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PODA DE LARANJEIRAS E LIMOEIROS

(Citrinos)
LARANJEIRAS (Citrus sinenseis)
&
LIMOEIROS (Citrus Limon L.)
Citrinos são árvores do género Citrus, da família Rutaceae, ordem
Sapindales, originárias do sudeste tropical e subtropical da Ásia. São
árvores de folha persistente, contudo, em zonas frias sacrificam uma parte
da folhagem. Embora sendo de folha persistente as folhas vão-se renovando
ao longo do tempo (duram entre 15 meses e 4 anos), sendo que têm sempre
folhas.

As frutas destas árvores possuem altas concentrações de ácido cítrico,


vitamina C e antioxidantes essenciais ao bom funcionamento do organismo
pois ajudam a reforçar as defesas e combater a deterioração celular. Os
frutos cítricos mais conhecidos são a Laranja, o Limão, a Toranja, a Lima,
a Tangerina, a Clementina e a Mandarina.

São árvores que podem atingir 5-10 m de altura. Os citrinos requerem


muito calor e uma localização abrigada dos ventos dominantes e bastante
sol, para frutificarem bem. Exposição soalheira para laranjeiras e
toranjeiras. Os limoeiros e as limeiras preferem uma exposição soalheira
mas toleram alguma sombra. Em zonas frias podem ser protegidos com
palhagem junto ao pé e uma tela térmica durante o Inverno para os proteger
ou serem cultivados em vaso para serem recolhidos durante o Inverno e
voltarem para o ar livre na Primavera. Abaixo dos 11º C param de crescer.
São auto-férteis, não precisam de outra para ser polinizados. No ano
seguinte à sua plantação sofrem um pouco devido ao stress, é o período em
que se adaptam ao local e ao clima da região. Mas nada de inquietações,
pois na Primavera seguinte irá muito bem.

Plantam-se na Primavera quando já não há risco de geadas, num solo com


elevada fertilidade que retenha a humidade, mas possua uma boa
drenagem. Estas árvores não suportam ter as raízes sempre em água,
sobretudo no Inverno. Preferem um solo ácido ou neutro, (Ph 6,0-6,5). Os
citrinos dão-nos informação clara do que necessitam, basta observá-las.
Quando a árvore tem sede a folha tem tendência a fechar-se sobre si
mesma, para cima (os lados da folha quase se tocam); quando as raízes têm
excesso de água, as folhas ficam abertas, penduradas para baixo como se
tivessem de «orelha murcha». 
Os citrinos são gulosos por água no período de crescimento. Devem
adubar-se regularmente com um adubo rico em azoto, fósforo e potássio
(NPK), ou adubo especial citrinos, durante todo o período de crescimento,
ou seja, de Março a Outubro, mensalmente. Não se coloca o adubo junto ao
pé mas mais afastado, a toda a volta da árvore a prumo com a folhagem,
pois é mais ou menos nessa zona que se situam as raízes que vão absorver
os nutrientes. Se for granulado rega-se a seguir para irem libertando os
nutrientes. O ideal será sempre um adubo orgânico bem curtido.

Brotos podem ser de diversos tipos:

- Brotos vegetativos – Só têm folhas


- Brotos mistos – Têm folhas e flores
- Brotos solitários – Só têm 1 flor no extremo de um raminho com folhas
- Flor solitária – Só há uma flor sem folhas
- Ramalhete de flores – Ramos compostos apenas de flores sem folhas

Os citrinos respiram por todos os seus órgãos e tecidos. As folhas


alimentam os frutos em nutrientes, por isso, na poda é preciso ter cuidado
para não remover demasiada vegetação. 

Como a seiva chega em maior quantidade às extremidades dos ramos e aos


mais altos ou mais inclinadas, por isso, estes estão melhor alimentados
dando lugar a maior vegetação exterior. As gemas terminais desenvolvem-
se com mais vigor que as situadas em zonas intermédias ou na base da
rama. Os brotos nascidos de ramos podados curtos são mais vigorosos que
os nascidos de ramos podados longo. A seiva vai favoravelmente aos ramos
mais vigorosos.

Uma boa iluminação e arejamento da árvore, bem como, uma suficiente


alimentação, são condições necessárias para uma a formação de botões
florais e consequente boa frutificação 

Laranjeiras (Citrus sinensis L.)

Originária do Leste asiático é uma árvore de porte médio e copa


arredondada e folhagem densa. Floração branca ou rosácea extremamente
perfumada, em Março/Abril. Frutifica apenas nos ramos novos do ano,
colheita no Outono e Inverno. É uma planta frágil ao frio e a geadas, não
suporta temperaturas abaixo de -4ºC. As podas fazem-se à saída do
Inverno antes da floração (Fevereiro/Março consoante as regiões). Em
regiões frias, durante o Inverno pode cobri-la com uma malha térmica e
palhar ao pé da planta, à volta do tronco num raio de 40 a 70 cm. Os frutos
colhem-se quando atingem a maturidade.

Limoeiros (Citrus limon L)

Originária da Ásia (Norte da Índia e Sul da China). O nome limão ou


limoeiro vem de «leimoun» do idioma persa, que representa o conjunto dos
citrinos. Árvore de porte médio (3-6m) com numerosos ramos e espinhos,
de copa menos densa que a da laranjeira com vegetação e brotações
irregulares mais dependentes do clima, da região e da variedade.

