Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TÉCNICO EM
ELETRÔNICA
MÓDULO
ELETRÔNICA INDUSTRIAL
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
TÉCNICO EM ELETRÔNICA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1. Amplificador diferencial
2. Constituição do amp-op
3. Ajuste de offset
4. Razão de rejeição de modo-comum (CMRR)
5. Ganho de tensão
6. Impedâncias de entrada e saída no amp-op
7. Slew rate
Ideias-chave
Recapitulando...
1. Amp-ops básicos
2. Amp-op inversor
3. Amp-op não inversor
4. Buffer ou seguidor unitário
Ideias-chave
Recapitulando...
1. Principais características
2. Especificações máximas absolutas
3. Características elétricas
4. Desempenho do amp-op
Ideias-chave
Recapitulando...
1. Modos de Operação
2. Amplificador somador
3. Amplificador somador não-inversor
4. Amplificador Diferencial ou Subtrator
5. Diferenciador; Integrador.
Ideias-chave
Recapitulando...
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
TÉCNICO EM ELETRÔNICA
1. Amplificador de instrumentação
2. Filtros ativos
3. Especificação dos filtros
4. Filtro ativo passa-baixas
5. Filtro ativo passa-altas
6. Filtro passa-banda
Ideias-chave
Recapitulando...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
INTRODUÇÃO – Amplificadores operacionais (amp-op)
Eles apresentam uma impedância de entrada bastante alta, tornando-o incapaz de drenar
uma corrente alta de uma fonte de sinal com alta impedância, e uma impedância de saída
mais baixa, possibilitando alimentar uma carga de baixa impedância.
Além disso, eles permitem que a saída varie por toda (ou quase toda) faixa de alimentação.
Seria difícil enumerar todas as aplicações desse dispositivo.
Segundo Pertence Jr. (2012), podemos dizer que suas aplicações estão presentes nos
sistemas eletrônicos de controle industrial, na instrumentação industrial, na instrumentação
nuclear, na instrumentação médica, nos computadores analógicos, nos equipamentos de
telecomunicações, nos equipamentos de áudio, nos sistemas de aquisição de dados, citando
apenas algumas delas. Por isso, para aprofundar seus conhecimentos para além do conteúdo
teórico, em cada seção dessa unidade apresentaremos situações práticas que podem ocorrer
no dia a dia do profissional de eletrônica. Inicialmente, pensaremos em uma maneira de
eliminar de um circuito eletrônico o ruído de baixa frequência, como o ruído proveniente da
rede elétrica.
Daremos sequência ao estudo usando como situação prática o uso de circuitos com
amplificadores operacionais para amplificar sinais de baixa amplitude proveniente de
sensores em sistemas de instrumentação. Por fim, utilizaremos os conhecimentos adquiridos
nessa unidade para projetar um controlador eletrônico analógico largamente utilizado em
controle de processos.
Boa leitura.
ELETRÔNICA INDUSTRIAL 5
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
UNIDADE 1
Para fixar os conhecimentos a serem adquiridos nesta seção, vamos pensar em uma situação
prática que é bastante comum em eletrônica. O ruído proveniente da rede de alimentação CA,
em 50 ou 60 Hz, é um problema em circuitos amplificadores de alto ganho. Os circuitos de
potência de 60 Hz irradiam sinais que podem ser captados por circuitos eletrônicos mais
sensíveis. A Figura 1 mostra como esse ruído de baixa frequência pode afetar um certo sinal.
O resultado é um sinal distorcido com baixa qualidade, pois o ruído de baixa frequência pode
se tornar mais expressivo que o próprio sinal. Se você tivesse que projetar um circuito que
amplificasse o sinal de interesse sem que o ruído fosse amplificado, como você faria isso? É
possível montar uma solução utilizando amplificadores operacionais? A seguir,
apresentaremos os conhecimentos teóricos para te ajudar nessa etapa de projeto.
ELETRÔNICA INDUSTRIAL 6
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
1. Amplificador diferencial
Esse circuito pode trabalhar recebendo o sinal de entrada de diversas maneiras, por exemplo,
dizemos que o circuito está operando com entrada simples se o sinal for aplicado a uma das
entradas e a outra for conectada ao terra. Chamamos de entrada dupla se dois sinais de
polaridades opostas são aplicados às duas entradas simultaneamente. E se o mesmo sinal de
entrada é aplicado a ambas as entradas, a operação é chamada de modo-comum (Boylestad,
2013). O amplificador diferencial tem como principal característica o alto ganho quando sinais
opostos são aplicados às entradas.
Aqui, neste início de seção, apenas apresentamos o que é um amplificador diferencial para
darmos início ao estudo dos amplificadores operacionais. No entanto, sua aplicação vai muito
além do seu uso nos estágios do amp-op. Caso deseje saber mais sobre as propriedades dos
amplificadores diferenciais, leia a seção “Análise do amplificador diferencial” (p. 6) do livro
Eletrônica II.
ELETRÔNICA INDUSTRIAL 7
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
2. Constituição do amp-op
• Rejeição de modo comum, que possibilita a capacidade de reduzir ruídos de baixa e alta
frequência.
• Alta impedância de entrada, que torna os amp-ops capazes de drenar correntes altas de
fontes de sinal com alta impedância.
• Alto ganho, que em algumas aplicações pode ser reduzido com a realimentação negativa.
Por fim, a última seção é um amplificador de saída que proporciona o ganho elevado ao amp-
op. Observe que temos apenas um terminal de saída, não sendo possível obter uma saída
diferencial. O amp-op é, portanto, um dispositivo com duas portas de entrada (resultado da
ELETRÔNICA APLICADA 8
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
utilização de um amplificador diferencial como estágio de entrada) e uma saída. Seu símbolo
universal pode ser visto na Figura 4.
Quando o sinal é conectado a uma das entradas enquanto a outra está conectada ao terra,
dizemos que o amp-op está funcionando com entrada simples. Quando o sinal é conectado na
entrada positiva (não inversora), a saída estará em fase com a entrada. O contrário acontece
se conectarmos o sinal na entrada negativa (inversora), ou seja, nesse caso a saída estará
180°, defasada da entrada. Uma outra possibilidade de utilização é aplicar sinais em ambas as
entradas, o que é chamado de operação com entrada dupla. Nesse caso, a saída estará em
fase com diferença entre os sinais aplicados nas duas entradas. Quando o mesmo sinal é
aplicado em ambas as entradas resulta na operação em modo comum. Em um amp-op ideal
as duas entradas seriam amplificadas de maneira idêntica, de modo que, ao produzirem sinais
de saída de polaridades opostas, esses sinais se cancelariam, resultando em uma saída nula.
3. Ajuste de offset
ELETRÔNICA APLICADA 9
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Como os amp-ops são fabricados em CIs, raramente é necessário conhecer detalhes do seu
circuito interno. É comum, portanto, usar a representação apresentada na Figura 4 em projetos
e análises de circuitos com amp-ops.
