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Pós-Graduação em

Ciências Humanas: Sociologia, História


e Filosofia

CONSUMO: O BEM E
O MAL COMO DUAS
FACES DE UM MESMO
FENÔMENO
Com Gilles Lipovetsky e Claudia Musa Fay

O futuro é sempre a promessa de que alguma


coisa possa melhorar.

Lya Luft
Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA BÁSICA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Veja as principais ideias e ensinamentos trabalhados ao longo da aula.

ARTIGOS 38

Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos e vídeos sugeri-
dos pelo professor PUCRS.

RESUMO DA DISCIPLINA 39

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 40

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
Conheça
c seus professores

-
GILLES LIPOVETSKY
Professor convidado

Filósofo francês, Lipovetsky é um dos pensadores mais


respeitados da atualidade. Teórico da hipermodernidade e da
pós-modernidade, é considerado um intelectual de referência
para os temas da moda e do consumo. É autor de best-
sellers como “O império do efêmero: a moda e seu destino
nas sociedades modernas”, “A era do vazio: ensaios sobre o
individualismo contemporâneo” e “O crepúsculo do dever: a
ética indolor dos novos tempos democráticos”. Seus livros
foram publicados em vários países e traduzidos para mais
de 18 idiomas. No governo francês, foi membro do Conselho
Nacional de Currículo até 2005 e, hoje, integra o Conselho de
Análise da Sociedade, órgão de apoio ao primeiro-ministro
francês presidido pelo filósofo Luc Ferry. Em 2003, recebeu
a condecoração de Cavaleiro da Legião de Honra.

CLAUDIA MUSA FAY


Professor PUCRS

Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul (1985), mestrado em História pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1990) e
doutorado em História pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (2001). Atualmente, é professora adjunta da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul e professora do
Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS, orientando
trabalhos de mestrado e doutorado. Tem experiência na área
de História, com ênfase em História Moderna e Contemporânea,
atuando principalmente nos seguintes temas: aviação civil,
História Contemporânea, História do Brasil, história de empresas,
História Oral, migração e deslocamentos. É coordenadora do
LAPHO -Laboratório de História Oral do PPGH-PUCRS.

3
Ementa da Disciplina

Exame de questões de consumo nas sociedades contemporâneas.


Estabelecimento de relações entre a sustentabilidade e o aumento do consumo.
Hiperconsumo e a nova economia.

4
Bibliografia básica
a

-
As publicações destacadas têm acesso gratuito.

Bibliografia básica

ANDERSON, Chris. A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho.


Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades


modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

______. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2007.

Bibliografia complementar

BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. São Paulo: Edições 70, 2005.

FEATHERSTONE, Mike. Cultura de consumo e pós-modernismo. São Paulo: Studio


Nobel, 1995.

LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

______. A sociedade da decepção. Barueri: Manole, 2007.

LUNA-CORTES, Gonzalo. The influence of symbolic consumption on the intensity of


digital social networks use and the perceived value of experiences. Innovar, Bogotá,
v. 27, n. 64, p. 37-50, jun. 2017.

5
o o
O que compõe

s
Mapa da Aula?
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam
momentos importantes da disciplina,
servindo como o norte para o seu FUNDAMENTOS
aprendizado.
Conteúdos essenciais sem os quais
você pode ter dificuldade em
compreender a matéria. Especialmente
importante para alunos de outras
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
áreas, ou que precisam relembrar
assuntos e conceitos. Se você estiver
Questões objetivas que buscam
por dentro dos conceitos básicos dessa
reforçar pontos centrais da disciplina,
disciplina, pode tranquilamente pular
aproximando você do conteúdo de
os fundamentos.
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​
CURIOSIDADES
Apresentação de figuras públicas
e profissionais de referência
PALAVRAS-CHAVE mencionados pelo(a) professor(a),
além de fatos e informações que dizem
Conceituação de termos técnicos, respeito à conteúdos da disciplina.
expressões, siglas e palavras específicas
do campo da disciplina citados durante
a videoaula. DESTAQUES
Frases dos professores, que resumem
sua visão sobre um assunto ou
VÍDEOS situação.​

Assista novamente aos conteúdos


expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar ENTRETENIMENTO
vídeos mencionados em sala de aula.
Lembre-se que a diversificação de Inserções de conteúdos da equipe de
estímulos sensoriais na hora do estudo design educacional para tornar a sua
otimiza seu aprendizado. ​ experiência mais agradável e significar
o conhecimento da aula.​

CASE
Neste item você relembra o case
analisado em aula pelo professor. ​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
MOMENTO DINÂMICA segue até onde a sua curiosidade
alcança. Aqui você encontra uma lista
Aqui você encontra a descrição
de indicações de leitura. São artigos e
detalhada da dinâmica realizada pelo
livros sobre temas abordados em aula.​
professor em sala de aula com os alunos. ​

6
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

01:46 O culto hedonista

O fenômeno da individualização
da sociedade, das aspirações,
CURIOSIDADE comportamentos e gostos é um elemento
03:24 central da história recente. O culto
Max Weber hedonista se manifesta, naturalmente, por
meio da explosão do hiperconsumo, a
qual é acompanhada de uma celebração
do gozo, dos prazeres, do escapismo e do
entretenimento.

Tal centralidade atribuída ao prazer não


nasceu exatamente com o advento das
novas tecnologias, uma vez que a cultura
e os comportamentos humanos passaram
Jurista e economista, é considerado
por um processo radical de transformação
um dos pais fundadores da Sociologia.
com o surgimento da sociedade de
Notabilizou-se pelos estudos sobre o sistema
consumo e da comunicação.
capitalista, principalmente pela obra “A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo”,
publicada em 1904. Para Weber,
características específicas do protestantismo
PALAVRA-CHAVE
alimentaram o surgimento do capitalismo, da 04:55
burocracia e do Estado racional e legal nos
países ocidentais. Epicurismo: Baseado nos preceitos
de Epicuro de Samos, filósofo
ateniense do século IV a.C., é um
sistema filosófico que prega a
moderação dos prazeres com o
intuito de atingir um estado de
O culto hedonista valoriza o 06:31 tranquilidade e de libertação do
presente dos indivíduos, os medo, ausentando-se do sofrimento
gozos do presente. corporal através do conhecimento
sobre o funcionamento do mundo e
da limitação dos desejos.

7
Hoje em dia, o que é legítimo 07:56
é ser feliz e gozar nesta Terra.

10:30 O culto ao corpo

O sucesso dos esportes radicais, em


detrimento dos tradicionais esportes
coletivos de competição, revela que o
culto ao corpo ganhou novos contornos
O hiperindividualismo é 15:40 na sociedade hipermoderna. São esportes
essencialmente narcísico. sinestésicos, dionisíacos, pois permitem
escapar da gravidade.

