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PADRÃO NORMATIVO DE ENGENHARIA

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Determinadas Concessionárias de energia elétrica requerem o conhecimento prévio das cargas reaceleradas
automaticamente pelo Consumidor, bem como eventual previsão ou reajuste do releamento de proteção no
PAC rede pública x Unidade. Nestes casos, a Projetista ficará encarregada de tramitar correspondência e
documentação técnica para cumprir formalmente as exigências pertinentes. Caso necessário, a Braskem
poderá participar das tratativas técnicas iniciais entre as partes.

8.4.3. [PS] Proteção catódica


Deverá ser previsto sistema de proteção catódica por corrente impressa, com ânodos de grafite ou ferro-silício,
para as tubulações enterradas, fundos de tanques e quaisquer outras estruturas metálicas sujeitas à corrosão.
Notas:
1. A implementação de proteção catódica para a proteção de instalações subterrâneas e de qualquer
equipamento com interligação subterrânea deverá levar em conta a sua compatibilidade operacional
com a do sistema de proteção elétrica fase-terra da Unidade.
2. Com o objetivo de evitar abertura de arcos elétricos desnecessários e perigosos em áreas
classificadas, o carregador de bateria da proteção catódica deverá ser desligado sempre antes da
abertura de algum flange de tubulação protegida contra corrosão pelo sistema de proteção catódica,
se nela for necessário algum serviço de manutenção.

8.4.4. Aterramento
8.4.4.1. [PS] Sistemas de aterramento
Toda expansão prevista nas Unidades da Braskem deverá possuir sistemas de aterramento exclusivos
(proteção e funcional), na forma de malha, anel ou linhas, calculada e dimensionada de acordo com as normas
e recomendações pertinentes, devendo ser interligados à malha geral de aterramento existente na Unidade
em pelo menos 2 (dois) pontos, visando assegurar a continuidade elétrica das malhas, diminuir adicionalmente
a sua resistência de aterramento equivalente e equalizar o melhor possível os potenciais dos diversos
sistemas de aterramento instalados na Planta.
Nota:
A malha geral é o resultado da interligação, uma às outras, das diversas malhas de terra, ferragem de
pilares e tubulações de edificações, subestações e equipamentos de porte e de sistemas de aterramento
dedicados.
No caso de pequenas expansões, a instalação de um equilátero de aterramento (instalação de três (3) hastes
interligadas umas às outras através de cabo de cobre nu, com distância mínima de 3,0 metros entre si,
podendo estar dispostas em linha reta ou formar um triângulo equilátero) é uma solução aceitável, desde que
ele seja interligado à malha geral de aterramento através de cabo de cobre nu, dimensionado adequadamente
para que a corrente que se deseja escoar não cause diferenças significativas de potenciais entre as malhas
de terra, que poderão ser prejudiciais à operação do sistema elétrico da Unidade.
Nestas malhas de terra, deverão ser devidamente conectadas:
· A carcaça de todos os equipamentos elétricos de potência (AT e BT), controle, proteção, medição,
sinalização e alarme;
· A carcaça de todos os equipamentos eletromecânicos de processo;
· A carcaça de todos os equipamentos de processo (tanques, tubulações, máquinas, etc.) Para eliminar
eletricidade estática;
· O neutro de transformador de potência (direta ou indiretamente via resistor de aterramento);
· As colunas metálicas de edificações e ferragens de estruturas aparentes e em concreto armado e de
fundações;
· Todas as peças e partes metálicas não utilizadas em eletricidade (cercas, corrimãos, escadas,
suportações de utilidades, etc.);

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· O aterramento funcional de instalações e equipamentos eletro-eletrônicos tipo ETI (direta ou indiretamente


