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DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS E FINANCEIRAS
1ª Edição
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
L732a
CDD 658
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Análise De Balanços...................................................................... 7
CAPÍTULO 2
Custos............................................................................................ 45
CAPÍTULO 3
Demonstrativos Financeiros...................................................... 77
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, o livro Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
foi pensado para proporcionar a você um conteúdo com elementos que o ajudem
no momento de elaborar e analisar as demonstrações contábeis e financeiras da
organização. Não somente neste momento, mas que possa visitar e revisitar os
escritos sempre que precisar consultar o material ao elaborar demonstrações con-
tábeis e financeiras!
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Capítulo 1 Análise De Balanços
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A análise de balanços é um método fundamental para a contabilidade gerencial
nas empresas. Ela disponibiliza, ao empresário, um diagnóstico da real situação eco-
nômico-financeira e a avaliação de empresas usando relatórios que são retirados da
própria contabilidade, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados
(DRE).
Conhecido por ser um dos maiores, se não o maior, investidor mundial, War-
ren Buffet tornou-se expert em analisar as demonstrações contábeis, conseguindo
fazer um exame da situação financeira de cada negócio. O que Buffet descobriu?
Empresas podem sobreviver até com os problemas financeiros que possuem e
poderão, basicamente, trazer retornos no longo prazo.
A consistência em margens brutas altas, em pouca ou nenhuma dívida e lu-
cro recorrente, consequentemente, gerará consistência em lucros para o investi-
dor. Essa consistência é encontrada na leitura e nos números que os relatórios e
demonstrações das empresas trazem.
2 ANÁLISE DE BALANÇOS
A análise de balanços é uma técnica muito importante no diagnóstico da si-
tuação econômico-financeira de uma empresa. Ao observar o estudo dos grupos
básicos da contabilidade, que são o ativo, o passivo e o patrimônio líquido, é pos-
sível gerar índices e indicadores que poderão ser comparados com períodos ante-
riores e com setores de atividade e mercado da companhia.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <http://www.gecompany.com.br/gecompany/wp-content/
uploads/2018/12/Capturar-3.png>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
A Lei nº 6.404/1976, conhecida como Lei das Sociedades por Ações, assim
como as suas respectivas alterações, dispõem sobre as demonstrações contábeis
que devem ser feitas pelas Companhias de Capital Aberto e Fechado.
Quer saber mais sobre a Lei das Sociedades por Ações? Co-
nheça a Lei nº 6.404/76 na íntegra! Acesse: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
As demonstrações são:
• balanço patrimonial;
• demonstração do resultado do exercício;
• demonstração dos lucros e prejuízos acumulados;
• demonstração das mutações do patrimônio líquido;
• demonstração do fluxo de caixa;
• se a companha for aberta, demonstração do valor adicionado.
Fonte: <https://br.freepik.com/vetores-gratis/composicao-isometrica-de-hipoteca-
com-imagens-de-calculadora-monte-de-moedas-e-recibo-com-ilustracao-
vetorial-de-porcentagem_23129150.htm>. Acesso em: 15 jun. 2022.
• notas explicativas;
• quadros suplementares;
• outras informações.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
3 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial é destinado a apresentar, qualitativa e quantitativa-
mente, em uma data, a posição patrimonial e financeira de uma empresa, sendo
compreendido por todos os bens e direitos (ativo), obrigações (passivos) e o pa-
trimônio líquido da entidade (SILVA, 2019). Essa demonstração é comparada a
uma fotografia que mostra detalhes dos ativos e dos passivos da empresa. Tanto
o ativo quanto o passivo são divididos em duas partes: circulante e não circulante
(ALMEIDA, 2019). O circulante é tudo que a empresa tem ou deve no curto prazo,
já o não circulante é tudo que a empresa tem ou deve no longo prazo.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://www.flaticon.com/br/icone-premiumcontabilidade_3110
358?term=contabilidade&page=1&position=28&page=1&position=28&
related_id=3110358&origin=search>. Acesso em: 15 jun. 2022.
No ativo, constam o ativo circulante e o ativo não circulante. O ativo não cir-
culante é dividido em:
a) Capital social.
b) Reservas de capital.
c) Ajustes de avaliação patrimonial.
d) Reservas de lucros.
e) Ações em tesouraria.
f) Prejuízos acumulados.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
Ativo circulante:
• Caixa – 30.000.
• Clientes – 32.000.
• Estoques – 70.000.
• Despesas antecipadas – 10.000.
Passivo circulante:
• Fornecedores – 54.000.
• Tributos a pagar – 3.000.
Patrimônio Líquido
• Capital Social – 70.000.