As tecnologias de bem-estar, como a


sauna e a talassoterapia, bem como o
Esta obsessão pelo bem- 16:39
desenvolvimento considerável de práticas
estar e pela melhor aparência
da beleza, como produtos de maquiagem
é acompanhada de uma
verdadeira medicalização de e produtos anti-envelhecimento,
comportamentos, de modos também são sintomas de uma espécie
de vida na sociedade. de individualismo demasiadamente
preocupado com as aparências, com o
gozo e o bem-estar sensorial.

O culto à saúde, intensificado pela


PALAVRA-CHAVE pandemia de COVID-19, estimula o
20:14 uso e a proliferação de medicamentos,
exames e consultas médicas - uma
Contracultura: Com auge na década
de 1960, foi um movimento baseado verdade sociedade da prevenção. O
na mobilização e na contestação hiperindividualismo é, sobretudo, ansioso,
social com ampla participação da na medida em que nos preocupamos com
juventude. O enfrentamento ao tudo.
conservadorismo, as transformações
da consciência, dos valores e do
comportamento, e a invenção de
novos estilos foram alguns de seus
principais elementos.

O individualismo 20:25
contemporâneo é um
individualismo ansioso.

8
21:29 O culto à psicologia

A nova cultura hiperindividualista é


profundamente moldada pela cultura
da psicologia, isto é, pelas referências
CURIOSIDADE centradas nas relações de alteridade, na
23:09 escuta do e com o outro, na escuta e na
satisfação dos desejos.
Michel Foucault
Hoje, a educação autoritária, na escola e
no âmbito familiar, é bastante mal vista
e formalmente rejeitada. E por razões
muito claras: a educação psicológica
consiste em dar autoconfiança às crianças,
cultivar a sua autoestima, não deixá-las
complexadas.

Filósofo, historiador das ideias e crítico


literário francês, foi professor do Collège de
France. Suas ideias abordam a relação entre
poder e conhecimento, bem como o seu uso
por parte de instituições sociais como
​​ forma
de controle social.

CURIOSIDADE
26:11
Sigmund Freud

33:55
O neoindividualismo
caracteriza-se por essa
obsessão pela realização
pessoal, a realização de si, a
realização subjetiva.
Nascido em 1856, foi médico neurologista
e psiquiatra. É reconhecido pela criação
da psicanálise. Sua obra fez surgir uma
nova compreensão do ser humano, como
um animal dotado de razão imperfeita e
influenciado por seus desejos e sentimentos.

9
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
37:04
Assinale a alternativa incorreta
a respeito dos fundamentos da
sociedade hiperindividualista.

A cultura do hiperindividualismo é
profundamente moldada pela cultu-
ra da psicologia.

O hiperindividualismo não está pre-


ocupado com as aparências, com o
gozo e o bem-estar sensorial.

O culto hedonista se manifesta, na-


turalmente, por meio da explosão
do hiperconsumo.

Todas as alternativas estão corretas.

AULA 1 • PARTE 2

00:24 O culto à internet

O ciberindividualismo é um
desdobramento da sociedade
hipermoderna na era digital. Trata-se de
Quanto mais os indivíduos 03:02
um narcisismo que ocorre na espera por
reivindicam sua autonomia,
mais eles precisam dos outros. um retorno positivo a todas as nossas
publicações nas redes, por uma aprovação
daquilo que somos ou daquilo que
demonstramos ser. A febre das selfies,
acompanhada pelo desejo por likes, bem
Resposta desta página: alternativa 2.

As redes sociais são uma 04:02


como o uso massivo das redes sociais, é
enorme quermesse de
parte de uma cultura da expressão de si,
demonstração de si.
da exibição de si. Todo mundo fala de si e
se põe em evidência por meio da internet.

Todos reivindicam o direito 05:24


de ‘ser você mesmo’, mas,
ao mesmo tempo, queremos
que os outros nos mandem
imagens positivas de nós
mesmos.

10
O colapso das grandes
05:38
ideologias modernas

Conceitos forjados nos séculos XVIII e


XIX, como revolução, nacionalismo e
republicanismo, grandes referenciais políticos
12:43
à época, entraram em colapso em nossa A perda de confiança dos
época - um momento de descrença em cidadãos em relação aos
relação a esses grandes sistemas. dirigentes políticos é um
fenômeno significativo e
Como consequência do arrefecimento das
muito preocupante para o
grandes ideologias modernas, observamos
futuro, pois pode alimentar a
diversos novos fenômenos, como o
tendência populista em nossas
abstencionismo eleitoral, a diminuição de
sociedades.
filiados e militantes em partidos políticos e
sindicatos, um número variável de cidadãos
não interessados pela vida política e, por fim,
a ascenção da desconfiança e do ceticismo.
16:35
O fim das grandes ideologias
Hoje, há um relaxamento do domínio dos provocou uma espécie de
aparelhos políticos sobre os cidadãos, distanciamento em relação à
e é exatamente esse relaxamento das vida política.
instituições políticas sobre os cidadãos que é
a marca do neoindividualismo.

18:14 O culto à autonomia individual

Nos dias de hoje, não temos mais o que


receber de fora da lei que rege os nossos
comportamentos. Cabe a cada um guiar
a própria vida. Cada um é proprietário de
si, cada um é reconhecido como um ser
singular e especial.

Essa transformação pode ser observada


em especial na autonomia das mulheres.
O culto ao individualismo 20:26 Em outros tempos, as mulheres eram
contemporâneo é aquele tolhidas em seu desejo de serem elas
do ideal de autenticidade mesmas. Sem livre acesso à educação e ao
individual. trabalho, sua vida era limitada ao cuidado
do lar, dos filhos e de seu marido.

11
CURIOSIDADE
21:02
Jean-Jacques Rousseau

PALAVRA-CHAVE
25:48

Salafismo: Trata-se de um
movimento ortodoxo e
ultraconservador integrado ao
islamismo sunita. Baseado em uma
interpretação fundamentalista
Filósofo, teórico político e compositor
do Islã, o movimento salafista é
suíço, é considerado um dos principais promotor da Xaria, um modelo de
expoentes do Iluminismo e um precursor direito islâmico em que todas as leis
do romantismo. A sua filosofia política são fundamentadas na religião.
influenciou as Luzes por toda a Europa, bem
como aspectos da Revolução Francesa e o
desenvolvimento moderno da economia, da
política e do pensamento educacional.
29:58 O hiperindividualismo moderno

O fenômeno descrito por Lipovetsky é


uma combinação de todos os fatores
explorados ao longo das duas primeiras
O individualismo não é 30:43 partes da aula: o culto hedonista, o culto
um fenômeno de moda. O ao corpo, o culto à psicologia, o culto à
individualismo é o alicerce da internet, o colapso das grandes ideologias
sociedade moderna. modernas e o culto à autonomia individual.

