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Linha cronológica

TROVADORISMO
TROVADORISMO,
nome que se dá a toda
Literatura Portuguesa da
Idade Média, deriva das
palavras TROVA e
TROVADOR. texto/ poema
poeta
PANORAMA HISTÓRICO
⚫ Feudalismo
Suserano e vassalos

⚫ Teocentrismo
Homem imperfeito e inferior a Deus.

⚫ Toda a produção cultural era controlada pela igreja


Religião e cultura inseparáveis.

⚫ Difícil acesso aos textos


Baixo índice de alfabetização da população.
Textos escritos em Latim.
CRONOLOGIA
Cantiga de Garvaia foi escrita por
Paio Soares de Taveirós e publicada
em Portugal no ano de 1198.

Dedicada à Maria Paes Ribeiro.

Término provável do Trovadorismo


em 1418.
A Ribeirinha A Ribeirinha
(ou Cantiga de Guarvaía) TraduçãoRevista Superinteressante, ed. 108, set 1996

Paio Soares de Taveirós No mundo não conheço


No mundo non me sei parelha1, ninguém igual a mim,
mentre me for' como me vay, enquanto acontecer o
ca já moiro por vos - e ay! que me aconteceu,
mia senhor branca e vermelha, pois eu morro por vós e ai!
queredes que vos retraya Minha senhora alva e rosada,
quando vus eu vi en saya! quereis que vos lembre
Mao dia me levantei, que já vos vi na intimidade!
que vus enton non vi fea! Em mau dia eu me levantei
E, mia senhor, des aquel di'ay! Pois vi que não sois feia!
me foi a mi muyn mal, E, minha senhora
e vos, filha de don Paay desde aquele dia, ai!
Moniz, e ben vus semelha Venho sofrendo de um grande mal
d'aver eu por vos guarvaya, enquanto vós, filha de dom Paio
pois eu, mia senhor, d'alfaya Muniz, a julgar forçoso
nunca de vos ouve nen ei que eu lhe cubra com o manto
valia d'a correa. pois eu, minha senhora
nunca recebi de vós
a coisa mais insignificante.
POESIA TROVADORESCA
trova/poema
Características das cantigas
● Língua:galego-português
● Tradição oral e coletiva
● Poesia cantada
● Gêneros: lírico-amorosas e
satíricas
● Paralelismo e refrão
POESIA TROVADORESCA
❖ Cantigas Lírico-amorosas
➢ Cantiga de amor
➢ Cantiga de amigo

❖ Cantigas Satíricas
➢ Cantiga de escárnio
➢ Cantiga de Maldizer
POESIA TROVADORESCA
Cantiga de amor
❖ Origem provençal - expressão da vida na corte
❖ Eu lírico masculino - Coitado, sofredor, aflito.

❖ Idealização da mulher
❖ Vassalagem amorosa
❖ Amor platônico
❖ Expressam tristeza, solidão, desejos não realizados.
Análise da cantiga
Dama que eu sirvo e que muito adoro
mostrai-ma, ai Deus! Pois que vos imploro,
Senão, dai-me a morte.

Essa que é a luz dos olhos meus


por quem sempre choram, mostrai-me, ai Deus!
Senão, dai-me a morte.

Essa que entre todas fizestes formosa,


mostrai-ma, ai Deus! Onde vê-la eu possa,
Senão, dai-me a morte.

A que me fizesse amar mais do que tudo,


Mostrai-ma e onde posso com ela falar,
Senão, dai-me a morte.
(Bernardo Bonaval)
POESIA TROVADORESCA
Cantiga de amigo
➢ Origem popular
➢ Eu lírico feminino – composição masculina
➢ Tratamento dado ao namorado: amigo
➢ Expressão da vida campesina

➢ Realismo: fatos comuns à vida cotidiana


➢ Amor realizado ou possível – sofrimento amoroso e saudade
➢ Diálogos com elementos da natureza
Pastorela
Ai flores, ai flores do verde pino,
e sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,


Se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,


Aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,


Aquel que mentiu do que mi á jurado!
Ai Deus, e u é?
- Vós me perguntades polo voss' amigo,
E eu ben vos digo que é san e vivo.
Ai Deus, e u é?
- Vós me perguntades polo voss' amado,
E eu ben vos digo que é viv' e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é san' e vivo
E seerá vosc' ant' o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é viv' e sano
E seerá voac' ant' o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
⚫ "Ai flores, ai flores do verde pino,"
⚫ D. Dinis (CV 171/CBN 568)
Cantigas satíricas
❖ Critica o comportamento das pessoas na sociedade;
❖ Difamavam nobres.
Cantigas de escárnio