Segundo Boylestad (2013), uma das características mais importantes de uma conexão de
circuito diferencial, como a de um amp-op, é a alta capacidade do circuito de amplificar os
sinais opostos nas suas entradas, enquanto amplifica pouco os sinais que são comuns em
ambas entradas. Desse modo, o amp-op fornece uma rejeição de modo comum, indicada
numericamente pela razão de rejeição de modo-comum (CMRR, do inglês, common mode
rejection ratio), de modo que:
Quando entradas separadas são aplicadas ao amp-op, como na Figura 6(a), o sinal resultante
é a diferença entre as duas entradas:
Quando os dois sinais da entrada são iguais, como na Figura 6(b), o sinal comum às duas
entradas é definido como a média entre os dois sinais:
Assim, de modo geral, a saída resultante quando qualquer sinal é aplicado a um amp-op é
definida como:
ELETRÔNICA APLICADA 10
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
5. Ganho de tensão
O ganho de tensão de um amplificador operacional é dado pela razão entre o sinal de saída
(Vs) e o sinal de entrada (Ve), de modo que:
Para que a amplificação seja viável, especialmente para sinais de baixa amplitude, como
sinais recebidos de transdutores ou sensores, é necessário que o amplificador tenha um alto
ganho de tensão.
ELETRÔNICA APLICADA 11
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
6. Impedâncias de entrada e saída no amp-op
Para falarmos das impedâncias de entrada e saída no amp-op, vamos considerar o modelo
representado na Figura 7, em que um amplificador é alimentado por uma fonte e, por sua vez,
ele alimenta uma carga.
Analisando a equação acima, podemos concluir que quanto maior for a resistência de entrada
consequentemente VRE = VG, ou seja, é desejável que a resistência de entrada seja muito alta,
idealmente infinita, em relação à resistência de saída da fonte.
ELETRÔNICA APLICADA 12
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Na carga, temos que:
A partir da equação acima, podemos dizer que quanto menor for a resistência de saída RS
maior será a parcela da tensão VS sobre a carga.
Idealmente,
7. Slew rate
A taxa de inclinação, ou em inglês slew rate, fornece um parâmetro que especifica a taxa
máxima de variação da tensão de saída quando é aplicado um sinal de entrada de grande
amplitude na forma de degrau (BOYLESTAD, 2013), dado por:
Caso se tente variar a saída a uma taxa de tensão maior do que o slew rate, ela não será
capaz de acompanhar a mudança, distorcendo o sinal.
IDEIAS-CHAVE
RECAPITULADO ...
As aplicações dos amp-ops estão presentes nos sistemas eletrônicos de controle industrial,
na instrumentação industrial, na instrumentação nuclear, na instrumentação médica, nos
computadores analógicos, nos equipamentos de telecomunicações, nos equipamentos de
áudio, nos sistemas de aquisição de dados, citando apenas algumas delas.
O amp-op possui Alta impedância de entrada, que torna os amp-ops capazes de drenar
correntes altas de fontes de sinal com alta impedância.
ELETRÔNICA APLICADA 13
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
uma carga de baixa impedância com um sinal.
O amp-op possui Alto ganho, que em algumas aplicações pode ser reduzido com a
realimentação negativa.
UNIDADE 2
O AMP-OP COMERCIALMENTE
Um mesmo CI pode ser produzido por vários fabricantes diferentes, de modo que é importante
que o projetista tenha conhecimento da existência de diferentes códigos e saiba discernir o
fabricante e buscar a folha de dados do mesmo para pesquisar as características do
dispositivo e estabelecer as equivalências necessárias. No Quadro 1, temos a codificação
utilizada pelos fabricantes mais conhecidos no mundo para o famoso amp-op 741.
Com o lançamento do A741, em 1968, a Fairchild resolvia uma série de problemas que
ocorriam com seus antecessores, principalmente devido à inclusão de um capacitor de
compensação interna no CI (as versões anteriores necessitavam do uso de um capacitor
externo).
ELETRÔNICA APLICADA 14
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Com isso o A741 praticamente virou sinônimo de amplificador operacional, a ponto que muitos
amplificadores modernos têm sua pinagem baseado nos pinos do 741. Como vimos, ainda
hoje diversas fabricantes de componentes eletrônicos produzem uma versão desse chip
clássico e o 741 se tornou onipresente na eletrônica.
Lançado em 1968 pela Fairchild (PERTENCE Jr., 2012) o 741 é um exemplar pequeno,
encapsulado no mini-DIP (do inglês, dual in-line package), com mostrado na Figura 9(a). As
conexões dos pinos são mostradas na Figura 9(b). O ponto no canto superior esquerdo
identifica a extremidade a partir da qual inicia a numeração dos pinos.
Como já foi dito, o fato dos transistores do estágio diferencial (Unidade 1 na Figura 3) não
serem idênticos provoca um desbalanceamento interno, resultando em uma tensão na saída
chamada tensão de offset de saída, mesmo que as entradas estejam aterradas. Na prática, um
potenciômetro é conectado aos pinos 1, 5 e 4, como visto na Figura 10 para o 741,
possibilitando o cancelamento do sinal de erro.
ELETRÔNICA APLICADA 15
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
OINDUSTRIAL
potenciômetro é ajustado para que o terminal de saída esteja no potencial CC do terra, sem
que haja tensão de entrada CC diferencial. O circuito de cancelamento do erro é projetado
para eliminar um nível de offset interno da ordem de milivolts. Portanto, o potenciômetro
apresenta uma faixa limitada de operação, de modo que esse arranjo passa a ser inadequado
quando se deseja anular o nível de offset interno quando se tem uma grande tensão CC
aplicada na entrada diferencial. A boa notícia é que nesses casos em geral, o valor reduzido
do offset não representa problemas, e os terminais de ajuste permanecem desconectados,
portanto.
Alguns amp-ops possuem características especiais, pois são projetados para aplicações
especificas. Por exemplo, baixo consumo de corrente para dispositivos alimentados por bateria
ou uma ampla largura de banda para aplicações em alta velocidade. A Tabela 1 mostra
diversos amp-ops com algumas das suas características.
ELETRÔNICA APLICADA 16
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL Tabela 1: Amostra de especificações de amp-ops.
Fonte: adaptado de Schuler (2013b, p. 16).
3. Situação prática
Relembrando nossa situação prática, precisamos indicar um tipo de solução para amplificar
um sinal sem que o ruído de baixa frequência, proveniente de interferência da rede elétrica,
seja também amplificado.
Como vimos, o amplificador operacional é composto por múltiplos estágios, sendo o primeiro
deles um amplificador diferencial. Isto confere ao amp-op a capacidade de rejeitar um sinal de
modo comum. Como vimos, de um modo geral a tensão de saída de um amp-op é dada por:
No 741, por exemplo, seu valor típico é de 90 dB. Isto significa que o ganho diferencial Ad é
aproximadamente 31622,78 vezes maior que o ganho em modo comum Ac. Portanto, como o
ruído de baixa frequência é comum às duas entradas do amp-op, pois ambas estarão sujeitas
à mesma interferência dos circuitos de potência, ocorrerá, portanto, a rejeição desse distúrbio.
Na Figura 11 podemos ver um esquema simplificado de como isso acontece. Nesse ponto é
importante que você saiba que esse é um esquema apenas para fins didáticos, na prática não
usamos apenas um amplificador operacional para realizar esse tipo de operação.
ELETRÔNICA APLICADA 17
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
OINDUSTRIAL
sinal com ruído é aplicado nas duas entradas e por isso está sujeito a um ganho 31622,78
vezes menor que o ganho do sinal aplicado em apenas uma das entradas do amp-op.
Descrição da situação-problema
Como você já deve ter notado nesse ponto, é fundamental que o profissional de eletrônica
saiba ler com facilidade uma folha de dados, ou datasheet, de um componente eletrônico.
