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PARPA

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Índice

1. Introdução...........................................................................................................................4

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PARPA II.........................................................................5

3. VISÃO E EMISSÃO..........................................................................................................5

4. QUANTO A EMISSÃO.....................................................................................................6

5. ENQUADRAMENTO E PILARES (PROGRAMAS ESTRUTURANTES).................6

6. CORRENTES DE DESENVOLVIMENTOS E PROJECTOS EM IMPLANTAÇÃO....7

7. ABORDAGEM PRIMÁRIA, INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS E REFORMAS.......8

8. FOCOS....................................................................................................................................9

9. CONCLUSÃO......................................................................................................................10

10. RECOMENDAÇÕES........................................................................................................11

11. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA................................................................................12

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1. Introdução

A pobreza em Moçambique é analisada no PARPA I predominantemente como um


estado de situação e como produto da falta de recursos. Existem algumas referências a
outros conceitos, que fazem apelo a capacidades humanos, mas a sua consideração
surge de forma pouco coerente e sistemática. A análise dominante no PARPA I é
consistente com a perspectiva monetarista, mas só em parte acomoda outras abordagens,
como seja, a das capacidades e sobretudo as que defendem que pobreza é produto das
desigualdades sociais (perspectivas sobre a exclusão social e várias perspectivas
participativas) (Francisco, 2005)

Porém, o PARPA II se procure em aplicar uma abordagem realmente multi-


dimensional, articulando de forma equilibrada, tanto a análise da situação e dos
processos relativos à pobreza, Neste contexto, a perspectiva das capacidades, cuja
operacionalização e aplicação com certo sucesso surge expresso no índice de pobreza
humana do PNUD, parece ser a abordagem moderna mais abrangente e capaz de
acomodar as outras perspectivas da pobreza. (Francisco, 2005)

Uma vez que o PARPA II reconhece que, a pobreza como produto das desigualdades
sociais deve constituir parte integrante do seu quadro analítico e metodológico, ficam
criadas as condições para finalmente se superar a crítica de certos parceiros e analistas
independentes ao PARPA I, quando à sua dificuldade ou mesmo incapacidade de
incorporar os chamados assuntos transversais (género, HIV-SIDA, meio ambiente).
(Francisco, 2005)

O Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II) do Governo de


Moçambique tem em vista alcançar o objectivo de diminuir a incidência da pobreza de
54% em 2003 para 45% em 2009, mantendo em comum as prioridades em áreas do
desenvolvimento do capital humano na educação e saúde, da melhoria na governação,
do desenvolvimento das infra-estruturas básicas e da agricultura, do desenvolvimento
rural, e de melhoria na gestão macro-económica e financeira. (Governo da República de
Moçambique, 2006)

Devido à dimensão da pobreza em Moçambique, o desafio para a sua redução exige o


empenho não só do Estado, mas também da Sociedade Civil (SC) com os seus diversos
elementos e dos parceiros de cooperação. Impõe-se a necessidade de uma divisão clara

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das funções de cada uma destas partes para que a coordenação e alinhamento entre todas
seja mais eficaz e eficiente.

O Programa do Governo, assim como o PARPA são vistos como planos do governo,
mas com uma grande diferença, em termos de função e propósito. O Programa do
Governo deve ser visto como instrumento de planeamento público de médio prazo,
incluindo os seus órgãos e sectores. Ao passo que, o PARPA II deve ser visto como
instrumento de planeamento público de médio prazo, da responsabilidade também do
Governo, mas convertido num instrumento de parceria (público-privado) com os
parceiros que estão directa e formalmente inclusos. Derivado do seu objectivo de médio
prazo, o PARPA é um instrumento de programação rolante e dinâmico. Essa
característica permite que incorpore elementos novos consequentes da evolução da
sociedade e economia. (MOÇAMBIQUE, 2021).

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PARPA II
A elaboração do PARPA II, inicio num momento crucial da histórica de Moçambique.
Primeiro, decorreu já grande parte do período de implementação do PARPA 2001-2005,
período importante mas de modo algum suficiente para permitir uma avaliação do dum
instrumento de planeamento de médio prazo. Porém, o facto de se ter começado a
preparação do novo PARPA, um ano antes da conclusão do que está ainda em curso, em
si indicativo da maturidade de certas rotinas de planeamento social e económico em
Moçambique. (Diogo, 2012)

A elaboração do PARPA II iniciou num momento político particularmente importante


porque na mesma altura iniciava também a campanha eleitoral, no âmbito das terceiras
eleições multipartidárias legislativas e presidenciais. Estas eleições realizaram-se num
ambiente predominantemente ordeiro, competitivo e pacífico, tendo reforçado a
confiança que Moçambique continuará a pautar por um ambiente de tolerância e
estabilidade política. (Diogo, 2012)

3. VISÃO E EMISSÃO

 A visão principal do PARPA II centra a atenção nas formas de solução do baixo


nível de vida das camadas mais desfavorecidas, que actualmente corresponde ao
nível de pobreza absoluta.

