Ágora é o nome dado aos salões na Grécia Antiga, onde
o povo, juízes e representantes se juntavam para decidir
sobre questões sociais e políticas. Analogamente, podemos relacionar as redes sociais e fóruns digitais com Ágoras modernas, uma vez que esses ambientes proporcionam um debate multilateral, entre povo e lideranças políticas, que pode influenciar em questões importantes. Contudo, apesar dos exemplos de sucesso do ativismo digital nas redes, há ainda a necessidade de ser mais eficaz nas manifestações organizadas ou realizadas via internet. Em primeiro lugar, cabe destacar que o ativismo digital – apesar de caótico, devido ao poder de alcance das redes – pode sim ser útil. Por exemplo, em 2014, o mundo se uniu virtualmente em prol de um acesso à internet mais livre e com menos poder por parte dos provedores de controlar o conteúdo que os clientes consumiam. Desse modo, dado a magnitude do movimento, vários países aprovaram regulações que favoreciam os usuários. Sobretudo o Brasil, que instituiu o Marco Civil da Internet, que estabelece vários princípios que norteiam esse mercado e é tido como um exemplo de legislação que une liberdade e segurança. Entretanto, o ativismo digital precisa se empenhar em ser eficaz, caso contrário pode causar apenas ruído e não levar a nenhuma mudança estrutural positiva. Nesse sentido, o cientista político Pedro Telles afirma que o termo “ativismo de sofá” não possui mais o mesmo significado de ineficiência, posto que boa parte da política é feita nas redes, envolvendo questões que atraem a atenção local ou até mesmo mundial. Sendo assim, esse é um ambiente chamativo àqueles que estão atrás do que é chamado em inglês de “clout”: apropriar-se de um movimento, um símbolo ou uma bandeira para conseguir exposição online, sem a real intenção de contribuir com a causa. Desse modo, é importante a conscientização do público geral para que não acabem prejudicando movimentos legítimos. É evidente, portanto, a necessidade de uma melhor organização da sociedade brasileira para a otimização das ferramentas virtuais de mudança social. Em primeiro plano, deve o Ministério da Educação, em conjunto com o terceiro setor ligado às tecnologias de informação, por meio de aulas, demonstrar com casos reais, como os de 2014, uma postura correta ao manifestar-se online, ademais, como não interferir em questões alheias buscando apenas visibilidade. Desse modo, as Ágoras Modernas, servirão ao propósito de engrandecer a democracia moderna.