Do século XVIII a meados do século XX,


com o advento da chamada “primeira
Este individualismo limitado, 36:16 revolução individualista”, a sociedade
autoritário, revolucionário, passou a ser pensada a partir da esfera
disciplinar, machista, em individual, contrastando radicalmente com
grande parte, chegou ao fim. as sociedades anteriores, fundamentadas
nos antepassados, nos deuses e no
sagrado. No entanto, de maneira um
tanto paradoxal, essa mesma sociedade
A época contemporânea 37:27 moderna celebrava o direito do indivíduo
radicalizou a exigência de ao passo em que exaltava o sacrifício,
autonomia. a renúncia de si, o dever perante a
coletividade. Tratava-se, portanto, de um
individualismo limitado.

A sociedade de consumo 41:56 Hoje, vivemos o que Lipovetsky chama


é caracterizada por uma de “segunda revolução individualista”,
força de massificação dos iniciada entre os anos 1960 e 1970, a qual
comportamentos. finalmente instituiu um individualismo
total, ilimitado, e que nos permite falar
em um processo de individualização
hipermoderna. É a segunda revolução
individualista que alimenta a ascensão da
sociedade de consumo e comunicação,

12
acompanhada de um tsunami de
comportamentos miméticos, gostos
padronizados e homogeneizados.
Hoje em dia, as pessoas 49:39
compõem e recompõem suas
crenças.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
53:42
Assinale a alternativa correta a
respeito do colapso das grandes
ideologias modernas.

O relaxamento das instituições polí-


ticas sobre os cidadãos é marca do
neoindividualismo.

O fim das grandes ideologias provo-


cou uma espécie de distanciamento
em relação à vida política.

O abstencionismo eleitoral e a per-


da de poder dos partidos políticos
são resultados do arrefecimento das
grandes ideologias modernas.

Todas as alternativas estão corretas.

AULA 1 • PARTE 3

00:39 Distúrbios de personalidade


Resposta desta página: alternativa 4.

Lipovetsky destaca três grandes


paradoxos que acompanham a sociedade
hipermoderna. O primeiro deles
Nós veremos a exigência da 04:15 refere-se ao fato de que quanto mais
apropriação de si mesmo há exigências de reconhecimento da
que é acompanhada da autonomia individual, mais se multiplicam
desapropriação de si mesmo. os distúrbios de personalidade e as
psicopatologias, como ansiedade e
depressão.

13
Comunitarismo 05:37

O segundo paradoxo do
hiperindividualismo diz respeito ao
fato de que quanto mais cresce a
cultura individualista, mais se afirmam 07:37
diferentes formas de comunitarismo, Este crescimento de
reivindicações identitárias e movimentos reivindicações comunitárias é
fundamentalistas religiosos. A angústia inseparável da insegurança e
de se dirigir a si mesmo pode levar um
da ansiedade individualistas.
grupo de pessoas a querer se integrar
no coletivo - como uma seita em que um
guru determina regras a serem respeitas
13:26
por seus seguidores. De caráter anti- A reivindicação da autonomia
individualista, os integristas aceitam regras passa pela negação da
definidas pela tradição, pelo profeta, autonomia.
ao invés de assumir o compromisso
hipermoderno de viver em prol de si.

De todo modo, a tendência do mundo hoje 16:48


O individualismo conduz a uma
é caminhar na direção do individualismo
reflexão. sobre sua própria
de caráter hipermoderno, o que pode
identidade.
ser observado em fatos curiosos. No Irã,
por exemplo, país em que a população é
submetida a Xaria, o número de divórcios
cresce vertiginosamente.
CURIOSIDADE
17:49
Samuel P. Huntington

Cientista político norte-americano, tornou-se


conhecido pela polêmica teoria do choque
de civilizações, explorada na obra “The Clash
A tendência mais forte 24:53
of Civilizations and the Remaking of World
em todo lugar do mundo
Order”, de 1996.
é a individualização dos
desejos, dos gostos e dos
comportamentos.

26:06
A dinâmica da individualização
é um fenômeno universal e
irreversível.

14
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
28:31
O segundo paradoxo da sociedade
hipermoderna apresentado pelo
professor refere-se ao fato de que:

Quanto mais há exigências de reco-


nhecimento da autonomia individu-
al, mais se multiplicam as psicopa-
tologias.

Quanto mais cresce a cultura indivi-


dualista, mais se afirmam diferentes
formas de comunitarismo.

Embora vivamos em uma sociedade


pós-moralista, pequenos atos éticos
ainda são praticados por indivíduos
tocados pelos problemas do mundo.

Quanto mais cresce a cultura indivi-


dualista, menos se afirmam diferen-
tes formas de comunitarismo.

AULA 1 • PARTE 4

00:24 Ética

O terceiro e último paradoxo é baseado na


ligação entre ética e o hiperindividualismo.
Assistimos, em todas as sociedades
A época hiperindividualista 03:49 desenvolvidas, ao crescimento de uma
não leva ao desaparecimento
Resposta desta página: alternativa 2.

exigência ética, como a proteção do meio


da moral. Ela conduz a uma ambiente para assegurar o bem-estar das
nova visão da moral. próximas gerações.

Em outros tempos, a cultura era marcada


pelas obrigações e deveres complexos,
como o ensino de valores morais nas
A cultura de deveres estritos, 09:07
escolas primárias. Com o advento do
que marcou o primeiro
hiperindivudalismo, essa relação sofreu
individualismo, já acabou.
uma transformação conceitual: se
antes a higiene, por exemplo, era uma
responsabilidade moral, hoje é uma fonte

15
de prazer pessoal, de autocuidado. Agora
temos direitos individuais, não deveres
individuais. O sacrifício cedeu seu espaço
Nós estamos em uma 12:04 para a felicidade, para a realização pessoal.
sociedade pós-sacrificial ou
É claro que, embora vivamos em uma
pós-moralista.
sociedade pós-moralista, pequenos
atos éticos ainda sejam praticados por
indivíduos tocados pelos problemas que
acometem o mundo, principalmente
Figuras do individualismo 20:18 lugares distantes. São, no entanto,
ações plenamente compatíveis com o
O individualismo não é sinônimo de individualismo, uma vez que estão sujeitas
egoísmo ou de niilismo. Nesse sentido, aos caprichos daqueles que as exectuam.
Lipovetsky oferece uma distinção entre
duas grandes figuras do individualismo:
a) o individualismo irresponsável:
refere-se a ações criminosas e
comportamentos que não levam os outros
em consideração, alimentados pela cultura
hiperindividualista; b) o individualismo
responsável: apesar dos pesares, nunca
tivemos tantas associações e pessoas
dispostas a prestar algum auxílio a outras.

Em conclusão, sabemos que o


individualismo não desmoralizou a
humanidade. O dever do qual somos
incumbidos é de fazer prevalecer o
23:42
individualismo responsável sobre o Existe a individualização da
irresponsável. moral, não a erradicação da
moral.

26:04
A vida ética, ou o ideal ético
é necessário, mas não é
suficiente.

