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CONCEITOS

DA ADMINISTRAÇÃO
PROF. HEIDER JEFERSON GONÇALVES
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Diretor de Ensino a Distância:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof. Me. Fábio Oliveira Vaz
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Diagramação:
vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani/
Thiago Bruno Peraro
Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Revisão Textual:
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
Gabriela de Castro Pereira/
e profissional, refletindo diretamente em nossa
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
Mariana Tait Romancini
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente
e busca por tecnologia, informação e conheci-
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta /
mento advindos de profissionais que possuam Heber Acuña Berger/
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Leonardo Mateus Gusmão Lopes/
cia no mercado de trabalho. Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Gestão da Produção:
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Kamila Ayumi Costa Yoshimura
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Fotos:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino Shutterstock
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
ENSINO A DISTÂNCIA

01
UNIDADE

CONCEITOS E FUNDAMENTOS
DA ADMINISTRAÇÃO
PROF. HEIDER JEFERSON GONÇALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................. 5
IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................. 16
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 19

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INTRODUÇÃO
Nesta primeira etapa iniciaremos com um questionamento muito comum entre os que
buscam o saber administrativo: Mas afinal, o que é Administração? Esse questionamento é o que
irá nortear boa parte deste estudo, nos levando a pensar em formas de como algo deve ser gerido
ou administrado, usando a palavra derivada da administração. Administrar não é algo tão fácil
como alguns pensam, depende de muitos fatores e de muito conhecimento. Atingir uma meta ou
objetivo desejado, ou alcançar o tão desejado sucesso profissional ou empresarial depende sim de
uma boa administração.
Lembremos que até nossa própria vida cotidiana precisa ser administrada para que
não seja um grande fracasso. Nossa carreira precisa ser administrada, nosso dinheiro, e até
nossos problemas! Imaginem então como seria uma organização ou empresa qualquer sem
administração? Um caos com toda certeza. Mas vamos agora conhecer um pouco mais sobre
a história da administração, seus primórdios e principais acontecimentos para que pudesse se
desenvolver no tempo.

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UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO


Desde que o mundo é mundo, é fato que a administração existe e que foi e ainda é muito
importante para a humanidade. Podemos reforçar tal afirmação, pois, desde que as mais primitivas
civilizações ocupavam o planeta terra, já adotavam técnicas e ferramentas administrativas
para atingir seus objetivos, até mesmo para própria sobrevivência. E é desde os primórdios da
humanidade, que o homem administra. Senão como explicar obras tão fantásticas e complexas
feitas por tais civilizações como as Pirâmides do Egito (1640 a.C.) e as Muralhas da China (220
a.C.), por exemplo. Com certeza, nenhuma delas seria possível sem o uso da administração.

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Figura 1 - Pirâmides do Egito. Fonte: Fox (2017).

Podemos destacar ainda que na história da humanidade, verifica-se que sempre existiu
alguma forma de associação entre os homens para que através do esforço conjunto, atingissem
objetivos em comum, que isoladamente, não seria possível. Pois bem, o processo de administrar
está vinculado a qualquer situação em que existam pessoas fazendo o uso de recursos para
atingir determinado objetivo, de tais formas, que em muitos casos, embora pareçam inicialmente
rudimentares, manifestava-se alguma forma de administrar organizações já naqueles tempos.
Ainda se tratando de administração, inicialmente o homem regulava as ações e práticas
de sua família, sua casa, sua tribo, sua aldeia, seu povo. Logo depois, no momento em que se
constituíram em sociedade, viram a necessidade de administrar vilas, cidades, estados e até mesmo
nações, como vemos hoje em dia, em que para que isso fosse possível, foram criadas organizações
que reuniam, pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, instalações e informações, entre
outros recursos.

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Falando em ações práticas e organizações, como você vê as ações


e práticas de governo das organizações públicas e privadas na ci-
dade em que você vive? E como aluno de graduação? Quais são
suas perspectivas quanto a estes administradores?
REFLITA

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Figura 2 - Trabalhadores Chineses. Fonte: Vinh (2017).

Essa administração, tal como é conhecida hoje em dia, resulta de um histórico de


integração entre inúmeros precursores, pessoas que se dedicaram no decorrer de suas vidas e por
toda a história por esta questão.

Livro – Os 50 maiores vultos da Administração (CFA/CRAs) -


Disponível em:
<http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/livro_50_vultos_ad-
ministracao_v4-estrutura.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2018.

Muitas referências históricas mostram que até hoje, vários conceitos administrativos que
para alguns parecem ser arcaicos, que surgiram a mais de 1.200 a.C. ainda são usados atualmente
nas organizações contemporâneas.
Existem registros de que a história da administração iniciou-se aproximadamente no
ano 5.000 a.C., na Suméria, quando os antigos Sumerianos procuravam melhorar a maneira
de resolver seus problemas exercitando a arte de administrar. Logo depois, há relatos de que
no Egito, Ptolomeu dimensionou um sistema econômico planejado, que não poderia ter-se
operacionalizado sem uma administração pública bem elaborada, sistemática e organizada.

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Em seguida, na China, em 500 a.C., houve a necessidade de adotar um sistema organizado


de governo para o império, a chamada Constituição de Chow, com seus oito regulamentos, e
também as regras de administração pública de Confúcio, como ótimos exemplos da tentativa
chinesa de definir regras e princípios de administração.

Biografia de Confúcio

Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) foi um filósofo chinês, criador do con-


fucionismo, um conjunto de ensinamentos sobre moral e ideolo-
gia política que veio a triunfar na China por volta do século II a.C.
Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) nasceu na cidade de Tsu, Estado de
Lu (atual província do Shantung), provavelmente em 551 a.C. Sua
família apesar de descende dos Shag – a segunda dinastia da Chi-
na antiga, viviam sem recursos o que não lhe permitiu ter mestres
regulares durante a infância. Aprendeu sozinho as letras, a arte dos
arqueiros e a música. Mostrou-se muito ambicioso e conseguiu um
emprego de contador na administração local.

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Na China do século VI a.C. não havia leis gerais ou autoridades
reconhecidas. Prevalecia um estado de constante anarquia, de ab-
soluta falta de segurança para quem não dispõe de força armada
para a autodefesa. O contato diário com a miséria sensibilizava
Confúcio e o desejo de ambicionar posições de destaque, vai sen-
do substituído pelo desejo de ajudar a melhorar a vida de seu povo.

Suas ideias vão aos poucos ganhando consistência. Em 530 a.C.


Confúcio abre a primeira escola para jovens, onde se estudam tex-
tos antigos e teoria de governo. Os primeiros alunos são amigos,
muitos de sua própria idade. Fascinados com seus ensinamentos,
buscavam novos alunos. Aos poucos Confúcio se torna um mes-
tre famoso e respeitado. Nunca rejeita um aluno, por mais humilde
que seja desde que se mostre inteligente e esforçado. Seu ideal é
ver um mundo onde as guerras e as misérias sejam substituídas
pela paz, boa vontade e felicidade.

Disponível em <https://www.ebiografia.com/confucio/>. Acesso


em: fev. 2018.

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Segundo Maximiano (1995, p. 126), por volta de 10.000 a 8.000 a. C., na Mesopotâmia e
no Egito, agrupamentos humanos desenvolviam atividades extrativistas que faziam uma transição
para atividades de cultivo agrícola e pastoreio. Iniciando-se, assim, a chamada Revolução Agrícola,
surgindo as primeiras aldeias, e marcando a mudança da economia de subsistência para a
administração da produção rural e a divisão social do trabalho. Ainda, no período compreendido
entre 3.000 e 500 a. C., a Revolução Agrícola evoluiu para a Revolução Urbana, surgindo, assim,
as cidades e os Estados, demandando a criação de práticas administrativas mais modernas e de
acordo com aquela realidade.
É importante destacar ainda que com o passar dos anos, tem-se observado que a
administração foi sendo construída por influências de diversas áreas do conhecimento humano.
A filosofia, por exemplo, deu grande contribuição para a administração, em que já antes de
Cristo, os filósofos expunham seu ponto de vista sobre esta área tão nova e fascinante que viria a
ser importante nos dias atuais.
O filósofo grego Sócrates (470 a.C. 399 a.C.), por exemplo, em sua discussão com
Nicomaquis, expõe o seu ponto de vista sobre a administração dizendo: “Sobre qualquer coisa
que um homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz de provê-lo, um
bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não
é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquis, não desprezeis
homens hábeis em administrar seus haveres...”.

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Figura 3 - Sócrates. Fonte: Up Closed (2018).

Outro importante filósofo grego, Platão, discípulo de Sócrates, (429 a.C. – 347 a.C.), deu
sua contribuição, relatando em sua obra tão famosa e intitulada “A República”, seu ponto de vista
sobre democracia e administração dos negócios públicos. Já Aristóteles, também filósofo grego, e
discípulo de Platão, estudou a organização do Estado e relata três tipos de administração pública:
monarquia, aristocracia e democracia.

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No caso de Francis Bacon, filósofo inglês, (1561 – 1626) antecipa-se ao princípio da


administração, conhecido como princípio da prevalência do principal sobre o acesso, enfocando
a separação do que é essencial e do que é acessório. E René Descartes, filósofo, matemático e físico
francês (1596 – 1650), foi o autor das coordenadas cartesianas ou dos princípios cartesianos.
Vários princípios da administração moderna, como, divisão do trabalho, da ordem, do controle,
estão fundamentados nestes princípios. Tão importante quanto, Thomas Hobbes (1588-1679)
desenvolveu a chamada teoria da origem contratualista do estado, onde segundo o qual o homem
primitivo, vivendo em estado selvagem, passou lentamente à vida social, através de um pacto
entre todo, pois o homem primitivo era um ser anti-social por definição, vivendo em guerra
permanente com o próximo, e sendo assim o Estado viria a ser, a inevitável resultante da questão,
impondo a ordem e organizando a vida social,
É importante ressaltar também que Jean-Jacques-Rousseau (1712 – 1778), contextualizou
a teoria do contrato social, teoria essa fundamentada no acordo entre os participantes de uma
ação, com base num conjunto de regras que regem o mesmo. Não nos esqueçamos de Karl Marx
(1818 – 1883), que ofereceu contribuições significativas para a ciência administrativa, a partir da
introdução da teoria da origem econômica do Estado e considera que todos os acontecimentos
históricos são produto das relações econômicas entre os homens, que em conjunto com seu
parceiro Friedrich Engels (1820-1895) propõem essa importante teoria, onde o surgimento do
poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo

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homem.
E assim, com o surgimento da Filosofia Moderna, a Administração deixou de receber
certas contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afastou-se
significativamente dos problemas organizacionais e dessa forma da própria administração.

É preciso explicitar que na evolução histórica da administração,


duas instituições têm papel fundamental enquanto instituições
normativas, do ponto de vista de suas contribuições, para entender
melhor as organizações e a administração: a Igreja Católica Roma-
REFLITA na e as Organizações Militares.

Ainda quanto à Administração, a Igreja Católica Apostólica Romana pode ser


considerada a organização formal mais eficiente da civilização ocidental, pois através dos
séculos, vem mostrando e provando a força de atração de seus objetivos, a eficácia de suas
técnicas organizacionais e administrativas. No decorrer dos anos e até mesmo séculos, as normas
administrativas e princípios de organização pública foram se transferindo das instituições dos
Estados para as instituições da Igreja Católica e também para as organizações militares.
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando sua organização, sua hierarquia
de autoridade, seu estado-maior (assessoria) e sua coordenação funcional, ou seja, foi sendo bem
administrada. Atualmente, a Igreja Católica tem uma organização hierárquica simples e eficiente,
onde sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o comando de uma
só cabeça executiva (O Papa). Assim, a estrutura da organização da Igreja Católica serviu de
modelo para muitas organizações, que passaram a incorporar uma infinidade de princípios e
normas administrativas já utilizadas, experimentadas e comprovadas pela Igreja Católica, por
isso que diversos autores apontam que entre todas as formas de atividades humanas, a Igreja
Católica constitui um dos exemplos mais concretos de aplicação e funcionamento dos princípios
administrativos e de organização em todo o mundo.

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Figura 4 - Igreja Católica. Fonte: L’Osservatore Romano (2015).

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Não podemos nos esquecer também da grande relevância das organizações militares
que por sua vez, evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos exércitos
mercenários dos séculos XVII e XVIII, até os tempos modernos com uma hierarquia de poder
rígida e adoção de princípios e práticas administrativas comuns a todas empresas da atualidade.
Lembremos ainda que a organização militar influenciou enormemente o desenvolvimento das
teorias da administração ao longo do tempo, onde a organização linear, por exemplo, tem suas
origens nos militares da antiguidade e da Idade Média.
Destacamos também o princípio da unidade de comando, fundamental para a função de
direção, é o núcleo central de todas as organizações militares, assim como a escala hierárquica,
ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade
correspondente, tipicamente um aspecto da organização militar utilizado em outras organizações
até os dias de hoje.

Figura 5 - Hierarquia Militar. Fonte: Nova Concursos (2016).

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Ainda sobre as organizações militares e, sabe-se que no início do século XIX, Carl von
Clausewitz (1780 – 1831), um general prussiano, escreveu um Tratado sobre a Guerra e os
Princípios de Guerra, falando sobre como administrar os exércitos em períodos de guerra. Foi
ele o grande inspirador de muitos teóricos da administração, que posteriormente se basearam na
organização e estratégias militares defendidas por ele, para adaptá-las à organização de estratégias
empresariais. Segundo Clausewitz, toda organização requer cuidadoso planejamento e rigorosa
disciplina, pois considerava a disciplina como um requisito básico para uma boa organização.
Na medida em que nos aprofundamos nos estudos históricos a respeito da administração, nos
deparamos com muitas concepções que dão o necessário suporte para nosso entendimento, mas
podemos considerar estas, como apenas algumas das principiais contribuições teóricas históricas
a respeito das origens e do significado da administração.
E lembremos que, não se pode administrar absolutamente nada sem planejamento.
Estudar administração é estudar o planejamento de todas as suas formas possíveis, assim como
todos os outros princípios básicos, ou seja, organização, direção e controle. Mas o planejamento
é o princípio de tudo.

O que é planejamento?

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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JaDBwOUN-
JbE>.

ALGUNS CONCEITOS SOBRE ADMINISTRAÇÃO


Mas afinal de contas, o que é administração? Podemos afirmar que a Administração é
uma ciência social aplicada, responsável pelo planejamento, organização, direção e controle dos
recursos (humanos, financeiros, materiais, entre outros) de uma organização.

Figura 6 - Processo Administrativo. Fonte: Neto (2012).

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É possível encontrar muitas outras definições, onde de acordo com Ferreira (1993 p. 12),
Administração é Ação de Administrar, Quem administra; e o verbo Administrar significa Gerir
(negócios públicos ou particulares), Dar, ministrar. Mas essa definição já é considerada obsoleta
para o contexto empresarial, principalmente aos dias atuais, considerando que Administração
já envolve uma série de conceitos que vem se aperfeiçoando com o passar do tempo e com
ampla aplicação às novas práticas organizacionais atuais. Segundo Chiavenato (2007, p. 3), “A
Administração é o veículo pelo qual as organizações são alinhadas e conduzidas para alcançar
excelência em suas ações e operações para chegar ao êxito no alcance de resultados”. De modo que
a palavra Administração é oriunda do Latim, onde ad denota direção/tendência para, e minister
significa subordinação/obediência. E ele ainda afirma que, administrar significa “criar condições
ideais de solidariedade para que as pessoas possam se ajudar mutuamente e gerar valor e riqueza
de modo eficiente e eficaz”.

Qual a diferença entre eficácia e eficiência?


São conceitos muitas vezes usados como sinônimos, contudo,
não referem-se à mesma coisa e confundi-los não é pratica que se
espera de um administrador ou candidato a administrador, então:
Qual a diferença entre eficácia e eficiência?

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O que é eficiência?
Eficiência refere-se ao modo como determinada atividade é realiza-
da, é o meio, não o fim.

O que é eficácia?
Eficácia tem relação com o resultado referente a uma atividade, é
o fim e não o meio.
Dessa forma, é possível ser eficiente e não eficaz e vice-versa.

