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Art. 217 - Seduzir mulher virgem, menor de 18 (dezoito) anos e maior de 14 (catorze), e ter
com ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. (texto revogado).
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
a) Menores de 14 anos – são aqueles indivíduos que ainda não completaram tal
idade. No dia em que fizer o 14º aniversário, a pessoa deixa de ser considerada
vulnerável para a legislação.
c) Pessoa que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência – é a
incapacidade de defesa que caracteriza tal condição, independentemente de idade
ou qualquer outra circunstância, restando demonstrar que a vítima não tinha
como se opor à prática sexual.
As formas qualificadas e causas de aumento de pena são as mesmas do crime de
estupro do art. 213. E o novo §5o veio para dirimir uma questão que era muitas vezes
sucitada por vários juristas a respeito da vítima menor de 14 anos que já teria
experiência sexual anterior ou fosse aquiescente com a prática sexual.
A tentativa é possível, e a ação penal será sempre pública incondicionada.
O artigo 218 traz o crime de Corrupção de Menores, tendo a sua redação sofrido
alteração ao longo do tempo como os tipos penais anteriores, a saber:
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior
de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas
no caput deste artigo.
O menor deverá ter idade entre 14 e 18 anos, caso tenha menos, haverá estupro de
vulnerável, se tiver mais de 18 anos, teremos o crime previsto no art. 228, com pena
mais branda.
Em relação ao §1º, é necessário que se induza o menor e tenha lucro com isso.
Assim também ocorrerá àquele que mantiver casa de prostituição nessas condições ou
que permitir que tal crime se verifique em qualquer local.
A legislação brasileira não tipifica PEDOFILIA como crime, apesar de várias campanhas
oficiais ou não publicizarem esta ideia como forma mais simples de demonstrar a sua
desaprovação. Tal termo, em verdade, designa um transtorno mental que gera atração
sexual por indivíduos impúberes ou no início da puberdade, geralmente crianças (CID-
10 F 654).
Destarte, o que existe são vários tipos penais que proíbem esse tipo de relação.
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,
publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou
sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Aumento de pena
§ 1o A pena é aumentada de 1/3 (um terço ) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por
agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim
de vingança ou humilhação.
Exclusão de ilicitude
§ 2o Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em
publicação de natureza jornalística, cienbfica, cultural ou acadêmica com a adoção de
recurso que impossibilite a iden[ficação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso
seja maior de 18 (dezoito) anos.
Este novíssimo tipo penal, incluído na nossa legislação no mesmo contexto do crime de
importunação sexual (art. 215-A), representa uma resposta do legislador
infraconstitucional frente a um fenômeno contemporâneo da nossa sociedade, o uso da
internet e as chamadas redes sociais para atingir massivamente a intimidade, a honra e a
dignidade sexual de pessoas.
Pode haver a colaboração involuntária da vítima, que se deixa fotografar ou filmar, ou
envia suas fotos íntimas ao agente, tendo sua confiança quebrada posteriormente com a
divulgação não autorizada do material.
Ademais, o tipo penal tutela a ação de criminosos que, além da prática do estupro, ainda
buscavam saciar sua perversão sexual por meio da divulgação das imagens. Mas mesmo
aquele que não tenha praticado o estupro estará sujeito a este tipo penal.
Separado apenas alguns meses do tipo penal de registro não autorizado da intimidade
sexual (art. 216-B), ambos complementam-se podendo haver ou não o fenômeno da
consunção (absorção) entre eles, a depender do dolo do agente no caso concreto.
O §1o assinala uma majorante devido à relação afetiva entre as partes ou, ainda que sem
esta condição anterior, que haja mojvação egoística (vingança ou humilhação).
O §2o introduz uma nova causa excludente da ilicitude na nossa legislação relativa à
liberdade de expressão (art. 5o, IX, CF) e fins acadêmicos, ressalvada a intimidade da
vítima e sua prévia autorização em se tratando de pessoa maior de 18 anos, logo, proíbe-
se qualquer divulgação no caso de menores.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
Aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada:
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
O art. 225 representa uma bem-vinda alteração legislativa, que passou por uma evolução
histórica dentro do nosso Código Penal, uma vez que, inicialmente, a ação penal era de natureza
privada. Com a reforma de 2009, por meio da lei 12.015, a ação tornou-se pública condicionada
à representação da vítima, o que ainda se mostrou insuficiente para garantir a proteção deste
bem jurídico tão importante, proporcionando a impunidade de predadores sexuais com base na
decadência do direito de ação. Desta feita, com o advento da lei 13.718/2018, nova alteração foi
promovida classificando, finalmente, a ação em pública incondicionada.
