Você está na página 1de 8

Alessandra Dias de Souza Silva

Beatriz Cardoso Barbosa Rios


Daislane
Paulo Wesley Santos M. Do Evangelho
Thalita Midiã Abreu dos Santos

Cuidado de enfermagem a pessoa idosa e seu cuidador no


ambiente familiar, redes de apoio.

Feira de Santana – BA
2022
Alessandra Dias de Souza Silva
Beatriz Cardoso Barbosa Rios
Daislane
Paulo Wesley Santos M. Do Evangelho
Thalita Midiã Abreu dos Santos

Cuidado de enfermagem a pessoa idosa e seu cuidador no


ambiente familiar, redes de apoio.

Trabalho apresentado ao curso de


Enfermagem, da Universidade de
Excelência (UNEX), como requisito
para obtenção de nota.
Orientadora: Anna Paula Matos de
Jesus

Feira de Santana – BA
2022
1 . Introdução
O enfermeiro exerce um importante papel no cuidado do idoso, desenvolvendo
um vínculo entre o serviço de saúde, o paciente e até mesmo seus familiares.
Dias (2007) relata que o envelhecimento é um processo multifatorial. Ou seja,
cada indivíduo tem a sua própria maneira de envelhecer, desse modo é
necessário considerar as dimensões biológicas, psicológicas, sociais,
econômicas e culturais do envelhecimento, onde é necessário se adequar as
necessidades reais da pessoa idosa, dando uma visibilidade aos cuidados que
são prestados nos diferentes contextos. A sistematização das tarefas a serem
realizadas no domicílio, deverão ser elaboradas através de uma parceria entre
os profissionais, os cuidadores e a própria família, priorizando aquelas
relacionadas à promoção a saúde, prevenção e manutenção da capacidade
funcional da pessoa que está sendo cuidada, evitando-se assim,
hospitalização, asilamentos, além de cansaço, estresse e permitir que o
cuidador também tenha tempo de se autocuidar.

2 . O Cuidador
Segundo estudos realizados pelo IBGE, até 2050 a população idosa no Brasil
irá triplicar, isso quer dizer que futuramente o profissional de saúde, cuidador
de idosos que é responsável pela saúde, segurança e bem estar das pessoas
mais velhas, vai se tornar um profissional ainda mais necessário. O fato de
muitas famílias não ter a disponibilidade ou o preparo adequado para cuidar
dos seus idosos fortalece essa realidade. Cuidar dos idosos é gratificante, e
também torna-se uma tarefa de alta complexidade.
O cuidador é aquela pessoa que está mais próxima do idoso e disponível para
escultá-lo sempre. A pessoa idosa pode ficar doente, depender de outras
pessoas, ter medos, angústias, e decorrentes sofrimentos psicológicos. O
papel do cuidador é auxiliar essa pessoa idosa a conviver com as suas próprias
limitações que foram estabelecidas com a idade.
O cuidador é um ser humano que contém qualidades especiais, solidariedade,
e doação são algumas delas. A Classificação Brasileira de Ocupações – CBO
sob o código 5162, define o cuidador como alguém que cuida da pessoa
assistida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições que são
especializadas ou os próprios responsáveis diretos da pessoa a ser cuidada,
zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação,
cultura, recreação e lazer. É a pessoa, da família ou da comunidade, que
presta cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando de
cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com ou sem
remuneração. Nesta perspectiva mais ampla do cuidado, o papel do cuidador
ultrapassa o simples acompanhamento das atividades diárias dos indivíduos,
sejam eles saudáveis, enfermos ou acamados, em situação de risco ou
fragilidade, seja nos domicílios ou em qualquer tipo de instituições na qual
necessite de atenção ou cuidado diário.
A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo
por ela as atividades que a mesma não consiga fazer sozinha. É importante
ressaltar que não fazem parte da rotina do cuidador técnicas e procedimentos
invasivos que são realizados legalmente por uma profissão estabelecida,
particularmente, na área de enfermagem. Muitas vezes não é possível escolher
ser cuidador, principalmente quando a pessoa cuidada é um familiar ou amigo.
É fundamental compreender que o cuidado se trata de uma tarefa nobre,
porém complexa, que é permeada por sentimentos diversos e contraditórios.
Algumas tarefas que fazem parte da rotina do cuidador:
• Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde.
• Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada.
• Ajudar nos cuidados de higiene.
• Estimular e ajudar na alimentação.
• Ajudar na locomoção e atividades físicas, tais como: andar, tomar sol e
exercícios físicos.
• Estimular atividades de lazer e ocupacionais.
• Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de
conforto.
• Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de
saúde.
• Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da
pessoa cuidada.
• Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de
vida.