via MTRS – Malha de Terra de Referência de Sinal);
· A blindagem de cabos;
· Todos os condutos (leitos, eletrocalhas, eletrodutos e perfilados);
· SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, tanto a proteção externa por captores e
descidas quanto as proteções internas por dispositivos e sistemas de proteção contra surtos elétricos);
· Quaisquer esquemas de aterramento em AT (TNR, TT e IT) e em BT (TN, TT e IT), com suas respectivas
variações, desde que devidamente interligados à malha geral de aterramento.
A malha de terra mencionada refere-se à malha subterrânea feita com cabos de cobre nus enterrados,
devidamente conectados entre si e às hastes de terra. Elementos a ela agregados, tais como cabos de
aterramento aparentes, ferragens de fundação e de estruturas metálicas, pilares e vigas em concreto armado
e outros, embora participem significativamente na melhoria da resistência ôhmica da malha de terra, não
deverão ser considerados como eletrodos no seu dimensionamento.
Nota:
Em áreas com meio ambiente agressivo, nas quais não haja possibilidade de evitar vazamentos, purgas e
emanações gerais de substâncias/produtos agressivos (via tecnologia de processo) e que possa causar
problemas de corrosão devido ao ataque ao cobre (tanto na atmosfera quanto infiltrada no solo), alguns
cuidados deverão ser tomados por ocasião do projeto das instalações, agindo isolada ou conjuntamente em
benefício da durabilidade da malha de terra e dos pontos de conexão a ela aparentes.
A escolha por uma ou mais das soluções abaixo, poderá ser adotada em função das características do
processo, das substâncias/produtos envolvidos, do arranjo dos equipamentos e das condições e espaços
disponíveis:
· Localização da malha de terra em um nível mais alto no subsolo do terreno, e devidamente afastada dos
equipamentos e instalações de processos poluidores;
· Uso de manta plástica cobrindo e protegendo adequadamente a malha de terra, caso não seja possível
o seu afastamento da área;
· Uso de cabos isolados nos afloramentos do aterramento de equipamentos e instalações e nas descidas
do sistema de proteção externa de SPDA (visando reduzir ao máximo as peças e partes metálicas
expostas e sem proteção no ambiente);
· Proteção de conectores e pontos de solda aparentes dos cabos de aterramento pela aplicação de massa
asfáltica, graxa, silicone, epóxi ou outro produto apropriado a cobri-los e isolá-los da ação corrosiva do
poluente;
· Uso de proteção catódica específica para a malha de terra.
Importante:
Para empreendimentos cujas obras de implantação ocorram praticamente paralelas ao Projeto de
Detalhamento, o projeto do sistema de aterramento deverá ser o primeiro a ser elaborado e liberado para
construção, tendo em vista a sua importância em permitir o aterramento provisório, mas seguro, de
edificações e estruturas metálicas em geral (ainda em fase de construção), de ferramentas elétricas portáteis
em geral (como máquinas de solda) e outras aplicações típicas e necessárias aos serviços de montagem
industrial, bem como permitir a liberação para concretagem de pisos de áreas de processo e pavimentação
de arruamento interno da Unidade, se necessário.
Materiais básicos das malhas de terra:
· Cabos de cobre com seção 50 ou 70 mm²;
· Hastes de aterramento tipo “copperweld”, dimensões Ø 1/2”, 5/8” e 3/4” x 3.000 mm (ou Ø 13, 16 e 20 mm
x 3.000 mm);
· Barras de distribuição (chapeiras).

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8.4.4.2. Dimensionamento
Somente como referência, as malhas de terra deverão ser dimensionadas segundo a Norma IEEE 80, com
características próprias que permitam dispersar para a terra propriamente dita as sobretensões e
sobrecorrentes de curto-circuito fase-terra, de falhas de isolação dos sistemas de BT e AT existentes no
sistema elétrico a ser implantado e de descargas atmosféricas.
Para efeito de verificação, o dimensionamento destes sistemas deverá ser tal, que os potenciais de toque e
de passo, em qualquer ponto do sistema elétrico por eles atendidos, resultem em valores dentro das faixas
admissíveis estabelecidas na norma acima referida. As características de agressividade do solo (umidade,
pH) deverão ser consideradas na definição dos materiais a serem empregados na sua constituição.
Os dimensionamentos deverão ser elaborados somente com os dados colhidos via medição exclusiva das
resistividades do terreno onde a malha será implantada.
No dimensionamento, deverá ser adotado um tempo de eliminação da falha compatível superior aos tempos
de atuação dos dispositivos de proteção a serem utilizados no sistema de alimentação elétrica em AT e BT.
Para o dimensionamento de um sistema de aterramento, recomenda-se a medição prévia da resistividade do
solo pelo método dos 4 (quatro) pontos (método geral de Wenner), que deverá ser realizada em 2 (dois)
sentidos de direção por ponto, após 5 dias de estiagem no mínimo, utilizando-se de terrômetro aferido.
Após a instalação da malha de terra projetada, deverá ser realizada a medição da resistência de contato entre
a malha e o solo, bem como a medição de continuidade entre os pontos de aterramento e as hastes, utilizando-
se do método dos 3 (três) pontos, com terrômetro aferido. No relatório de medição, deverão constar, além dos
valores de medição das resistividades do terreno, os valores de medição acima referida.
Se a resistência de malha exceder a 5 ohm, conforme prescrito na Norma NBR-7117, deverão ser instaladas
hastes adicionais e/ou hastes mais profundas ou ainda aumentado o reticulado interno da malha de terra, para
que o seu comprimento total seja maior, de modo a ser atendido este requisito da norma. Somente em último
caso, a malha poderá ser corrigida com tratamento químico, bentonita ou sal. Em hipótese alguma, este
atendimento poderá ser conseguido pela interligação com a malha geral de aterramento da Planta.
Os cabos de malha de terra deverão ser instalados a 600 mm de profundidade e a 450 mm na passagem de
ruas, não devendo haver cortes nem emendas. Deverão ser previstos cabos de aterramento ao longo dos
“envelopes” de dutos subterrâneos.
8.4.4.3. Características das instalações
Para a requerida interligação da malha nova à malha geral de aterramento existente, somente nos casos de
distâncias a serem percorridas ³ 100 m, empecilhos enterrados intransponíveis e/ou pisos acabados (concreto
e asfalto), considerados irremovíveis pela Braskem, é que se permitirá a interligação aérea entre malhas de
terra via condutos para cabos (leitos, eletrocalhas e eletrodutos). Neste caso, cabos e condutos deverão ser
apropriados às condições de influências externas por onde passarem, assim como a interligação deverá ser
através de terminal ou barra de aterramento principal previsto nas extremidades, junto de cada malha,
conforme o item 6.4.2.4.1 da Norma NBR-5410.
Cabos de aterramento a serem instalados sobre condutos do tipo leito e eletrocalha, além das extremidades,
deverão também ser conectados à malha de terra ou a triodos de aterramento intermediários a cada 20 m,
com seção de acordo com as normas técnicas.
Qualquer que seja a instalação interna e onde aplicável em áreas externas, para esta malha deverá ser
previsto um ou mais terminais ou barras de aterramento principal acessíveis, nas quais deverão ser
conectados os seguintes condutores:
· Condutor de aterramento;
· Condutores de proteção principais;
· Condutores de equipotencialidade;
· Condutores de aterramento funcional;
· Eletrodos de aterramento de outros sistemas.