Levando em consideração então, que a palavra administração tem sua origem ligada ao
latim ad – direção para, tendência para; minister – subordinação ou obediência, e significa a
função que se desenvolve sob o comando de outro, então, administrar nada mais é que obter
resultados por intermédio de outros, ou fazer as coisas através de outras pessoas, com os melhores
resultados possíveis, onde podemos afirmar ainda que, tecnicamente, a administração constitui
fazer as coisas da maneira mais adequada possível, com o mínimo de recursos – humanos,
financeiros e materiais – com o intuito de alcançar objetivos desejáveis.
Para Maximiano (2004, p. 25),

A administração é o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar


decisões sobre objetivos e recursos. O processo de administrar (ou processo
administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando
recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade última do processo
de administrar é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de
recursos.

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Já segundo Drucker (2000),

Administrar significa assumir tarefas. Significa disciplina. Mas significa também


gente. Cada realização da administração é a realização de um administrador.
Cada fracasso, é o fracasso de um administrador. São pessoas que administram,
e não ‘forças’ nem ‘fatos’.

Diante disso, explica-se que a administração é um processo simples de tomada de decisão:


“Administração é simplesmente o processo de tomada de decisão e o controle sobre as ações dos
indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas predeterminadas” (DRUCKER, 1997).
Lembremos que Peter Drucker (1997), é considerado o pai da Administração moderna,
tendo instituído o chamado “PODC” (Planejamento, Organização, Direção e Controle), onde o
Planejamento é justamente a primeira dentre as funções básicas da administração. Vejamos essa
representação na figura a seguir:

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Figura 7 - As funções básicas da Administração. Fonte: Chiavenato (2004).

Lembremos, ainda, que essa definição de Drucker sobre as funções básicas da


administração, constituídos no “PODC”, surgiu baseado em um outro conceito, instituído por
FAYOL, conhecido como “POCCC”, dizendo que: “Administrar é prever, organizar, comandar,
coordenar e controlar”. (Jules Henri FAYOL, 1981). Para Drucker (2000), a administração é prática
como a advocacia, a medicina e a engenharia, por exemplo, e deve apoiar-se sobre uma teoria
com rigor científico, numa prática efetivamente aplicada, onde é necessário ter conhecimentos
científicos e teóricos consistentes, ou seja, devemos saber “por que fazer”, “ o que fazer” e “como
fazer” as coisas para que aconteçam. Ele procura enfatizar a “administração” e o “trabalho”, e não
o “capital” e o “trabalho” como recursos de produção, como geralmente é feito, considerando
desta forma, o administrador como o elemento chave, dinâmico e essencial de qualquer empresa,
deixando muito claro que é ele, o administrador, quem determina, através da qualidade e do
desempenho do seu trabalho, o sucesso ou o fracasso, e principalmente a sobrevivência da
empresa.

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Peter Drucker: O pai da administração moderna

Peter Drucker, nasceu em 1909, em Viena, na Áustria. Seus co-


nhecimentos sobre a ciência da administração teve início ainda
com seus pais, que costumavam realizar encontros com famosos
personagens políticos e econômicos da época. Quando adulto,
formou-se em Frankfurt, na Alemanha, onde realizou o doutorado
em Direito Público Internacional na universidade da cidade. Com
o tempo, passou a viver em Londres onde trabalhou como econo-
mista e jornalista durante anos. Em 1937, mudou-se para os Esta-
dos Unidos, atuando como correspondente do jornal de economia
Financial Times.
Por fim, em 1971, ingressou como professor na Claremont Gradua-
te University, onde lecionou por 30 anos. Peter Drucker foi um reno-
mado escritor, professor e consultor administrativo. Considerado
por muitos, o pai da administração moderna, ele era o autor mais
reconhecido dentre os que estudavam os efeitos da globalização
na economia em geral e em particular nas organizações. Drucker

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enxergava a administração de empresas como uma ciência que
trata das pessoas nas organizações e também como a principal
ferramenta da sociedade moderna. Seu estilo era único e foi consi-
derado o seu mais importante diferencial.
Peter Drucker não é considerado o pai da administração moderna
à toa. O seu legado nessa área de estudo é extraordinário. Drucker
teve uma longa e extensa carreira como especialista em gestão
e negócios, escrevendo ao todo mais de 30 livros, que juntos de-
sencadearam uma revolução única na maneira de gerir uma orga-
nização. Ele introduziu aos negócios a ideia de descentralização,
invertendo a forma que os líderes enxergavam os trabalhadores.
Ao definir a administração de empresas, como uma disciplina, Pe-
ter Drucker a declarou como uma ciência prática e humanista, a
qual não se restringia apenas às questões corporativas, mas que
procurava englobar fundamentos da teoria política, psicológica, fi-
losófica, econômica, histórica, matemática, entre outras. Drucker
se descrevia como um “ecologista social”, que extraía conhecimen-
to da observação humana e afirmava que as teorias não tinham
vida sem a perspicácia da comunicação.
Ao longo de mais de 70 anos, as contribuições de Drucker influen-
ciaram milhares de pessoas, incluindo grandes nomes da atuali-
dade. Bill Gates (fundador da Microsoft) e Henry Ford (fundador
da Ford Motors), foram alguns dos nomes que encontraram nos
livros do economista austríaco inspiração para compreender as
tendências da economia mundial. Dentre suas principais obras,
destacam-se os livros Administrando em Tempos de Grandes Mu-
danças, Tecnologia, Administração e Sociedade, O Executivo Efeti-
vo e Administrando para o futuro.

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De maneira resumida, Peter Drucker enxergava a administração


como uma ciência interligada à diversas matérias, das quais ex-
traía conhecimentos valiosos que agregavam aos mais diversos
âmbitos da disciplina. No auge da popularidade e também em uma
de suas frases mais icônicas, afirmou que nenhuma instituição po-
deria sobreviver se precisasse apenas de gênios para serem admi-
nistradas, pois toda organização deveria estar organizada ao ponto
de ser capaz de seguir em frente sob uma liderança composta de
seres humanos com conhecimentos e personalidades diferentes.
Até hoje, suas teorias são consideradas divisores de águas na ad-
ministração.

Algumas frases brilhantes de Drucker


“Transformar a informação em conhecimento e este em ação efeti-
va é a função específica do administrador e da administração.”

“O trabalho de um administrador deve basear-se em uma tarefa a


ser cumprida para atingir os objetivos da empresa... o administra-

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dor deve ser comandado e controlado pelo objetivo do desempenho,
não por seu chefe.”

“A essência da administração é o ser humano. Seu objetivo é tornar


as pessoas capazes do desempenho em conjunto, tornar suas for-
ças eficazes e suas fraquezas irrelevantes, Isso é a organização, e a
administração é o fator determinante.”

“A administração é o órgão específico e distintivo de toda e qualquer


organização.”
(Peter Drucker)

FONTE:
Disponível em: <http://www.portal-administracao.com/2017/04/
peter-drucker-o-pai-da-administracao.html>. Acesso em: Fev. 2018.

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Diante de tudo que já foi exposto, pode-se dizer que a Administração significa um
processo para a tomada de decisões, que devem resultar em ações de melhoria nas empresas, e
que segundo Maximiano (2004 p. 34), “(...) compreende cinco processos principais interligados:
planejamento, organização, liderança (...), execução e controle”.
Para Chiavenato (2007, p. 2),

A administração nada mais é do que a condução racional das atividades de


uma organização seja ela lucrativa ou não lucrativa. A administração trata do
planejamento da organização (estruturação), da direção e do controle de todas
as atividades diferenciadas pela divisão do trabalho que ocorrem dentro de uma
organização.

E completa afirmando que: “A administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e


controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos organizacionais.” (CHIAVENATO, 2007,
p. 11). Portanto, fica claro que independente da variedade das definições e visões de vários autores
citados referentes à Administração, esta abrange ações como a preparação de planos, relatórios,
projetos, entre outros, cabendo ao administrador o papel de – Planejar; Organizar; Dirigir (em
dias atuais, Liderar) e Controlar as atividades nos mais diversos tipos de organizações.

IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO

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A administração está muito mais no nosso cotidiano do que imaginamos, tendo muita
importância no dia a dia e em nossas vidas. A grande maioria das pessoas nunca parou para
pensar que a administração está muito mais presente em suas vidas do que imaginam, e acham
que a Administração é algo presente apenas nas empresas e escritórios.
Mesmo sem perceber, a administração está inserida em nosso dia a dai, pois tudo envolve
administração, nossos próprios lares, por exemplo, para se manter em ordem é necessário saber
administrar, muita organização, estabelecimento de regras, resolução de problemas, etc. É fato
que os lares bem-sucedidos e que convivem em paz são aqueles bem administrados por seus
membros ou pelos “chefes” de família. Aliás, nossos lares são bem parecidos com as empresas,
que possuem os chefes que decidem, estabelecem as normas e resolvem problemas, ou seja,
administram.

Figura 8 - Administração Familiar. Fonte: Leandrah (2018).

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Assim como nas empresas e em qualquer tipo de organização, as pessoas que convivem
juntas, em um mesmo ambiente tem de se entender e conviver em harmonia, se ajudar, trabalhar
em equipe, em que isso só é possível graças a capacidade das pessoas em administrar seus lares,
negócios ou qualquer tipo de organização. Para entender a importância da administração, é preciso
ir além da interpretação da palavra. É preciso também compreender o papel que a administração
desempenha para as organizações e para a sociedade. As organizações têm objetivos a serem
cumpridos, metas a serem alcançadas, e os Administradores vão decidir quais são os melhores
recursos a serem utilizados para se chegar a tais objetivos.
De acordo com Maximiano (2004), “Administração é o processo de tomar e colocar
em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos. A administração é processo ou
atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos”. O processo de
administrar (ou processo administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas
utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade última do processo de
administrar é garantir a realização de objetivos por meio da aplicação de recursos. Conforme
cita Drucker (1980), “A administração é importante em qualquer escala de utilização de recursos
para realizarem objetivos – individual, familiar, grupal, organizacional ou social. Inclusive, a
Administração é importante parra o desenvolvimento de um país.”
Lembremos que o processo administrativo é importante em qualquer contexto na
utilização de recursos, mas que a razão principal para estudá-lo é seu reflexo sobre o desempenho

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 1


das organizações, onde o principal motivo para que existam, é que certos objetivos só podem ser
alcançados por meio da ação coordenada de grupos de pessoas, pois, atualmente, as organizações
assumiram tamanha importância na sociedade e na vida das pessoas, que não temos como pensar
em organizações sem administradores.

Pense em sua cidade, com os problemas que ela possui. Pense


no país, com todos os seus problemas, na área da saúde, seguran-
ça pública, habitação, entre outros. Seria um reflexo da Adminis-
tração? Será que podemos afirmar que o governo não administra
REFLITA como deveria?

Muitos problemas que enfrentamos têm sua origem na inexistência ou ineficiência


administrativa de alguma organização, onde as organizações bem administradas ou não, são
muito importantes por causa do impacto que causam sobre a qualidade de vida da população.
É dramático o impacto do mau funcionamento de uma organização de grande porte sobre a
sociedade em que está inserida, pois, muitas vezes pessoas perdem seu emprego, ou recebem
serviços públicos de péssima qualidade gerando consequências terríveis.
Podemos afirmar que neste século, a administração e as organizações estão sofrendo
grandes transformações, as empresas privadas, em particular, operam dentro de um contexto
extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente sua eficiência: fazer mais, com
menos recursos. É visível também o aumento da chamada “Administração empreendedora”, que
procura estimular as pessoas a serem seus próprios patrões, em que a ideia da administração
participativa ganha seu espaço como tendência, pois é preciso educar operários a serem seus
próprios gerentes e a serem capazes de tomar decisões e liderar em algum momento se necessário.

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Livro – Administração Empreendedora


Disponível para compra em: <https://www.amazon.com.br/Ad-
ministra%C3%A7%C3%A3o-Empreendedora-Sandra-Mariano/
dp/8535213546>.
Acesso em: 15 fev. 2018.

Em relação aos objetivos da administração, as instituições privadas ou públicas, com ou


sem fins lucrativos, não existem por conta própria ou por acaso, mas para satisfazer alguma
necessidade da sociedade, da comunidade ou de um indivíduo em particular, ou seja, elas existem
para cumprir uma finalidade social definida e certa.
Lembremos que de acordo com Drucker (2006), os princípios básicos para administrar
são: planejar, organizar, dirigir e controlar (PODC), em que as principais funções administrativas
são:
• Fixar objetivos.
• Analisar, conhecer os problemas.
• Solucionar os problemas.
• Organizar e alocar os recursos, tanto financeiros, quanto tecnológicos e humanos.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 1


• Liderar, comunicando, dirigindo e motivando as pessoas.
• Negociar.
• Tomar decisões.
• Controlar, mensurando e avaliando.

Segundo Chiavenato (2007), “o planejamento se constitui na pri-


meira função do processo administrativo, permitindo o estabele-
cimento dos objetivos organizacionais em função dos recursos
necessários para atingi-los de maneira eficaz”.

É importante destacar também que existem quatro áreas básicas de atuação da


administração, que são: finanças, produção, marketing e recursos humanos, porém o mercado
abrange várias áreas do conhecimento, onde a administração é resultado de um processo de
formação que passa por diversas áreas, desde as exatas, como matemática, até humanas como
filosofia por exemplo.
Assim, a administração é necessária para equilibrar objetivos pessoais e organizacionais,
coordenar esforços e conseguir eficiência (capacidade de fazer certo as coisas) e eficácia (habilidade
de fazer as coisas da maneira correta), ou ainda, atingir os objetivos utilizando-se dos recursos
com eficiência e eficácia buscando a efetividade.

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CONCLUSÃO
Estamos encerrando essa primeira unidade em que pudemos aprender sobre a
Administração e o Processo Administrativo, principais conceitos e fundamentos, sua importância
para a sociedade e um pouco de sua história, e também, sua importância para as empresas e
organizações nos dias de hoje. Não nos esquecendo do planejamento como premissa básica para
o sucesso organizacional, e do processo administrativo formado pelo famoso “PODC”.
Vimos que administrar não é algo tão fácil como alguns pensam, depende de muitos
fatores e de muito conhecimento, e que atingir uma meta ou objetivo desejado, ou alcançar o tão
desejado sucesso profissional ou empresarial depende sim de uma boa administração. Pudemos
entender que até nossa própria vida cotidiana precisa ser administrada para que não seja um
grande fracasso.
Por fim, a Administração encontra-se em todas as áreas, quaisquer que sejam elas,
desde as atividades domésticas, familiares, no dia a dia das pessoas, nas grandes empresas e
multinacionais, mineradoras e hidrelétricas, num consultório médico ou odontológico, escritório
de contabilidade ou advocacia, numa lanchonete ou carrinho de cachorro quente, banca de jornal
e até mesmo no pipoqueiro... Enfim, a Administração está no cotidiano, no dia a dia, ela faz parte

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 1


de nossa vida!
E como guerreiros em busca de novos saberes, vamos continuar nossa cruzada pelas
páginas do conhecimento, entendendo a administração e sua grande importância para as
organizações e para o dia-a-dia de cada um de nós, pois administrar é essencial tanto nos
negócios como na vida. Então vamos em frente, pois a próxima unidade nos espera, com muita
informação e conceitos importantes da administração.