Como o 741 é o amplificador operacional mais comum, e será impossível que você trabalhe
com eletrônica sem que tenha contato com ele pelo menos algumas vezes, pesquise pela sua
folha de dados e verifique a sua pinagem, veja seu diagrama esquemático (compare com o
apresentado na Figura 5) e busque entender quais são suas informações mais importantes.
Pense também na situação anterior, em que precisamos amplificar um sinal diferencial sujeito
a ruído. O uso do 741 é o mais adequado? Em que ocasião isso ocorre? Será que um
amplificador de instrumentação poderia ser adequado em situações onde se tem um sinal de
baixa amplitude?
Resolução da situação-problema
Primeiro, para o 741, vamos usar a folha de dados do LM741 da Fairchild como referência.
Como já sabemos, cada fabricante irá apresentar as informações da maneira que lhe convém,
e aproveitamos esse momento para reforçar que os termos nas figuras apresentadas a seguir
estão em inglês, pois como já bem dizemos, em sua grande maioria, as folhas de dados são
disponibilizadas em inglês, por isso é importante que você esteja familiarizado com esses
termos.
O LM741 é um amplificador operacional de uso geral, ele destina-se a uma ampla gama de
aplicações analógicas. A Figura 12(a) apresenta a pinagem deste amp-op e a Figura 12(b) seu
diagrama esquemático.
ELETRÔNICA APLICADA 18
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
ELETRÔNICA APLICADA 19
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Como vimos, o LM741 tem valor típico de CMRR de 90 dB e valor mínimo de 70 dB. Caso a
diferença entre as amplitudes dos sinais diferencial e de modo comum seja grande o bastante,
aplicar o LM741 pode ser suficiente. Mas se essa diferença for baixa, ou seja, o sinal que se
deseja amplificar tiver a amplitude muito próxima ao ruído, o amplificador não conseguirá
“diferenciar” entre os dois sinais e amplificar somente o sinal desejado.
Como vimos o LM741 é um amplificador operacional de uso geral e ele destina-se a uma
ampla gama de aplicações analógicas, mas para amplificar um sinal de baixa amplitude sujeito
a ruído, uma opção interessante seria usar um amplificador de instrumentação de baixa
potência como a série INA12x (TEXAS, 2018), que possui CMRR típico de 130 dB e mínimo
de 120 db.
DEIAS-CHAVE
ELETRÔNICA APLICADA 20
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL ...
RECAPITULADO
Existem inúmeros fabricantes de circuitos integrado (CI) e cada um deles possui uma
codificação para os seus produtos.
Um mesmo CI pode ser produzido por vários fabricantes diferentes, de modo que é
importante que o projetista tenha conhecimento da existência de diferentes códigos e saiba
discernir o fabricante e buscar a folha de dados do mesmo para pesquisar as características
do dispositivo e estabelecer as equivalências necessárias.
Lançado em 1968 pela Fairchild (PERTENCE Jr., 2012) o 741 é um exemplar pequeno,
encapsulado no mini-DIP (do inglês, dual in-line package).
Alguns amp-ops possuem características especiais, pois são projetados para aplicações
especificas.
É fundamental que o profissional de eletrônica saiba ler com facilidade uma folha de dados,
ou datasheet, de um componente eletrônico.
UNIDADE 3
AMP-OPS BÁSICOS
A principal forma de alimentar um AO é usando fonte simétrica ou fonte dupla (+VCC e –VCC),
que pode ser obtida com circuitos integrados específicos das famílias 78XX para a fonte
positiva e 79XX para a negativa. A tensão de saturação (máxima tensão de saída),
determinada pelo valor da fonte, é, na prática, cerca de 10% menor que a alimentação.
A entrada positiva (+) é chamada de não inversora, porque a tensão nela aplicada apresenta
resposta na saída sem alterar sua fase (Figura 13). A entrada negativa (–) recebe o nome de
inversora, porque a tensão nela aplicada tem resposta na saída defasada de 180° (Figura 14).
ELETRÔNICA APLICADA 21
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Figura 13: AO em malha aberta com entrada inversora aterrada: a) entrada não inversora positiva e saída positiva
e b) entrada não inversora negativa e saída negativa.
Fonte: autoria própria
Figura 14: AO em malha aberta com entrada não inversora aterrada: a) entrada inversora positiva e saída negativa
e b) entrada inversora negativa e saída positiva.
Fonte: autoria própria
• Se V+ = V–, a saída deveria ser nula, o que na prática não acontece por causa dos erros
de offset.
Quando o AO é configurado em malha aberta, como nas figuras 13 e 14, ele está sem
realimentação (a saída não está ligada à entrada) e, como a saída tende a saturar facilmente
porque o ganho é extremamente elevado, não pode ser usado como amplificador. Para obter
um amplificador com o ganho estabilizado, deve-se aplicar realimentação negativa no AO, e
isso é feito ligando a saída à entrada inversora com uma rede de resistências.
1. Amp-ops básicos
ELETRÔNICA APLICADA 22
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Esses circuitos servem de base para todas as outras aplicações lineares, sempre com
realimentação negativa (saída conectada com a entrada inversora).
São eles: Amplificador não inversor, buffer ou seguidor de tensão e amplificador inversor.
Antes de listar alguns dos circuitos básicos com amp-op mais comuns, vamos descrever
brevemente três modos de operação do amp-op e introduzir o conceito de curto-circuito virtual
e terra virtual.
O amp-op pode operar sem realimentação, como visto na Figura 15, modo denominado
também de operação em malha aberta. É neste modo que é válido o ganho de tensão
estipulado pelo fabricante e descrito na folha de dados, de modo que não conseguimos ter
controle do mesmo. Esse tipo de operação é bastante útil para circuitos comparadores.
ELETRÔNICA APLICADA 23
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL negativa (Figura 16(b)). Sua resposta é linear e o ganho de tensão pode ser
realimentação
controlado pelo projetista, possibilitando criar diversas aplicações como: seguidor de tensão,
amplificador não inversor, amplificador inversor, somador, amplificador diferencial,
diferenciador, integrador, filtros ativos e muitos outros.
De acordo com a Figura 17, a diferença de potencial entre a e b é nula, independente dos
sinais aplicados à entrada. Por isso, podemos afirmar que entre os terminais inversor e não
inversor, quando o amp-op é realimentado negativamente, há um curto-circuito virtual.
Segundo Pertence Jr. (2012) um circuito com amp-op é dito linear quando o mesmo opera
como amplificador. Se além disso, ao considerarmos o amp-op como ideal a análise de
circuitos lineares com amp-op passa a ser bastante simples, de modo que podemos aplicar
teoremas já estabelecidos na teoria de circuitos elétricos, como as leis de Kirchhoff, o teorema
da superposição, o teorema de Thèvenin, para citar algumas técnicas.
A partir dos conceitos apresentados, para que um amp-op seja útil no tratamento de sinais é
necessário limitar o seu ganho sem abrir mão de suas características fundamentais. Nesse
sentido, inicialmente, vamos estudar a configuração inversora.
2. Amp-op inversor
O amplificador inversor (Figura 18) tem realimentação negativa, porém o sinal a ser
amplificado é aplicado na entrada inversora.