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Cada terminal ou barra de aterramento deverá permitir a medição da resistência de aterramento da malha,
soltando-se os diversos condutores a ele conectados.
Deverão ser previstos pelo menos quatro (4) terminais ou barras de aterramento no porão de cabos sob sala
elétrica de subestação.
Em pontos estratégicos da malha, as hastes de terra deverão ser acessíveis para inspeção e manutenção
(poços de terra) construídos de manilha de barro ou plásticas, com 300 mm de diâmetro e 300 mm de altura
e com tampa em ferro fundido, preenchida com pedra britada (£ #2), de modo a ficarem descobertas a cabeça
da haste e a sua conexão ao cabo da malha de terra.
O eletrodo de aterramento em uma edificação poderá ser constituído de eletroduto específico (preferível) ou
ainda pelas armaduras (ferragens) de aço embutido no concreto da sua fundação, conforme o item 6.4.2.2 da
Norma NBR-5410, as quais deverão ser utilizadas sempre que possível.
Para as instalações de energia em AT e BT (áreas industriais), o esquema de aterramento deverá ser tipo “IT”
(devido o uso de resistor de aterramento) e para as instalações eletro-eletrônicas em geral (automação,
comunicação, telecomunicação, CFTV, inversores de frequência, conversores CA, UPS, estabilizadores, etc.)
do tipo “TN-S”, conforme as Normas NBR-14039 e NBR-5410, respectivamente.
Para as seções mínimas dos condutores de proteção, deverão ser seguidos os requisitos do item 6.4.3 da
Norma NBR-5410. Abaixo, como referência, alguns critérios e seções a serem seguidos e utilizados:
· O neutro de transformadores de potência e de turbo-geradores deverá ser ligado à malha de terra através
de resistor de aterramento, com resistência própria para limitar o valor da corrente de falta à terra. A
carcaça deverá ser ligada diretamente à malha de terra através de cabos de 70 mm² no máximo, em dois
(2) pontos distintos;
· Nos transformadores com secundário em 220 V, o neutro e a carcaça deverão ser ligados diretamente à
malha de terra (solidamente aterrados). A carcaça poderá ser ligada à malha de terra através de um único
cabo de 70 mm², no máximo;
· Os centros de cargas e CCM’s de AT e BT deverão ser aterrados através de cabos de 70 mm², no máximo,
em 2 (dois) pontos distintos (gavetas extraíveis e fixas deverão ser solidamente conectadas à malha de
terra, via terminal ou barramento de aterramento principal). Todas as saídas para alimentação de painéis
secundários, equipamentos e máquinas deverão possuir um condutor de proteção específico (com seção
igual ou superior à da fase e mínima de 70 mm² e capa em PVC na cor verde), para a interligação e
equalização de potencial dos barramentos de segurança (PE) e das massas metálicas;
· Todos os painéis de controle em CA e CC deverão ser aterrados com cabos de seção máxima de 70 mm²;
· As caixas de comando local deverão ser aterradas com cabos de seção máxima de 16 mm²;
· Os motores de BT 440 V (preferencial) e 220 V, das áreas de processo, deverão ser aterrados diretamente
à malha de terra da Unidade, caso utilizado cabo tetrapolar deverá ser internamente à caixa de ligação
pelo quarto condutor (PEN), e da mesma forma aterrado externamente por cabo de cobre nu. Para áreas
agressivas deverão ser utilizados cabos isolados.
A seção do cabo de aterramento para motores de baixa tensão deverá seguir as seguintes
recomendações:

Cabo Terra (mm²)


Seção dos Condutores de
Fase S (mm2) Interno Caixa de Ligação Externo
(Isolado) (Nu ou Isolado)