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02
UNIDADE

PRINCIPAIS TEORIAS DA
ADMINISTRAÇÃO – PARTE I
PROF. HEIDER JEFERSON GONÇALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21
A IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS ............................................................................................................................. 22
TEORIA CLÁSSICA .................................................................................................................................................. 23
TEORIA CIENTÍFICA ............................................................................................................................................... 26
TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ...................................................................................................................... 29
TEORIA BUROCRÁTICA ........................................................................................................................................... 33
TEORIA ESTRUTURALISTA ..................................................................................................................................... 37
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 39

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INTRODUÇÃO
Prezado aluno, agora que você já conhece um pouco sobre administração e seus
conceitos mais básicos, abordados na Unidade 1, vamos nesta unidade estudar as principais
teorias da administração, será um estudo mais focado nessas teorias históricas, seus criadores e
colaboradores, e sua importância no desenvolvimento da administração no decorrer dos tempos.
Veremos que as Teorias da Administração podem ser agrupadas de acordo com suas
variáveis, levando em conta as tarefas, a estrutura, as pessoas, o ambiente, a tecnologia e a
competitividade. Todas elas são válidas, no entanto cada autor defende uma ou mais variáveis da
sua teoria. Porém, vale ressaltar que as teorias não são contrárias umas as outras, pelo contrário, elas
se complementam. No entanto, isso não quer dizer que não haja crítica aos conceitos defendidos
por uma anterior, contudo isso vai originar o desenvolvimento de estudos e proposições ainda
mais aprofundadas e complexas, sendo pesquisados ainda mais.
Enfim, todas as teorias foram criadas com o objetivo de resolver os problemas industriais
e corporativos que surgiram em cada época onde todas elas obtiveram sucesso nas soluções para
as dificuldades enfrentadas na sua época.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2

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A IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS


Nos dias atuais, qualquer um dos conceitos pode ser aplicado, contudo o administrador
necessita conhecê-las muito bem para melhor definir o que vai melhor se adequar e por fim
solucionar os problemas. Essa decisão deverá ser feita levando em consideração as variáveis
citadas anteriormente.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


Figura 1 - Base Teórica (Teoria). Fonte: Rodrigues (2018).

De acordo com Rossés (2014), a importância e os motivos que nos levam a estudar as
teorias são os seguintes:

• As teorias guiam as decisões administrativas:


o Ajuda a entender os processos fundamentais.
o Possibilita escolher uma linha eficaz de ação.
o Permite prever, através de estudos de cenários, o que pode vir a acontecer.
o Permite o uso de diferentes teorias da administração em situações distintas

• As teorias dão forma à nossa visão das organizações:


o Permite identificar as ideias pelas quais tem-se a concepção do significado da
palavra organização.
o Permite identificar a importância das pessoas dentro do processo administrativo.
o Possibilita verificar diferentes maneiras de realizar as tarefas de modo eficiente
e eficaz.

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• As teorias nos conscientizam do ambiente empresarial:


o À medida que se estudam as teorias administrativas, percebe-se que estas são
um conjunto de forças presentes num dado momento e lugar.
o Este conhecimento possibilita ajudar a compreender quais tipos de teoria são
apropriadas em diferentes situações.

• As teorias são uma fonte de novas ideias:


o Permitem assumir um ponto de vista diferente com relação a novas ideias.
o Destacam que não há nenhuma teoria mais importante que a outra, mas sim
situações onde a utilização de uma é mais apropriada em relação às demais.

Em suma, pode-se perceber que o estudo das teorias oferece ao administrador


possibilidades de estabelecer como se estrutura, se coordena, se gerencia e de que maneiras são
geridas as pessoas em uma empresa.

Boas teorias permitem tanto ao estudante quanto ao profissional


compreender melhor a forma de executar as tarefas ou simples-
mente na tomada de decisão. A teoria é a base para a prática corre-

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


ta. Se você entender a teoria, saberá exatamente o porquê a prática
REFLITA deu certo!

TEORIA CLÁSSICA
A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol (1841-1925) e sua
característica é a ênfase na estrutura organizacional, levando em consideração a visão do homem
econômico e também pela busca da eficiência máxima e o enfoque na organização formal,
princípios gerais da administração e funções da administração. Ele saiu de uma abordagem mais
simples e global e partiu para uma mais anatômica e estrutural.
Na visão de Carvalho (2008),

A Teoria Clássica é na verdade um conjunto de estudos que se caracteriza m


fundamental mente por serem inovadores para a época, virem de encontro à real
necessidade de toda uma sociedade mundial que se industrializava rapidamente
e, por último, trariam mudanças que marcariam época e consequências
inesperadas, boas e ruins, porém inevitáveis. Uma segunda Revolução Industrial.

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De acordo Chiavenato (2003), Fayol apresenta seis funções básicas que considera
essenciais à toda empresa, que são as funções:

• Técnicas – produção de bens ou serviços da empresa;


• Comerciais – compra, venda e troca de bens;
• Financeiras – procura e gerenciamento de capitais;
• Segurança – proteção e preservação de bens;
• Contábeis – inventários, registros, balanços, custos e estatísticas;
• Administrativas – coordenam e comandam as outras cinco, constituindo-se na mais
importante.

De acordo com Rossés (2014), Fayol focalizou, principalmente, a administração, porque


sentia que era a mais negligenciada das operações empresariais. Antes de Fayol, acreditava-se
geralmente que “os administradores nascem prontos, não são feitos”.
Fayol considera que a função mais importante da empresa é a função administrativa onde
possui cinco atividades que compreende os principais elementos da ciência, são eles:

• Prever – visualizar o futuro e traçar o programa de ação.


• Organizar – articular o aspecto material e social da empresa.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


• Comandar – dirigir e orientar o pessoal.
• Coordenar – fazer a devida articulação entre todos os esforços e atos das pessoas
envolvidas na empresa.
• Controlar – verificar se os procedimentos do pessoal estão em acordo com as regras e
os princípios estabelecidos na empresa.

Essas cinco funções administrativas podem ser observadas em qualquer nível ou


departamento de uma empresa, onde unidas são consideradas a base do processo administrativo.
Segundo Rossés (2014), para melhor explicar suas ideias, Fayol estabeleceu 14 princípios
que, segundo ele, norteavam o processo administrativo:

• Divisão do trabalho – quanto mais as pessoas se especializarem, mais eficientemente


podem realizar o seu trabalho. Este princípio é ilustrado pela linha moderna de montagem.

• Autoridade – os administradores devem dar ordens para que as coisas sejam feitas.
Apesar de sua autoridade formal lhes dar o direito de comandar, os administradores nem sempre
induzirão à obediência, a não ser que tenham também autoridade pessoal.

• Disciplina – os membros de uma organização precisam respeitar as regras e os acordos


que a governam. Para Fayol, a disciplina resulta de uma boa liderança em todos os níveis da
organização, de acordos justos, como, por exemplo, esquemas para recompensar um desempenho
superior e, de penalidades, para as infrações.

• Unidade de comando – cada empregado deve receber instruções de apenas uma pessoa.
Fayol acreditava que, quando um empregado responde a mais de um administrador, o resultado
gera instruções conflitantes e confusões de autoridade.

• Unidade de direção – dentro de uma organização, as operações que têm o mesmo


objetivo devem ser dirigidas apenas por um administrador, usando um único plano.

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• Subordinação do interesse individual ao bem comum – em qualquer empreendimento,


os interesses dos empregados não devem ter precedência sobre os interesses da organização como
um todo.

• Remuneração – a compensação pelo trabalho realizado deve ser justa, tanto para os
empregados quanto para os empregadores.

• Centralização – a diminuição do papel dos subordinados nas tomadas de decisão é a


centralização; o seu aumento é a descentralização. Fayol acreditava que os administradores devem
ter a responsabilidade final, mas devem, ao mesmo tempo, dar aos subordinados autoridade
suficiente para que realizem bem seus trabalhos. O problema é encontrar o grau apropriado de
centralização em cada caso.

• Hierarquia – a linha de autoridade numa organização, frequentemente representada,


hoje em dia, pelos quadros e retas de um organograma, vai, por ordem de escalões, da alta
administração até os níveis mais baixos da empresa.

• Ordem – os materiais e as pessoas devem estar no lugar certo e na hora certa. As pessoas,
em particular, devem estar nos serviços ou cargos para os quais sejam mais capacitadas.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


• Equidade – os administradores devem ser amigáveis e justos para com seus subordinados.

• Estabilidade de pessoal – uma alta taxa de rotatividade dos empregados estraga o


funcionamento eficiente de uma organização.

• Iniciativa – os subordinados devem ter a liberdade de conceber e concretizar seus


planos, ainda que disso possam resultar alguns erros.

• Espírito de equipe – a promoção de um espírito de equipe dará um sentido de unidade


à organização. Para Fayol, até mesmo pequenos fatores podem ajudar a desenvolver esse
espírito. Ele sugeria, por exemplo, o uso, sempre que possível, da comunicação verbal, em vez da
comunicação formal.

Essa teoria, no entanto, sofreu algumas críticas como cita Carvalho (2008):

Acerca da Teoria Clássica, críticas frequentes apontam que a mesma considerava


a empresa como um sistema fechado, ou seja, de não manter relações com o meio
em que se encontrava, de ter desenvolvido princípios que buscavam explorar os
trabalhadores e de chefias com obsessão pelo comando.

Argumentavam, também, que havia a manipulação dos trabalhadores por meio dos
incentivos salariais e materiais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade. Ainda
assim, a Teoria Clássica, ofereceu, a partir de seus principais expoentes, conhecimento para as
novas teorias que surgiram, sobretudo em seus aspectos estruturais.

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Quem foi Henri Fayol?

Jules Henri Fayol (1841-1925) foi um engenheiro, grande gestor e


pesquisador francês, criador da Teoria Clássica da Administração.

Jules Henri Fayol (1841-1925) nasceu em Istambul, Turquia, no dia


29 de julho de 1841. Filho de franceses voltou para a França em
1847, onde Estudou engenharia de Minas na École Nationale Supé-
rieure des Mines, em Saint-Étienne, concluindo o curso em 1860.
Com 19 anos começou a trabalhar na Compagnie de Commentry-
-Fourchambeau-Decazeville, em Commentry, uma mineradora de
carvão que se encontrava à beira da falência. Seu trabalho como
gestor levou a empresa a um novo patamar de resultados. Em 1888
foi promovido a diretor onde permaneceu até 1918.

Em 1916, Henri Fayol publicou “Administration Industrielle et Gé-


nérale” um dos marcos da história do pensamento administrativo.
Na obra, o autor diz que a administração é uma atividade comum

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


a todos os empreendimentos humanos e que, para o gestor atingir
seus objetivos deve seguir cinco funções: previsão, organização,
comando, coordenação e controle.

Jules Henri Fayol foi um dos principais contribuintes para o de-


senvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Uma de
suas contribuições diz respeito à gestão administrativa – ou pro-
cesso administrativo, onde pela primeira vez se falou em adminis-
tração como disciplina e profissão, que podia ser ensinada através
de uma Teoria Geral da Administração.

Disponível em <https://www.ebiografia.com/jules_henri_fayol/>.
Acesso em: fev. 2018.

TEORIA CIENTÍFICA
A Teoria Científica é um modelo de administração desenvolvido pelo americano
Frederick Winslow Taylor no fim do século XIX e início do século XX, que segundo Chiavenato
(2003) foi o fundador da Administração Científica, nasceu na Filadélfia – EUA, filho de família
de princípios rígidos, foi educado com forte disciplina e devoção ao trabalho. Iniciou sua
carreira como operário, passando a outros cargos maiores até chegar a engenheiro. Seu objetivo
é a aplicação do método científico na administração para garantir o melhor custo/benefício aos
sistemas produtivos. Onde expôs suas teorias pela primeira vez em 1903, com a publicação do
livro “Administração de Oficinas”. Sua teoria tinha como ênfase o chão de fábrica (tarefas) e como
enfoque a produção no nível operacional. Ou seja, seu trabalho se deu no chão de fábrica junto
ao operariado, voltado para a sua tarefa.

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De acordo com Rossés (2014) em seu segundo livro, Princípios de Administração


Científica, publicado em 1911, Taylor apresenta seus estudos, porém com maior ênfase em sua
filosofia, e introduz os quatro princípios fundamentais da administração científica:

• Princípio de planejamento – substituição de métodos empíricos por procedimentos


científicos – sai de cena o improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser planejado e
testado, seus movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução.

• Princípio de preparo dos trabalhadores – selecionar os operários de acordo com as


suas aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o
método planejado para que atinjam a meta estabelecida.

• Princípio de controle – controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de


que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta.

• Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o


trabalho seja o mais disciplinado possível.

Taylor não confiou nos métodos tradicionais de trabalho ele sustentou seu sistema de

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


administração no estudo dos tempos nas linhas de produção das fábricas, ele cronometrou o
tempo dos movimentos dos trabalhadores para realizar cada um desses princípios.
Conforme Fernandes (2010), Taylor verificou que um operário médio produzia menos
do que era potencialmente capaz com o equipamento disponível. Conclui-se que o operário não
produzia mais, pois seu colega também não produzia. Daí surgiu a necessidade de criar condições
de pagar mais ao operário que produz mais.
Ele estabeleceu quanto os operários deveriam ser capazes de produzir, utilizando como
referência o estudo dos tempos, dividindo cada função em seus componentes e projetando os
métodos mais rápidos e melhores para realizar cada um deles. Com esse estudo, ele incentivou
os patrões a pagar pela produtividade, ou seja, o trabalhador que produzia mais, que dava mais
lucro, recebia uma tarifa mais alta.
Com isso, considerando a falta da mão de obra, ele acreditava que ninguém seria
prejudicado, pois os trabalhadores que produzissem abaixo do esperado, conseguiriam um
novo trabalho rapidamente e em contra partida, os que produzissem de forma satisfatória, não
precisariam ter medo de serem demitidos, devido sua produtividade e consequentemente a
lucratividade para a empresa. Taylor nomeou esse sistema de compensação, dos trabalhadores
que são mais eficientes ganharem mais de “Sistema de Tarifas Diferenciadas”.
Mesmo os métodos de Taylor aumentando em vários casos, dramaticamente a
produtividades e os salários, os sindicatos e alguns trabalhadores se opuseram à sua abordagem,
pois temiam que se trabalhassem mais rápido e com mais intensidade, o trabalho disponível ia
acabar causando demissões. Porém, algumas críticas foram apresentadas ao modelo de Taylor
como contribui Rossés (2014):

• Para os críticos, a administração científica transformou o homem em uma máquina. O


operário é tratado como apenas uma engrenagem do sistema produtivo, passivo e desencorajado
de tomar iniciativas.

• A padronização do trabalho seria mais uma intensificação da maquinização humana do


que uma forma de racionalizar o trabalho.

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• A superespecialização do operário facilita o treinamento e a supervisão do trabalho,


porém, isto reduz sua satisfação e ele adquire apenas uma visão limitada do processo.

• A administração científica não leva em conta o lado social e humano do trabalhador.


A análise de seu desempenho leva em conta apenas as tarefas executadas na linha de produção.

• A administração científica propõe uma abordagem científica para a administração,


no entanto, ela mesma carece de comprovação científica e teve sua formulação baseada no
conhecimento empírico.

• A administração científica se restringe apenas aos aspectos formais da organização não


abrangendo, por exemplo, o conflito que pode haver entre objetivos individuais e organizacionais.

• A administração científica trata da organização como um sistema fechado, sem


considerar as influências externas.

• A administração científica propõe uma abordagem científica para a administração,


no entanto, ela mesma carece de comprovação científica e teve sua formulação baseada no
conhecimento empírico.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


• A administração científica se restringe apenas aos aspectos formais da organização não
abrangendo, por exemplo, o conflito que pode haver entre objetivos individuais e organizacionais.

• A administração científica trata da organização como um sistema fechado, sem


considerar as influências externas.

Contudo, o modelo de Taylor, representou sem dúvida um avanço significativo na forma


de encarar a participação do trabalhador no processo da produção e, ainda hoje algumas das suas
conclusões continuam sendo viáveis e sendo aplicadas no processo de produção.

Taylor e a Administração Científica


Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=x_V04KFGd60>.

