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ALETAS

FENÔMENOS DE TRANSFERÊNCIA II
Prof.a Dr.a Cíntia Soares – UFSC/CTC/EQA
TRANSFERÊNCIA DE CALOR A PARTIR DE SUPERFÍCIES ALETADAS
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¨ A taxa de transferência de calor a partir de uma superfície a


uma temperatura Ts para o meio envolvente a !" é dada pela Lei
de Newton do resfriamento como
̇
$%&'(. = ℎ,- !- − !"
¨ Quando Ts e !" são fixadas por considerações de projeto,
existem duas formas de aumentar a taxa de transferência de
calor:
¨ aumentar o coeficiente de transferência de calor por convecção h
ou aumentar a área da superfície As.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
TRANSFERÊNCIA DE CALOR A PARTIR DE SUPERFÍCIES ALETADAS
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¨ Aumentar h pode exigir a instalação de uma bomba ou um ventilador


ou a substituição do equipamento existente por um de maior dimensão.
¨ Porém, esta abordagem pode não ser prática!!!! Além disto, pode não
ser suficiente.
¨ Uma alternativa seria aumentar a superfície, anexando superfícies
estendidas chamadas ALETAS.
¨ As superfícies aletadas são muito utilizadas na prática para aumentar
a taxa de transferência de calor e geralmente aumentam muito a taxa
de transferência de calor a partir da superfície.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
TRANSFERÊNCIA DE CALOR A PARTIR DE SUPERFÍCIES ALETADAS
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¨ O radiador do carro é um exemplo de superfície aletada.


¨ Várias folhas finas de metal colocadas nos tubos de água quente
aumentam a superfície de convecção várias vezes e, assim,
aumentam a taxa de transferência de calor por convecção dos
tubos para o ar.

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prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
TRANSFERÊNCIA DE CALOR A PARTIR DE SUPERFÍCIES ALETADAS
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¨ Na análise das aletas, consideraremos:

1) operação permanente sem geração de calor na aleta;

2) condutividade térmica do material k constante;

3) coeficiente de transferência de calor por convecção h constante e


uniforme ao longo de toda a superfície da aleta.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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EQUAÇÃO DA ALETA
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¨ Considere um elemento de volume da aleta na localização x,


tendo comprimento ∆", área transversal #$ e perímetro p.
¨ Sob condições permanentes, o balanço de energia nesse
elemento de volume será:

%&"& '( )*+',çã* '( )&/*0 +* 1/(2(+3* (2 "


= %&"& '( )*+',çã* '( )&/*0 & 5&0360 '* 1/(2(+3* (2 " + ∆"
+ %&"& '( )*+8(9çã* & 5&0360 '* 1/(2(+3* Elemento de
Volume
ou
̇
;9*+'. ̇
, " = ;9*+'. ̇
, " + ∆" + ;9*+8.

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EQUAÇÃO DA ALETA
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¨ onde
̇
"#$%&. = ℎ *∆, - − -/
¨ Substituindo e dividindo por ∆,, tem-se:
̇
"#$%0. ̇
, , + ∆, − "#$%0. ,,
+ hp - − -/ = 0
∆,
¨ Tomando o limite quando ∆, → 0, tem-se: Elemento de
Volume

̇
0"#$%0.
+ ℎ* - − -/ = 0
0,
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EQUAÇÃO DA ALETA
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¨ A partir da Lei de Fourier da condução de calor, tem-se:

&,
̇
"#$%&. = −*+#
&-
¨ Assim:
Elemento de
& &, Volume

*+. − ℎ0 , − ,1 = 0
&- &-

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EQUAÇÃO DA ALETA
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¨ Em geral, a área transversal Ac e o perímetro p de uma aleta


variam com x, o que torna esta equação diferencial difícil de
resolver. No caso específico de seção transversal constante e
condutividade térmica constante, tem-se:

! !&
#$% − ℎ) & − &* = 0
!" !"
Elemento de
Volume

-. / -. / 12
#$% − ℎ) & − &* = 0 ou − & − &* = 0
-0 . -0 . 345

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EQUAÇÃO DA ALETA
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!" # &' !" /


− + − +, = 0 ou − 01 2 = 0
!$ " ()* !$ "
onde Equação Diferencial de Segunda Ordem Linear

1
ℎ4 e Homogênea com Coeficientes Constantes
0 =
567

2 = + − +, Elemento de
Volume

Na base da aleta temos: 28 = + − +,

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EQUAÇÃO DA ALETA
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!" # ' Equação Diferencial de Segunda Ordem Linear


−& ( =0
!$ " e Homogênea com Coeficientes Constantes

( + = ,- . /$ + ,' . 1/$ SOLUÇÃO GERAL

¨ Onde C1 e C2 são constantes arbitrárias cujos valores são


determinados a partir das condições de contorno na base e na ponta
da aleta. Note que precisamos de apenas duas condições de contorno
para determinar C1 e C2.
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EQUAÇÃO DA ALETA
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¨ De antemão, a temperatura da placa na qual as aletas são fixadas é


normalmente conhecida. Então, na base da aleta temos condição de
contorno de temperatura especificada.
¨ Condições de contorno na base da aleta: ! 0 = !$ = %$ − %'
¨ Na ponta da aleta temos várias possibilidades, incluindo temperatura
especificada, perda de calor desprezível (idealizada como ponta
adiabática), convecção e convecção e radiação combinadas.

