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1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
M838t
ISBN 978-65-5646-416-9
ISBN Digital 978-65-5646-417-6
1. Inovação digital. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo
da Vinci.
CDD 004
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Origem E História Das Redes Sociais.......................................... 7
CAPÍTULO 2
Criação de Conteúdo e Planejamento
De Ações Em Mídias Sociais......................................................... 49
CAPÍTULO 3
Conteúdo Patrocinado e Divulgação de
Marcas Nas Redes........................................................................ 89
APRESENTAÇÃO
A forma de divulgação de marcas, produtos e pessoas mudou consideravel-
mente desde a popularização da internet e, mais recentemente, com o baratea-
mento de aparelhos móveis e a entrada da tecnologia 3G, 4G, 5G. Na disciplina de
Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais vamos nos dedicar ao estudo
desse contexto, avaliando práticas e investigando estratégias bem-sucedidas para
esses novos formatos. É evidente que toda mudança de cenário tem suas conse-
quências, por isso, sem atualização, muitos profissionais da área da comunicação
e do marketing se tornaram obsoletos para o mercado. Entretanto, novas carreiras
e profissões emergiram, e você, caro estudante, poderá compreender melhor as
implicações e possibilidades contemporâneas nesse nosso curso.
Bons estudos!
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Antes de contextualizarmos o surgimento das redes sociais ou mídias digi-
tais, ou ainda mídias sociais, ou mesmo redes digitais é importante deixar claro
que não se trata de um fenômeno meramente tecnológico: a tecnologia é apenas
a forma de conexão entre pessoas. Como você pode perceber, caro aluno, essas
várias expressões – para além das já mencionadas, poderíamos também incluir
a famosa TICs (Técnicas de Informação e Comunicação), bastante comum no
meio acadêmico – indicam processos análogos e absolutamente recentes, tanto
na história da própria espécie, como na também relativamente recente história
dos meios de comunicação.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
Somos a única espécie consciente da própria morte. Ainda que outras, como os
elefantes, por exemplo, reconheçam a iminência do fim – elefantes que estão pres-
tes a morrer costumam se distanciar da manada –, nós somos os únicos animais
que desde muito cedo reconhecem a certeza da morte. Basta lembrar de quando
você era bem pequeno e se deparou com a morte pela primeira vez, seja de um pet,
seja de um parente querido, logo lhe explicaram que isso acontecerá com todos.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Voltando às diferenças entre nós e os outros animais, Harari (2016a, p. 163) ex-
plica que estes últimos vivem uma realidade dupla: eles reconhecem entidades
objetivas externas como as rochas, as árvores, o chão, as águas, e são capazes
de reconhecer as próprias experiências subjetivas, como o medo, a fome ou o
desejo. Nós vivemos ainda uma terceira realidade: “Em acréscimo a árvores, rios,
medos e desejos, o mundo Sapiens também contém histórias sobre dinheiro, deu-
ses, nações e corporações” (HARARI, 2016a, p. 163).
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
Link: https://www.youtube.com/watch?v=nzj7Wg4DAbs
Agora vamos dar um salto de três séculos: você viaja para Portugal e do seu
smartphone transmite, em tempo real, tudo o que vê para seus seguidores no Ins-
tagram. Antes mesmo de viajar, viu seu hotel pelo Google Street View, conversou
pelo Skype com uma amiga que mora lá há alguns anos, assistiu a programas de
televisão sobre Portugal, enfim, experimentou todo tipo de imagem de Portugal an-
tes mesmo de conhecer o país. Que diferença para o “você” do século XVIII, não?
Aliás, não precisamos nem ir tão longe para reconhecer os impactos dos
meios de comunicação. Basta reconhecer como pessoas de gerações mais ve-
lhas que não são aptas no uso das novas tecnologias estão privadas de uma série
de experiências que acabam, inclusive, limitando suas interações sociais.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
imagens táteis também são muito fortes. Pense naquele momento em que alguém
que você detesta encosta no seu corpo: o corpo reage na hora, como se estivesse
travando, se contorce e rejeita aquele toque indesejado. Perceba que pensar em
imagens não pode ser apenas a escolha por algo essencialmente visual, como
uma fotografia, uma série ou um filme.
Evidente que a crítica de Flusser (2007) é muito fatalista e, mesmo que não
concordemos totalmente com ela, não é possível negar que as imagens midiáti-
cas têm um papel social tão determinante que parece que todas as nossas rela-
ções passam por ela. Isso ficou ainda mais evidente durante o enfrentamento da
Covid-19: lives, meeting, home office, ensino a distância etc.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
FONTE: A autora
Link: https://bit.ly/3ksHfEN.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
A história dos meios está ligada à história do olhar, que, por seu
turno, pode ser lida a partir da história medial [a mediação, ou o
que Flusser chamou de “transporte” entre imagem e indivíduo].
As transformações dos meios e do olhar estimularam o seu
mútuo movimento. A percepção, enquanto estilo e padrão, foi
decerto marcada e moldada pelos meios da imagem a que
esteve exposta [...] (BELTING, 2014, p. 284).
As telas atraem o nosso olhar, elas apresentam um mundo mediado por ima-
gens desse próprio mundo. Trata-se de um processo bastante complexo, que infe-
lizmente não pensamos muito sobre, pois já estamos habituados, já “naturalizamos”
a mídia. Entretanto, nós, os profissionais da comunicação, precisamos refletir sobre
isso, afinal, uma evidente questão ética emerge a partir deste cenário: se as telas
causam dependência, como vamos nos atentar ao que veicularemos nelas?
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
A esse nosso estudo não cabe um aprofundamento tão extenso na história das
teorias da comunicação, mas para nós, que estamos preocupados em entender
o fenômeno das novas mídias e suas principais tendências, é importante compre-
ender a origem de duas posturas comuns diante do midiático: uma postura mais
entusiasmada, que crê no potencial de influência das mídias para o bem, e uma
postura mais crítica, que também acredita nesse potencial de influência, mas a todo
momento o coloca em xeque, além de identificar uma possível manipulação com
consequências sociais graves. Ambos direcionamentos – evidentemente que esta-
mos reduzindo todo um processo a título de compreensão de um contexto maior –
possuem origens e contextos bastante próprios e, de certa forma, datados.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
Os sujeitos sociais são vistos por isso como seres que, sendo
capazes de se adaptar aos sistemas de sentido da ação social
vigentes (as semânticas dominantes) e exercer os papéis
prescritos pelos diversos subsistemas em que vivem, podem
se comportar conforme as regras e os princípios funcionais
necessários à manutenção do sistema social. Conforme essa
perspectiva, a comunicação deve ser vista como fundamento
do processo de interação social (RÜDIGER, 2011, p. 55).