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4. QUANTO A EMISSÃO

São usados como documentos de base as estratégias, programas e planos


tanto sectoriais como transversais, respeitando os acordos regionais, Africanos e
internacionais, incluindo os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e a
Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), e da Comunidade para o
Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Defini a visão e estratégia de desenvolvimento do sector a longo prazo; Atualizar os


planos estratégicos e os respectivos planos operacionais em função da Visão do Sector;
Assegurar a formação e aperfeiçoamento contínuo de magistrados, oficiais de justiça,
funcionários das secretárias do sector e demais Pessoal da administração da justiça;
Construir e reabilitar as infra-estruturas para o funcionamento dos tribunais.

Instalar e por a funcionar os tribunais distritais e comunitários; Construir e reabilitar as


infra-estruturas para o funcionamento das procuradorias; Instalar e por em os
procuradorias distritais; Introduzir instrumentos modernos de gestão, monitoria e
avaliação junto dos tribunais e procuradorias; Introduzir novos instrumentos de gestão
financeira (SISTAFE); Consolidar as Comissões de Controlo da Legalidade, e;
Modernizar os serviços de registo e notariado.

5. ENQUADRAMENTO E PILARES (PROGRAMAS ESTRUTURANTES)

O PARPA II é apresentado através dos pilares da governação, do capital


humano e do desenvolvimento económico. A abordagem por pilares permite focar a
atenção nas funções da organização social através do Estado, de desenvolvimento das
capacidades individuais, e de criação de riqueza para melhorar o bem-estar dos
cidadãos. Também permite analisar as ligações entre as três funções necessárias para
atingir os objectivos centrais.

Pilar da governação tem em vista tornar o aparelho de Estado num incentivador do


desenvolvimento do capital humano e da economia. O Governo vai privilegiar a
melhoria da qualidade da análise e desenho de programas, com vista a optimizar os
resultados esperados da sua implementação. As autoridades vão-se guiar pelos
princípios e leis de um Estado de direito, assegurando a transparência, a prestação de
contas, e combate ao desvio e uso indevido de fundos e recursos públicos e a aplicação
activa das leis contra os actos criminosos e corruptos.

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O pilar do capital humano dá continuidade aos planos de desenvolvimento das
capacidades de trabalho, técnicas e científicas, do bem-estar de saúde e sanitário, de
acesso aos recursos básicos, em particular os alimentares, a água e saneamento
adequado, e de redução da incidência de doenças que afectam os grupos mais
vulneráveis da população, focalizanndo em particular no combate ao HIV/SIDA, a
malária e a tuberculose. (Francisco, 2005)

O pilar do desenvolvimento económico concentra-se nas condições básicas da


prossecução da actividade produtiva, como a melhoria das infra-estruturas que
promovam a geração de riqueza e garantam a disponibilidade dos recursos naturais, a
redução dos entraves burocráticos, e o estabelecimento de legislação que garanta os
direitos dos cidadãos e incentive o aumento da produtividade, e inovação. (Francisco,
2005)

O elemento comum dos três pilares é a construção da Nação Moçambicana,


Consolidando a unidade nacional, desenvolvendo o potencial humano de cada cidadão
e um sistema institucional funcional, fazendo também crescer a capacidade de criar
riqueza nacional.

6. CORRENTES DE DESENVOLVIMENTOS E PROJECTOS EM


IMPLANTAÇÃO

A parceria com a sociedade civil, as organizações religiosas, não-governamentais


(ONGs), conselhos de escola, o sector privado e os parceiros de cooperação, entre
outras, é essencial para a implementação, financiamento e monitoria conjunta dos
programas da educação no contexto do PARPA.