27:48
As encantações morais não vão
mudar as coisas.

A moral sem a política é falha, 28:51


mas é verdade que a política
sem a moral é desastrosa.

29:54
Os investimentos públicos
nas escolas é um dos maiores
elementos para desenvolver o
individualismo responsável.

16
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
37:08
O terceiro paradoxo da sociedade
hipermoderna apresentado pelo
professor refere-se ao fato de que:

Quanto mais há exigências de reco-


nhecimento da autonomia individu-
al, mais se multiplicam as psicopa-
tologias.

Quanto mais cresce a cultura indivi-


dualista, mais se afirmam diferentes
formas de comunitarismo.

Embora vivamos em uma sociedade


pós-moralista, pequenos atos éticos
ainda são praticados por indivíduos
tocados pelos problemas do mundo.

Quanto mais cresce a cultura indivi-


dualista, menos se afirmam diferen-
tes formas de comunitarismo.

AULA 2 • PARTE 1

01:25
A sociedade de consumo de
massa nasceu no pós-guerra.

A lógica do “sempre mais” 02:44


Resposta desta página: alternativa 3.

Nascida após a Segunda Guerra Mundial,


a chamada “sociedade de consumo” foi
redesenhada durante os anos 1970, com
a emergência da hipermodernidade, do 03:17
Em nossas sociedades, a oferta
hiperconsumo e de hiperconsumidores.
de mercado cada vez mais se
A primeira das características dessa nova prolifera e diversifica.
fase apresentada pelo professor é a lógica
do “sempre mais”. A excrescência da
oferta manifesta-se por meio de variações
e da personalização das escolhas. A

17
inovação é rápida e permanente. Todo
um universo é mercantilizado e entra no
universo do consumo, tornando-se um
universo de hiperconsumo. CURIOSIDADE
06:09
Spotify

Lançado oficialmente em 7 de outubro


de 2008, o serviço de streaming é o mais
popular e usado do mundo. O Spotify
PALAVRA-CHAVE fornece acesso a mais de 30 milhões de
07:16 músicas, e já conta com mais de 232 milhões
de usuários ativos, incluindo 108 milhões de
Fast fashion: A chamada “moda assinantes. Atualmente, o valor da empresa
rápida” diz respeito a um padrão gira em torno dos 26,5 bilhões de dólares.
de produção e consumo no qual os
produtos são fabricados, consumidos
e descartados velozmente. No Brasil,
grandes redes de varejo como C&A,
Renner, Riachuelo, Marisa e Hering já
11:21
aderiram à tendência. Não há mais limites para
o consumo. Antes, havia o
espaço e o tempo. Hoje, tudo
isso foi pelos ares.

13:36
A lógica de consumo tornou-
se hipertrofiada. Ela incorpora
as coisas mais simples, mais
elementares.
O consumo hiperindividualista 17:39

Na sociedade do consumo de massa, o


que dominava era uma lógica de consumo
semicoletivo, baseado nos equipamentos PALAVRA-CHAVE
18:14
do lar e da família. Hoje, o consumo
foi individualizado, de modo que é o
Trinta Gloriosos: A expressão
equipamento do indivíduo que o sustenta. cunhada pelo demógrafo francês
Jean Fourastié refere-se ao intervalo
Nesse sentido, o smartphone é o
entre os anos de de 1945 e 1975, o
produto símbolo do hiperconsumo. O chamado “Pós-Guerra”, um período
pluriequipamento dos lares permite usos de forte crescimento econômico na
personalizados do espaço, do tempo e do maioria dos países desenvolvidos.
conteúdo. Cabe a cada um decidir como Os Trinta Gloriosos acarretaram
usar seu tempo, seu ritmo e suas escolhas. em grandes transformações que
marcaram o ingresso da Europa na
sociedade de consumo.

18
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
25:09

A lógica do “sempre mais” é uma


das características do hiperconsumo.
Assinale a alternativa incorreta ao
seu respeito.

A lógica do “sempre mais” também


foi a principal característica da “so-
ciedade de consumo”, nascida após
a Segunda Guerra Mundial.

A excrescência da oferta manifesta-


-se por meio de variações e da per-
sonalização das escolhas.

Todo um universo é mercantiliza-


do e entra no universo do consumo,
tornando-se um universo de hiper-
consumo.

No contexto da hipermodernidade,
do hiperconsumo e dos hiperconsu-
midores, a inovação é rápida e per-
manente.

AULA 2 • PARTE 2

A desregulação de comportamentos 00:24

Hoje, a classe média, outrora a grande


força econômica das sociedades
ocidentais, vive um declínio em relação
Resposta desta página: alternativa 1.

a seus antecessores. Além disso, emerge 01:32


O ideal do bem viver
a categoria de novos pobres - sem-
consumista ignora a divisão de
teto, desempregados de longa duração,
classes.
trabalhadores precarizados...

Antes, o comportamento dos indivíduos


era fortemente regulado pela classe à qual
se pertencia. Atualmente, as classes baixas
desejam marcas de prestígio e, para as
classes abastadas, não é mais impróprio
comprar produtos de baixo custo e
associá-los a itens de luxo.

19
PALAVRA-CHAVE
05:22

Total look: Trata-se de um estilo


em que se usa uma mesma cor ou
uma só estampa na composição do
ENTRETENIMENTO visual. Nascida na década de 1980,
07:01
a tendência ressurgiu recentemente
Diva em um processo de adaptação à
contemporaneidade, inclusive ao
protagonismo da mulher no século
XXI.

08:16 O consumidor hiperindividualista

O consumidor não compra objetos pelo


seu uso real, pela funcionalidade, mas por
razões sociais ou simbólicas. Se em outros
Dirigido por Jean-Jacques Beineix e lançado tempos itens de luxo, como televisões e
em 1981, o filme inicia quando um jovem telefones, eram fatores de distinção de
mensageiro rouba o vestido de uma cantora classe, as novas tecnologias nos dias de
de ópera, por quem estava apaixonado. O
hoje são mais populares e mais difundidas
caso leva-o a se envolver com a máfia.
em praticamente todos os estamentos da
sociedade.

As compras denotam um posicionamento


CURIOSIDADE individual, não a posse de uma fortuna;
08:36 denotam as experiências de um
Thorstein Veblen indivíduo. Nesse sentido, ao colecionar
experiências, saímos da sociedade de
consumo de massa, que priorizava objetos
padronizados, massificados.

Economista e sociólogo estadunidense,


doutorou-se pela Universidade Yale e
lecionou no Departamento de Economia da
Universidade de Chicago. Veblen propôs
um sistema de ciência econômica baseado
em uma análise não-teleológica, o que
ele considerava o principal problema da
economia à época.

