formado pela
confluência da conjuntiva que reveste o olho com a que cobre posteriormente a pálpebra.

 São de origem ectodérmica e possuem coloração amarelada com comprimento de


aproximadamente 20 cm.
 A glândula está alojada na fossa lacrimal, no osso frontal.

A glândula lacrimal recebe inervação sensitiva através do nervo lacrimal, proveniente


do nervo oftálmico. O nervo oftálmico é a primeira divisão do nervo trigêmeo. Recebe
inervação secretomotora parassimpática através do nervo facial, NC VII (gânglio
pterigopalatino) → produção ocorre de maneira reflexa

 A glândula é dividida em dois lóbulos pelo tendão do músculo levantador da pálpebra


superior: lobo orbital e lobo palpebral

Fisiologia do aparelho lacrimal – aparelho secretor


 Existem dois tipos de aparelhos secretores : sistema secretor reflexo e sistema secretor
de base. O primeiro é constituído pelas glândulas lacrimais principais, o segundo
apresenta três camadas de filme lacrimal (lágrima), alterando sua composição e
sendo secretados pelas glândulas acessórias:
○ Sistema secretor de mucina
▪ Secreção da camada interna do filme lacrimal – glândula de Henle (ao nível da
conjuntiva do tarso) e glândula de Manz (ao longo do anel pericorneano).
 Sistema secretor da camada aquosa intermediária – glândula de Krause e glândula
de Wolfring.
 Sistema secretor de lipídios
○ Secreção da camada externa do filme lacrimal – glândulas de Meibomius, Zeiss
e Moll.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 91

Aparelho excretor → os canalículos lacrimais, também conhecidos como ductos


lacrimais, são pequenas estruturas anatômicas que fazem parte do sistema que elimina as
lágrimas dos olhos, estando divididos em superior e inferior. Possuem uma porção vertical
longa de 1-2 mm seguido em ângulo reto e uma porção horizontal de 8 mm. Reúnem-se
terminando no saco lacrimal.

 A união dos canalículos lacrimais superior e inferior ocorre em 90% dos pacientes,
formando o canalículo lacrimal comum, também chamado de seio de Maier ou ampola
do canalículo lacrimal. Nos 10% restantes, os canalículos se unem ao saco lacrimal
de forma independente. O seio de Maier se une à parede lateral do saco lacrimal na
junção dos terços superior e médio. Esta abertura é coberta por uma dobra mucosa
chamada de válvula de Rosenmüller.

Alguns autores questionam a existência desta válvula, alegando ser


apenas a angulação de cerca de 58 graus formada pela junção do
canalículo lacrimal comum com a parede lateral do saco lacrimal.

O canal lacrimonasal segue-se ao saco lacrimal. O seu trajeto é intraósseo no maxilar


superior. Termina na cavidade nasal ao nível do meato nasal inferior.
Os pontos lacrimais são dois orifícios com aproximadamente 0,2 a 0,3 mm nas
extremidades dos canalículos ou canais lacrimais (superior e inferior).
Estão situados na porção medial dos bordos palpebrais e apresentam íntimo contato
com o olho, estando invertidos com a prega semilunar.

A prega semilunar é uma pequena dobra da conjuntiva bulbar no canto


medial do olho. Funciona durante o movimento do olho para ajudar
a manter a drenagem das lágrimas através do lago lacrimal e para
permitir maior rotação do globo, pois sem a prega a conjuntiva se
ligaria diretamente ao globo ocular, restringindo o movimento.

 Através de um mecanismo de pressão, a lágrima é aspirada através dos canalículos


(superior e inferior) para o saco lacrimal. A lágrima é posteriormente drenada desde o
saco lacrimal até a fossa nasal, através do canal lacrimonasal.

A bomba lacrimal (contração do saco lacrimal dependente da musculatura orbicular)


é a principal forma de condução da lágrima até o seu destino final, sendo diretamente
dependente da musculatura, do tônus e da posição das pálpebras.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 92

Saco lacrimal

É a parte superior alargada do ducto nasolacrimal. Com forma oval, o saco lacrimal
tem comprimento de cerca de 12 a 15 mm. Sua extremidade superior tem estrutura fechada
e arredondada e sua extremidade inferior corre para o canal lacrimal.
A cobertura na superfície externa do saco é uma parte fibrosa do ligamento palpebral
medial que é responsável por anexar a placa das bordas das pálpebras com a cavidade
ocular. O músculo responsável pelo fechamento das pálpebras atravessa a superfície
interna do saco.
Localização → colocado em um sulco profundo, o saco lacrimal é criado pelo osso
lacrimal e pelo processo frontal da maxila. O osso lacrimal, menor e menos resistente dos
ossos da face, aloja o saco de sua metade superior através de uma abertura chamada de
fossa lacrimal. A parte inferior dessa abertura é onde o canal lacrimal está localizado. O
processo frontal da maxila está envolvido com a formação do saco, unindo-se à margem
interna do sulco longitudinal do osso lacrimal, denominado sulco lacrimal ou sulco
lacrimal.
O saco lacrimal conecta duas partes do aparelho lacrimal: os canalículos lacrimais e
o ducto nasolacrimal. Ele drena as lágrimas da superfície do olho através dos canalículos
lacrimais, que são tão comumente chamados de canais lacrimais e ductos lacrimais. Estes
estão ligados ao saco pelo ducto superior, que viaja de maneira intermediária para baixo,
e pelo ducto inferior, abaixo do ducto superior, que corre em curso horizontal. O ducto
lacrimal então transporta as lágrimas do saco para a cavidade nasal.
Em alguns casos, o ducto nasolacrimal pode coletar o excesso de lágrimas do saco
lacrimal. O excesso de fluido é então depositado no meato nasal inferior, que é a maior das
três aberturas do nariz.
Válvula de Hasner → prega da mucosa, localizada na abertura inferior do canal
nasolacrimal.