3.1 ATIVO
Ativo é um recurso controlado pela entidade, como resultado de eventos pas-
sados e que se espera que resultem em futuros benefícios econômicos para a en-
tidade (ALMEIDA, 2019). No ativo, as contas representativas dos bens e direitos
são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez (maior prazo, no qual
bens e direitos podem ser transformados em dinheiro) dos elementos.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
a) Ativo circulante
O ativo circulante é o capital de giro de uma empresa, formado pelos bens e di-
reitos que estão em frequente circulação no Patrimônio (MARTINS; MIRANDA; DINIZ,
2020b). Segundo o CPC 26, que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis:
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Capítulo 1 Análise De Balanços
FIGURA 4 – CAIXA
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
FIGURA 5 – VEÍCULOS
• Intangível – ligado aos direitos que têm por objeto bens intangíveis que são
destinados à manutenção da atividade da empresa ou com essa finalidade.
De acordo com o CPC 26, que trata sobre a apresentação das demons-
trações contábeis, a distinção entre circulante e não circulante é:
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Capítulo 1 Análise De Balanços
3.2 PASSIVO
Passivo é uma obrigação presente da entidade, como consequência de eventos
passados e cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de
gerar benefícios econômicos. Portanto, é a parte do balanço que evidencia as obriga-
ções e o patrimônio líquido (SOUZA, 2015). As contas no passivo são classificadas
observando a ordem decrescente do grau de exigibilidade dos elementos registrados.
O fim de uma obrigação presente pode acontecer de várias formas, por exemplo:
• pagamento em dinheiro;
• transferência de outros ativos;
• prestação de serviços;
• substituição da obrigação por outra;
• conversão da obrigação em capital;
• renúncia do credor;
• perda dos direitos creditícios.
a) Passivo circulante
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://www.flaticon.com/br/icone-gratislidade_1570998?te
rm=contabilidade&page=1&position=11&page=1&position=11&relat
ed_id=1570998&origin=search>. Acesso em: 15 jun. 2022.
c) Patrimônio líquido
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Capítulo 1 Análise De Balanços
• Capital social
Fonte: <https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/
dinheiro_1751761?term=contabilidade&related_id=1751761>. Acesso em: 15 jun. 2022.
• Reservas de capital
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
• Reservas de lucros
• Prejuízos acumulados
• Ações em tesouraria
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Capítulo 1 Análise De Balanços
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
DO EXERCÍCIO
Não tem como não falar em contabilidade e não falar da Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE). A DRE tem como objetivo fornecer aos usuários
das demonstrações financeiras das empresas os dados básicos e essenciais da
formação do lucro ou prejuízo do exercício. Sua utilidade aos gestores deve-se ao
fato de ser um demonstrativo bem simples de compreender, permitindo a todos os
gestores entendê-lo e interpretar suas informações (ALMEIDA, 2019).
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Capítulo 1 Análise De Balanços
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://i0.wp.com/blog.bluesoft.com.br/wp-content/uploads/2016/03/
DRE-estrutura.jpg?w=477&ssl=1>. Acesso em: 15 jun. 2022.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976) define a forma como as
empresas devem discriminar a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Portanto, a estrutura da DRE, que deve ser seguida por todas as empresas, se-
gundo o artigo 187 da Lei nº 6.404/76, é:
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Capítulo 1 Análise De Balanços
Fonte: a autora.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
saber se as operações estão mesmo sendo rentáveis, não há outra forma de apurar
que não seja pela comparação dessa demonstração de períodos em sequência.
Agora, vamos falar um pouco mais sobre cada parte da Demonstração do Resulta-
do do Exercício (DRE). Vamos lá? A DRE é composta das partes que veremos a seguir:
FIGURA 9 – IMPOSTOS
Fonte: <https://previews.123rf.com/images/serezniy/serezniy2103/
serezniy210369282/166223451-.jpg?fj=1>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
FIGURA 10 – MERCADORIAS
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Por fim, a Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A.) determina, no seu art. 187, inciso VII,
que seja apresentada a relação do lucro ou prejuízo por ação do capital social.
Atente-se para o trecho da legislação a seguir.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
a) Balanço patrimonial.
b) DRE.
c) DLPA.
d) DMPL.
5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE
CAIXA
Segundo o CPC 03, que trata das demonstrações dos fluxos de caixa, as
informações da demonstração do fluxo de caixa:
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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Capítulo 1 Análise De Balanços
Existem dois métodos que podem ser usados para a estrutura da DFC. A
visão do método indireto depende de as informações contábeis existirem. Esse
método não consegue determinar o capital que entra e sai da empresa, mas a va-
riação do caixa do período de análise. Já o método direto tem por função mostrar,
de forma clara, o resultado financeiro bruto da empresa. Vejamos um exemplo do
modelo direto:
Fonte: a autora.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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Capítulo 1 Análise De Balanços
Apesar de não ser obrigatória por lei, a DMPL é exigida pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), portanto, as empresas de capital aberto precisam ela-
borar essa demonstração e publicá-la. Segundo o CPC 26, a entidade apresen-
tará, na DMPL ou em notas explicativas, o montante de dividendos reconhecidos
como distribuição aos proprietários durante o período, bem como o valor referente
dos dividendos por ação (CPC, 2011).