Uma condição fundamental para o sucesso da formação desta Nação é assegurar


o investimento em infra-estruturas básicas e sua manutenção, permitindo uma
comunicação eficiente de norte a sul do país e entre as zonas rurais e urbanas para
pessoas, bens e informação. A melhoria desta comunicação facilitará a integração dos
agricultores, e demais cidadãos rurais e urbanos. (MOÇAMBIQUE, 2021)

A coordenação multissectorial entre as diferentes instituições do Estado,


Organizações da Sociedade Civil, incluindo o empresariado nacional, e outros
parceiros de desenvolvimento é a pedra de toque que assegura o desenvolvimento
harmonioso e sustentável do país.

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O desenvolvimento nacional integrado e equilibrado é um imperativo com
determinação e implicações multifacetadas desde histórica, política, social,
Antropológica, até à económica. As prioridades em cada pilar vão reflectir
necessariamente este projecto, Sendo o desenvolvimento nacional uma prioridade, o
PARPA II toma em consideração também a necessidade de integração gradual e
progressiva na comunidade dos países vizinhos, no resto de África e do mundo.
(Governo da República de Moçambique, 2006)

7. ABORDAGEM PRIMÁRIA, INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS E


REFORMAS

O Governo considera a manutenção da Paz e da Estabilidade Política e Social


como elementos cruciais para a prossecução do objectivo central da redução da
Pobreza. Elege o diálogo, o respeito pela diferença de opinião, a concertação e a
negociação como práticas permanentes a serem seguidas por todos segmentos da
sociedade encorajando-os a não agirem de modo a perturbarem a estabilidade
Governativa e as instituições que servem de suporte à acção governativa. (Diogo, 2012)

O primado da lei, a garantia da ordem e tranquilidade permanente dos cidadãos


e a transparência na gestão da coisa pública acima de interesses político-partidários,
Princípios cimentados na vigência do PARPA I e reafirmados na Agenda 2025, serão
cada vez mais consolidados, no espírito da Boa Governação.

Neste sentido, será prioritária a consolidação do papel do Estado e da Sociedade


Civil como garantia da unidade nacional, da Paz e Estabilidade Política e Social,
Incrementando-se a concertação social, a convivência, o diálogo e a tolerância entre
cidadãos de diferentes idades, raças, grupos etnolinguísticos, sexos, partidos políticos,
organizações sociais, económicas e religiosas. (Francisco, 2005)

Por outro lado, a prevenção de conflitos de vária natureza com recurso a


mecanismos baseados nos costumes e regras locais serão amplamente encorajadas
pelo Governo em estreita parceria com a Sociedade Civil. A experiência tem
demonstrado que a paz, a democracia e o desenvolvimento são inseparáveis.

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8. FOCOS

O crescimento da produtividade é o outro elemento de ligação e de foco entre os


três pilares. O pilar da governação contribuirá para alcançar este objectivo através da
melhoria da qualidade dos serviços, das análises, das suas políticas, monitoria e de
efectuar reajustamentos. Este papel do Estado deverá ser assegurado pela qualidade
política e de liderança bem como técnica dos seus quadros. (Governo da República de
Moçambique, 2006)

Os efeitos benéficos sobre a economia far-se-ão sentir através do abate ao


burocratismo, do incremento de investimento de qualidade e estratégico em infra-
estruturas e do estímulo ao crescimento do sector privado. O investimento na educação
e nos serviços de saúde e sanitários deverão ser orientados para tornar os cidadãos numa
força produtiva mais efetiva, gozando de um nível superior de bem-estar. (Diogo, 2012)

É o corolário da ideia de o PARPA II assumir a visão e estratégia da Agenda 2025 como


o seu foco estratégico. Assim, o cerne do conteúdo do PARPA poderá ser estruturado
em torno dos quatro pilares da Agenda 2025: Capital Humano, Capital Social,
Economia e Desenvolvimento, e Governação. No texto explicam-se as razões para se
optar por esta segunda alternativa, em vez primeira. (Diogo, 2012)

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9. CONCLUSÃO

Poderá esclarecer-se o vínculo ou a ligação entre o PARPA, como instrumento de


médio prazo, e a Agenda 2025, vista como visão e estratégia nacional. Desta forma,
Poderá ficar resolvida a dificuldade que existiu no processo de elaboração do PARPA
I, ao procurar-se fazer dele simultaneamente uma estratégia e plano de acção. O que
talvez ainda necessite de ser melhor discutido, em termos práticos, é se não vale a
pena preparar-se um documento mais resumido e operacional sobre o foco estratégico
do PARPA II, documento este que poderá todavia ser esboçado com inspiração na
Agenda 2025.

