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Prevenção de Incêndios

Brasília-DF.
Elaboração

Daniel Zibordi

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE ÚNICA
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
PROPRIEDADES DO FOGO E CONCEITOS BÁSICOS SOBRE INCÊNDIOS...................................... 9

CAPÍTULO 2
MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO............................................................. 26

CAPÍTULO 3
DISPOSITIVOS CONTRA INCÊNDIO........................................................................................... 30

CAPÍTULO 4
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA......................................................................................................... 40

CAPÍTULO 5
SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA....................................................................... 44

CAPÍTULO 6
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS E CUIDADOS COM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS... 55

CAPÍTULO 7
PROTEÇÃO CONTRA PROBLEMAS DECORRENTES DE UTILIZAÇÃO DE GÁS EM PRÉDIOS E
MORADIAS ............................................................................................................................. 66

CAPÍTULO 8
CÓDIGOS E LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO.............................. 72

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 74

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 75
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica
impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

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Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
O fogo está presente no nosso dia a dia desde os primórdios. Antigamente não se
conseguia controlá-lo e aconteciam queimadas nas matas.

A Diferença entre fogo e incêndio, é que o fogo conseguimos controlar, como por exemplo
ao acender um isqueiro, uma churrasqueira ou um fogão; já o incêndio é quando esse
fogo inicial sai de controle e se espalha em grandes proporções causando danos muitas
vezes irreparáveis e até fatais.

Abordaremos nesta disciplina alguns conceitos básicos de como evitar que esse fogo
torne-se um incêndio.

Ao terminar esse módulo, teremos uma visão diferente dos ambientes que frequentamos.
Ficaremos atentos às saídas de emergências, sinalizações e muitos outros aspectos que
passavam despercebidos.

Objetivos
»» Promover o conhecimento básico em prevenção de incêndios e aplicá-los
no âmbito pessoal e profissional.

»» Analisar dispositivos e ações que possam diminuir ou extinguir grandes


danos físicos e materiais que venham prejudicar o andamento de uma
empresa, residência ou qualquer outro meio propício.

»» Compreender a importância da prevenção, adotando medidas muitas


vezes simples que evitam grandes catástrofes.

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PREVENÇÃO DE UNIDADE
INCÊNDIOS ÚNICA

CAPÍTULO 1
Propriedades do fogo e conceitos
básicos sobre incêndios

O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos. Ao seu redor, e


graças ao seu calor, tem vivido centenas de gerações. O fogo foi a maior conquista
do homem pré-histórico. A partir desta conquista o homem aprendeu a utilizar
a força dele em seu proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou
moldando a natureza em seu benefício.

Entre muitos fatores, o fogo foi um dos maiores responsáveis pelo grau de desenvolvimento
que a humanidade atingiu, apesar de que, durante muitos períodos da história, foi
utilizado como força destrutiva para a produção de armas.

Os primeiros 5 minutos
De acordo com os parâmetros internacionais, a quantidade de Postos de Bombeiros de
uma cidade é proporcional a população existente, na ordem de 1 (um) posto para cada
100.000 habitantes.

Particularmente, na cidade de Campinas, estimemos 2.000.000 de habitantes, pela


proporção de 1 posto para cada 100.000 habitantes, deveriam existir 20 Postos de
Bombeiros, devidamente distribuídos, somente na cidade. Todavia a realidade é outra.
Esta insuficiência de Postos demanda, em média, um tempo de 10 a 12 minutos para
atender uma ocorrência, devido à distância entre os Postos e o local do fato, sem contar
os problemas de trânsito e congestionamentos.

Conforme estudos feitos, esse tempo médio de atendimento (10 a 12 minutos) deve
ser considerado crítico, principalmente se no local incendiado houver um campo de

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

propagação ideal, como por exemplo, líquido inflamável. Se não houver uma intervenção
no sentido de eliminar o incêndio, provavelmente nos primeiros 15 minutos todo o local
deverá estar tomado pelas chamas.

Para demonstrar, simulou-se um incêndio em laboratório no qual se constatou que os


Primeiros 5 Minutos são importantes para a extinção imediata de um incêndio.

Daí a importância de Equipamentos adequados, Homens treinados e uma permanente


consciência voltada à causa prevencionista, considerando-se que todo o incêndio, via
de regra começa pequeno.

Teoria do fogo

O cientista francês Lavoisier fez demonstrações de que o fogo é resultado de uma reação
química entre combustível e oxigênio, dando o nome dessa reação para Combustão.

Como dito anteriormente há uma diferença entre o significado de fogo e incêndio,


em que:

»» Fogo: é uma reação química de oxidação com o desprendimento de luz


e calor.

»» Incêndio: é todo fogo que o homem perde o controle e que tem tendência
de se alastrar podendo destruir em grandes proporções.

Combustível
Podemos dizer de uma forma simples e direta que combustível é tudo aquilo que pega
fogo. Temos diversos exemplos de combustíveis classificados em:

»» Matéria: tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço. É ela que libera
os radicais livres para que possa ocorrer a combustão e é encontrada em
três estados físicos:

›› Sólido: papel, madeira, ferro, aço, tecido etc. Nessa situação os átomos
ficam oscilando em posições fixas em distribuição arbitrária (amorfos)
ou ordenada (cristais).

›› Líquido: neste estado, as moléculas geralmente tomam a forma do


recipiente que as contém devido estas moléculas, serem dotadas de
grande mobilidade. Como exemplo podemos citar a gasolina, petróleo,
água etc.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

›› Gasoso: neste estágio, o volume das moléculas ocupa todo o espaço


do recipiente. Exemplo: hidrogênio, hélio, acetileno, metano, butano,
propano etc.

Os tipos de combustão

Para obtermos combustão, não são suficientes somente seus reagentes mas, que também
tenhamos a presença de condições favoráveis para uma ignição e uma continuação das
reações químicas que são classificadas em:

»» oxidação rápida;

»» combustão simples;

»» deflagração;

»» detonação;

»» explosão.

Esta classificação de tipos de combustão se dá ao fato de a velocidade de propagação de


cada uma.

Esta velocidade de propagação é definida como a velocidade de deslocamento da frente


de reação, ou a velocidade de deslocamento da fronteira entre a área queimada (zona
de combustão) e a área que ainda não foi atingida pela reação.

As combustões e suas classificações

Oxidação lenta

A energia desprendida na reação é dissipada no meio ambiente sem criar um aumento


de temperatura na área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que acontece
com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o papel, quando o mesmo fica amarelado
pela ação do tempo. A propagação, nestes casos, ocorre lentamente com muito pouca
velocidade (quase nula).

Combustão simples

Podemos observar visualmente. Os incêndios normais nesta situação como a combustão


em papel, madeira etc. a energia desprendida na reação é dissipada uma parte no meio
ambiente e a outra é usada para manter a reação, ativando a mistura gasosa.

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Explosão

Sempre que ondas de pressão produzem efeitos destrutivos e o ambiente não consegue
suportar a expansão de gases gerada.

Normalmente, para haver combustão é necessária a existência de três elementos


essenciais: Combustível – Oxigênio (comburente) – Calor – Reação em cadeia.

Combustível
É toda a substância que possui a propriedade de queimar , é o que alimenta o fogo,
geralmente queimam utilizando oxigênio do ar como comburente , facilita sua propagação
e, com pequenas exceções, compreende todos os materiais em seus estados físicos a saber:

»» Sólidos: madeira, papel, fibras etc.

»» Líquidos:

›› voláteis: tolueno, álcool, benzeno etc. – emitem vapores à temperatura


ambiente;

›› não voláteis: Óleo diesel, graxa etc. – não emitem vapores à temperatura
ambiente.

»» Gasosos: acetileno, butano, propano, metano etc.

Combustíveis atômicos: o desenvolvimento da ciência trouxe à tona o aproveitamento


do combustível atômico, por esta razão, o Bombeiro Industrial deve conhecer alguns
rudimentos das fontes radioativas. Pela sua importância, a radioatividade é conhecida
pela emissão de radiações pelos núcleos de seus átomos dos elementos químicos que
apresentam essa propriedade, como: polônio, tório, rádio, cobalto, urânio e outros

As emissões radioativas produzem diversos efeitos, agrupados em três categorias


principais:

»» Efeitos físicos: elétrico, luminoso e térmico.

»» Efeitos químicos: reação de decomposição.

»» Efeitos biológicos: aplicação radioterápica.

Classes de incêndio
Classe A: fogo em combustíveis comuns que deixam resíduos, o resfriamento é o
melhor método de extinção. Exemplo: fogo em papel, madeira, tecidos etc.
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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Classe B: fogo em líquidos inflamáveis, o abafamento é o melhor método de extinção.


Exemplo: fogo em gasolina, óleo e querosene etc.

Classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados, agente extintor ideal é o pó


químico e o gás carbônico. Exemplo: fogo em motores, transformadores, geradores etc.

Classe D: fogo em metais combustíveis, agente extintor ideal é o pó químico especial.


Exemplo: fogo em zinco, alumínio, magnésio etc.

Classe E: onde encontramos produtos radioativos. Incêndios estes que exigem agentes
extintores especiais.

Classe K: onde são encontrados os óleos e gorduras vegetais.

Oxigênio (comburente)
O oxigênio é o que dá a vida á chama, dependendo da sua quantidade no momento da
queima. Chamado também de Comburente, no qual:

Figura 1. Distribuição dos gases da atmosfera.

Fonte: <http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-composicao-ar.htm>

Em ambientes com a composição normal do ar, a queima desenvolve-se de maneira


completa. Notam-se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do ar num
processo contínuo. Quando a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa
de 21% para a faixa compreendida entre 15% e 8%, a queima torna-se mais lenta,
notam-se brasas e não mais chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente
atinge concentração menor que 8%, não há combustão.

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Calor

É uma forma de energia gerada da transformação de outra energia através de processo


físicos ou químicos.

É o elemento que dá início ao fogo, que o mantém e amplia sua propagação. Trata-se
de uma energia que se transfere de um sistema para outro, sem transporte de massa.

O calor pode provocar:

»» elevação de temperatura (principalmente nos metais que são bons


condutores de calor);

»» aumento do volume dos corpos;

»» mudança do estado físico da matéria.

Há também materiais em que a própria temperatura ambiente já serve de fonte de


calor, como o magnésio, ou o fósforo amarelo.

Calor da combustão

Também conhecido com poder calorífico e que durante uma combustão desprende
uma quantidade de energia térmica liberada no meio ambiente causando o efeito que
sentimos ao nos aproximarmos de fogo.

Calor da combustão ou poder calorífico

Quantidade de calor liberada para o meio ambiente por uma combustão completa
ou incompleta de uma substância qualquer. Medida em metros cúbicos (m3) ou
quilocalorias (Kcal).

O calor possui a propriedade de movimentar moléculas. E este movimento molecular


causa atritos que geram uma quantidade própria de calor nos corpos e isso, chamamos
de Calor Específico ou Calor de Massa.

Calor específico

Quantidade de calor gerada pelo atrito dos átomos que compõem uma substância
mantendo-a estável.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Fontes de energia calorífica


Há quatro categorias de energia calorífica:

Energia Calorífica Química que se processa de diferentes formas:

»» calor resultante da própria combustão (oxidação);

»» calor espontâneo (gerado pela fermentação);

»» calor de decomposição (pela decomposição de materiais orgânicos);

»» calor de solução (dissolução de substâncias em um meio líquido). Ex.: cal


virgem dissolvido na água.

Energia calorífica elétrica


Calor gerado por resistência (aquecedores), curtos-circuitos, arcos voltaicos, eletricidade
estática e por descarga elétrica natural (raio).

Energia calorífica mecânica


Energia gerada pelo movimento de corpos através de atrito, compressão e colisão.

Energia calorífica radioativa


Calor gerado fissão ou fusão nuclear e aparelhos radioativos.

Medidas de calor
Não podemos confundir temperatura com caloria pois são coisas distintas.

Temperatura é o efeito da intensidade de calor em um corpo, e sua medição no Brasil é


em Graus Celsius ou Centígrados.

Caloria é a quantidade de calor que um corpo pode liberar ou absorver, é uma forma de
energia medida em calorias e causa elevação ou redução de temperatura.

Qualquer corpo em combustão desprende uma certa quantidade de calor que pode ser
mensurada teoricamente, se empregarmos água à temperatura de 20ºC (temperatura
ambiente) para extinção de um incêndio. Necessitaremos de tantos litros de água
quantos resultarem da divisão do número de calorias do corpo em chamas, por 620
calorias, que é o índice constante de calor absorvido por 01 (um) litro de água, se esta
vaporizar totalmente.

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Incendiando-se 10 kg de carvão de lenha, sabemos que 1 (um) kg deste material ao


queimar desprende 5.000 calorias, logo teríamos 50.000 calorias.

Dividindo-se esse número por 620, teremos a quantidade de água, que se totalmente
vaporizada extinguirá o incêndio, ou seja, cerca de 80 litros. Pelo exposto, conclui-se
que a ação máxima de resfriamento de água somente é obtida quando seu volume total
se transforma em vapor.

E quanto maior a área em contato como calor, maior será o poder de absorção.

