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EDUCAÇÃO COM MEDITAÇÃO

A prática da atenção plena consiste em prestar atenção intencionalmente à


sua experiência atual, tanto interna (pensamentos e emoções) quanto
externa (os cinco sentidos), sem julgamento, correto?
Uma vez que isto se torna um hábito, passa e se incorporar à vida de nossos
alunos, em um modo de ser e estar mais presente na vida, com maior
consciência e compaixão para consigo e para com os outros.
Graças a esta prática um sentido mais profundo de auto-consciência se
desenvolve, eles aprendem a reconhecer as experiências externas e internas
e saber como se relacionar com elas.
Desenvolvem a capacidade de reconhecer e gerir emoções, impulsos, a
reconhecer como ele agem e também entendem os mecanismos da mente
que permitem uma resposta mais eficiente com base na atenção no foco.
O objetivo de um programa deve sempre ser oferecer a crianças e jovens,
técnicas simples que as ajudem a desenvolver a capacidade de atenção e
consciência plena e sua inteligência emocional, aprendendo através delas, a
lidar melhor com as situações cotidianas e principalmente com aquelas
inesperadas.
Independente de onde realizemos nosso trabalho, em uma escola,
consultório ou estúdio de Yoga, estabelecer um programa irá nos ajudar e
muito.
Vejamos abaixo algumas dicas que ajudarão na criação de seus próprios
programas, com base nas possibilidades e necessidades de cada aluno ou
escola.
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No caso de consultórios e alunos personal, podemos trabalhar com um


planejamento diferente mas nunca sem um planejamento.
Por exemplo, selecionar atividades, o tempo que elas serão repetidas, o tipo
de atividade de acordo com a faixa etária, tudo isso é muito importante.
As atividades que realizaram até agora no curso, foram selecionadas
estrategicamente para estimular sua prática pessoal e que deste modo
incorporem a atenção a suas vidas.
Gosto de dizer que um programa/projeto normalmente tem que conter estas
informações:
Título/tema: (opcional mas importante por exemplo em uma escola)
O título do projeto é onde colocaremos uma idéia do que queremos oferecer.
O nome….
Gerenciando as emoções,
Levando atenção plena para a sala de aula
Projeto Mindfulness
ou qualquer outro nome que queiram utilizar…
Duração do projeto:
Quanto tempo vai durar este projeto?
O ano todo?
Um bimestre?
Um semestre?
Atividade extra depois da aula?
Justificativa:
Imprescindível no ambiente escolar, pois como buscaremos atingir um
grande numero de alunos, isto ajudará a conscientizar os pais e toda a
equipe da importância do projeto.
Aqui você fará uma pequena introdução dos motivos para levar
este projeto para a escola, de onde saiu a ideia, seus desejos e anseios sobre
as perspectivas do projeto.
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Como a escola se beneficiaria disso…. como os alunos se beneficiarão….


Nada muito prolongado…
Ao elaborar o projeto, deve-se considerar como ele vai se relacionar com a
proposta pedagógica da escola ou do lugar onde será implementado.
Objetivos gerais e específicos:
O Objetivo geral é o foco principal do projeto e o específico é aquele onde
informamos tudo detalhadamente.
O que a escola pode alcançar com a implementação do projeto?
O projeto deve mudar algo na escola em termos de formas de trabalho.
Quais competências específicas serão desenvolvidas pelos alunos?
Que impacto o projeto pode ter sobre o ambiente externo à escola?
Melhorar o rendimento dos alunos…
Aprimorar as relações sociais…
Estimular a criatividade…
Melhorar o foco e a atenção…
Use verbos como : Conhecer, aprender, fazer, compreender, integrar,
interagir, socializar…
Metodologia
A metodologia traz a maneira de como o professor poderá introduzir o tema
em sala de aula, onde trará detalhes de como o professor estará trabalhando
o tema do projeto e aplicando suas atividades.
Integrativa, envolvendo professores, alunos e, se possível, funcionários e até
os pais dos alunos?
Multidisciplinar, envolvendo interesses que abranjam as diferentes
disciplinas?
Abrangente quanto à faixa etária dos participantes, envolvendo alunos de
diferentes séries ou separado por turmas?
Como ela pode contribuir para modificar as formas de aprendizagem
na escola e dar ênfase ao desenvolvimento de competências e habilidades.
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Como será utilizado o tempo e o espaço da escola, de modo que atividades