ELETRÔNICA APLICADA 24
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Considerando o amp-op ideal, devido ao curto-circuito virtual, temos que ip1 = 0. Portanto,
Como a porta não inversora está aterrada, podemos considerar que a entrada inversora está
conectada ao terra virtual, ou seja, Va = 0, assim:
de modo que: ou
Em que Avmf é ganho de malha fechada. O sinal negativo indica a defasagem de 180° do sinal
de saída em relação à entrada.
EXEMPLO 1
ELETRÔNICA APLICADA 25
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
para uma entrada de V1 = 2 V?
Solução:
Da equação: temos:
A conexão da Figura 19 mostra um circuito com amp-op que trabalha como um amplificador
não inversor com realimentação negativa ou um multiplicador de ganho constante.
Observe que a conexão de amplificador inversor é mais amplamente utilizada por ter melhor
estabilidade em frequência.
As configurações inversoras e não inversoras são muito utilizadas para realizar funções
simples, por exemplo, somar sinais (somador inversor de três entradas).
EXEMPLO 2
Calcule a tensão de saída de um amplificador não inversor (como o da Figura 19) para valores
de V1 = 2 V, R2 = 500 kΩ e R1 = 100 kΩ.
ELETRÔNICA APLICADA 26
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Solução:
Da equação: temos:
na Figura 20.
O circuito seguidor unitário mostrado na Figura 20 fornece um ganho unitário (1) sem inversão
de polaridade ou fase. Fica claro que
e que a saída tem a mesma polaridade e magnitude da entrada. O circuito opera como um
circuito seguidor de emissor ou seguidor de fonte, só que o ganho é exatamente unitário.
DEIAS-CHAVE
Amp-ops básicos; Amp-op inversor; Amp-op não inversor; Buffer ou seguidor unitário
RECAPITULADO ...
ELETRÔNICA APLICADA 27
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
A principal forma de alimentar um AO é usando fonte simétrica ou fonte dupla (+VCC e –
VCC), que pode ser obtida com circuitos integrados específicos das famílias 78XX para a
fonte positiva e 79XX para a negativa. Existem inúmeros fabricantes de circuitos
integrado (CI) e cada um deles possui uma codificação para os seus produtos.
A entrada positiva (+) de um amp-op é chamada de não inversora, porque a tensão nela
aplicada apresenta resposta na saída sem alterar sua fase.
A entrada negativa (–) de um amp-op recebe o nome de inversora, porque a tensão nela
aplicada tem resposta na saída defasada de 180°.
UNIDADE 4
ESPECIFICAÇÕES DO AMP-OP
Antes de abordarmos várias aplicações práticas que utilizam amp-ops, devemos nos
familiarizar com alguns dos parâmetros utilizados para definir a operação da unidade.
ELETRÔNICA APLICADA 28
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
1. Principais características
Na prática, um AO apresenta características técnicas e físicas que devem ser observadas para
que os circuitos funcionem adequadamente. Começaremos mostrando a pinagem e os tipos
de encapsulamento mais usados. A Figura 21 ilustra os dois tipos de encapsulamento mais
conhecidos: o TO-99 e o DIP-8.
ELETRÔNICA APLICADA 29
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
ELETRÔNICA APLICADA 30
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
tensões de alimentação que podem ser utilizadas, quão grande pode ser a excursão do sinal
de entrada e com que potência máxima o dispositivo é capaz de operar. Dependendo da
versão específica do 741 utilizada, a maior tensão de alimentação é uma fonte dupla de ±18 V
ou ±22 V. Além disso, o CI pode dissipar internamente de 310 mW até 570 mW, dependendo
do encapsulamento utilizado no CI.
EXEMPLO 3
Solução: Se considerarmos que cada fonte fornece metade da potência total para o CI, então:
3. Características elétricas
ELETRÔNICA APLICADA 31
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Ela pode ampliar a tensão aplicada na entrada inversora, pois, ao passar pela
resistência equivalente que existe nessa entrada, desenvolve uma tensão em relação à
entrada aterrada, ampliando a diferença de tensão.
Para eliminar ou minimizar tal problema, é colocada na outra entrada uma resistência
de valor igual ao da resistência equivalente, cujo valor é igual a R = R1 // R2 (Figura
23).
ELETRÔNICA APLICADA 32
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
alcançar 500nA.
ELETRÔNICA APLICADA 33
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
V/V seja listado, o fabricante também lista um valor típico de 200V/mV ou 200.000V/V.
Quanto maior o valor da RRMC, melhor o ganho do AO. O valor ideal para esse
parâmetro tende a ser infinito.
Este parâmetro do amp-op é tipicamente 90 dB, mas pode chegar a 70 dB. Visto que 90
dB equivale a 31.622,78, o amp-op amplifica a diferença das entradas acima de 30.000
vezes mais do que amplifica o ruído (entrada comum).
O amp-op drena um total de 2,8 mA, tipicamente da fonte dupla de tensão, mas a
corrente drenada pode ser tão pequena quanto 1,7 mA.
ELETRÔNICA APLICADA 34
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
tipicamente 50 mW, mas pode chegar a 85 mW. Com relação ao parâmetro anterior,
podemos ver que o amp-op dissipará cerca de 50 mW quando drenar aproximadamente
1,7 mA de uma fonte dupla de 15 V. Para tensões de alimentação menores, a corrente
drenada, assim como a dissipação total de potência, será menor.
EXEMPLO 4
Utilizando especificações listadas na Tabela 5, calcule a tensão de offset de saída típica para a
conexão de circuito da Figura 24.
Considerando que esses dois offsets sejam de mesma polaridade na saída, obtemos a tensão
total de offset de saída:
4. Desempenho do amp-op
ELETRÔNICA APLICADA 35
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Figura 25 inclui algumas curvas de desempenho típicas que comparam várias características
em função da tensão de alimentação.
O ganho de tensão de malha aberta aumenta à medida que aumenta o valor da tensão de
alimentação.
Por exemplo, enquanto a dissipação de potência é cerca de 50mW em VCC = ±15 V, ela cai
para cerca de 5mW com VCC = ±5 V.
ELETRÔNICA APLICADA 36
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Duas outras curvas mostram como as resistências de entrada e saída são afetadas pela
frequência: a resistência de entrada cai e a resistência de saída aumenta em altas frequências.
DEIAS-CHAVE
RECAPITULADO ...
O diodo retificador é um semicondutor mais simples e muito usual. Eles trabalham com
maiores níveis de potência e possuem um tempo de chaveamento maior em relação aos
outros diodos.
ELETRÔNICA APLICADA 37
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
vários parâmetros considerados mais úteis para o usuário.
UNIDADE 5
CIRCUITOS PRÁTICOS
COM AMP-OPS
O amp-op pode ser conectado em um grande número de circuitos para estabelecer várias
possibilidades operacionais. Nesta seção, abordaremos algumas das conexões mais comuns
destes circuitos.
Mas, antes de abordarmos esse assunto, vamos falar sobre os Modos de Operação, ou seja,
os tipos de realimentação existentes.
1. Modos de Operação
A) Sem Realimentação:
Este modo é também denominado operação em malha aberta e o ganho do AOP é estipulado
pelo próprio fabricante, ou seja, não se tem controle sobre o mesmo.
Esse tipo de operação é muito útil quando se utiliza circuitos comparadores e o ganho
diferencial não temos acesso e nem podemos controlá-lo, porém é usado como circuito
comparador de tensões. Na figura 26 temos um AOP em malha aberta.