Reação em cadeia
É a transformação que se produz quando diversas espécies químicas são colocadas
em contato, umas com as outras, ou quando uma única espécie química recebe uma
contribuição extra de energia, traduzindo-se pelo micas.

Para haver fogo, a reação ocorre quando átomos de carbono (C) e átomos de oxigênio
(O2) se misturam liberando luz, calor, gases e cinzas. Com esta reação acontecendo,
poderemos dizer que a combustão é uma reação de oxigenação, e que pode ser traduzida
na seguinte equação química:

C + O2 = CO2 + 7.830 Kcal

Quando uma molécula-grama de carbono (C) reage com uma molécula-grama de


oxigênio (O2) é produzida uma molécula – grama de anidrido carbônico (CO2) e é
liberada uma quantidade de calor de 7.830 kcal. A esta quantidade de energia liberada,
chamamos de Calor de Reação.

Para que ocorra a combustão há a necessidade de que a substância seja ela sólida ou
líquida, desprenda os átomos que formam as suas moléculas.

Isto se dá, através do fornecimento de mais energia para os átomos que assim se tornam
os chamados Radicais Livres, que em consequência irão reagir com o oxigênio gerando
a combustão.

Um pequeno número de substâncias sólidas podem reagir diretamente com o oxigênio,


tais como o fósforo (P), potássio (K), sódio (Na), bário (Ba), cálcio (Ca),lítio (Li) etc. –
as demais substâncias sólidas, ou líquidas tais como papel, tecido, madeiras, celulose,
gasolina, éter, petróleo etc. devem primeiramente liberar radicais livres para depois
produzirem a combustão.

Outros corpos sólidos como o plástico deve primeiramente passar para o estado líquido
para depois liberar radicais livres.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Substâncias que em condições normais de pressão e de temperatura são gases, como por
exemplo, hélio (He), hidrogênio (H), metano (NH4) etc. queimam em uma combustão
especial assumindo a forma de explosão.

É toda a reação química que há entre uma substância qualquer (combustível) e o


oxigênio do ar (comburente), na presença de uma fonte de calor.

Conduta da combustão
O combustível é o ar estão intimamente misturados, no ambiente atmosférico e não há
incêndio, a menos que algum fator propicie a ignição do sistema. Esta ideia simples da
natureza do fogo deve ser entendida e é útil.

Quando uma substância queima, há produção de calor e emissão de luz e esta queima
também é chamada de combustão.

Frequentemente, o oxigênio se combina com outras substâncias numa velocidade


tão pequena que o calor é pouco e não há emissão de luz; e quando isso acontece,
denominamos o processo de oxidação e não queima de combustão.

A oxidação tem lugar todas as vezes que o oxigênio se une com outras substâncias, quer
rápida ou lentamente. Assim, quando o oxigênio se une à gasolina, numa combustão,
a ação se desenvolve rapidamente, havendo produção de calor e emissão de luz, já no
caso de oxigênio se unir ao ferro e originar a ferrugem, apenas se verifica a oxidação.

Quando a temperatura de um material aumenta, seus átomos e moléculas adquirem


intensa energia cinética. Quando as moléculas de um sólido vibram muito violentamente,
as ligações químicas se quebram e moléculas são liberadas.

Esse processo pelo qual o combustível sólido é decomposto termicamente para líquido
e finalmente em gás, denomina-se Pirólise.

O Fenômeno Pirólise, definido como decomposição química da matéria pela ação do


calor, passando às vezes, do estado sólido para o gasoso, é uma preocupação que os
Bombeiros devem ter nos incêndios quando as temperaturas começam a elevar-se
acima do normal.

Num incêndio, o Bombeiro deverá levar em conta que a queima de materiais sólidos
combustíveis está relacionada com sua área superficial, pois quanto maior for esta,
mais rápida será a queima deste material e aumento da velocidade de Pirólise.

Outro fator de importância é a posição de um combustível sólido. Na posição vertical


o fogo se propaga mais rapidamente do que na horizontal, devido ao aumento de calor
transferido por convecção e contato direto da chama, aumentando a condução e a radiação.

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

A densidade dos líquidos combustíveis é de importância para o Bombeiro. Os menos


densos que a água são considerados inflamáveis (produzindo vapores à temperatura
ambiente) e os mais densos são chamados apenas combustíveis líquidos (não produzem
vapores sem prévio aquecimento).

Nos líquidos inflamáveis há o perigo de transbordamento e propagação do fogo,


utilizando-se água na extinção.

Vapores ou gases inflamáveis menos densos que o ar dissipam-se na atmosfera, já que


os mais densos tendem a se acumular nas áreas baixas e se movimentam impulsionados
pelo vento.

Outro fator é a solubilidade de um combustível líquido na água. Álcoois e solventes


polares misturam-se com a água e grandes volumes destas, são usados para dilui-los
até atingir o ponto em que eles não se inflamarão.

Os hidrocarbonetos líquidos derivados de petróleo (gasolina, querosene etc.) como


regra geral não se misturam com a água.

A volatização é de grande influência nos objetivos de controle do fogo, pela facilidade


com que os combustíveis líquidos se reduzem a vapores gasosos.

Uma combustão ocorre quando há combinação de vapor ou de gás combustível com


o oxigênio do ar e esta mistura deve estar ao alcance da cadeia de inflamabilidade.
Os limites inferiores e superiores de concentração de um gás como oxigênio do ar
propiciarão a formação da chama quando em contato com uma fonte de ignição.

A cadeia de inflamabilidade varia de acordo com a temperatura do ambiente. Usualmente


a cadeia de inflamabilidade é dada pela temperatura de 21ºC.

Produtos da combustão

Quando um combustível queima, este se submete a uma mudança química, resultando


quatro produtos: gases do fogo, chama, calor e fumaça.

Gases do fogo

O termo se refere aos produtos vaporizados da combustão. O principal fator que


determina os gases formados no incêndio são as composições químicas do combustível,
a porcentagem de oxigênio e a temperatura do fogo.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

O carbono pode ser queimado sob condições controladas em mistura apropriada


com o oxigênio; resultando grande parte de dióxido de carbono (CO2). Nos incêndios
não encontramos uma adequação de misturas, somente parte do carbono é oxidada,
resultando o monóxido de carbono (CO), o qual não é o mais tóxico dos gases do
fogo, porém, figura em primeiro lugar nos casos de morte, por ser o mais abundante
nos incêndios.

O sulfato de hidrogênio é proveniente da combustão de materiais orgânicos, com cheiro


característico de ovo podre, considerado altamente tóxico, e é mais denso que o ar.
Gases nitrosos ou óxidos nitrogenados são comuns em incêndios e muito venenosos.

Chama

Quando se risca um fósforo, ele queima se forma uma chama pela mistura das partículas
de fósforo com o oxigênio do ar.

A chama se torna cada vez mais quente e menos luminosa quando há uma combustão
completa do carbono; razão de ser considerada produto da combustão.

Nos incêndios, as chamas, em geral são estacionárias e em contato com misturas


explosivas dá-se o envolvimento em forma de língua de fogo ou chama de ponta.

A cor da chama varia com a temperatura:

»» Vermelho: 515ºC

»» Vermelho pálido: 1000ºC

»» Amarelo alaranjado: 1200ºC

»» Amarelo esbranquiçado: 1300ºC

»» Branco brilhante: 1400ºC

A brasa é uma combustão de resíduos, com pequena velocidade de reação, não


evidenciando a chama. A cor da brasa varia com a temperatura:

»» Vermelho (início): 400ºC

»» Vermelho escuro: 700ºC

»» Vermelho pálido: 900ºC

»» Amarelo: 1100ºC

»» Tendendo a azul: 1300ºC

»» Azul claro: 1500ºC

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

O conhecimento dessas temperaturas de incêndios tem significativa importância para


os Bombeiros na aplicação da técnica correta de extinção.

Calor

É ao mesmo tempo produto e difusor da combustão. No aspecto fisiológico, é a causa


direta da queimadura, e outras formas de lesões. Lesões causadas pelo calor também
incluem:

»» desidratação;

»» fadiga;

»» dificuldades respiratórias em adição a queimaduras.

O calor junto com a insuficiência de oxigênio e formação de monóxido de carbono são


considerados os perigos primários de incêndios.

Fumaça

A fumaça é um produto visível da combustão incompleta. A fumaça comumente


encontrada em um incêndio consiste numa mistura de Dióxido de Carbono (CO2),
Oxigênio (O2), Nitrogênio (N), Monóxido de Carbono (CO), partículas bem divididas de
fuligem e Carbono e uma mistura de produtos dos materiais envolvidos.

Num incêndio a fumaça sobe gradualmente e continuamente reduz a visibilidade até


que a ventilação é aplicada. A falta de visibilidade causa desorientação a qual pode
prender pessoas numa parede de fumaça.

Características físicas e químicas


Os dados que veremos a seguir são de máxima importância para a prevenção de
incêndios, principalmente no que se relaciona aos combustíveis.

A propagação de um incêndio é consequência do Calor gerado por:

Ponto de fulgor

É a temperatura mínima, na qual os corpos combustíveis começam a desprender


vapores, que se incendeiam em contato com uma fonte externa de calor; entretanto a
chama não se mantém devido à insuficiência da quantidade de vapores desprendidos.

Coloquemos em um frasco, pequenos pedaços de madeira, esquentando-os numa chama


de gás; com o desenvolvimento do calor passaremos a observar os seguintes fenômenos:

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Quando a temperatura alcançar 100ºC começa a se desprender o vapor d’água; continuando


o aquecimento, observaremos que a madeira começa a ficar amarela, marrom e finalmente
negra a partir dos 150ºC. Se no momento em que começar a enegrecer acendermos um
fósforo na boca do frasco, notaremos que os vapores se incendiarão em contato com a
chama, mas não se sustentará. Neste momento foi atingido o Ponto de Fulgor.

Ponto de combustão

É a temperatura mínima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis, ao


entrar em contato com uma fonte externa de calor, entram em combustão e continuam
a queimar.

Ponto de ignição

É a temperatura mínima, na qual os gases desprendidos dos combustíveis entram em


combustão, apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra
fonte de calor.

Figura 2.

Fonte: <http://blogdoenem.com.br/quimica-reacao-combustao/>

O funcionamento é simples, quando se retira um dos elementos do triângulo do fogo,


está se processando a extinção do incêndio conforme os métodos a seguir:

São três os métodos de Extinção:

»» Resfriamento: quando se retira o Calor.

»» Abafamento: quando se retira o Comburente (oxigênio).

»» Isolamento: quando se retira o Combustível.

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Proporcionalidade

Para que inicie o fogo é preciso haver adequada proporção de Combustível, Comburente
e Calor. Esse equilíbrio é determinante básico do fogo.

Conforme a combinação entre os três elementos, pode-se obter uma combinação de


misturas Pobre, Rica ou Ideal, ou não haver Combustão se a mistura for essencialmente
Pobre.

Mistura pobre

É aquela onde o elemento Comburente (oxigênio), se apresenta com uma dosagem


abaixo da proporção necessária para a ocorrência do fogo.

Mistura rica

A mistura é Rica quando o Combustível se apresenta com uma dosagem acima da


quantidade necessária para a ocorrência da Combustão.

Mistura ideal

Na mistura ideal, pode haver o fogo. É quando todos os componentes se combinam,


podendo ocorrer a combustão.

A evolução do incêndio num local pode ser caracterizada por uma curva com quatro
fases:

1. fase inicial;

2. fase crescente;

3. fase totalmente desenvolvida;

4. fase final.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Figura 3. Curva temperatura-tempo de um incêndio real.

Fonte: CBMDF.

Formas de transmissão do calor

Condução

É a propagação do calor feita de molécula para molécula de um corpo. A taxa de condução


de calor vai depender basicamente da condutividade térmica do material, sua superfície
e espessura.

É importante lembrar a existência, sempre, de um meio condutor físico.

Alguns corpos são considerados bons condutores de calor a exemplo dos metais e
outros, são considerados maus condutores de calor como por exemplo, a madeira, o
papel, o carvão etc.

»» Bons condutores de calor: prata, cobre, ouro, zinco, estanho, ferro, platina
etc. dispostos nesta ordem decrescente de condutividade de calor.

»» Isolantes de calor: vidro, mármore, porcelana, carvão, madeira etc.

23
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Irradiação

Figura 4. Irradiação.

Fonte: <http://www.infoescola.com/fisica/mecanismos-de-propagacao-termica/>

É a Transmissão de Calor, por meio de ondas caloríficas que se propagam no ar,


atingindo os corpos frios, também conhecidos como raios caloríficos.

Ex.: os raios solares

Convecção

Figura 5. Convecção.

Fonte: <http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/2012/09/transferencia-de-calor-e-termodinamica.html>

É a forma de transmissão de calor através da circulação de um meio transmissor


Gasoso ou Líquido. As moléculas aquecidas expandem e sobem, formando correntes
ascendentes das moléculas mais frias.

A Convecção é uma situação bastante comum em edifícios, em que acontece por meio
de aberturas, como: janelas, poços de elevadores, vão das escadas, podendo atingir

24
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

andares superiores. A transmissão de calor acontece através de massas de ar ou líquidos,


que vão de uma zona onde está acontecendo a combustão, carregada de calor, para uma
zona ainda não atingida. Ali, o ar é aquecido a ponto de provocar uma ignição de um
material combustível qualquer presente nesta área.