A Lei nº 6.404/1976, conhecida como a Lei das S.A., não fixa um modelo de
DMPL, mas permite que a DLPA seja incluída nela se for elaborada e publicada
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://s.dicionariofinanceiro.com/imagens/dmpl-demonstracao-das-
mutacoes-do-patrimonio-liquido-cke.jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
Observe que a movimentação que ocorre na DMPL é apenas das contas que
constam no patrimônio líquido, de acordo com os eventos ocorridos na empresa
em questão.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
7 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR
ADICIONADO
Segundo o CPC 09, que trata da Demonstração do Valor Adicionado (DVA):
FIGURA 12 – RIQUEZAS
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2021/07/18195810/
image-406.png>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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Capítulo 1 Análise De Balanços
8 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, estudamos a teoria aprofundada de todas as demonstrações
contábeis. Inicialmente, fizemos uma introdução à análise das demonstrações
contábeis e financeiras e vimos que parte dessa análise é a correção de muitos
erros nas demonstrações.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Análise das demonstrações contábeis em IFRS e CPC:
facilitada e sistematizada. São Paulo: Atlas, 2019.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
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Capítulo 1 Análise De Balanços
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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C APÍTULO 2
Custos
3 Compreender os custos.
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Capítulo 2 Custos
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Várias empresas dão fim às suas atividades por não darem a importância
adequada à gestão estratégica de custos. Outras, conhecendo a importância e a
essencialidade dessa ferramenta, aumentam ainda mais a competitividade com o
correto uso de um bom sistema inteligente de custos.
Algumas indagações devem ser feitas, como: o que são custos? Qual a im-
portância dos custos em uma organização? Como são as classificações? Como
mensurar cada custo? Como os custos são incluídos nos preços dos produtos
vendidos ou serviços prestados? Quais as decisões que o sistema de custo pode
auxiliar? Qual a diferença entre despesas, desembolsos e gastos? Desperdícios e
perdas significam a mesma coisa?
• Matéria-prima direta.
• Mão de obra direta.
• Materiais de embalagem.
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Capítulo 2 Custos
Diante disso, daremos início ao estudo sobre custos, análise de custos e for-
mação de preços e esperamos que, ao final desta aula, você reflita sobre os resul-
tados significativos que uma gestão estratégia de custos gera.
2 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
DE CUSTOS
Neste capítulo, estudaremos conceitos e nomenclaturas da Contabilidade de
Custos, custo de oportunidade e classificação de custos. Além disso, aprendere-
mos como diferenciar gastos, custos e despesas. Tudo isso ajudará na identifica-
ção, na análise e em soluções para os problemas e continuidade dos negócios.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/546819/pexels-photo-546819.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-luis-gomes-546819.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Capítulo 2 Custos
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Porém, quanto mais competitivo for o setor da empresa, maior será a neces-
sidade de um sistema de custos eficiente, pois cada informação pode ser usada
para montar estratégias da organização e ser um diferencial competitivo no seg-
mento que a empresa segue.
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/6456264/pexels-photo-6456264.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-julia-larson-6456264.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/7484152/pexels-photo-7484152.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-cottonbro-7484152.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Capítulo 2 Custos
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/8296981/pexels-photo-8296981.
jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=2&h=650&w=940>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
3 TIPOS DE CUSTOS
Dentre as várias nomenclaturas de custos, entender a diferença entre gas-
tos, dispêndios, investimentos é fundamental.
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Capítulo 2 Custos
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/669610/pexels-photo-669610.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-lukas-669610.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
· Desperdício: são itens que não agregam valor ao cliente. Também são
os custos e despesas utilizados de forma não eficiente e que não agre-
gam valor. Por exemplo, o funcionário que se esqueceu de pagar a ener-
gia e todo o estoque foi perdido por falha no refrigerador.
FIGURA 6 – DESPERDÍCIO
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/3810885/pexels-photo-3810885.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-elina-fairytale-3810885.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Os custos diretos são aqueles que facilmente agregados aos produtos, sen-
do que sempre haverá uma média de consumo que pode ser contada por produto:
unidades, quilogramas, peças, litros, horas de mão de obra consumidas por uni-
dade produzida, dentre outras. São, no caso, os custos diretos em relação aos
produtos. Exemplo: matéria-prima, mão de obra etc.