 Em situação normal, a lágrima é produzida pelas glândulas lacrimais e drenada


através dos canais, que saem do canto do olho e vão até a cavidade nasal. Quando há
alguma falha na abertura da válvula de Hasner no ducto nasolacrimal, a lágrima não
consegue ser drenada, causando lacrimejamento, acúmulo de muco e até mesmo
infecções de repetição.

Causas do lacrimejamento:

1. Lacrimejamento reflexo – qualquer doença que cause irritação conjuntival ou


da córnea pode aumentar a produção de lágrimas, assim como diminuição da
umidade ocular (olhos secos).
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 93

2. Epífora obstrutiva – perda ou alteração da drenagem normal das lágrimas


pelas vias lacrimais, geralmente em consequência de processo inflamatório ou
obstrução.

3. Falência da bomba lacrimal – diminuição da função da bomba lacrimal por fatores


extrínsecos.

O entrópio é uma condição em que as margens palpebrais se apresentam invertidas,


em direção ao globo ocular. O atrito dos cílios e da pele sobre a córnea e conjuntiva
provoca sintomas irritativos e lacrimejamento, podendo chegar a quadros graves de
úlceras perfuradas, inclusive com perda do globo ocular.
O ectrópio é uma afecção caracterizada pela inversão para fora da margem palpebral,
acarretando exposição corneana e conjuntival e levando a conjuntivite crônica, inflamação
da borda palpebral, ceratite, dor e lacrimejamento.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 94

Aula 25. Anatomia dos seios paranasais


Seios paranasais, seios faciais ou seios perinasais são espaços preenchidos de ar
localizados no interior dos ossos do crânio e face que se comunicam com a cavidade
nasal através dos seus óstios de drenagem.
São denominados paranasais porque estão localizados em torno ou próximos do
nariz e funcionam como ampliação da cavidade nasal em direção aos ossos vizinhos. São
inervados pelo nervo trigêmeo e possuem várias funções:

 Ajudar a filtrar o ar que respiramos.

 Aquecer e umidificar o ar que chegará aos pulmões.

 Dar ressonância à voz.

 Defesa do sistema respiratório.

 Aliviar o peso do crânio.

 Fornecer a estrutura óssea para o rosto e os olhos.

São revestidos por uma camada de muco denominada mucosa que possui vários
tipos de células, incluindo:

 Células epiteliais escamosas, células achatadas que revestem os seios e formam a


maior parte da mucosa.

 Células glandulares, similares às células das glândulas salivares, que produzem


muco e outras secreções.

 Células nervosas, que são responsáveis pelo olfato.

 Células que combatem as infecções (que são parte do sistema imunológico), células
do sistema vascular e outras células de suporte.

Tais estruturas são rudimentares ao nascimento, somente os seios maxilares e os


etmoidais estão presentes. Durante a infância, devido a um grande desenvolvimento
do crânio e da região médio-facial, ocorre aumento considerável do tamanho dos seios
paranasais ao redor da cavidade orbitária.

 O seio etmoidal já vai estar totalmente desenvolvido aos 14 anos.

 O seio maxilar atinge sua plenitude com a erupção dentária.

 O seio frontal inicia seu desenvolvimento aos 2 anos e sua pneumatização, a partir
da migração de uma célula etmoidal para o osso frontal, ocorre ao redor dos 6 anos.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 95

Seio frontal

Anatomia → espaços presentes entre as lâminas corticais internas e externas do


osso frontal. Anteriormente, os seios frontais são contidos pela fronte e pelos arcos
superciliares, superiormente e posteriormente pela fossa craniana anterior e inferiormente
pela órbita óssea, seios etmoidais anteriores e cavidade nasal. Medialmente, os seios se
relacionam um com o outro, separados pela linha média.

Este par de seios possui formato irregular quando comparados


um ao outro e não estão desenvolvidos ao nascimento. Drenam
primariamente através do infundíbulo etmoidal

Irrigação e inervação → os seios frontais recebem a seguinte vascularização:

 Artéria etmoidal anterior


 Artéria supraorbitária
 Artéria supratroclear

São inervados pelo nervo oftálmico (destacado em verde), incluindo os ramos


supraorbitário e supratroclear.

Seio maxilar

São os maiores de todos os seios paranasais. Possuem formato piramidal,


preenchendo o corpo da maxila, e apresentam paredes finas, que são frequentemente
penetradas pelas raízes longas dos dentes maxilares posteriores.
Anatomia → a borda superior deste seio é a órbita óssea, a inferior é o osso maxilar
alveolar e as raízes dos dentes correspondentes, a borda medial é constituída da cavidade
nasal e as bordas lateral e anterior são limitadas pelo osso malar. Posteriormente, existem
dois espaços anatômicos conhecidos como fossa pterigopalatina e fossa infratemporal.
Irrigação e inervação → o suprimento sanguíneo inclui as seguintes contribuições:

 Artéria alveolar superior anterior, média e posterior


 Artéria infraorbital

A inervação ocorre através de nervos que possuem os mesmos nomes que as artérias.