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Esse tradicional modelo acabou passando por uma série de revisões, à me-
dida que os meios de comunicação de massa se tornavam mais populares, e foi
posto em xeque com o surgimento da internet e, em especial, das mídias móveis
e das redes sociais. Ainda que em muitos momentos essa comunicação pareça
de fato ser linear, com as mídias digitais o destinatário passou, inclusive, a deter-
minar como o conteúdo da mensagem era construído. Entretanto, é inegável o de-
sejo de nós, produtores de conteúdo, de nossas mensagens alcançarem o público
e serem recebidas da forma que intencionamos.
Para sobreviver, o instituto é transferido aos Países Baixos, com sedes par-
ceiras em Genebra, Paris e Londres. Porém, a ampliação dos regimes nazifas-
cistas em toda a Europa força seus integrantes a serem exilados do continente
e, numa manobra de parceria de pesquisa – mas também com o intuito de salvar
seus colegas – a convite de Paul Lazarsfeld, vários dos teóricos da Escola são
recebidos na Universidade Columbia (Nova Iorque, EUA), em 1938:
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
antes, é importante reforçar que essas primeiras análises teóricas feitas pelos fun-
cionalistas e pelos apocalípticos também cabem à reflexão das mídias digitais, e
isso será facilmente observado nos conceitos que iremos abordar neste tópico:
Convergência, Cultura da Participação, Cibercultura, Segurança e Vigilância, Ubi-
quidade e Inteligência Coletiva.
As teorias cibernéticas que hoje contam com a análise das redes sociais e
mídias digitais partem de uma mudança de entendimento se compararmos às te-
orias da comunicação social anteriores a esse período: ainda que estas últimas
evidenciem a importância dos meios de comunicação para o tecido social, as te-
orias cibernéticas vão creditar centralidade dessas tecnologias na cultura de uma
forma bastante ampla. “As tecnologias de comunicação parecem ter-se tornado o
principal fator para explicar o conjunto da cultura” (RÜDIGER, 2011, p. 115).
O professor Harari (2016b) explica que o início da agricultura se deu por volta
de 12 mil anos atrás e seu aparecimento impulsionou uma revolução estrutural e
social que mudou a história da nossa espécie:
E por que essa mudança foi tão relevante? Porque pela primeira vez, os ho-
mens modificaram o ambiente onde viviam e transformaram a natureza para be-
nefício próprio. Antes, a espécie dependia de tudo aquilo que encontrava em seu
caminho, caça e frutos. Após a Revolução Agrícola, os Sapiens não ficaram mais
à mercê do espaço e do tempo, passaram a domesticar a natureza e cultivar o
que precisavam para sobreviver.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
2,5 milhões de anos Criação das primeiras ferramentas talhadas em pedra. Também ocorre a
evolução, na África, do gênero Homo.
2 milhões de anos As diferentes espécies de hominídeos se espalham por toda África e Eurásia.
500 mil anos atrás Os neandertais passam a habitar o Oriente Médio e na Europa.
300 mil anos Surgem os primeiros Homo Sapiens. A arqueologia também credita a esse
período o uso cotidiano do fogo, não somente pelos Sapiens. Outros huma-
nos também dominavam essa técnica.
70 mil anos Ocorre a Revolução Cognitiva, ou seja, o começo registrado da linguagem
ficcional. Os Spaiens começam a contar histórias sobre eles mesmos e regis-
trá-las nas pinturas rupestres.
Nossa espécie passa a transmitir uma quantidade cada vez maior de infor-
mação sobre seu cotidiano, sobre o mundo, sobre suas relações sociais e
sobre entidades que não existem no mundo real: figuras místicas e mitológi-
cas, espíritos tribais, deuses etc.
12 mil anos As plantas e animais são domesticados e por isso o Homo Sapiens abando-
na o nomadismo e passa a construir assentamentos permanentes. Esse é o
fenômeno conhecido como Revolução Agrícola.
5 mil anos Primeiros grandes reinos, as religiões politeístas, a escrita e o dinheiro.
2 mil anos Começo do cristianismo, do Império Han na China e do Império Romano no
mediterrâneo.
1,4 mil anos Início do Islamismo.
500 anos Acontecem a Revolução Científica e as grandes navegações que, associa-
dos, levam à integração do planeta e sua compreensão enquanto um territó-
rio único. Início da ascensão do sistema capitalista.
200 anos A Revolução Industrial marca uma mudança de orientação política, social e
econômica na humanidade. Substituímos núcleos sociais como família e co-
munidade, por organizações e entidades como Estado e mercado. Inicia-se a
extinção em massa de diversas espécies de plantas e animais.
Hoje As mídias digitais conectam a espécie em todo o mundo. Nós transcendemos
os próprios limites terrestres e passamos a habitar todos os espaços, todos
seguindo narrativas políticas e econômicas bastante similares, e o mercado
nos torna interdependentes.
FONTE: HARARI (2016b, p. 7-8) e Pesquisa FAPESP (2017, s.p)
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
criado no fluxo de dados digitais em redes de computadores, virtual por não ser
localizável no espaço, mas real em suas ações e efeitos” (MARTINO, 2015, p. 11).
O ambiente virtual permite um fluxo intermitente de ideias, textos, imagens,
sons, práticas, representações e ações que ocorrem entre indivíduos conectados
através de dispositivos tecnológicos de comunicação: smartphones, tablets, com-
putadores, notebooks etc. Isso faz da cibercultura uma extensão das relações que
também acontecem off-line, ainda que possua características bastante específicas:
Essa é uma das discussões mais difíceis para o digital: nossa persona virtual
é capaz de ações que nós mesmos, no mundo real, nunca cogitaríamos fazer? A
princípio, essa é uma das desculpas mais comuns, por exemplo, para a cultura do
cancelamento. Mas o fato é: a tecnologia nada pode sem a ação humana. Portanto,
não é só por ser virtual que não nos afeta. Pense no fenômeno catfish, as pessoas
que pelo meio on-line se apaixonam por avatares! Você acredita estar conversando
com uma moça incrível e jovem, mas na verdade trata-se de um personagem criado
por um senhor de meia-idade. Mesmo você sendo enganado, você se apaixona! E
isso só é possível porque a cultura cibernética é uma cultura de conexão.