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Capítulo 2 Custos
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/2219024/pexels-
photo-2219024.jpeg?cs=srgb&dl=pexels-rodolfo-quir%C3%B3s-2219024.
jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
Os custos indiretos, por sua vez, não oferecem condições para uma medição
exata por unidade produzida. Assim, a alocação aos produtos deve ser feita de
maneira estimada ou até arbitrária. São os custos indiretos com relação aos pro-
dutos, por exemplo: aluguel de instalações e salário da supervisão e das chefias.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/763934/pexels-photo-763934.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-paul-efe-763934.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Capítulo 2 Custos
São apropriados aos produtos pelo seu valor histórico, pelo valor de reposição ou
por valores-padrão. A matéria-prima componente de algum produto pode ser avaliada:
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
FIGURA 9 – CUSTOS
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/5835063/pexels-photo-5835063.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-tim-samuel-5835063.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
Tais produtos são, geralmente, feitos sob encomenda e, por essa razão, é
comum abrir uma ordem de produção em que são acumulados todos os custos
referentes à essa ordem. A utilização desses registros serve para aprimorar o pro-
cesso orçamentário.
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Capítulo 2 Custos
4 FORMAÇÃO DE PREÇOS
A precificação de produtos vendidos ou serviços prestados é uma área fun-
damental e estratégica para a empresa. A decisão sobre os preços pode gerar
sucesso ou fracasso na organização.
Essa parte do negócio é um dos maiores desafios para quem quer empreen-
der, pois é uma tarefa que precisa considerar vários fatores para a realização de
preços de forma equilibrada e exata. Além disso, uma boa precificação permite
que o preço cobrado seja competitivo em relação aos concorrentes do mercado e
atrativo para os clientes.
FIGURA 10 – PRECIFICAÇÃO
Fonte: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/etiqueta-de-preco-branca-
na-palma-humana-1201721/>. Acesso em: 15 jun. 2022.
• os custos;
• o consumidor;
• a concorrência.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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Capítulo 2 Custos
O cálculo é:
Nesse caso:
Esse método não deve ser usado individualmente, pois observar de forma
isolada os preços cobrados por mercados concorrentes pode levar a sua empresa
a ter prejuízos se o preço estipulado for abaixo dos custos fixos e variáveis. Ele
deve servir apenas como auxiliar na precificação dos produtos.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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Capítulo 2 Custos
FIGURA 11 – PROMOÇÕES
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/2292953/pexels-photo-2292953.
jpeg?cs=srgb&dl=pexels-artem-beliaikin-2292953.jpg&fm=jpg>. Acesso em: 15 jun. 2022.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
a) Formação de um preço-base
• a qualidade do produto;
• a demanda esperada para o produto;
• a existência de produtos similares com preços mais interessantes aos clientes;
• o segmento de mercado do produto;
• os níveis de produção e vendas desejados;
• o controle de preços por parte do governo;
• os custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto.
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Capítulo 2 Custos
FIGURA 12 – CONSUMIDOR
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/2292919/pexels-photo-2292919.
jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&dpr=1&w=500>. Acesso em: 15 jun. 2022.
Fonte: <https://images.pexels.com/photos/6863182/pexels-photo-6863182.
jpeg?auto=compress&cs=tinysrgb&h=650&w=940>. Acesso em: 15 jun. 2022.
71
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Existem alguns métodos para determinar o preço com base nos custos. Den-
tre os mais conhecidos, podemos listar:
· Custo pleno – os preços são estabelecidos com base nos custos inte-
grais, tais como: custos totais de produção, despesas de vendas, despe-
sas financeiras referentes a prazos concedidos (prazos de pagamentos
concedidos aos clientes), descontos sobre a forma de prazos concedidos
pelos fornecedores (prazos para pagar os fornecedores), despesas de
administração e margem de lucro desejada.
· Método Reichskuratorium fir Wirtshaflichkeit/RKW – bastante utiliza-
do na Alemanha, principalmente no início do século XX. Esse método
foca alocar todos os custos na quantidade do produto, prevendo um cer-
to volume de atividade.
· Custo de transformação – formação dos preços com base apenas nos
custos de transformação, não considerando os custos com materiais di-
retos. Isso porque os esforços da empresa estão fundamentalmente con-
centrados nos custos de transformação.
· Custo marginal – é conhecido por ser o incremento de custo, pois a pro-
dução de uma unidade a mais de produto corresponde aos custos que
não ocorreriam se uma unidade fosse eliminada.
· Taxa de retorno exigida sobre o capital investido – o preço é determi-
nado pela taxa predeterminada de lucro sobre o capital investido. O lucro
deve ser rateado pela quantidade produzida. O preço pode ser identifica-
do pela seguinte equação:
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Capítulo 2 Custos
Em que:
CI = capital investido.