S £ 16 S 16

16 < S £ 35 16 35
S > 35 S/2 70

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· Os motores de AT (4,16 ou 2,4 kV) deverão ser aterrados internamente por cabo isolado e externamente
por dois (2) cabos de cobre nu (para áreas não agressivas) ou isolados (para áreas agressivas) de seção
70 mm², independentemente da sua potência nominal ou se a área é classificada ou não.
Notas:
1. Para áreas agressivas, o conector de aterramento externo dos motores deverá ser devidamente
coberto com produto protetor (massa asfáltica, graxa, silicone, epóxi ou outro produto).
2. Os cabos das fases deverão ser tripolares até a seção de 120 mm² e unipolares a partir desta seção,
independentemente da classe de tensão.
Aterramento da blindagem de cabos
· Cabos de AT: aterramento de uma única extremidade (lado da origem; lado dos TC´s de proteção),
quando houver proteção tipo ground-sensor (50 ou 51GS) no alimentador; caso não haja esta proteção,
aterramento de ambas extremidades;
· Cabo de controle (inclusive PT100): aterramento de uma única extremidade (lado da origem).
Generalidades
· Tanques de armazenamento, torres e equipamentos de grande porte deverão ser sempre aterrados em
dois (2) pontos diametralmente opostos;
· Tubulações de processo conduzindo material sólido, como polímeros, para a eliminação de eletricidade
estática;
· Tubulações metálicas conduzindo líquidos inflamáveis ou não inflamáveis geram, também, eletricidade
estática. Portanto para estações de carga/descarga deverão ser previstas chapeiras para o aterramento
temporário de caminhões ou outros veículos de transporte de substâncias e produtos perigosos.
· Dispositivos elétricos operando com tensão ≤ 250 V, tais como: luminárias, tomadas de utilização geral
etc., são considerados suficientemente aterrados pelo próprio eletroduto e pelo cabo terra instalado no
seu interior;
· Deverá ser observada cuidadosamente a continuidade elétrica de eletrodutos, leitos, eletrocalhas e
estruturas metálicas;
· Os eletrodutos deverão ter pelo menos um dos seus extremos rigidamente interligado ao sistema de
aterramento, exceto quando originados em equipamentos aterrados e com entradas rosqueadas;
· A continuidade elétrica dos leitos e eletrocalhas deverá ser garantida através de jumper entre as peças e
entre os vários níveis quando superpostos uns aos outros;
· A conexão entre os próprios cabos da malha de terra e entre estes e estruturas ou equipamentos fixos
(como vasos e tanques), deverá ser feita através de solda exotérmica. As conexões a hastes, painéis ou
quaisquer equipamentos passíveis de remoção, deverão ser feitas através de conectores mecânicos
apropriados;
· A partir da barra de terra da S/E e ao longo de todos os dutos subterrâneos para cabos, deverá ser
instalado um cabo de aterramento de seção £ 70 mm², no qual serão interligadas as peças metálicas, os
leitos e eletrocalhas próprios das caixas de passagem subterrâneas;
· O aterramento externo da carcaça de motores, das demais cargas não motoras, de equipamentos,
estruturas e peças metálicas, em geral, deverá ser executado no eletrodo da malha de terra, situado o
mais próximo possível;
· O cabo de interligação desse condutor e os equipamentos, deverá ser em cobre nu, têmpera meio-dura,
encordoamento classe 2, com seção compatível às características do elemento a ser aterrado (ver do
documento PNE-70-00060 - Requisitos mínimos para especificação de equipamentos e materiais
elétricos);
· Caso um ramal de aterramento atenda a mais de um equipamento, este deverá formar uma malha para
assegurar o aterramento de todos os equipamentos através de dois (2) pontos. A seção mínima a ser
adotada nos ramais de aterramento de equipamentos elétricos deverá ser de 16 mm²;

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· As partes metálicas dos leitos e eletrocalhas não deverão ser consideradas unicamente como condutoras
de aterramento. Poderá ser previsto também, como opção, um cabo terra por bandejamento,
independentemente da sua seção transversal. Para leitos e eletrocalhas em fibra de vidro, este cabo
deverá ser previsto em toda a sua extensão (proteção contra eletricidade estática);
· A continuidade elétrica de eletrodutos em pull-points deverá ser garantida através da interligação, por
meio de cabo de cobre nu, seção mínima de 16 mm², entre todos os eletrodutos que chegam ou saem
dos pull-points, incluindo os reservas;
· O aterramento de sistemas elétricos com fonte alternativa (rede x gerador) deverá ser previsto com
características que atendam ao modo de aterramento do neutro do transformador e gerador(es)
alimentando cargas 3F+N+T e 3F+T, prioritárias e não prioritárias:
a) Neutros solidamente aterrados:

Figura 6 - Rede x Gerador / Figura 7 – Rede x (2) Geradores /


Cargas 3F+N+T Cargas 3F+N+T

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Figura 8 – Rede x Gerador / Figura 9 – Rede x Gerador /


Transformador Isolador Cargas 3F+T

b) Neutros aterrados por resistores de aterramento:

