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Sob o seu reino, o Mali estendeu-se no Sahel e assegurou o controle das

cidades comerciais de Walāta, Tombouctu e Gao, entrando assim em contato


mais direto com os povos islamizados, comparativamente ao ocorrido ao
longo dos séculos precedentes. Foi após esta época que a peregrinação real
tornou-se uma tradição permanente junto aos mansa
O império tomou a forma islâmica no século VIII/XIV sob Mansa Mūsā
(aproximadamente 712/1312-738/1337) e sob o seu irmão Mansa Sulayman
(aproximadamente 738/1337-761/1360), os quais encorajaram a construção da
mesquita e o desenvolvimento do saber islâmico.

Em Tombuctu, o arquiteto do imperador ergueu a grande mesquita ou


djinguereber, e um palácio real ou madugu. Mas a mais bela obra de al-
Tuedjin foi, sem dúvida, a célebre sala de audiências construída em Niani, na
qual empregou todos os recursos de sua arte. O imperador queria uma
construção sólida revestida de gesso, al-Tuedjin.

Turismo na cidade maliana de Tombouctou vítima da má


publicidade ocidental
Bamako, Mali (PANA) - O setor do turismo sofre, em Tombouctou (mil quilómetros ao norte de Bamako)
da insegurança e da má campanha mediática levada a cabo pela imprensa ocidental, que implicou a
queda vertiginosa do número de visitantes desta localidade, relatou segunda-feira a Agência Maliana de
Notícias (AMAP).

Este número passou de 45 mil chegadas, em 2006, para seis mil visitantes em 2009 para se reduzir para
492 chegadas no primeiro trimestre do ano 2011, na região onde importantes investimentos foram
efetuados para que seja colocada no patamar do turismo mundial.

De dois hoteis, durante os anos de 1980, a cidade de Tombouctou conta hoje 25 estabelecimentos
hoteleiros, sem contar 10 restaurantes, cinco espaços de divertimento, sete associações de guias
turísticos e cameleiros, quatro agências de viagens e uma casa de artesanato cuja criação foi favorecida
pelo crescimento das atividades turísticas de que viviam mais de 68 por cento da população.

A baixa considerável dos rendimentos gerados pelas estruturas turísticas, devida à má publicidade que a
imprensa ocidental faz do turismo do norte do Mali, acabou por desencorajar  investidores.

« Houve, em Marrocos, um atentado num restaurante, que fez vítimas e até mortos, maiorirariamente
Franceses. Não compreendo que um tal país seja  aconselhado aos turistas, enquanto Tombouctou, onde
nunca nenhum turista foi agredido, não é sugerido aos viagentes ocidentais pelosr seus países
respetivos, insurgiu-se Hervé Panzani, expatriado francês, promotor do hotel Palmeraie de Tombouctou.

De acordo com este hoteleiro, o terrorismo é um fenómeno mundial que pode assolar qualquer lugar, a
qualquer hora em todos os continentes. 

« Muita coisa foi dita todavia o Mali permanece o país da gentileza, do amor, do calor humano. Quem
ainda não viu Tombouctou ainda não viu o Mali », concluiu convencido de que  políticas têm algo a ver
com o declínio do turismo em Tombouctou.

-0 – PANA GT/SSB/IBA/CJB/DD    10out2011

10 Outubro 2011 21:56:21


http://www.panapress.com/Turismo-na-cidade-maliana-de-Tombouctou-vitima-da-ma-
publicidade-ocidental---3-799427-51-lang4-index.html

Morte causa comoção e muda os


rumos do Brasil
Publicação: 2014-08-24 00:00:00 | Comentários: 0

 2

A+A-
O suicídio de Getúlio Vargas deixou a nação perplexa e a comoção se estendeu por muitos anos. Nas
casas de pessoas nas capitais e no interior do Brasil era comum ver a carta-testamento do presidente
emoldurada e colocada em local de destaque na sala. Dos que estiveram no centro dos
acontecimentos, muitos já morreram. Os mais velhos lembram do 24 de agosto como se a tragédia
tivesse acontecido há poucos anos.

josé cruz/as Simon lembra que polícia, empresas e sede do Partido Libertador foram
atacados em Porto Alegre

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), de 84 anos, é um deles: “As reações populares foram
imediatas. Em Porto Alegre, onde eu vivia, atacaram a sede da polícia, de empresas americanas, do
Partido Libertador. Houve incêndio e quebra-quebra — conta ele, que na época tinha 24 anos e era
líder estudantil e militante do PTB, partido de Vargas.