CT = custos totais.
R (%) = lucro percentual almejado sobre o capital investido.
V = volume de vendas.
P = preço sugerido para os produtos.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste tópico, estudamos alguns conceitos importantes relacionados à área
de custos, como: gastos ou dispêndios, investimentos, custos, despesas, desem-
bolsos e perdas. Essas definições, quando entendidas, são importantes, pois o
funcionário pode correr o risco de classificar algum gasto de forma errada. Então,
não deixe de revisá-los de tempos em tempos. Além disso, estudamos as formas
de classificação dos custos. Esses conceitos são importantes e merecem ser re-
lembrados. Por fim, observamos os principais métodos utilizados para definir os
preços dos produtos e serviços e, além da análise dos custos dos produtos e ser-
viços, verificamos a importância das tendências e concorrências.
73
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
REFERÊNCIAS
BERNARDI, L. A. Formação de preços: estratégias, custos e resultados. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2017.
75
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
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C APÍTULO 3
Demonstrativos Financeiros
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Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Para que um negócio tenha sucesso e seja reconhecido como algo bom, não
é suficiente apenas disponibilizar um produto ou serviço para o público, mas tam-
bém é necessário ter uma boa gestão. Afinal, o que é preciso para ter uma boa
gestão? Vejamos alguns pontos a seguir.
· Balanço patrimonial.
· Demonstração do resultado do exercício.
· Demonstração do fluxo de caixa.
· Relatórios de fluxo de caixas.
· Demonstração das mutações do patrimônio líquido.
· Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados.
79
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
80
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Fonte: <https://pixabay.com/pt/photos/escrit%c3%b3rio-o-
neg%c3%b3cio-contador-620822/>. Acesso em 22 mar. 2022.
81
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Fonte: <https://cdn.pixabay.com/photo/2015/07/09/08/04/
money-837376__340.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2022.
82
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Fonte: <https://pixabay.com/pt/photos/secret%c3%a1rio-usado-
%c3%b3culos-2199013/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
83
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
84
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Fonte: <https://pixabay.com/pt/photos/gr%c3%a1fico-investimento-
anal%c3%adtica-4819676/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
Um investidor, por exemplo, ao querer fazer parte de uma empresa por meio
de ações, precisa saber onde está colocando seu dinheiro. Esses índices ajudam,
pois apresentam o tamanho do ativo circulante (de curto prazo) em relação às
dívidas de curto prazo.
Empresa A B
Lucro 100 milhões 50 milhões
Vendas 1 bilhão 200 milhões
Fonte: a autora.
85
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
3 COMPREENDER O PROCESSO
DE ANÁLISE DE INDICADORES
FINANCEIROS
Todo diretor ou gestor de qualquer empresa precisa tomar decisões sobre in-
vestimentos e outras atividades financeiras. Para que um negócio não tenha resul-
tados negativos futuros, a melhor opção é a análise das demonstrações financeiras.
Índice Cálculo
Liquidez corrente Ativo circulante / Passivo circulante
Liquidez seca (Ativo circulante – Estoques) / Passivo circulante
Liquidez imediata Disponível / Passivo circulante
Liquidez geral (Ativo circulante + Realizável a longo prazo) / (Pas-
sivo circulante + exigível a longo prazo)
Fonte: a autora.
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Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Índice Cálculo
Índice de Endividamento Geral (EG) (Capital de terceiros / Ativo total) X 100
Grau de Endividamento (GE) Passivo exigível / Patrimônio líquido
Composição do Endividamento (CE) Passivo circulante / Exigível total
Fonte: a autora.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Índice Cálculo
Índice de imobilização próprio (ICP) ANC (exceto o realizável a longo prazo) /
Patrimônio líquido
Índice de imobilização do capital permanente ANC (exceto o realizável a longo prazo) /
Patrimônio líquido + passivo não circulante
Índice de imobilização do investimento total ANC (exceto o realizável a longo prazo) /
Ativo total
Fonte: a autora.
Esse índice indica se o negócio está gerando lucro, sendo bastante im-
portante, pois a saúde financeira da empresa é o que garante a permanência do
negócio no mercado. Assim, ele deve ser o primeiro passo para o planejamento
dos planos e metas e, a partir dele, pode-se ter o acompanhamento dos resultados
alcançados com o investimento.
88
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Índice Cálculo
Giro do ativo Vendas líquidas / Ativo total médio
Retorno sobre os ativos (ROA) (Lucro líquido/ Ativo total) X 100
Retorno sobre o capital investido (ROIC) Lucro líquido / Ativo médio
(Lucro líquido / Patrimônio líquido)
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
X 100
Fonte: a autora.
Rentabilidade Lucratividade
Relaciona-se os lucros ao capital investido Relaciona-se os lucros às vendas.