20
CURIOSIDADE
09:15
Edmond Goblot

CURIOSIDADE
09:35
Jean Baudrillard

Filósofo francês, contribuiu para a renovação


da teoria da demonstração. Membro ativo
da Liga dos Direitos do Homem, publicou a
obra “Étude sociologique sur la bourgeoisie
française moderne” no ano de 1925.
Sociólogo e filósofo francês, suas
teorias contradizem o discurso da
“verdade absoluta” e contribuem para o
CURIOSIDADE questionamento da situação de dominação
09:55 imposta pelos complexos e contemporâneos
Pierre Bourdieu sistemas de signos. Em 1968, publicou a obra
“O sistema dos objetos”.

CURIOSIDADE
11:12
Vance Packard

Sociólogo francês, lecionou na École


de Sociologie du Collège de France.
Para Bourdieu, o mundo social deve ser
compreendido à luz de três conceitos
fundamentais: campo, habitus e capital. Em
1979, publicou a obra “La distinction: critique
sociale du jugement”.
Jornalista e crítico social americano, foi um
grande crítico do consumismo. Em 1957,
lançou o livro “The Hidden Persuaders”,
dedicado à indústria de comunicação, o
As compras ainda permitem 15:38 primeiro volume de uma série de livros sobre
se posicionar socialmente. tópicos em sociologia.

O consumo é a forma de 27:34


esquecer.

21
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
32:44

O consumidor hiperindividualista
é um dos fenômenos da
contemporaneidade. Assinale a
alternativa incorreta ao seu respeito.

O consumidor não compra objetos


pelo seu uso real, pela funcionalida-
de, mas por razões sociais ou sim-
bólicas.

As compras não denotam a posse


de uma fortuna, mas as experiências
do indivíduo hiperconsumista.

Na hipermodernidade, o ideal do
bem viver consumista ignora a divi-
são de classes.

Itens de luxo, como televisões e te-


lefones, são fatores de distinção de
classe que qualificam o hiperconsu-
midor.

AULA 2 • PARTE 3

A economia compartilhada 00:24

Esta nova economia está baseada nos


mútuos, nas locações, nos empréstimos
e nas revendas entre particulares. É uma PALAVRA-CHAVE
02:11
economia horizontal que obstaculiza
Resposta desta página: alternativa 4.

as redes das grandes distribuições e as


Carsharing: Trata-se de um modelo
grandes operadoras clássicas. de aluguel de veículos de uso
rápido em que o cliente aluga o
Hoje, é possível alugar um carro e utilizá-
carro pela quantidade de horas
lo de acordo com as nossas necessidades, utilizadas. O principal objetivo desse
superando a limitação da posse. No serviço é reduzir o uso excessivo
entanto, Lipovetsky argumenta que isso do carro, amenizando a emissão
não anuncia o fim do hiperconsumo e de dióxido de carbono através do
da paixão pela renovação consumista. compartilhamento dos veículos.
Economiza-se para consumir mais, não
para reduzir o consumo.

22
CURIOSIDADE
02:31
Airbnb

O uso dos bens supera sua 03:51


posse.

Criado em novembro de 2008, é um


CURIOSIDADE
04:03 serviço online para anúncios e reservas de
acomodações e meios de hospedagem. O
Jeremy Rifkin
aplicativo permite aos usuários alugar toda
ou parte de sua própria casa, como uma
forma de acomodação extra. Hoje, abrange
mais de 500 mil anúncios em mais de
35.000 cidades e 192 países.

10:05 Novos perfis de consumidores


Escritor estadunidense, é membro do
Wharton Scholl’s Executive Education Além da economia compartilhada, também
Program e autor dos best-sellers “O fim se observa a emergência de consumidores
dos empregos”, de 2004, e “O século hostis à febre do consumismo, do
da biotecnologia”, de 1999. Rifkin prevê capitalismo de hiperconsumo, considerado
o surgimento de uma nova economia um perigo à estabilidade ambiental do
sustentada pelo hidrogênio, a qual mudará planeta, ou um promotor da crueldade
fundamentalmente nossas instituições animal. Nesses casos, no entanto, não se
políticas, econômicas e sociais. trata de questionar fundamentalmente o
consumismo, mas seus excessos.

Por outro lado, um curioso perfil de


consumidor expressa seu desejo de
Assistimos a uma politização 16:23
consumir melhor, não de consumir
do consumo em um certo
menos, evitando as excrescências do
número de atores, e as
compras se tornam uma forma hiperconsumismo. Diferentemente dos
de expressar suas convicções tempos do consumo de massa, hoje há um
pessoais. grupo de pessoas que se questiona sobre
os efeitos causados pelo consumo sobre a
Terra, os quais terão grande impacto sobre
as gerações futuras.

23
CURIOSIDADE
21:25
Greta Thumberg

Superamos o hiperconsumo? 23:25

Por mais que tantas pessoas se engajem


em prol do consumo reduzido, ou mesmo
do consumo otimizado, a realidade é que
estes comportamentos concernem aos Ativista ambiental sueca, tornou-se
privilegiados do mundo rico. Em países mundialmente conhecida por ter protestado,
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, com apenas 15 anos, em frente ao prédio do
como China e Índia, o consumo não está parlamento sueco, bem como pela liderança
diminuindo, mas aumentando. Além da greve das escolas pelo clima.
disso, mesmo na Europa, a realidade não
necessariamente corresponde às intenções
ou às novas teorias sobre o mundo.
24:57
Por exemplo, os europeus trocam seus A maioria do planeta ainda vive
smartphones pessoais a cada dois anos. com poucos dólares por dia.

É improvável, portanto, que o


hiperconsumo seja finalmente superado na
31:46
esteira de tantas mudanças, em especial Entre a escolha ética e o
por duas razões: a) o consumo possui, na dinheiro, quem ganha é o
nossa sociedade, uma função terapêutica; dinheiro.
b) o apetite pelo novo, pela mudança,
não é simplesmente uma doença que
nos foi entranhada pelo marketing e 33:12
pela publicidade; existe uma paixão pelo Reduzir as emissões de
infinito que nunca desaparecerá. carbono não quer dizer que
vamos sair do modelo do
hiperconsumo.

CURIOSIDADE
37:51
Émile Durkheim

Filósofo, sociólogo, antropólogo, cientista


político e psicólogo social francês, é um
dos pais fundadores da Sociologia. Seus
trabalhos eram dedicados a diversos temas
como a sociologia do conhecimento,
moralidade, estratificação social, religião,
direito e educação.

24
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
38:58

Para Lipovetsky, é improvável que


o hiperconsumo seja finalmente
superado na esteira das mudanças
que marcam a atualidade. Qual das
razões abaixo são mencionadas pelo
professor?

I - O consumo possui, na nossa


sociedade, uma função terapêutica;

II - Existe uma paixão pelo infinito


que nunca desaparecerá;

III - Entre a escolha ética e o


dinheiro, quem ganha é a ética.

I, II e III.

I e II.

Apenas I.

II e III.

