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Belém
2022
SALATIEL FERREIRA DE SOUSA
Belém
2022
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O texto de Normelio Zanotto, “Estrutura Mórfica da Língua Portuguesa”, da página 93
à página 100, tem como enfoque os Verbos Irregulares, que são aqueles verbos que fogem do
padrão morfológico presente nos verbos regulares. Pode-se observar a ocorrência da
irregularidade verbal no radical, no tema e até mesmo nas desinências, a qual dá-se desde uma
clara oscilação vocálica, até os radicais supletivos para um único verbo, como são os casos
dos verbos anômalos “ir” e “ser”. A seguir será apresentado e exemplificado como tal
irregularidade ocorre nas eventuais palavras do português brasileiro.
IRREGULARIDADES NO RADICAL
Zanotto destaca duas das principais irregularidades correntes nos radicais, sendo elas
as da P1 IdPr (primeira pessoa do singular no indicativo presente) e P2 IdPt2 (segunda pessoa
do singular no perfeito do indicativo). O radical da P1 IdPr, especificamente, possui várias
particularidades, sendo elas, conforme descreve o autor: “ditongação pelo acréscimo de uma
semivogal: caibo; acréscimo de consoante: vejo; troca de consoante do radical: digo; troca de
vogal do radical: durmo; travamento nasal do radical: ponho.” (ZANOTTO, 2001, p. 93)
Ademais, a irregularidade verificada na P1 IdPr, em todos esses casos, alcança
também os tempos e às pessoas que derivam de si, abrangendo ao SbPr (subjuntivo presente),
IpNeg (imperativo negativo), e à P3 (terceira pessoa do singular), 4 e 6 (primeira e terceira
pessoa do plural) do IpAf (imperativo afirmativo). Pode se observar isso na tabela abaixo:
IdPr SbPr IpNeg IpAf
DURM-Ø-Ø-o DURM-Ø-a-Ø
dorm-e-Ø-s DURM-Ø-a-s não DURM-Ø-a-s dorm-e-Ø-Ø
dorm-e-Ø-Ø DURM-Ø-a-Ø não DURM-Ø-a-Ø DURM-Ø-a-Ø
dorm-e-Ø-mos DURM-Ø-a-mos não DURM-Ø-a-mos DURM-Ø-a-mos
dorm-(i)-Ø-is DURM-Ø-a-is não DURM-Ø-a-is Dorm-(i)-Ø-i
Dorm-e-Ø-m DURM-Ø-a-m não DURM-Ø-a-m DURM-Ø-a-m
Fonte: Zonatto (2001, p.94)
Vários são os grupos de verbos que possuem o radical alomórfico na primeira pessoa
do singular no indicativo presente, é o caso de caibo, digo, vejo, sigo e etc. E é ínfima a
quantidade de verbos que no subjuntivo presente não seguem essa lógica, como pode ser visto
em: sei – saiba, sou – seja, vou – vá, dou – dê. Contudo, o radical especial da P1 IdPr reitera
na P2, P3 e P6: agrido – agrides – agride – agridem; previno – prevines – previne – previnem;
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progrido, progrides – progride – progridem. Por outro lado, há os verbos defectivos, que são
aqueles que não possuem conjugação em determinadas pessoas, tempos ou modos, sendo
assim, não têm uma conjugação completa, como é o caso do verbo haurir, o qual não possui a
P1 IdPr, consequentemente, há a ausência dos tempos derivados, ocorrendo também em
precaver-se e reaver, onde só há a P4 e P5 do IdPr e a P5 do IpAf.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ZONATTO, Normelio. Estrutura Mórfica da Língua Portuguesa. 4ª Ed. Caxias do Sul,
RS: EDUCS, 2001.