Talvez você seja muito jovem, talvez já tenha nascido no século XXI, mas se
for um pouco mais velho, se recordará do mundo antes do celular. Não podemos
nos esquecer de que os smartphones e as tecnologias móveis se popularizaram
quase que ao final da primeira década dos anos 2000, ou seja, antes desse perí-
odo, se quiséssemos falar com familiares e amigos era preciso ligar para a casa
deles por meio de um telefone fixo, e só assim poderíamos ouvir suas vozes.
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Videocassete#/media/Ficheiro:-
Sony_Betamax_SL-HF150_1.jpg>. Acesso em: 7 abr. 2021.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fita_cassete#/media/Ficheiro:O-
riginal_Sony_Walkman_TPS-L2.JPG>. Acesso em: 7 abr. 2021.
O digital, por sua vez, ainda que não dispense o suporte, pode ser decodifi-
cado nos mais diversos aparelhos. Isso faz com que o conteúdo registrado nunca
esteja passível de apagamento – basta pensarmos nos trágicos efeitos do vaza-
mento não autorizado de fotos íntimas, é praticamente impossível deletar esse
tipo de conteúdo. O digital é um código que pode ser “lido” em qualquer smartpho-
ne, computador, tablet e/ou notebook com um sistema operacional compatível,
afinal, seu conteúdo pode ser decodificado em frações de segundo por qualquer
tecnologia adaptada para isso.
Ainda que as diferenças técnicas não importem muito, o que nos interessa
realmente são as mudanças que as tecnologias geram, mesmo porque defini-las
apenas pelo viés do suporte ou mesmo do software é reduzir demais um processo
bastante complexo. Na perspectiva das teorias da comunicação, uma série de
contradições e lugares comuns impedem de compreendermos os fenômenos com
os quais estamos lidando, e seu impacto tanto para os indivíduos, quanto para a
sociedade como um todo.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
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Surgem, não se sabe muito bem de onde – evidentemente têm um autor origi-
nal, mas nem sempre é reconhecido por sua criação e – são compartilhados nas
mais diversas situações, chegando a diferentes plataformas que vão desde uma
mensagem de WhatsApp até programas televisão que se dedicam à transmissão
desse tipo de imagem na busca por audiência.
O consumo é um processo coletivo, o que por sua vez gera uma inteligência
coletiva que terá poder de influência sobre os monopólios midiáticos que, até a
popularização da internet, pareciam inabaláveis. Considere, por exemplo, a que-
da de audiência tanto nos canais abertos quanto na TV fechada nesses últimos
anos. Cabe às empresas de comunicação incorporarem esse novo consumidor às
escolhas de conteúdo, caso queiram que suas marcas, produtos e serviços sobre-
vivam ao teste do tempo.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
Link: https://www.youtube.com/watch?v=AjkyvlBCqmU
Para além do Estado, elementos políticos das mídias digitais também afetam
questões jurídicas, econômicas e sociais:
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Quadro comparativo:
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham#/me-
dia/Ficheiro:Panopticon.jpg>. Acesso em: 7 abr. 2021.
Um dos fenômenos mais evidentes das mídias digitais, e que afetou por com-
pleto nossa percepção do que é público e privado, é a entrega voluntária e gratui-
ta por parte dos usuários de uma quantidade inimaginável de informações sobre
si: gostos, lugares que frequentam, formação, status de relacionamento, hábitos
de consumo, relações pessoais etc. O rastro deixado nas redes, hoje, permite-nos
mapear, quase que por completo, a vida dos internautas:
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
4 CAPITAL SOCIAL E OS
INFLUENCIADORES DIGITAIS
Capital social, explicado de maneira objetiva, diz respeito à rede de relações
sociais que um indivíduo estabelece. Ainda que as mídias digitais tenham um
caráter horizontal em termos de possibilidades de conexão – diferentemente da
perspectiva dos outros tipos de relacionamento, que costumam ser hierárquicos,
portanto, verticais –, existe uma forma de circulação do poder entre seus partici-
pantes que é estabelecida a partir de certas formas de relação:
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
Com as redes sociais digitais, a audiência deixou de ser vista apenas como
uma receptora passiva para virar protagonista com suas várias formas de partici-
pação nos meios de comunicação, chegando a se tornar uma produtora parceira
do conteúdo. Essa alteração impactou o mercado do entretenimento e alavancou
a profissão influenciador digital.
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Outro ponto relevante destacado pela pesquisadora é que não é possível ser
detentor ou mesmo possuir capital social, pois ele não está nos sujeitos em si,
mas nas relações estabelecidas entre as pessoas:
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Mídias sociais, convergência, interação, capital social, redes sociais, mídias
digitais, influenciadores digitais, mídias móveis, 3G, 4G, 5G, web 4.0, streaming....
Enfim, vários termos que indicam tecnologias, usos e práticas que fazem parte
dos vários processos cotidianos, hoje, essenciais. É quase impensável organizar
nosso cotidiano sem as mídias, em especial, as digitais. Seja para marcarmos um
encontro com familiares e amigos, seja para definirmos políticas públicas em meio
a uma crise sanitária mundial, o midiático está presente criando conexões, guian-
do nosso comportamento e ditando formas de viver.
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Capítulo 1 Origem E História Das Redes Sociais
trabalho tem reflexo direto no dito “mundo real”, é um privilégio que somente os hu-
manos do tempo presente têm. Lembre-se de que vivemos um período de transição
e, todos nós, independentemente da área em que atuamos, somos responsáveis
pela forma do viver futuro. E as mídias digitais são parte ativa de processo.
REFERÊNCIAS
BAITELLO, Norval. O pensamento sentado: sobre glúteos, cadeiras e imagens.
São Leopoldo (RS): Editora Unisinos, 2012.
HARARI, Yuval Noah. Homo Deus: uma breve história do amanhã. 1. ed. São
Paulo: Companhia da Letras, 2016a.
HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. 1. ed. São
Paulo: Companhia da Letras, 2016b.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
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C APÍTULO 2
Criação de Conteúdo e
Planejamento De Ações Em Mídias
Sociais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Estudar a produção de conteúdo para mídias sociais não é tarefa simples.