O enterro de Getúlio foi em São Borja (RS), sua cidade natal. Por essa razão, a frequência dos voos
entre Porto Alegre e a cidade fronteiriça aumentou e Simon conseguiu embarcar para assistir ao
sepultamento. Ele se recorda da multidão que foi dar adeus ao líder e de cópias de sua carta-
testamento — célebre pela frase “saio da vida para entrar na história” — sendo distribuídas na
cerimônia.

“João Goulart, Tancredo Neves e Osvaldo Aranha [que haviam sido ministros do governo Vargas]
fizeram discursos fantásticos. O de Osvaldo Aranha foi emocionante. Ele contou que Getúlio era
rígido nos princípios, não tinha preocupação com as coisas materiais e colocava o bem da sociedade
acima de tudo”,  lembra o senador.

saiba mais
 O dia em que todo o Brasil chorou
 Tempo de paixão e ódio na política
 João Café Filho tentou convencer Vargas a renunciar
Pouco depois, Simon participou de um debate sobre o suicídio. Ele ouviu de colegas que, segundo a
fé católica, os suicidas não vão para o céu.” Discordei. Não se pode dizer que a morte de Vargas foi
um suicídio a rigor. Ele morreu para evitar o derramamento de sangue e uma crise de consequências
imprevisíveis. Foi um ato de heroísmo. Teria sido um mero suicídio se ele tivesse sido deposto,
regressado para São Borja e só então se suicidado. Com sua morte, Getúlio retardou o golpe militar
em dez anos - afirmou Simon.

Para Simon, ele foi um grande presidente. Por exemplo, lembra o senador, deu início à
modernização e à industrialização do Brasil, fundou a Petrobras e a Companhia Siderúrgica
Nacional, instituiu o voto secreto.

Bate-papo 
Antônio Barbosa - historiador

Por que Getúlio Vargas se matou? Os militares de fato dariam um golpe?


Getúlio sabia que haveria um golpe para depô-lo. Na última reunião que fez com o ministério,
pouquíssimas pessoas ficaram do seu lado. Já idoso [tinha 72 anos] e experiente das lutas políticas,
Getúlio sentiu que o cerco havia se fechado e preferiu o gesto dramático do suicídio. Foi, na minha
avaliação, o gesto mais inteligente que poderia ter feito. Quando deu o tiro no peito, ele estava, claro,
pensando em si, em sua biografia, mas também estava pensando muito no Brasil. Ele sabia que o
suicídio impediria de chegar ao poder aquelas forças que lutavam contra ele, contra o trabalhismo e
contra as reformas sociais que vinha implementando. Com o suicídio, as emoções afloraram pelo
Brasil afora e Getúlio conseguiu reverter a oposição que já estava ganhando as ruas. O suicídio
mexeu com o imaginário do país inteiro. Em toda a história do Brasil, não houve nenhum outro
presidente que tenha se suicidado. O país levou um susto tão grande que os adversários do presidente
perderam as forças para tomar o poder. O golpe que se planejava teve de ser abortado. Em outras
palavras, o suicídio de agosto de 1954 retardou em dez anos o golpe de Estado. A ditadura militar só
seria imposta em 1964.