Seio esfenoidal

Os mais posteriores de todos os seios da cabeça, os seios esfenoidais são grandes e


irregulares, da mesma forma que seu septo, que é constituído pelo osso esfenoide.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 96

Anatomia e relações anatômicas → o seio esfenoidal está presente dentro do osso


esfenoide, sendo limitado pelas paredes desse osso. Apresenta relações anatômicas com
as seguintes estruturas:

 A parede anterior separa este par de seios da cavidade nasal e da fossa hipofisária.
 A parede superior separa da glândula hipófise e do quiasma óptico.
 A parede inferior separa da nasofaringe e do canal pterigoide.
 A parede lateral separa do seio cavernoso e carótida interna.

Células etmoidais

Já presentes ao nascimento, as células etmoidais se desenvolvem de maneira


heterogênea e variável até o início da vida adulta. Aparecem como escavações em forma
de vesículas na porção lateral do osso etmoide e abrem-se nos meatos médio e superior.
O número de células é variável, podendo ser de cinco a 16 sendo a média de sete a nove.
Nas diferentes etapas do processo de desenvolvimento do labirinto etmoidal, surgem
dois principais grupos de variantes da normalidade: as células etmoidais extramurais e as
intramurais.

 Células etmoidais extramurais são estruturas que se pneumatizam e desenvolvem,


projetando-se externamente ao corpo do labirinto etmoidal.
 Células etmoidais intramurais são estruturas que se pneumatizam e continuam
intimamente relacionadas ao labirinto etmoidal, caracterizadas pelas células frontais
bulares, células suprabulares e bula etmoidal.

Anatomia → estão localizadas entre as partes superiores das cavidades nasais (fossa
canina anterior) e orbitárias (osso frontal), separadas destas por delgada lâmina óssea. De
cada lado estão distribuídos em três grandes grupos: anterior, médio e posterior.

 Os grupos anterior e médio abrem-se no meato médio do nariz através do infundíbulo.


 As células posteriores abrem-se no meato superior, cobertas pela concha superior, e
algumas vezes abrem-se no seio esfenoidal.

Irrigação e inervação → as artérias etmoidais anterior e posterior, bem como os ramos


nasais laterais posteriores, fornecem amplo suprimento sanguíneo para essa região.
Enquanto isso, os nervos etmoidais anterior e posterior e os nervos nasais lateral posterior
e laterais superior e inferior auxiliam na sua inervação.

 Seio frontal e seio maxilar – comunicam-se com o meato médio pelo canal frontonasal;
presente na parte anterior do infundíbulo etmoidal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 97

A rinossinusite aguda é uma infecção das cavidades nasais e dos seios da face que
pode ter origem viral ou bacteriana quando o paciente apresenta um quadro clínico de
rinite e sinusite ao mesmo tempo.
Normalmente, essas cavidades ficam cheias de ar, mas infecções ou inflamações
podem fazer com que elas fiquem com secreção. Conhecida também como “resfriado”, a
rinossinusite viral (resfriado comum) é extremamente frequente até os 7 anos, podendo
ocorrer de seis a dez vezes ao ano nesta faixa etária.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 98

Aula 26. Nervo facial


O nervo facial é o sétimo dos doze nervos cranianos (VII NC). Ele possui dois
componentes: uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma sensitiva e visceral,
o nervo intermédio.
As fibras eferentes são as fibras motoras ou fibras parassimpáticas enquanto as
fibras aferentes são sensitivas. Juntos, esses ramos inervam os músculos da expressão
facial.

A palavra aferente significa em direção ao centro, como de uma área periférica


de um membro em direção ao sistema nervoso central. A palavra eferente é o
oposto de aferente, significando para longe do centro e em direção à periferia, ou
seja, quando o estímulo é carregado do cérebro em direção a uma área periférica.

 Fibras motoras:

○ Músculos da expressão facial

○ Músculo estilo-hioideo

○ Ventre posterior do músculo digástrico

○ Músculo estapédio

 Emerge da sua origem encefálica, o sulco bulbo pontino. Seu núcleo motor está
na formação reticular do tegumento da ponte, ventral ao núcleo do VI NC (nervo
abducente). Emite fibras em sentido posterior, que contornam o núcleo do VI NC,
formando o joelho interno do sétimo par.

Os dois componentes do nervo facial seguem o trajeto ventrolateral e atravessam


o espaço subaracnoideo no ângulo cerebelopontino para penetrarem no meato acústico
interno (MAI) junto com o VIII NC (nervo vestibulococlear).
No interior do MAI, o nervo intermédio se junta ao componente motor e seguem como
um tronco nervoso único, que penetra no canal facial. Após o curto trajeto, encurva-se
para trás formando o joelho externo do VII NC, local do gânglio geniculado (sensitivo).

 O nervo facial e o nervo intermédio saem da cavidade craniana através do meato


acústico interno, passam pelo canal do nervo facial na parte petrosa do osso temporal,
depois pela glândula parótida (sem inervá-la) e se fundem formando um feixe único
no gânglio geniculado.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 99

Gânglio geniculado → gânglio sensitivo localizado no osso temporal. Contém corpos


celulares de fibras sensitivas gerais e especiais.