As áreas da comunicação, do design e do marketing não conseguem dar conta,
sozinhas, desse desafio, por isso nós, profissionais, precisamos recorrer a outras
formas de conhecimento para tentar entender o fenômeno que é o mundo virtual,
bem como suas implicações no mundo real. Será que podemos realmente sepa-
rar essas duas esferas? A psicologia, a estética e a neurociência têm publicado
pesquisas baseadas em experimentos cujos resultados podem ser apropriados
por nós, profissionais da comunicação e do marketing, para que possamos criar
conteúdos cada vez mais atraentes e que gerem compartilhamento, visualizações
e engajamento por parte do consumidor/internauta, o nosso principal público-alvo.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
O mesmo valerá para as outras áreas que citamos, já que conteúdos pro-
duzidos para empresas — os conteúdos institucionais —, partirão do cliente e
os profissionais de agências e/ou produtoras vão desenvolvê-los. No caso das
webséries, dos filmes para o digital ou mesmo dos games, haverá um roteiro que
precisará ser transformado em conteúdo digital. As mídias sociais que poderão ou
vincular todos esses tipos de conteúdos, ou de alguma forma anunciá-los criando
um buzz em torno deles, também contarão com essas duas etapas: o que precisa
ser criado e o conteúdo propriamente dito. Portanto, planejamento é fundamental.
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
FONTE: <https://br.123rf.com/photo_95522706_no-smoking-in-red-sign-illustration-on-
-white-background-.html?vti=lpsgabgd8ep45b5sb8-1-3>. Acesso em: 7 maio 2021.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
a atração pelo conteúdo que é visto pela primeira vez é tão mais eficaz
o quão mais familiar for esse design, para nosso cérebro. O efeito da pri-
meira impressão nesse tipo de processo é surpreendente, pois leva em
consideração o fato de que “[...] ele pode ocorrer antes mesmo de termos
tido tempo para compreender conscientemente o que estamos vendo”
(BRIDGER, 2019, p. 32).
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
A escolha por atalhos é resultante de uma tendência que temos não pela
eficiência, mas por evitar obstáculos: “Muitas vezes, a chave da mudan-
ça de comportamento consiste simplesmente em remover barreiras. Mui-
tas vezes, evitamos certas coisas só porque elas exigem muito esforço”
(BRIDGER, 2019, p. 180). A economia comportamental identificou as
três principais barreiras que impedem as pessoas de adquirirem algo.
• RISCO: um dos legados da evolução na nossa espécie é a aversão a ris-
cos. Para os primeiros humanos, correr risco poderia levar à morte. Por
isso, por mais que a gente queira algo, podemos acabar dispensando
dependendo do risco envolvido.
• INCERTEZA: ainda que seja pequena, a incerteza associada a uma
compra pode ser um obstáculo insuperável. Se o pagamento for, neces-
sariamente, antecipado, será que vão mesmo me entregar o produto? E
como terei certeza de que a coisa virá da forma que desejo? Não é por
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
mente caótico e quase aleatório, tem um efeito de encantamento muito forte sobre
as pessoas e, em 1999, o físico Richard Taylor, em seu artigo publicado pela revista
Nature – a mais relevante revista científica do mundo –, explicou o motivo. Taylor
identificou padrões fractais ocultos e bastante comuns nos quadros de Pollock:
FONTE: <https://br.123rf.com/photo_93704035_natural-snowflakes.
html?vti=ob7il1hfyv6hb3yl5u-1-9>. Acesso em: 7 maio 2021.
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
FONTE: <https://bit.ly/3mHnUlJ>.
FONTE: <https://bit.ly/3ku93bW>. Acesso em: 7 maio 2021.
Acesso em: 7 maio 2021.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
PEIXE VÔMITO
Entenda que tudo aconteceu muito rápido, pois as palavras lidas recupera-
ram uma série de lembranças “[...] gerando um padrão autorreforçado de reações
cognitivas, emocionais e físicas que são ao mesmo tempo diversas e integradas”
(KAHNEMAN, 2012, p. 67). Portanto, o nosso Sistema 1 condicionou a associa-
ção das duas palavras a uma representação de realidade. Na nossa mente as-
sociativa, vários processos ocorrem ao mesmo tempo, e por isso nossa mente é
altamente sugestionável. Aliás, muito mais do que gostaríamos de reconhecer:
“Uma ideia que foi ativada não evoca meramente uma outra ideia. Ela ativa muitas
ideias, que por sua vez ativam outras” (KAHNEMAN, 2012, p. 68).
Perceba o quanto nossos pensamentos são associativos e absolutamente
inconscientes boa parte das vezes. O Sistema 1 é algo que está absolutamente
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
• Associar elementos distintos por forma ou cor. Como, por exemplo, no audio-
visual, em que é comum usarmos uma paleta de cores distinta na composição
dos diferentes personagens ou cenários; e na diagramação de websites para
relacionar tópicos e/ou imagens por assunto ou temática.
• Convencer o observador reunindo elementos distintos em um mesmo grupo.
Entretanto, nem tudo é usado de uma forma ética: as fake news e os conte-
údos falsos que circulam nas mídias sociais se valem muito do princípio de agru-
pamento – no qual aproximamos coisas que não fazem necessariamente parte de
um mesmo grupo –, para convencer/enganar as pessoas.
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
recer parcialmente algo pode torná-lo ainda mais aparente. Pense, por exemplo,
nos vários desafios lançados nas mídias sociais para que o internauta encontre
um gato escondido em uma foto: “Todos os dias, milhões de pessoas em todo o
mundo se exercitam em enigmas como forma de diversão. A busca e a descober-
ta são divertidas, assim como a procura de soluções” (BRIDGER, 2019, p. 50). O
princípio do esconde-esconde pode ser usado:
6) Ordem: é o mesmo princípio que rege a lógica sob a qual ficamos incomo-
dados com um quadro torto em uma parede ou com objetos que estão claramente
fora do lugar. O cérebro tende a rejeitar imagens, textos, cenas “bagunçados”,
afinal, como já explicamos, temos um forte impulso direcionado para a associação
e tudo que está “fora do lugar” torna a associação difícil, por isso acaba causando
rejeição. Precisamos de ordem para:
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
3 PLANEJAMENTO DE MÍDIA
VOLTADO À INTERNET
Em determinado momento do texto nos referimos ao storytelling como uma
ferramenta eficaz de planejamento para conteúdos voltados para as mídias so-
ciais. Independentemente da natureza do conteúdo — publicitária, jornalística,
cinematográfica, artística ou institucional —, estamos falando de narrativas en-
volventes, histórias bem elaboradas e que se valem dos mais variados recursos
técnicos e ferramentas da nossa área profissional, tanto no processo de produção
quanto no de transmissão. Entretanto, storytelling tem por trás de sua prática uma
perspectiva biológica ainda maior que discutiremos aqui. Comparato (2018, p. 13)
afirma, inclusive, “que a dramaturgia faz parte da história da nossa espécie”.
por nossa espécie. A forma como a linguagem humana evoluiu a tornou um meio
muito eficaz de partilhar informações, afinal “[...] o Homo Sapiens é antes de mais
nada, um animal social. A cooperação social é essencial para a sobrevivência e a
reprodução” (HARARI, 2016, p. 31). E como essa cooperação social se deu? Atra-
vés da fofoca, como explica o próprio autor, a fofoca é uma de nossas primeiras
formas narrativa, juntamente com os mitos e fundaram nossa cultura.
