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• Teste 1 Letras em dia, Português, 11.º ano Testes por sequência • Teste 1
Sequência 1 • Sermão de Santo António, Padre António Vieira 1. «O mesmo fazem estes Pegadores, tão seguros ao perto, como aqueles ao longe» (l. 7).
Justifica a perspetiva de Vieira, salientando o contributo do «peixe grande» (l. 7) para o
comportamento dos Pegadores censurado pelo pregador.
Grupo I
2. Relaciona o valor da apóstrofe presente no último parágrafo com a advertência produzida nesse
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada. momento do texto.
3. Interpreta a interrogação retórica das linhas 22-23, considerando a intenção crítica do pregador no
Parte A último parágrafo.
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas. 4. Seleciona a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.
Para salientar as consequências do comportamento dos Pegadores, o orador recorre, na linha
Nesta viagem, de que fiz menção, e em todas as que passei a Linha Equinocial, vi debaixo dela 22, à _______.
o que muitas vezes tinha visto e notado nos homens, e me admirou que se houvesse estendido esta
A crítica social concretizada através da alegoria dos Pegadores é reforçada com a sugestão de
ronha, e pegado também aos peixes. Pegadores se chamam estes, de que agora falo, e com grande que o seu «modo de vida» (l. 9) ________.
propriedade, porque sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores, mas de tal sorte se lhes
5 pegam aos costados que jamais os desaferram. De alguns animais de menos força e indústria1 se (A) metáfora… contrasta com a astúcia humana
conta que vão seguindo de longe aos Leões na caça, para se sustentarem do que a eles sobeja. (B) antítese … se inspirou na conduta dos portugueses
O mesmo fazem estes Pegadores, tão seguros ao perto, como aqueles ao longe; porque o peixe (C) metáfora … se inspirou na conduta dos portugueses
grande não pode dobrar a cabeça, nem voltar a boca sobre os que traz às costas, e assim lhes (D) antítese … contrasta com a astúcia humana
sustenta o peso, e mais a fome. Este modo de vida, mais astuto que generoso, se acaso se passou,
10 e pegou de um elemento a outro, sem dúvida que o aprenderam os peixes do alto depois que os
nossos Portugueses o navegaram; porque não parte Vizo-Rei2 ou Governador para as Conquistas
que não vá rodeado de Pegadores, os quais se arrimam3 a eles, para que cá lhes matem a fome, de Parte B
que lá não tinham remédio. Os menos ignorantes, desenganados da experiência, despegam-se, e
buscam a vida por outra via; mas os que se deixam estar pegados à mercê e fortuna dos maiores Lê o excerto da cantiga de Martim Moxa. Se necessário, consulta as notas.
15 vem-lhes a suceder no fim o que aos Pegadores do mar.
Rodeia a Nau o Tubarão nas calmarias da Linha com os seus Pegadores às costas, tão cerzidos4 Amigos, cuid’eu que Nostro Senhor
com a pele que mais parecem remendos ou manchas naturais que os hóspedes, ou companheiros. nom quer no mundo já mentes parar1:
Lançam-lhe um anzol de cadeia com a ração de quatro Soldados, arremessa-se furiosamente à ca2 o vejo cada dia tornar
presa, engole tudo de um bocado, e fica preso. Corre meia companha5 a alá-lo acima, bate fortemente de bem em mal e de mal em peior;
20 o convés com os últimos arrancos, enfim, morre o Tubarão, e morrem com ele os Pegadores. [...] 5 ca vejo bons cada dia decer
Considerai, Pegadores vivos, como morreram os outros, que se pegaram àquele peixe grande, e vejo maaos sobr’eles poder;
e porquê. O Tubarão morreu porque comeu, e eles morreram pelo que não comeram. Pode haver por en3 nom hei da mia morte pavor. 1. mentes parar: parar mentes, prestar
maior ignorância, que morrer pela fome, e boca alheia? Que morra o Tubarão porque comeu, matou-o atenção, dar importância;
2. ca: porque;
a sua gula; mas que morra o Pegador pelo que não comeu: é a maior desgraça que se pode imaginar! O mundo tod’[a] avessas4 vej’ir, 3. por en: por isso;
VIEIRA, Padre António, 2014. «Sermão de Santo António». In Obra Completa e quantas cousas eno mundo som5 4. [a] avessas: às avessas, ao contrário;
5. eno mundo som: existem no mundo;
(Direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate). Tomo II. Volume X (Sermões Hagiográficos I). 10 a avessas andam, si Deus mi perdom; 6. nom dev’ant’a mort’a fogir: não deve fugir
Lisboa: Círculo de Leitores (pp. 157-159)
por en nom dev’ant’a mort’a fogir6 perante a morte;
7. soía ser: costumava existir;
quem sabe o bem que soía seer7 8. i: aí;
1. indústria: habilidade, destreza;
2. Vizo-Rei: Vice-Rei; e vêe i8 o mund’outra guisa9 correr 9. guisa: maneira;
10. e nom se pode, de morte, partir: e não
3. arrimam: encostam; e nom se pode, de morte, partir10. se pode afastar dele, morrendo.
4. cerzidos: cosidos;
5. companha: tripulação de um barco de pesca ou de um navio. [...]
Martim Moxa, in LOPES, Graca Videira (ed. coord.), 2016. Cantigas medievais galego-
-portuguesas. Corpus integral profano – Vol. 2. Lisboa: Biblioteca Nacional, Instituto de
Estudos Medievais e Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (p. 94)
3. A narrativa associada ao «jovem funcionário» (ll. 17 e 46) funciona como Grupo III
(A) argumento ilustrativo da dimensão ética do discurso.
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
(B) exemplo ligado ao carácter persuasivo do discurso.
palavras, faz a apreciação crítica do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Amin Famil Baghestani.
(C) comentário comprovativo do pendor valorativo do discurso.
O teu texto deve incluir:
(D) contra-argumento relacionado com a natureza demonstrativa do discurso.
– a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
– um comentário crítico, fundamentando devidamente a tua apreciação e utilizando um discurso
4. No início do parágrafo das linhas 27 a 33, a repetição de «que vale a pena» contribui para valorativo;
(A) salientar o valor do trabalho individual.
– uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.
(B) criticar a obsessão atual pelo enriquecimento.
(C) denunciar a corrupção associada ao mercado de trabalho.
(D) censurar formas de estar na vida moralmente reprováveis.
5. Na passagem «Pois eu acho mais preocupante ainda que os nossos jovens cresçam sem
referências morais.» (ll. 35-36) estão presentes deíticos
(A) pessoais e temporais.
(B) pessoais e espaciais.
(C) temporais e espaciais.
(D) temporais, pessoais e espaciais.
7. Classifica a oração subordinada «que a honestidade vale a pena» (l. 24) e refere a função sintática Observações:
que desempenha.
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 16 8 16 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 40
TOTAL 200