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História da Lógica
A obra de Platão, “O Sofista”, pode ser dividido em três secções distintas que estão
relacionadas entre si e estão delimitadas com os seguintes temas: na primeira parte,
uma introdução e desenvolvimento de uma tentativa de definição que represente o
sofista; na segunda parte da obra, como questão nuclear, a investigação sobre a questão
do “ser” e do “não-ser”; e na terceira e última parte, Platão retoma à problemática de
definir o que é o sofista.
A obra dá-se num diálogo entre Teeteto e um estrangeiro de Eléia, tendo em conta
que este último é que conduz o pensamento da obra. Na primeira parte da obra, já
referida, o estrangeiro divide o sofista em várias analogias, a primeira delas é
caracterizando-o como um “caçador” que persegue jovens ricos e da alta sociedade para
receber dinheiro no pretexto do ensino; consecutivamente apresenta-se como um
“comerciante em ciências” que vai de cidade em cidade vender uma ciência que ele
mesmo não produziu a troco de dinheiro; entretanto como um “pequeno comerciante”
quando se estabelece numa cidade a negociar os tais ensinos; depois como um
“mercenário” caso receba dinheiro para ensinar a combater argumentos através de
perguntas e respostas organizadas com o único propósito de vencer e não valorizando
a verdade; por fim, o sofista é tido como um “refutador” na medida em que contesta
tudo e purifica as opiniões que são um obstáculo à ciência, esta purificação consiste em
separar na medida de reter o melhor e rejeitando o pior.
O estrangeiro vê o sofista como aquele que discute qualquer assunto, o que seria
impossível, criando ilusões de construir um discurso verdadeiro, ou seja, este é
mimético. Isto irá conduzir à questão da arte mimética e da falsidade, ou seja, para o
que é contraditório: ser como verdade e não-ser como falso.
O estrangeiro refere-se ao não-ser como uma estátua, uma imagem sem realidade,
simulacro, sendo assim, a verdade é o que é e a falsidade o que não-é, mas a estátua de
certo modo é, ou seja, força a reconhecer a condição da existência de um discurso falso.
A imagem parece o verdadeiro, há ali algo, mesmo que não seja o verdadeiro. Sendo
assim, há, portanto, uma ligação entre o ser e o não-ser, contrariando a tese de
Parménides.
Na problemática do ser, é tida em questão que as coisas que mudam pelo devir são
distintas do ser porque, para estes, o ser não muda, é imóvel, sendo assim, não pode
sofrer nem causar reação; contudo estes concordam que a alma conhece e o ser é
conhecido, ora, para tal acontecer é necessária ação (passar de não conhecido a
conhecido) e se o ser sofre e age então ele é móvel, e este é um devir constante,
portanto, é invalidade a possibilidade de permanência de estado. É conduzido então no
diálogo para uma conclusão do ser que este inclui os dois (repouso e movimento).
Sendo que o ser não se pode então identificar com repouso ou movimento tem de
haver então uma terceira hipótese. Na teoria de Parménides, o não-ser configura uma
contradição do ser e o terceiro termo fica excluído, mas no caso de incluirmos este para
dar sentido à negativa, deixa de haver esta contradição. Tendo os três caminhos:
primeiro de tratar as coisas como incapazes de participação mútua, nada pode ser
atribuído a nada; segundo, tudo é capaz de união mútua, o movimento torna-se repouso
absoluto e vice-versa; e por fim, supor que há algo com associação mútua e algo que
não;
Apenas o último caminho mantém o ser entrelaçado com o não-ser, uma vez que o
primeiro exclui a possibilidade predicativa do ser e o segundo não mantém a identidade,
aceita-se então a possibilidade de associação entre géneros. Então o não-ser passa a
participar de cada coisa.
O axioma, segundo os estoicos, é “um dito completo em si, que pode ser
afirmado no que se refere a si mesmo”, portanto, é a afirmação ou a negação de uma
qualidade relativa a um sujeito e pode ser verdadeira ou falsa. Assim, quando alguém
afirma “é dia”, faz isso a pensar que o juízo “é dia” é verdadeiro naquele momento.
Os axiomas simples são aqueles que são compostos por um sujeito e predicado
sem conter conetores lógicos e são divididos entre os definidos, indefinidos e
intermédios, com três tipos de negações diferentes.
Os axiomas não simples são compostos por um ou mais conetivo na sentença
correspondente, portanto, são de três tipo: conjunção, que é composto por conetivos
conjuntivos (e) por exemplo “É dia e há luz”; disjunção, que é composto por conetivos
disjuntivos (ou) por exemplo “Ou é dia ou é noite”; condicional, que é composto por o
conetivo “se”, por exemplo “Se é dia, há luz”;