Para que você, caro leitor, possa visualizar melhor a função da contação de
histórias para a evolução da nossa espécie, observe o quadro a seguir, baseado,
principalmente, no livro do professor Harari (2016). Ele explicará os benefícios
que o storytelling trouxe para a humanidade, em especial, após a Revolução Cog-
nitiva, que ocorreu por volta de 70 mil anos atrás, quando os sapiens passaram a
viver imersos em uma realidade dupla, “[...] a realidade objetiva dos rios, das árvo-
res e dos leões; [e] a realidade imaginada de deuses, nações e corporações. Com
o passar do tempo, a realidade imaginada se tornou mais poderosa [...]” (HARA-
RI, 2016, p. 41), de modo que nossa realidade objetiva, a natureza, hoje depende
da realidade imaginada para garantir sua sobre vivência.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
O CONCEITO DE EVOLUÇÃO
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
to, será que as amizades virtuais são tão boas quanto aquelas que
são determinadas pela presença, pela interação em comunidade?
Evidente que o presencial não deixou de existir, mas as relações so-
ciais se tornaram mais complexas porque hoje elas contam também
com a possibilidade do digital. Mas isso não significa que elas sejam
necessariamente melhores ou piores.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
tor, uma história que organizará a criação e disposição dos conteúdos veiculados.
Se a história criada for boa, inclusive, a captação do cliente é certeira, bem como a
fidelidade da audiência e o compartilhamento do internauta.
Campbell (2007) explica como esse envolvimento que temos com as histó-
rias e as imagens que elas produzem possuem uma memória ancestral. Para ele,
as narrativas, além de terem como origem mitos que fundaram a humanidade,
geraram uma série de relações simbólicas com reflexos identificáveis nos dias de
hoje, inclusive e talvez principalmente, na mídia contemporânea, atualmente mui-
to bem representada no storytelling digital: “Pois, a mitologia, quando submetida
a um escrutínio que considere não o que é, mas o modo como funciona, o modo
pelo qual serviu à humanidade no passado e pode servir hoje, revela-se tão sen-
sível quanto a própria vida às obsessões e exigências do indivíduo, da raça e da
época” (CAMPELL, 2007, p. 368).
Comparato (2018) se vale das reflexões de Campell (2007) para orientar so-
bre o que acredita ser uma boa construção de roteiro. Ao escrever sobre a cons-
trução de roteiros para o ambiente digital, afirma existir basicamente cinco gran-
des grupos de meios nos quais histórias podem ser contadas no ambiente digital.
Afinal, apenas a forma diferencia o storytelling da literatura, do rádio, do cinema
e da televisão, do que é feito nas mídias da internet, esses grandes grupos, para
Comparato (2018) estão divididos na web da seguinte forma:
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
4 DIVULGANDO MARCAS,
EMPRESAS E PESSOAS:
CARACTERÍSTICAS DAS
CAMPANHAS PARA O DIGITAL
O conceito de marketing, a partir de um entendimento demasiadamente sim-
ples e objetivo, sempre implicará em entender as necessidades do consumidor
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
FONTE: A autora
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Não podemos nos esquecer também de que telas são como molduras, elas
direcionam o nosso olhar, como afirma Bridger (2019). O pesquisador explica que,
para nosso cérebro, não importa se estamos olhando para uma tela, uma janela
ou mesmo uma pintura, nossa mente é condicionada a olhar para o interior da
moldura. Ainda assim, o instinto é, inicialmente, o de distância, ainda que a mol-
dura atraia o olhar. Isso ocorre pois, após a Revolução Agrícola, 12 mil anos atrás,
a espécie começou a desenvolver todo tipo de abrigo para se proteger do frio, do
calor, da chuva, de inimigos e predadores, eis que a janela assume um papel fun-
damental: do lado de dentro, vemos o risco que está fora.
Baitello (2012, p. 89) inclusive nos alerta para a dependência que temos das
telas digitais contemporaneamente, ele denomina o fenômeno como “tela-depen-
dência”, e pontua que a tela mantém nossos corpos parados, domesticados e
nossa mente, nômade. Portanto, conhecemos outros mundos através das telas,
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Criação de Conteúdo e Planejamento de
Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
mas essa é uma forma de conhecimento bastante limitada, afinal não é uma expe-
riência de mundo, apenas uma experiência da imagem: “Já há estudos que com-
provam que são as telas ou écrans o objeto da dependência. Falar em objeto de
dependência significa falar em objeto do desejo ao qual não se consegue resistir”
(BAITELLO, 2012, p. 89).
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
que tinha ido pegar? Isso não é apenas uma falha de memória, mas uma
consequência de como nosso cérebro processa informações. Pense na
seguinte cena: você está em casa trabalhando/estudando em seu com-
putador na sala, seu celular toca no quarto e você vai atendê-lo. É um
amigo seu, e vocês passam algum tempo conversando. Depois disso,
você vai até a cozinha e bebe um copo de água. Você vai se lembrar dos
três eventos separadamente, os psicólogos chamam isso de processo
de segmentação de eventos. É como se nossa mente percebesse nos-
sa existência como um concatenar de cenas: “O momento em que uma
cena em curso está terminando e uma nova cena está começando é cha-
mado fronteira de evento, e as informações recebidas nessas fronteiras
são lembradas depois com mais facilidade do que outras” (BRIDGER,
2019, p. 199). Porém, ao atravessarmos a fronteira para uma nova cena,
a anterior tende a ser esquecida, isso é o efeito umbral. Por isso, ao es-
crevermos um roteiro, seja lá para o que for, é preciso ter em mente que
o início e o final da cena tendem a ser lembrados com mais facilidade
e têm uma possibilidade muito maior de fixação por parte do usuário.