Figura 6.

Fonte: <http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-9.html>

25
CAPÍTULO 2
Medidas preventivas contra incêndio
e pânico

Classificação das medidas de proteção


As medidas de proteção contra incêndio e pânico podem ser englobadas em duas
categorias: medidas de proteção passiva e medidas de proteção ativa.

Proteção passiva, de acordo com a NBR no 14.432, é

Conjunto de medidas incorporado ao sistema construtivo do edifício,


sendo funcional durante o uso normal da edificação e que reage
passivamente ao desenvolvimento do incêndio, não estabelecendo
condições propícias ao seu crescimento e propagação, garantindo a
resistência ao fogo, facilitando a fuga dos usuários e a aproximação e
o ingresso no edifício para o desenvolvimento das ações de combate.

Para Brentano (2005),

A proteção passiva envolve todas as formas de proteção que devem ser


consideradas no projeto arquitetônico para que não haja o surgimento
ou, então, a redução da probabilidade de propagação e dos efeitos
do incêndio já instalado [...] com o objetivo de evitar a exposição dos
ocupantes e da própria edificação ao fogo.

Ainda de acordo com a NBR no 14.432, proteção ativa é o “tipo de proteção contra incêndio
que é ativada manual ou automaticamente em resposta aos estímulos provocados pelo
fogo, composta basicamente das instalações prediais de proteção contra incêndio”.

Por outro lado, para Brentano (2005), a proteção ativa “envolve todas as formas de
detecção, de alarme do controle do crescimento do fogo até a chegada do corpo de
bombeiros ou, então, a extinção de um princípio de incêndio já instalado”.

Nas abordagens conceituais sobre proteção passiva e proteção ativa, existem pontos
comuns e complementares, bem como divergências. O objetivo deste manual não é
discutir, academicamente, tais conceitos, mas, sim, estudar os parâmetros normativos
dos sistemas de proteção passiva. Aproveitando os pontos principais das definições,
pode-se definir proteção passiva e ativa como segue:

26
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

»» A proteção passiva pode ser entendida como o conjunto de medidas de


prevenção do surgimento e controle do crescimento e da propagação
do incêndio, cumprindo sua função independentemente da ocorrência
de sinistros. Tais medidas garantem a resistência ao fogo dos elementos
construtivos, dificultam a propagação da fumaça nos ambientes, facilitam
a fuga dos usuários e permitem a aproximação e o ingresso na edificação
para o desenvolvimento das ações de combate a incêndios.

»» A proteção ativa, por sua vez, está intimamente relacionada à ocorrência


do sinistro, respondendo manual ou automaticamente aos estímulos
provocados pelo fogo. São medidas de combate a incêndio. A proteção
ativa é composta basicamente pelas instalações prediais de proteção
contra incêndio.

Proteção ativa: é o tipo de proteção contra incêndio que é ativada manual ou


automaticamente em resposta aos estímulos provocados pelo fogo, composta
basicamente das instalações prediais de proteção contra incêndio, onde
segundo Regulamento de Segurança contra Incêndio e Pânico do CBMDF – RSIP,
podemos citar os:

Meios de extinção de incêndio:

»» sistema de proteção por extintores de incêndio;

»» sistema de proteção por hidrantes;

»» sistema de chuveiros automáticos, comumente denominados sprinklers;

»» sistema fixo de espuma;

»» sistema fixo de gás carbônico (CO2);

»» sistema fixo de pó químico seco;

»» sistema fixo de água nebulizada;

»» abafadores;

»» bombas costais.

Proteção passiva: é o conjunto de medidas incorporado ao sistema construtivo


do edifício, sendo funcional durante o uso normal da edificação e que reage
passivamente ao desenvolvimento do incêndio, não estabelecendo condições
propícias ao seu crescimento e propagação, garantindo a resistência ao fogo,

27
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

facilitando a fuga dos usuários e a aproximação e o ingresso no edifício para o


desenvolvimento das ações de combate.

De acordo com o RSIP podemos discriminar as medidas de proteção mais


conhecidas a seguir:

a. meios de prevenção contra incêndio e pânico:

›› correto dimensionamento das instalações elétricas;

›› sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);

›› sinalização de segurança;

›› sistema de iluminação de emergência;

›› uso adequado de fontes de ignição;

›› uso adequado de produtos perigosos.

b. Meios de controle do crescimento e da propagação do incêndio e


pânico:

›› controle de quantidade de materiais combustíveis incorporados


aos elementos construtivos, decorativos e de acabamentos;

›› controle das características de reação ao fogo dos materiais


incorporados aos elementos construtivos;

›› controle da fumaça e dos produtos da combustão;

›› compartimento horizontal e vertical;

›› afastamentos;

›› aceiros.

c. Meios de detecção e alarme:

›› sistema de alarme;

›› sistema de detecção de incêndio;

›› sistema de comunicação de emergência;

›› sistema de observação e vigilância.

d. Meios de escape:

›› saídas de emergência;

28
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

›› aparelhos especiais para escape.

e. Meios de acesso e facilidade para operação de socorro:

›› vias de acesso;

›› acesso à edificação;

›› dispositivos de fixação de cabos para resgate e salvamento;

›› hidrantes urbanos;

›› mananciais.

f. Meios de proteção contra colapso estrutural:

›› correto dimensionamento das estruturas à ação do fogo.

g. Meios de administração da proteção contra incêndio e pânico:

›› brigada de bombeiros particulares (brigada de incêndio).

Para adquirir mais conhecimento, verifique na empresa que você trabalha ou em


algum lugar que você for passear se existem esses itens citados anteriormente
de acordo com sua análise.

29
CAPÍTULO 3
Dispositivos contra incêndio

Métodos de extinção
»» Abafamento: o abafamento ocorre com a retirada do oxigênio, é o mais
difícil, a não ser em pequenos incêndios.

»» Resfriamento: o resfriamento é o método de extinção mais usado, consiste


em retirar o calor do material incendiado.

»» Interrupção da reação química em cadeia: é caracterizada pela ação do pó


químico seco que interrompe a reação da combustão.

»» Extinção química: consiste na aplicação de agentes extintores especiais


que irão reagir com os combustíveis ou com seus radicais livres, gerando
compostos mais estáveis, evitando com isso um aumento de calor o que
ocasiona uma interrupção da reação em cadeia. Para este tipo de extinção,
é necessária a utilização de equipamentos de proteção individuais,
apropriados, como aparelho de respiração, já que os agentes extintores
ou os seus produtos finais podem ser tóxicos em maior quantidade do
que a combustão.

Extintores

Extintores portáteis

Os extintores portáteis são equipamentos de uso individual destinados ao combate de


princípios de incêndios. Estes equipamentos contêm os agentes extintores relacionados
ao seu nome.

Os extintores portáteis devem estar:

»» visíveis (bem localizados);

»» desobstruídos (livres de quaisquer obstáculos que possam dificultar o


acesso até eles);

»» sinalizados (para melhor visualizá-los caso não estejam visíveis).

30
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Os extintores deverão ter um lugar fixo conforme norma padrão, de onde serão retirados
somente por três motivos:

»» para manutenção (recarga, conserto ou revisão);

»» para exercícios (treinamento ou instrução);

»» para uso em caso de incêndio.

Água pressurizada – age inicialmente por resfriamento. Sua ação por abafamento
ocorre devido à sua capacidade de transformação em vapor, na razão de 1(um) litro de
água para 1.500 litros de vapor. Específico para classe A.

Figura 7.

Fonte: <http://www.pontodosocorrista.com.br/produto.php?cod_produto=1345774>

É o agente extintor mais antigo que se tem conhecimento e é utilizado sob três formas
básicas:

»» jato sólido;

»» neblina de alta velocidade;

»» neblina de baixa velocidade.

Jato sólido – trata-se de um jorro forte de água produzido sob alta pressão, por meio de
um esguicho com orifício de descarga circular. Nesta situação a água atinge o material
incendiado com violência e penetra no seu interior. É o mais utilizado e o mais eficiente
para incêndios de classe A pois encharca o material e garante com isso a total extinção
do fogo.

Neblina – é aplicada sob a forma de minúsculas gotículas por esguichos reguláveis


também conhecidos como esguichos pulverizadores. A neblina pode ser utilizada na
extinção de incêndios de classe A agindo como redutor das chamas superficiais.
31
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Permite também a aproximação dos Bombeiros no foco do incêndio. Desta forma a


extinção por um outro jato sólido fica facilitada.

Geralmente as neblinas são eficientes na extinção de incêndios de classe B pois não


permitem um aumento de volume dos incêndios dessa classe.

Se não existir um outro meio mais eficiente, a água sob neblina, poderá ser utilizada nos
incêndios de classe C pois neste estado possui menor poder de penetração no interior
dos equipamentos e menor probabilidade de causar curto-circuito.

A água sob suas três formas, extingue o fogo por Resfriamento pois baixa a temperatura
de ignição dos materiais que estão queimando.

Porém é importante saber que a água também extingue incêndios por Abafamento
quando aplicada sobre qualquer material incendiado, se transforma em vapor e o
vapor possui a ação primária de abafamento. Ou seja, a água tem função primária de
resfriamento e função secundária de abafamento.

Pó químico – quebra a reação em cadeia, interrompendo o processo de combustão.


Há várias composições de pós, divididas em tipo BC (líquidos inflamáveis e energia
elétrica); ABC (múltiplo uso, polivalente, para fogo em sólidos, líquidos inflamáveis e
eletricidade); e D (metais combustíveis).

Figura 8.

Fonte: <http://realextintores.com.br/po_quimico_bc.php>

São produtos químicos pulverizados e que tem a propriedade de extinguir o fogo por
Abafamento. Quando aplicado sobre o combustível, forma uma nuvem de pó que
desloca o ar rico em oxigênio e assentará sobre o combustível evitando o contato de
radicais livres com o comburente.

Os tipos de agentes químicos secos mais conhecidos são:

»» bicarbonato de sódio - apropriado para incêndios Classe B e C;

32
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

»» fosfato de monoamonia – apropriado para incêndios de Classe A,B e C;

»» cloreto de potássio – apropriado para incêndios de Classe B e C;

»» bicarbonato de potássio – apropriado para incêndio de Classe B e C.

Pesquisas mostraram que o bicarbonato de sódio quando entra em contato com o fogo
decompõe-se e reagem com os radicais livres o que mostra que os agentes químicos
agem quebrando as reações em cadeia.

Podemos dizer que os agentes químicos secos, extinguem o fogo primeiramente por
Abafamento e secundariamente por Extinção Química.

Compostos halogenados – compostos químicos que provocam a quebra da reação


em cadeia. Também agem por abafamento. Não danificam equipamentos eletrônicos
sensíveis. São aplicáveis para as classes de fogo A, B e C.

Estes agentes quando aplicados sobre os combustíveis, reagem com eles, ou com seus
radicais livres, gerando compostos estáveis que evitam a reação em cadeia.

Podem ser encontrados como: tetracloreto de carbono – carga líquida,


Clorobromotrifluorometano – carga gasosa – (halon 1211)

São geralmente indicados para o uso em Centros de Processamento de Dados (CPDs),


laboratórios, aviação, navegação, emissoras de rádio e televisão porém, tem seu uso
restrito pois podem ser mais tóxicos do que seus produtos de reação.

Para utilização deste agente extintor o Bombeiro deverá estar devidamente equipado
com máscaras respiratórias como por exemplo, do tipo PA 540.

Gás Carbônico (CO2)

Figura 9.

Fonte: <http://www.bucka.com.br/extintores/extintores-de-incendio-portateis/extintor-de-incendio-portatil-co2/>

33
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Age por abafamento, e por resfriamento em ação secundária. É um gás sem cheiro, sem
cor e não conduz eletricidade, sendo recomendado na extinção de fogo classes B e C. É
asfixiante e por isso deve-se evitar o seu uso em ambientes pequenos.

Trata-se do gás (anidrido carbônico) que é proveniente de combustão completa de


qualquer material que contenha carbono (C) em sua constituição.

Este tipo de gás não é condutor de eletricidade por isso é especificamente usado
em incêndios de Classe C. Porém, seu uso é eficaz em princípios de incêndios de
qualquer classe.

É empregado em extinção de incêndios por abafamento por ser um gás inerte e não
alimentar a combustão pois, cria em seu redor, uma nuvem rica em CO2 e por sua vez,
pobre em oxigênio o que não permite que a combustão continue.

Para o uso específico em combate a incêndios o gás carbônico é acondicionado sob


forma líquida em cilindros metálicos. Ao sofrer uma descompressão brusca, vaporiza-se
provocando uma baixa de temperatura que pode chegar a –79ºC transformando-se em
névoa carbônica (gelo seco).

Por ser utilizado no combate a incêndios a uma temperatura muito baixa, provoca
resfriamento. Entretanto devemos saber que o gás carbônico extingue o foco primeiramente
por abafamento e secundariamente por resfriamento.

Espuma mecânica – age primeiro por abafamento e de forma secundária por resfriamento.
Quando a espuma é do tipo AFFF, o líquido drenado forma um filme aquoso na superfície
do combustível, dificultando a reignição. É ideal para extinguir fogo classe B. Também é
eficiente na extinção de fogo classe A.