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TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS


A Teoria das Relações Humanas, também conhecida como Escola Humanística
da Administração, teve seu início nos Estados Unidos e surgiu através de um estudo de
comportamentos dos operários de uma fabrica, entre 1927 e 1932. Tendo como objetivo de
identificar a correlação entre a iluminação e a eficiência dos operários, usando como medida a
produção dos mesmos.
De acordo com Rossés (2014), a abordagem humanista surgiu, em parte, porque a
abordagem clássica não proporcionou suficiente eficiência de produção e harmonia no local de
trabalho. Para a frustração dos administradores, as pessoas nem sempre seguiam os padrões
de comportamento previstos ou esperados. Essa teoria tinha como Ênfase as pessoas e como
Enfoque a organização informal, Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo. O
estudo ocorreu na fabrica de Hawthorne da Western Eletric Company, empresa de fabricação
equipamentos e componentes telefônicos, que contratou uma equipe de cientistas sócias liderados
pelo médico especializado em psicopatologia George Elton Mayo (1880 – 1949) e seu assistente,
Engenheiro Fritz J. Roethlisberger (1898-1974). Foi então que em 1924, a Academia Nacional de
Ciências, dos Estados Unidos, fez uma pesquisa de verificação da correlação entre produtividade

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


e iluminação do local de trabalho, dentro dos princípios da Administração Científica.

Figura 2 - Operárias em uma fábrica antiga (Experiência de Hawthorne). Fonte: Portal Administração
(2015).

A pesquisa teve maior enfoque na fadiga humana, nos acidentes de trabalho, na alta
rotatividade de pessoal e no efeito das condições de trabalho sobre a produtividade. Ela se
estendeu até 1932, devido a constatação de que os resultados da mesma eram constantemente
alterados por variáveis de natureza psicológica, fato que na época era estranho e não comprovado
cientificamente.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Como a duração da pesquisa foi longa, ela teve quatro fases, nas quais se pode comprovar
com eficiência que a correlação pretendi da não existia, pois as operárias reagiam às experiências
de acordo com suas suposições pessoais, ou seja, houve a sobreposição do fator psicológico ao
fator fisiológico, e os pesquisador es passaram a se fixar no estudo das relações humanas, segundo
Chiavenato (2003).

PRIMEIRA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE


Nesta fase, pretendia-se verificar o efeito sobre o rendimento dos operários. Assim, foram
escolhidos dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas,
um grupo trabalhava sobre intensidade de luz variável enquanto o outro tinha controle de luz
constante. No entanto, os pesquisadores não encontraram correlação direta entre as duas variáveis,
mas constataram desapontados a existência de uma variável difícil de ser isolada denominada
fator psicológico.
Segundo Chiavenato (2004), comprovou-se a preponderância do fator psicológica sobre
o fator fisiológico: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas.

Falando em fatores psicológicos, o assedio moral pode trazer pre-


juízo para a produtividade e para a administração de um modo ge-

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


ral? E como aluno de graduação? O que você pensa sobre isso?
(pesquise mais a respeito).
REFLITA

SEGUNDA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE


A segunda fase da experiência começou em 1927. Foi criado um grupo experimental cinco
moças que montavam os relés, enquanto uma sexta operária abastecia o trabalho fornecendo as
peças. A sala de provas era separada do departamento por uma divisão de madeira. O equipamento
de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um plano inclinado com
um contador de peças que marcava a produção em fita perfumada. A produção foi o índice de
comparação entre o grupo experimental e o grupo de controle.
O grupo experimental tinha um supervisor, como no grupo de controle, além de um
observador que permanecia na sala e observava o trabalho e assegurava o espírito de cooperação
das moças. Elas foram convidadas para participar na pesquisa e esclarecidas quanto aos seus
objetivos: determinar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho.
Eram informadas a respeito dos resultados e as modificações eram antes submetidas a
sua provação. Insistia-se para que trabalhassem dentro do normal e que ficasse á vontade no
trabalho. A pesquisa entre o grupo experimental foi divida em 12 períodos, para observar sua
produção de rendimento.

1. Este período durou duas semanas foi estabelecida a capacidade produtiva em condições
normais de trabalho 2.400 pessoas que passou a ser comparadas com as dos demais períodos.

2. Este período durou cinco semanas o grupo experimental foi isolado na sala de provas
mantendo as condições e o horário de trabalho normal e medindo-se a ritmo de produção. Serviu
para verificar o efeito da mudança de local de trabalho.

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ENSINO A DISTÂNCIA

3. Neste período modificou-se o sistema de pagamento.

4. Este período marca o inicio da introdução de mudança no trabalho: um intervalo de


cinco minutos de descanso no período da manhã e outro no período da tarde. Assim teve novo
aumento de produção.

5. Neste período os intervalos de descanso aumentaram para dez minutos.

6. Neste período introduziu-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três a tarde.

7. Neste período voltou-se a dois intervalos de dez minutos em cada período servindo
um lanche leve.

8. Neste período foram mantidas as mesmas condições do período anterior, o grupo


experimental passou a trabalhar até as 16:30 e não até as 17:00 como o grupo de controle.

9. Neste período o grupo experimental passou a trabalhar até as quatro horas.

10. Neste período o grupo experimental voltou a trabalhar até as 17:00 como no sétimo

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


a produção aumentou bastante.

11. Neste período estabeleceu a semana de cinco dias e o sábado livre.

12. Neste período voltou-se as mesmas condições do terceiro período tirando todos
os benefícios dados com assentamento das moças. Esse período último e decisivo durou doze
semanas.

As conclusões que os pesquisadores chegaram foram que:

• O grupo trabalhava com maior liberdade e menos ansiedade;


• Havia um ambiente amistoso e sem pressões;
• Não havia temor ao supervisor;
• Houve um desenvolvimento social do grupo experimental;
• O grupo desenvolveu liderança e objetivos comuns.

TERCEIRA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE


A terceira fase teve início em 1928 com o Programa de Entrevistas com os operários com
o intuído de conhecer qual a sua atitude e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho
e tratamento que era recebido dos seus supervisores. Com isso, seriam entrevistados todos os
funcionários da empresa, anualmente onde se pretendia obter maiores conhecimentos sobre as
atitudes e sentimentos dos trabalhadores, ouvir suas opiniões sobre o trabalho e tratamento que
recebiam dos supervisores, bem como receber sugestões que pudessem ser aproveitados.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Foi a partir desta fase que as pesquisas deixaram de ter o enfoque na parte científica e
passaram a ter o enfoque nas relações humanas. Depois disso, considerando a boa aceitação do
programa, foi criada a Divisão de Pesquisas Industriais para ampliar o programa de entrevistas.
Para uma empresa que tinha mais de 40.000 empregados, entre 1928 a 1930 foram entrevistados
21.126 empregados. Em 1931, o sistema de entrevista sofreu alterações onde foi adotada a técnica
da entrevista não diretiva na qual o operário se expressava livremente sem que o entrevistador
interferisse ou estabelecesse um roteiro prévio. O resultado do início do programa foi sentido
imediatamente: a produtividade dos operários aumentou e a supervisão melhorou.
Na visão de Fernandes (2010) a melhoria dos resultados dos operários foi atribuída a
um sentimento de importância desencadeado pelo programa. No caso dos supervisores, o
conhecimento dos interesses dos operários foi o responsável pelas sensíveis mudanças no modo
de supervisão.
Portanto, o programa obteve uma boa aceitação tanto por parte dos operários como pelos
supervisores, pois através dele, tiveram a oportunidade de expor seus sentimentos a respeito da
organização como um todo e em contrapartida, os supervisores puderam conhecer os problemas
e anseios de seus subordinados.
De acordo com Chiavenato (2004), “a experiência de Hawthorne foi suspensa em 1932.
Sua influência sobre a teoria administrativa foi fundamental e abalou os princípios básicos da
Teoria Clássica”.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 2


QUARTA FASE DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE
Essa fase teve início em 1931 até 1932, e seu objetivo foi analisar a organização informal
dos trabalhadores. Foi formado um grupo experimental, para trabalhar em uma sala especial
com condições de trabalho idênticas às do departamento. Dentro da sala ficava um observador
e do lado de fora ficava um supervisor para entrevistar o grupo. Nessa experiência o sistema de
pagamento baseava-se da produção do grupo, com isso, havia um salário-hora com base em
inúmeros fatores e um salário mínimo horário, para o caso de interrupções na produção. Vale
ressaltar, que os salários só poderiam ser aumentados se a produção total também aumentasse.
Por fim, os pesquisadores observaram que com a experiência, aconteceu uma solidariedade
grupal e uma uniformidade de sentimentos dos trabalhadores. Chiavenato (2004), afirma que
essa quarta fase permitiu o estudo das relações entre a organização informal dos empregados e
a organização formal da fábrica. A Experiência de Hawthorne foi suspensa em 1932 por falta de
recursos financeiros.

CONCLUSÕES DA EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE


Para Rossés (2014), a experiência de Hawthorne gerou um novo paradigma para os
administradores mundiais. Suas conclusões mais importantes são:

• Integração social como determinante da produção, ou seja, quanto maior sua integração
social no grupo maior será sua vontade de produzir, ao contrário do que dizia a escola clássica,
que coloca fatores físicos como determinantes.

• Comportamento do empregado é baseado no comportamento dos grupos e organizações


informais, cada empregado não age isoladamente.

• As necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensa e


sanções não materiais.

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• O despertar para as relações humanas dentro das organizações.

• A ênfase nos aspectos emocionais e não racionais do comportamento das pessoas.

• A importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas, eram realizadas


trocas de posição para evitar a monotonia, mesmo que provocassem queda na produtividade
aumentavam o moral do grupo.

Enfim, essa experiência proporcionou princípios básicos das relações humanas onde
conclui-se que o nível de produção é resultante da integração social, ou seja, é determinada pela
capacidade física ou fisiológica do empregado.

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Figura 3 - Experiência de Hawthorne. Fonte: Gestiopolis (2009).

TEORIA BUROCRÁTICA
Após o surgimento de várias críticas sobre as teorias organizacionais já existentes
principalmente a teoria clássica e a teoria das relações humanas, surge então a Teoria
Burocrática com o intuito de ser uma teoria sólida e abrangente para servir de orientação para os
administradores. Essa Teoria teve como Ênfase a estrutura e como Enfoque a racionalidade com
adequação dos meios para alcance dos objetivos.

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Figura 4 – Burocracia. Fonte: Teorias de la Administracion (2012).

A origem da Burocracia vem desde a antiguidade, como já estudado nos primórdios da


Administração, contudo foi a partir da descoberta dos estudos de Max Weber, um economista e
sociólogo alemão, autor do livro Sociologia da Burocracia, que a Administração e seus estudiosos,
tomaram posse dos conceitos da teoria weberiana e ajustaram aos pressupostos organizacionais
administrativos da época. De acordo com Chiavenato (2004), a teoria da Burocracia desenvolveu-
se na Administração por volta da década de 1940 em função dos seguintes aspectos:

- A fragilidade e a parcialidade das Teorias Clássica e das Relações Humanas,


ambas oponentes e contraditórias, mas sem possibilitarem uma abordagem
global e integrada dos problemas organizacionais. Ambas revelam pontos de
vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de
um enfoque mais amplo.
- A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar
todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros
dela participantes, e aplicável não somente à fábrica, mas todas as formas de
organização humana, e principalmente às empresas.
- O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos
organizacionais mais bem-definidos. Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das
Relações Humanas mostraram-se insuficientes para responder à nova situação.
- O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos
trabalhos de Max Weber, seu criador. A sociologia da Burocracia propõe um
modelo de organização, e as organizações não tardam em tentar aplica-lo na
prática, proporcionando as bases da Teoria da Burocracia.

A teoria burocrática tem como base a racionalidade, ou seja, os meios são estabelecidos
e analisados de forma totalmente formal e impessoal, com o objetivo de alcançarem os fins
pretendidos. Com isso, nessa teoria há grande destaque na eficiência. A burocracia, segundo
Weber (1947) apud Chiavenato (2003), tem as seguintes características:

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1. Caráter legal das normas e regulamentos – é baseada em legislação própria e previamente


estabeleci da e possui caráter legal porque confere às pessoas nomeadas em cargos, poder de
coação sobre os subordinados.

2. Caráter formal das comunicações – na burocracia, as comunicações regras e decisões,


são escritas, criando a formalidade com o preenchimento de formulários e a rotina que advém
desse procedimento.

3. Caráter racional e divisão do trabalho – a divisão do trabalho é sistemática e adequada


aos objetivos pretendi dos de máxima eficiência com cada funcionário e sua respectiva função,
com suas atribuições e responsabilidades.

4. Impessoalidade nas relações profissionais – a distribuição das atividades é feita em


termos de cargos e funções, e não pessoas envolvidas.

5. Hierarquia da autoridade – segundo o princípio da hierarquia, cada cargo inferior deve


estar sob o controle e supervisão de um posto superior.

6. Rotinas e procedimentos padronizados – as regras e normas técnicas regulam a

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conduta do ocupante de cada cargo e suas atividades são executadas de acordo com as rotinas e
procedimentos.

7. Competência técnica e por mérito – a escolha do profissional é feita por meio de


méritos adquiridos e na competência técnica. São usados critérios de avaliação e classificação
para toda a organização.

8. Especialização da Administração – os administradores da burocracia não são seus


donos ou acionistas, assim surgiu a especialidade de gerir o negócio.

9. Profissionalização dos participantes – cada funcionário da burocracia é um profissional


especializado nas atividades do cargo que ocupa.

10. Completa previsibilidade do comportamento funcional – os funcionários deverão


comportar -se de acordo com as normas e regulamentos da organização e conforme o previsto.

Weber distingue três tipos de sociedade. A sociedade tradicional tem por predominância as
características patriarcais e patrimonialistas, como por exemplo a família, a sociedade medieval, o
clã e assim por diante. A sociedade carismática tem por predominância as características místicas,
arbitrárias e personalistas, como por exemplo nos partidos políticos, nos grupos revolucionários
e etc. E por fim, a sociedade legal, racional ou burocrática tem por predominância normas
impessoais onde a razão predomina na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas,
nos exércitos, nos estados modernos, etc.
Ainda para Weber, a cada tipo de sociedade há um tipo também de autoridade sendo elas:

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• Autoridade tradicional: que se baseia em costumes e tradições e ainda práticas passadas


de uma cultura. Pode-se encontrar nas figuras dos anciões e patriarcas, apesar de existirem ainda
hoje, é encontrada principalmente nas sociedades antigas. Acredita-se que essa autoridade é
sagrada, onde sua legitimidade é assegurada pelas tradições religiosas, crenças e costumes sociais.

• Autoridade carismática: baseia-se nas características físicas e/ou de personalidade do


líder em questão. Os seguidores reverenciam suas qualidades, seus feitos e sua história. Essa
autoridade possui uma desvantagem que é o fato de se assegurar no reconhecimento por parte do
grupo, onde não deixa sucessores certos, podendo assim ser uma autoridade passageira.

• Autoridade racional-legal: baseada em regras e normas vindas de um regulamento que


é, por sua vez, reconhecido e aceito pelo grupo. Na autoridade racional-legal o poder não está na
pessoa que exerce, mas sim no cargo, onde deve seguir os comandos da pessoa que ocupa o cargo,
independente de quem seja.

Para Weber (1947) apud Chiavenato (2003, p .266):

As vantagens da burocracia são: racionalidade dos objetivos, precisão na


definição do cargo e na operação, rapidez nas decisões, única interpretação de
informações recebidas, uniformidade de rotina e procedimentos, continuidade da

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organização, redução dos conflitos interpessoais, decisões tomadas nas mesmas
circunstâncias, confiabilidade e benefícios para as pessoas da organização.

Por outro lado, existem também consequências imprevistas e não desejadas, que podem
ocorrer nessa teoria que não devem ser esquecidas, são anomalias de funcionamento, como as
tensões internas, importantes para o contexto geral da organização. Dentre essas disfunções
pode-se citar:

• Internalização das regras e apego aos regulamentos (passam de Meios a principais


objetivos).
• Excesso de formalismo e de papelada.
• Resistência às mudanças.
• Despersonalização do relaciona mento.
• Categorização como base do processo decisório.
• Super conformidade às rotinas e aos procedimentos.
• Exibição de sinais de autoridade.
• Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público.

Contudo, pode-se concluir que Max Weber teve uma contribuição muito relevante
para a organização das empresas e instituições. Pois ele encontrou problemas nos processos
de organização das empresas, onde contribuiu com as mesmas fornecendo seu conhecimento
avançado.