Ao nível do gânglio geniculado, o nervo facial emite o nervo petroso


maior, que cursa somente com fibras parassimpáticas e se liga ao nervo
petroso profundo antes de se tornar o nervo do canal pterigoide.

Nervo petroso maior → nervo superficial que cursa somente com fibras
parassimpáticas. Sai da parte petrosa do osso temporal, segue em direção ao forame
lacerado e une-se ao nervo petroso profundo (fibras pós-ganglionares simpáticas do plexo
carotídeo), subdivide-se e vai no sentido do gânglio submandibular, bem como o gânglio
pterigopalatino, o qual dá origem às fibras pós-ganglionares para a glândula lacrimal.
Nervo corda do tímpano → as fibras parassimpáticas se desprendem e emitem o
nervo do estapédio e a corda do tímpano, que se conectam com o plexo timpânico (para
o qual o nervo glossofaríngeo – NC IX – contribui com fibras parassimpáticas através do
nervo timpânico).

 Este nervo sai da orelha média através da fissura petrotimpânica (fossa infratemporal)
e encontra-se com o nervo lingual formando um só. Esta junção nervosa recebe as
sensações gustativas dos 2/3 da língua.

 Também se conectam ao nervo caroticotimpânico (do plexo carotídeo interno) e então


cursam para o nervo petroso menor e formam sinapse no gânglio ótico.

 O feixe principal do nervo facial deixa o crânio através do forame estilomastoideo,


entra na glândula parótida, posterior e superficial à veia retromandibular.

 Emite os seguintes ramos: nervo auricular posterior para o nervo auricular, nervo
occipital, ramo do nervo estilo-hioideo e ramo do nervo digástrico, ramo mandibular
marginal, que emite o ramo cervical, o ramo bucal e o ramo zigomático, que formam
uma anastomose, e finalmente, o ramo temporal.

Nervo intermédio = raiz intermédia do nervo facial ou nervo de Wrisberg.


Gânglio geniculado = joelho externo do nervo facial.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 100

Aulas 27 e 28. Nervo trigêmeo


O nervo trigêmeo é o quinto nervo craniano (V NC), composto por fibras sensitivas
e motoras. Sendo assim, é classificado como nervo misto e possui três divisões bem
definidas: ramo oftálmico, ramo maxilar e ramo mandibular.

 Os ramos oftálmico e maxilar contêm apenas fibras sensitivas enquanto o ramo


mandibular possui tanto fibras sensitivas quanto motoras.
 Os ramos do nervo trigêmeo inervam uma grande área, incluindo toda a fronte, a face,
as regiões laterais da cabeça e a porção mais superior do pescoço, sendo integrantes
importantes da neuroanatomia.

Os núcleos do nervo trigêmeo estão localizados no tronco encefálico e na parte


superior da medula espinhal.
Gânglio trigeminal é uma formação semelhante aos gânglios espinais anexos às
raízes dorsais dos nervos espinais. Contém as células de origem da maior parte das fibras
sensitivas e seu aspecto é de feijão achatado superoinferior e transversalmente. Fica
localizado no ápice da parte petrosa do osso temporal.
Sua consistência é fibrosa, sua coloração é cinzento-amarelada e seu peso é de
aproximadamente 0,25 g. A margem superior, côncava, recebe a raiz sensitiva cujas fibras
penetram em suas duas faces, sobretudo na superior. Da margem anterior, convexa e mais
fina que a outra, saem os três ramos terminais do nervo trigêmeo.

 Protegida por uma dupla camada de dura-máter


 Os prolongamentos periféricos recebem estímulos das três divisões e os
prolongamentos centrais transmitem para o tronco encefálico.

Através da fissura orbitária superior passam alguns nervos: oculomotor (III), troclear
(IV) abducente (VI) e ramo oftálmico do trigêmeo (V¹), além de outras estruturas como
artéria oftálmica e veia oftálmica.
Nervo oftálmico → primeira divisão do nervo trigêmeo, consiste em fibras sensitivas
aferentes. O ramo oftálmico tem seu trajeto iniciado antes mesmo de penetrar na órbita,
emitindo um pequeno ramo denominado ramo meníngeo recorrente. Em seguida, dirige-se
anteriormente, apoiado na parede lateral do seio cavernoso, e entra na órbita pela fissura
orbital superior do osso esfenoide. Emite três ramos principais antes de emergir do crânio:

 Nervo frontal
 Nervo lacrimal
 Nervo nasociliar
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 101

Os ramos oftálmicos inervam a área oftálmica, que começa na ponta do nariz e


continua bilateralmente em direção à parte superior do nariz, separando o septo nasal das
narinas e se vira lateralmente no ângulo medial do olho, continuando abaixo dos olhos. Na
região temporal, a borda cursa cranialmente e cobre a fronte, a parte anterior do escalpe e
termina na metade do osso parietal.

Nervo frontal – maior ramo do nervo oftálmico que entra superior e medialmente
na órbita acima do anel tendíneo comum. Transita sobre o músculo levantador da
pálpebra superior.

O nervo frontal transmite impulsos de uma extensa área cutânea da fronte e porção
anterossuperior do couro cabeludo e divide-se em nervo supraorbitário (ramo lateral) e
nervo supratroclear (ramo medial).

