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Curso de Técnico em Saneamento

Professora: Adriana Albuquerque do Nascimento Sousa


Disciplina: Laboratório de Saneamento

MATERIAL DE APOIO

LABORATÓRIO DE SANEAMENTO
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Campus Tucuruí

EMENTA:
· Noções de Laboratório: Identificação de equipamentos e vidrarias;
· Procedimentos de segurança de Laboratório.
· Noções de qualidade da água: Introdução;
· Usos e rotas do uso da água;
· Impurezas encontradas na água.
· Padrões da qualidade da água: Padrão de potabilidade; Padrão de
corpos d’água; Padrão de lançamento.
· Parâmetros físicos da água: Conceito, origem, efeitos e significado;
· Métodos e técnicas analíticas para determinação dos parâmetros físicos.
· Parâmetros químicos da água – inorgânica: Conceito, origem, efeitos e
significado; Métodos e técnicas analíticas para determinação dos
parâmetros químicos.
· Parâmetros químicos da água – matéria orgânica: Conceito, origem,
efeitos e significado; Métodos e técnicas analíticas para determinação
da matéria orgânica da água.
· Parâmetros microbiológicos da água: Conceito, origem, efeitos e
significado; Métodos e técnicas analíticas para determinação dos
parâmetros bacteriológicos
· Coleta de amostra de água: Cuidados, representabilidade e
procedimentos de coleta.
· Produtos químicos para tratamento de água (sulfato de alumínio, cloreto
férrico, álcalis, cloro e compostos de cloro, compostos de flúor. carvão
ativado, polímeros):
· Armazenamento dos produtos; Preparação de soluções e suspensões;
Dosagens.
· Ensaios em Jart-Test envolvendo processos e operações de
coagulação, floculação sedimentação, filtração e desinfecção.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
· BRASIL. Portaria 518: procedimentos e responsabilidades relativos ao
controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
· BRASIL. Resolução CONAMA n.º 357: classificação dos corpos d’água.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005.
· DI BERNARDO, L.; DI BERNARDO, A.; CENTURIONE FILHO, P.L.
Ensaios de tratabilidade de água e dos resíduos gerados em estação de
tratamento de água. São Carlos: RIMA, 2002.
· FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual prático de análise da
água.
· FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de biossegurança em
laboratório.
· MACEDO, J. Métodos Laboratoriais.
· SILVA, A.S; OLIVEIRA, R. Manual de análise físico-químicas de águas
de abastecimento e residuárias. Ed. Univ./UFPB. João Pessoa. 1997.
· SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos. Editora UFMG. 3ª Ed. 2009
· AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the
examination of water and wastewater. 19ª ed. Washington: APHA; 1995.

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1. NOÇÕES DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO

1.1 OBJETIVO
Estabelecer as condições adequadas para procedimentos de segurança
em laboratório, atendendo à legislação pertinente, de forma que o usuário
possa adotar sempre atitudes atenciosa, cuidadosa e metódica a fim de evitar
que tais atitudes ou pressa possam acarretar acidentes e possíveis danos para
si e para os demais.

2. REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA

ü Não fume

ü Não coma e não beba no laboratório;


ü Evite trabalhar sozinho e fora das horas de trabalho convencionais;
ü Utilizar calçado fechado (que cubra todo o pé) para trabalhar no laboratório;
ü Não jogue material insolúvel nas pias (sílica, carvão ativo, etc). Use um
frasco de resíduo apropriado;
ü Não jogue resíduos de solventes nas pias. Resíduos de reações devem ser
antes neutralizados, em seguida armazenados em frascos adequados;
ü Em caso de acidentes, mantenha a calma, desligue os aparelhos próximos,
inicie o combate ao fogo, isole os inflamáveis, chame os bombeiros;
ü Não entre em locais de acidentes sem uma máscara contra gases;
ü Ao sair do laboratório, o último desliga tudo, e verificando se tudo está em
ordem;
ü Trabalhando com reações perigosas, explosivas, tóxicas, ou cuja
periculosidade você não está bem certo, use a capela, o protetor acrílico
(Shield), e tenha um extintor por perto;
ü Nunca jogue no lixo os restos de reações;
ü Realize os trabalhos dentro de capelas ou locais bem ventilados;