possam ser desenvolvidas integralmente no ambiente escolar regular.
Ex: Técnicas curtas e conceitualmente simples são expostas, expostas em
uma linguagem que as crianças possam entender. Uma vez internalizado,
trata-se de repeti-los em breves momentos durante o dia para que se tornem
automáticos e contínuos.
Em cada sessão, uma das técnicas é exposta e o aluno é desafiado a integrar
o que aprenderam em sua vida cotidiana.
Avaliação:
1. Como vamos avaliar os alunos durante o processo de desenvolvimento de
suas atividades?
As escolas sempre questionam isto pois estão acostumadas a avaliar seus
alunos através de provas e notas, querem saber como mediremos resultados.
A avaliação qualitativa é o grau de aquisições como socialização, interação,
participação e conhecimento que o aluno terá com as atividades e com seus
colegas durante as atividades.
Eu acredito que neste caso, nada melhor que uma avaliação com base na
nossa observação sobre sua evolução e também no feedback de pais,
professores e dos próprios alunos.
A observação da melhora no comportamento e rendimento dos alunos nas
outras disciplinas, no relacionamento com colegas e professores, etc.
2. Como será feito o acompanhamento do projeto?
Relacionar as formas de acompanhamento e registro dos efeitos do projeto,
tais como reuniões de acompanhamento, relatórios ou outros meios.
3. Como serão medidos os efeitos do projeto?
Relacionar os indicadores (sinais que mostrem o que está acontecendo) dos
efeitos do projeto com os alunos, os professores, a escola e a comunidade, à
medida que suas atividades forem sendo realizadas.
4. Como será transmitido o que aconteceu ao longo do projeto?
Descrever os meios que utilizará para comunicar o que foi alcançado
(resultado) e como isto ocorreu (processo). É importante é que ou outros
possam entender e aprender com esta experiência.
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Atividades a serem desenvolvidas


Atividades a serem desenvolvidas são uma visão geral da atividades que os
professores irão aplicar com os seus alunos.
Observação: As atividades tem que ser condizentes com o objetivos
do projeto.
1. O quê?
Especifique a atividade a ser realizada.
2. Com que fim?
Esclareça quais habilidades e competências serão desenvolvidas com a
execução desta atividade.
3. Como?
Esclareça os métodos adotados para realizar a atividade.
4. Quando?
Esclareça como a atividade vai se situar dentro do ano letivo e da grade
curricular.
5. Onde?
Descreva o local onde será realizada: sala de aula, laboratórios, biblioteca,
quadra, externamente à escola etc.
6. Quem?
Descreva quem são as pessoas envolvidas na atividade. Não esqueça os
alunos.
7. Com o quê?
Indique os recursos materiais necessários para desenvolver esta atividade.
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Equipe responsável pela elaboração do projeto:
Liste as pessoas envolvidas na elaboração do projeto e sua função
na escola (diretor, coordenador, professor)
Quanto a faixa etária, pode criar turmas mistas como por exemplo uma só de
educação infantil, outra de ensino fundamental I, outra de ensino
fundamental II e uma última ensino médio.
O tempo da prática/atividade:
Sessões de 15 minutos. 2 vezes por semana
Duração mínima do programa: 16 semanas.
O programa é adaptado para diferentes idades da escola primária.
Objetivo do programa:
Ex: Que cada criança compreenda o que é a prática da atenção plena,
adquira ferramentas e técnicas claras e concretas para obter os benefícios da
prática e internalizar essa nova habilidade…
O que eles irão aprender?
Ex:
- Formas de estabilizar sua mente;
- Como responder conscientemente ao invés de reagir impulsivamente;
- Como se relacionar com seus processos de pensamento e como eles afetam
suas emoções e seu estado corporal;
- Como incorporar a atenção plena em todas as atividades de suas vidas;
- Desenvolver uma visão mais compassiva e empática de si e dos outros;
- Aprender a superar dificuldades de maneira consciente;
- Sentir-se mais feliz, mais calmo, mais satisfeito…;
- Desenvolver seu potencial;
- Melhorar a concentração, a atenção nas aulas, nos exames e testes, e em
outras áreas;
- Gerenciar estados mentais e de humor;
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- Gerenciar melhor as tensões cotidianas, como exames, relacionamentos e