 Nervo lacrimal – ramo terminal do nervo oftálmico, sendo o menor dos ramos. Passa
perto do ângulo lateral do olho, onde supre uma pequena área de pele próxima à
pálpebra superior e a túnica conjuntiva mais profundamente. Junto com um ramo do
nervo maxilar, inerva a glândula lacrimal e entra na face lateral da órbita. Recebe fibras
secretomotoras do nervo facial próximo à glândula lacrimal e ramo comunicante do
nervo zigomático.

 Nervo nasociliar – entra através do anel tendíneo e segue abaixo do músculo reto
superior. Cruza medialmente, originando os nervos:

○ Longos ciliares,

○ Etmoidal posterior,

○ Etmoidal anterior.

Nervo maxilar → segundo ramo do trigêmeo. Tem origem dentro do crânio, no gânglio
trigeminal, e sai do crânio pelo forame redondo e adentra a fossa pterigopalatina. É um
nervo exclusivamente sensitivo e suas ramificações são responsáveis por inervar a pele
da face, pálpebra inferior, bochecha e lábio superior, parte da mucosa nasal, mucosa do
palato e véu palatino, todos os dentes do arco superior e a região gengival da maxila.

 Nervo alveolar superior posterior → é ramo colateral do nervo maxilar.

Origina-se na fossa pterigopalatina e segue em direção à face infratemporal da


maxila. Penetra o osso através dos processos alveolares.
Responsável pela inervação do seio maxilar, polpa e periodonto dos dentes molares,
exceto da raiz mesiovestibular do 1° molar superior. Inerva ainda a gengiva vestibular
desta região .
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 102

 Nasopalatino → responsável por inervar o palato duro, ou seja, a parte anterior do céu
da boca, na região dos dentes incisivos e caninos.

É um ramo do nervo do trigêmeo, que é sensitivo e controla as sensações da face,


entrando por meio do forame esfenopalatino.
Em seguida, penetra a parte de cima da cavidade nasal, bem embaixo do seio
esfenoidal. Isso permite que atinja o septo. Depois, atravessa o periósteo e a membrana
mucosa da parte inferior do septo.
Para alcançar o palato, desce pelo canal incisivo, comunicando-se com o nervo
incisivo e o nervo palatino maior.
O nervo nasopalatino inerva as estruturas palatinas que circundam os dentes
incisivos centrais, incisivos laterais e caninos da arcada dentária superior, além do septo
nasal e soalho de cavidade nasal.

 Nervo palatino maior → inerva o palato duro na região dos dentes caninos e molares
superiores.

É um ramo do nervo do trigêmeo que conduz fibras sensitivas do nervo maxilar e


fibras parassimpáticas do nervo do canal pterigoideo.
Depois de descer pelo canal palatino maior, aparece no palato duro pelo forame
pterigopalatino e atravessa o sulco do palato, quase atingindo os dentes incisivos.
Inerva o tecido gengival, a membrana mucosa e as glândulas do palato duro. Além
disso, comunica-se com os filamentos terminais do nervo nasopalatino.
No canal pterigopalatino, liberta ramos nasais posteriores inferiores laterais que
invadem a cavidade nasal por meio de aberturas no osso palatino. Ramifica-se em cima
da concha nasal inferior e dos meatos médios e inferiores.
Saindo do canal, um ramo palatino é compartilhado com as superfícies do palato mole.

 Nervo zigomático → passa pela fissura orbital inferior, transita pela parede lateral da
órbita e segue inferiormente ao olho para suprir a parte inferior do músculo orbicular
do olho e outros músculos faciais inferiores à órbita.

Divide-se em dois ramos: zigomático-facial e zigomático-temporal.

O principal ramo do nervo zigomático é uma exceção, uma vez que não
forma sinapse direta no gânglio pterigopalatino, mas carrega tanto fibras
simpáticas quanto parassimpáticas do gânglio até a glândula lacrimal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 103

 Nervo infraorbital → ramo terminal do nervo maxilar superior, que caminha em direção
à face, depois de percorrer o canal infraorbital, de onde saem seus ramos alveolares
médio e anterior.

O nervo infraorbital emerge pelo forame de mesmo nome e divide-se em ramos


palpebral inferior, nasal lateral e labial superior para inervar a pele da parte superior da
bochecha, a túnica mucosa do seio maxilar, os dentes incisivo, canino e pré-molar, parte
superior da gengiva, pele e túnica conjuntiva da pálpebra inferior, parte do nariz e pele e
túnica mucosa do lábio superior.
Nervo Mandibular → esta divisão é a maior do trigêmeo e veicula informação sensitiva
do terço inferior da face (incluindo lábio inferior, mandíbula, área pré-auricular, área
temporal e meninges das fossas cranianas anterior e média). Também é responsável pela
inervação motora dos músculos da mastigação, músculo milo-hioideo e ventre anterior do
músculo digástrico.
Por apresentar dupla função (sensitiva e motora), é classificado com nervo misto.

 A raiz de função sensitiva emerge da região lateral do gânglio trigeminal e sai da


cavidade craniana através do forame oval.
 A pequena raiz de função motora do nervo trigêmeo passa sob o gânglio trigeminal
e depois passa através do forame oval para unir-se à raiz de função sensitiva fora do
crânio.