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ALETA INFINITAMENTE COMPRIDA (Tponta aleta=!" )
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¨ Para uma aleta suficientemente comprida de seção transversal uniforme


(Ac = constante), sua temperatura na ponta aproxima-se da
temperatura ambiente (!" ) e, portanto, # aproxima-se de zero. Isto é:
¨ Condição de contorno na ponta da aleta:
# $ = ! $ − !" = 0 como $ → ∞
¨ Variação de temperatura ao longo da aleta:

¨ Taxa de transferência de calor:

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ALETA INFINITAMENTE COMPRIDA (Tponta aleta=$& )
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! " = $ " − $& = 0 como " → ∞


¨ Variação de temperatura ao longo da aleta:

¨ Taxa de transferência de calor:

NOTE QUE A TEMPERATURA AO LONGO DA ALETA


DIMINUI EXPONENCIALMENTE
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PERDA DE CALOR DESPREZÍVEL A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ Supostamente, as aletas não são tão longas que a temperatura na


ponta se aproxime da temperatura ambiente.
¨ A situação mais realista é a transferência de calor desprezível a partir
da ponta da aleta.
¨ A transferência de calor a partir da aleta é proporcional à área da
sua superfície e a superfície da ponta da aleta normalmente é uma
fração desprezível da sua área total.
¨ Então, a ponta da aleta pode ser considerada adiabática.
!"
¨ Condição de contorno na ponta da aleta: $=& =0
!#

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PERDA DE CALOR DESPREZÍVEL A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ Variação de temperatura:

¨ A taxa de transferência de calor a partir da aleta pode ser


determinada a partir da Lei de Fourier da condução de calor:

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PERDA DE CALOR DESPREZÍVEL A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ Note que as relações para a transferência de calor para aletas muito


longas e para aquelas com perda de calor desprezível na ponta
diferem pelo fator tanh mL, que se aproxima de 1 quando L se torna
muito grande.

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TEMPERATURA ESPECIFICADA (TALETA, PONTA=TL)
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¨ Neste caso, a temperatura na extremidade da aleta (ponta da aleta)


é fixada na temperatura especificada TL.
¨ Poderia ser considerado como generalização de aleta infinitamente
longa, onde a temperatura na ponta da aleta foi fixada em !" .
¨ Condição de contorno na ponta da aleta: # $ = #& = !& − !"
¨ Variação de temperatura:
! ( − !" !& − !" ⁄ !) − !" +,-ℎ /0 + +,-ℎ / $ − 0
=
!) − !" +,-ℎ /$

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TEMPERATURA ESPECIFICADA (TALETA, PONTA=TL)
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¨ Usando a Lei de Fourier da condução de calor, a taxa de transferência


de calor a partir da aleta é:

/0
¨ ̇
"#$%&. $(&$). = −,- . 2 = 0
/1

9:;< => ? 0A ?0B ⁄ 0C ?0B


¨ = ℎ&,-5 67 − 68 DEFG =>

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CONVECÇÃO A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ As pontas das aletas, na prática, estão expostas aos arredores.


Portanto, a condição de contorno adequada para a ponta da aleta é
a convecção, que também inclui os efeitos da radiação.
¨ Considere o caso de convecção apenas na ponta. A condição na ponta
da aleta pode ser obtida a partir do seu balanço de energia
̇
"#$%&. ̇
= "#$%). , que é:

&/
−+,- . 0 = 1 = ℎ,- /3 − /4
&0
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CONVECÇÃO A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ Variação de temperatura:

! " − !$ cosh + , − - + ℎ⁄+1 234ℎ + , − -


=
!% − !$ cosh +, + ℎ⁄+1 234ℎ +,

¨ A taxa de transferência de calor da aleta pode ser encontrada a


partir da Lei de Condução de Calor de Fourier:
>?
¨ ̇
6784937. = −1;< = - = 0
>"

BCDE FGH I ⁄FJ KLBE FG


¨ = ℎA1;< !% − !$ <MNI FGH I ⁄FJ NOPI FG
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prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONVECÇÃO A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ A solução para a equação geral da aleta para o caso


de convecção a partir da ponta da aleta é bastante
complexa.
¨ Uma forma prática de contabilizar a perda de calor a
partir da ponta da aleta é substituir o comprimento da
aleta L na relação para o caso da ponta isolada pelo
comprimento corrigido da aleta.
%"
!" = ! +
&
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CONVECÇÃO A PARTIR DA PONTA DA ALETA
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¨ Onde Ac é a área transversal e p é o perímetro da


aleta na ponta. Multiplicando-se a relação dada pelo
perímetro temos Acorrigido = Aaleta (lateral) + Aponta, que
indica que a área da aleta obtida, utilizando-se o
comprimento corrigido, é equivalante à soma da área
lateral da aleta com a área de sua ponta.
¨ As aletas submetidas à convecção em suas pontas
podem ser tratadas como aletas com pontas isoladas,
substituindo o comprimento real pelo comprimento
corrigido.

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prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
RESUMO
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Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.

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