problemas familiares
- Conecte-se melhor com os outros;
- Práticas meditativas curtas;
- Reflexão e exploração de experiências;
- Continuar praticando em casa;
Entre tantas outras possibilidades.
Este programa está pensado para ser apresentado e utilizado em escolas,
seja dentro do cronograma curricular ou fora dele.
Porém, também podemos utilizá-lo em outros espaços embora não seja tão
comum o uso deste formato.
Quando atuamos em consultórios ou incorporamos estas práticas e
conceitos a outros ambientes e atividades, isto pode ser feito semanalmente
ou como atividade complementar a nossas práticas, mas não
necessariamente como um programa.
O programa neste formato é uma exigência ou prática mais comum em
ambientes escolares, onde a própria equipe pedagógica nos pede
informações detalhadas sobre o que faremos.
Nos outros casos, obviamente faremos nosso planejamento como veremos
na última unidade, mas sugiro também a elaboração de um material
informativo que comunique aos pais sobre os diferenciais de seu trabalho.
O programa acima, é desenvolvido minimamente por 16 sessões, mas pode
durar todo um ano letivo.
Depende muito de sua proposta e das possibilidades de cada escola e ou
aluno.
Nossas aulas podem incluir as mais variadas atividades, desde filmes,
animações, imagens, exercícios práticos e tudo o que estiver a nosso alcance
visando favorecer o desenvolvimento dessas habilidades.
Como já disse, a próxima unidade será totalmente dedicada as inúmeras
atividades disponíveis, que servirão como referência para que desenvolvam
suas próprias atividades.
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Educar sobre emoções


Estimulando a Inteligência Emocional
Se você pudesse ensinar um conjunto de habilidades para todas as crianças
do mundo, qual seria?
Somente a fazer cálculos matemáticos, decorar fórmulas, escrever lindos
textos com proficiência, saber tudo sobre a história do mundo…?
O poderia ser algo que estimulará um outra inteligência, ligada à empatia, a
compaixão, a tomada de decisões conscientes e equilibradas, ao
autoconhecimento, a autoconfiança, a relacionamentos saudáveis e a uma
vida mais feliz.
A Educação Emocional pode ajudar neste sentido e se pudermos ensiná-la a
todas as crianças e jovens, estaremos contribuindo para um futuro incrível.
Na verdade nem precisaríamos ensinar isto a todas, mas sim a muitas e elas
serão os vetores desta nova educação.
Como vimos, e tentando explicar de uma maneira ainda mais fácil, a
inteligência emocional envolve a capacidade de reconhecer e administrar
adequadamente os sentimentos em nós mesmos e em nossos
relacionamentos, bem como compreender o que as outras pessoas estão
sentindo.
Os centros emocionais do cérebro estão intimamente ligados às áreas
envolvidas na aprendizagem cognitiva, por isso não é surpreendente que
haja uma abundância de pesquisas destacando a importância da inteligência
emocional para o sucesso acadêmico e profissional.
Apoiar as crianças através da educação emocional aumentará suas chances
de sucesso na escola, no trabalho e na vida.
Estudos demonstraram que crianças tendem a ser mais socialmente
competentes, dotados naturalmente de uma grande vontade de partilhar e
que possuem uma grande capacidade para resolver seus problemas e com
seus pares, desde que corretamente estimulados.
Deste modo, se tornam mais propensos a se graduar da faculdade, a ter
emprego melhores e mais estáveis, menor propensos a cometer delitos,
menos propensos a depender de programas sociais para sobreviver.
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A autorregulação emocional, é um grande componente da inteligência