⚫ As sátiras indiretas

⚫ Palavras de duplo sentido

⚫ Ironia
"Dom Bernaldo, pois trazeis
convosco uma tal mulher,
a pior que conheceis
que se o alguazil souber,
açoitá-la quererá.
A prostituta queixar-se-á
e vós, assanhar-vos-ei

Vós que tão bem entendeis


o que um bom jogral entende,
por que demônio viveis
com uma mulher que se vende ?

E depois, o que fareis


se alguém a El-rei contar
a mulher com quem viveis
e ele a quiser justiçar?
Se nem Deus lhe valerá,
muito vos molestará,
pois valer-lhe não podeis“
(Pero da Ponte)
Atrás da Porta
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Chico Buarque
A Mãe da Leidiane
Júlio Nascimento

Quando eu chego em casa, e procuro, a minha mulher


Quem me fala é o vizinho: ela saiu, lá pra o cabaré
Então nesse exato momento, eu não tenho mais nada a dizer
Porque o meu salário é pouco
Ela foi ganhar dinheiro, pra nós sobreviver
Aí eu fico fumando, chorando e chamando seu nome
É que o vizinho me lembra: ela é irmã, da Leidiane
Então é a família toda, vizinho sou obrigado a lhe falar
Ontem eu vi a mãe da Leidiane, bêbada caída, na mesa daquele bar
A mãe da Leidiane não presta não
Ou..estava lá naquele bar, só pra me matar de paixão
Ela falava, que a Leidiane, não tem coração
Ter traído um homem como o Júlio
Um é gato lindo, que é um gostosão
A mãe da Leidiane não presta não
Ou..estava lá naquele bar, só pra me matar de paixão
Coisa linda
Linda assim, deitada
Linda do jeito que é
Com a cara amassada
Da cabeça ao pé
Enrolando o acordar
Do jeitinho que for O acordar
É, e só de pensar Coisa linda
Sei que já vou estar Vou pra onde você está
Morrendo de amor Não precisa nem chamar
De amor Coisa linda
Coisa linda Vou pra onde você está
Vou pra onde você está Ah, se a beleza mora no olhar
Não precisa nem chamar No meu você chegou e resolveu ficar
Coisa linda Pra fazer teu lar
Vou pra onde você está Pra fazer teu lar
Linda feito manhã Coisa linda
Feito chá de hortelã Vou pra onde você está
Vou pra onde você está
Feito ir para o mar
Tiago Iorc
A queda
Respeitável público, um show tão maluco
Curiosidade matou o gatinho, mas essa gatona 'tá viva demais
Essa noite vai acontecer, aqui a gente vai armar
Daqui do alto não 'to te escutando
Um circo, um drama com perigo
'Cê vai falando, eu vou faturando
E nessa corda bamba quem vai caminhar sou eu
Sei que 'cê gosta de ouvir os aplausos
E venha ver os deslizes que eu vou cometer
Mas gosta muito mais de me ver sangrando, oh
E venha ver os amigos que eu vou perder
A carapuça serviu, cadê você ninguém viu, hã
Não 'to cobrando entrada, vem ver o show na faixa
'To dominando o Brasil, hã
Hoje tem open bar pra ver minha desgraça
E venha ver os deslizes que eu vou cometer
Extra! Extra!
E venha ver os amigos que eu vou perder
Não fique de fora dessa
Não 'to cobrando entrada, vem ver o show na faixa
Garanta seu ingresso pra me ver fazendo merda
Hoje tem open bar pra ver minha desgraça
Extra! Extra!
Logo logo o show começa Extra! Extra!
Melhor do que a subida, só mesmo assistir à queda Não fique de fora dessa
Na-na, na-na-na-na, na-na-na-na, na-na-na Garanta seu ingresso pra me ver fazendo merda
Extra! Extra!
Tampa de pá, ra-ta-ta-ta Logo logo o show começa
Podem tentar mas não vão me pegar Melhor do que a subida, só mesmo assistir à queda
Terror nenhum, du-du-dum-dum Glória Groove
Com meu poder derrubei um por um
Vivem fazendo de tudo pra te atingir
Eles agem como animais

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