O nervo mandibular passa entre o tensor do véu palatino, que é medial, e o pterigoideo
lateral, que é lateral. O nervo então se divide em um pequeno tronco anterior e um grande
tronco posterior.

 A parcela anterior se ramifica em três músculos da mastigação e o ramo bucal do


nervo facial, que é sensitivo para a bochecha.
 A divisão posterior desprende três ramos sensoriais principais, os nervos alveolares
auriculares, linguais e inferiores e as fibras motoras para suprir o músculo milo-
hioideo e o parte do músculo digástrico .

Nervo pterigoideo lateral: desce obliquamente para frente, alcança o músculo


pterigoideo lateral e se distribui em ambas as porções deste músculo.
Nervo pterigoideo medial: desce obliquamente para frente, alcança a face profunda
do músculo pterigoideo medial em sua parte súpero-posterior e se distribui ao mesmo.

 Nervo massetérico – nervo de funções mistas, nascido do nervo mandibular, que


inerva a articulação temporomaxilar, o músculo masseter e envia ramos para o nervo
temporal profundo posterior.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 104

 Nervos temporais profundos – nervos temporais profundos se dividem em anteriores


e posteriores: sobem e se distribuem no músculo temporal em sua face profunda,
anterior e posteriormente.

 Nervo bucal – é um nervo sensitivo. Desce, passa entre as duas porções (cabeças) do
músculo pterigoideo lateral, carregando fibras motoras para esse músculo. Inclui-se
temporariamente na borda anterior do músculo temporal, alcança a superfície lateral
do músculo bucinador e à mucosa da bochecha e das gengivas (2° e 3° molares),
inervando sensitivamente essas áreas. Por alguns filetes, une-se ao ramo bucal do
nervo facial.

○ Desce profundamente ao tendão do músculo temporal.

 Nervo auriculotemporal → origina-se, geralmente, por duas raízes que envolvem a


artéria meníngea média. Dirige-se para trás, profundamente ao músculo pterigoideo
lateral e entre o colo da mandíbula e o ligamento esfenomandibular. Relaciona-se
intimamente com a glândula parótida e sobe por trás da ATM, cruza o arco zigomático
e se coloca por trás da artéria temporal superficial, distribuindo seus ramos terminais
ao couro cabeludo. Em seu trajeto, o nervo auriculotemporal fornece os seguintes
ramos:

○ Comunicante com o gânglio óptico: conduz fibras parassimpáticas secretoras


para a glândula parótida; essas fibras procedem do nervo glossofaríngeo através
do nervo petroso menor.

○ Comunicantes com o nervo facial

○ Nervo para o meato acústico externo

○ Ramo para a membrana do tímpano

○ Ramos parotídicos, para a glândula parótida.

○ Ramos articulares para a ATM

○ Nervos auriculares anteriores

○ Ramos temporais superficiais para couro cabeludo.

 Nervo lingual – origina-se do tronco posterior do nervo mandibular. Desce


medialmente ao músculo pterigoideo lateral, região em que é alcançado pelo nervo
corda do tímpano (ramo do nervo facial) que possui fibras sensoriais associadas ao
gosto.

Continua descendo, agora situado anteriormente ao nervo alveolar inferior (com o


qual, às vezes, se comunica), passando entre o músculo pterigoideo medial e o ramo da
mandíbula e alcança a mucosa bucal colocando-se sob ela.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 105

Cruza a superfície lateral do músculo hioglosso, passa profundamente ao músculo milo-


hioideo e se coloca acima do ducto submandibular. Cruza para baixo, lateralmente ao ducto, e
curva-se para cima no contorno medial do ducto, repousando sobre o músculo genioglosso.
Dirige-se para frente ao longo da língua e distribui suas fibras sensitivas pelos 2/3
anteriores da mesma. Seus filetes terminais comunicam-se com os filetes terminais do
nervo hipoglosso. O nervo lingual emite os seguintes ramos:

○ Comunicante com a corda do tímpano


○ Ramos para o istmo da garganta
○ Nervo sublingual
○ Filetes ao gânglio submandibular
○ Comunicações plexiformes com o nervo hipoglosso
○ Ramos linguais à mucosa lateral e do dorso dos 2/3 anteriores da língua, que se
distribuem, também, à mucosa da boca e às gengivas.
 Nervo alveolar inferior – origina-se do tronco posterior do nervo mandibular e desce
situado na frente da artéria alveolar inferior, profundamente ao músculo pterigoideo
lateral, passa entre o ligamento esfenomandibular e o ramo da mandíbula e alcança
o forame da mandíbula.

Atravessa o forame da mandíbula, atinge o canal da mandíbula, percorre-o e, ao nível


do forame mentual, fornece um ramo: o nervo mentual, que emerge da mandíbula pelo
forame mentual e se distribui na cútis do mento e do lábio inferior.
A continuação do nervo alveolar inferior era chamada antigamente de ramo incisivo.
Segue até a região da sínfise mentual distribuindo-se aos dentes caninos, incisivos
inferiores e, frequentemente, aos incisivos inferiores do lado oposto. O nervo alveolar
inferior fornece, ainda, os seguintes ramos:

 Nervo milo-hioideo: origina-se antes de o nervo alveolar inferior chegar ao forame da


mandíbula. Percorre a goteira milo-hioidea e se distribui nos músculos milo-hioideo
e ventre anterior do digástrico.
 Ramos gengivais, que se distribuem nas gengivas.
 Ramos dentais, que se originam nos nervos alveolar inferior e incisivo (dentro do
canal da mandíbula), formam o plexo dental inferior e enviam um filete nervoso que
penetra em cada raiz dental (acompanhado dos vasos correspondentes) e vão formar
a polpa dental no interior do dente.