Burocracia é um conceito administrativo amplamente usado, ca-


racterizado principalmente por um sistema hierárquico, com alta
divisão de responsabilidade, onde seus membros executam inva-
riavelmente regras e procedimentos padrões, como engrenagens
de uma máquina.

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TEORIA ESTRUTURALISTA
A Teoria Estruturalista teve origem a partir dos estudos sobre as limitações e rigidez da
teoria da burocracia onde foi considerado um modelo típico fechado, fundado em uma “teoria da
máquina”. Foi a partir daí que criaram a Teoria Estruturalista, partindo de um desdobramento da
Teoria da Burocracia como a Teoria das Relações Humanas. Esse novo modelo é considerado um
sistema aberto no estudo das organizações se relaciona com o ambiente e com outras organizações.

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Figura 5 - Relacionamento Organizacional. Fonte: Tecnomania (2018).

De acordo com Chiavenato (2003), ao final da década de 1950, as Teorias Clássica e das
Relações Humanas criaram situações sem saída que a Teoria da Burocracia não deu conta de
resolver, e a Teoria Estruturalista foi criada na tentativa de suprir essa carência de soluções na
Administração.
Ainda na visão de Chiavenato, a Teoria Estruturalista teve os seguintes fatos como origem:

• A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações


Humanas.

• A necessidade que a organização seja vista como uma grande e complexa unidade social,
onde os grupos sociais interagem.

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• A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das


organizações.

• Novos conceitos de estrutura – conjuntos de dois ou mais elementos que permanece


inalterado, na mudança ou na diversidade de um dos elementos.

A Teoria Estruturalista teve como Ênfase a estrutura e como Enfoque uma múltipla
abordagem: Organização formal e informal; Análise intra organizacional e análise inter
organizacional.
Ela está baseada no conceito de estrutura, na qual é um todo composto por partes
que se inter-relacionam. Essa teoria mostra a ideia da sociedade das organizações, na qual as
organizações tanto formais quanto informais dependem uma das outras e com isso fica claro o
papel de destaque que o homem exerce nestas organizações.
A teoria estruturalista considera que as organizações estão em constante interação com
o meio externo, onde isso influencia o comportamento das pessoas, classifica as organizações
como um sistema social cooperativo, ou seja, as pessoas estão sempre interagindo para conseguir
os objetivos organizacionais. Sendo assim, ela é considerada como “sistemas abertos”. Vale
ressaltar que essa teoria não considera somente os fatores externos, mas também os internos,
sendo considerada uma organização flexível, onde as pessoas visam atender os objetivos tanto

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individuais como organizacionais, passando por conflitos e tendo que tomar decisões para tais
objetivos.
De acordo com Rossés (2014), a teoria estruturalista ofereceu as seguintes contribuições
para os estudos organizacionais:

• A oposição surgida entre a teoria clássica e a teoria das relações humanas – incompatíveis
entre si – tornou necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos
considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa. A teoria estruturalista pretende ser uma
síntese delas, inspirando-se na abordagem de Max Weber.

• A necessidade de visualizar a organização como uma unidade social complexa na


qual interagem grupos sociais que compartilham alguns dos objetivos da organização (como
a viabilidade econômica da organização), mas podem se opor a outros (como a maneira de
distribuir os lucros). Seu maior diálogo foi com a teoria das relações humanas.

• A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das


organizações. O estruturalismo influenciou a filosofia, a psicologia (com a Gestalt), a antropologia
(com Claude Lévi-Strauss), a matemática (com N. Bourbaki), a linguística, chegando até a teoria
das organizações com Thompson, Etzioni e Blau. Na teoria administrativa, o estruturalismo se
concentra nas organizações sociais.

• Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é antigo. Heráclito, nos primórdios


da história da filosofia, concebia o “logos” como uma unidade estrutural que domina o fluxo
ininterrupto do devir e o torna inteligível. É a estrutura que permite reconhecer o mesmo rio,
embora suas águas jamais sejam as mesmas devido à contínua mudança das coisas. Estrutura é o
conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado, seja na mudança ou seja
na diversidade de conteúdos, isto é, a estrutura mantém-se mesmo com a alteração de um dos
seus elementos ou relações.

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A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, e a compreensão das estruturas
fundamentais em alguns campos de atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas
em outros campos. O estruturalismo está voltado para o todo e com o relacionamento das partes
na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de o todo ser maior
do que a soma das partes, são as características do estruturalismo.

Teoria Estruturalista
Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=UynTOJXRcVE>.

Livro – TEORIAS ADMINISTRATIVAS CONTEMPORANEAS - DIA-


LOGOS E CONVIVENCIA
Disponível para compra em: <https://www.livrariacultura.com.br/p/
livros/administracao/teorias-administrativas-contemporaneas-

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-dialogos-e-convivencia-46348678>.

CONCLUSÃO
Caro aluno, deste ponto em diante podemos dizer que para se compreender melhor o
processo administrativo, é essencial conhecer e entender as principais teorias administrativas.
Mesmo porque podemos notar que existe uma evolução que leva de uma teoria a outra, ou seja,
é um processo de desenvolvimento constante. Ficou claro que as Teorias da Administração nada
mais são do que práticas de gestão empresarial que foram desenvolvidas segundo as necessidades
de cada época, com o intuito de solucionar determinados problemas administrativos.
E é importante considerar que na história da humanidade, grandes progressos só foram
possíveis com a aplicação sistemática e desenvolvimento científico, ou seja, de teorias comprovadas.
A Administração é uma ciência com princípios e postulados passíveis de verificação empírica e
como tal deve ser valorizada e considerada.
Abordamos nesta segunda unidade desde a Teoria Clássica até a Estruturalista, passando
por outras várias teorias tão importantes quanto, e que com certeza ainda são tão importantes e
muitas são usadas no contexto administrativo empresarial dos dias atuais. E o que iremos estudar
agora em nossa próxima unidade? Daremos continuidade nos estudos de outras importantes
teorias da administração, pois são muitas e relevantes para um aprendizado mais profundo sobre
esse tema.

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03
UNIDADE

PRINCIPAIS TEORIAS DA
ADMINISTRAÇÃO – PARTE II
PROF. HEIDER JEFERSON GONÇALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 41
TEORIA COMPORTAMENTAL ................................................................................................................................. 42
TEORIA NEOCLÁSSICA ........................................................................................................................................... 46
TEORIA SISTÊMICA ................................................................................................................................................. 51
TEORIA CONTINGENCIAL ....................................................................................................................................... 53
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 56

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INTRODUÇÃO
Prezado aluno, nesta unidade daremos continuidade a abordagem das principais e mais
importantes teorias administrativas, onde devemos destacar que, para um processo administrativo
coerente e eficiente, o conhecimento e aplicação dessas teorias faz toda a diferença, pois como já
vimos na unidade anterior e veremos ainda nesta unidade, as teorias estudadas constituem a base
histórica e sustentável para a prática administrativa.
Qual o empresário, agricultor, engenheiro, gestor, ou até mesmo qualquer tipo de
trabalhador, já não utilizou algumas dessas técnicas apresentadas nas teorias administrativas
para aplicar em suas organizações ou até mesmo em sua vida pessoal? As vezes até mesmo sem
saber o conhecer, utilizaram-se dessas teorias em suas empresas e organizações.
A partir daí, os administradores e empresários deverão entender que além das técnicas
ou ferramentas tão difundidas atualmente pelas organizações e pela própria sociedade, as teorias
administrativas se bem compreendidas e aplicadas poderão trazer algum tipo de vantagem
competitiva perante o mercado e seus concorrentes.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3

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TEORIA COMPORTAMENTAL
A Teoria Comportamental surge a partir da Teoria das Relações Humanas, mesmo
a criticando, usou de seus conceitos e os utilizou como base para se fundamentar. Seguindo a
mesma linha de se dedicar aos aspectos comportamentais, ou seja, informais e deixando para
segundo plano os aspectos formais.

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Figura 1 - Teoria Comportamental. Fonte: Malafi (2017).

Essa teoria tem como Ênfase as pessoas e como Enfoque os estilos de administração;
teoria das decisões, integração dos objetivos organizacionais e individuais. Segundo Chiavenato
(2003), a teoria comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas, para
explicar o comportamento organizacional. Para os pesquisadores, para melhorar a qualidade de
vida dentro das organizações os administradores precisam conhecer as necessidades humanas para
melhor conhecer o seu próprio comportamento. Essa teoria também considerava indispensável a
valorização do trabalhador em qualquer empreendimento baseado na cooperação.
A Teoria Comportamental é conhecida também como Teoria Behaviorista, onde os
estudos sócios psicológicos realizados pelos autores dessa teoria aprofundaram seus estudos
no campo da motivação humana. Ela deu uma nova direção para a teoria administrativa, onde
abordou as ciências do comportamento, abandonou a posições normativas e prescritivas das
teorias anteriores, adotando as posições explicativas e descritivas.

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O que é Behaviorismo?

Behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, é


uma área da psicologia, que tem o comportamento como objeto
de estudo.

O behaviorismo surgiu como oposição ao funcionalismo e estrutu-


ralismo, e é uma das três principais correntes da psicologia, junta-
mente com a psicologia da forma (Gestalt) e psicologia analítica
(psicanálise). Esta palavra tem origem no termo behavior, que em
inglês significa comportamento ou conduta.

Em 1913, foi publicado um artigo com o nome “Psicologia: como


os behavioristas a veem” da autoria do psicólogo estadunidense
John Watson (reconhecido como pai do Behaviorismo Metodoló-
gico). Mais tarde, em 1914, na obra de 1914 intitulada Behavior,
Watson abordou mais uma vez o conceito de psicologia do com-
portamento. Watson se baseou em teorias e noções de vários pen-

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


sadores e autores como Descartes, Pavlov, Loeb e Comte.

O behaviorismo contempla o comportamento como uma forma


funcional e reacional de organismos vivos. Esta corrente psico-
lógica não aceita qualquer relação com o transcendental, com a
introspecção e aspectos filosóficos, mas pretende estudar com-
portamentos objetivos que podem ser observados. De acordo com
Watson, o estudo do meio que envolve um indivíduo possibilita a
previsão e o controle do comportamento humano.

Disponível em <https://www.significados.com.br/behaviorismo/>
Acesso em: fev. 2018.

Essa teoria é composta por um complexo sistema de decisões, em que entende-se que todos
os membros que fazem parte da empresa tomam decisões, e não somente o administrador, cada
membro tem uma participação racional e consciente, onde escolhe e toma decisões individuais
sobre alternativas racionais de comportamento. Essa decisão é uma escolha entre possibilidades
ou alternativas e ela acontece para aproveitar oportunidades ou sanar problemas.
Rossés (2014) afirma que alguns autores ponderam que seis elementos são necessários ao
processo decisório:

• Tomador de decisão – é a pessoa que faz uma escolha ou opção frente às várias existentes.

• Objetivos – são os objetivos que o tomador de decisões busca atingir.

• Preferências – para fazer a sua escolha, o tomador de decisões estabelece critérios,


preferências.

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• Estratégia – é o caminho escolhido pelo tomador de decisões para o alcance de seus


objetivos, com base nos recursos que lhes são disponíveis.

• Situação – são os aspectos do ambiente que circunda o tomador de decisões.

• Resultado – é o que se obteve com as estratégias utilizadas.

Com isso, para que se consiga obter um resultado satisfatório ou não o tomador de decisões
precisa estabelecer preferências e formular estratégias para se conseguir o objetivo almejado.

Se o comportamento humano influencia nas tomadas de decisão


de uma organização, então devemos conhecer profundamente
cada colaborador dessa organização, principalmente o que os mo-
tiva a estar ali e a se dedicar ao ofício que escolheu. As necessida-
REFLITA des e desejos de cada pessoa precisam ser consideradas.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Enfim, a teoria estudada, propiciou uma reformulação na teoria administrativa e ainda
ampliou as dimensões dos estudos do comportamento direcionados para a ciência administrativa.

A Teoria Comportamentalista e a Motivação Humana

Esta teoria teve como base principal a inserção de uma preocupa-


ção nos processos organizacionais e não na estrutura. Enfocaram
a motivação humana por meio do conhecimento da teoria da Mo-
tivação de Maslow e a Teoria sobre os dois fatores de Hertzberg.

Segundo Kurcgant (1991 p. 10), “A Terapia Comportamentalista


evidenciou os diferentes estilos com que os administradores di-
rigiam seu pessoal, e uniu a escolha do estilo às convicções que
os administradores tinham a respeito do comportamento huma-
no”. A implantação desta teoria nas organizações proporciona uma
resolução mais democrática frente aos problemas, nesta caracte-
rização a variável pessoa é vista como fundamental para alcance
dos objetivos. É uma concentração em busca de mecanismos de
motivação dos trabalhadores e estudo dos comportamentos para
alcance dos objetivos propostos.

Abraham Maslow, psicólogo norte-americano que viveu durante o


período de 1908 a 1970, tentou identificar o que sustenta o com-
portamento humano. Propôs que a motivação do ser humano está
relacionada a uma hierarquia de necessidades humanas.

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Dentro das necessidades propostas por Maslow o ser humano não


busca a necessidade seguinte sem a anterior estar satisfeita. Foi
definido na Teoria de Motivação descrita por Maslow um conjunto
de cinco necessidades, são elas:

- Necessidades fisiológicas, tais como a fome, sede, sexo,


excreções;
- Necessidades de segurança que vão desde a simples ne-
cessidade de estar seguro dentro de uma casa às formas mais ela-
boradas de segurança, como um emprego, uma religião, a ciência,
dentre outras;
- Necessidades de amor, afeição e sentimentos como o afe-
to, o carinho entre outros;
- Necessidade de estima: o reconhecimento das nossas
capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros em face de
nossa adequação frente às funções que desempenhamos. Neste
último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa
tem que ser coerente com aquilo que é na realidade.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Pode-se afirmar que neste contexto abordado por Maslow há um
Ciclo Motivacional, onde o ser humano ora satisfaz uma necessi-
dade e parte para a outra, em uma determinada escala de impor-
tância.
Diante disso, por exemplo, as pessoas que não possuem suas ne-
cessidades fisiológicas satisfeitas não procurarão satisfazer suas
necessidades de autoestima ou auto realização, segundo o que
Maslow descreve sobre motivação.
A partir destes conjuntos de necessidades, surgiu a Pirâmide das
Necessidades Humanas de Maslow descrita abaixo.

Pirâmide de Maslow
- Auto realização
- Autoestima
- Necessidades Sociais
- Necessidades de segurança
- Necessidades fisiológicas básicas

A interpretação da Pirâmide das Necessidades Humanas, por Mas-


low, faz entender que o ser humano precisa que suas necessidades
fisiológicas básicas sejam atendidas primeiramente, aquelas que
estão na parte mais inferior da pirâmide para após buscar satisfa-
zer as demais necessidades da pirâmide.

Disponível em <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ar-
tigos/idiomas/definicao-de-teoria-comportamentalista/32338>.

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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Figura 2 - Hierarquia das necessidades de Maslow. Fonte: Concursos da Saúde (2016).

TEORIA NEOCLÁSSICA
A Teoria Neoclássica teve origem na década de 1950, de modo que a teoria administrativa
passou por um período de remodelação intensa. Com a chegada do desenvolvimento industrial
e econômico, apareceram as mudanças e transformações, surgiu a televisão, o motor a jato e
também o início das telecomunicações, com isso, o mundo organizacional já não poderia ser o
mesmo, se fazia necessário a reformulação também das teorias administrativas.
De acordo com Chiavenato (2003), a abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção
da Teoria Clássica devidamente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos
atuais e ao tamanho das organizações de hoje. Ou seja, a teoria neoclássica nada mais é do que
a teoria clássica atualizada e reformulada levando em consideração as circunstâncias da época e
se apoderando das contribuições que todas as outras teorias anteriores puderam fornecer. Essa
teoria tem como Ênfase a estrutura e como Enfoque a prática da Administração onde acontece a
busca concreta e satisfatória por resultados.

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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Figura 3 - Características da Teoria Neoclássica. Fonte: Miceli (2013).