Figura 10 – Rede Gerador / Cargas 3F+T

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Notas:
1. Prever relé de proteção de falta à terra neste ponto.
2. Este diagrama é válido também para fonte alternativa tipo rede x no-break, no caso substituindo-se o
gerador por no-break em série com transformador isolador delta-estrela aterrada.
3. Resistor de aterramento de alta impedância não é permitido caso a tensão FN £150 V.
8.4.4.4. Aterramento eletrônico (ou “digital”)
Os equipamentos/componentes eletro-eletrônicos do tipo ETI (Equipamentos de Tecnologia da Informação),
típicos de processos e instalações industriais e prediais (instrumentação, automação, comunicação de voz e
dados, intercomunicação, segurança, CPD´s, informática, etc.), comumente referidos como equipamentos
eletrônicos sensíveis (EES), instalados em subestações, salas elétricas, sala de controle, escritórios,, etc.,
deverão ser todos conectados à uma malha de terra dedicada chamada MTRS - Malha de Terra de Referência
de Sinal que trabalhará como aterramento funcional para sinais de alta frequência, com objetivo de servir de
terra de referência para os referidos EES’s e absorver eventuais sinais de rádio-frequência, que penetrarem
no sistema elétrico de modo comum, i.e. via terra com retorno à fase ou ainda por outra interface existente
(p.ex.: comunicação de voz e de dados).
Esta interligação deverá ser feita por meio de “barras eletrônicas” específicas com fim de aterramento de
componentes e sistemas eletro-eletrônicos (aterramento funcional), conforme mencionado acima, previstas
no interior dos próprios equipamentos ou dos painéis que abrigarem tais componentes, ou ainda de uma ou
mais barras aparentes com montagem em parede (chapeira), quando forem comuns a grupos de EES’s.
Esta metodologia deverá atender às prescrições dadas no item 6.4 da Norma NBR-5410.
Cada uma das especialidades relacionadas acima deverá ter sua(s) “barra(s) eletrônica(s)” exclusiva(s). Ver
o esquema de aterramento a seguir (figura 11):

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Figura 11 - Esquema de Aterramento de Equipamentos Eletro-Eletrônicos

À MTRS deverão ser conectadas também todas as carcaças dos equipamentos e componentes eletro-
eletrônicos, assim como as partes metálicas e demais equipamentos e materiais de instalações integrantes
do ambiente, como painéis de distribuição/controle/instrumentação, eletrodutos, leitos e eletrocalhas,
ferragem de colunas e/ou pisos em concreto armado, suportes de piso falso, equipamentos de VAC,
tubulações de água e de incêndio, armários metálicos diversos, etc. Essas conexões deverão ser executadas
preferivelmente via “barras eletrônicas” comuns com montagem em parede (chapeira), por meio de fitas ou
cordoalhas curtas de cobre isolado (£ 500 mm).
Notas:
1. Os suportes metálicos de pisos falsos (macaquinhos) poderão ser utilizados como parte integrante da
MTRS.

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2. Eletrodutos, leitos e eletrocalhas de cabos elétricos deverão ser conectados paralelamente, também,
à malha de terra da edificação ou malha geral de aterramento.
3. Tomadas tripolares específicas de salas elétricas contendo MTRS deverão ter seu pino terra
conectado paralelamente, tanto na referida MTRS, quanto na barra de terra do(s) painel(éis) de
distribuição que alimenta(m) estas tomadas.
A MTRS deverá se localizar no interior de cada sala técnica, que contenha equipamentos eletrônicos sensíveis
e ser feita de uma das quatro (4) maneiras:
· Preferivelmente de chapa em aço galvanizado, espessura á0,5 mm, e com dimensões externas
equivalentes à área interna da sala;
· Malha feita de fita ou cordoalhas de cobre estanhado, seção de 20 x 0,5 mm, com reticulado (trama) de
lado máximo 500 mm, e com dimensões externas equivalentes à área interna da sala, sendo os nós
devidamente soldados com solda latão;
· Malha feita de cabos de cobre estanhado, seção de 6 a 16 mm², com reticulado de lado máximo 500mm
e com dimensões externas equivalentes à área interna da sala, sendo os nós devidamente soldados com
solda latão;
· Malha feita de tela de arame soldado, em aço galvanizado (CA 60, conforme Norma NBR-7480) e
revestido em PVC (espessura mínima de 0,3 mm), fios com diâmetro 10 BWG, com reticulado retangular
de 100 x 50 mm, e com dimensões externas equivalentes à área interna da sala.
A MTRS deverá ser instalada sob os EES’s a serem aterrados, afastada de uma distância máxima igual ao
lado do seu reticulado (≤ 500 mm). Para tanto, poderá ser utilizada uma das seguintes soluções:
· Sob piso falso, com a MTRS montada entre ele e o piso acabado da sala técnica, que abriga tais
equipamentos (esta malha deverá ser executada antes da instalação dos cabos de sinais);
· Suspensa escondida, fixada adequadamente por conectores nos macaquinhos de suportação dos pisos
falsos (quando estes forem existentes, já com os cabos de sinais instalados);
· Suspensa aparente, fixada adequadamente por conectores apropriados no teto do piso/andar existente
logo abaixo da sala técnica que abriga os EES’s.
· Embutida na superfície do piso acabado da sala, acima do piso estrutural (pontos de conexão à MTRS
deverão ser previstos e conectados às “barras eletrônicas” comuns. anteriormente mencionadas);
A interligação do “terra lógico” dos EES’s às “barras eletrônicas” e destas à MTRS, deverá ser através da
tecnologia do “aterramento por ponto único” (distribuição radial). As “barras eletrônicas” não deverão ser
interligadas umas às outras para serem evitados loops de correntes espúrias via MTRS.
A MTRS deverá ser ligada à malha de terra da edificação e/ou à malha geral de aterramento da Planta com
fim também de equalização de potencial, apenas por questão de segurança pessoal. A interligação destas
malhas deverá feita ser por meio de duas (2) vias no mínimo, com cabo de cobre isolado, seção máxima de
50 mm², capa de cor verde.
As conexões à MTRS das “barras eletrônicas” dos equipamentos e painéis acima mencionados, incluindo-se
o “terra lógico” dos componentes, deverão ser feitas com fita ou cordoalha curta de cobre isolada, seção de
20 x 5 mm, cujo comprimento máximo não poderá exceder ao comprimento do lado do reticulado da MTRS
(≤ 500 mm). Quando o comprimento desta interligação for superior ao comprimento referido, deverá ser
utilizada fita ou cordoalha com largura ≥ 40 mm.
A “barra eletrônica” com montagem em parede poderá ser uma ou mais peças, em função das dimensões da
sala técnica e/ou quantidade de equipamentos eletrônicos sensíveis previstos no ambiente. Deverá ser
construída com uma barra chata em cobre estanhado, seção de 20 x 0,5 mm, e ser fixada à parede por meio
de isoladores tipo bujão, a uma distância da MTRS não mais que o comprimento do lado do seu reticulado
(≤ 500 mm), e situar-se, preferencialmente, sob pisos falsos facilmente acessíveis.
Em sistemas elétricos com esquema de aterramento “TN-S”, especial atenção deverá ser dada à distribuição
necessariamente separada dos condutores neutro e de proteção (PE), desde as tomadas tripolares (F+N+T)
até suas conexões às respectivas barras nos painéis alimentadores, para evitar possíveis inversões de
funções (neutro fazendo papel de terra e vice-versa).