Os plexos dentais inferiores direito e esquerdo, principalmente


na região de canino a canino, anastomosam-se entre si.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 106

Aula 29. Pares cranianos


Os nervos cranianos (pares) são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. Existem
12 pares desses nervos, cada um tem uma nomenclatura diferente e são numerados
em algarismos romanos. São eles olfatório (I), óptico (II), oculomotor (III), troclear (IV),
trigêmeo (V), abducente (VI), facial (VII), vestibular (VIII), glossofaríngeo (IX), vago (X),
acessório (XI) e hipoglosso (XII).

 Fazem, de maneira geral, o suprimento sensitivo e motor da cabeça e do pescoço.


Podem ser classificados em eferentes/motores, quando a informação sai do sistema
nervoso central, aferentes/sensitivos, quando a informação entra no sistema nervoso
central, ou mistos.

As informações transmitidas por eles podem ser:

 Especiais: quando responsáveis pela visão, olfato, paladar, tato e audição;

 Somáticas: quando vão em direção ou são originadas pela pele e músculos


esqueléticos;

 Viscerais: se são originadas ou vão para os órgãos internos;

 Gerais: quando se originam de exteroceptores e proprioceptores

Anatomia: Os nervos cranianos emergem de forames e fissuras cranianas e


são originados de núcleos no cérebro, conectados ao córtex cerebral pelas fibras
corticonucleares. Esses núcleos estão situados em colunas verticais no tronco encefálico,
correspondendo à substância cinzenta da medula espinhal.

 A origem real desses pares cranianos é onde o seu núcleo está localizado,

 Origem aparente, por sua vez, é onde suas fibras aparecem no sistema nervoso,

 Origem óssea corresponde aos forames por onde esses nervos passam.

Os únicos pares que não possuem tronco encefálico


são o I NC (olfatório) e o II NC (óptico)

1. Nervo oftálmico (I par) → nervo exclusivamente sensitivo, contém fibras aferentes


viscerais especiais. Sua emergência craniana se localiza na lâmina crivosa do osso
etmoide e a encefálica, no bulbo olfatório, na porção inferior do lobo frontal. Seu
núcleo é o olfatório anterior, logo, é responsável pela inervação da mucosa olfatória.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 107

Está distribuído no epitélio olfatório da cavidade nasal, formado por neurônios


bipolares, que são as células receptoras olfatórias. Seus axônios dividem-se em:

 Estria medial: envia estímulos para o tálamo e depois para o córtex orbitofrontal,
responsável pela percepção do cheiro.

 Estria lateral: envia estímulos para o hipocampo e para a amigdala.

2. Nervo óptico (II par) → nervo unicamente sensitivo, portanto, aferente. Suas fibras
são somáticas especiais e o nervo é responsável pela visão, mais especificamente
por transmitir impulsos especiais de luz para o cérebro.

 Sua emergência craniana é o canal óptico e a encefálica é o quiasma óptico. Seu


núcleo é o geniculado lateral. As fibras ópticas provenientes da parte nasal da
retina cruzam no quiasma óptico para o lado oposto, enquanto as da parte lateral
permanecem do mesmo lado.

O trato óptico é a continuação intracraniana desse nervo e é uma estrutura par, formada
pelas fibras citadas anteriormente. A maior parte dessas fibras vai em direção ao núcleo
geniculado lateral, onde a informação será transmitida para o córtex visual primário.

3. Nervo oculomotor (III par) → nervo exclusivamente motor somático e visceral que
contém fibras pré-ganglionares parassimpáticas.

 Sua emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica é o sulco medial


do pedúnculo cerebral. Seus núcleos são o oculomotor e o Edinger-Westphal.

 As fibras primárias são responsáveis pela inervação dos seguintes músculos


extraoculares: levantador da pálpebra, reto inferior, superior, medial e oblíquo inferior.

 Já as secundárias inervam o corpo ciliar, íris e músculo esfíncter da pupila.

Ele contrai o músculo ciliar, que, por sua vez, relaxa as zônulas ciliares, deixando o
cristalino mais arredondado, conferindo acuidade visual. Além disso, por possuir fibras
parassimpáticas, realiza a miose da pupila. Ao aplicar um reflexo luminoso em apenas
um olho, haverá a contração das duas pupilas, pois será recrutado um núcleo ipsilateral e
contralateral.

4. Nervo troclear (IV par) → nervo exclusivamente motor, formado por fibras somáticas
gerais.

 Sua emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica é o véu medular


superior. É o único par craniano que tem origem posterior no tronco encefálico e
seu núcleo pode ser encontrado ao nível do folículo inferior do tronco cerebral.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 108

Ele é responsável pela inervação do músculo obliquo superior. Esse músculo realiza
os movimentos de adução, depressão e rotação medial (interna) do olho.