Fonte: a autora.
Índice Cálculo
Margem operacional Lucro operacional / Vendas líquidas
Margem líquida Lucro líquido / Vendas líquidas
Margem bruta Lucro bruto / Vendas líquidas
Fonte: a autora.
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Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Índice Cálculo
Rotação dos Estoques (RE) Custo da mercadoria vendida / Estoque médio
Idade Média dos Estoques (IME) (Estoque médio / Custo da mercadoria vendida) X 360
Prazo Médio de Cobrança (PMC) Duplicatas a receber / Média por dia
Prazo Médio de Pagamentos (PMP) Fornecedores X 360 (dias do ano)
Fonte: a autora.
90
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
4 INDICADORES FINANCEIROS
– LIQUIDEZ E ENDIVIDAMENTO,
ATIVIDADE E LUCRATIVIDADE –
PARTE 1
Relatórios financeiros com poucas informações podem se tornar um pesa-
delo ou até a ruína das empresas. A área contábil precisa estar capacitada para
a correta preparação das demonstrações financeiras, pois elas são capazes de
informar a situação financeira geral da organização.
1) Liquidez corrente
De forma mais clara, podemos dizer que seus resultados apresentam quanto de
dinheiro a empresa tem por meio de bens e direitos do curto prazo (ativo circulante)
para sanar as dívidas de curto prazo que a empresa tem a pagar (passivo circulante).
91
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Ativo Passivo
Ativo Circulante 30.000 Passivo Circulante 25.000
Bancos 20.000 Fornecedores 16.000
Caixas 6.000 Duplicatas a pagar 7.000
Estoques 4.000 Salários a pagar 2.000
Ativo não circulante 10.000 Passivo não circulante 0
Imóveis 10.000 PL 15.000
Total: 40.000 Total 40.000
Fonte: a autora.
Uma empresa, ao fechar seu balanço patrimonial, identificou que seu ativo
circulante tinha a soma de R$ 30.000, enquanto seu passivo circulante somava
R$ 25.000. Ao usarmos a fórmula do índice de liquidez corrente, identificaremos:
30.000/25.000 = 1,2
Isso significa que, para cada R$ 1,00 que a empresa tem de passivo circulan-
te, ela terá 1,20 para quitar aquela obrigação.
2) Liquidez seca
Por excluir a conta de estoque, esse índice sempre será menor ou igual ao
índice achado na liquidez corrente. Além disso, essa análise é bastante recomen-
dada na utilização do estoque, pois disponibilidade exige cautela, já que a liquidez
do estoque depende muito da sua venda para ser realizada.
O índice de liquidez seca é mais exigente nesse sentido, pois exclui a conta
de estoques do cálculo. Vamos imaginar que dos R$ 30.000 de ativo, R$ 4.000
eram referentes à conta estoques. Façamos o cálculo:
92
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Isso significa que, a cada R$ 1,00 em dívida, a empresa tem R$ 1,04 para
pagar as dívidas de curto prazo.
3) Liquidez imediata
Ativo Passivo
Ativo Circulante 30.000 Passivo Circulante 25.000
Bancos 4.000 Fornecedores 16.000
Clientes 6.000 Duplicatas a pagar 7.000
Estoques 20.000 Salários a pagar 2.000
Ativo não circulante 10.000 Passivo não circulante 0
Imóveis 10.000 PL 15.000
Total: 40.000 Total 40.000
Fonte: a autora.
4.000/25.000 = 0,16
93
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
4) Liquidez geral
Com isso, esse índice apresenta quanto a empresa tem em dinheiro, bens e
direitos realizáveis a curto e a longo prazo, para garantir o pagamento da totalida-
de das suas dívidas. Por esse índice usar o ativo circulante (de curto prazo) e o
realizável a longo prazo, é desejável que seu índice resulte um número maior que
1. Porém, obviamente, depende do ramo da empresa, sua estratégia de cresci-
mento, dentre outros. Vamos ao exemplo!
Fonte: a autora.
Isso significa que a cada R$ 1,00 em dívida que a empresa tem, ela terá
R$ 1,16 para pagamento.
94
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
FIGURA 5 – ENDIVIDAMENTO
Fonte: <https://pixabay.com/pt/illustrations/d%c3%advida-empr%c3%a9stimo-
cr%c3%a9dito-dinheiro-1500774/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
Mede o valor dos ativos totais da empresa que vêm de terceiros. Com esse
índice, é possível ver o tamanho da dívida total do negócio e medir o grau de risco
dos empreendimentos graças às suas operações. Sua fórmula é:
20.000/100.000 X 100 =
0,20 X 100 =
20%
95
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Isso significa que a cada 100% do valor, apenas 20% vêm do capital de ter-
ceiros, sendo que o restante vem do capital próprio.