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ü Em caso de acidentes (por contato ou ingestão de produtos químicos) leia


atenciosamente a FISPQ, e, caso necessário procure um médico indicando
o produto utilizado;
ü Se atingir os olhos, abrir bem as pálpebras e lavar com bastante água;
ü Atingindo outras partes do corpo, retirar a roupa impregnada a lavar a pele
com bastante água;
ü Certos torpedos de gases, como CO2 não podem permanecer internamente
nos laboratórios, quando não estiverem sendo usados. Os demais cilindros
quando em uso ou mesmo estocados devem estar sempre presos a
paredes ou bancadas;
ü Durante as atividades rotineiras, não será permitido ao técnico e/ou
estagiário a permanência no laboratório sem o uso de guarda pó, trajando
bermudas, shorts, sandálias ou sapatos abertos;
ü Ao se aquecerem substâncias voláteis e inflamáveis no laboratório, deve-se
observar os risco de incêndio;
ü Para temperaturas inferiores a 100ºC use preferencialmente banho Maria
ou banho a vapor;
ü Para temperaturas superiores a 100ºC use banhos de óleos. Parafina
aquecida funciona bem para temperaturas de até 220ºC; glicerina pode ser
aquecida 150ºC sem desprendimento apreciável de vapores desagradáveis.
Banhos de silicone são os melhores, mas são também mais caros;
ü Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de
aquecimento. O aquecimento é rápido e eficiente, mas o controle da
temperatura não é tão conveniente como em banhos. Mantas de
aquecimento não são aconselháveis para destilação de produtos muito
voláteis e inflamáveis como: éter e petróleo, éter etílico e CS2;
ü Para altas temperaturas (>220ºC) pode-se empregar um banho de areia. O
aquecimento e o resfriamento do banho deve ser lento;
ü Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos
voláteis. Nunca aqueça solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter,

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CS2, etc). Ao aquecer solventes como etanol ou metanol em chapas, use


um sistema munido de condensador;
ü Aquecimento direto em chapa, sobre a tela de amianto são recomendados
para líquidos não inflamáveis (Por ex: água)

2.1 USO DE EPI’S E EPC’S


ü Use óculos protetores de olhos, sempre que estiver no laboratório;
ü Use guarda pó, de algodão com mangas cumpridas, sempre que estiver no
laboratório;
ü Sempre que necessário use máscara contra gases e aventais;
ü O laboratório ou sala de experimentos, deverá possuir: chuveiro e lava
olhos em funcionamento normal.

3. PRODUTOS PERIGOSOS

Sob o ponto de vista genérico, os riscos dos produtos químicos


perigosos podem referir-se tanto à segurança como à saúde dos trabalhadores
e estão relacionados com o processo produtivo, utilização e manipulação e
presença de substâncias químicas, quer no estado puro, quer formando
misturas.

3.1 Definições:

· Substâncias - os elementos químicos e os seus compostos tal como se


apresentam no estado natural ou tal como são produzidos pela indústria e
que contenham, eventualmente, qualquer aditivo necessário à preservação
da estabilidade do produto e qualquer impureza decorrente do processo,
com exclusão de qualquer solvente que possa ser extraído sem afetar a
estabilidade da substância nem alterar a sua composição.
· Preparações - as misturas ou soluções que são compostas de duas ou
mais substâncias.

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3.2 Caracterização dos agentes.

Os riscos inerentes aos produtos químicos perigosos para a segurança e


a saúde dos trabalhadores podem ser analisados sob dois aspectos
relacionados com:

a. A comercialização

Os agentes perigosos na atividade laboral das empresas quando da sua


produção, utilização, manipulação e exposição.

Em resposta ao primeiro aspecto, adotou-se um conjunto de Diretivas


que dizem respeito à classificação, embalagem e rotulagem dos produtos
químicos perigosos bem como à limitação da sua comercialização e/ou
utilização. Segundo as quais só se podem comercializar as substâncias
químicas que sejam notificadas pelo fabricante ou importador à autoridade
competente.

b. Propriedades físico-químicas e efeitos sobre a saúde.