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Nota:
A distribuição dos condutores de proteção (PE) pelas tomadas deverá ser radial, sem formar loops de
correntes.
Faz parte do projeto e da instalação de sistemas de aterramento para sistemas e equipamentos eletro-
eletrônicos sua imunidade contra os efeitos causados por Interferências Eletromagnéticas (IEM), tensões e
correntes harmônicas e descargas atmosféricas. A imunidade deverá ser obtida
· Pelo seu esquema de aterramento elétrico, considerando sua topologia (configuração projetada para
evitar acoplamento resistivo pelo aterramento) e loops de corrente;
· Pela previsão de DPS - Dispositivos de Proteção contra Surtos apropriados, instalados junto a estes
sistemas e equipamentos eletro-eletrônicos, de modo a atender, ao mesmo tempo, aos requisitos exigidos
na proteção contra surtos previstos no SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas,
conforme a Norma NBR-5419, e de Compatibilidade Eletromagnética (CEM).
8.4.4.5. [PS] Recomendações para controle de eletricidade estática
A Projetista deve definir os requisitos de segurança a serem observados já na etapa de projeto das
instalações, com o objetivo de evitar riscos de ignição e choques elétricos decorrentes da eletricidade estática,
bem como estabelecer requisitos operacionais necessários para garantir o uso seguro de equipamentos,
produtos ou processos.
O projeto deve atender as recomendações da Norma NFPA-77 e da Norma API Recommended Practice 2003,
que trata da Proteção Contra Ignições Provenientes de Eletricidade Estática, Raios e Correntes de Fuga.
As recomendações a seguir de interligação equipotencial e aterramento são para permitir um caminho de
dissipação de cargas e evitar a possibilidade de centelhas na vizinhança da abertura de enchimento.
a) Tanques de teto flutuante
O teto deve estar unido à massa do casco.
· Tanques de teto flutuante aberto
Utilizar um shunt entre o teto ou tampa flutuante e a parede do tanque;
· Tanques de teto flutuante interno
Utilizar um shunt ou cabo metal entre o teto ou tampa flutuante e o teto fixo ou casco.
b) Carregamento de caminhões-tanque (com compartimento condutivo)
Quando o carregamento for por cima, onde vapores inflamáveis provavelmente estão presentes, deve
ser feito a interligação equipotencial do caminhão-tanque ao tubo de enchimento vertical, à tubulação ou
plataforma de carregamento de aço. Esta interligação deve ser realizada antes que a tampa do domo
seja aberta e deve permanecer conectada até que a tampa do domo tenha sido seguramente fechada,
depois que o carregamento estiver terminado. Esta interligação elimina a possibilidade de descargas
entre o tubo de enchimento vertical e o corpo do caminhão-tanque. O aterramento do sistema de
carregamento (ou seja, plataforma, tubulação, e tubo de enchimento vertical) não oferece proteção
adicional aos riscos de ignição eletrostática, entretanto é necessário para segurança elétrica. Uma
interligação equipotencial deve ser prevista para todas as situações, mesmo em carregamento de
produtos de condutividade alta (> 50 pS/m), para evitar erros de carregamento e padronização de
procedimentos. Correntes metálicas não devem ser utilizadas para interligações, pois o caminho
condutivo não pode ser garantido. Deve ser garantida a continuidade elétrica de todas as partes
metálicas do tubo de enchimento vertical à jusante da interligação equipotencial.
c) Carregamento de vagões-tanque
Deve ser feita a interligação equipotencial entre o corpo do vagão-tanque, tubulação de enchimento e a
plataforma. Para evitar um perigo de ignição como resultado de correntes parasitas, as linhas de
carregamento devem estar interligadas aos trilhos. Deve ser garantida a continuidade elétrica de todas
as partes metálicas do tubo de enchimento vertical à jusante da interligação equipotencial.
d) Manuseio de carga e lastro em navios

