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2021/2022
SALESIANOS DO ESTORIL
- A.L.F. 1.1
Movimento num plano inclinado: variação da energia
ESCOLA
cinética e distância percorrida
out 2021
OBJETIVO GERAL
Estabelecer a relação entre variação de energia cinética e distância percorrida num plano inclinado
e utilizar processos de medição e de tratamento estatístico de dados.
1.
AVALIAÇÃO
APRENDIZAGENS ESSENCIAIS
NC C
A.L.1.1. Movimento num plano inclinado: variação de energia cinética e distância percorrida
Estabelecer, experimentalmente, a relação entre a variação de energia cinética e a distância percorrida por
um corpo, sujeito a um sistema de forças de resultante constante, usando processos de medição e de
tratamento estatístico de dados e comunicando os resultados.
Indicar valores de medições diretas para uma única medição (massa, comprimento) e
para um conjunto de medições efetuadas nas mesmas condições (módulos de
velocidade).
Determinar o desvio percentual (incerteza relativa em percentagem) associado à
medição do módulo da velocidade.
Construir o gráfico da variação da energia cinética em função da distância percorrida
sobre uma rampa e concluir que a variação da energia cinética é tanto maior quanto
maior for a distância percorrida.
Reconhecer e indicar possíveis fontes de erro associadas à realização da atividade
laboratorial.
FUNDAMENTO TEÓRICO
Um corpo rígido, de massa m, que é abandonado de uma rampa retilínea (plano inclinado) desce
essa rampa aumentando o módulo v da sua velocidade ao longo do tempo e, desta forma, a sua
energia cinética aumenta:
1 1
E c = E c (final) − E c (inicial) E c = mv f 2 − mv i 2 E c 0 (1)
2 2
Como o corpo é abandonado, a sua velocidade inicial é nula, assim como a sua energia cinética.
Deste modo tem-se:
1
E c = E c (final) − 0 E c = mv f 2 (2)
2
Portanto, se com o decorrer do tempo (t) a distância (d) percorrida e a variação da energia
cinética (ΔEc) aumentam, como se relacionam estas duas grandezas físicas?
De acordo com o Teorema da Energia Cinética, o trabalho realizado pela resultante das forças que
atuam no centro de massa do corpo em movimento de translação é igual à variação da energia
cinética no intervalo de tempo em que as forças são aplicadas:
WF = E c (3)
R
As forças, que se consideram constantes, aplicadas no centro de massa (CM) do corpo enquanto este
desce a rampa, são:
- o peso do corpo, Fg (força com direção vertical);
- a reação normal, R N (força com direção perpendicular ao plano de apoio);
- a força de atrito, Fa (força com direção tangente ao plano de apoio e com sentido contrário ao
do movimento).
A figura 2 mostra que a ação destas três forças, sobre um carrinho, é equivalente à ação da força
resultante que tem a mesma direção e sentido do vetor deslocamento, d .
E c = FR d (5)
ΔEc
= constante (6)
d
Para cada distância (d) percorrida pelo carrinho é necessário determinar a variação da energia
cinética (ΔEc). A distância (d) e a massa (m) são grandezas que se obtêm por medições diretas
usando uma régua e uma balança, respetivamente. A variação da energia cinética determina-se
indiretamente à custa da massa (m) e da velocidade (v) do carrinho (equação 2).
O módulo da velocidade aumenta rapidamente à medida que o carrinho vai descendo a rampa e,
deste modo, é muito difícil fazer uma medição direta, pelo que tem que se optar pela sua
determinação indireta.
O método A consiste em fixar, na extremidade do carrinho, uma pequena tira opaca, estreita e
retangular, de largura Δx (5 mm, por exemplo) que, movendo-se solidariamente com o carrinho,
demora um pequeno intervalo de tempo (Δt) a passar em frente ao sensor da fotocélula (figura 3).
Esse intervalo de tempo (Δt) é lido diretamente num medidor eletrónico de tempo ao qual se
encontra ligada a fotocélula.
A largura (Δx) da tira opaca é medida, de preferência, com uma craveira. Como Δt é muito pequeno,
a razão Δx/Δt (rapidez média) é aproximadamente igual ao médulo da velocidade (v) que se
pretende determinar. Para aumentar a precisão dos resultados do trabalho experimental obtêm-se
pelo menos três medidas do intervalo de tempo (Δt) de passagem para a mesma distância (d) e
determina-se a média aritmética, t , que se designa por valor mais provável.
O método B consiste em fixar, na extremidade do carrinho, uma fita de papel que passa num
marcador eletromagnético, sendo o carrinho largado do topo de um plano inclinado (figura 4). O
marcador regista pontos na fita de papel (figura 5) em intervalos de tempo (Δt) iguais (definido no
marcador eletromagnético).
Ao longo do plano inclinado o módulo da velocidade do carrinho aumenta, pelo que a distância entre
pontos consecutivos, que serão marcados na fita de papel, também aumenta. Sobre a fita de papel
marca-se a origem e várias posições (A, B, C, D, E, …) (figura 5). Mede-se a distância Δx entre o
ponto imediatamente antes e o ponto imediatamente após cada uma das posições marcadas na fita
(figura 6). A razão Δx/Δt (valor da velocidade média) é, aproximadamente, igual ao módulo v da
velocidade, que se pretende determinar.
2. Onde é que o carrinho atingirá maior velocidade: quando vai a meio da rampa ou na sua base?
E onde terá maior energia cinética?
O carrinho terá maior velocidade na base da rampa. A energia cinética terá também o seu
maior valor na base da rampa.