Figura 10.

Fonte: <http://www.lmc.ep.usp.br/grupos/gsi/wp-content/PTSII/PTSII/extintores.html>

34
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Espuma química – é uma mistura de bolhas, formadas basicamente por C02 resultado
de uma reação química entre as soluções aquosas contendo na primeira solução
bicarbonato de sódio e na segunda solução sulfato de alumínio + alcaçuz.

Forma uma mistura muito consistente e forma uma camada resistente ao fogo e devido
sua consistência geralmente adere nos anteparos onde ela é lançada e acaba não
contornando os obstáculos encontrados.

Estrutura dos extintores

Equipamentos pressurizados

Figura 11.

Fonte: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/fogo.html>

Equipamentos de alta pressão (CO2)

Figura 12.

Fonte: <http://fundec.edu.br/cipa/extintores.htm>

35
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Sistemas automáticos de supressão de incêndios


(sprinklers)

Figura 13.

Fonte: <http://www.cccme.org.cn/shop/rayscx/index.aspx>

O objetivo de um sistema de sprinkler, ou chuveiro automático, é extinguir um incêndio


no seu inicio, rápida e automaticamente, antes que se alastre e cause estrago reduzindo
assim, ao mínimo, os danos causados pelo fogo e pela água usada em seu combate.

O sistema consiste na distribuição de encanamentos de 4,6,8 ou 10 polegadas, ligados


ao encanamento central de incêndio, do qual saem ramificações de tubos cujos
diâmetros diminuem à medida que se afastam da linha principal. Nessas ramificações
são instalados os bicos que dão vazão à água, cuja quantidade e tipo variam de acordo
com o risco a proteger.

Os sprinklers são sistemas modernos de detecção de incêndios, utilizados principalmente


por grandes empreendimentos industriais ou comerciais, refinarias, usinas, armazéns.
São muito eficientes e funcionam pelo princípio de detecção de calor, fumaça ou luz e
independem da ação do homem para a detecção e extinção do fogo.

Os sprinklers exigem revisão e manutenção periódica para garantir o correto


funcionamento.

Conteúdo da ampola: líquido expansivo à base de glicerina. Fórmula não revelada


pelos fabricantes. Das ramificações da rede saem os bicos ou chuveiros, dotados de um
bulbo para fechar a passagem de água. Este bulbo se rompe ao atingir determinada
temperatura que varia em geral de 68º C a 260º C.
36
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Quadro 1. Identificação quanto à temperatura de acionamento.

COR DO LÍQUIDO DO BULBO TEMPERATURA DE ACIONAMENTO


Vermelho 68°C
Amarelo 79°C
Verde 93°C
Cinza 121°C
Azul 141°C
Malva 182°C

Todo os sistemas de sprinklers possuem válvulas que normalmente devem permanecer


abertas. Estas válvulas devem ser fechadas e o sistema drenado, quando houver ruptura
de um ou mais bicos, provocada por acidente.

Em casos de incêndios, a válvula somente poderá ser fechada após a extinção total do
foco de incêndio.

Na instalação de um sistema de sprinkler, as válvulas seccionadoras são sempre


colocadas na parte externa do prédio e em pontos estratégicos da rede de água, pois elas
têm a finalidade de isolar uma parte do encanamento do sistema e com isso permite que
o restante da rede continue com água e em funcionamento.

Ao sistema de sprinkler é conjugado um sistema de alarme que entra em funcionamento


assim que um dos bicos é rompido.

O que se espera de um sistema de sprinkler:

a. que atue com rapidez;

b. extinção do incêndio no início;

c. controle o incêndio no seu ambiente.

Quanto ao dimensionamento:

a. de acordo com a severidade;

b. garantia de pressão e vazão em toda a rede:

c. distribuição de água homogênea.

Existem vários outros dispositivos contra incêndio... Para aprofundar seus


conhecimentos sugiro que pesquisem sobre hidrantes e detectores de fumaça
e calor. Lembrando que algumas legislações sempre são alteradas de tempos
em tempos, portanto o profissional dessa área deve sempre estra por dentro
das novidades.

37
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Abafadores
Figura 14.

Fonte: <http://www.www.ambclean.com.br>

Figura 15.

Fonte: <http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2013-0713/cidades/8743/BOMBEIROS-DEBELAM-INCENDIO-EM-REGIOES.pnhtml>

Os abafadores são utilizados em incêndios rasteiros em mata e vegetação, pode ser


usados para o rescaldo também.

O material pode ser improvisado com tiras de mangueiras velhas de incêndio fixadas
em um cabo de madeira de cerca de 1m. Lembre-se que o abafador não pode ser muito
pesado para não deixar quem está combatendo o incêndio exausto rapidamente.

Geralmente são usados em conjunto com as bombas costais que veremos a seguir.

Bombas costais
Figura 16.

Fonte: <http://www.multstock.com.br/nossos-produtos/sed-posuere-consectetur/>

38
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Equipamento indispensável no combate a incêndios florestais, rurais, de interface e outros,


atuando como extintor à base de água nas operações de combate direto, resfriamento,
rescaldo e para construção de linhas frias. Opera com bomba metálica própria, dispensando
recargas frequentes como os extintores pressurizados convencionais.

Ideal para combater incêndios em:

»» margens de rodovias e ferrovias;

»» áreas florestais;

»» propriedades agrícolas;

»» clubes de campo/acampamentos;

»» áreas de pastagens em geral.

39
CAPÍTULO 4
Saídas de emergência

Introdução
Ao contrário do que se possa imaginar, as saídas de emergência devem ser pensadas em
primeiro plano quando se trata de proteção contra incêndio e pânico. O comportamento
inicial das pessoas frente ao incêndio é de fugir ou buscar um refúgio. Poucas são
as pessoas que se sentem habilitadas a operar um aparelho extintor de incêndio ou
a conduzir as outras pessoas por uma rota de fuga segura num ambiente sinistrado.
Decorre daí a necessidade prioritária que deve ser dispensada às saídas de emergência
duma edificação ou área cercada com aglomeração de pessoas.

Além disso, deve-se ter em mente que o objetivo maior da segurança contra incêndio e
pânico é a salvaguarda de vidas. Portanto, garantir que as pessoas sujeitas a uma situação
de incêndio sobrevivam com os menores danos possíveis deve ser uma meta buscada
incessantemente. Uma das medidas de proteção mais eficazes nesse sentido são as saídas
de emergência. Elas atendem basicamente a dois objetivos: permitir a evacuação dos
ocupantes da edificação com segurança e prover o acesso seguro das equipes de bombeiros.

Componentes das saídas de emergência

Primeiramente é preciso definir o que é uma saída de emergência. Saída de emergência,


segundo a NBR no 9.077/1993, é o caminho contínuo, devidamente protegido,
proporcionado por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos,
escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido
pelo usuário, em caso de um incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via
pública ou espaço aberto, protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro.

Da definição e pensando numa edificação verticalizada pode-se identificar três


componentes das saídas de emergência:

a. acessos ou rotas de saídas horizontais, isto é, acessos às escadas, quando


houver, e respectivas portas ou ao espaço livre exterior, nas edificações
térreas;

b. rotas de saída verticais: escadas, rampas ou elevadores de emergência; e

c. descarga.

40
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Mas o que vem a ser cada um desses componentes?

Acesso é o caminho a ser percorrido pelos usuários do pavimento, constituindo a rota


de saída horizontal, para alcançar a escada ou rampa, área de refúgio ou descarga. Os
acessos podem ser constituídos por corredores, passagens, vestíbulos, balcões, varandas
e terraços.

As rotas verticais mais comuns são as escadas de emergência, que são escadas integrantes
de uma rota de saída. Elas podem ser escadas enclausuradas à prova de fumaça, escadas
enclausuradas protegidas ou escadas não enclausuradas. Além das escadas, existem
as rampas, que são partes inclinadas de uma rota de saída, que unem dois níveis de
pavimento, e os elevadores de emergência.

Finalizando o trajeto percorrido por um usuário em fuga, tem-se a descarga. Esta é a


parte da saída de emergência de uma edificação que fica entre a escada (ou rampa ou
elevador de emergência) e o logradouro público ou área externa com acesso a este.

Exemplificando: uma pessoa num prédio de escritórios, em sua sala no 7o andar, num
caso de evacuação pelas saídas de emergência, ela percorrerá inicialmente o corredor de
circulação do seu andar (o sétimo) até chegar às escadas. Logo, o corredor do 7o andar é
uma rota horizontal. A escada, que a pessoa percorrerá até chegar ao térreo, constitui a
rota vertical. O trecho percorrido entre a porta da escada de emergência no térreo até a
portaria da edificação, que dá acesso à calçada externa à edificação, vem a ser a descarga.

Uma pergunta pertinente nesse momento seria: quais os critérios estabelecidos para
cada componente das saídas de emergência? As seções seguintes esclarecem tal questão
e para tanto utiliza os padrões normativos da NBR no 9.077 da ABNT.

Acessos

Os acessos devem permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes da edificação,


portanto, devem permanecer desobstruídos e serem sinalizados e iluminados, indicando
claramente o sentido da saída. O pé-direito mínimo é de 2,50m, sendo permitidos rebaixos
de vigas, vergas e outros, contanto que se preserve uma altura livre mínima de 2,00m.

Outro aspecto a ser observado nos acessos são as larguras mínimas das saídas que, em
qualquer caso (corredores, escadas, rampas), devem ser as seguintes:

a. 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem;

b. 2,20 m, para permitir a passagem de macas, camas, e outros, nas


ocupações do grupo H, divisão H-3 (A largura mínima para hospitais

41
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

e assemelhados (H-3) também é aplicada para escadas de emergência,


no entanto, defendemos que seria mais eficiente cobrar rampas e
elevadores de emergência para suprir a necessidade de evacuação de
pacientes em macas.

Repare que o texto normativo faz referência à unidade de passagem. Unidade de


passagem é a largura mínima para a passagem de uma fila de pessoas, fixada em 0,55m.
Por enquanto, ficaremos somente com a definição.

As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade acima de 50 pessoas e
em comunicação com os acessos e descargas devem abrir no sentido do trânsito de saída.

As portas devem ter as seguintes dimensões mínimas de largura:

a. 80 cm, valendo por uma unidade de passagem;

b. 1,0 m, valendo por duas unidades de passagem;

c. 1,50 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem (acima de


2,2 m, exige-se coluna central).

As portas das antecâmaras e das escadas devem ser providas de dispositivos mecânicos
e automáticos, de modo a permanecerem fechadas, mas destrancadas, no sentido do
fluxo de saída, sendo admissível que se mantenham abertas, desde que disponham de
dispositivos de fechamento, quando necessário.

Em salas com capacidade acima de 200 pessoas e nas rotas de saída de locais de reunião
com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos,
escadas e descarga devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico, conforme NBR
no 11.785.
Figura 17. Porta corta fogo dotada de ferragem antipânico.

Fonte: CBMDF.

42
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Na NBR no 9077 você encontra de forma detalhada as dimensões das saídas, assim
como peculiaridades sobre as barras antipânico para cada situação. Lembrando
que no nosso curso nós passamos alguns pontos importantes e mostramos o
caminho para encontrar mais informações sobre tal assunto.

43
CAPÍTULO 5
Sinalização e iluminação
de emergência

Sinalização
A sinalização de segurança contra incêndio e pânico tem como objetivo reduzir o risco
de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam
adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e
facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da
edificação em caso de incêndio. Vamos nos basear na NBR no 13434 da ABNT.

Classificação da sinalização

A sinalização de segurança contra incêndio e pânico é classificada em sinalização básica


e complementar.

Sinalização básica

A sinalização básica é constituída por quatro categorias, de acordo com a sua função,
descritas a seguir:

a. sinalização de proibição, cuja função é proibir ou coibir ações capazes


de conduzir ao início do incêndio ou ao seu agravamento. A sinalização
apropriada deve ser instalada em local visível e a uma altura mínima de
1,80 m, medida do piso acabado à base da sinalização;

b. sinalização de alerta, cuja função é alertar para áreas e materiais com


potencial risco, e a instalação segue o mesmo padrão da sinalização de
proibição;

c. sinalização de orientação e salvamento, cuja função é indicar as rotas de


saída e ações necessárias para o seu acesso (Fotoluminescente);

d. sinalização de equipamentos de combate e alarme, cuja função é indicar a


localização e os tipos de equipamentos de combate a incêndio disponíveis
(Fotoluminescente).

44
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Sinalização complementar

A sinalização complementar é composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser


empregadas nas seguintes situações:

a. indicação continuada de rotas de saída;

b. indicação de obstáculos e riscos de utilização das rotas de saída, como


pilares, arestas de paredes, vigas etc.;

c. mensagens escritas específicas que acompanham a sinalização básica,


onde for necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo.

Implantação da sinalização

Os diversos tipos de sinalização de segurança contra incêndio e pânico devem ser


implantados em função de características específicas de uso e dos riscos, bem como em
função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra incêndio na edificação.

A princípio, a sinalização básica deve estar presente em qualquer tipo de edificação


onde são exigidas, por norma ou regulamentação, saídas de emergência de uso coletivo
e instalação de equipamentos e sistemas de proteção contra incêndio.