Planta de floração branca muito perfumada de Janeiro a Dezembro.


Frutifica apenas nos ramos novos do ano, durante todo o ano. O
metabolismo da árvore abranda após a colheita. É nessa altura que se deve
podar. Poda-se após o 3º ano de plantação. Em regiões frias, durante o
Inverno o limoeiro abranda o seu crescimento e pode sacrificar uma parte
da folhagem, crescendo e desenvolvendo-se rápido na Primavera/Verão.
Nessas regiões pode aproveitar esse abrandamento, espécie de semi-
dormência, para podar ou então à saída do Inverno antes da floração. Antes
de podar colha todos os frutos maduros (amarelos).

PODA

Desinfectar com álcool ou uma solução de lixívia e água todo o material de


poda antes de podar e entre a poda de cada árvore para não contaminar as
mesmas. Os cortes grandes devem ser protegidos para não trazerem
doenças à planta (pasta de argila; pasta de cinza; calda bordalesa; pasta do
comércio pronta a aplicar). Consoante a espessura dos ramos a podar a
ferramenta a utilizar muda. Ramos finos: tesoura de poda de mão; ramos
médios: tesoura de poda de cabo comprido; ramos grossos: serrote de poda
(para madeira verde). Se os ramos forem muito altos pode necessitar de
uma tesoura de poda telescópica.

Poda de manutenção: Para renovar os órgãos de frutificação. 

- Poda de Inverno: À saída do Inverno após os grandes frios


(Fevereiro/Março) e antes da floração. Nas que dão fruto durante um
grande período, (como os limoeiros) após a colheita.

As árvores adultas devem podar-se todos os anos porque os citrinos têm


tendência a desequilibrarem-se. Além disso, se podar todos os anos as
podas serão mais leves, senão os ramos a podar serão mais grossos e a
árvore sofre mais. Mesmo que não se pode, a árvore vai continuar a
produzir, mas terá um desenvolvimento não controlado e acabará
desequilibrada, tendo muitos frutos inatingíveis para colheita. Os citrinos
devem manter uma copa em forma de esfera baixa para ajudar a proteger a
madeira do frio (em regiões com Invernos frios esta forma da copa ajuda à
protecção da planta, em zona mediterrânica podem ter qualquer
forma). Ver a página da FORMA DAS FRUTÍFERAS.

A partir de 15 de Fevereiro até ao fim de Março, ou quando os frios


tiverem passado, podas ligeiras, para tirar toda a madeira morta, doente, ou
mal localizada. Começa-se de baixo para cima e de dentro para fora da
árvore tirando os ramos doentes; os ramos cruzados e que se tocam e
podem provocar feridas; ramos novos que crescem na estrutura virados
para o interior da árvore porque dificultam a entrada de luz. Tirar todos os
ramos ladrões que crescem no tronco, abaixo do inicio da estrutura e junto
ao pé da árvore, pois são ramos ladrões. Em árvores adultas retiram-se
ramos que perderam a sua capacidade produtiva.

A poda visa manter a estrutura em 3 níveis que engloba o tronco, os ramos


principais, os ramos secundários, os ramos terciários e os ramos frutíferos
saídos destes. Manter sempre uma forma equilibrada e arredondada.

Como as folhas são um dos principais órgãos de reserva de nutrientes da


árvore é necessário ter cuidado para não podar em excesso. A falta de
produção em condições normais é devida à floração escassa e neste caso é
recomendável efectuar uma poda muito ligeira e tirar no máximo 10% da
vegetação, actuando sobre as ramagens verticais e deixando as laterais e
exteriores que são onde haverá maior produção.

- Poda verde: Maio a Agosto

Ramos jovens e vigorosos são os que darão melhor fruto. Cada novo
raminho desponta-se a 20 cm (4 a 5 folhas), na Primavera e Verão.
Eliminar os ramos ladrões, mesmo após aparição de botões florais. Nos
ramos que já têm flor ou fruto, regra geral não se toca, excepto quando
vários frutos crescem no mesmo ramo, nesse caso, alguns podem ser
suprimidos para favorecer o crescimento dos outros, mas só após a queda
fisiológica.

QUADRO DA PODA

PODA DE PODA VERDE (Fim


INVERNO (à saída do Maio a Agosto)
Inverno em
Fevereiro/Março. Nas
que dão fruto todo o
ano, APÓS a colheita).
Suprimir ramos Despontam-se ramos
velhos; doentes; ou novos a cerca de 20
que se tornaram cm (4-5 folhas).
improdutivos; ramos Eliminam-se os ramos
mal orientados (os que ladrões sempre que
vão para o interior da apareçam e também
árvore e os que se ramos novos a crescer
cruzam) e os ramos para o interior da
ladrões (crescem junto árvore.
ao pé da árvore; no
tronco antes do 1º
ramo estrutural e  entre
os ramos estruturais).

Multiplicação: 

Multiplicam-se por semente (através das pevides) ou por estaca, até se


podem aproveitar os ramos ladrões que nascem no pé para fazer estacas.

DICA:Triture a lenha saudável da poda, num triturador vegetal


(Biotriturador) e espalhe a toda volta do pé da árvore num raio do tronco de
30 a 70 cm consoante o raio da copa (deve acabar a prumo com a copa).
Pode e deve fazer o mesmo com a lenha da poda das outras árvores.

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