3. O Cuidador e a pessoa a ser cuidada


O cuidador e a pessoa a ser cuidada podem apresentar sentimentos diversos e
contraditórios, raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, estresse,
tristeza, irritação, choro, medo da morte e da invalidez. Esses sentimentos
podem aparecer juntos na mesma pessoa, o que é normal diante desta
situação. Como já foi mencionado, o ato de cuidar é complexo , e esses
sentimentos precisam ser compreendidos, pois eles fazem parte da relação do
cuidador com a pessoa que está sendo cuidada. É importante que o cuidador
realize um processo de autoconhecimento a fim de reconhecer as suas
próprias limitações para que assim possa cuidar da pessoa idosa da melhor
maneira possível. A pessoa cuidada tem reações e comportamentos que
podem dificultar o cuidado a ser prestado, exemplo, quando o cuidador vai
alimentar a pessoa e a mesma se nega a comer ou não quer tomar banho. É
fundalmental que o cuidador reconheça as dificuldades existentes ao prestar o
cuidado, especificamente quando a pessoa idosa não se disponibiliza para o
cuidado, a partir disso, ele irá precisar trabalhar seus sentimentos de frustação
sem culpar-se. É necessário entender os próprios sentimentos e aceitá-los,
reconhecê-los como um processo normal de crescimento psicológico, é o
primeiro passo para se ter uma boa qualidade de vida.

4 . O cuidador e a equipe de saúde


O cuidador é a pessoa designada pela família para o cuidado do idoso, quando
for solicitado. Geralmente essa pessoa é leiga, assume funções para as quais,
na grande maioria das vezes, não está preparada. O ato de cuidar não
caracteriza o cuidador como um profissional de saúde, portanto o cuidador não
deve executar procedimentos técnicos que sejam de competência dos
profissionais de saúde. Como foi citado anteriormente , não cabe ao cuidador
realizar procedimentos invasivos como , aplicações de injeção, curativos
complexos, instalação de soro e passagem de sondas. As atividades que o
cuidador vai realizar devem ser planejadas com profissionais de saúde e com
os familiares. Nesse planejamento deve ficar claro para todos as atividades que
o cuidador pode e deve desempenhar. É bom escrever as rotinas e quem se
responsabiliza pelas tarefas. É importante que a equipe explique ao cuidador
sobre os procedimentos que ele não pode realizar. A equipe também precisa
sinalizar ao cuidador quando ele deve chamar os profissionais de saúde, e
como reconhecer sinais de perigo. Essas ações serão planejadas e
executadas de acordo com as necessidades da pessoa idosa a ser cuidada e
também dos conhecimentos e disponibilidade do cuidador.

5. O cuidador e a família
A carência das instituições sociais no amparo às pessoas que precisam de
cuidados faz com que a responsabilidade máxima recaia sobre a família,
geralmente sobre um indíviduo da família. A doença ou a limitação física em
uma pessoa provoca mudanças na vida dos outros membros da família, sendo
necessário fazer alterações nas funções ou no papel de cada um. A filha que
agora passa a cuidar da mãe, a esposa que além de todas as tarefas agora
cuida do marido acamado, o irmão que precisa cuidar de outro irmão, todas
essas situações que foram citadas exemplificam essas mudanças. Essas
alterações no convívio podem gerar insegurança e desentendimentos, por isso
é importante que a família, o cuidador e a equipe de saúde conversem e
planejem as ações que devem ser desenvolidas no cuidado domiciliar. O
cuidado estabelecido pela família na maioria das vezes, é designado a uma
pessoa, porém é importante que haja a participação de outras pessoas para a
realização do cuidado, com a finalidade de evitar o estresse, o cansaço e
permitir que o cuidador também tenha tempo de se autocuidar.
A pessoa que contém limitações físicas e financeiras é a mais prejudicada,
tendo que depender da ajuda de outras pessoas, em geral familiares, fazendo
com que o seu poder de decisão seja reduzido, dificultando o desenvolvimento
de outros vínculos com o meio social. Para que seja oferecida uma vida mais
satisfatória, é necessário o trabalho em conjunto entre o Estado, a comunidade
e a família.
A implementação de modalidades alternativas de assistência como hospital-
dia, centro de convivência, reabilitação ambulatorial, serviços de enfermagem
domiciliar, fornecimento de refeições e auxílio técnico e financeiro para
algumas adaptações reduziria significativamente a demanda por instituições de
longa permanência, as famílias teriam um melhor apoio e a pessoa a ser
cuidada seria mantida em casa convivendo com seus familiares, e mantendo
os laços afetivos.
A tarefa de cuidar de alguém geralmente se soma às outras atividades do dia-
a-dia. O cuidador fica sobrecarregado, muitas vezes assume sozinho a
responsabilidade pelos cuidados, soma-se a isso, ainda, o peso emocional da
doença que incapacita e traz sofrimento a uma pessoa querida. Diante dessa
situação é comum o cuidador passar por cansaço físico, depressão, abandono
do trabalho, alterações na vida conjugal e familiar. A tensão e o cansaço
sentidos pelo cuidador são prejudiciais a ele , á família e a própria pessoa
cuidada. O cuidador deve contar com a ajuda de outras pessoas, como a ajuda
da família, amigos ou vizinhos, definir dias e horários para cada um assumir
parte dos cuidados. Essa parceria permite ao cuidador ter um tempo livre para
se cuidar, se distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar do outro,
peça ajuda sempre que algo não estiver bem. É fundamental que o cuidador
reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar, descansar, relaxar e
praticar alguma atividade física e de lazer.