Sinalização de proibição

A sinalização apropriada deve ser instalada em local visível e a uma altura mínima de
1,80 m, medida do piso acabado à base da sinalização. A mesma sinalização deve estar
distribuída em mais de um ponto dentro da área de risco, de modo que pelo menos
uma delas seja claramente visível de qualquer posição dentro da área, e devem estar
distanciadas entre si em no máximo 15,0 m.

Sinalização de alerta

A sinalização apropriada deve ser instalada em local visível e a uma altura mínima de
1,80 m, medida do piso acabado à base da sinalização, próxima ao risco isolado ou
distribuída ao longo da área de risco generalizado.

Neste último caso, cada sinalização deve estar distanciada entre si em no máximo 15,0 m.

Sinalização de orientação e salvamento

A sinalização de saída de emergência apropriada deve assinalar todas as mudanças de


direção ou sentido, saídas, escadas etc., e deve ser instalada segundo sua função, a saber:

45
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

a. a sinalização de portas de saída de emergência deve ser localizada


imediatamente acima das portas, no máximo a 0,10 m da verga; ou na
impossibilidade desta, diretamente na folha da porta, centralizada a uma
altura de 1,80 m, medida do piso acabado à base da sinalização;

b. A sinalização de orientação das rotas de saída deve ser localizada de


modo que a distância de percurso de qualquer ponto da rota de saída até
a sinalização seja de no máximo 7,5 m. Adicionalmente, esta sinalização
também deve ser instalada de forma que no sentido de saída de qualquer
ponto seja possível visualizar o ponto seguinte, distanciados entre si em
no máximo 15,0 m.

A sinalização deve ser instalada de modo que a sua base esteja no mínimo a 1,80 m do
piso acabado;

a. a sinalização de identificação dos pavimentos no interior da caixa de


escada de emergência deve estar a uma altura de 1,80 m, medida do piso
acabado à base da sinalização, instalada junto à parede, sobre o patamar
de acesso de cada pavimento;

b. se existirem rotas de saída específicas para uso de deficientes físicos,


estas devem ser sinalizadas para tal uso.

Nota 1: em escadas contínuas, além da identificação do pavimento de descarga no


interior da caixa de escada de emergência, deve-se incluir uma sinalização de porta de
saída com seta indicativa do sentido do fluxo.

Nota 2: a abertura das portas em escadas não dever obstruir a visualização de qualquer
sinalização.

Sinalização de combate a incêndio

A sinalização de equipamentos de combate a incêndio deve estar a uma altura mínima


de 1,80m, medida do piso acabado à base da sinalização e imediatamente acima do
equipamento sinalizado e:

a. quando houver, na área de risco, obstáculos que dificultem ou impeçam


a visualização direta da sinalização básica no plano vertical, a mesma
sinalização deve ser repetida a uma altura suficiente para a sua
visualização;

b. quando o equipamento se encontrar instalado em uma das faces de um


pilar, todas as faces visíveis do pilar devem ser sinalizadas;
46
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

c. quando existirem situações onde a visualização da sinalização não seja


possível apenas com a instalação da placa acima do equipamento, deve-se
adotar:

›› o posicionamento para placa adicional em dupla face perpendicularmente


à superfície da placa instalada na parede ou pilar;

›› para a produção da sinalização deve-se observar o tamanho padrão de


cada modelo, de acordo com a ABNT NBR no 13434-2.

Sinalização complementar

As mensagens específicas que acompanham a sinalização básica devem se situar


imediatamente adjacente à sinalização que complementa, devendo estar no idioma
português.

Caso exista a necessidade de se utilizar um segundo idioma, este nunca deve substituir
o idioma original, mas ser incluso adicionalmente.

A sinalização de indicação continuada das rotas de saída deve ser implantada sobre o
piso acabado ou sobre as paredes das rotas de saída. O espaçamento de instalação deve
ser de no máximo 3,0 m entre cada sinalização e a cada mudança de sentido, atendendo
uma das seguintes condições:

a. quando aplicada sobre o piso, a sinalização deve estar centralizada em


relação à largura da rota de saída, dando o sentido do fluxo.

b. quando aplicada nas paredes, a sinalização deve estar a uma altura


constante entre 0,25 m e 0,50 m do piso acabado à base da sinalização,
podendo ser aplicada, alternadamente, à parede direita e esquerda da
rota de saída.

A sinalização de indicação de obstáculos ou de riscos na circulação das rotas de saída


deve ser implantada toda vez que houver uma das seguintes condições:

a. desnível de piso;

b. rebaixo de teto;

c. outras saliências resultantes de elementos construtivos ou equipamentos


que reduzam a largura das rotas ou impeçam ou seu uso.

47
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Nota 1: a sinalização de indicação de obstáculos é composta por uma faixa especificada


na ABNT NBR no 13434-2, e deve ser instalada horizontalmente nas por toda a extensão
do obstáculo, e verticalmente a uma altura de 0,50 m do piso acabado, com comprimento
mínimo de 1,0 m com largura mínima de 0,10 m em cada face.

Elementos translúcidos ou transparentes como vidros, utilizados em esquadrias


destinadas a fechamento de vãos (portas e painéis divisórias) que fazem parte da
rota de saída, devem possuir tarja em cor contrastante com o ambiente, com largura
mínima de 50 mm, aplicada horizontalmente em toda sua extensão, na altura constante
compreendida entre 1,00 m e 1,40 m do piso acabado.

Figura 18.

Fonte: norma técnica n o 006/2013 – CBMPB - Governo da Paraíba

48
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Figura 19.

Fonte: norma técnica n o 006/2013 – CBMPB - Governo da Paraíba

Figura 20.

Fonte: norma técnica n o 006/2013 – CBMPB - Governo da Paraíba

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UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Figura 21.

Fonte: norma técnica n o 006/2013 – CBMPB - Governo da Paraíba

Nota: após o acidente na boate Kiss (estudaremos o caso nas próximas disciplinas), tornou-se
obrigatório a identificação do CNPJ da empresa fabricante nas placas de sinalizações.

Iluminação

O sistema deve clarear áreas escuras de passagens (corredores e escadas), áreas de


trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento dos serviços essenciais e
normais. Observa-se que a finalidade do sistema é coerente com os locais de instalação,
pois as áreas de trabalho são contempladas devido à grande possibilidade de existência
de vítimas nesses locais. Vamos nos basear na NBR no 10898.

Tipos de sistemas:

a. conjunto de blocos autônomos (instalação fixa);

b. sistema centralizado com baterias;

c. sistema centralizado com grupo moto-gerador;

d. equipamentos portáteis com a alimentação compatível com o tempo de


funcionamento garantido;

50
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

e. sistema de iluminação fixa por elementos químicos sem geração de calor,


atuando a distância;

f. sistemas fluorescentes a base de acumulação de energia de luz ou ativado


por energia elétrica externa.

Conjunto de blocos autônomos

São aparelhos de iluminação de emergência constituídos de um único invólucro


adequado, contendo lâmpadas incandescentes, fluorescentes ou similares:

»» fonte de energia com carregador e controles de supervisão;

»» sensor de falha na tensão alternada, dispositivo necessário para colocá-lo em


funcionamento, no caso de interrupção de alimentação da rede elétrica
da concessionária ou na falta de uma iluminação adequada.

No caso de blocos autônomos, podem ser ligadas uma ou várias lâmpadas em paralelo
para iluminação do mesmo local.

Sistema centralizado com baterias

O sistema centralizado com bateria de acumuladores elétricos deve ser composto de


circuito carregador com recarga automática, de modo a garantir a autonomia do sistema
de iluminação de emergência.

O sistema centralizado de iluminação de emergência com baterias não pode ser utilizado
para alimentar quaisquer outros circuitos ou equipamentos.

As baterias utilizadas devem ser garantidas pelo instalador para uso específico,
garantindo uma vida útil de pelo menos 4 (quatro) anos de uso com perda de capacidade
máxima de 10% do valor exigido na instalação.

Esta garantia deve incluir a variação da capacidade da bateria de acumuladores elétricos


com a temperatura no local de instalação.

Grupo moto-gerador

O grupo moto-gerador deve incorporar:

»» todos os dispositivos adicionais que garantam seu arranque automático


após a falta de energia da concessionária, no máximo, em 12 segundos.

51
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Quando necessário, para garantir os 12 segundos de arranque deve existir


um dispositivo para pré-aquecimento do motor em estado de vigília;

»» deve ser garantido o acesso irrestrito desde a área externa do prédio, sem
passar por áreas com material combustível;

»» ventilação adequada para seu funcionamento com carga máxima, sem


limitação de tempo, em níveis de temperatura externa passíveis de serem
atingidas, na área da instalação do gerador.

A quantidade de combustível armazenada deve:

»» assegurar o funcionamento no tempo de autonomia do sistema de


iluminação de emergência garantido, incluindo o consumo nos arranques
periódicos essenciais e os testes de manutenção preventivos e corretivos;

»» os tanques de armazenamento de combustível devem ser montados


dentro das bacias de contenção, além de possuírem dispositivos de modo
a atender as exigências adicionais que possam ser formuladas em respeito
à segurança. (Hidrante com espuma para atender ao mesmo etc.)

Equipamentos portáteis

São equipamentos transportáveis manualmente (por exemplo, lanternas), situados em


local definido e podendo ser retirados para utilização em outros locais.

Este tipo de equipamento não pode ser usado para indicar saídas de emergência,
aclaramento ou balizamento.

Luminárias

As luminárias para a iluminação de emergência devem obedecer aos seguintes requisitos:

Resistência ao calor

Os aparelhos devem ser construídos de forma que no ensaio de temperatura a 70ºC, a


luminária funcione no mínimo por uma hora.

Ausência de ofuscamento

Os pontos de luz não devem ser resplandecentes, seja diretamente ou por iluminação
refletida.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Quando o ponto de luz for ofuscante deve ser utilizado um anteparo translúcido de
forma a evitar o ofuscamento nas pessoas durante seu deslocamento.

Proteção quanto à fumaça

Quando utilizado anteparo em luminárias fechadas, os aparelhos devem ser projetados de


modo a não permitir a entrada de fumaça para não prejudicar seu rendimento luminoso.

Material

Podem ser utilizados os seguintes tipos de luminárias:

»» Blocos autônomos de iluminação com fonte de energia própria.

»» Luminárias alimentadas por fonte centralizada.

»» Lâmpadas incandescentes, fluorescentes, mistas ou outra forma de gerar


uma iluminação adequada, desde que a iluminação seja conseguida de
imediato, sempre assegurando a radiação da luz na intensidade nominal,
durante sua vida útil garantida.

»» Projetores ou faróis podem ser utilizados somente em caso específicos,


sem a possibilidade de se utilizar outro tipo de luminária, porém nunca
poderão ser utilizados em escadas ou áreas em desnível, onde sombra ou
ofuscamento podem ocasionar acidentes.

»» Os projetores com faróis não podem ser posicionados de forma que


possam impedir, por ofuscamento ou iluminação desfavorável, a inspeção
da área pelas equipes de salvamento.

»» A fixação da luminária na instalação deve ser rígida, de forma a impedir


queda acidental, remoção sem auxílio de ferramenta e que não possa ser
facilmente avariada ou posta fora de serviço.

»» Existem dois tipos de luminárias, uma para indicação de vias de abandono,


balizamento, e outra de iluminação do ambiente, aclaramento.

Localização

»» As luminárias devem ser instaladas abaixo do ponto mais baixo do colchão


de fumaça possível de se formar no ambiente. Este colchão de fumaça
pode baixar até as saídas naturais e de ventilação forçada existente para
eliminar a fumaça com fluxo adequado.

53
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

»» Para sinalização de saída, os pontos de indicação devem ser instalados


abaixo do colchão de fumaça.

»» Nos casos em que a fumaça tenha a possibilidade de invadir totalmente


o ambiente pela falta de ventilação adequada, impedindo a visualização
da rota de fuga, aconselha-se a utilização de indicações com pintura
fosforescente na parede ou no chão, devidamente protegida contra
o desgaste natural, ou faixas no chão com iluminação própria. Esta
iluminação também pode ser instalada nos rodapés, corredores e escadas.

Para aprofundar seus conhecimentos, sugiro que pesquise outros tipos de


iluminação que não são tão comuns.

54
CAPÍTULO 6
Proteção contra descargas
atmosféricas e cuidados com
instalações elétricas

O raio sempre existiu, fazendo parte da própria evolução e formação da Terra. No início,
há milhões de anos, no processo de resfriamento do planeta, tempestades violentas
existiam em abundância. Com o resfriamento da Terra, as tempestades se estabilizaram,
mantendo-se num equilíbrio natural.

O raio é um fenômeno natural que sempre impôs temor aos homens, tanto pelo ruído do
trovão como pelos incêndios e destruições que causa. Foi longo o caminho percorrido
para se descobrir a natureza elétrica das descargas atmosféricas e para se chegar a regras
confiáveis de proteção para propriedades, aparelhos, equipamentos, objetos, animais e,
principalmente, para as pessoas.

Na bibliografia, encontra-se referência a gravuras representando símbolos mitológicos


e ritos desde 2.200 a.C. quando o Deus do Tempo, na Babilônia, era representado nas
gravuras segurando três raios em cada mão.