Por isso, as propagandas que reservam para o final de seu conteúdo a
exposição de sua marca não são muito eficazes. Não é por acaso que,
no jornalismo de uma forma geral, o lead da notícia é dado logo no início
da matéria. O autor explica que a alternativa para a publicidade é a “pul-
sação da marca”, formas de lembrar a marca ao longo das várias cenas
e associar a história a ela. Essa associação pode ser inclusive a logo
discretamente posta no canto superior da tela.
• EFEITO ZEIGARNIK: esse efeito diz respeito a uma tendência que nos-
so cérebro tem de lembrar com mais facilidade de situações que não fo-
ram concluídas. “As tarefas incompletas. Por exemplo, atuam na mente
até as concluirmos e as esquecermos” (BRIDGER, 2019, p. 201). Esse
efeito atua no usuário forçando-o a preencher lacunas que foram dei-
xadas, mantendo-se sempre “fresco” em sua memória. O storytelling se
vale disso a todo momento, basta pensarmos na maioria das séries tanto
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Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
4.1 PLANEJAMENTO DE
CAMPANHAS PARA DIVERSAS
MÍDIAS DIGITAIS
Toda história que nos propomos a contar, principalmente o storytelling para
as mídias sociais e para o ambiente virtual, é preciso ter o que chamamos de
argumento, ou seja, como a linha narrativa pensada será acrescida de diálogos
ou uma descrição dramática, ou ainda, de uma narração, como no caso dos docu-
mentários, por exemplo. É preciso elaborar um bom roteiro:
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Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
4.1.1 Games
Desenvolver roteiros para jogos virtuais não é tarefa simples, mas alguns
fundamentos básicos podem ajudar nesse processo. Esse é um tipo de roteiro
que requer uma elaboração simultânea, ainda mais se considerarmos os jogos
digitais contemporâneos:
Comparato (2018) lista oito temáticas de roteiro para jogos: ação; investiga-
ção, enigma; mistério; mitologia; esporte; ficção científica; misto; erótico. O tipo
misto é sem dúvida o mais comum, e muito da estrutura dramática nesse tipo de
storytelling é análoga ao que se faz em histórias em quadrinho.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Hoje, esse tipo de ferramenta parece não ter tanta força, mas busca uma
simulação da realidade oferecendo bastante controle ao usuário sobre sua própria
narrativa na plataforma, e têm como base fundante o storytelling. Leitão e Gomes
(2013) citam, como exemplo, o projeto Cidade do Conhecimento, da Universidade
de São Paulo (USP), no qual a principal ideia é que pesquisadores do Brasil e co-
legas estrangeiros se valham do ambiente virtual para realizar todo tipo de troca.
Mas o projeto ainda está em sua fase inicial.
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Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
A edição tem um papel fundamental para dar o tom narrativo nesse tipo de
formato. Entretanto, não é comum produção, edição, direção e mesmo os apre-
sentadores dos programas serem questionados de forma insistente e com recor-
des de compartilhamento, por fãs insatisfeitos com os desfechos do programa e a
forma como seus participantes mais queridos ou odiados são retratados. O meio
digital é o que possibilita toda essa interatividade.
4.1.5 Websérie
Não importa muito o tipo de websérie, o que interessa é que o roteirista seja
capaz de identificar para qual tipo de público está apresentando seu conteúdo,
além de ser fundamental a definição de gênero:
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
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Capítulo 2 Ações em Mídias Sociais
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A evolução da nossa espécie parece sempre apontar para um aumento na
nossa complexidade. Quanto mais relações estabelecemos, mais histórias so-
bre nós mesmos produzimos e mais possibilidades se abrem para a nossa vida.
Exatamente por isso, atuar como um profissional na área da comunicação e do
marketing não é tarefa fácil. A competição entre os conteúdos que circulam no
meio digital é cada vez mais acirrada e se destacar nesse universo parece, muitas
vezes, impossível.
É justamente por essa razão que você está lendo esse material; estudo e
repertório são as únicas alternativas possíveis para sobressairmos numa carreira
tão competitiva. Esperamos que neste capítulo tenha ficado clara a importância
de outras áreas do conhecimento como a neurociência, a estética e a psicologia
comportamental na produção de conteúdo para o ambiente virtual. A tendência à
convergência das várias disciplinas é cada vez mais evidente, por isso, se permita
conhecer novas referências, ampliar seus horizontes. Essa é uma estratégia cer-
teira para quem quer se destacar no mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS
ALVES, M. N.; ANTONIUTTI, C. L.; FONTOURA, M. Mídia e produção
audiovisual. Curitiba: Intersaberes, 2012.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
LEITÃO, D. K.; GOMES, L. G. Estar e não estar lá, eis a questão: pesquisa
etnográfica no Second Life. Revista Cronos, v. 12, n. 2, 4 jun. 2013. Disponível
em: https://periodicos.ufrn.br/cronos/article/view/3159. Acesso em: 28 abr. 2021.
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C APÍTULO 3
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A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 3 Marcas Nas Redes
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Philip Kotler, economista e professor da Universidade de Northwestern
(EUA), é um dos principais gurus de marketing e negócios do mundo e presta
consultoria para grandes empresas como a IBM, Michelin, Bank of America e Mo-
torola. Na dedicatória de seu livro Marketing 4.0, escreve: “À próxima geração de
profissionais de marketing e economistas comportamentais, que irá aprimorar as
contribuições econômicas, sociais e ambientais que o marketing promove para o
bem-estar das pessoas e do planeta” (KOTLER, 2017, p. 8).
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
O impacto dessa forma de campanha foi tão grande que sua reeleição em
2012 concentrou todos os seus esforços na internet. A campanha da televisão e
do rádio deixou de pautar o discurso político, as mídias digitais passaram a dar o
tom. Isso vale também para a eleição de Donald Trump em 2016 e Joe Biden em
2020, isso para ficarmos apenas com o exemplo norte-americano.
De acordo com Cardoso (2015), a internet arrecadou 87% de todo o valor do-
ado para a campanha de Barack Obama em 2008; somente no mês de setembro
(que antecedia em dois a votação), atingiu-se a marca de 100 milhões de dólares
doados; o total arrecadado gerou uma receita de 670,7 milhões de dólares; e,
talvez o dado mais relevante seja que 93% dos doadores para a campanha de
Obama fizeram contribuições de até 100 dólares. Esse foi um resultado bastante
expressivo para época, até então nada similar havia acontecido em qualquer lugar
do mundo numa eleição democrática. Esse episódio marcou a ascensão do que
posteriormente passou a ser conhecido como social business (CARDOSO, 2015).