Na visão de Chiavenato apud Carvalho (2008), as principais características da Teoria


Neoclássica não as seguintes:

1. Ênfase na prática da Administração: o foco nos aspectos práticos administrativos e suas


considerações, e procura de resultados concretos e mais palpáveis, visa ações administrativas e
seus aspectos instrumentais.

2. Reafirmação relativa dos aspectos clássicos: foi uma reação à influência enorme e
crescente das ciências social-comportamentais no campo da Administração, e em contraposição
aos aspectos administrativos e econômicos que são estruturais e que envolvem as organizações.
Um retorno às origens estruturando a Teoria Clássica, modernizando-a, dando-lhe amplitude e
flexibilidade.

3. Ênfase nos princípios gerais de administração: os neoclássicos estabeleceram normas


do comportamento administrativo, e os princípios que os clássicos usavam como leis científicas
são retomados como critérios maleáveis para busca de soluções administrativas.

4. Ênfase nos objetivos e nos resulta dos: é em função dos objetivos e resultados que
a organização deve ser dimensionada, estruturada e orienta da, como meio de avaliar seu
desempenho. A Administração por objetivos é produto da Teoria Neoclássica.

5. Ecletismo da Teoria Neoclássica: os autores neoclássicos absorveram o conteúdo de


outras teorias administrativas e assim misturaram várias doutrinas administrativas, fundindo a
teoria com o perfil e for mação do administrador contemporâneo do século passado.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Para a Teoria Neoclássica, a administração tem como função orientar, dirigir e controlar
os esforços de um grupo de pessoas a fim de alcançar um objetivo comum, onde é função do
administrador possibilitar esse grupo de pessoas conseguirem seus objetivos da melhor forma
possível e com menos atrito possível.
Toda organização deve ser considerada sob a perspectiva simultânea de eficácia e
de eficiência, onde a eficácia é a medida do alcance de resultados e a eficiência é a medida da
utilização dos recursos para o alcance dos resultados. Em uma empresa pode-se dizer que a
eficácia é a capacidade de suprir uma necessidade da sociedade através do fornecimento de bens
ou serviços e a eficiência é uma relação entre os recursos que foram aplicados e a obtenção do
produto final, ou seja, é uma relação entre custos e benefícios. Para que uma empresa possa ser
chamada de excelência, a mesma teria que ser igualmente eficiente e eficaz. No entanto, nem
sempre as duas andam juntas, pode-se ter uma empresa que seja eficiente em suas operações e
que não seja eficaz, que seja eficaz e não seja eficiente, ou ainda que não seja nenhuma das duas.
A Teoria Neoclássica trouxe também o conceito de amplitude administrativa, que pode
também ser chamada de ou amplitude de comando ou amplitude de controle, que é estabelecida
de acordo com o número de subordinados que um administrador poderá supervisionar. Outro
assunto muito discutido na Teoria Neoclássica é a centralização versus descentralização, onde
está relacionada a qual nível hierárquico as decisões devem ser tomadas.
Centralização significa que a autoridade para tomar decisões está centrada no topo da

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


organização. Com a descentralização, a autoridade de tomar decisões é delegada aos níveis baixos
da organização, segundo Chiavenato (2003). As duas formas possuem vantagens e desvantagens,
como por exemplo, a centralização possui uma maior facilidade no processo de tomada de decisão,
no entanto a comunicação é dificultada. A descentralização possibilita ampla participação dos
membros da organização, mas isso além de não gerar uniformidade nessa tomada de decisão
pode ainda trazer competição entre eles.
O processo administrativo é constituído nessa teoria por quatro funções básicas do
administrador que são a de planejar, organizar, dirigir e controlar. Essas quatro funções estão
totalmente relacionadas e interligadas. De acordo com Chiavenato (2003), essas funções
correspondem:

1. Planejamento: É vital para as organizações, em todos os seus setores, e é a primeira


função que serve de base para os demais. Determina com antecipação quais são os objetivos que
deverão ser atingidos e como alcançá-los. Existem três níveis distintos de planejamento:

• Estratégico – mais amplo, abrange toda a organização.


• Tático – é o que abrange cada departamento ou unidade da organização.
• Operacional – abrange cada tarefa ou atividade específica.

Planejamento é a base, ou seja, a primeira função do processo ad-


ministrativo, permitindo o estabelecimento dos objetivos organiza-
cionais em função dos recursos necessários para atingi-los.

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Figura 4 - Tipos de Planejamento. Fonte: Mattes (2015).

2. Organização: pode assumir vários significados: Entidade social – constituída por


pessoas, dirigida para objetivos e projetada para alcançar resultados, sendo lucrativas ou não.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


A entidade social como organização pode ser formal planeja da e/ou informal (espontânea). A
organização pode ser estruturada em três níveis diferentes:

a) Organização no nível global – abrange a empresa como uma total idade.


b) Organização no nível departamental – abrange cada departamento da empresa.
c) Organização no nível das tarefas e operações – focaliza cada tarefa ou operação
especifica mente.

3. Direção: como terceira função administrativa, tem como papel principal: acionar
e dinamizar a empresa, atos que caracteriza m o papel dinâmico do diretor, está relacionado
aos recursos humanos da empresa e refere-se às relações interpessoais dos administrado res e
seus subordinados. Dirigir significa interpretar os planejamentos para subordinados e ordenar
instruções sobre como executá-las para alcance dos objetivos pretendidos. A direção pode atuar
no nível global, no nível departamental e no nível operacional.

4. Controle: O controle possui quatro fases: estabelecimento de padrões ou critérios,


observação do desempenho, comparação do desempenho com padrões estabelecidos e ações
corretivas. Podem ainda assumir vários significados:

• Como função restritiva e coercitiva – no sentido de limitar certos tipos de desvios ou


comportamentos indesejáveis (controle social).

• Como um sistema automático de regulação – no sentido de manter um grau constante


de funcionamento de um sistema (indústrias que possuem processamento contínuo de produtos).

• Como função administrativa – é o controle como parte do processo administrativo.

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Em se tratando de controle. Quais são os tipos e métodos de con-


trole que uma organização pode utilizar para otimização e melho-
ria de seu processo administrativo? Na administração pública por
exemplo, existem o controle interno e o controle externo. Como
REFLITA eles funcionam? O que os diferem?

AS FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Figura 5 - As funções básicas da Administração. Fonte: Chiavenato (2004).

Por fim, pode-se concluir que a Teoria Neoclássica, surgiu a partir da necessidade em
reformular a Teoria Clássica de acordo com os avanços e modificações ocorridas na época, onde
se utilizou dos conceitos válidos e relevantes oferecidos pela Teoria Clássica e pelas outras teorias
administrativas.

Figura 6 - Teoria Neoclássica. Fonte: Drucker (2001).

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TEORIA SISTÊMICA
A Teoria Sistêmica surgiu entre 1950 e 1968 com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig
von Bertalanffy, cujo um dos trabalhos é a conhecida como Teoria Geral dos Sistemas (TGS). Seu
objetivo é o de produzir teorias e formulações conceituais que seja capaz de criar condições para
aplicar na realidade empírica.
A teoria tem como Ênfase na tecnologia – é o foco das teorias que consideram a
Administração uma ciência que busca das organizações às demandas e situações que ocorrem em
seu contexto externo e como Enfoque a Administração da tecnologia (imperativo tecnológico).
Umas das características dessa teoria é que ela não trata de maneira separada os
inúmeros seguimentos de uma organização, pelo contrário, ela enxerga a organização como um
sistema composto por partes inter-relacionadas, ou seja, um sistema unificado e propositado.
Os administradores veem a organização como um todo, no entanto como parte de um sistema
maior que é o ambiente externo. Ainda sobre esse assunto, Rossés (2014) contribui dizendo
que as organizações são, por definição, sistemas abertos, pois não podem ser adequadamente
compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter-relacionamento entre diversas variáveis
internas e externas, que afetam seu comportamento.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


De acordo com Rossés (2014), as organizações têm seis funções primárias ou principais,
que mantêm estreita relação entre si, mas que podem ser estudadas individualmente. São elas:

• Ingestão – as organizações adquirem ou compram materiais para processá-los de alguma


maneira. Para assistirem outras funções, como os organismos vivos que ingerem alimentos para
suprirem outras funções e manter a energia.

• Processamento – no animal, a comida é transformada em energia e suprimento


das células. Na organização, a produção é equivalente a esse ciclo animal. Os materiais são
processados havendo certa relação entre entradas e saídas no qual o excesso é o equivalente a
energia necessária para a sobrevivência da organização (transformação em produtos).

• Reação ao ambiente – o animal reage frente as mudanças ambientais para sua


sobrevivência. Ele deve adaptar-se as mudanças. As organizações também reagem ao ambiente,
mudando seus materiais, consumidores, empregados e recursos financeiros. As alterações
podem efetuar-se nos produtos, no processo ou na estrutura (as mudanças ocorrem face ao que
o mercado demanda).

• Suprimento das partes – os participantes da organização são supridos, não só do


significado de suas funções, mas também de dados de compras, produção, vendas ou contabilidade,
e são recompensados principalmente sob a forma de salários e benefícios.

• Regeneração das partes – as partes do organismo perdem sua eficiência, adoecem


ou morrem e devem ser regenerados ou recolocados no sentido de sobreviver no conjunto. Os
membros das organizações também podem adoecer, aposentar-se, desligar-se da firma ou então
morrer. As máquinas podem tornar-se obsoletas. Ambos os homens e máquinas devem ser
mantidos ou recolocados – manutenção e substituição.

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• Organização – administração e decisão sobre as funções.

Dentro da Teoria dos Sistemas existem alguns conceitos relacionados que de acordo com
Carvalho (2008) são:

• Entrada ou insumos (input) – é a força de partida do sistema que fornece material ou


informação para a sua operação. São constituídas por recursos humanos, financeiros e materiais.

• Processamento ou operação (throughput)– é a conversão das entradas em saídas e


representa a etapa de transformação dos recursos em produtos.

• Saídas ou resultados (output) – é a consequência da reunião dos elementos e relações


do sistema. Compreendem as mercadorias, os serviços e as realizações para alcançar os propósitos
do sistema.

• Retroação ou alimentação de retorno (feedback) – é o mecanismo responsável pelo


equilíbrio e estabilidade do sistema e que compara a saída com critérios estabelecidos. O elemento
básico da retroação é a informação e o objetivo principal é o controle para evitar desvios positivos
ou negativos.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


• Ambiente ou subsistemas – são partes do sistema em que se desenvolvem as atividades
interdependentes, inter-relacionadas e inter atuantes, que são especializadas (consequência
da divisão do trabalho) e interligadas por uma rede de comunicações dinâmica e alimenta da
continuamente conforme as mudanças por que passa o ambiente.
Vejamos um exemplo das organizações como um sistema aberto:

Figura 7 - Teoria dos Sistemas – Sistema Aberto. Fonte: Principo (2016).

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Por fim, a Teoria Sistêmica teve uma contribuição significativa para o desenvolvimento
das organizações, onde as orientou para a busca do conhecimento global, do alcance de melhores
resultados, com o ser humano na sua totalidade.

Livro – Teoria Geral dos Sistemas


Disponível para compra em:
<https://www.saraiva.com.br/teoria-geral-dos-sistemas-2593249.
html>.

TEORIA CONTINGENCIAL
A palavra contingência significa incerto ou eventual, que pode suceder ou não, refere-se
a uma proposição que só pode ser conhecida pela experiência e pela evidência e não pela razão.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Com isso, na Teoria da Contingência tudo é relativo, tudo depende, não tem nada de absoluto.
Na visão de Rossés (2014), a abordagem contingencial vai bem mais longe do que a teoria de
sistemas, quando aborda a problemática do ambiente. Na teoria da contingência, as condições de
ambiente é que causam transformações no interior das organizações. Ou seja, o ambiente explica
o fenômeno organizacional.

Figura 8 - Teoria da Contingência. Fonte: PUC Minas (2014).

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Ela explica que há uma relação funcional entre as condições ambientais e as técnicas
administrativas corretas para se alcançar a eficácia dos objetivos da organização. Essa Teoria tem
como Ênfase o ambiente tecnológico - é o foco das teorias que consideram a Administração uma
ciência que cuida da aplicação bem-sucedida da tecnologia na atividade organizacional e como
Enfoque a Análise ambiental (imperativo ambiental); Abordagem de sistema aberto.
Segundo Rossés (2014), a abordagem contingencial, algumas vezes chamada de teoria
situacional, foi desenvolvida por administradores, consultores e pesquisadores que tentaram
aplicar os conceitos das principais escolas a situações reais. Quando métodos altamente eficazes
numa situação deixavam de funcionar em outras, eles buscavam uma explicação. Nessa teoria o
administrador precisa identificar qual técnica será usada para melhor contribuir para a obtenção
dos objetivos da organização, considerando a especificidade da situação, a especificidade das
circunstâncias e a especificidade do momento.
De acordo com Chiavenato (2004), a Teoria da Contingência com as pesquisas para avaliar
os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas.
Como resultado, puderam concluir que a estrutura e o funcionamento da organização dependem
da interface com o ambiente. E ainda que tudo é flexível não tendo um único jeito melhor de
organizar.
Carvalho (2008) cita esses pesquisadores e faz uma pequena síntese sobre elas:

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


• Tom Burn e G. M. Stalker, sociólogos, realizaram, na década de 1960, pesquisas nas
indústrias inglesas para verificar como eram as relações entre práticas administrativas e ambiente
externo.

• Classificaram as organizações em mecanísticas e orgânicas.

• Paul R. Lawrence e Jay W. Lorsch, pesquisaram sobre as organizações e o ambiente


organizacional, confrontando ambos, e esse estudo deu origem à Teoria da Contingência.
Concluíram que os problemas encontrados são a diferenciação e a integração nas organizações.
Publicaram em 1967, “As Empresas e o Ambiente: Diferenciação e Integração Administrativa”.

• Joan Woodwar, socióloga industrial pesquisou a avaliação da prática dos princípios


administrativos propostos pelas teorias. Usou como amostragem cem empresas inglesa s de
ramos diferentes e classificou a tecnologia de produção em unitária ou oficina, em massa ou
mecanizada e em processo ou automatizada, provando que a tecnologia vai muito além da
produção, influenciando a organização por completo.

• Alfred Chandler, publicou em 1962, as conclusões de uma pesquisa realizada em quatro


empresas americanas: Du Pont, General Motors, Standard Oil Company, e Sears, Raebuck &
Company. Concluiu que a estrutura segue a estratégia organizacional e que a estrutura pode ser
definida como design da organização através do qual a empresa é administrada.

A abordagem contingencial é a mais eclética e integrativa de todas as teorias


administrativas. Além de considerar todas as contribuições das teorias anteriores, ela abrange
e dosa as seis variáveis básicas da teoria administrativa, a saber: tarefas, estrutura, pessoas,
tecnologia, ambiente e competitividade, segundo Chiavenato (2004).

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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


Figura 9 - Abordagem Contigencial. Fonte: Neto (2012).

A Evolução das Teorias Administrativas


Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=VjKCGFJ5L3g>.

Teorias da Administração - Resumo


<http://www.portal-administracao.com/2017/08/principais-teo-
rias-da-administracao.html>.

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ENSINO A DISTÂNCIA

CONCLUSÃO
Prezado aluno, nesta unidade concluímos os estudos das principais teorias da
administração, completando a unidade anterior que também tratou sobre as teorias
administrativas. Atualmente, com as constantes mudanças em nossa sociedade, a administração e
o processo administrativo tornam-se cada vez mais indispensáveis para qualquer tipo de negócio,
assim como o conhecimento das principais teorias administrativas e sua aplicabilidade, pois
conhecendo essas teorias, como se desenvolveram no decorrer da história e principalmente como
usá-las para a melhoria da gestão dos negócios, pode trazer muitos benefícios e gerar vantagem
competitiva sobre os concorrentes e conquista de mercado.
Várias foram as teorias tratadas aqui, dentre elas a Clássica e a Científica, a humanística
e a burocrática, comportamental, contingencial e neoclássica. Enfim, foram muitas e todas elas
com sua importância na história da administração e nos processos administrativos da atualidade
também.
Depois de fundamentadas todas essas teorias, os administradores deverão entender sua
aplicação e benefícios, assim como o melhor momento para cada uma delas, e saber escolher as
que mais se enquadram a realidade, ao momento e necessidades da sua empresa e que supram

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 3


realmente suas necessidades, e que para tal, deverão considerar a afinidade, a relevância e a
aplicação de cada uma delas dentro do seu contexto organizacional.