Na antiguidade, o raio estava sempre associado a deuses e divindades, sendo fartamente


apresentado na literatura grega de 700 a.C, na qual onde os registros mitológicos
mostram Zeus como sendo o deus do raio. Na mitologia chinesa, a deusa Tien Mu
cuidava das trovoadas, e Lien Tsu era o deus do trovão.

Somente mais tarde, no século XVIII, os pesquisadores começaram a associar os raios


às descargas que os físicos obtinham em laboratório e, mais ou menos ao mesmo
tempo, na Europa e nos EUA, foram realizadas experiências demonstrando o caráter
elétrico dos raios e que, por ocasião das tempestades, era possível captar eletricidade
e carregar os corpos da mesma maneira que se fazia com as já então conhecidas
máquinas eletrostáticas.

A experiência mais famosa (já no século XVIII) foi a de Benjamin Franklin, que conseguiu
obter faíscas elétricas entre um fio metálico de uma pipa e objetos metálicos aterrados.

Na Europa, pesquisadores procuraram determinar as reações dos seres vivos à


eletricidade captada na atmosfera por meio de balões com fios metálicos amarrados
em animais, tendo constatado que os equinos reagiam violentamente (davam coices)
enquanto os ovinos pareciam nada sentir (ou suportavam sem reagir). Que todas
essas experiências eram perigosas ficou demonstrado quando um pesquisador russo,
55
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Richman, faleceu ao ser atingido por uma violenta descarga ao procurar captar
eletricidade no alto da catedral de S. Petersburgo.

Franklin propôs, pela primeira vez, um método de proteção contra raios de um edifício:
colocando-se uma ponta metálica pontiaguda, 2,5 a 3,0 metros acima da casa e em
contato com a terra, ela deverá descarregar silenciosamente a nuvem antes que ocorra
o raio, ou conduzirá a descarga para a terra, sem que o edifício sofra danos. A primeira
parte (descarga silenciosa da nuvem) estava errada, mas a segunda parte ainda hoje é
a base do sistema de proteção pelo método do ângulo de proteção, também chamado
método Franklin.

Faraday propôs, posteriormente, a utilização do princípio da gaiola de condutores


percorridos por corrente elétrica. Esse princípio é atualmente utilizado no método
denominado da gaiola ou da malha.

Hoje, para estudar o raio, usa-se um processo mais sofisticado, como o de criar, entre
o laboratório e a nuvem, um caminho de ar ionizado produzido pelo lançamento de
foguetes. Por meio do caminho de ar ionizado, a probabilidade de o raio escoar para a
terra é maior. Dessa maneira, pode-se examinar melhor o raio por meio de máquinas
fotográficas rotativas especiais de alta velocidade, que foram desenvolvidas para
congelar várias tomadas sucessivas do raio, e oscilógrafos especiais podem acompanhar
sua performance.

Formação de cargas nas nuvens


As correntes de ar ascendentes carregam grande quantidade de umidade. Essa umidade,
encontrando nas regiões mais altas uma temperatura baixa, se condensa formando
várias gotículas de água, que ficam suspensas no ar. Essas gotículas aglomeram-se
formando gotas maiores e, pela influência da gravidade, começam a cair. Ao caírem
encontram outras gotículas, aumentando o seu tamanho. Assim, a gota já tendo um
tamanho considerável e o solo da terra sendo negativo, recebe cargas positivas na parte
inferior, e cargas negativas na parte superior.

A gota aumenta de tamanho até ficar com um diâmetro de, aproximadamente, 5mm,
tornando-se instável e fragmentando-se em várias gotículas menores. No momento da
fragmentação, há formação de íons positivos, na parte inferior, e negativos na superior.

Os íons positivos encontram grande quantidade de gotículas de água arrastadas pelo


ar ascendente. A gota ascendente (neutra), durante o choque, entrega elétrons aos
íons positivos descendentes. Dessa maneira, a gota ascendente se torna positiva e o
íon fica neutralizado.

56
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Como essas gotas ascendentes (agora positivas) estão dotadas de grande energia
cinética, conseguem subir até a parte superior da nuvem. Os íons negativos resultantes
da fragmentação de uma grande gota descem até parar, subindo em seguida, também
arrastados pelo ar ascendente. Os íons têm menor energia cinética que as gotículas
positivas e, por isso, elas aglomeram-se na parte inferior da nuvem, deixando-a
carregada positivamente, na parte superior e negativamente na inferior.

Aproximadamente, 95% das nuvens ficam carregadas. Apesar de o fenômeno não ser
bem compreendido, verifica-se que algumas nuvens ficam carregadas ao contrário, isso
é, com cargas positivas embaixo e negativas em cima.

Muitas nuvens, por serem grandes e extensas, podem ter várias ilhas de cargas elétricas.
Desse modo, durante uma tempestade, a nuvem pode se fragmentar, formando nuvens
menores, com possibilidade de diversas combinações de cargas, tais como:

a. nuvens menores com cargas positivas e negativas;

b. nuvem com cargas positivas;

c. nuvem com cargas negativas;

d. nuvem com cargas positivas e negativas não equilibradas.

Essa dissociação, formando diversas nuvens com cargas distintas, vem contribuir ainda
mais com a tempestade. Isso ocorre devido à formação de diversos raios entre nuvens
e deslocamentos entre nuvens de modo aleatório, ocasionados pelas forças de atração e
repulsão das cargas elétricas e pelas forças eletromagnéticas devido à descarga.

Qual o poder destrutivo de uma


descarga atmosférica?

As descargas atmosféricas apresentam um alto poder destrutivo, dada a corrente do


raio (2 a 200 quiloàmperes), apesar de sua curta duração, cujo período crítico na
faixa de dezenas de microssegundos. Entretanto só uma parcela da energia disponível
no raio é que irá atingir as diferentes unidades consumidoras da rede de baixa
tensão: residências, escolas, hospitais, indústrias, estações de telecomunicações,
escritórios etc.

Esses “raios” podem causar destruição de residências que venham a ser atingidas
e frequentemente causam “explosão” de transformadores da rede de energia
elétrica, além de danos eletrodomésticos, mesmo que tenham caído a longa distância
das residências.

57
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Incidência direta (descarga direta)

Ao atingir diretamente as instalações e/ou a rede elétrica a descarga se propaga


estabelecendo valores elevados de sobretensão nos diferentes circuitos de distribuição
em função da impedância dos caminhos percorridos.

Incidência próxima (descarga indireta)

Quando a descarga atinge as proximidades de uma rede elétrica, a existência de


diferentes formas de acoplamento (resistivo, indutivo ou capacitivo) permite que
parte da energia do raio seja transferida para as instalações elétricas, ocasionando o
surgimento de sobretensões nos diferentes circuitos de distribuição.

Efeitos da descarga atmosférica sobre os


seres vivos

Parada cardíaca – ocorre em consequência da exposição aos campos eletromagnéticos,


que geram correntes de circulação no tronco, as quais podem causar fibrilação
ventricular caso o corrente passe pelo coração na fase “T” do ciclo cardíaco. A fase “T”
ocorre entre a diástole e a sístole e tem a duração média de 0,15 segundos, enquanto o
ciclo cardíaco tem a duração média de 0,75 segundos. Existe, pois, uma possibilidade
razoável (4 em 5) de escapar aos campos eletromagnéticos.

Tensão de passo – um ser vivo, com os apoios (pés ou patas) separados, fica sujeito
a uma tensão que provocará a circulação de corrente pelo tronco. Nos bípedes isso,
raramente causa a morte, pois a parcela da corrente que passa pelo coração é muito
pequena; já para os quadrúpedes, a totalidade da corrente passa pelo tronco e é a causa
mais frequente de morte durante as tempestades.

Determinação da necessidade de um Sistema de


Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA)

A NBR no 5.419/2001 define, em seu anexo B, um método para determinar a necessidade


de instalação de SPDA em edificações, levando em consideração a incidência de raios por
região, entre outros critérios. Porém, o CBMDF adota a NT no 1 – exigências para compor
os sistemas de proteção para as edificações de acordo com sua destinação, área e altura.

Definições

Descarga atmosférica: descarga elétrica de origem atmosférica entre uma nuvem e


a terra, consistindo em um ou mais impulsos de vários quiloampères.

58
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Raio: um dos impulsos elétricos de uma descarga atmosférica para a terra.

Ponto de impacto: ponto onde uma descarga atmosférica atinge a terra, uma estrutura
ou o sistema de proteção contra descargas atmosféricas (uma descarga atmosférica
pode ter vários pontos de impacto).

Volume a proteger: volume de uma estrutura ou de uma região que requer proteção
contra os efeitos das descargas atmosféricas.

Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA): sistema completo


destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas. É
composto de um sistema externo e de um sistema interno de proteção.

Sistema externo de proteção contra descargas atmosféricas: sistema que


consiste em captores, condutores de descida e subsistema de aterramento.

Sistema interno de proteção contra descargas atmosféricas: conjunto de


dispositivos que reduzem os efeitos elétricos e magnéticos da corrente de descarga
atmosférica dentro do volume a proteger.

Ligação equipotencial: ligação entre o SPDA e as instalações metálicas, destinadas


a reduzir as diferenças de potencial causadas pela corrente de descarga atmosférica.

Captor: parte do SPDA externo destinado a interceptar as descargas atmosféricas.

Condutor de descida: parte do SPDA externo destinado a conduzir a corrente de


descarga atmosférica desde o captor até o sistema de aterramento. Esse elemento pode
também estar embutido na estrutura.

Sistema de aterramento: parte do SPDA externo destinado a conduzir e a dispersar


a corrente de descarga atmosférica na terra.

Eletrodo de aterramento: elemento ou conjunto de elementos do sistema de


aterramento que assegura o contato elétrico com o solo e dispersa a corrente de descarga
atmosférica na terra.

Eletrodo de aterramento em anel: eletrodo de aterramento formando um anel


fechado em volta da estrutura, na superfície da terra ou enterrado.

Eletrodo de aterramento de fundação: eletrodo de aterramento embutido nas


fundações da estrutura.

Componente natural de um SPDA: componente da estrutura que desempenha


uma função de proteção contra descargas atmosféricas, mas não é instalado para esse
fim (coberturas metálicas, pilares metálicos, armações de aço das fundações etc.).

59
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Instalações metálicas: elementos metálicos situados no volume a proteger, que


podem constituir um trajeto da corrente de descarga atmosférica, tais como estruturas,
tubulações, escadas, trilhos de elevadores, dutos de ventilação e de ar-condicionado e
armações de aço interligadas.

Massa (de um equipamento ou instalação): conjunto das partes metálicas não


destinadas a conduzir corrente, eletricamente interligadas e isoladas das partes vivas,
tais como invólucros de equipamentos elétricos.

Barra de ligação equipotencial: barra condutora na qual se interligam ao SPDA as


instalações metálicas, as massas e os sistemas elétrico, eletrônico e de telecomunicação.

Armações de aço (interligadas): armações de aço embutidas numa estrutura de


concreto, que asseguram continuidade elétrica para as correntes de descarga atmosférica.

Centelhamento perigoso: descarga elétrica inadmissível, provocada pela corrente


de descarga atmosférica no interior do volume a proteger.

Distância de segurança: distância mínima entre dois elementos condutores no


interior do volume a proteger, que impede o centelhamento perigoso entre eles.

Conexão de medição: conexão instalada de modo a facilitar os ensaios e medições


elétricas dos componentes de um SPDA.

SPDA externo isolado do volume a proteger: SPDA no qual o captor e os


condutores de descida são instalados suficientemente afastados do volume a proteger,
de modo a reduzir a probabilidade de centelhamento perigoso.

SPDA externo não isolado do volume a proteger: SPDA no qual o captor e os


condutores de descida são instalados de modo que o trajeto da corrente de descarga
atmosférica pode estar em contato com volume a proteger.

Estruturas comuns: estruturas utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas,


administrativos ou residenciais.

Nível de proteção: termo de classificação de um SPDA que denota sua eficiência.


Esse termo expressa a probabilidade de um SPDA proteger um volume contra os efeitos
das descargas atmosféricas.

»» Nível I: é aquele no qual uma falha no SPDA poderá causar danos às


estruturas vizinhas ou ao meio ambiente.

»» Nível II: é aquele no qual uma falha no SPDA poderá causar danos
elevados ou destruir bens insubstituíveis, porém com os danos restritos

60
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

à estrutura e seu conteúdo. Também se incluem nessa classificação os


locais onde haja aglomeração de público.

»» Nível III: é aquele destinado a estruturas de uso comum (residências,


escritórios etc.).

»» Nível IV: é aquele destinado a estruturas de material não inflamável,


com pouco acesso de pessoas e que não armazene material inflamável.

