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AUTOMATISMOS NA LEITURA
O estudo foi realizado com crianças com QI dentro da média, às quais foi
passado um pré-teste que avaliou o seu nível de consciência fonológica
(classificado de fraco, médio ou elevado). Foi implementado um
programa de treino, com a duração de seis meses, não tendo o grupo de
controlo usufruído de qualquer treino. No final, foi realizado um pós-
teste. Às crianças do grupo experimental também lhes foram passados
testes de leitura e escrita, no final do 1º e 2ºanos de escolaridade. Para
mais pormenores, consultar o “ journal of Learning Disabilities”, Vol. 32,
nº5.
Neste estudo concluiu-se que:
A CONSCIENCIALIZAÇÃO FONÉMICA
Recentemente foi publicado o livro,”Como aprender a ler?”, com prefácio
de José Morais e no artigo escrito por Roger Beard, refere a importância
da consciência fonémica (CF).
Envolve:
SSS- CF;ssss- Discriminação fonológica: capacidade de
discriminar fonemas;
ssss- Memória fonológica: capacidade de memorizar
palavras, sílabas e fonemas;
ssss- Produção fonológica: articulação das palavras e
uso dos fonemas na fala.
(Santos & Navas, 2002 cit. por Nascimento, 2009)
Capacidades e Tarefas
Metafonológicas
ssssExistem tarefas específicas, hierarquicamente
organizadas (Tabela 1), através das quais é possível
observar os diferentes níveis de CF adquiridos pela
criança, nomeadamente:
Desenvolvimento da consciência
fonológica
Inicia-se desde cedo (Bradley & Bryant, 1983; Carraher & Rego,
1984; Capovilla & Capovilla, 1998; Liberman et al., 1974; Torgensen,
Wagner & Rashotte, 1994, cit. por Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe &
Bandini, 2006; Freitas, 2004);
Desenvolvimento progressivo ao longo da
infância (Freitas, 2004);
Depende de:
- Experiências linguísticas (Lane & Pullen, 2004);
- Desenvolvimento cognitivo da criança (Bernardino, Freitas,
Souza, Maranhe & Bandini, 2006);
- Características específicas de diferentes capacidades de
CF (Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006);
- Exposição formal ao sistema alfabético, com a aquisição
de leitura e escrita (Goswani & Bryant, 1990; Lane & Pullen, 2004;
Maluf & Barrera, 1997; Morais et al., 1979; Morais, Mousty & Kolinsky, 1998
cit. por Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006) .
Apesar deste desenvolvimento nem sempre ocorrer
na mesma ordem, os estudos são unânimes quando
referem que o nível mais complexo de CF e, portanto, a
última capacidade a surgir, é a consciência
fonémica (Freitas, 2004; Lane & Pullen, 2004; Sim-Sim, 1998).
Desenvolvimento fonológico
1 – 2 meses
- Distinção dos sons com base no fonema (Sim-Sim, 1998).
30 meses
- Detecção de eventuais erros na produção do seu
enunciado ou no dos outros interlocutores (auto-
correcções) (Sim-Sim, 1998).
36 meses
fonema e do
traço distintivo, desde que as tarefas sejam adaptadas à
realidade linguística e cognitiva da criança (Coimbra, 1997 cit.
por Freitas, 2004).
6 anos
- Domínio, quase total, da capacidade de segmentação
silábica (Sim-Sim, 1998);
- Maiores dificuldades nas tarefas relativas à consciência
fonémica, pois ainda não há o apoio da escrita. No entanto,
com a aprendizagem da leitura há conhecimento adicional
sobre a estrutura linguística (Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe &
Bandini, 2006);
- A CF vai-se complexificando, sendo necessário receber
instruções formais que explicitem as regras de
correspondência dos sons da fala na escrita alfabética
(relações fonema/grafema) (Jenkins & Bowen, 1994 cit. por
Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006);
- Desenvolvimento da consciência fonémica (Jenkins & Bowen,
1994 cit. por Bernardino, Freitas, Souza, Maranhe & Bandini, 2006) .
A partir dos 6 anos- Maior desenvolvimento das
capacidades metafonológicas, devido à aquisição da
escrita (Freitas, 2004);
SSS- Domínio de todos os níveis de CF (Cielo, 2000 cit. por
Freitas, 2004). W
Estudos científicos
Trabalho em equipa
Terapeutas da Fala (TF) - Professores: Relação
de cooperação
O TF deve colaborar com os professores no aumento
da instrução da CF no currículo geral de educação, de
forma a alcançar um maior sucesso em situações de
dificuldades nesta área (Nancollis, Lawrie, & Dodd, 2005; Schuele &
Boudreau, 2008);
O TF pode auxiliar os professores na selecção de
instruções e estratégias adequadas, de acordo com as
necessidades de aprendizagem de cada
grupo/criança (Schuele & Boudreau, 2008).
Considerações no treino da
consciência fonológica
A CF é muito importante para a aprendizagem
posterior da leitura e da escrita, pelo que a implementação
de estratégias promotoras desta capacidade é essencial,
tanto em contexto de jardim-de-infância como nas escolas
de 1º ciclo (Viana, 2006);
É essencial que os educadores/professores conheçam
as principais etapas do desenvolvimento da CF, através do
contacto com um TF, para poderem mobilizar as
estratégias pedagógicas mais eficientes para compensar
défices de CF previamente existentes nas crianças,
evitando o insucesso escolar (Alves, Freitas, & Costa, 2007;
Schuele & Boudreau, 2008; Viana, 2006);
Em idade pré-escolar é importante desenvolver
actividades de discriminação auditiva, rimas infantis e
contos rimados, pois permitem trabalhar, de forma lúdica, a
CF, o vocabulário e a memória auditiva. Com estes jogos,
as crianças começam a reflectir sobre a estrutura da
linguagem oral e a analisar a língua nos seus constituintes
sonoros: discurso – palavras – sílabas – fonemas (Alves,
Freitas, & Costa, 2007; McLean, Bryant & Bradley, 1987; Viana, 2006) ;
As actividades realizadas em grupo aumentam
a curiosidade, pa
rticipação e interesse das crianças (Yopp, 1992);
A ponte para os símbolos gráficos deve ser efectuada
quando as crianças identificarem as sílabas e fonemas na
oralidade (Alves, Freitas, & Costa, 2007);
A colaboração entre o professor e o TF é crucial, para
se adaptar correctamente os exercícios aos alunos a quem
se destinam e aumentar gradualmente a sua complexidade,
no que respeita ao grau de dificuldade dos exercícios e
estímulos linguísticos (Alves, Freitas, & Costa, 2007; Schuele &
Boudreau, 2008) .
Sinais de alerta