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04
UNIDADE

AS ORGANIZAÇÕES E O
PROCESSO ADMINISTRATIVO
PROF. HEIDER JEFERSON GONÇALVES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 58
AS ORGANIZAÇÕES E O AMBIENTE ORGANIZACIONAL ..................................................................................... 59
CARACTERÍSTICAS, TIPOS E FUNÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES .......................................................................... 69
O PROCESSO ADMINISTRATIVO (PODC) .............................................................................................................. 72
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................................. 74

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ENSINO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO
Prezado aluno, estamos chegando a última etapa da nossa jornada do conhecimento, e
aqui iremos trabalhar o chamado Processo Administrativo. De uma forma mais simples, podemos
dizer que vamos focar um pouco mais no famoso PODC, instituído por Peter Drucker, como já
fora tratado anteriormente em outras unidades desse material.
É importante destacar que para falar sobre o processo administrativo, não podemos deixar
de falar sobre as organizações como um todo, sobre o conceito de organização, suas características,
tipos e funções e também sobre o ambiente organizacional. Pois bem, conhecendo o processo
administrativo (Planejamento, Organização, Direção e Controle = PODC) e as organizações, fica
mais fácil administrar não é mesmo? Então, façamos uma pequena reflexão: Como é possível
uma organização alcançar suas metas e objetivos sem ao menos fazer um planejamento?
Imaginemos então estas sem terem organização de seus ambientes corporativos, ou seja, uma
empresa toda desorganizada, como seria? E quando não há direção e nem liderança? Ninguém
manda, ninguém obedece, ou ninguém sabe quem é quem? E o controle? Imagine uma empresa
que não controla seus gastos por exemplo, está com certeza fadada ao fracasso absoluto. É por

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


isso que nesta unidade iremos focar nestes elementos, que com certeza fazem toda a diferença
para o sucesso ou fracasso de uma Organização, principalmente nos dias de hoje, onde cada
detalhe entre concorrentes torna-se uma vantagem competitiva.

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ENSINO A DISTÂNCIA

AS ORGANIZAÇÕES E O AMBIENTE ORGANIZACIONAL


Caro aluno, lembremos que desde os primórdios da humanidade, o homem já administrava
sua vida, onde inicialmente, regulava as ações e práticas de sua família, sua casa, depois sua
tribo, aldeia e cidades. Mas foi mesmo no momento em que se constituíram em sociedades,
ou organizações, que viram realmente a necessidade de administrar vilas, cidades, estados
e até nações. Foi assim então que surgiram as organizações que reuniam, pessoas, materiais,
equipamentos, tecnologia, instalações, informações, entre outros recursos.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Figura 1 - Variações Administrativas. Fonte: Chiavenato (2007, p. 14).

Organização é uma palavra originada do Grego organon, que significa órgão, instrumento,
utensílio, ou aquilo com que se trabalha. Desse modo, podemos dizer que organização é a forma
como se dispõe um sistema e seu conjunto de atividades para atingir os resultados traçados
(planejados). Podemos falar de organização empresarial, ou organização pessoal, organização
de eventos ou doméstica, entre outras, pois em todas essas aplicações, o mesmo sentido
de organização se baseia na maneira ou forma como as pessoas se inter-relacionam, ou seja,
interagem entre si, e de como acontece a distribuição dos diversos elementos envolvidos, como
tarefas e trabalhos a serem realizados, visando assim uma mesma finalidade.

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ENSINO A DISTÂNCIA

Falando em organização, mas no sentido de “arrumação”, como


você vê a sua organização referente a seu trabalho, estudo, enfim,
como você organiza sua vida? Quais são suas perspectivas para o
futuro? Você se considera uma pessoa organizada? Pense nisso!
REFLITA

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Figura 2 - Organização Pessoal. Fonte: Gonçalves (2017).

É importante destacar que o mundo em que vivemos, é um mundo de produtos (bens e


serviços), oferecidos por diversas organizações, públicas, privadas, com ou sem fins lucrativos, e
que toda a nossa sociedade vive por meio das organizações. Contribuindo com essa afirmativa,
para Chiavenato (2004):

O mundo em que vivemos é uma sociedade composta por organizações. Todas


as atividades voltadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços
são planejadas, coordenadas, dirigidas e executadas por organizações.

É fácil perceber que atualmente, as organizações assumiram papel determinante na


sociedade e na vida de todos nós, e que é impossível hoje viver sem o convívio, e a interação
com elas e que na verdade da qual somos totalmente dependentes. Tente, por exemplo, fazer
uma pequena lista das organizações com as quais você está envolvido, que se relaciona ou que
interagiu no dia de hoje. Não é uma tarefa das mais difíceis não é mesmo?

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Vejamos alguns exemplos: Onde você trabalha? Se não trabalha, onde estuda? Os
produtos que consumiu hoje em suas refeições, de onde vieram? De onde vem a água, energia
elétrica, internet? E os serviços públicos que você utiliza? Pois bem, são inúmeros os exemplos de
organizações a qual nos envolvemos no nosso dia a dia.

“Todas as atividades voltadas à produção de bens (produtos) ou


prestação de serviços são planejadas, coordenadas, dirigidas e
executadas por organizações”.
Chiavenato (2004).

Destacamos que o homem moderno passa a maior parte de seu tempo dentro das
organizações, das quais depende para nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar seu sustento, obter
produtos e serviços que consome e necessita para o seu dia a dia, e que durante a maior parte
de nossas vidas, somos membros de alguma organização: nossa família, faculdade ou qualquer
curso, uma equipe de esportes seja qual for, grupo de trabalho ou de amigos, organização religiosa
ou uma empresa.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Dessa forma, pode-se dizer que uma organização compreende duas ou mais pessoas
trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto
de objetivos. Em administração de empresas, entende-se por organização uma entidade social
formada por duas ou mais pessoas que trabalham de forma coordenada em determinado
ambiente externo, visando um objetivo coletivo. Envolve a divisão de tarefas e atribuição de
responsabilidades.
Praticamente quase nada em nossa vida não é influenciado de alguma forma por alguma
espécie de organização, pois a sociedade moderna é uma sociedade organizacional, em contraste
com as sociedades comunitárias do passado.

Figura 3 - Organização empresarial. Fonte: TSUMAPS NEAM (2017).

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Segundo Maximiano (1995),

uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por


finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se
possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.
Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de
bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações.

Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos,


recursos financeiros e outros. A organização então é o resultado da combinação de todos estes
elementos orientados a um objetivo comum.
Já para Moraes (2004, p. 91): Organizações são instituições sociais e a ação desenvolvida
por membros é dirigida por objetivos. São projetadas como sistemas de atividades e autoridade,
deliberadamente estruturados e coordenados, elas atuam de maneira interativa com o meio
ambiente que as cerca. E de acordo com Chiavenato (2004), para que uma organização possa
existir deve atender aos seguintes pré-requisitos: existirem pessoas aptas a se comunicarem;
atuarem de forma conjunta; e atingirem um objetivo comum.
Por organização, também, entende-se que é o agrupamento de pessoas, que se reuniram
de forma estruturada e deliberada e em associação, traçando metas para alcançarem objetivos
planejados e comuns a todos os seus membros, segundo Lacombe (2003).

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Ressaltamos ainda uma observação de Maximiano (2004, p. 27), quando faz alusão aos
objetivos de uma organização sendo que: “As organizações são grupos sociais deliberadamente
orientados para a realização de objetivos, que, de forma geral, se traduzem no fornecimento de
produtos e serviço”. Assim, pode-se dizer que uma organização não é um grupo aleatório de
pessoas juntas por acaso, mas que se estabelece consciente e formalmente para atingir algum
objetivo em comum, que tais pessoas não conseguiriam alcançar se estivessem sozinhos.

Figura 4 - Estrutura Organizacional. Fonte: Marmol (2015).

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Lembremos que a Administração ganhou status de atividade importante somente no


século XX quando o mundo vivenciou a Revolução Industrial que aumentou imensamente a
capacidade produtiva das sociedades modernas. Lembrando ainda que a igreja serviu como
modelo às organizações no que se refere à:

• sua hierarquia de autoridade


• suas assessorias
• sua coordenação funcional

Mas, não nos esqueçamos também, que esta foi aperfeiçoada pelas organizações
militares durante séculos. E que são valores herdados pela administração devido à influência das
organizações militares:

• organização linear e a escala hierárquica.


• princípio da unidade de comando.
• princípio da direção.

Falando em organização, é muito comum nos referirmos a ela como empresa, o que
está correto, pois toda empresa é uma organização. É importante frisar que Empresa é todo

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


empreendimento humano que procura reunir recursos humanos e não-humanos (como recursos
financeiros, físicos, tecnológicos, mercadológicos, etc.), no sentido de alcançar objetivos de auto
sustentação e de lucratividade, através da produção e comercialização de bens ou de serviços.

Sobre empresas. Quantas empresas que você conhece que consi-


dera como essenciais para sua vida e sobrevivência? Acredita que
algumas empresas poderiam ser substituídas ou até mesmo extin-
guidas por não atenderem seus propósitos? Pense nisso!
REFLITA

Uma empresa consiste numa unidade de produção na qual se combinam os diversos


fatores produtivos para o fornecimento de bens e/ou serviços à comunidade. Estes fatores são:
o trabalho, a direção e o capital, compreendendo recursos humanos, instalações, equipamentos,
energia e matéria-prima. As empresas constituem uma das mais complexas instituições criadas e
desenvolvidas pelo homem.

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Conheça as 10 Maiores empresas do Mundo 2018 (ranking FOR-


BES)
As empresas mais ricas do mundo (2018) Empresas Bilionárias
As empresas mais ricas do mundo em 2018 - A revista norte-ame-
ricana de economia e negócios Forbes, fez uma lista das maiores
empresas do mundo tendo em conta 4 fatores: vendas, lucros, ati-
vos e valores no mercado. Confira:

10 - Toyota Motor (Japão) - Vendas - $249.9 bilhões Lucros - $17.1


bilhões Ativos - $412.5 bilhões Valor no mercado - $171.9 bilhões.

09 - Apple (Estados Unidos) - Vendas - $217.5 bilhões Lucros -


$45.2 bilhões Ativos - $331.1 bilhões Valor no mercado - $752 bi-
lhões.

08 - Bank of China (China) - Vendas - $113.1 bilhões Lucros - $24.9


bilhões Ativos - $2,611.5 bilhões Valor no mercado - $141.3 bilhões.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


07 - Bank of America (Estados Unidos) - Vendas - $92.2 bilhões
Lucros - $16.6 bilhões Ativos - $2,196.8 bilhões Valor no mercado
- $231.9 bilhões.

06 - Agricultural Bank of China (China) - Vendas - $115.7 bilhões


Lucros - $27.8 bilhões Ativos - $2,816 bilhões Valor no mercado -
$149.2 bilhões.

05 - Wells Fargo (Estados Unidos) - Vendas - $97.6 bilhões Lucros


- $21.9 bilhões Ativos - $1,943.4 bilhões Valor no mercado - $274.4
bilhões.

04 - JPMorgan Chase (Estados Unidos) - Vendas - $102.5 bilhões


Lucros - $24.2 bilhões Ativos - $2,513 bilhões Valor no mercado -
$306.6 bilhões.

03 - Berkshire Hathaway (Estados Unidos) - Vendas - $222.9 bi-


lhões Lucros - $24.1 bilhões Ativos - $620.9 bilhões Valor no mer-
cado - $409.9 bilhões.

02 - China Construction Bank (China) - Vendas - $134.2 bilhões


Lucros - $35 bilhões Ativos - $3,016.6 bilhões Valor no mercado -
$200.5 bilhões.

01 - ICBC (China) - Vendas - $151.4 bilhões Lucros - $42 bilhões


Ativos - $3,473.2 bilhões Valor no mercado - $229.8 bilhões.

Disponível em < https://www.clicknacional.com/2018/01/15-maio-


res-empresas-do-mundo-2018.html>.

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É importante lembrar que a administração trata do planejamento, da Organização


(estruturação), da direção e do controle de todas as atividades que ocorrem dentro de uma
empresa/organização, onde Administrar é AÇÃO, e a organização é o OBJETO, pois uma
organização somente atinge seu propósito e seus objetivos quando bem administrada.
Vejamos, a seguir, uma figura que representa um sistema organizacional e seus elementos
componentes:

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Figura 5 - Componentes Organizacionais. Fonte: Maximiano (2004, p. 25).

Quando falamos em empresas e organizações, não podemos esquecer de destacar a


importância do chamado “ambiente organizacional”, sendo algo determinante e essencial para
a administração de qualquer organização. Quanto ao ambiente organizacional, é importante
frisar que todas as organizações estão sujeitas às influências do ambiente e, por isso, sua análise é
fundamental para que a gestão possa ser orientada para o alcance dos resultados almejados, visto
que é através da análise ambiental que se consegue definir os diferentes cenários competitivos e
com base neles as ações a serem realizadas.
Para Chiavenato (2003, p. 302), “Ambiente é tudo que envolve externamente a organização”,
sendo este ambiente constituído pelas outras organizações que formam a sociedade. A interação
entre a organização e o ambiente é fundamental para o alcance dos resultados, assim como as
relações externas entre uma organização e outras organizações no ambiente. O ambiente em que
as organizações atuam, proporciona a elas várias vantagens, mas também, grandes riscos que
precisam ser administrados.
As organizações podem adaptar-se e mudar para cumprir requisitos ambientais
(adaptativa) ou podem alterar o ambiente de forma que o mesmo fique adequado às capacidades
delas (processo político). A importância da análise ambiental se fortalece com base na necessidade
que as organizações precisam conhecer o ambiente em que atuam, ou que as envolvem, pois, é
imprescindível que uma organização conheça muito bem o ambiente a qual está inserida, e não
somente aquele em que ela está inserida, mas também o todo, pois só assim ela pode desenvolver
suas atividades de maneira realmente eficaz. E é por meio dessa análise que se pode identificar
possíveis ameaças, oportunidades, restrições e contingências importantes e que não devem nunca
ser ignoradas.

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ENSINO A DISTÂNCIA

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Figura 6 - Ambiente Organizacional. Fonte: MAVSAOUZAA (2015).

É comum a divisão do ambiente externo às organizações em duas partes: em


macroambiente e microambiente; em que o ambiente interno, refere-se a organização, com suas
características, potencialidades (pontos fortes) e limitações (pontos fracos), pois é o ambiente
que determina como a organização deve funcionar, além de determinar as mudanças necessárias,
a fim de alcançar seus objetivos gerais e específicos.
Quanto ao macroambiente, este é constituído por um conjunto bastante amplo de
condições e fatores que influenciam e são influenciados pelas diversas organizações existentes
no mercado. Muitas oportunidades e ameaças surgem deste macroambiente em constante
transformação, onde as empresas devem ser extremamente hábeis na identificação das diversas
variáveis que compõem esta parte do ambiente. As oportunidades e ameaças são encontradas
pela influência de tendências. Uma tendência é uma direção ou sequência de eventos, que vêm
ocorrendo ao longo do tempo e que promete durabilidade, mostrando o caminho a se seguir.
As variáveis que compõem este ambiente são as tecnológicas, político-legais, sócio-
culturais, econômicas, demográficas e físicas.

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ENSINO A DISTÂNCIA

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Figura 7 - Variáveis Ambientais. Fonte: Ruen (2010).