ELETRÔNICA APLICADA 38
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
B) Realimentação Positiva
Realimentar significa que uma fração da tensão de saída é re-injetada numa das entradas. Se
esta entrada for a entrada +, então temos a realimentação positiva.
Uma aplicação prática da realimentação positiva está nos circuitos osciladores, conforme já
mencionado. A figura 27 mostra um AOP submetido à realimentação positiva.
A) Realimentação Negativa
Este tipo é o mais importante meio de realimentação, pois estabiliza o sinal e tende a
aproximar as características do amplificador real com o ideal (ZIN → ∞, ZO → 0, A →
constante).
Esse modo de operação é o mais importante em circuitos com AOP e também é um modo de
operação em malha fechada, porém com resposta linear e ganho controlado. Na figura 28
temos um AOP operando com realimentação negativa.
ELETRÔNICA APLICADA 39
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
2. Amplificador somador
Provavelmente, o mais utilizado dos circuitos com amp-op é o circuito amplificador somador
mostrado na Figura 29. O circuito mostra um circuito amplificador somador de três entradas
que fornece um meio de somar algebricamente (adicionando) três tensões, cada uma
multiplicada por um fator de ganho constante.
Em outras palavras, cada entrada adiciona uma tensão à saída multiplicada pelo seu
correspondente fator de ganho. Se mais entradas forem utilizadas, cada uma acrescentará um
componente adicional à saída. O circuito da figura 30 mostra um circuito amplificador somador
de n entradas que fornece um meio de somar algebricamente (adicionando) n tensões, cada
uma multiplicada por um fator de ganho constante. Em outras palavras, cada entrada adiciona
uma tensão à saída, multiplicada pelo seu correspondente fator de ganho.
ELETRÔNICA APLICADA 40
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Figura 31: O terra virtual isola as entradas entre si do amplificador somador de n entradas.
Fonte: autoria própria
ELETRÔNICA APLICADA 41
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
A saída VO é
determinada por:
Este circuito permite que se obtenha na saída uma tensão igual à diferença entre os sinais
aplicados, multiplicada por um ganho.
5. Diferenciador
O diferenciador é um circuito que realiza a operação matemática da diferenciação. Ele produz uma
tensão de saída proporcional à inclinação da função da tensão de entrada (taxa de variação).
ELETRÔNICA APLICADA 42
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Um circuito diferenciador é mostrado na Figura 34. Embora não seja tão útil quanto os circuitos já
abordados, ainda assim o diferenciador fornece uma operação, cuja relação resultante V0 para o
circuito é mostrada na figura 34.
6. Integrador
A expressão para a tensão entre entrada e saída pode ser deduzida em função da corrente I, da
entrada para a saída. Lembramos que terra virtual significa que podemos considerar que a tensão
na junção de R e XC é a mesma do terra (uma vez que Vi ≈ 0 V), mas nenhuma corrente flui para o
terra nesse ponto. A
A equação característica do integrador mostra que a rampa de tensão de saída (para uma tensão
de entrada fixa) é oposta em polaridade à tensão de entrada e é multiplicada pelo fator 1/RC. A
ELETRÔNICA APLICADA 43
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
relação resultante V0 para o circuito é mostrada na figura 35.
Figura 36: Amplificador integrador: a) circuito integrador. b) modo que a saída é uma rampa de tensão negativa.
c) modo que a saída é uma rampa de tensão mais inclinada.
Fonte: autoria própria
A operação de integração é uma soma, uma vez que se constitui da soma da área sob uma forma
de onda ou sob uma curva em um período de tempo.
Se uma tensão fixa for aplicada como entrada a um circuito integrador, a equação de saída V0
mostra que a tensão de saída cresce ao longo de um período de tempo, fornecendo uma tensão
em forma de rampa (figura 36 b/c).
Essa equação resultante V0 mostra que a rampa de tensão de saída (para uma tensão de entrada
fixa) é oposta em polaridade à tensão de entrada e é multiplicada pelo fator 1/RC.
DEIAS-CHAVE
RECAPITULADO ...
Realimentar significa que uma fração da tensão de saída é re-injetada numa das
entradas. Se esta entrada for a entrada +, então temos a realimentação positiva.
ELETRÔNICA APLICADA 44
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Amplificadores somadores com amp-ops também são chamados de MIXERS
(misturadores).
Amplificador Diferencial ou Subtrator permite que se obtenha na saída uma tensão igual à
diferença entre os sinais aplicados, multiplicada por um ganho.
UNIDADE 6
Às vezes, amplificadores operacionais são utilizados como comparadores. Além disso, há CIs
comparadores especiais disponíveis. Um comparador opera em malha aberta, o que torna o
ganho muito alto, de modo que a saída permanece saturada em um estado alto ou baixo.
Portanto, o sinal na saída do comparador é digital (possuindo apenas dois estados possíveis).
Assim, os comparadores são circuitos não lineares.
Os comparadores são empregados para fornecer uma indicação do estado relativo das duas
entradas. Se a entrada + (não inversora) for mais positiva que a entrada – (inversora), a saída
do comparador estará saturada positivamente. Caso o contrário ocorra, a saída do comparador
estará saturada negativamente.
Geralmente, uma tensão de referência fixa é aplicada em uma das entradas. A saída então
será uma indicação da magnitude relativo do sinal aplicado na outra entrada. Os
comparadores são normalmente utilizados para determinar se um sinal possui nível maior ou
menor que a referência.
ELETRÔNICA APLICADA 45
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
sinal se encontra nos dois limites pré-definidos.
Normalmente, deseja-se que a saída de um comparador mude de estado da forma mais rápida
possível.
O comparador compara duas tensões de entrada fornecidas e fornece a saída indicando qual
tensão tem um valor mais adequado. O circuito recebe entrada usando terminais inversores e
não inversores e fornece saída do terminal de saída. A faixa de saída está entre a tensão de
saturação positiva e a tensão de saturação negativa.
Vin representa o sinal de entrada. Essa nomenclatura vem da palavra in, entrada em inglês, da
ELETRÔNICA APLICADA 46
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
mesma forma que Vout, representa a saída, out.
São circuitos que utilizam amp-op em malha aberta, sem realimentação, ou seja, com A V ∞.
O valor de Vo é determinado apenas pela alimentação do dispositivo.
Circuitos comparadores farão a comparação entre dois sinais distintos ou entre um sinal
distinto e um de referência (VR). Se a diferença entre os sinais foi positiva [(V+) – (V-) > 0], o
dispositivo ficará saturado (devido à relação AV ∞) e forçará uma saída Vo +V, caso
ocorra o inverso, devida a mesma saturação (em sentido inverso), a saída será Vo -V, onde
±V são os valores da alimentação do amp-op.
Observação: Em alguns amp-ops, quando saturados, não enviam seus sinais ±V para a saída,
e sim valores menores que +V e maiores que –V, devida a utilização de parte dessa tensão de
alimentação para o funcionamento interno do dispositivo. Portanto podemos entender +V e –V
como os limites máximos de tensão na saída do AOP.
Devido ao ganho de tensão em malha aberta ser muito alto, uma tensão de entrada positiva
produz a saturação positiva, e uma tensão de entrada negativa produz a saturação negativa.
O circuito básico do amplificador operacional não inversor da Figura 38(a) possui uma entrada
de sinal na entrada não inversora. E a entrada inversora é mantida no terminal comum (GND)
do circuito. Esta configuração é denominada de comparador não inversor.