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A – Atenção
I – Interesse
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D – Desejo
A – Ação
Tal como ocorreu com o modelo dos 4Ps do marketing, estudado no capítulo
anterior (produto, preço, praça/ponto de venda e promoção), o modelo AIDA tam-
bém foi modificado e atualizado com o tempo. Na era digital, o AIDA passa a ser
chamado de 4As: assimilação, atitude, ação, ação nova.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Essa reflexão acaba por alterar o modelo mais uma vez, de 4As, vamos aos
5As: assimilação, atração, arguição, ação e apologia.
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Capítulo 3 Marcas Nas Redes
seus pares” (KOTLER, 2015, p. 95). Aqui, de fato surge o que chamamos
de conteúdo orgânico, quando o cliente se torna um defensor e propaga-
dor de marcas, serviços e/ou produtos.
Observe o esquema a seguir, ele resume de forma bastante clara, todo o ca-
minho percorrido pelo cliente desde a assimilação da marca até a sua divulgação
por parte do consumidor, agora advogado da marca:
Outro ponto relevante para nós é que os 5As não precisam ocorrer neces-
sariamente na ordem, afinal, um consumidor pode não se sentir atraído por uma
marca a princípio, mas após a recomendação de um amigo ou familiar essa pos-
tura se modifica. O importante para nós, que trabalhamos com comunicação e
marketing, é entender as várias fases e como podemos criar estratégias para que
elas transformem nosso cliente em advogado de marca.
Após essa compreensão que tivemos sobre como surgem os conteúdos or-
gânicos, no próximo tópico, você entenderá quais são as tendências para conte-
údos patrocinados no ambiente virtual, sem sombra de dúvida, os influenciadores
digitais têm papel fundamental nesse processo.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Por isso, não basta apenas desenvolver campanhas midiáticas que somente
estipulem um orçamento na expectativa que as vendas aumentem. Hoje em dia,
qualquer negócio precisa se dedicar ao tipo de conteúdo que veicula e o que é
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dito sobre ele, e mais, com quem ele de fato deve se associar. Mas afinal, o que é
um conteúdo patrocinado?
Ainda que seja inegável que alguns empresários consigam atrair o público
consumidor – basta lembrarmos da figura marcante e extremamente midiática de
Steve Jobs, fundador da Apple –, o ideal é que os empresários e CEOs se dedi-
quem aos seus negócios e não à publicidade e ao marketing. Por isso, o conteúdo
patrocinado de fato supera o simples informe publicitário, e ele encontra no am-
biente virtual e nas mídias digitais aliados poderosos. A seguir, listamos algumas
das vantagens dessa associação, segundo Assad (2020):
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FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Whinders-
son_Nunes_em_2019.png>. Acesso em: 2 jun. 2021.
Plataformas como Facebook, YouTube, Instagram e Tik Tok são muito impor-
tantes para a construção do modelo de persuasão e de negócio dos influenciado-
res. Entretanto, o começo desse tipo de conteúdo patrocinado foi no Facebook e no
YouTube, que já conta com mais de dez anos de existência. A ideia inicial era que
os influenciadores apresentassem os produtos de uma forma dissuasiva, aumen-
tando a credibilidade do emissor da mensagem, no caso, os influenciadores. Assim,
seria mais plausível acreditar em uma pessoa comum que acessa as redes para
falar de suas experiências acerca de determinado produto ou marca. Os primeiros
produtos anunciados dessa forma foram os usados para cuidados com bebês, uten-
sílios domésticos, entretenimento e jogos de videogame e on-line (JENKINS, 2013).
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Capítulo 3 Marcas Nas Redes
É o caso do movimento #Me too, que desde 2017 – ainda que tenha sido
controverso em alguns de seus casos –, combate o assédio moral e sexual contra
mulheres no mundo todo e, com o apoio de estrelas do cinema que são grandes
influenciadoras, modificou uma série de práticas criminosas e recorrentes da in-
dústria do audiovisual.
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Já nos anos de 1980, devido aos estudos de Edgar Schein, importante nome
na área, buscava na antropologia e na psicologia contornos para uma das primei-
ras definições de cultura organizacional. Ele atribuía aos líderes das organizações
os contornos do que viria a ser a cultura de uma organização definindo três níveis
possíveis para tal diagnóstico, como descrito por Curvello (2012):
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Glüer (2010, p. 96), em sua tese de doutorado, cita dois diferentes conceitos
delimitados por pesquisadores do que seria Cultura organizacional, são eles:
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Curvello (2012) define quatro fluxos para a comunicação interna ocorrer den-
tro das organizações:
Galindo (apud KUNSCH, 2016, p. 301) afirma que: “As relações de produção
foram há muito tempo substituídas pelas relações de consumo”. Lembrando que
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Logo, não seria errado concluir sobre a mútua afetação entre públicos inter-
nos e externos de uma organização. Basta pensar no hábito que temos hoje de
postar sobre e no nosso ambiente de trabalho. Portanto, a imagem da empre-
sa, de uma marca ou mesmo de um produto, não é algo fixo no tempo-espaço,
ela está em constante construção e mudança, o que faz com que sua reputação
também passe pelo mesmo processo. A reputação de uma empresa é construída
através das promessas que a mesma faz ao público, se não as cumpre, evidente-
mente é desencadeada uma crise de imagem.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
Em seu livro Assessoria de Imprensa, Mafei (2012) lista uma série de situa-
ções de crise enfrentadas por organizações nesse nosso contexto complexo atual
desenhado anteriormente. A seguir, elaboramos um quadro contento exemplos re-
ais para cada um dos critérios pontuados pela autora. Fique atento à repercussão
dos mesmos e, ainda que a maior parte dos exemplos citados tenham sido elabora-
dos por portais de notícias, observe a sessão de comentários. Esses são instrumen-
tos essenciais para diagnosticar a provável percepção que a sociedade tem dessas
empresas, marcas e/ou produtos em cada um dos cenários exemplificados.
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A pesquisadora explica que o primeiro critério diz respeito aos desastres natu-
rais, tais como tsunamis, tufões, maremotos, erupções vulcânicas etc. Por mais que
não estejam sob nosso controle, muitas delas têm sido diretamente ligadas à crise
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informado sobre o que ocorre. Eis aqui a primeira estratégia: a própria empresa
precisa ser a fonte principal de informações.