Já em se tratando do microambiente, que também é conhecido como sistema central


de marketing ou ambiente de tarefa, este compreende o meio específico em que a empresa
opera. Ele envolve outras empresas, instituições, grupos e indivíduos com quem se mantém um
relacionamento mais próximo e que possibilite a sua operação, de modo a propiciar benefícios
mútuos, onde interagem e se ajudam.
É muito importante e decisivo para o sucesso da organização, que ela saiba identificar
as oportunidades que venham a surgir, como também se defender e saber reagir as ameaças que
surgirão neste ambiente, e para isso é necessário obter informações sobre os “personagens chaves”
que compõem esse ambiente, sendo fornecedores, intermediários de mercados, concorrentes,
clientes e públicos que compõem esse ambiente competitivo.
O ambiente interno é o nível de ambiente da organização que está dentro dela e,
normalmente, tem implicação imediata e específica na administração da organização. Sobre a
análise do ambiente interno, este tem por finalidade identificar e destacar as qualidades (pontos
fortes) e as deficiências (pontos fracos) da empresa, chamadas de variáveis controláveis e
que são determinadas diante da sua atual posição produto-mercado. Esta análise deve tomar
como perspectiva para comparação as outras empresas do mesmo setor de atuação, sejam
elas concorrentes diretas ou potenciais. Quando uma análise interna é realizada, esta procura
identificar pontos fortes e pontos fracos no contexto organizacional, onde um ponto forte é
a diferenciação conseguida pela empresa que lhe proporciona uma vantagem operacional no
ambiente empresarial (variável controlável), e um ponto fraco é uma situação inadequada da
empresa que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial.

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Dentre os fatores que devemos levar em consideração para a definição do ambiente


interno da empresa podemos citar os seguintes:

• Aspectos organizacionais – rede de comunicação; estrutura da organização; registro


dos sucessos; hierarquia de objetivos, política, procedimentos e regras; habilidade da equipe
administrativa.

• Aspectos do pessoal – relações trabalhistas; práticas de recrutamento; programas


de treinamento; sistema de avaliação de desempenho; sistema de incentivos; rotatividade e
absenteísmo.

• Aspectos de marketing – segmentação do mercado, estratégia do produto, estratégia de


preço, estratégia de promoção, estratégia de distribuição.

• Aspectos de produção – layout das instalações da fábrica; pesquisa e desenvolvimento;


uso de tecnologia; aquisição de matéria-prima; controle de estoques; uso de subcontratação.

• Aspectos financeiros – liquidez; lucratividade; atividades; oportunidades de


investimento.

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O diagnóstico do ambiente interno corresponde a uma análise de como a empresa
se encontra e quanto ela está preparada para enfrentar os desafios que venham a surgir nos
confrontos com seus concorrentes.

A Análise SWOT em seu desenvolvimento divide-se em dois am-


bientes: o interno e o externo, onde o interno refere-se basicamen-
te a própria organização e conta com as forças e fraquezas que ela
possui. Já ambiente externo refere-se às questões de força maior,
que estão fora do controle da empresa.

Fonte: Portal Administração (2014).

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CARACTERÍSTICAS, TIPOS E FUNÇÕES DAS


ORGANIZAÇÕES
Queremos destacar que, de acordo com os seus objetivos, as organizações são criadas
para obtenção de produtos e/ou serviços, com a finalidade de lucro ou não, e elas possuem
algumas características que são básicas e comuns a quase todas as existentes. As organizações
possuem objetivos desde seu início, pois foram criadas para atender a necessidades específicas,
expõe Maximiano (2004). Segundo Moraes (2004), os elementos humanos e materiais, que fazem
parte das organizações, possuem forte ligação e interdependência do meio ambiente, no qual
estão inseridas, e a este fazendo trocas constantes.
Assim como as pessoas são únicas, as organizações são diferentes entre si, ou seja, não
existem duas iguais. Podem perdurar meses, anos, décadas ou séculos, sobrevivendo aos seus
fundadores, ou podem desaparecer rapidamente pelo simples fato de que não são sistemas
perfeitos ou também por não serem bem administradas.
Como já podemos ver, as organizações são criadas para prover produtos e serviços, em
que de acordo com Moraes (2004), podem ser de natureza econômica ou social. De natureza

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econômica são as organizações que têm caráter específico de empresa e buscam finalidade
lucrativa, assumem riscos, e são dirigidas por uma filosofia de negócios. Já as de natureza
social são as organizações voltadas às ações comuns ou de utilidade pública, fundamentam-se
na aceitação dos valores e das normas sociais, sem finalidade lucrativa, existem para servir a
sociedade e suprir lacunas sociais muitas vezes não supridas pelo estado.
Segundo Maximiano (2004) estão representadas por:

• Organizações do Governo – que são administradas pelo governo e têm como objetivo
prestar serviços à comunidade em geral, e são mantidas pela arrecadação de impostos, taxas e
contribuições.

• Organizações Empresariais – são organizações que têm como finalidade o lucro na


produção e/ou comercialização de bens e serviços, podendo ser classificadas de acordo com o seu
tamanho, natureza jurídica e área de atuação. São criadas com recursos próprios (dos proprietários
em forma de capital social) e também com recursos de terceiros, como fornecedores e credores
em geral (como empréstimos e financiamentos). O seu resultado é distribuído aos sócios e o
restante é mantido como reservas de lucros para a empresa.

• Organizações do Terceiro Setor – compreende as organizações de utilidade pública,


sem fins lucrativos, e são criadas por pessoas sem vínculo com o governo, entre elas estão as
ONGs (organizações não-governamentais) e outras entidades com fins filantrópicos.

Considerando a discussão sobre as organizações, devemos chamar atenção para duas


postulações importantes ao esse contexto: as organizações e seus níveis; e, as organizações e suas
áreas. Independentemente de sua natureza ou tamanho, as organizações possuem três níveis
hierárquicos ou classes de problemas que precisam resolver e a responsabilidade pela solução
desses problemas é atribuída a essas três diferentes partes ou níveis hierárquicos que são:

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• Nível institucional ou estratégico – corresponde ao nível mais elevado, composto


pelos diretores, proprietários ou acionistas e pelos altos executivos e, em algumas empresas este
nível envolve ainda o conselho administrativo. O nível estratégico é responsável por estabelecer
objetivos, verificar e analisar alternativas estratégicas, tomar decisões globais e elaborar o
planejamento estratégico e as políticas organizacionais de longo prazo.

• Nível intermediário ou tático – está localizado entre o nível institucional e o operacional,


cuida da articulação interna entre os dois níveis que respectivamente, estão situados no topo e na
base da organização. Cabe a este nível administrar o nível operacional e cuidar das decisões aos
níveis departamentais relacionados com o dimensionamento e alocação dos recursos necessários
às atividades da organização. É também responsável por estabelecer objetivos setoriais ou
departamentais, verificar e analisar alternativas táticas, elaborar e implementar planos táticos e
avaliar resultados, e relaciona-se as ações de médio prazo.

• Nível operacional – é o que se localiza nas áreas inferiores. Relaciona-se com os


problemas ligados à execução de tarefas e operações, com materiais a serem processados e
com a cooperação de diversos especialistas necessários ao andamento dos trabalhos. É o nível
onde as tarefas são executadas e as operações realizadas. Também verifica e analisa alternativas
operacionais, avalia, planeja e replaneja a ação diária, implementa a ação do dia-a-dia e avalia

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resultados do cotidiano, relaciona-se as ações de curto prazo.

Figura 8 - Hierarquia Organizacional. Fonte: Costa (2014).

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Para que as organizações funcionem adequadamente e atinjam seus objetivos, é necessário


que as tarefas ou funções especializadas sejam executadas. Outro componente tão importante,
que são as áreas ou unidades organizacionais, ou ainda as tarefas especializadas que as pessoas e
os grupos executam, para que a organização consiga realizar seus objetivos. As principais funções
organizacionais são:

• Marketing – é o processo usado para determinar que produtos ou serviços serão ofertados
e/ou desenvolvidos e que poderão interessar aos consumidores, assim como a estratégia que
será utilizada nas suas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio. A finalidade do
marketing é criar valor e satisfação no cliente, gerindo relacionamentos lucrativos para ambas as
partes. As atividades de um gestor de marketing abrangem um leque muito grande de atividades,
desde o estudo de mercado, como atividade base, definição de estratégias, comunicação, vendas
e pós-venda.

• Produção – área responsável pelo estudo e desenvolvimento de técnicas de gestão da


produção de bens e serviços, ou seja, produtos. A função produção se preocupa principalmente
com os seguintes pontos: estratégia de produção, projeto de produtos e serviços, sistemas de
produção, arranjos produtivos, ergonomia; estudo de tempos e movimentos; planejamento da
produção, planejamento e controle de projetos e produtos.

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• Finanças – responsável pela proteção e a utilização eficaz, coerente e otimizada dos
recursos financeiros, o que inclui a maximização do retorno dos acionistas e diretores envolvidos.
É uma técnica utilizada para controlar da forma mais eficaz possível, no que diz respeito à
concessão de crédito para clientes, planejamento, análise de investimentos e, de meios viáveis
para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da organização.

• Recursos humanos – área responsável e formada por um conjunto de habilidades e


métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo de administrar os comportamentos
internos e potencializar o capital humano. Tem por finalidade selecionar, gerir e nortear os
colaboradores na direção dos objetivos e metas da empresa. Seu objetivo mais básico é alinhar as
políticas de gestão de pessoas com a estratégia da organização.

Já para Maximiano (2004), as principais funções organizacionais e que são coordenadas


pela administração geral da empresa, são:

• Produção (operações) – tem como objetivo transformar insumos (matérias-primas


e outros) em produtos ou serviços para suprir as necessidades dos clientes. Há três tipos de
processos produtivos: produção em massa e em grandes lotes; produção por processo contínuo;
e produção unitária e em pequenos lotes;

• Marketing – estabelece relações entre a organização e seus clientes. Abrange as


diferentes atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos, distribuição, preço e promoção
(publicidade e propaganda);

• Pesquisa e desenvolvimento – esta função tem como objetivo, transformar as


informações de marketing, as melhores ideias e os avanços tecnológicos e da ciência em produtos
e serviços;

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• Finanças – atende à organização cuidando eficazmente e protegendo os seus recursos


financeiros. São de competência das finanças os investimentos, financiamentos, controle e
destinação dos resultados; e,

• Recursos humanos – também é chamado de gestão de pessoas, começa com os


cuidados com a entrada de pessoas na organização, sua permanência e até a sua saída. Tem
como componentes as tarefas de: planejamento, recrutamento e seleção de pessoas para a mão-
de-obra necessária, treinamento e desenvolvimento, avaliação e desempenho, remuneração ou
compensação, higiene, saúde e segurança, administração de pessoal e funções pós-emprego.

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Figura 9 - Funções Organizacionais. Fonte: Amorim (2014).

O PROCESSO ADMINISTRATIVO (PODC)


Caro aluno, não é novidade alguma o que iremos tratar neste tópico, pois estamos
tratando sobre o processo administrativo e os princípios básicos da administração desde o
primeiro momento de nossos estudos. Mas é importante destacar e fortalecer esses conceitos,
já que são base para o estudo da administração formando o próprio processo administrativo.
Iremos então destacar de forma resumida esses conceitos e seus principais pontos, assim como
oferecer exemplos e aplicações atuais relacionados a eles.
Pois bem, quando falamos em processo administrativo, podemos dizer que a
Administração é um processo operacional composto por funções de planejamento, organização,
direção e controle e, porque envolve uma série de situações organizacionais, necessita estar
baseada em princípios em que se possam prever soluções administrativas. Esses princípios
básicos da Administração devem ter a característica da universalidade e, a exemplo de outras
ciências, serem logicamente verdadeiros, porque irão, com o decorrer do tempo, sofrer alterações
do meio ambiente no quais se colocaram à prova, conforme Chiavenato (2003).

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Como já vimos anteriormente, são reconhecidas como as primeiras funções do


Administrador, corresponderam aos elementos da Administração que Fayol definira no seu
tempo sendo: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (POCCC), mas com um aspecto
mais atualizado, passou-se ao já conhecido e aqui tratado PODC.
De uma maneira geral, vemos que são vários os autores que concordam que estas
funções básicas, agora com uma roupagem atualizada, de planejar, organizar, dirigir e controlar,
são utilizadas por constituir um processo, que numa sequência lógica, forma um ciclo
administrativo, e à medida que se repete, o ciclo cria uma contínua correção e ajustamento das
funções, desenvolvendo-se e evoluindo. E que segundo Chiavenato (2003), essas funções são:
Planejamento, Organização, Direção e Controle.
De forma muito resumida, e como já sabemos, o Planejamento é vital para as organizações,
é a primeira função, simplesmente a base para as demais, definindo antecipadamente os objetivos
que deverão ser alcançados e como alcançá-los, onde destacamos três níveis distintos de
planejamento sendo:

• Estratégico – mais amplo, abrange toda a organização.


• Tático – é o que abrange cada departamento ou unidade da organização.
• Operacional – abrange cada tarefa ou atividade específica.

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


Já a Organização pode assumir vários significados, como por exemplo, Entidade social
– constituída por pessoas, dirigida para objetivos e projetada para alcançar resultados, sendo
lucrativas ou não, e pode ser estruturada em três níveis diferentes sendo: Organização no nível
global – abrange a empresa como uma totalidade. Organização no nível departamental – abrange
cada departamento da empresa. Organização no nível das tarefas e operações – focaliza cada
tarefa ou operação especificamente.
A função de Direção tem como papel principal acionar e dinamizar a empresa, atos que
caracterizam o papel dinâmico do diretor (Líder), relacionada aos recursos humanos da empresa
e refere-se às relações interpessoais dos administradores e seus subordinados, ato de ordenar
instruções sobre como executá-las para alcance dos objetivos pretendidos, podendo atuar tanto
no nível global, no departamental e no operacional também.
O Controle, como já vimos anteriormente, possui basicamente quatro fases sendo o
estabelecimento de padrões ou critérios, observação do desempenho, comparação do desempenho
com padrões estabelecidos e ações corretivas. Podendo assumir ainda vários significados, como a
própria função administrativa, ou como função restritiva e coercitiva por exemplo, para limitar
certos desvios ou comportamentos inadequados ou ainda, como sistema automático de regulação,
em sistemas industriais por exemplo.
Por fim, é importante frisar que essas funções se completam quando permitem uma
interação dinâmica entre elas, na busca da eficiência total para a organização. É fator decisivo para
o funcionamento e engrenagem da organização, de estar ativa e completa. Como um processo
cíclico, com suas fases distintas, porém, interligadas e interdependentes, as funções básicas atuam
no interior das organizações, criando condições para que elas existam, dinamizando o processo
administrativo.

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A Administração Contemporânea e Suas Funções.


Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=c4dJaTbmads>.

LIVRO - Administração das Organizações. Teoria e Lições Práticas


Disponível para compra em:
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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO | UNIDADE 4


CONCLUSÃO
Pois bem, vamos finalizar nossa última unidade evidenciando pontos importantes sobre
a administração e o processo administrativo. Vimos que as organizações são muitas e estão em
todos os lugares, em nossa vida cotidiana, em praticamente tudo que temos e convivemos, as
organizações produzem absolutamente tudo o que temos. É importante destacar que ao falar
do processo administrativo, abordamos também as organizações como um todo, o conceito de
organização, suas características, tipos e funções e também sobre o ambiente organizacional.
Sobre o ambiente organizacional, como pudemos ver, todas as organizações estão sujeitas
às influências do ambiente e, por isso, sua análise é fundamental para que a gestão possa ser
orientada para o alcance dos resultados almejados, visto que é através da análise ambiental que se
consegue definir os diferentes cenários competitivos e com base neles as ações a serem realizadas.
Lembremos que assim como as pessoas são únicas, as organizações são diferentes entre si,
ou seja, não existem duas iguais. Podem perdurar meses, anos, décadas ou séculos, sobrevivendo
aos seus fundadores, ou podem desaparecer rapidamente pelo simples fato de que não são sistemas
perfeitos ou também por não serem bem administradas. Vimos ainda que as organizações são
criadas para prover produtos e serviços, e que podem ser de natureza econômica ou social.
Podemos perceber assim, que todo o processo administrativo é simplesmente uma sequência
de etapas (PODC) cíclicas, que ocorrem em uma organização para que essa possa fazer o que
proporcione o alcance dos seus objetivos para o futuro, em busca do seu desenvolvimento e do
sucesso organizacional.

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ENSINO A DISTÂNCIA

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