ELETRÔNICA APLICADA 47
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Figura 38: (a) Comparador não-inversor; (b) resposta entrada/saída ou função de transferência do circuito.
Fonte: autoria própria
Isso significa que uma tensão de entrada mais positiva que +0,014mV coloca o comparador na
saturação positiva e uma tensão de entrada mais negativa que –0,014mV leva o comparador
para a saturação negativa. As tensões de entrada usadas nos comparadores são normalmente
muito maiores que ±0,014mV. Por isso a tensão de saída é de dois estados, podendo ser +Vsat
ou –Vsat. Observando a tensão de saída, podemos dizer imediatamente se a tensão de entrada
é maior ou menor que zero.
A equação acima resume a operação do amplificador comparador não inversor. Perceba que a
tensão de entrada é comparada com um valor nulo (GND). Com essa conclusão, podemos
construir um gráfico da função de transferência do circuito como mostrado na figura 38(b).
ELETRÔNICA APLICADA 48
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
4. COMPARADOR INVERSOR COM VR NULA
Quando o sinal de entrada Vin do comparador é conectado à uma entrada inversora, temos o
comparador inversor da Figura 39(a). Neste caso, a tensão de referência é mantida em 0
(GND) e a tensão a ser comparada é entregue na entrada inversora do amplificador
operacional.
Figura 39: (a) Comparador inversor; (b) resposta entrada/saída ou função de transferência do circuito.
Fonte: autoria própria
Analisando a Figura 39(a), podemos chegar à conclusão que, quando o sinal de entrada Vin for
maior que 0, a tensão de saída será −V SAT. No entanto, quando o sinal de entrada Vin for
menor que 0, a tensão de saída será igual a +VSAT. Esse resultado pode ser observado na
característica de transferência do circuito, figura 39(b).
Podemos utilizar um valor não-nulo para compararmos o sinal de entrada Vin. Este processo é
chamado de mudar o ponto de desengate, ou simplesmente, alterar o valor de referência. A
Figura 40(a) apresenta o circuito comparador não inversor com o ponto de desengate não-
nulo.
ELETRÔNICA APLICADA 49
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Figura 40: (a) Comparador não-inversor com VR> 0 ; (b) resposta entrada/saída ou função de transferência do circuito.
Fonte: autoria própria
De modo similar, a característica de transferência da Figura 40 (b) nos revela que, quando Vin
for maior que VREF, a saída será igual à +VSAT (ou +V), ou seja, saturação positiva. E quando
Vin for menor que VREF, a saída será −VSAT (ou –V), saturação negativa.
Resumindo:
A equação acima se reduz à equação do comparador inversor com VR nula quando VREF igual
a 0. De modo geral, o comparador não inversor é aquele que apresenta uma saída positiva
quando a condição de comparação é verificada.
ELETRÔNICA APLICADA 50
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Figura 40: (a) Comparador não-inversor com VR> 0 ; (b) resposta entrada/saída ou função de transferência do circuito.
Fonte: autoria própria
Resumindo:
Perceba que a equação acima é idêntica a equação comparador inversor com V nula
quando VREF igual a 0.
DEIAS-CHAVE
ELETRÔNICA APLICADA 51
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
RECAPITULADO ...
Os circuitos comparadores são circuitos que utilizam amp-op em malha aberta, sem
realimentação e o valor de Vo é determinado apenas pela alimentação do dispositivo.
A configuração do comparador não inversor possui uma entrada de sinal na entrada não
inversora. E a entrada inversora é mantida no terminal comum (GND) do circuito.
Podemos utilizar um valor não-nulo para compararmos o sinal de entrada Vin. Este
processo é chamado de mudar o ponto de desengate, ou simplesmente, alterar o valor de
referência.
UNIDADE 7
AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO
FILTROS ATIVOS
ELETRÔNICA APLICADA 52
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Esta seção também irá mostrar o que são filtros ativos. Quase todos os sistemas de
comunicação usam filtros. Um filtro permite a passagem de uma faixa de frequências enquanto
rejeita outra. Um filtro pode ser passivo ou ativo.
Os filtros ativos permitem o controle da amplificação. São utilizados quando ganho, variação
de carga e tamanho físico são importantes nas especificações do projeto.
1. AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO
ELETRÔNICA APLICADA 53
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Um circuito que fornece uma saída com base na diferença entre duas entradas (vezes um fator
de escala) é mostrado na Figura 11.28. Um potenciômetro é utilizado para ajustar o fator de
escala do circuito. Visto que são utilizados três amp-ops, é necessário apenas um CI contendo
quatro amp-ops (além dos resistores). Podemos mostrar que a tensão de saída é dada por:
ELETRÔNICA APLICADA 54
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
são amplificadores não-inversor.
Lembre-se nesta etapa que existe o curto-circuito virtual entre as entradas do amplificador, isto
ajudará nas deduções das correntes de malha.
A título de exemplo vamos realizar uma simulação onde será utilizado um ganho de tensão
unitário para o circuito e verificaremos a tensão de saída.
Será aplicado um sinal senoidal de 2,22 V de pico a um divisor de tensão contendo o resistor
shunt.
O resistor shunt é utilizado para obter uma queda de tensão em um circuito, proporcional a
corrente que circula pela malha segundo a Lei de Ohm.
ELETRÔNICA APLICADA 55
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
O sinal de entrada é o mesmo da Figura 43. Já o sinal de saída é apresentado ampliado na Figura
44 seguir.
ELETRÔNICA APLICADA 56
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Perceba que o sinal de saída encontra-se em fase com o sinal de entrada da Figura 43. Note
também o ganho dado ao sinal de saída V0.
2. FILTROS ATIVOS
Um filtro que apresente uma resposta constante de CC até uma frequência de corte ƒOH e
impeça que qualquer sinal passe além dessa frequência é chamado de filtro passa-baixas
ideal. A resposta ideal de um filtro passa-baixas é mostrada na Figura 45(a). Um filtro que
permite a passagem somente de sinais de frequência acima de uma frequência de corte ƒOL é
um filtro passa-altas, representado pela Figura 45(b).
Figura 45: Resposta ideal dos filtros: (a) passa-baixas; (b) passa-altas; (c) passa-banda.
Fonte: autoria própria
Quando o circuito de filtro permite a passagem de sinais acima de uma frequência de corte e
abaixo de uma segunda frequência de corte, é chamado de filtro passa-banda, idealizado na
Figura 45(c).
ELETRÔNICA APLICADA 57
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
AINDUSTRIAL
resposta em frequência de um filtro é o gráfico do ganho de tensão dele versus a frequência.
Existem três principais tipos de filtros: passa-baixas, passa-altas e passa-faixa. Esta seção
discute a resposta em frequência ideal de cada um.
A ordem de um filtro é dependente do número de elementos reativos que ele possui. ORDEM
DE UM FILTRO ATIVO n = nº de circuitos RC que ele possui. Quanto maior for a ordem
mais próximo do filtro ideal, porém mais complexo é o filtro. Há cinco aproximações
normalizadas que se usam como compromissos às respostas ideais dos diferentes tipos de
filtros.
A partir desses parâmetros é montado o gabarito do filtro, dentro do qual deve estar contida
sua resposta em frequência. Função de transferência do filtro no domínio s pode ser escrita
como a razão:
ELETRÔNICA APLICADA 58
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Filtro passa-baixas é o nome comum dado a um circuito eletrônico que permite a passagem de
baixas frequências sem dificuldades e atenua (ou reduz) a amplitude das frequências maiores
que a frequência de corte.