A avaliação dos perigos das preparações e substâncias perigosas é


efetuada fundamentalmente sob o ponto de vista das propriedades físico-
químicas e efeitos sobre a saúde.

Propriedades físico-químicas:

· Explosivos
· Comburentes
· Inflamáveis
· Facilmente inflamáveis
· Extremamente inflamáveis

Propriedades toxicológicas:

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· Tóxicos
· Muito tóxicos
· Nocivos
· Corrosivos
· Irritantes
· Sensibilizantes
· Os que provocam efeitos graves para a saúde em caso de exposição
prolongada

Efeitos específicos na saúde humana:

· Carcinogênicos
· Mutagênicos
· Com efeitos tóxicos na reprodução

Efeitos no ambiente:

· Perigosos para o ambiente aquático


· Perigosos para o ambiente não aquático

3.3) Fatores de Risco

Os riscos das substâncias e preparações químicas perigosas dependem de:

· Fatores intrínsecos aos próprios produtos químicos, em consequência


das suas propriedades físico-químicas ou reatividade química
determinantes da sua periculosidade.
· Fatores extrínsecos relativos à insegurança com que estes se utilizam,
como por exemplo, deficiências da organização dos equipamentos e das
instalações:
· Comportamentos humanos inadequados gerados basicamente por um
desconhecimento da periculosidade do produto ou processo químico em

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questão, e por falta de formação que permita adotar procedimentos de


trabalho seguros.

3.4) Tipos de Risco

Os produtos químicos podem ser analisados de acordo com os


diferentes tipos de risco e em especial das suas conseqüências:

· Riscos de explosão e de incêndio


· Riscos de irritação e de queimaduras por contato.
· Riscos de intoxicação.
· Riscos para o ambiente.

Devido às características físico-químicas dos produtos químicos, podem


desencadear-se incêndios e explosões quando da presença de substâncias
inflamáveis, explosivas e comburentes. Em consequência de desprendimento
de calor e devido à incompatibilidade química de algumas substâncias podem
desencadear um processo de inflamação ou explosão dos reagentes e dos
produtos da reação libertando matérias muito tóxicas.

3.4.1) Riscos de explosão e de incêndio

Os riscos de inflamação ou de explosão dependem das propriedades


físicas do produto e do seu ponto de inflamação que, em especial para os
líquidos, é a temperatura mais baixa a partir da qual se desprendem
quantidades suficientes de vapores que se inflamam na presença de uma fonte
de energia de ativação externa.

Assim, conforme o seu ponto de inflamação, as substâncias e


preparações líquidas podem classificar-se em:

· Extremamente inflamável
· Facilmente inflamável

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· Inflamável

Medidas preventivas

Para proteger os trabalhadores contra os danos provocados pela


utilização de produtos químicos inflamáveis e explosivos deve-se:

· Atuar ao nível da concepção e métodos de funcionamento das


instalações, de maneira a eliminar vapores, gases ou poeiras
inflamáveis, e adotar procedimentos corretos de evacuação.
· Eliminar ou controlar as fontes de ignição] com especial incidência
nas medidas destinadas a evitar descargas eletrostáticas.
sobretudo nas operações de trasfega:
· Efetuar a separação das instalações e/ou processos em que se
utilizem produtos químicos inflamáveis das zonas de
armazenagem e dos locais onde estejam presente pessoas;
· Instalar dispositivos para detectar aumentos da pressão finos
recipientes e de sistemas automáticos de redução de gases,
destinados a evitar explosões;
· Reduzir ao mínimo as quantidades presentes no local de trabalho
e separar os produtos químicos incompatíveis entre si;
· Utilizar vestuário e equipamento adequado, como por exemplo,
ferramentas que não produzam chispas sobretudo quando se
trabalha com material inflamável a baixa temperatura;
· Medir as atmosferas inflamáveis, para as quais existem
detectores (explosímetros) para avaliar da sua perigosidade;
· Fechar sempre os recipientes que contêm produtos inflamáveis.
pois os seus vapores e todo o líquido ardem facilmente se na sua
proximidade existe um foco de ignição;
· Atender à incompatibilidade de certos produtos químicos com a
água, pois podem libertar-se produtos inflamáveis;