Por que a situação de Getúlio ficou insustentável a ponto de a oposição cogitar um golpe?
No primeiro semestre de 1954, a corrupção chegou a pessoas muito próximas de Getúlio [um de seus
filhos foi acusado de fazer negócios escusos] e isso o desgastou muito. O presidente, entretanto,
nunca foi corrupto. Cito um caso corriqueiro para ilustrar. Depois que foi deposto, em 1945, após 15
anos no Catete, ele voltou para o Rio Grande do Sul. Lá, teve a intenção de ampliar um pouco sua
fazenda, comprar alguns hectares de terra. Para isso, ele precisou tomar um empréstimo no Banco do
Brasil. Veja a situação: aquele que havia sido o homem mais poderoso do país simplesmente não
tinha dinheiro suficiente para ampliar sua fazenda. Em 1954, Getúlio não foi capaz de enxergar os
desvios que ocorriam ao seu redor, de perceber que pessoas muito próximas faziam negócios à
sombra do Estado e enriqueciam. A oposição aproveitou bem a oportunidade e conseguiu criar a
imagem de um governo submerso na corrupção.

A oposição era tão forte assim?


Getúlio não mantinha boas relações com o Congresso nem respondia de forma adequada às críticas
da oposição. Tal inabilidade se explica pelo fato de Getúlio simplesmente não saber conviver com a
democracia. Isso, de certa maneira, é compreensível. Ele era um homem saído do século 19. Para
ele, a centralização do poder era indispensável para que o Brasil se desenvolvesse. Foi por isso que,
entre 1937 e 1945, governou como ditador. Em 1951, porém, voltou ao poder pelo voto popular. Sob
o regime democrático, enfrentou dificuldades crescentes para governar. Getúlio foi incapaz de lidar
com o contrário, típico da democracia, e sucumbiu.

Em 1945, poucas semanas depois de ter sido derrubado da Presidência, Getúlio foi eleito para
o Senado. Como foi o Getúlio senador?
Getúlio Vargas é um exemplo clássico do político sem a menor vocação para o Legislativo. Posso
compará-lo a Leonel Brizola, que em 1962 foi eleito deputado com a maior votação da história do
Brasil, mas jamais se notabilizou na Câmara. Nenhum dos dois nasceu para o debate parlamentar,
para o discurso. Eles foram feitos para o Executivo. A passagem de Getúlio pelo Senado foi muito
apagada.

A Era Vargas e a conquista de direitos sociais


Publicado por 
Objetivo(s) 
 Identificar os processos históricos de formação das instituições sociais e políticas
regulamentadoras da sociedade brasileira
 Analisar as instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as às práticas dos diferentes
agentes e forças sociais
Conteúdo(s) 
A Era Vargas

 
 
Ano(s) 

Tempo estimado 
4 aulas
Material necessário 
 Cópias da reportagem "É assédio moral?", publicada na revista Veja (VEJA 2361, 26 de
fevereiro de 2014)
 Cópias do artigo "Podemos ser mais dignos? Podemos", publicado na revista Veja (VEJA 2361,
26 de fevereiro de 2014)
 Cópias do artigo "Os Direitos Sociais na Era Vargas", publicado nos anais da II Jornada
Internacional de Políticas Públicas
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Inicie a aula lendo com os alunos a reportagem "É Assédio Moral?", publicada pela revista Veja. Peça-os para que

destaquem os problemas apontados no texto sobre as relações entre empregador e empregado e também sobre as

dificuldades mais comuns enfrentadas por cada gênero (homem e mulher). Então sistematize na lousa os problemas

apontados pelos alunos e levantados com base na reportagem para que possa orientar uma reflexão sobre o tema.

Questione-os principalmente sobre a desigualdade das relações entre homens e mulheres e sobre a necessidade de leis

para regulamentar as relações trabalhistas. Essas leis sempre existiram? Desde quando elas vigoram no Brasil?