Um filtro passa-baixas, de primeira ordem, com um único resistor e capacitor, como o que
vemos na Figura 47(a), apresenta uma inclinação prática de –20 dB por década, como mostra
a Figura 47(b) em vez da resposta ideal da Figura 45(a).
Conectando duas seções de filtro, como vemos na Figura 48, obtemos um filtro passa-baixas
de segunda ordem, com inclinação prática de – 40 dB/década — próximo à característica ideal
da Figura 45(a). O ganho de tensão do circuito e a frequência de corte são iguais para ambos
ELETRÔNICA APLICADA 59
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
os filtros, de primeira e de segunda ordem, mas a resposta do filtro de segunda ordem cai a
uma taxa mais rápida.
Calculam-se os capacitores;
É importante que o amp-op possua uma banda passante (BW) de pelo menos 10 fc.
EXEMPLO
Solução:
Um filtro passa-altas ou passa-alto é um filtro que permite a passagem das frequências altas
com facilidade, porém atenua (ou reduz) a amplitude das frequências abaixo de frequência de
corte. A quantidade de atenuação para cada frequência varia de filtro para filtro.
Os filtros passivos passa-alta são circuitos que permitem a passagem de sinais de alta
frequência e reduz a intensidade de sinais de baixa frequência. Isto é, a partir de uma
ELETRÔNICA APLICADA 60
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
frequência de referência ele permite que frequências mais altas que elas passem livremente e
frequências mais baixa sejam atenuadas.
Os filtros ativos passa-altas de primeira e de segunda ordem podem ser construídos como
mostra a Figura 49.
Figura 49: Filtro passa-altas: (a) de primeira ordem; (b) de segunda ordem; (c) gráfico da resposta.
Fonte: autoria própria
Critérios de projeto:
ELETRÔNICA APLICADA 61
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
bloqueio);
Calculam-se os resistores;
É importante que o amp-op possua uma banda passante (BW) de pelo menos 10 fc.
EXEMPLO
Calcule a frequência de corte do filtro passa-altas de segunda ordem da Figura 49(b) para R1
= R2 = 2,1 kΩ, C1 = C2 = 0,05 μF, RG = 10 kΩ e RF = 50 kΩ.
Solução:
A principal qualidade de um filtro desse tipo é a sua seletividade. Uma seletividade elevada
significa que o filtro é capaz de rejeitar sinais numa faixa bastante estreita. Esses filtros
quando operam numa faixa muito estreita de frequências também podem ser denominados
filtros sintonizados.
A Figura 50(a) mostra um filtro passa-banda utilizando dois estágios: o primeiro, um filtro
passa-altas, e o segundo, um filtro passa-baixas, e a combinação dessas duas operações
resulta na resposta passa-banda desejada.
As aplicações para tais filtros são as mais diversas, indo desde o reconhecimento de um sinal
de uma única frequência num sistema de controle remoto, até a seleção de uma faixa
ELETRÔNICA APLICADA 62
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
completa de sinais, por exemplo, num sistema de telefonia ou de telecomunicações.
Um filtro Passa Faixa pode ser construido a partir de um filtro PB em cascata com um PA.
Essa topologia permite selecionar as frequências de corte inferior (filtro PA) e superior (filtro
PB) independentemente sendo a fc inferior (ou fOL) < fc superior (ou fOH).
ELETRÔNICA APLICADA 63
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Frequência de corte de filtro ativo passa-baixas:
DEIAS-CHAVE
Amplificador de instrumentação; Filtros ativos; Especificação dos filtros; Filtro ativo passa-
baixas; Filtro ativo passa-altas; Filtro passa-banda.
RECAPITULADO ...
O amplificador de instrumentação constitui uma das mais poderosas no que diz respeito à
amplificação de pequenos sinais.
ELETRÔNICA APLICADA 64
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
UNIDADE 8
Abordaremos algumas técnicas de proteções para circuitos com AOP que permitem ao
projetista aumentar a confiabilidade e a segurança de um sistema no qual esses circuitos se
acham inseridos.
Sabemos que qualquer componente eletrônico possui especificações máximas para suas
diversas características elétricas, tais como tensão, corrente, potência, etc. Se por algum
motivo alguma dessas características for ultrapassada, o dispositivo poderá sofrer danos
irreparáveis.
O estágio diferencial de um AOP poderá ser danificado, caso a máxima tensão diferencial de
entrada do mesmo seja excedida. Para o AOP 741 essa tensão é da ordem de ±30V. Por
definição, a tensão diferencial de entrada é medida a partir da entrada não-inversora para a
entrada inversora do AOP.
ELETRÔNICA APLICADA 65
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
A maneira mais comum de se proteger as entradas de um amp-op consiste na utilização de
dois diodos em antiparalelos conectados entre os terminais das entradas de sinal do amp-op
(figura 51). Os diodos utilizados devem ser diodos retificadores do tipo 1N4001 ou equivalente.
Costuma-se colocar resistores nas entradas para evitar uma provável queima dos diodos e
garantir, assim, melhor proteção para o AOP. Podemos concluir que essa proteção impede
que a tensão diferencial de entrada ultrapasse 700mV.
2. PROTEÇÃO DE SAÍDA
Atualmente a maioria dos AOP possui proteção interna contra curto-circuito na saída.
O AOP 741, por exemplo, apresenta essa proteção. Se consultarmos a folha de dados do
fabricante do AOP 741, encontraremos para a corrente de curto-circuito de saída um valor de
25mA. O fabricante garante que a duração do curto-circuito de saída pode ser ilimitada ou
indeterminada, desde que a capacidade de dissipação térmica do componente não seja
excedida.
O AOP 709 não possui proteção interna contra curto-circuito na saída e, portanto, o fabricante
recomenda a colocação de um resistor externo para essa finalidade.
Essa é uma das mais importantes técnicas de proteção de AOP, pois se a polaridade das
tensões de alimentação do amp-op forem invertidas, quase todos os componentes internos
serão polarizados incorretamente, o que danificaria irreversivelmente o componente.
A figura 52 mostra a forma correta de proteger um AOP contra uma provável inversão de
polaridade da fonte de alimentação.
ELETRÔNICA APLICADA 66
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL Figura 52: Circuito para proteção nas entradas de alimentação do amp-op.
Fonte: autoria própria
A presença de fontes geradores de ruídos ou interferências, próximas aos circuitos com amp-
op, pode alterar o nível de tensão CC de alimentação do integrado, a qual deve ser
estabilizada e de baixíssimo ripple.
Essa alteração pode prejudicar a resposta do circuito e, dependendo da aplicação e dos níveis
dos sinais processados, poderá provocar erros grosseiros e perigosos ao sistema.
Para proteger o AOP contra ruídos e oscilações da fonte de alimentação, costuma-se colocar
um capacitor da ordem de 0,1μF entre o terra e cada um dos terminais de alimentação do
amp-op como mostar a figura 53.
Fazemos agora uma pequena lista de procedimentos para determinação de falhas em circuitos
com amp-op:
ELETRÔNICA APLICADA 67
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
A) Conferir a polaridade da alimentação;
6. BUSCA DE PROBLEMAS
ELETRÔNICA APLICADA 68
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
desse processo de busca de problemas deve-se basear no ponto de vista do sistema, devendo
ser iniciado após a realização de algumas verificações preliminares muito importantes.