A partir da experiência da implementação do PARPA I, a diferença entre os dois


instrumentos é confusa e difícil de esclarecer. Obviamente, se ambos instrumentos
cobrem o mesmo período, são vistos como instrumentos de médio prazo com funções
sobrepostas, tratam do mesmo tipo de prioridades, concentram-se nos mesmos sectores,
são da responsabilidade dos mesmos organismos, e sobrepõem-se na sua abrangência, é
inevitável que seja extremamente difícil de distinguir um instrumento do outro. Na
prática um deles acabará por ser negligenciado, como parece ter acontecido nos anos
passados com o Programa do Governo. Segundo elementos da própria DNPO, no final
do mandato do Governo cessantes, vários eram os dirigentes governamentais que
desconheciam o Programa do Governo.

Entretanto, existe uma razão de substância muito mais importante do que as anteriores,
a qual está intimamente relacionada com as funções que cada um dos instrumentos aqui
considerados desempenhar no planeamento público. Ou seja, tanto o Programa do
Governo como o PARPA podem e devem ser vistos como planos do governo, mas com
uma grande diferença, em termos de função e propósito. Por um lado, o Programa do
Governo deve ser visto como instrumento de planeamento público de médio prazo do
Governo, mas um instrumento do próprio Governo unicamente, incluindo os seus
órgãos e sectores. Por outro lado, o PARPA deve ser visto como instrumento de
planeamento público de médio prazo da responsabilidade também do Governo, mas
convertido num instrumento de parceria público com os parceiros que, directa e
formalmente, se decida que estarão directamente comprometidos e envolvidos com o
PARPA.

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10. RECOMENDAÇÕES

Para que haja um crescimento económico sustentável e abrangente virado para a criação
de emprego dependerá do desenvolvimento da base produtiva do país - empresarial e
familiar especialmente naquelas actividades consideradas prioritárias nos sectores
Agrícola, Industrial, Turismo, Pescas e Minas. Estas são actividades que contribuem
para os objectivos gerais do desenvolvimento económico e social e redução da pobreza
através da geração de rendimentos na produção familiar, a criação de emprego e auto-
emprego, a geração de divisas e receitas para o Estado e a articulação e integração da
economia Moçambicana. Para apoiar este processo o Governo tenciona articular, ao
longo do período de implementação do PARPA-II, políticas de fomento específicas para
cada um destes sectores e actividades produtivas.

O estímulo a ligações entre o sector familiar e o sector da agricultura comercial irão


resultar não só na transferência de tecnologia bem como no crescimento económico das
zonas rurais e consequentemente no aumento do rendimento das famílias rurais. Não
menos importante é o processo de reforma do sector público em curso, em particular a
descentralização, que irá implicar uma maior intervenção dos serviços públicos nas
zonas rurais, permitindo uma maior interacção entre o Estado e os cidadãos, em
particular os produtores.

As principais recomendações são: Gerar tecnologias agrárias adaptadas as diferentes


zonas-ecológicas; Divulgar e disseminar tecnologias agrárias; Realizar campanhas de
sanidade animal e vegetal; Melhorar a provisão de serviços de assistência veterinária;
Realizar a distribuição de material vegetativo e feiras de bens intermédios; Implementar
programas de multiplicação de semente melhorada; Construir e reabilitar as infra-
estruturas pecuárias e sistemas de captação de água; Implementar programas de
prevenção e gestão de riscos referentes a insegurança alimentar e nutricional; Promover
um serviço de informação sobre oportunidades de mercado; Aumentar capacidade de
armazenagem e reduzir as perdas pós-colheita; Estabelecer o quadro de padrões de
qualidade e normas de certificação sanitária e fitossanitária para um mercado
competitivo.

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11. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA

Diogo, L. (2012). Apesar do Crescimento Partilha de Ganhos Continuará Principal


Desafio. Obtido em 07 de Setembro de 2022, de
http://www.noticias.sapo.mz/aim/artigo/407011032012141119.html.

Francisco, A. (Janeiro de 2005). Desenvolvimento da Metodologia para o PARPA II.

Governo da República de Moçambique, P. (02 de Maio de 2006). Versão Final


Aprovada pelo Conselho de Ministros aos 02 de Maio de 2006. OBJECTIVOS
DE DESENVOLVIMENTO DO MILENIO.

MOÇAMBIQUE, R. D. (Abril de 2021). PLANO DE ACÇÃO PARA A REDUÇÃO


DA POBREZA ABSOLUTA, 2001-2005 (PARPA). Versão Final Aprovada
pelo Conselho de Ministros Abril de 2001.

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