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Deve ser prevista a interligação elétrica para aterramento de todos os objetos metálicos (em navios,
aterrar é simplesmente conectar objetos metálicos à sua estrutura), tais como máquinas portáteis de
limpeza de tanque, equipamentos portáteis condutores para medição e amostragem, acoplamentos e
flanges de mangueiras, se mais de um lance de mangueiras não-condutivas ou tubulações é usado na
interligação.
Nota:
Altas correntes elétricas entre navio e terminal podem fluir em mangueiras flexíveis e tubulações eletricamente
condutoras, em decorrência de sistemas de proteção catódica, diferenças de potencial galvânico entre navio
e terminal e efeitos de fuga de fontes de alimentação. Por esta razão, é recomendado o uso de flanges
isolantes nas tubulações e mangueiras de conexão entre navio e terminal.
8.4.4.6. Sistemas de aterramento para blindagem de cabos de média tensão
8.4.4.6.1. Aterramento em apenas uma extremidade (single point)
A Projetista deverá aterrar em apenas uma das extremidades dos condutores, que é a técnica mais simples
de aterramento da blindagem, e consiste no aterramento único das blindagens dos três condutores de fase
em apenas um ponto, comum, ao longo de toda a rota do cabo. Neste tipo de instalação, uma tensão é
induzida na blindagem dos cabos, durante a operação normal, sendo que esta aumenta gradativamente
conforme se distancia do ponto de aterramento, atingindo o máximo na extremidade oposta do cabo.
Neste caso as blindagens devem possuir isolação adequada para a tensão induzida nas mesmas, e uma vez
que não há um caminho para circulação de correntes, as perdas causadas por estas são eliminadas. A
utilização deste método é preferida para cabos não muito longos, quando não há emendas no circuito, e sua
aplicação é limitada pelo comprimento do circuito, tendo em vista os limites de tensão de segurança
estabelecidos nas normas de referência. A Projetista deverá considerar a tensão induzida gerada em situação
de curto circuito no sistema com valor máximo de 50 Vca.
Vale ressaltar que é recomendada a instalação de um quarto condutor, a fim conduzir a corrente de sequência
zero em casos de faltas envolvendo a terra à jusante do condutor.
Este condutor adicional deve ser aterrado em ambas as extremidades, deve possuir uma seção adequada
para o nível de curto-circuito considerado e deve estar espaçado o suficiente dos demais condutores, de tal
forma a limitar as tensões induzidas pela corrente de defeito quando da ocorrência de uma falta monofásica.
O esquema de ligação da blindagem, indicando os limitadores de tensão é apresentado na figura 12, abaixo.

Figura 12 – Esquema de Ligação da Blindagem – Single End

8.4.4.6.2. Aterramento em ambas as extremidades (both end)


O aterramento em ambas as extremidades dos condutores visa à eliminação da tensão residual no
condutor, igualando as tensões das extremidades da blindagem ao potencial da terra. No entanto, o fato
de aterrar a blindagem em dois pontos distintos estabelece um caminho para circulação de corrente, cujo
aquecimento produzindo por esta afeta a capacidade de condução de corrente do cabo.

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A intensidade da corrente depende do espaçamento entre os cabos e da resistência da blindagem, a qual


deve ser dimensionada para suportar a corrente de curto-circuito monofásico. As perdas nas blindagens
aumentam com o aumento do espaçamento dos cabos, porém a aproximação dos mesmos é desfavorável
para a dissipação do calor total gerado pelo cabo.
Uma vantagem deste método é a não utilização de limitadores de tensão e do quarto condutor.
O esquema de ligação da blindagem, indicando os limitadores de tensão é apresentado é apresentado na
figura 13 abaixo.