Se uma pessoa investirá um valor em uma empresa, ela irá querer saber
as garantias que ela terá naquilo. Um negócio provavelmente tem vários bens e
direitos, que formam o ativo da empresa. Esses ativos foram obtidos por meio do
capital próprio e de capital de terceiros (pessoas ou instituições).
80.000/100.000 = 0,80
0,80 X 100 = 80%
Lembrando que passivo total são os passivos de curto e longo prazo. Portanto:
96
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
70.000/100.000 =
0,70 X 100 =
70%
Ele mede o quanto a empresa tem de seu capital próprio investido em ativos
imobilizados. Como exemplo de ativos imobilizados, podemos citar veículos, má-
quinas e imóveis. Observe que, por serem ativos com baixa facilidade em liqui-
dez, deve-se ter o cuidado ao imobilizar uma alta quantia nesses ativos. Afinal,
não é tão fácil vender imóveis e carros. Por isso, o recomendado é muito pouco
investido aqui.
Fonte: <https://cdn.pixabay.com/photo/2017/04/02/09/08/
bulldozer-2195329__340.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2022.
97
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Se esse índice for maior que 1,00, existem recursos de terceiros financiando
o ativo não circulante. Observe a seguir o exemplo. Vamos lá! Uma empresa tem o
valor de R$ 2.000,00 em ativo não circulante e R$ 1.000,00 em patrimônio líquido.
ICP = 2.000/1.000 = 2
Perceba que seus recursos (R$ 1.000) não são suficientes para cobrir seu
ativo não circulante (R$ 2.000). O que indica que a empresa está utilizando recur-
sos de terceiros para cobrir seu ativo. Vejamos um segundo exemplo!
ICP = 1.000/1.000 = 1
Se, por acaso, o índice trouxer como resultado o valor igual a 1,00, significa
que o ativo não circulante da empresa é totalmente financiado com recursos pró-
prios.
Se o índice for menor que 1,00, significa que, além de financiar o ativo não
circulante, os recursos próprios financiam também o ativo realizável. Observe que
vale a teoria do “quanto menos, melhor”.
98
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Perceba que é importante ter muita atenção: não é bom ter muito valor para
a área de imobilização, é preciso saber dosar a medida certa, já que o imobilizado
não tem uma liquidez muito rápida.
Isso indica que o ativo permanente é financiado com patrimônio líquido mais
as dívidas de longo prazo. Portanto, não está sendo utilizado o capital de curto
prazo para financiar o ativo permanente da empresa.
99
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Vejamos um exemplo!
Cálculo:
Isso significa que os recursos financiam o ativo não circulante e o ativo reali-
zável a longo prazo. Ou seja, parte desse dinheiro também irá para o longo prazo.
Vejamos um exemplo!
Cálculo:
Quando o índice é maior que 1,00, significa que foi utilizado todo o patrimônio
líquido e todo o passivo não circulante e, ainda, não foi suficiente para comprar
o ativo não circulante, sendo necessário usar recursos do ativo circulante para
financiar o ativo não circulante. Portanto, há dívida de curto prazo para comprar
algo que foi comprado para longo prazo.
100
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
A fórmula é:
Vamos a um exemplo?
ANC 300,00
Ativo total 1.000,00
Fonte: a autora.
Cálculo:
Índice = 300/1000 = 30
Isso significa que 30% dos recursos totais são recursos que estão no ativo
não circulante (imobilizado, investimentos e intangível).
5 INDICADORES FINANCEIROS
– LIQUIDEZ E ENDIVIDAMENTO,
ATIVIDADE E LUCRATIVIDADE –
PARTE 2
As empresas são obrigadas a prestarem contas, sejam mensais, trimestrais
ou anuais. Essas contas são demonstradas por meio das demonstrações finan-
ceiras, mas são interessadas a diversos stakeholders (grupos interessados) finan-
ceiros, como investidores, credores, clientes, dentre outros.
É por meio das análises das demonstrações financeiras que os credores con-
seguem observar a capacidade de pagamento das empresas, que os investidores
conseguem analisar se vale a pena ou não investir dinheiro nessa empresa e as-
sim por diante. Aprenderemos um pouco sobre os índices de rentabilidade e sua
importância para as empresas.
101
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
FIGURA 7 – RENTABILIDADE
Fonte: <https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%c3%b3cio-pessoas-
de-neg%c3%b3cio-sucesso-1989126/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
1) Giro do ativo
Sua fórmula é:
Mas como encontrar esse ativo total médio? Imagine as seguintes contas:
Ativo
2020 2021
300.000,00 400.000,00
Fonte: a autora.
102
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
300.000 + 400.000 / 2 =
700.000 / 2 =
350.000,00
Fonte: a autora.