As causas de aumento de pena previstas no artigo 226 devem ser analisadas cuidadosamente,
tendo em vista que o inciso I é direcionado aos crimes constantes deste título, exceto no que
tange ao estupro e ao estupro de vulnerável. Nota-se que o concurso de agentes nestes dois
casos é regulado pela alínea ”a” do inciso IV.
Já o inciso II prevê um aumento considerável em razão de condição particular do sujeito ativo do
crime sexual em geral.
Finalmente, o inciso IV, alínea ”a”, traz a possibilidade de aumento pelo concurso de agentes,
nas duas hipóteses de estupro, em proporção maior do que aquela verificada no genérico inciso
I. Apresentando, ainda, a modalidade de estupro corretivo, a qual pode ser entendida como uma
absurda tentativa de ”reeducar” alguém que supostamente estaria demonstrando um
comportamento sexual em desacordo com o que é socialmente convencionado. Assim, o
agressor agiria contra mulheres lésbicas, transexuais, bissexuais, prostitutas, adúlteras,
indecentes, com a finalidade de de controlar, corrigir e/ou castigar a vítima por sua identidade
de gênero, orientação sexual, hábitos sociais.
Obs.: nem todos os estupros de mulheres lésbicas podem ser presumidos como estupro
corretivo. É necessário constatar qual a mojvação do autor do crime, se realmente buscava essa
tentativa de reversão da sexualidade da vítima.
Capítulo V – DO LENOCÍNIO (cafetinagem) E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU EXPLORAÇÃO SEXUAL.
Mediação para servir a lascívia de outrem
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Este curioso tipo penal visa punir aquele que convence outra pessoa, adulta, a satisfazer
sexualmente outrem. Tal satisfação deve ser de pessoa determinada e esporádica, pois se
for de um número indeterminado e com habitualidade, o crime será de Induzimento à
Prostituição (art. 228). Aquele que mantém a relação sexual não está sujeito à qualquer
penalidade. Se o induzidor almeja o lucro, estará sujeito à multa também.
Caso o induzido seja menor de 18 e maior de 14 anos, o crime será qualificado.
Assim, temos a famosa “pilha”, “forcinha”, “papo”, que geralmente ocorre na balada para
que alguém “fique” com outra pessoa.
Observação: se a vítima for maior de 18 anos, art. 227, caput. Se menor de 18 e maior de
14 anos, art. 227, §1º. Caso seja ela menor de 14 anos, art. 218, todos do CP.
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual,
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
Também está previsto no artigo que impedir ou dificultar o abandono destas atividades
configura o crime. No caso do impedimento, a vítima é mantida em tal condição contra a
sua vontade e essa situação caracteriza crime permanente, o que autoriza prisão em
flagrante do agente.
Outra forma de exploração sexual é toda a atividade que não requeira o contato físico
entre as pessoas, como já exemplificado acima (dançarinas seminuas de prostíbulos).
Tanto nesta modalidade quanto na prostituição deve haver habitualidade nas práticas.
Porém, aquele que se utiliza de tais “serviços” não pratica crime, a não ser que seja a
profissional menor de 18 anos ou pessoa com algum tipo de vulnerabilidade.
No que se refere às qualificadoras, de acordo com o §1º, haverá pena mais rigorosa caso
haja parentesco ou relação de subordinação e, ainda, dever de cuidado sobre a vítima.
Já o parágrafo 3º prevê multa para aquele agente que tenha a intenção de lucro, mas
desde que não seja uma atividade constante de participação nos lucros da prostituta, caso
em que teremos o rufianismo (art. 230).
Este tipo penal (art. 228) pode ser bem exemplificado em nossa região nas atividades de
muitas pessoas que têm “amizade” com belas jovens, desempregadas ou “universitárias”,
e viabilizam o contato entre elas e empresários, funcionários públicos e turistas, entre
outros, de maneira clandestina.