Figura 13 – Esquema de Ligação da Blindagem – Both End

8.4.4.6.3. Aterramento transposto (cross-bonded)


O aterramento transposto consiste em efetuar a transposição das blindagens dos condutores nas emendas
dos cabos, sendo que deve haver ao menos 3 (três) lances iguais de cabos para formar uma seção
completa de transposição, de forma a minimizar a tensão induzida ao longo desta seção.
Em condições ideais, não haverá circulação de corrente induzida na seção, logo as perdas por circulação
de corrente na blindagem podem ser desprezadas. No caso de desequilíbrio entre os trechos menores
haverá indução de corrente, conforme a proporção de comprimento dos trechos, podendo afetar a
capacidade de condução dos cabos.
Neste tipo de aterramento, a blindagem é conectada em ambas as extremidades dos cabos e pode servir
como condutora da corrente de curto-circuito, caso seja adequada para tal finalidade, evitando a necessidade
de inclusão do quarto condutor. O esquema de ligação da blindagem com aterramento transposto é
apresentado é na figura14, abaixo.

Figura 14 – Esquema de Ligação da Blindagem – Cross-Bonded

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8.4.4.6.4. Tabela resumo dos métodos de aterramento

8.4.4.7. Tensão induzida na blindagem


As blindagens dos cabos são sujeitas a tensões induzidas devido à circulação de corrente nos condutores.
Esta tensão é dependente tanto da corrente conduzida nos condutores, a qual irá gerar um campo magnético
no local, quanto da distância em que as blindagens se encontram de tais condutores. Conforme apresentado
na Norma IEEE Std 575, a tensão induzida por um condutor "j" em um condutor "i", que tem um percurso
paralelo a este, pode ser calculada por:

Onde é a frequência angular do sistema, “Ij” é a corrente do condutor “j” e “dij” é a distância entre
os centros dos condutores “i” e “j” e “Eij” é a tensão induzida no condutor “i” pelo condutor “j” dada em V/m.
Assim, para o cálculo da tensão induzida na blindagem de um cabo, considerando esta como um condutor,
deve-se somar as parcelas de tensão induzida por todos os demais condutores da proximidade.
Para o caso específico de circuitos trifásicos compostos por 3 (três) cabos unipolares dispostos na horizontal
e cujos condutores das extremidades estão igualmente espaçados do condutor central por uma distância “s”,
a tensão induzida nos condutores pode ser determinada por:

Onde “Ea”,”Eb” e “Ec” são as tensões induzidas nas blindagens de cada fase, dado em V/m, quando os
condutores estão carregando respectivamente as correntes “Ia”, “Ib” e “Ic”, e “ds” é o diâmetro médio da
blindagem.

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8.4.4.7.1. Limitadores de tensão da blindagem


Sabe-se que picos de tensão podem ser verificados nas blindagens, quando estas são aterradas em apenas
uma extremidade ou são transpostas, de modo a reduzir ou eliminar a corrente induzida nas mesmas. Os
limitadores de tensão da blindagem (Sheath Voltage Limiters - SVL) são utilizados para proteger as blindagens
das tensões elevadas induzidas quando da ocorrência de um curto-circuito, transitórios de chaveamentos e
descargas atmosféricas em caso de linhas aéreas.
Dentre os principais tipos de limitadores de tensão destacam-se as resistências não lineares tais como Metal
Oxide Varistors (MOVs), usualmente aplicadas em para-raios convencionais. Estes limitadores devem ser
adequados para dissipar a energia associada ao transiente de tensão, ao qual o mesmo estará sujeito.
No caso de sistemas cuja blindagem é aterrada em apenas uma extremidade, os SVLs são conectados na
extremidade oposta do cabo, conectando a blindagem ao solo. É recomendada a instalação dos limitadores
de tensão em locais não acessados pelo público em geral, estando preferencialmente dentro de uma
subestação ou outro local protegido, visto que há risco de explosão.
No caso de cabos diretamente enterrados, a transposição das blindagens ocorre em caixas de conexão
instaladas na superfície do solo, de modo que as blindagens podem ser facilmente isoladas para verificação.
Nestes casos, recomenda-se a instalação dos limitadores de tensão nestas caixas de conexão.
Na figua 15, abaixo, é apresentado um exemplo de caixa de conexão para transposição das blindagens,
incluindo os dispositivos limitadores de tensão.

Figura 15 -Caixa de Conexão para Transposição das Blindagens

8.4.4.8. Corrente induzida na blindagem


Conforme citado anteriormente, o aterramento das blindagens pelo método de transposição (cross-bonded)
visa reduzir ou até eliminar a circulação de corrente nas blindagens em condições normais de operação. A
eliminação total da corrente de blindagem só ocorrerá caso os trechos de transposição tenham exatamente o
mesmo comprimento, o circuito não sofra interferência de alimentadores próximos e os condutores das três
fases estejam instalados equidistantes uns dos outros.
Assim, o cálculo da corrente induzida nas blindagens deve considerar a tensão induzida em cada um dos
trechos de transposição, as impedâncias próprias e mútuas dos condutores e as diferenças entre os
comprimentos de cada trecho no caso da instalação com transposição, sendo calculada através da resolução
do seguinte sistema matricial:

Onde [∆E] é a matriz de diferença de potencial em Volts dada entre dois pontos distintos, [Z] é a matriz de
impedâncias dada em ohms (incluindo as impedâncias próprias e mútuas entre condutores e blindagens para
o trecho em questão), [I] é a matriz de correntes dada em Ampères e “j” é a quantidade de condutores (núcleo
e blindagem).

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