3. Que grandezas devem ser medidas para determinar a energia cinética do carrinho?
Para obter a energia cinética, deve medir-se a massa do carrinho e a sua velocidade num
instante.
4. Para responder à questão: “Um veículo, inicialmente no cimo de uma rampa, é destravado
acidentalmente e começa a descer a rampa. Como se relaciona a variação de energia cinética
do centro de massa do veículo com a distância percorrida sobre a rampa?”, é necessário medir
energias cinéticas e distâncias percorridas. Qual das grandezas se obtém através de uma
medição direta?
A distância percorrida [pois pode medir-se diretamente com uma fita métrica, mas para
a energia cinética é necessário efetuar cálculos].
5. … Por que razão se obtém uma boa aproximação (para o valor da velocidade instantânea do
carrinho) usando uma tira opaca?
Porque o intervalo de tempo medido vai ser pequeno, e o valor da velocidade média
calculada é uma boa aproximação ao valor da velocidade.
Ponto 2. Para obter a velocidade, é necessário medir a largura da tira opaca que bloqueia a
luz durante o intervalo de tempo de passagem. As duas medições são diretas.
A velocidade é obtida por uma medição indireta (resulta do recurso a cálculos).
Ponto 6. Pretendendo-se medir a velocidade num dado ponto, é aí que se deve colocar a célula
fotoelétrica, senão a medida corresponderia a outro ponto. A célula deve ser colocada
perpendicularmente à tira opaca, porque para o cálculo da velocidade usa-se a medida do
comprimento da tira e ela tem uma espessura que pode não ser desprezável. Não ficando a
célula perpendicular à tira, a distância percorrida pela tira, entre o corte e a reposição do
feixe de luz, é ligeiramente maior do que o comprimento da tira opaca. Na imagem seguinte
ilustram-se situações em que a célula
fotoelétrica é colocada na perpendicular (a e b)
ou com um ângulo diferente (a’ e b’).
a) A repetição das medidas, com o seu tratamento estatístico, é vantajosa porque minimiza
os erros aleatórios inerentes a qualquer experiência.
c) Por exemplo, um desvio percentual, de 0,8%, é pequeno, pelo que se obteve uma precisão
elevada na medição do intervalo de tempo.
d) Os erros aleatórios estão associados à precisão das medidas.Podem ter ocorrido erros
na medida do intervalo de tempo resultantes de largadas do carrinho não exatamente
da mesma posição.
MATERIAL
Plano inclinado (calha com suporte) com fita métrica, carrinho, pino, fotocélula e medidor
eletrónico do valor da velocidade, balança digital.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Medir a massa m do carrinho + pino na balança digital, indicando a respetiva incerteza absoluta
de leitura.
2. Fixar o pino ao carrinho.
3. Preparar o plano inclinado (calha com suporte).
4. Fixar a célula fotoelétrica numa posição conhecida do plano inclinado (proceda aos ajustes que
considerar necessários com auxílio do sensor da célula e do carrinho com o pino – quando o feixe
de infravermelhos da célula é interrompido pelo pino, uma luz vermelha acende-se. A marca ,
no carrinho, indica a posição exata na escala da fita métrica do plano).
5. Registe o valor da posição da célula.
6. Abandonar (largar) o carrinho do topo do plano, verificando se este se movimenta livremente.
7. Escolher uma posição A no plano, medir a distância d entre essa posição e a posição da célula
fotoelétrica, e registar o seu valor.
8. Colocar o medidor eletrónico na posição de leitura (* no mostrador do aparelho)
9. Abandonar o carrinho da posição A e registar o valor lido no medidor eletrónico, indicando a
respetiva incerteza absoluta de leitura.
10. Repetir os procedimentos 8 e 9 mais duas vezes e registar os valores lidos no medidor eletrónico.
11. Repetir os procedimentos 6, 7, 8, 9 e 10 para, pelo menos, outras 5 posições no plano.
57,8 -0,1
57,8 -0,1
66,6 0
66,6 0
74,6 0,2
74,6 0,2
82,6 0,5
81,9 -0,2
89,2 0,3
88,4 -0,5
93,4 -0,6
94,3 0,3
Distância percorrida
v / m s‒1 Ec / J ΔEc / J
(± 0,05x10-2) / m
3. Verifique se a linha que melhor se ajusta aos pontos do gráfico é ou não uma reta. Sim.
O resultado deve ser apresentado com o menor número de A.S. na tabela, ou seja, 3
algarismos significativos.
Identifique razões que justificam os possíveis desvios entre a previsão teórica e os dados
experimentais obtidos.
O carrinho não ter partido do repouso e posição da fotocélula em relação ao plano inclinado
(diferente de perpendicular).
p. 59 do manual
1. Por exemplo:
Distância percorrida
tmédio / ms Ec / J
−1
v/ms
(± 0,0005) / m
2.
O gráfico mostra que aos pontos se pode ajustar uma reta. A um aumento na distância
percorrida corresponde um aumento na energia cinética.
Por exemplo, para duas inclinações (< e >) e duas massas (< e >) diferentes:
Um veículo destravado desce uma rampa aumentando a sua energia cinética com a
distância que o seu centro de massa vai percorrendo.
Sendo maior a massa do camião, a situação com maior perigo é a do camião destravado.
O perigo é maior quando as distâncias percorridas sobre a rampa são maiores.
7. Na figura seguinte está o gráfico da energia cinética do carrinho de 457,0 g no final da descida
sobre uma rampa, para cinco valores de distância percorrida.
(A)