emocional, sendo a capacidade de gerenciar a experiência e a expressão das
emoções.
Com a prática, as crianças melhoram sua capacidade de autorregulação
emocional.
Por exemplo, aos quatro anos, a maioria das crianças começa a usar
estratégias para eliminar estímulos externos perturbadores.
Em outras palavras, eles cobrem os olhos quando estão com medo e tapam
os ouvidos quando ouvem um barulho alto.
Mas é até os 10 anos que elas aprendem mais facilmente a usar estratégias
mais complexas para a auto-regulação emocional e por isto o estímulo desde
cedo trará benefícios para a vida toda.
Podemos dividir estas estratégias de maneira bem simples, em duas
categoria: aquelas que que nos ajudam a resolver o problema e aquelas que
nos ajudam a tolerar as emoções.
Quando falamos em resolver o problema, isto envolve enfrentá-lo de
maneira consciente, primeiramente estabelecendo um foco, depois
identificando e analisando o problema, para então elaborar um plano para
lidar com ele.
Quando o problema insolúvel, precisam focar na emoção provocada por ele
e trabalhar para tolerar e minimizar o efeito ou sofrimento.
Ou seja, para ser muito claros, a inteligência emocional engloba a
consciência, a compreensão e a capacidade de expressar e gerenciar as
emoções.
Enquanto o mundo tem se concentrado no desempenho acadêmico, a
educação emocional tem sido ignorada.
O autocontrole e a atenção, são parte importante do processo de educação
emocional, pois se as crianças que são capazes de inibir impulsos e evitar
distrações são capazes de se envolver mais profundamente em suas
atividades bem como em seus relacionamentos sociais.
Gosto de dizer que o primeiro passo quando falamos em educação
emocional, é a conscientização, a compreensão das emoções.
É necessário entender e aceitar antes que possamos controlar e expressar
nossas emoções.
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Emoções não são uma inconveniência, mas sim uma parte da evolução
humana que serve a algum propósito.
Alguns autores afirmam que as emoções servem a propósitos distintos e tem
como função principal motivar nosso comportamento.
A tristeza é uma emoção singularmente capaz de desacelerar, tanto no
pensamento quanto na atividade motora.
Isso pode nos dar a oportunidade de refletir sobre a fonte de nossa
perturbação e examinar mais de perto os antecedentes dela.
Já a raiva nos acelera, mobilizando energia intensa e enviando sangue para
nossas extremidades.
A raiva, que originalmente esta ligada a nosso instinto de luta, através da
consciência nos permite perceber e mobilizar para se proteger contra
determinadas ameaças.
Mas não importa qual, acredito que todas as nossas emoções devem ser
respeitadas e refletidas.
O mesmo ocorre com as crianças e jovens, mesmo naquelas situações onde
elas se manifestam com menos intensidade.
Temos que levar em consideração que, principalmente os mais novos, estão
em um mundo de descobertas e muitas delas podem desencadear inúmeras
emoções e consequentes reações.
Devemos ensiná-los a lidar com todas elas para que ao invés de reagir,
encontrem respostas.
Isto se tornará um hábito que irá se repetir ao longo de suas vidas.
Uma coisa é certa, as crianças precisam da experiência de sentir essas
emoções e praticar tolerá-las para desenvolver sua inteligência emocional.
Mas a pergunta sempre é como fazer isso?
Nós adultos, principalmente os pais, sobre forte influência cultural e social,
tendem a responder às emoções das crianças de maneiras bastante similares.
Uma grande maioria vê as emoções das crianças como algo sem importância
e tenta eliminá-las rapidamente, muitas vezes através do uso de distrações.
O famoso: Chorou? Coloca a chupeta que ele para… ou dá um brinquedo que
ele se aquieta.
Deste modo eles não aprenderão nada, não acham?
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Muitos adultos, achando que irão prepará-los melhor para o mundo tratam
emoções negativas como algo a ser punido, ao invés de incentivar a reflexão
e a compreensão daquilo.
Temos aqueles que defendem uma educação liberal e permissiva, onde todas
as emoções e consequentes manifestações da criança devem ser cegamente
aceitas, mesmo que isso não as ajude a aprender a lidar com problemas ou a
evitar comportamentos inapropriados.
Quando queremos educá-los emocionalmente falando, devemos valorizar as
emoções, ser pacientes e aproveitar cada manifestação e experiência como
uma oportunidade.
Esteja ciente das emoções de seus filhos, alunos e pacientes.
Veja as emoções como uma oportunidade para conexão e ensino.
Mostre a eles que as emoções são uma oportunidade de aprendizado.
Ouça, preste atenção e reflita, para então conversar com propriedade e assim
ajudá-lo a identificar suas emoções, desenvolvendo consciência e ampliando
seu vocabulário emocional.
Ajude-os a compreender que todas as emoções são aceitáveis, mas nem
todos os comportamentos são.
Lidar com suas emoções implica no desenvolvimento de habilidades para
resolver problemas.
Às vezes, o processo de educação emocional é rápido e outras vezes nem
tanto.
Paciência é fundamental.
Lembrem-se, não podemos escolher seu temperamento e e muito menos
escolher sua personalidade, mas podemos ajuda-los a lidar melhor com tudo
isso.
Abraçar sua própria imperfeição ajudará a que seus alunos abracem a deles.
Dê-lhes permissão para falhar e errar.
Faça da gentileza uma prioridade.
A gentileza está no centro da competência social, dos relacionamentos e da
conexão.
Ensina-los a ser gentil é uma coisa, mas deixá-los descobrir a gentileza
através de cada um de seus atos é um grande exemplo.
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Ensine-os a ouvir e também a descordar sem deixar de ouvir.