5. Nervo trigêmeo (V par) → nervo misto, ou seja, tem função motora e sensitiva,
constituído por fibras viscerais especiais e somáticas gerais. É importante salientar
que, a partir do gânglio trigeminal, surgem três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular.
Cada um tem a sua emergência craniana: fissura orbital superior, forame redondo e
oval, respectivamente. Já a encefálica está localizada entre a ponte e o pedúnculo
cerebral médio, e seus núcleos estão no tronco encefálico e na parte superior da
medula espinhal.

 A inervação somática é responsável por carregar informações relacionadas a


dor, propriocepção, temperatura, tato da face, 2/3 do couro cabeludo e língua,
cavidade nasal, seios paranasais e conjuntiva ocular.

 Já a inervação motora é relacionada aos músculos da mastigação: masseter,


temporal, pterigoideo lateral e medial.

O ramo oftálmico é formado por fibras pré-ganglionares do gânglio ciliar e fibras dos
ramos periféricos. Forma sinapse com o gânglio trigeminal e inerva a região anterior do
crânio, nariz e regiões oftálmicas da face. Ao chegar à órbita, fornece três ramos terminais,
que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.
O ramo maxilar inerva a região maxilar e abaixo dos olhos. Ao penetrar na cavidade
orbital, passa a ser chamado de nervo infraorbital, que, por sua vez, fornece outros ramos,
como o nervo alveolar superior.
O ramo mandibular possui dois ramos principais: nervo lingual e alveolar inferior. Tem
como função a inervação da porção mais inferior da face.

6. Nervo abducente (VI par) → exclusivamente motor, constituído por fibras eferentes
somáticas gerais.

 Sua emergência craniana é a fissura orbital superior, a encefálica é o sulco


bulbo pontinho e o seu núcleo pode ser encontrado no colículo facial do tronco
encefálico.

Assim como o oculomotor e troclear, tem como função a motricidade do globo ocular.
É responsável, mais especificamente, pela inervação do músculo reto lateral, que realiza o
movimento de abdução do olho.
É evidente a semelhança na função desses três pares cranianos. Com isso, pode-se
explicar a razão de possuírem a mesma emergência craniana.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 109

7. Nervo facial (VII par) → nervo misto, possui uma raiz motora, nervo facial propriamente
dito, e uma raiz sensorial, chamada de nervo intermédio. Suas fibras são pré-
ganglionares parassimpáticas.
 Sua emergência craniana é o forame estilomastoideo e a encefálica é o sulco bulbo
pontino. Possui quatro núcleos: lacrimal, motor, salivatório superior e o núcleo do
trato solitário.

O nervo facial possui cinco ramos principais: auricular, marginal, mandibular, bucal,
zigomático e temporal. Eles realizam a inervação dos músculos da expressão facial. O
intermédio inerva os 2/3 anteriores da língua, gerando o paladar. Logo, de maneira geral,
esse par craniano é responsável pela mímica facial, inervação dos 2/3 anteriores da língua,
das glândulas salivares e lacrimal.

8. Nervo vestibulococlear (VIII par) → exclusivamente sensitivo e formado por fibras


somáticas especiais. Penetra no osso temporal pelo meato acústico interno e sua
emergência encefálica é o sulco bulbo pontino. Possui um núcleo vestibular e outro
coclear.

O componente vestibular é responsável pelo equilíbrio e possui quatro núcleos:


superior, inferior, medial e lateral. O coclear fica responsabilizado pela audição e possui um
núcleo anterior e outro posterior. Esses núcleos se encontram lateralmente ao pedúnculo
cerebelar inferior.

9. Nervo glossofaríngeo (IX par) →nervo misto, suas fibras são motoras e parassimpáticas
eferentes. Sua emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco lateral
posterior. Possui os núcleos ambíguo, salivatório inferior e solitário.

Realiza a inervação da glândula parótida, 1/3 posterior da língua, tuba auditiva,


faringe, constritor da faringe, úvula e tonsilas. Além disso, também inerva os músculos
estilofaríngeo constritor superior da faringe.

10. Nervo vago (X par) → nervo misto e o maior nervo craniano. Sua emergência craniana
é o forame jugular, enquanto a encefálica é o sulco lateral posterior. Seus núcleos
são o ambíguo, vagal motor dorsal e solitário. Suas fibras são eferentes motoras e
parassimpáticas e fibras aferentes sensitivas.

Tem como função a inervação dos músculos da faringe, traqueia, laringe, estruturas
torácicas e abdominais e conduz a inervação parassimpática para os órgãos viscerais.

11. Nervo acessório (XI par)→ nervo exclusivamente motor formado por uma raiz craniana
e uma espinhal. Sua emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco
lateral posterior. Possui o núcleo ambíguo e acessório espinhal.
PRODUTO ÚNICO – ANATOMIA 110

Possui divisão interna e externa. A interna segue junto com o vago e forma o laríngeo
recorrente enquanto a externa vai para o trapézio e esternocleidomastoideo. Realiza a
inervação do músculo trapézio e esternocleidomastoideo.

12. Nervo hipoglosso (XII par) → nervo essencialmente motor, suas fibras nervosas se
comunicam com a alça cervical. Sua emergência craniana é o canal do hipoglosso e
a encefálica é o sulco lateral anterior do bulbo. Seu núcleo está localizado no tronco
encefálico, ao nível do trígono do hipoglosso.

Sua função é a inervação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, ou seja,


permite que eles se movimentem.
MATERIAL
COMPLEMENTAR

BONS ESTUDOS!

Você também pode gostar