Condições gerais

A fim de se evitar falsas expectativas sobre o sistema de proteção, gostaríamos de fazer


os seguintes esclarecimentos:

a. A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza


absolutamente imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas
características elétricas (intensidade de corrente, tempo de duração etc.),
como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência
sobre as edificações.

b. Nada, em termos práticos, pode ser feito para se impedir a “queda” de


uma descarga em determinada região. Não existe “atração” a longas
distâncias, sendo os sistemas prioritariamente receptores. Assim sendo,
as soluções internacionalmente aplicadas buscam tão somente minimizar
os efeitos destruidores a partir da colocação de pontos preferenciais de
captação e condução segura da descarga para a terra.

c. A implantação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas


atmosféricas é normalizada internacionalmente pela International
Eletrotecnical Comission (IEC) e em cada país por entidades próprias
como a ABNT (Brasil), NFPA (Estados Unidos) e BSI (Inglaterra).

d. Somente os projetos elaborados com base em disposições dessas normas


podem assegurar uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto,
essa eficiência nunca atingirá os 100%, estando, mesmo essas instalações,
sujeitas a falhas de proteção. As mais comuns são a destruição de
pequenos trechos do revestimento das fachadas de edifícios ou de quinas
da edificação ou ainda de trechos de telhados. A norma brasileira prevê
eficiência de 98% para nível I, 95% para nível II, 90% para nível III e 80%
para nível IV.

e. Não é função do sistema proteger equipamentos eletroeletrônicos (comando


de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas,

61
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

subestações etc.), pois mesmo uma descarga captada e conduzida à terra


com segurança, produz forte interferência eletromagnética, capaz de
danificar esses equipamentos. Para sua proteção, deverá ser contratado
um projeto adicional, específico para instalação de supressores de surto
individuais (protetores de linha).

f. Os sistemas implantados de acordo com a norma, visam à proteção da


estrutura das edificações contra as descargas atmosféricas que a atinjam
de forma direta, tendo a NBR no 5.419 da ABNT como norma básica.

g. É de fundamental importância que, após a instalação, haja uma inspeção


periódica anual a fim de se garantir a confiabilidade do sistema. São
também recomendadas inspeções após reformas que possam alterar o
sistema e toda vez que a edificação for atingida por descarga direta.

Dicas de proteção

Para-raios externos

São projetados para projetar as edificações e, em parte, as pessoas que nelas estão. A
sua função é levar a energia do raio com segurança para a terra. Sua instalação deve
seguir norma específica (ABNT no 5419:2001) por técnicos especializados. O para-raios
externo não protege os aparelhos eletroeletrônicos, pois não elimina os surtos elétricos.

Aterramento

O aterramento é a ligação elétrica intencional com a terra através de um fio condutor de


segurança (fio terra) e hastes metálicas cravadas no solo. Na maioria das residências,
o fio neutro também é condutor de segurança (esquema TNC da norma técnica) e é
instalado e aterrado junto ao medidor de entrada de energia (relógio de luz). Mas
atenção, o fio terra, isoladamente, não protege o aparelho dos surtos elétricos.

Como proteger seus equipamentos

Filtros de linha, estabilizadores e nobreak

O item 5.5 da NBR no 5410:1997 – Proteção contra quedas e faltas de


tensão regulamenta estas instalações.

São utilizados em computadores e equipamentos eletrônicos que necessitem de um


fornecimento de energia ininterrupto e estável. Também é possível proteger os
equipamentos ligados à rede telefônica. Os filtros de linha eliminam ou atenuam
62
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

apenas ruídos de radiofrequência e interferências eletromagnéticas geradas na própria


instalação. Já os estabilizadores funcionam para minimizar variações lentas e pequenas
de tensão na rede elétrica. A principal função do nobreak é fornecer energia ininterrupta
aos equipamentos, mesmo na ausência total de energia proveniente da rede elétrica.

Os filtros de linhas, estabilizadores e nobreak não protegem totalmente os


equipamentos, pois eles não oferecem proteção contra os surtos elétricos.

Dispositivo protetor de surto (DPS)


O item 5.4.3 da NBR no 5410:1997 – Sobretensões de origem atmosférica
regulamenta estas instalações.

Um dos dispositivos disponíveis no mercado são os Dispositivo Protetor de Surtos


(DPS). É um equipamento eletrônico que fica instalado junto ao quadro de distribuição
central de rede elétrica, como se fosse um disjuntor, porém fica em paralelo com a rede
elétrica da residência, não interrompendo a distribuição de energia em caso de mau
funcionamento deste dispositivo.

Como o próprio nome diz, este dispositivo só protege as instalações contra os surtos, ou
seja, quando uma descarga atmosférica incide direta ou indiretamente na rede elétrica
que alimenta sua residência, a corrente induzida que atingiria os equipamentos, caso
este não fosse utilizado, passa por ele.

São indicados para regiões onde a incidência de descargas atmosféricas é igual ou


superior a 25 dias/ano e estão disponíveis para proteção de surtos de 8kA a 90kA.

Quando os aparelhos não possuem protetores adequados, em caso de


tempestades, desligá-los da tomada é o mais recomendado.

Como se proteger durante as tempestades


Atitudes e cuidados simples podem evitar prejuízos e acidentes. Fique esperto!

Dicas de segurança dentro de casa:

»» não tome banho durante as tempestades;


63
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

»» não use chuveiro ou torneira elétrica (secador, chapinha etc.);

»» evite contato com qualquer objeto que possua estrutura metálica, tais
como fogões, geladeiras, torneiras, canos etc.

»» Evite ligar aparelhos e motores elétricos, para não queimá-los;

»» afaste-se das tomadas e evite utilizar o telefone;

»» desconecte das tomadas Todos os aparelhos e eletrônicos tais como


televisores, computadores, som etc.;

»» desligue os fios de antena dos aparelhos.

No banho
Evite usar chuveiro. Tomar banho durante tempestades não significa que o raio vá cair
dentro da sua casa, mas pode atingir as linhas de energia na rua e provocar sobretensão
na rede. O resultado pode ser um choque em quem estiver debaixo d´água.

Telefone
Falar ao telefone também pode ser perigoso e deve ser evitado devido à sobretensão
na rede. Se os aparelhos eletroeletrônicos não estiverem protegidos, é recomendável
mantê-los desligados.

Nadando
Em superfícies lisas como piscinas, rio ou mar, a cabeça do banhista é o ponto mais alto
na área, atraindo os raios.

No futebol
O perigo aqui é similar ao que ocorre quando está nadando.

Zona rural
O problema também existe no campo. Se um trabalhador estiver arando a terra ou
dirigindo um trator sem capota, ele corre riscos. Em uma cabine sem proteção, a cabeça
é o ponto mais alto.

Árvores
Ficar em locais onde há uma árvore pode ser arriscado. A árvore atrai o raio. Numa
floresta, a situação é diferente.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Carro

Permanecer dentro do carro é uma ótima proteção, pois o veículo é blindado a raios. É
bom fugir do contato com material inflamável.

Consulte a NR 10 que se trata de serviços em instalações elétricas. A maioria dos


eletricistas fazem curso da NR 10.

65
CAPÍTULO 7
Proteção contra problemas decorrentes de
utilização de gás em prédios e moradias

Gás liquefeito de petróleo (GLP)

Constituição: mistura de butano e propano (queima) e mercaptano, responsável pelo


odor.

O gás é envasado em botijões de 13 kg mais conhecido também como botijão de gás de


cozinha.

O GLP é um gás inflamável, atóxico, porém , asfixiante (porque toma o lugar do


oxigênio), é mais denso que o ar e, consequentemente, em caso de vazamentos, ocupará
o aambiente dos pontos mais baixos para os mais altos, podendo penetrar em ralos,
valetas, galerias, sistemas de ventilação etc.

Para que o GLP se inflame, após alguma concentração, necessitará apenas de uma
centelha (faísca) que são facilmente encontradas em fontes como relês de motores de
geladeiras, interruptores de luz, aparelhos elétricos etc.

Um botijão de GLP por si só não explode; o que ocorre é uma instantânea queima do gás
que está acumulado no ambiente e que se espalhou por vazamento, o que dá uma sensação
de explosão. Ou seja, o grande risco com GLP está nos vazamentos e posteriormente na
produção de uma faísca que originará num primeiro momento uma queima instantânea
do gás, e num segundo momento, haverá a continuidade do incêndio caso este gás
continue vazando, podendo tornar um incêndio de grandes proporções caso não seja
contido rapidamente.

Portanto, a correta manipulação dos botijões e seus acessórios, bem como um


treinamento adequado é de vital importância para a segurança.

A maioria dos incêndios é causada por falhas humanas e não por falha dos equipamentos.
Como exemplo citamos: passar a mangueira por trás do fogão, sair de casa e esquecendo
panelas no fogo, manter botijões de gás dentro das residências e recintos fechados,
o acoplamento errado da válvula reguladora, os equipamentos após o vencimento do
prazo de validade etc.

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Além dos populares P13 também existem os seguintes:

P2 – botijão contendo 2 (dois) kg de GLP, é utilizado em lampiões, no camping, na


pesca, em estabelecimentos comerciais e em residências.

P20 – botijão contendo 20 kg de GLP e são projetados unicamente para uso em


empilhadeiras.

P45 – botijão contendo 45 kg de GLP e podem ser utilizados em bares, restaurantes,


hospitais, pequenos comércios condomínios e também em residências

Todos os botijões acima de 5 (cinco) kg possuem válvulas de segurança.

Situações de riscos com GLP


Vazamento sem fogo: é o mais perigoso. Não ligar e nem desligar a eletricidade para
evitar fagulhas e explosão.

Adentrar ao ambiente sem calçados. Ventilar o local abrindo lentamente portas e janelas
e transportar o botijão para local aberto e ventilado, longe de riscos.

Vazamento com fogo: Proteger os materiais em volta do botijão Só devemos apagar o


fogo se pudermos transportar o botijão imediatamente para um local seguro e ventilado.

Explosão: o único botijão que pode explodir é aquele que não possui válvula de
segurança, portanto, os de 1 (um) e 2 (dois) kg.

Vantagens do GLP
Comparado a outros combustíveis, o GLP apresenta vantagens técnicas e econômicas,
associando a superioridade dos gases na hora da queima com a facilidade de transporte e
armazenamento dos líquidos. Como gás, sua mistura com o ar é mais simples e completa,
o que permite uma combustão limpa, não poluente e de maior rendimento. Liquefeito,
sob suave pressão na temperatura ambiente, pode ser armazenado e transportado com
facilidade, inclusive em grandes quantidades.

O rendimento do GLP e seu poder calorífico também são comparativamente mais elevados.

Armazenamento de GLP

O gás de cozinha é amplamente conhecido na forma dos botijões P13, chamado de gás
de cozinha. Pelas vantagens citadas, ampliou-se o seu uso em restaurantes, lavanderias,
67
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

entre tantos outros, contudo, esses necessitam de grande quantidade de gás e menor
perda de tempo possível na troca do recipiente. Por tudo isso, aliado à segurança, foi
estabelecida a alimentação de GLP por meio de centrais que atendessem essa demanda,
podendo ser de recipientes fixos ou transportáveis.

A necessidade é que define se o armazenamento de GLP será em recipientes de


grande ou de pequeno porte. Os recipientes com capacidade até 0,25 metros cúbicos
são classificados como recipientes transportáveis, que podem ser deslocados cheios,
manualmente ou por qualquer outro meio.

Os Recipientes com capacidade superior a 0,25 metros cúbicos são classificados como
estacionários, pois são recipientes fixos, devendo ser abastecidos “in loco”, ou seja,
a granel.

A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende do uso que


se pretende dar ao GLP. Os diferentes conjuntos técnicos são definidos por normas
técnicas e de segurança, que orientam tanto a fabricação de seus componentes como
sua instalação.

Os botijões são fabricados com chapas de aço capazes de suportar altas pressões,
conforme prevê as normas técnicas de segurança da Associação Brasileira de Normas
Técnica (ABNT). O gás dentro dos botijões encontra-se no estado líquido e no de vapor.
Do volume do botijão, 85% é de gás em fase líquida e 15% em fase de vapor, o que
constitui um espaço de segurança que evita uma pressão elevada dentro do botijão.

P2

As botijas de 2 (dois) kg (P2) foram concebidas para operar sem regulador de pressão.
São indicados para fogareiros de acampamentos, lampiões a gás e maçaricos para
pequenas soldagens.

A válvula de saída de gás é acionada por uma mola, que retorna automaticamente
quando da desconexão. Quando aquecido, há aumento da temperatura interna e grande
risco de explosão, pois não possui uma válvula de segurança.

P5 e P13

Os botijões de 13 kg (P13) são os recipientes de gás mais populares do País.

São usados basicamente para cozinhar, tanto nas residências como em bares e
lanchonetes de pequeno porte. A válvula de saída de gás também é acionada por uma
mola, que retorna automaticamente quando da desconexão, mas nesse caso existe

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

uma válvula de segurança, o plugue-fusível. Ele é fabricado com uma liga metálica de
bismuto que derrete quando a temperatura ambiente atinge 78°C. O P5 é idêntico ao
P13, mas é pouco conhecido.

P20

O GLP também pode ser utilizado como combustível para motores de veículos a
combustão, como as empilhadeiras, que utilizam um recipiente especial de 20 kg (P20).
É o único vasilhame de GLP que deve ser utilizado na horizontal, pois todo o seu sistema é
planejado para funcionar nessa posição. A partir desse recipiente, todos possuem registro
de corte na saída de gás.