Crises devem ser enfrentadas desde o início e nunca se deve minimizar sua
importância, caso contrário, a organização corre o risco de manchar ainda mais
sua reputação. O que nos leva à segunda estratégia: não barrar de forma alguma
a imprensa, isso aumentará a desconfiança e vai contra os princípios de uma
sociedade democrática. Por isso, não adianta tentar construir uma relação com
a mídia no momento em que a crise eclode. O departamento de comunicação e
de marketing ainda que tenha protagonismo nos momentos de crise, fora dela,
precisa construir uma relação saudável e transparente com os veículos de comu-
nicação, essa é uma estratégia de prevenção.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
locar para o local do acidente, com uma equipe de professionais qualificados para
atender às vítimas e familiares. Essa força-tarefa precisa se reportar aos seguin-
tes públicos, se acordo com Mafei (2012):
Lidar com crises é uma experiência intensa, mas muito importante na vida
de um profissional da comunicação e do marketing, principalmente daqueles que
pretendem ser produtores de conteúdo. Evidente que não é possível prever quan-
do elas acontecerão, mas, em certa medida, o profissional da comunicação e do
marketing consegue se prevenir e gerenciar esse tipo de situação.
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4 MÉTRICAS E ENGAJAMENTO NA
INTERNET
Na gestão de empresas existe uma máxima que nos guiará neste tópico:
se você não consegue mensurar, não vai conseguir administrar. Métricas se
referem à quantificação sobre processos e ações realizados pelas organizações,
no caso do nosso estudo, as métricas vão medir quão eficaz é a produção de
conteúdo sobre marcas, produtos e/ou serviços nas mídias digitais, esse proces-
so auxilia os gestores e os profissionais da comunicação e do marketing no pla-
nejamento de ações. Assim: “[...] é preciso definir o que deve ser medido, como
deve ser medido, com que frequência e qual será a finalidade dos dados nessas
medições. O processo de fazer essas definições é o que chamamos de métricas”
(ASSAD, 2020, p. 88).
• Explicar fenômenos.
• Apresentar diagnósticos sobre causas e consequências.
• Identificar tendências e novidades.
• Possibilitar a prospecção de cenários futuros.
É importante destacar que, mesmo estando focados nas mídias digitais, mé-
tricas são realizadas em todos os setores de uma empresa, medindo a eficácia de
cada área que a compõe.
Os dados que são obtidos através das métricas para a internet podem ser
quantitativos ou qualitativos. Os dados quantitativos têm a ver com a totalidade
daquilo que foi coletado, como por exemplo, o número de seguidores, a quantida-
de de visualizações, comentários, likes, dislikes, #hashtags sobre um determina-
do tópico, métricas de compartilhamento etc. A ideia é mensurar numericamente
o que se passa e com qual frequência acontece. O Google Analytics é uma ferra-
menta bastante eficaz para algumas dessas mensurações.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
1. Volume: qual a magnitude dos dados? Para ser considerado Big Data, a
coleta precisa ser um múltiplo de terabytes e petabytes. E é fundamental
que esses dados sejam confiáveis para que a análise possa ser possí-
vel. Para se ter uma ideia, um terabyte equivale ao armazenamento de
dados contidos em 1500 CDs ou 220 DVDs. Ou ainda, 16 milhões de
fotos postadas no Facebook. Um petabyte, por sua vez, equivale a 1024
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Considere o seguinte cenário: imagine uma marca como a Nike, por exem-
plo, que detém um grande capital social em seu segmento, como os diretores de
comunicação e marketing definem quais serão as ações dessa marca anualmen-
te? Não tenha dúvida, por meio do desenvolvimento e análise de métricas. Só
assim os executivos das grandes corporações podem fundamentar as decisões
que tomam. Assad (2020) afirma que esse tipo de decisão dependerá de três ele-
mentos essenciais: dados, informações e conhecimento.
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em um anúncio, que por sua vez foi exposto para 100.000 pessoas, dessas, ape-
nas 10.000 clicaram. Portanto, o custo por clique será de 15 reais para a empre-
sa. Perceba que essa é uma métrica mais eficaz, afinal, indica quantos indivíduos
clicaram, mas, ainda assim, não dá o cálculo efetivo do quanto o investimento
resultou em vendas de um produto ou serviço.
O custo por pedido será ainda mais específico. Vamos continuar na mesma
linha de raciocínio: das 10.000 pessoas que clicaram, 2.500 compraram. O cená-
rio resulta em 60 reais por pedido (aqui comparamos ao custo de produção para
chegarmos à conclusão se o investimento em comunicação e marketing valeu ou
não a pena).
Cada uma das etapas anteriores implicou numa redução significativa no nú-
mero de potenciais clientes: 100.000 expostos, 10.000 que clicaram e 2.500 que
efetuaram a compra. Portanto, 2,5% das pessoas que entraram em contato com o
anúncio de fato realizaram a compra, essa é a taxa de conversão:
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Link: https://www.youtube.com/watch?v=xre72sBz3RY
1) A partir dos nossos estudos sobre Big Data, descreva as três ca-
racterísticas do fenômeno – volume, variedade e velocidade – e
observe, ao longo de uma semana, as métricas referentes a um
conteúdo novo, postado por um megainfluenciador em qualquer
uma de suas redes. Observe a alteração no número de visualiza-
ções, comentários e likes por dia.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Encerramos esse terceiro e último capítulo do livro da disciplina Tendências
de Mídias Sociais e Plataformas Digitais compreendendo um pouco melhor como
se dá o processo de divulgação de marcas, produtos e pessoas nas mídias digi-
tais, desde a elaboração de conteúdos patrocinados até as estratégias de estímu-
lo à produção de conteúdos orgânicos por parte do público internauta/consumidor.
Entendemos a relevância da cultura organizacional e os desafios na produção de
conteúdo para a gestão de crises.
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Tendências de Mídias Sociais e Plataformas Digitais
podem auxiliar nesse processo. Tudo o que foi estudado nesse capítulo é uma
consequência dos conteúdos investigados anteriormente. As mídias digitais são
absolutamente complexas e estão em constante mutação, por isso identificar ten-
dências não é tarefa fácil, por isso caro estudante, sinta-se orgulhoso por ter dedi-
cado tempo a sua própria formação.
REFERÊNCIAS
ASSAD, I. T. Web marketing (marketing digital). [Recurso eletrônico]. Curitiba:
Contentus, 2020.
GANDOMI, A.; HAIDER, M. Beyond the hype: Big data concepts, methods, and
analytics. International Journal of Information Management, v. 35, Issue 2,
abril de 2015, p. 137-144. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/
article/pii/S0268401214001066. Acesso em: 6 jun. 2021.
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