Ser capaz de lidar com diferentes pontos de vista é uma parte importante da
manutenção de relacionamentos e da preservação de um senso de
identidade nesses relacionamentos.
Deixe-os discordar de você sem tentar fazê-los mudar de ideia:
“Eu entendo o que você está dizendo, embora eu pense de outra forma ”.
Isso os levará a refletir e também mostra que você respeita o direito de terem
uma opinião diferente.
Isto ajuda a manter a conexão e o diálogo.
Temos a tendência natural de valorizar aqueles que respeitam nossas
opiniões, mesmo que discordem.
Outra questão importante quando falamos em educação emocional, é a
empatia.
Aquela capacidade de entender ou pelo menos tentar entender o que outras
pessoas estão sentindo ou experimentando.
É o se colocar no lugar do outro.
Neste sentido, o melhor mestre é o exemplo, portanto, inspire seus alunos,
mostre que se importa com eles e com o que sentem.
“ Eu entendo o que você está sentindo”.
Compartilhe seus sentimentos para que eles se sintam confortáveis em
compartilhar os deles.
Todos ficamos tristes, loucos, assustados, ciumentos, inseguros e eles
precisam entender que somos iguais.
Esta conexão com seus alunos, filhos ou pacientes é a maior e melhor
maneira de garantir que você possa influência-los de maneira positiva.
Reconheça o quanto a honestidade deles é importante para você, depois
discuta gentilmente todas as questões que vierem à tona.
A maneira como você se relaciona com eles, servirá de base para como irão
se relacionar com o mundo.
Todos os sentimentos têm uma razão para estar lá e não há problema em
sentir cada um deles.
Ajude-0s a perceber isso.
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De nada serve varrer a sujeira para debaixo do tapete.


Dê a eles o espaço para sentir e manifestar seus sentimentos sem tentar
mudar ou afastá-los.
Deixar que se manifestem pode ser a chave para compreendê-los para
permitir então que partam naturalmente.
Quando os sentimentos são negados e escondidos, sua saída é obstruída.
Ao identificarem seus sentimentos, ajude-os a entender porque eles surgem.
A raiva é um indício de que algo está errado e nos dá a energia para corrigir
as coisas.
A tristeza nos faz recuar mas também nos permite redefinir prioridades e
também mostrar aos outros que podemos precisar de um pouco de amor.
O medo nos dá energia e recursos físicos para lutar ou fugir de algo perigoso
se precisarmos.
Ansiedade nos alimenta para lidar com uma ameaça em potencial.
Ciúme nos deixa saber que algo é importante e aponta na direção do que
precisamos investir.
Maus sentimentos em torno de amizades nos alertam para a possibilidade de
que essas amizades não sejam boas, que mereçamos mais, e que talvez seja
hora de deixá-las ir.
Deixar que um sentimento se manifeste muitas vezes nos dará pistas sobre o
que é necessário para encontrar o equilíbrio.
Incentive-os a encontrar as palavras ou imagens que que possam ajudar a
exteriorizar tais sentimentos.
Não importa se é a palavra exata ou somente uma referência, o importante é
que eles desenvolvam sua autoconsciência e a capacidade de perceber seus
sentimentos e do que precisam.
Como puderam perceber, estou basicamente propondo que sejam amigos de
verdade.
Se um dos pontos mais importantes quando falamos em inteligência
emocional esta ligado à capacidade de lidar com relacionamentos, esta será
uma prática benéfica para todos.
Incentive-os a refletir sobre sua amizade, bem como sobre sua relação com
os demais colegas, familiares e com o mundo que os cerca.
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Isso ajudará a perceberem o que lhes faz bem e também o que lhes faz mal
quando o assunto é relacionamentos.
Encoraje-os seus a observarem seu próprio comportamento com o coração
aberto.
Eles precisam de confiança para experimentar o mundo, mas tenham
cuidado para que não se “Inflem” como o excesso dela.
Não force desculpas.
Fazer com que se desculpem sem refletir sobre seus erros pode fazer com
que percam a noção do motivo que as levou a se desculparem.
A empatia está presente no pedido de desculpas feito com o coração e não
nas desculpas forçadas.
É importante que as crianças aprendam que nem sempre as desculpas irão
curar de imediato as feridas causadas por nossos atos.
Ensine também que geralmente há dois lados em cada história. A idéia é
estimulá-los a serem receptivos e não defensivos.
Se são os outros que se desculpam por algo, ensine como "perdoar".
Se são eles que precisam se desculpar, ensine que responsabilidade não é
culpa.
Assumir a responsabilidade por algo significa possuir a capacidade de
responder e corrigir.
Estimule o diálogo, incentive os relacionamentos, crie um ambiente
favorável para isso.
Estabeleça prioridades!!!
A habilidade de ouvir ativamente cumpre um papel fundamental para criar
uma verdadeira comunicação bidirecional e é muito mais do que
simplesmente prestar atenção.
Implica genuinamente seguir o diálogo e responder aos outros usando sua
própria linguagem corporal, sendo capaz de demonstrar que você entendeu,
resumindo verbalmente as principais mensagens que foram recebidas.
Outra prioridade é o desenvolvimento do vocabulário para os sentimentos.
Pesquisas mostram que as habilidades interpessoais melhoram
proporcionalmente em relação ao vocabulário emocional.
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Entender a diferença entre "triste", "desapontado" e "chateado" ajuda a que