Em seguida, explique que a aula a seguir debaterá esses temas e introduza a temática da Era Vargas,
informando à turma que o foco da discussão será a conquista de direitos sociais no Brasil, aqueles
que, dentre outras coisas, concedem seguridade aos trabalhadores.
2ª etapa 
Nesta etapa da aula, os alunos devem compreender que os direitos sociais começaram a ser
conquistados em um momento histórico específico no Brasil. Nem sempre tivemos benefícios como
aposentadoria e pensões ou mesmo jornada de trabalho com período definido e salário mínimo
formalizado. Parte dos direitos que vigoram até hoje foram introduzidos durante o governo de
Getúlio Vargas. Estabeleça uma breve cronologia dos fatos, lembrando aos alunos que este chegou
ao poder por meio de um golpe em 1930 e permaneceu na presidência até 1945, incluindo os anos de
ditadura - período conhecido como Estado Novo - iniciados em 1937.

Oriente os alunos a ler o texto "Os Direitos Sociais na Era Vargas", destacando as características
políticas e econômicas do período, além dos direitos sociais mencionados. Em seguida, faça uma
leitura coletiva com a classe e oriente uma discussão, pedindo que cada um apresente as suas
observações. Sistematize o que for levantado, anotando as conclusões na lousa.
3ª etapa 
Com base nos apontamentos e nas dúvidas apresentadas pelos alunos, problematize a identificação de Getúlio Vargas

como "pai dos pobres" no Brasil. Por que o presidente entrou pra História com essa alcunha? Quais fatores políticos

foram responsáveis para a garantia dos direitos dos trabalhadores durante seu período no poder? Discuta com os

alunos os limites de sua beneficência, estimulando-os para que reflitam sobre as consequências políticas de tais

atitudes. Destaque importantes características de seu governo como a ausência de eleições diretas e a instalação de

um Estado ditatorial de cunho fascista. É importante que, nesta etapa da aula, os alunos aprimorem o senso crítico,

sendo capazes de relacionar o papel das instituições e das práticas dos agentes sociais.

 
4ª etapa 
Retome a questão das diferenças entre gêneros introduzida na primeira etapa. Peça aos alunos que
tentem encontrar no texto uma importante conquista da Era Vargas que ajudou a reduzir a diferença
política e social entre homens e mulheres. Eles devem evidenciar o direito ao voto, assegurado às
mulheres pela primeira vez durante esse regime. Então os estimule a refletir sobre tal avanço e sobre
a importância da participação da sociedade como um todo na política. Com base em seus
apontamentos, questione-os se estão satisfeitos com as condições de vida no Brasil, com seus
direitos e com seus representantes políticos. Peça-os para que apontem as principais dificuldades e
insatisfações de nosso tempo.Com base na resposta dos alunos, oriente um debate sobre as
manifestações populares que marcaram o ano de 2013. Estimule-os a pensar sobre seus direitos
políticos e a importância que a participação popular tem nos rumos do país. É importante também
que reflitam sobre os limites da cidadania, então leia com a turma o artigo "Podemos ser mais
dignos? Podemos", publicado na revista Veja. Por meio da leitura, oriente a turma a refletir sobre as
conquistas da sociedade ao longo da República no Brasil e a efetiva força que o voto consciente
possui como ferramenta democrática de um país e como agente reformador de condições sociais.
Estimule o debate sobre esse assunto com a turma e explique que, em seguida, eles deverão produzir
um texto baseado nessa discussão.
Avaliação 
A avaliação deve assegurar que os alunos compreenderam, na segunda etapa da aula, a influência do
governo Vargas na conquista de melhores condições de trabalho no Brasil, superando um passado
crítico de relações escravistas e se, na terceira etapa da aula, ampliaram o senso crítico sobre as
concessões de agentes sociais. Para isso, oriente a turma a fazer uma pesquisa em casa sobre os
avanços dos direitos sociais após a Era Vargas, isto é, nos governos subsequentes, destacando quais
foram os principais avanços até os dias de hoje. A turma deve apresentar o que foi encontrado na
aula seguinte. Sistematize as informações na lousa e peça que eles escrevam um artigo de opinião
onde devem relacionar as manifestações populares de 2013 com a conquista de direitos sociais e
com o aprimoramento da democracia no nosso país, levando em consideração o panorama histórico
desse tópico e tendo como ponto de partida a Era Vargas.

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