6. Cuidados no domicílio para pessoas acamadas ou com limitações


físicas.
Os cuidados realizados a uma pessoa idosa acamada ou com limitações físicas
englobam a assistência para locomoção com ou sem equipamentos ( muletas,
andadores, cadeiras de rodas ), auxílio na higiene íntima, corporal e oral,
banho, troca de fraldas, orientação e recomendações sobre a alimentação
saudável, orientação sobre medicamentos orais, proteção e prevenção de
lesões e quedas e organização do ambiente da pessoa assistida.

7 . Maus tratos
Maus tratos são atos ou omissões que causem dano, prejuízo, aflição, ou
ameaça à saúde e bem-estar da pessoa. O mau trato pode ocorrer uma única
vez ou se tornar repetitivo, pode variar de uma reação brusca, impensada, até
uma ação planejada e contínua e causar sofrimento físico ou psicológico à
pessoa cuidada. Os maus tratos tanto podem ser praticados pelo cuidador, por
familiares, amigos, vizinhos, como por um profissional de saúde. Os maus
tratos podem estar relacionados a diversas causas, conflitos familiares,
incapacidade técnica do cuidador em desempenhar as atividades
adequadamente, problemas de saúde física ou mental da pessoa cuidada ou
do cuidador, desgaste físico e emocional devido a tarefa de cuidar, e
problemas econômicos. A violência e os maus tratos podem ser físicos,
psicológicos, sexuais, abandono, negligências, abusos financeiros, omissão,
violação de direitos e autonegligência.
O cuidador, os familiares e os profissionais de saúde devem estar atentos à
detecção de sinais e sintomas que possam denunciar situações de violência.
Todo caso suspeito ou confirmado de violência deve ser notificado, segundo a
rotina estabelecida em cada município, os encaminhamentos devem ser feitos
para os órgãos e instituições adequados para cada situação e rede de serviços
sociais, sendo elas:
A Delegacia especializada da mulher, Centros de Referência da mulher,
Delegacias Policiais, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa ,Centro
de Referência da Assistência Social (CRAS) , Ministério Público , IML e outros
servições disponíveis do munícipio. O Ministério Público é um dos principais
órgãos de proteção, e poderá utilizar medidas administrativas e judiciais com a
finalidade de garantir o exercício pleno dos direitos das pessoas vítimas de
violência.
8 . Redes de apoio
A rede de apoio ao idoso é a organização de familiares, amigos e pessoas
próximas em prol do bem-estar deste indivíduo. Existem os beneficios
previdenciários, legislações e orgãos de direitos, estes que funcionam como
um sistema de proteção e inclusão social da pessoa idosa.
CREASI - Centro de Referência Estadual de Atenção a Saúde do Idoso.
Dirigido ás famílias, tem o objetivo de transmitir conhecimentos específicos,
esclarecer dúvidas, oferecer suporte e apoio para beneficiar o cuidado e a
convivência com a pessoa idosa.
A participação no Programa de Apoio ao Cuidador é exclusivamente para os
familiares ou cuidadores de idosos atendidos no CREASI.

Redes de apoio social :


• Instituições não governamentais – ONGs como: Pastoral da Pessoa Idosa,
Pastoral da Criança,e Associação de Bairro.
• Igrejas que realizam trabalhos específicos, inclusive aquelas que prestam
serviços no domicílio com ajuda para o banho, curativo e emprestam cadeiras
de rodas, e muletas
• Centros de Referência, casas lares, instituições de longa permanência (ILPI),
centros de convivência, centros de reabilitação, entre outros.

Você também pode gostar