De forma geral, as falhas nos componentes seguem um padrão. A lista a seguir é apresentada
como um guia conservativo para as TAXAS MÉDIAS DE FALHAS. Muitos dispositivos como
os resistores possuem taxas de falhas reduzidas e não são mencionados.
Além disso, componentes como células e baterias não são mencionadas porque normalmente
esses dispositivos são substituídos regularmente. Os itens são citados em ordem decrescente
de taxas de falhas:
2. Lâmpadas incandescentes.
5. Capacitores eletrolíticos.
ELETRÔNICA APLICADA 69
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
indicar a necessidade um novo arranjo dos condutores ou mesmo a inclusão de dispositivos de
proteção contra transitórios.
Técnicos experientes sabem que qualquer dispositivo está sujeito a falhas, que eventualmente
ocorrerão cedo ou tarde. A experiência obtida com o passar do tempo é extremamente valiosa,
pois assim é possível determinar quais itens devem ser primeiramente verificados.
Entretanto, não se deve pensar que os circuitos integrados não são confiáveis diante do
exposto. Pelo contrário, esses são dispositivos mais confiáveis do que outros circuitos
equivalentes obtidos a partir de componentes separados. O circuito equivalente de um amp-op
pode conter até 40 componentes, o qual não é tão confiável quanto um único CI porque possui
muitas partes suscetíveis a falhas. Lembre-se de que um dispositivo complexo está mais
sujeito a falhas que um dispositivo simples.
Ocasionalmente, um amp op pode sofrer travamento (do inglês, LATCH-UP). Quando um amp-
op permanece travado, a saída permanece constante no valor máximo (positivo ou negativo).
A única forma de obter o funcionamento normal do dispositivo é desligá-lo e ligá-lo novamente
em seguida.
A operação será normal se a causa inicial for removida (como a aplicação de um sinal de
entrada anormal com grande amplitude). Amp-ops possuem uma faixa de modo comum
máxima, o que corresponde à máxima amplitude do sinal que pode ser aplicada a ambas as
entradas sem provocar a saturação ou o corte do amplificador. O travamento normalmente é
verificado em estágios seguidores de tensão onde a saturação pode eventualmente ocorrer.
Um estágio saturado não é capaz de atuar como amplificador, comportando-se então como um
ELETRÔNICA APLICADA 70
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
resistor que permite a passagem de parte do sinal para o estágio seguinte. Se o estágio
saturado for um amplificador inversor, a inversão efetivamente não ocorrerá. Quando isso
ocorre em um amplificador com realimentação negativa, a realimentação torna-se positiva e o
amplificador pode ser mantido em saturação. Amp-ops são suscetíveis ao travamento porque
normalmente operam com realimentação negativa.
Se os sintomas realmente indicam esse problema, então será necessário investigar o sinal de
entrada para determinar se a faixa de modo comum do dispositivo é efetivamente excedida.
Além disso, verifique se a fonte de alimentação está normal e se as tensões positiva e
negativa são aplicadas simultaneamente quando o circuito está energizado.
A saída de um amp op normalmente pode chegar a níveis iguais a 1 V abaixo dos valores das
tensões de alimentação. Se o amp op é alimentado com ±12 V, então a saída pode assumir
valores de até ±11 V ou ±11 V. Normalmente, há um problema quando a saída de um amp-op
assume valores próximos aos extremos (a menos que o dispositivo atue como comparador).
Pode ocorrer o travamento, mas tipicamente haverá um erro CC em sua entrada ou no estágio
anterior. Um erro moderado existente nos estágios iniciais pode levar a saída do estágio de
saída aos valores extremos. Utilize um medidor e verifique as tensões CC. Quando os estágios
possuem acoplamento CC, verifique também os estágios iniciais. Realize este procedimento
mesmo que o problema aparentemente esteja no sinal CA. Lembre-se sempre de que um
amplificador próximo à saturação ou ao corte pode fornecer uma variação não linear da tensão
de saída para qualquer sinal aplicado.
Não se esqueça de verificar todos os níveis de tensão CC relevantes. Amp ops são capazes
de somar e subtrair diversos sinais CC distintos, basta que um desses sinais esteja ausente ou
apresente erro para comprometer o balanço CC de todo o circuito.
ELETRÔNICA APLICADA 71
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
Se o sintoma é o ruído existente na saída ou pulsos de saída adicionais, o sinal de entrada
deve ser verificado. Muitos comparadores não funcionam bem com fontes de sinal de alta
impedância, de modo que a própria fonte e a conexão adequada dos cabos devem ser
verificadas. Finalmente, pode ser necessário utilizar a realimentação positiva em um
comparador para eliminar o ruído na saída. Verifique se há um resistor que realimenta a saída
na entrada + e se este componente não se encontra em circuito aberto.
DEIAS-CHAVE
Proteção das entradas de sinal; Proteção de saída; Proteção nas entradas de alimentação;
Proteção contra ruídos; Análises práticas de falhas; Busca de problemas.
RECAPITULADO ...
O AOP 741, por exemplo, apresenta proteção interna contra curto-circuito na saída.
Essa é uma das mais importantes técnicas de proteção de AOP, pois se a polaridade das
tensões de alimentação do amp-op forem invertidas, quase todos os componentes
internos serão polarizados incorretamente, o que danificaria irreversivelmente o
componente.
ELETRÔNICA APLICADA 72
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
importantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] BASOTTI, Márcio Rogério. Eletricidade – Instalações Industriais. Sapucaia do Sul: Centro
de Educação Profissional - SENAI de Eletromecânica, 2001.
[3] BOYLESTAD, Robert A. Introdução à Análise de Circuitos. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
1998.
[4] BOYLESTAD, R. L. Introductory Circuit Analysis. 10th Edition. New York: Prentice Hall,
2002.
[5] EDMINISTER, J. A. Circuitos Elétricos. 2ª ed. São Paulo: Ed. McGraw-Hill, 1985.
[6] O‟MALLEY, John. Análise de Circuitos. 2ª edição. São Paulo: Makron Books, 1993.
[7] Malvino, A.: Eletrônica, 8ª ed., Porto Alegre: AMGH, 2016, v. 1., ISBN 978-85-8055-577-6.
[8] MUSSOI, F., L., R. Sinais Senoidais: tensão e corrente alternadas. Apostila. 3ª ed.
Florianópolis: CEFET-SC, 2006.
[9] SCHULER, C. Eletrônica II. 7ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013, ISBN 978-85-8055-213-3.
ELETRÔNICA APLICADA 73
ELETRÔNICA DIGITAL TÉCNICO EM ELETRÔNICA
INDUSTRIAL
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3874549/mod_resource/content/0/Apostila%20ampop.
pdf
https://www.pucsp.br/~elo2eng/Aula_01_DCE4_2014_11a.pdf
http://algol.dcc.ufla.br/~giacomin/Com145/Amp_Op.pdf
http://algol.dcc.ufla.br/~giacomin/Com145/Amp_Op.pdf
https://adm.online.unip.br/img_ead_dp/22271.PDF
http://www.c2o.pro.br/hackaguas/apb.html
https://pt.slideshare.net/luceliolemos/amplificador-operacional-21138282
https://mundoprojetado.com.br/amplificador-operacional/
ELETRÔNICA APLICADA 74