103
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
50.800/400.000 = 12,70
5.2 INDICADORES DE
LUCRATIVIDADE
Ele é utilizado por meio da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Peguemos esse exemplo de DRE para fazer as análises. Vamos lá!
104
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
TABELA 2 – DRE
Fonte: a autora.
1) Margem operacional
Isso significa que a cada R$ 100,00 que a empresa vendeu, sobra de lucro
operacional para pagar as despesas administrativas R$ 13,80.
FIGURA 8 – LUCRATIVIDADE
Fonte: <https://pixabay.com/pt/photos/empres%c3%a1rio-
dire%c3%a7%c3%a3o-sucesso-3492380/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
105
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
2) Margem líquida
O cálculo é:
50.800/487.500 = 10,42%
Isso significa que a cada R$ 100,00 em vendas, teve-se o lucro líquido de
R$ 10,42.
3) Margem bruta
A equação é:
No exemplo, temos:
202.500/487.500 = 41,5%
Tenta medir quantas vezes uma empresa vendeu o estoque em certo perío-
do. Esse índice serve para avaliar a competitividade e mensurar o desempenho
no ramo de negócio seguido. Em questão numérica, é interessante índices que
tenham alto giro de estoque. Sua fórmula é:
106
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
360/6 = 60 dias.
Isso significa que a cada 60 dias, a empresa renovou o estoque todo o seu
estoque. De forma geral, quanto mais rotação, melhor, pois indica uma frequência
boa de vendas.
Reflete o tempo necessário para que uma empresa cobre seus deveres. Se o
índice apresentar que o período médio de cobrança é superior ao prazo médio do
setor, isso mostra que é preciso fazer uma revisão da gestão do setor de cobran-
ça. Vejamos a fórmula logo abaixo.
107
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
Para achar a média das duplicatas, basta somar e dividir por dois. Portanto:
30.000 + 50.000/2 =
80.000/2 = 40.000
320.000/40.000 = 8
Isso significa que vendeu a prazo e recebeu oito vezes ao ano. Dividindo
pela quantidade de dias, temos:
360/8 = 45 dias.
Fonte: <https://pixabay.com/pt/photos/farmacia-antiguidade-
velho-3377670/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
Apresenta o tempo médio que uma empresa usa para pagar seus compro-
missos junto aos fornecedores. Quanto maior for o prazo de pagamento, maior é
a parcela da atividade da empresa que é financiada pelos fornecedores. O cálculo
é:
6 ANÁLISE HORIZONTAL
A análise horizontal é feita de forma horizontal, comparando uma conta no
decorrer dos anos. Vejamos um exemplo:
108
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
Fonte: <https://pixabay.com/pt/illustrations/gr%c3%a1ficos-mesas-
gr%c3%a1fico-estatisticas-6246450/>. Acesso em: 22 jun. 2022.
Por exemplo, vamos comparar o ano de 2018 com todo o restante. Portanto:
109
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras
7 ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical compara um componente com seu grupo de contas pelo
seu saldo total. Por exemplo:
QUADRO 24 – ATIVO
Fonte: <https://cdn.pixabay.com/photo/2018/03/27/12/16/
analytics-3265840__340.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2022.
110
Capítulo 3 Demonstrativos Financeiros
QUADRO 25 – DRE
DRE Valores em R$
Vendas líquidas 2.000,00
(-) CMV 1.300,00
= Lucro bruto 700,00
(-) Despesas 300,00
= Lucro líquido 400,00
Fonte: a autora.
8 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
As demonstrações financeiras, ou demonstrações contábeis, são um conjun-
to de informações organizadas por meio de relatórios contábeis que detalham a
situação financeira e patrimonial de uma empresa.
4) Utilize planilha Excel para fazer a análise por meio de uma revisão
analítica mais detalhada.
5) Anote os termos que são desconhecidos na sua rotina e procure en-
tender o significado deles. As demonstrações financeiras são formadas
por alguns termos estrangeiros, principalmente em inglês, pois fazem re-
ferência aos regulamentos e aos órgãos específicos. Além disso, alguns
ramos empresariais têm termos específicos de atuação, aparecendo vez
ou outra nomes diferentes do seu habitual. Não deixe de entendê-los.
Lidar com dados é um assunto muito procurado por qualquer instituição. Seja
para os seus estudos, para o seu trabalho ou para fins financeiros (investir em
alguma empresa por meio da bolsa de valores), você precisa aprender a ler as
demonstrações contábeis e financeiras. Não se deixe assustar pelos números.
Depois de entender o conceito e o que é para ser feito, essa área é uma das mais
interessantes de se trabalhar.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Análise das demonstrações contábeis em IFRS e CPC:
facilitada e sistematizada. São Paulo: Atlas, 2019.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
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