Você está na página 1de 2

ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO-VISEU

TESTE DE AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA-10ºANO


As suas respostas deverão evidenciar as seguintes competências: conceptualização, problematização e
argumentação. Serão avaliadas a partir dos seguintes critérios:
-relevância dos conteúdos face às questões propostas;
-estrutura: clareza e articulação lógica das ideias;
-abordagem reflexiva, crítica e integradora dos saberes.

I
Francisca Quadros Leal, nº5 10ºA

Este grupo é constituído por itens de resposta curta e objetiva

1. Identifique, justificando, as falácias informais abaixo apresentadas: (3x15)

• É errado contar histórias de monstros às crianças, pois fazê-lo não é correto.


É a falácia da petição de princípio pois pressupõe-se nas premissas aquilo que se quer ver provado na
conclusão, que é o facto de ser errado( não correto) contar histórias ás crianças.

• Todas as formas de clonagens são inaceitáveis. A aceitação da clonagem conduz à clonagem


reprodutiva, que por sua vez conduz ao eugenismo, a uma sociedade racista e a novas
modalidades de escravatura.
É a falácia da derrapagem ou da bola de neve pois a aceitação da clonagem conduziria a uma cadeia de
implicações com um desfecho inaceitável como é o caso do eugenismo, do racismo e da escravatura.

• O Ambrósio, antes do último teste de Filosofia, comeu um chocolate. Nesse teste o Ambrósio
tirou negativa. Assim, o Ambrósio nunca mais comeu chocolate antes dos testes.
É uma falácia da falsa relação causal. O facto de o Ambrósio ter comido um chocolate antes do teste de
filosofia coincidir com a negativa que ele tirou, não passa de uma simples coincidência, não sendo,
portanto,a causa do não desejado efeito, que foi a negativa do teste.

2. Foi feito um estudo sobre os passatempos preferidos dos viseenses. Para isso, foram entrevistados os
alunos da turma A do 10º Ano da ESEN.

• Identifique, justificando, o tipo de argumento presente no texto acima exposto. (20)


É um argumento indutivo com uma generalização (extrai-se uma conclusão geral a partir de um conjunto
de premissas referentes a alguns casos de que já tivemos experiência) pois o estudo só foi feito a uma
parte dos alunos (os do 10º ano da esen ).

• Avalie, justificando, a validade do argumento (20)


É um argumento bastante fraco e a razão tem a ver com a violação do critério 2 ( " A amostra deve ser
representativa" ). Os casos observados não permitem inferir aquela conclusão, porque a amostra é
tendenciosa e só está a analisar um determinado universo do conjunto de todos os alunos( os alunos da
turma do 10º ano da ESEN ).
III
Leia atentamente o texto.
1.
“ (…) Que o determinismo seja incompatível com a responsabilidade moral é tão falso como dizer que é
incompatível com o livre-arbítrio. Não desculpamos um homem por realizar uma má ação só porque
conhecendo o seu caráter sabíamos de antemão que a realizaria. Nem negamos recompensa e louvor a
um outro homem por prevermos em virtude do seu caráter e das suas capacidades que iria evitar uma má
ação ou realizar uma boa.”
Manual Adotado
• Identifique e formule o problema filosófico implícito no texto. (10)
É o problema do compatibilismo e a sua formulação é: Será possível conciliar a verdade da crença no
determinismo com a verdade na crença do livre arbítrio?
• Identifique a resposta a esse problema presente no texto. (05)
A resposta a este problema é o libertismo.
• Apresente a tese central dessa resposta. (10)
A tese do libertismo é : As nossas escolhas e ações são livres se desencadearem uma nova cadeia causal
de acontecimentos que somos nós que controlamos e não nós a sermos controlados por ela.
• Explicite os principais argumentos com que os defensores dessa resposta suportam essa tese.
(25)
A crença no libertismo é uma crença do censo comum;
Esta crença baseia-se na consciência do processo de ponderação e de deliberação subjacentes aos
processos de decisão ligados á ação. Só faz sentido ponderar e deliberar se tivermos liberdade de escolha
entre alternativas diferentes;
Permite a responsabilização moral e legal dos agentes pelas suas ações e logo mantendo a ordem social;
• Explicite as principais objeções a essa resposta. (25)
O libertismo afirma existir uma dualidade corpo-mente no ser humano, havendo deste modo algo em nós
que transcende as leis causais da natureza e não está por elas regido. Somos seres especiais e diferentes
dos sistemas físicos. A objeção é, no entanto, esta: não temos como justificar a existência dessa entidade
mental, nem como explicar a suposta atuação sobre o mundo natural.
2.
Os jornais noticiaram que o pai de uma criança, na sequência de desavenças com a mãe, para impedir
que esta ficasse com a guarda da criança, terá dito: “Se não fica comigo, também não fica com mais
ninguém, tendo assassinado a criança.

Avalie a ação do pai da criança, à luz das teorias que estudou sobre o problema do livre-arbítrio.
(40)
De acordo com a teoria do determinismo radical, o pai não teve culpa da sua ação( assassinato da
criança) pois a sua ação foi o resultado de acontecimentos anteriores/ causas necessárias. Ele fez o que
o seu passado determinou que fizesse e não aquilo que ele queria. A ação não dependeu dele, mas de
fatores que ele não podia controlar.
De acordo com o libertismo, a ação do pai da criança só foi livre pois se foi causada por ele e não por um
dos seus estados internos. As suas ações decorrem das suas deliberações e não são necesariamente
causadas por acontecimentos anteriores.
De acordo com o determinismo moderado, a ação do pai foi ao mesmo tempo livre e determinada. Se a
sua ação foi causada por ele então é livre, se não foi então não é livre.
Viseu, 17 de fevereiro de 2021
O professor: Hélio Rodrigues

Você também pode gostar