Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Escola de Negócios – Ciências econômicas.

TEMA: o valor da filosofia e por que ela deve ser estudada;

TESE: a importância da filosofia em suas buscas incertas em campos que nutrem o

espírito;

NOÇÕES:

Egotismo: constitui um obstáculo ao alargamento do Eu;

Filosofia: problemas que não foram encontrados, até o presente, uma resposta
exata e continuam a constituir esse resíduo a que se dá o nome de filosofia;

Valor da filosofia: a filosofia deve ser estudada, não por virtude de resposta,
precisa que faculte aos problemas que ela própria evoca, mas sim por virtude
desses próprios problemas; e acima de tudo pelo motivo de que, pela grandeza do
mundo, que a filosofia contempla, resulta engrandecido e sublimado o espírito,
tomando-se capaz dessa união com o universo em que consiste afinal o seu bem
supremo;

Conhecimento: confere unidade e organização sistemática a todo o corpo do saber

científico, bem como o que resulta de um exame crítico dos fundamentos das
convicções, dos nossos preconceitos e das nossas crenças;

Contemplação: a contemplação, é tudo aquilo que é pessoal e privado, tudo que se

acha na sujeição ao hábito, ao interesse pessoal, ao desejo vulgar, deforma o objeto
que se contempla, prejudicando a união que a inteligência busca. Levantando uma
barreira entre o sujeito e o objeto — as coisas pessoais, as coisas privadas,
devolvem-se numa prisão para o nosso espírito;
Homem prático: é o que só necessidades materiais reconhece; é aquele que
admite ser preciso aos homens algum alimento para os seus corpos, mas não tem
consciência de ser necessário que se busque alimento para os seus espíritos;

Imparcialidade: é o desejo estreme de atingir a verdade, é aquela mesma espiritual

virtude que no campo da ação se denominou justiça, e que no campo da emoção é
o universal amor, acessível a todos, e não só aos que temos por admiráveis ou
úteis;

Bens de espírito: os bens de espírito são tão importantes quanto os bens físicos,
são por eles que o valor da filosofia é procurado, inclusive, Russel menciona que
somente seus estudiosos são capazes de entender que o estudo da filosofia não é
dispensável.

ARGUMENTOS:

Há um pensamento inerente ligado à sociedade, este afirma que a filosofia é

um estudo inútil para a sociedade, o qual não tem algum resultado que contribua
para toda a humanidade. Defendendo essa questão, Bertrand Russel idealiza:
“...será bom considerar, para concluir, qual é valor da filosofia e por que ela deve ser
estudada”. Essa frase está incluída no texto “O valor da Filosofia”, em que Russel
argumenta sobre como esse valor da filosofia é consolidado e como a sociedade se
comporta ou deveria se comportar para com ela.

Inicialmente, Russel defende que por influxo da ciência ou dos negócios

práticos fazem acreditar que a filosofia seja algo sem propósito. O “homem prático”
faz se crer que não há a necessidade que se busque alimento para a alma, e é
unicamente entre os bens do espírito que o valor da filosofia se pode achar. Ao
mencionar os bens de espírito, é necessário informar que somente aqueles que os
compreendem, estão cientes de que a filosofia é necessária e não uma inutilidade,
além disso, é nele que buscamos seus efeitos, tendo como resultado um espírito
livre. A filosofia, assim como outras áreas, visa o conhecimento que resulta de um
exame crítico de valor.

Em seguida, os problemas, já capazes de soluções, são colocados nas

demais ciências e, aqueles que não foram ainda encontrando uma resposta, dá-se o
nome de filosofia. Seu valor, portanto, depende da busca incansável de suas
próprias incertezas, uma vez que, aprofundar-se em dúvidas é desafiar a razão e
questionar suas convicções que, por hábito ou por inconsciência, constitui o homem
prático - aquele que só é capaz de enxergar as necessidades do corpo. Desta
maneira, o sentimento brando de certezas é substituído pela libertação da tirania do
costume. A filosofia precisa ser estudada porque seus questionamentos ampliam a
imaginação intelectual, diminui a arrogância dogmática que neutraliza a
especulação mental. E, sobretudo, o estudo da filosofia faz-se importante porque
sua contemplação amplia não somente os objetos do pensamento, mas também de
nossas ações e sentimentos. Assim, ocorre a união entre o universo e o cidadão e
constitui um bem supremo.

A filosofia mantém vivos os interesses especulativos pelo universo, que nós

os deixaríamos morrer se pudessem ser assegurados esses conhecimentos como
definitivos. Logo, o valor da filosofia deve ser buscado nas incertezas, visto que o
homem tende a tornar o mundo óbvio. Apesar da filosofia ser incapaz de dizer ao
certo uma resposta às várias perguntas que ela mesma propõe, todavia, nos
permite diversas possibilidades ampliando os pensamento e nos tirando do hábito,
desta forma, embora diminua o nosso sentimento de certeza, ela expande o
conhecimento pelas noções que podem ser, levando para longe o dogmatismo e
nos abrindo perspectivas, sendo este seu maior mérito, assim, o livre intelecto
poderá enxergar isento das crenças tradicionais.

COMENTÁRIOS:

É da natureza do homem a busca pelo conhecimento, e em campos mais

sutis da forma algumas respostas ainda estão sendo buscadas. Um dos primeiros
passos para caminharmos à resolução dessas dúvidas de nossas essências é
abstrairmos do lado metodológico convencional, abrindo portas para lapidar ideias
mais abstratas enfatizando a aplicação da filosofia para essa tarefa, permitindo na
sequência outros campos testarem esses “esboços mentais”.

Ganhamos espaço para explorarmos campos que estão ligados diretamente

com nossos espíritos do ser, voltando sempre a base de nossas existências através
do ato de filosofar, indagando-nos das velhas (e ao mesmo tempo novas) ideias
sobre a vida, a verdade e o universo; isto é, sempre andando junto com nossa
realidade cotidiana.