P45 e P90

Os botijões de 45 e 90 kg (P45 e P90) são indicados para as instalações centralizadas


de gás que permitem maior versatilidade no uso do GLP. Servem tanto para abastecer
forno e fogão, como para o aquecimento de água e ambiente, refrigeração e iluminação.
O P45 é utilizado em residências, condomínios, restaurantes, lavanderias e indústrias
ou para consumidores institucionais, como hospitais ou escolas. Os botijões de 90 kg
são empregados pelo mesmo tipo de consumidores, mas de maior porte.

A válvula de passagem de gás nesses dois tipos de vasilhames é a de fechamento manual.


Eles também são equipados com uma válvula de segurança que libera a passagem do
gás sempre que houver um grande aumento de pressão no interior do recipiente devido
ao aquecimento do ambiente (aprox. 78° C).

P125, P180 e P190

Os botijões de 180 e 190 kg, e agora o mais recente de 125 Kg (apesar de este último
ser um recipiente transportável) são preferidos como centrais estacionárias devido à
dificuldade de remoção. Também possuem válvula de passagem de gás de fechamento
manual, válvula de segurança para aumento de pressão e alguns são dotados ainda com
indicador de nível do GLP.

Centrais de GLP

Para tratar desse assunto, adotaremos três normas: a NBR no 13.523/1995 (Central
Predial de GLP); a NBR no 13.932/1995 (Instalações Internas de GLP); e a NT no
05/2002-CBMDF, que define parâmetros gerais a serem adotados no DF. Além dessas,
a NBR no 14.570 e a NR no 13 do Ministério do Trabalho serão citadas.

69
UNIDADE ÚNICA │ PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Pelo próprio título das NBRs, elas não se aplicam à instalação de um aparelho a um
só recipiente com capacidade inferior a 0,032 m3, quer seja ligado por mangueira ou
tubo flexível (item 1 da 13.932 e 2.3 da 13.523). Nesse caso, adota-se apenas a NT no 5,
a exceção de residência unifamiliar. Outra restrição é que a NBR no 13.523 é aplicada a
centrais transportáveis até 4.000 Kg e estacionárias até 8.000 Kg (item 1.1 da 13523).

As centrais possuem três classificações:

1. Quanto ao transporte:

›› Transportável (P45 e P125).

›› Estacionário (P180 a P4000).

2. Quanto ao abastecimento:

›› Troca (transportáveis).

›› A granel (estacionários).

3. Quanto à posição em relação ao solo:

›› Aérea (transportável ou estacionária).

›› Subterrânea: enterrada (abaixo da superfície do solo circundante).

›› Aterrada (acima do nível do solo circundante).

A central de GLP é a área delimitada que contém os recipientes e acessórios destinados


ao abastecimento da edificação. Além desses, fazem parte do sistema: tubulação,
válvulas, medidores de consumo e componentes ligados a ela.

A localização da central é uma escolha estratégica, pois deve ser no exterior da edificação
para propiciar um ambiente ventilado e um acesso fácil e desimpedido, não só para a
carga e descarga de botijões/GLP, mas principalmente para o socorro (item 5.1.5 da
NBR no 13.523). O mesmo ocorre com a localização das tomadas de descarga caso não
esteja na central a granel, pois o local de estacionamento do caminhão abastecedor deve
ser de forma que a mangueira de abastecimento não passe em locais de concentração de
público (item 5.2.18 da NBR no 13.523).

Essa exigência de que seja no exterior da edificação pode ser dispensada no caso de
edificações existentes em que for oficialmente comprovado que não há espaço físico
exterior para a instalação da central. Nesse caso, a central poderá ficar dentro da
projeção horizontal da edificação desde que atenda as condições de segurança, exigidas
pelo CBMDF, e de boa ventilação (item 4.2.2 da NT no 5).

70
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

Apesar dessa vantagem, não é permitido que essas centrais sejam instaladas em forros,
terraços de coberturas ou sob as edificações. Dessa forma, e pelo critério de ventilação,
só resta como opção o pavimento do nível do logradouro público (item 5.2.5 e 5.2.14.1
da NBR no 13.523).

A área da central aérea transportável é delimitada pelo abrigo, constituído de material


“incombustível” (item 5.1.3 da NBR no 13.523) que suporte ao fogo (Tempo de Resistência
ao Fogo (TRF)), no mínimo, por duas horas (item 4.2.7 da NT no 5). A NT no 5 admite
que o abrigo seja de concreto com espessura mínima de 3 cm (item 4.2.1 da NT no 5), ou
seja, define o padrão para TRF 2h.

O piso também possui características próprias: deve ser firme, nivelado e de material
“incombustível”. A estabilidade dos recipientes é atendida por esses critérios, contudo,
para que seja atendido o da ventilação, deve ter ainda nível superior ao piso circundante,
de forma que não haja rebaixamentos que acumulem água ou gás (itens 5.1.9 e 5.1.11 da
NT no 5).

A maior preocupação da fiscalização, projeto e execução deve ser a ventilação do


ambiente, requisito que será mencionado inúmeras vezes. Além da ventilação por meio
da localização, os abrigos devem possuir ventilação lateral nas partes superior e inferior
devidamente protegidas por telas metálicas com abertura de malha entre 3 a 7mm (três
a sete milímetros). Também deve haver ventilação frontal por meio de porta do tipo
veneziana ou porta telada com as mesmas características citadas anteriormente (item
4.2.7 da NT no 5).

Foi pensando nessa necessidade de ventilação e na facilidade do corte do fornecimento


de GLP por meio de um só registro que não se aplica no DF o item 5.1.8 da NBR no 13.523
que permite a subdivisão da central em centrais menores. (item 4.2.8 da NT no 5)

A área da central aérea estacionária é delimitada por uma cerca de tela, gradil ou
elemento vazado com 1.8 m de altura, contendo, no mínimo, dois portões em lados
opostos assegurando a ventilação na área (item 5.2.15 da NBR no 13.523).

As centrais subterrâneas não necessitam nem de abrigo nem de cercas de proteção,


tendo sua área delimitada apenas com estacas e correntes (item 5.2.16 da NBR no
13.523). A única proteção é que ambas (enterrada e aterrada) devem distar de 30 cm
da superfície do solo a contar do costado do tanque. Dessa forma, os taludes de terra
compactada da central aterrada também devem atender os 30 cm.

71
CAPÍTULO 8
Códigos e legislação de segurança
contra incêndio e pânico

As Legislações e normas são alteradas de acordo com cada estado, o que permanece são
as Normas Regulamentadoras.

Fique atento no estado em que você mora, pois pode haver mudanças.

MJ cria proposta de Lei Nacional de


Segurança Contra Incêndio e Pânico
O projeto de lei trata dos critérios para classificação das edificações e áreas de risco;
medidas e exigências de segurança; fiscalização; responsabilidades e penalidades.

A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), começou a avaliar a minuta do


projeto de lei que estabelece diretrizes nacionais de segurança contra incêndio e pânico.
A proposta foi construída por um grupo de trabalho (GT) composto por representantes
dos Corpos de Bombeiros Militares de vários estados. O texto final deve ser encaminhado
ao Congresso Nacional até o final deste ano.

O conteúdo da proposta de regulamentação começou a ser redigido no mês de abril,


quando aconteceu a primeira reunião do GT. Além de membros da Senasp, os trabalhos
contaram com a contribuição da Liga Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares
(LIGABOM), por meio de representantes de diversos estados e Distrito Federal. Com
cerca de 30 artigos, o projeto de lei trata dos critérios para classificação das edificações
e áreas de risco; medidas e exigências de segurança; fiscalização; responsabilidades e
penalidades.

A proposta traz também diretrizes quanto ao direito de defesa, procedimentos de


aplicação de multa e tratamento simplificado para regularização das microempresas,
o que dará maior celeridade ao processo de licenciamento. Sugere-se ainda que as
unidades da federação criem legislações complementares à lei nacional e mantenham
esforços na universalização dos serviços de bombeiros militares.

Dessa forma, o GT conclui seus trabalhos apresentando também um modelo de decreto


a ser usado pelos estados e Distrito Federal, auxiliando-os a instituir um regulamento
próprio de segurança contra incêndio nas edificações e área de risco. A ideia é alinhar
as legislações estaduais, protegendo vidas, reduzindo danos ao meio ambiente e

72
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS │ UNIDADE ÚNICA

fomentando o desenvolvimento de uma cultura prevencionista de segurança contra


incêndio e pânico.

O GT que propõe regulamentação nacional foi criado pela Senasp no mês de março,
juntamente com outros três grupos de trabalho, voltados a regulamentar as atividades
dos Corpos de Bombeiros Militares e dos Bombeiros Civis, Municipais e Voluntários;
padronizar os procedimentos operacionais para os Corpos de Bombeiros e criar um
programa educacional nas escolas para prevenir incêndios e desastres.

O Grupo de Trabalho que irá propor Procedimentos Operacionais Padrão (POP),


para os Corpos de Bombeiros deverá reunir-se nos dias 24, 25 e 26 deste mês. Os
profissionais que compõem o grupo já concluíram o manual e passam agora para
a fase de revisão do material, que traz técnicas e ações padronizadas de resposta a
situações de emergências, tanto no que diz respeito à prevenção e combate a incêndio,
quanto à busca e salvamento, atendimento pré-hospitalar, resgate e atividades com
produtos perigosos.

Investimentos

Nos últimos dois anos, a Senasp entregou às unidades da federação 70 viaturas, 506
aparelhos autônomos de ar comprimido respirável e 67 conjuntos desencarceradores
hidráulicos, utilizados em acidentes automobilísticos. O valor disponibilizado para a
compra desses equipamentos foi R$ 9,6 milhões. Até 2014, serão investidos mais R$ 40
milhões para aquisição de 27 veículos operacionais do tipo Auto Bomba Tanque (ABT),
usados no combate a incêndios.

Outro foco do governo federal é a capacitação desses profissionais. Desde 2005, cerca
de 44 mil bombeiros brasileiros já fizeram ao menos um dos 52 cursos que lhes são
ofertados pela Rede Nacional de Educação a Distância (EAD) da Senasp. Na área
específica da atividade de bombeiro militar, a Rede dispõe de cursos como “Emergencista
Pré-Hospitalar”, “Sistema de Comando de Incidentes”, “Segurança Contra Incêndio” e
“Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos”.

Fonte: <http://www.justica.gov.br/noticias/mj-cria-proposta-de-lei-nacional-de-
seguranca-contra-incendio-e-panico>

Pesquise a legislação vigente no seu estado e veja as principais características.


Geralmente você encontra os arquivos on-line no formato .pdf . Sugiro que ao
pesquisar, salve nos seus documentos para quando precisar tenha a pronto uso.

73
Para (não) Finalizar

Nesse módulo passamos as principais informações gerais sobre Prevenção de Incêndios,


mas tenham o hábito de nunca mais rever esse conceitos básicos. Por várias vezes
citamos que as normas mudam de tempos em tempos. Esteja sempre atualizado.

Como tarefa valendo nota envie pelo memorial uma análise sobre a legislação de
Segurança contra Incêndio e Pânico vigente no seu estado em cima da empresa que
você trabalha, contendo as seguintes informações:

Nome da empresa, segmento, estado e número de funcionários.

Verifique as instalações de extintores, sinalizações, saídas, plano de abandono etc. e veja


se tudo está de acordo com a legislação vigente, e caso não esteja aponte as soluções.

Caso não queira ou não possa fazer na sua empresa, escolha um local para observar, tais
como shopping, teatro, parque etc.

74
Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR no 13.523 – Central


predial de gás liquefeito de petróleo (GLP). 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR no 13.932 – Instalações


internas de gás liquefeito de petróleo (GLP) – Projeto e execução. 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR no 14.570 – Instalações


internas para uso alternativo dos gases GN e GLP – Projeto e execução. 2000.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. NT no 5 – Central


predial de gás liquefeito de petróleo. 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR no 14.432 – Exigências


de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento. 2001.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO. Instrução


Técnica no 2 – Conceitos Básicos de Proteção contra Incêndio. 2004.

FIRE FIGHTING. Curso de bombeiro industrial. Campinas, 2005.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO. Instrução Técnica


no 14 – Carga de incêndio nas edificações e áreas de risco. 2004.

FREITAS, Osvaldo N.; SÁ, José Marques de. Manual técnico-profissional para
bombeiro. 3. ed. Brasília – DF. 1993.

GOMES, Ary Gonçalves. Sistemas de prevenção contra incêndios. Interciência.


Rio de Janeiro. 1998.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO. Procedimento


Operacional Padrão (POP).

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR no 9.077 – Saídas de


emergência em edifícios. 2001.

75
REFERÊNCIAS

Sites
<http://www.areaseg.com/fogo>/

<http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-composicao-ar.htm>

<http://www.casaolivetti.com.br/classes.html>

<http://dgst.cbmerj.rj.gov.br/>

<http://www.dme-pc.com.br/bv_oc_dicas_raiosetempestades.php>

<http://www.justica.gov.br/noticias/mj-cria-proposta-de-lei-nacional-de-seguranca-
contra-incendio-e-panico>

<http://www.bombeiros.pb.gov.br/wp-content/uploads/2013/05/NT-DAT-006-2013-
SINALIZA%C3%87%C3%83O-DE-SEGURAN%C3%87A-E-EMERG%C3%8ANCIA-
CONTRA-INC%C3%8ANDIO-E-P%C3%82NICO-PDF.pdf>

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