AULA 2 • PARTE 4

00:24 Por que mudar?

Se todos os mais de 8 bilhões de pessoas


que habitam o mundo subitamente
adquirirem o padrão de consumo de
O consumo virtuoso não será 02:08
um cidadão americano ou europeu, é
Resposta desta página: alternativa 2.

a solução para o problema do


pouco provável que a Terra seja capaz de
hiperconsumo.
suportar. Além disso, o mundo está repleto
de desigualdades que ainda precisam ser
superadas, um processo que dependeria
de um grande investimento econômico - e,
portanto, de um certo nível de consumo.

A mitigação do fenômeno do
hiperconsumo exige ações dos governos,
das leis, dos poderes que fixem uma
quantidade de restrições. É necessário
haver investimento em pesquisas e

25
desenvolvimento que permitam um
consumo adequado e sustentável.

CURIOSIDADE
04:18
Acordo de Paris

Negociado em Paris durante a Conferência


das Nações Unidas sobre as Mudanças
08:05
Climáticas de 2015 e aprovado no dia 12 A ideologia que veicula o
de dezembro do mesmo ano, o tratado consumismo é o bem-estar, a
oferece medidas de redução de emissão felicidade.
de gases do efeito estufa a partir de 2020,
contendo o aquecimento global abaixo de 2
ºC e reforçando a capacidade dos países de
responder às mudanças climáticas.
08:16 Consumo e bem-estar

A melancolia, a ansiedade e a depressão


são cada vez mais frequentes. Nós
Por que produzir e consumir 11:19 consumimos três vezes mais energia
cada vez mais se não ficamos que nos anos 1960, o PIB europeu
mais felizes? praticamente dobrou desde a década de
1970, mas não somos duas ou três vezes
mais felizes que nesses mesmos períodos.
A produção cresce, mas a felicidade não.
O ser humano não é um 14:06
Deus, o ser humano é um E não são as pessoas que dominam a
ser incompleto, incapaz de felicidade, é a felicidade que nos domina.
se sustentar sozinho. Nós Um estudo conduzido por economistas
precisamos dos outros. estadunidentes revelou que, em períodos
de crescimento econômico, graças ao
ao estresse, à pressão ansiógena e ao
Os países mais ricos não são 21:11 aumento da concorrência, o crescimento
necessariamente aqueles que de renda não é acompanhado pelo
se declaram os mais felizes, crescimento do número de cidadãos
mas os países mais pobres felizes. No entanto, observa-se
do planeta são aqueles em que, durante o mesmo período de
que, em geral, as pessoas se crescimento, menos pessoas se declaram
declaram mais infelizes. demasiadamente infelizes.

Em outras palavras, é preciso evitar tanto


a ideia de que o consumo não tem nada
a ver com a felicidade, uma vez que há
grandes preocupações materiais, quanto
a ideia de que o consumo é pré-requisito
incontornável da felicidade, alimentada
pela cultura hipermoderna.

26
A partir de um certo nível de 22:48
vida, se ele aumenta, o nível
de satisfação não aumenta
junto.

28:02
É necessário lutar para que
caminhemos para um modo
de consumo mais sustentável,
essencialmente livre de
carbono.
As escolas devem favorecer 31:35
um ensino que abre o gosto
das pessoas pela cultura,
pela reflexão pela arte, pela
criação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
37:25

Assinale a alternativa incorreta a


respeito da relação entre consumo,
bem-estar e felicidade.

Em períodos de crescimento econô-


mico, o crescimento de renda não é
acompanhado pelo crescimento do
número de cidadãos felizes.

É preciso evitar a ideia de que o


consumo é pré-requisito incontor-
nável da felicidade, mas também é
preciso reconhcer que o consumo
possui ligações importantes com o
bem-estar.

São as pessoas que dominam a fe-


licidade - portanto, o crescimento
econômico é sempre um promotor
da felicidade da população.

A partir de um certo nível de vida,


se ele aumenta, o nível de satisfação
Resposta desta página: alternativa 3.

não aumenta junto.

27
AULA 3 • PARTE 1

A obra de Lipovetsky 01:10

Filósofo francês, Gilles Lipovetsky é


professor da Universidade de Grenoble
e um dos principais intelectuais da
LEITURA INDICADA
04:09
atualidade. Já recebeu o título de doutor
A Era do Vazio
honoris causa em instituições de ensino
do Canadá, de Portugal, da Bulgária, do
México e, inclusive, do Brasil. Teórico da
hipermodernidade e da pós-modernidade,
é um pensador de referência para o tema
do consumo.

A teoria de Gilles Lipovetsky é marcada


pela ideia da “hipermodernidade”, um
fenômeno associado ao individualismo
e ao presentismo. O “hiper” denota a
velocidade dos tempos em que vivemos,
uma fase posterior aos estágios moderno
e pós-moderno. Publicado em 1983 pelo filósofo Gilles
Lipovetsky, o livro reúne diversos ensaios
que focalizam o mesmo problema geral:
o enfraquecimento da sociedade, dos
costumes e do indivíduo contemporâneo
da era do consumo de massa, bem como a
emergência de um modo de socialização e de
individualização inédito.

LEITURA INDICADA
04:29
A Sociedade da Decepção

Publicada em 2006 por Lipovetsky, a obra


trata de uma sociedade que vive de excessos,
que tem mania de consumo e que ao mesmo
tempo desperdiça tudo o que for possível.
Segundo o autor, o enfraquecimento da
religião é um dos principais fatores da

28
decepção atual.
LEITURA INDICADA
04:49
A Sociedade da Sedução

LEITURA INDICADA
05:09
Os Tempos Hipermodernos

Publicado em 2017 por Lipovetsky, o livro


aborda como o desejo de agradar e os
comportamentos de sedução parecem
atemporais. De acordo com o filósofo, a
sedução do mundo provocou a emergência
de uma individualização hipertrofiada da
Publicada em 2010 por Lipovetsky, a obra relação com o outro.
explica como a globalização fortaleceu
o individualismo, o mercado e o avanço
técnico-científico. O autor debruça-se sobre
o homem contemporâneo para atestar
nossa transição da fase pós-moderna para a
hipermodernidade. 14:16 Hipermodernidade

Em termos gerais, a sociedade


hipermoderna pode ser caracterizada por
três elementos: a) o aprofundamento da
O ato de comprar também economia de mercado (o capitalismo);
19:22
traz um prazer, uma emoção. b) a revolução tecnológica que invade
o cotidiano, inundando os consumidores
com produtos cada vez mais atualizados;
c) uma autonomia individual sem
É complicado conciliar uma 31:29 precedentes, inclusive no momento
postura de sustentabilidade de colher os prejuízos causados pelo
com uma postura de “hiperconsumo”.
hiperconsumo.
Diante dessa nova escalada planetária do
consumismo desbragado e desmesurado,
como podemos educar o homem para
uma postura moral conciliável com os
Individualismo 31:55 paradoxos?