desenvolvam estratégias apropriadas para cada um destes sentimentos.
Em suma, toda palavra ligada a emoções que eles aprendem se torna uma
nova ferramenta para a inteligência emocional.
Desenvolver a autoconsciência também é importante, pois reduz o risco de
não perceberem o que lhes acontece além de evitar que o ego interfira em
seu comportamento e interações sociais.
Por exemplo, estudos mostram que jovens que não foram expostos à
educação emocional, tendem a superestimar ou subestimar suas próprias
capacidades e também dos demais.
Uma maneira de desenvolver a autoconsciência é incentivá-los a fazer
perguntas auto reflexivas como:
"O que eu poderia ter feito diferente?”
Outra, é se auto avaliarem em relação a suas habilidades interpessoais.
E finalmente a empatia que considero uma das mais importantes, e
principalmente se trabalhada desde cedo irá contribuir e muito na formação
destes pequenos cidadãos.
Temos que criar estratégias, refletir sobre nosso papel como educadores e
ajuda a que eles compreendam a importância de todo este trabalho.
As crianças geralmente desenvolvem empatia por meio da observação de
como os outros a demonstram, incluindo professores, familiares e seus
colegas.
Utilizar expressões do tipo: “Eu entendo”, “Eu consigo perceber”, “Eu posso
ver”, “Eu sinto”, podem ajudar a que aprendam a ser empáticos.
Todos tem a capacidade de melhorar sua autorregulação, sua capacidade de
gerenciar pensamentos e sentimentos.
E ajudá-lo é nossa missão.
Isso poderá exigir muito esforço e paciência tanto do aluno quanto de todos
os envolvidos.
Para ajudar nessa jornada, na próxima e última unidade de nosso curso,
conheceremos dezenas de atividades que nos ajudarão a trabalhar e
desenvolver a atenção plena e a inteligência emocional de nossos alunos e
pacientes.
Antes disso proponho dois desafios.
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Primeiro, realizem uma pesquisa na internet sobre os programas de atenção


plena e educação emocional que mencionamos nesta unidade e também
outros que consigam encontrar, tentando obter o máximo de informações
relevantes que possam contribuir para a elaboração de seu próprio
programa.
Agora, o segundo desafio.
Com base nas informações colhidas e no roteiro de como montar um
programa apresentado acima, tentem montar um programa de 8 semanas.
Coloquem todas as suas idéias, atividades que acreditam poder utilizar para
trabalhar cada uma das habilidades, etc…
Esta é a parte mais interessante, não pesquisem atividades na internet,
simplesmente coloquem o que acham que funcionaria, deixando sua intuição
trabalhar.
O objetivo disto, é comparar estas atividades com as que apresentaremos no
última unidade e através disso avaliar a compreensão do que estudamos até
agora.
Como sempre digo, não existe receita de bolo, muito menos a atividade
perfeita.
Existem referências, vivências e descobertas que faremos ao longo de toda
nossa vida.
Umas funcionarão com algumas pessoas, outras não, e por isso tentamos
através desta atividade desbloquear o lado criativo e a capacidade de
resolução de problemas que há em cada um de vocês.
Realizem esta pesquisa e elaborem este programa durante os próximos sete
dias.
Passado este período, enviem seu programa, juntamente com suas dúvidas
para contato@pequenosyogis.com.br .
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