Fenômeno central dos tempos


hipermodernos, perpassa todas as classes
sociais e gerações, dos mais pobres
aos ricos, dos jovens aos mais velhos. O
individualismo está presente no trabalho,
na religião, na família, entre tantos outros
espaços, nos quais impõe uma espécie de
culto hedonista, uma busca obstinada pelo

29
prazer pessoal. É legítimo e necessário ser
feliz aqui e agora.

O conceito de individualismo é,
primeiramente, uma noção antropo- 33:21
O ser humano busca o prazer,
histórica - isto é, trata-se de um fenômeno
ele quer o prazer, e esse prazer
que responde à nova configuração
deve ser imediato.
de valores modernos e que coloca a
soberania do indivíduo em relação a si
mesmo e às leis. O indivíduo significa o
princípio segundo o qual cada ser humano
é reconhecido como livre e semelhante EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
aos outros. Portanto, o individualismo não 48:07
pode significar egoísmo, mas liberdade. Qual dos elementos abaixo não
A teoria de Gilles Lipovetsky é marcada é característica da sociedade
hipermoderna?
pela ideia da “hipermodernidade”, um
fenômeno associado ao individualismo
e ao presentismo. O “hiper” denota a A coletividade.
velocidade dos tempos em que vivemos,
uma fase posterior aos estágios moderno A autonomia individual.
e pós-moderno.
A revolução tecnológica.

O aprofundamento da economia de
mercado.

AULA 3 • PARTE 2

Consumismo 00:24
Resposta desta página: alternativa 1.

De uma boa casa a uma boa escola,


o consumo de bens básicos nos leva
ao grande direito da modernidade: a
felicidade. Nesse sentido, a condenação do 03:34
[A felicidade] não só está
consumismo não pode ser precipitada ao
ligada ao consumo, é uma
ponto de ignorar o fato de que é a posse
emoção que está ligada a
de determinados itens que sustenta o
muitas outras coisas.
bem-estar humano.

No mundo do hiperconsumismo, no
entanto, tudo depende do ato de comprar,

30
tudo implica em gastos e, pra muitas
pessoas, em pesadas dívidas. Associado
à felicidade individual, o consumo nos
dias de hoje opera de modo “à la carte”:
da alimentação à saúde, passando por 11:50 Como tudo começou?
viagens e pelas mídias, tudo é consumido
de acordo com interesses pessoais, com o Do ponto de vista histórico, a
prazer individual. hipermodernidade nasce décadas depois
da chamada “pós-modernidade”, um
périodo de grande prosperidade, bem-
estar social e difusão do consumo de
massas, precisamente ao final dos anos
1980, quando a revolução tecnológica e a
globalização dão seus primeiros passos.

Esses dois momentos diferenciam-se


diametralmente: enquanto o pós-guerra
esteve associado a um sentimento de
euforia, a uma despreocupação com o
futuro, a uma frivolidade e à grande oferta
de empregos formais, a era hipermoderna
impulsiona a ansiedade, a vunerabilidade e
Traços I 18:47 doenças psicológicas.

Se a hipermodernidade é caracterizada
pela ansiedade, pela vulnerabilidade e
por diferentes estresses psicológicos,
é possível rastrear tais tendências em
determinados elementos da sociedade CURIOSIDADE
22:14
atual. São eles:
Ícaro
a) O culto ao corpo: embora o apreço pela
definição corporal não seja uma novidade
histórica, o individualismo estético, a
mania das academias e a cultura fitness
revelam uma virada individual no mundo
dos esportes;

b) Sensação de bem-estar: o consumo


orientado pelo desejo pessoal não poderia
ignorar o prazer corporal, de modo que Filho de Dédalo e de uma escrava de
técnicas como o Reiki e o pilates, bem Perséfone, é conhecido na mitologia grega
como outros recursos de relaxamento, têm por sua tentativa frustrada de deixar a ilha
sido bastante procuradas; de Creta voando. Dédalo avisa seu filho
sobre os perigos de voar próximo ao sol,
c) Progressos no âmbito da medicina: o visto que as asas haviam sido produzidas
avanço da medicina preventiva, o cuidado a partir de um tipo de cera. Tomado pelo
com o corpo e a obsessão com a higiene, desejo proibido, Ícaro despencou e afogou-
impulsionada pela pandemia de COVID-19, se no mar Egeu.
inauguraram um novo capítulo na história
da saúde. O lado negativo desse momento
é a emergência de psicopatologias, os
surtos de depressão, de ansiedade e de
bulimia, o consumo de psicotrópicos, entre
outros fenômenos;

31
d) O culto à beleza: o uso constante de
maquiagens e a proliferação de cirurgias
plásticas e procedimentos estéticos
assentam a ideia de que o envelhecimento
é um processo do qual devemos escapar,
PALAVRA-CHAVE
garantindo a nossa beleza individual. 27:31

Reiki: Trata-se de uma forma de


medicina alternativa em que os
praticantes utilizam a imposição de
mãos para alegadamente transferir
“energia vital universal” para os
pacientes com fins curativos.
Baseado em pseudociência, o Reiki
é desaconselhado por diversas
instituições e profissionais de saúde.

CURIOSIDADE
36:56
Narciso

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
42:57

Qual dos elementos abaixo não foi


destacado pela professora como um
traço da sociedade hipermoderna?

Filho de Cefiso, o deus do rio, e da ninfa O culto ao corpo.


Liríope, foi um dos mais belos jovens da
Beócia, despertando paixão em todos O culto aos saberes tradicionais.
aqueles que o admiravam. A fim de dar
uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis Sensação de bem-estar.
condenou-o a apaixonar-se pelo seu próprio
reflexo na lagoa de Eco. Depois da sua Progressos no âmbito da medicina.
morte, Afrodite transformouo em uma flor -
o Narciso.
Resposta desta página: alternativa 2.

32
AULA 3 • PARTE 3

Traços II 00:24

Dando seguimento aos elementos nos


quais podemos encontrar algumas das
características da hipermodernidade, a
professora ainda destaca: 07:43 Consumo e felicidade
e) Guerra à gordura: embora tenhamos a
liberdade para consumir os alimentos que De acordo com Lipovetsky, o projeto
desejarmos, os problemas da obesidade e moderno pode ser resumido pela liberdade
da alimentação saudável tomaram conta e pela igualdade entre os homens, bem
da nossa atenção. como pelo direito à felicidade, inclusive
material - isto é, o direito a viver bem, a
viver em condições materiais decentes.

Com o advento da Revolução Industrial,


essas condições tornaram-se cada vez
mais comuns. Entre os anos de 1945 e
1970, passamos a usar mais energia, o
PIB europeu dobrou, muitas pessoas
ingressaram no mercado consumidor... mas
nós nos tornamos mais felizes?

13:18
A felicidade é uma emoção.

O paradoxo ambiental 19:52

A poluição, o desmatamento, a emissão


de gases do efeito estufa e a mudança
climática são alguns dos problemas
21:19
centrais do nosso tempo. O grande O paradoxo da questão do
paradoxo do meio ambiente é que, por meio ambiente é que parece
mais que esses sejam problemas que que não é uma coisa de
afetam a todos nós, nem todos estão ninguém.
dispostos a unir esforços em um projeto
de transformação, de preservação dos
recursos planetários e de inovação
energética.

Para Lipovetsky, no entanto, a situação da


Terra é tão grave que a solução extrapola
a responsabilidade individual, exigindo
mudanças mais amplas a nível estrutural.

33
Do desenvolvimento de novas formas
de energia em laboratórios de pesquisa
à idealização de modelos econômicos
sustentáveis, é preciso mobilizar diferentes
campos para de fato promover um novo
24:57
mundo. Se todos nós reconhecemos
que a preservação é
importante, por que não
começamos a fazer o nosso
dever de casa?

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
35:23
Assinale a alternativa incorreta a
respeito do paradoxo ambiental.

A situação da Terra é tão grave que


a solução extrapola a responsabili-
dade individual.

Nem todos estão dispostos a unir


esforços em um projeto de transfor-
mação ambiental.

Para Lipovetsky, as necessidades de


desenvolvimento do chamado “Ter-
ceiro Mundo” são mais relevantes
do que a preservação do meio am-
biente.

É preciso mobilizar diferentes cam-


pos para de fato promover um novo
mundo.
Resposta desta página: alternativa 3.

34
AULA 3 • PARTE 4

O valor da liberdade 00:24

Os problemas ambientais sobre os quais a


professora falava na aula anterior exigem
de todos nós algum nível de engajamento
em favor da transformação, incluindo 04:20
A maneira como a gente
o chamado consumo consciente, uma
consome pode ser mais
forma de valorizar aquilo que adquirimos
respeitosa, equilibrada e
e de compreender que nem sempre
sustentável, ou pode ser
é necessário possuir em demasia. A
menos.
valorização da economia local, com a
compra de produtos orgânicos em feiras
de pequeno e médio porte, por exemplo,
são uma boa referência prática. Na
PALAVRA-CHAVE
agricultura sem agrotóxicos, o produtor é 10:55
respeitado, os animais são bem tratados e
os desperdícios são evitados. Slow: As tendências slow (“devagar”,
em português) já estão presentes
Um outro paradoxo da hipermodernidade em diversos setores da economia,
é o fato de que, ao mesmo tempo em que da moda - com o “slow fashion”
cultuamos certa homogeneidade entre os (“moda devagar”) - à culinária - com
povos do mundo através da globalização, a “slow food” (“comida devagar”).
alguns elementos locais seguem presentes De modo geral, essas iniciativas têm
por objetivo promover um consumo
e muito ativos.
consciente, não acelerado e de
qualidade.

17:26
O consumo consciente é
aquele que procura não
desperdiçar.

07:43 Ser feliz sem consumir

O consumo, não apenas de itens básicos


para a nossa subsistência, certamente nos
oferece coisas positivas, mas não deve
servir como um ideal de vida. Nem tudo
o que nos faz feliz pode ser adquirido
através de transações monetárias. Há
muitas fontes de felicidade em nossas
relações afetivas, familiares e profissionais,
por exemplo.

35
Nesse sentido, é possível idealizar uma
nova forma de consumo, para a qual a
noção de posse não seja tão relevante,
para a qual a sustentabilidade seja um
Se o consumo resolvesse tudo, 28:11 valor central. Humanizar o mercado é uma
se ele fosse um modelo ideal, tarefa urgente, e ela deve nos acompanhar
nós não teríamos nenhuma desde a infância, desde os primeiros anos
pessoa rica infeliz. de escolarização.

A gente só vai conseguir 35:54


melhorar esse planeta e fazer
com que as pessoas vivam
melhor, com mais bem-estar e
igualdade, através da escola.

CURIOSIDADE
37:08
Yuval Noah Harari

39:53
[A educação] tem que atingir
a todos, ela tem que ser
mais democratizada, ela não
pode ajudar a perpetuar as
desigualdades.
Historiador israelense, é professor da
Universidade Hebraica de Jerusalém. Harari
é autor dos best-sellers “Sapiens: uma breve CURIOSIDADE
história da humanidade”, Homo Deus: uma 42:16
breve história do amanhã” e “21 lições para o
René Magritte
século 21”.

Artista belga, foi um dos principais


expoentes do movimento surrealista. Suas
obras apresentam-se como representações
realistas, mas de formas impossíveis, as quais
não são encontradas na vida real.

36
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
43:55

Esta tendência já está presente


em diversos setores da economia,
da moda à culinária, e tem por
objetivo promover um consumo
consciente, não acelerado e de
qualidade. Assinale a alternativa
que corresponda corretamente à
afirmação.

Reiki.

Consumo consciente.

Fast.

Slow.
Resposta desta página: alternativa 4.

37
Artigos
Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos
e vídeos sugeridos pelo professor PUCRS.

ARTIGO CIENTÍFICO

ARAÚJO, Alberto Filipe; FERNANDES, José Pedro Ribeiro de Matos;


ARAÚJO, Joaquim Machado de. A educação na contemporaneidade: entre a
emancipação e o retrocesso. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro,
v. 26, p. 1-23, 2021.

ARTIGO INFORMATIVO

HERMOSO, Borja. Gilles Lipovetsky: “Nem tudo pode ser discutível. O


professor tem de recuperar a autoridade”. El País, São Paulo, 3 fev. 2020.

VÍDEO
Gilles Lipovetsky: O luxo está em plena expansão. Bernardo Conde, YouTube,
1 mar. 2016.

O Valor da Liberdade - 1º episódio (Gilles Lipovetsky). FFMS, YouTube, [s.d.].

38
Resumo da disciplina
Nesta página, veja um resumo dos principais conceitos trabalhados ao longo da
disciplina.

AULA 1

O fenômeno da individualização da
sociedade é um elemento central da
história recente.
A segunda revolução individualista
alimentou a ascensão da sociedade
de consumo e comunicação.

O individualismo não é sinônimo de


egoísmo ou de niilismo.

AULA 2

A excrescência da oferta manifesta-


se por meio de variações e da
personalização das escolhas.

O consumidor adquire objetos por


razões sociais ou simbólicas.

É necessário haver investimento em


pesquisas e desenvolvimento que
permitam um consumo adequado e
sustentável.

AULA 3

A teoria de Gilles Lipovetsky


é marcada pela ideia da
“hipermodernidade”.

O conceito de individualismo é
uma noção antropo-histórica.

O consumo não deve servir como um


ideal de vida.

39
Avaliação
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização


é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.


A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8.
Pós-Graduação em
Ciências Humanas: Sociologia, História e Filosofia

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