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· Manter os produtos químicos oxidantes afastados dos inflamáveis


e combustíveis, devido à sua reatividade e à sua tendência a
gerar calor;
· Conceber vias de acesso adequadas à zona de armazenagem;
· Instalar sinalização de segurança adequada e introduzir
equipamento apropriado na detecção e/ou extinção de incêndios
que deve estar sempre em bom estado de funcionamento e de
fácil acesso;
· Instalar dispositivos elétricos que devem ser antideflagrantes e
com ligação à terra;
· Proibir fumar.

3.4.2) Riscos de irritação e de queimaduras por contato

São riscos provocados por substâncias irritantes e corrosivas, cuja ação


sobre o organismo se manifesta localmente mediante irritação forte com
reações inflamatórias da pele e das mucosas ou destruição dos tecidos com os
quais estão em contacto direto.

Medidas preventivas

Para prevenir estes riscos deve-se:

· Fechar sempre os recipientes, depois de extraída a quantidade


necessária, pois em caso de derrame de produtos corrosivos podem
ocorrer acidentes graves;
· Colocar os produtos corrosivos separados e em recipientes de pequena
capacidade o mais perto possível do solo, com tabuleiros que retenham
possíveis derrames por rotura;
· Instalar duchas de emergência e "lava olhos" para minimizar as
consequências resultantes de projeções e salpicaduras em operações
manuais;

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· Evitar manipular produtos químicos irritantes ou corrosivos. sem


equipamento de proteção individual adequado (ex.: luvas e óculos de
proteção);
· Lavar a cara e as mãos depois da utilização.

3.4.3) Riscos de intoxicação

A exposição dos trabalhadores à ação contaminante dos produtos


químicos perigosos pode provocar intoxicações agudas ou crônicas, quando da
penetração no organismo por inalação, absorção cutânea e/ou ingestão. As
intoxicações podem manifestar-se de maneira diferente provocando efeitos:

· Asfixiantes
· Alergisantes e sensibilizantes
· Tóxicos sistêmicos
· Pneumoconiáticos
· Anestésicos e narcóticos
· Carcinogênicos, mutagênicos e tóxicos na reprodução.

Medidas preventivas

Para controlar os riscos de intoxicações ambientais em consequência da


exposição aos produtos químicos perigosos, enquanto agentes contaminantes
deve-se:

· Atuar ao nível da concepção e métodos de funcionamento das


instalações
· Modificar e corrigir o processo produtivo, impedindo a formação do
contaminante, nomeadamente trabalhando em meios isolado.
· Substituir uma substância tóxica por outra menos tóxica
· Automatizar o processo para evitar a manipulação direta do
contaminante

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· Introduzir ventilação geral e/ou extração localizada adequadas


· Alterar a organização do trabalho diminuindo o tempo de exposição aos
contaminantes químicos e reduzir a um mínimo absolutamente
necessário o número de trabalhadores expostos
· Introduzir equipamentos e sistemas de trabalho que em caso de fugas
permitam detectá-las rapidamente e circunscrever a área contaminada
· Armazenados produtos tóxicos em locais bem ventilados
· Proibir comer, beber e fumar em zonas contaminadas
· Usar equipamento de proteção individual até que os riscos sejam
eliminados ou reduzidos a níveis considerados inofensivos para a saúde
dos trabalhadores, ou ainda como complemento da proteção coletiva.
Além do controle ambiental da exposição, é necessário fazer controle
biológico, que implica medição e avaliação dos contaminantes em fluidos
biológicos (sangue, urina).

3.5) Rotulagem de substâncias e preparações

O rótulo é para o utilizador a primeira fonte de informação relativa ao


produto. É fundamental, lê-lo e compreendê-lo, pois ele evidencia os riscos
relativos a determinado produto.

O rótulo:

· Informa imediatamente o utilizador do produto;


· Permite evitar confusões e erros de manipulação;
· Ajuda a organizar a prevenção;
· É um guia para a compra dos produtos;
· É um auxiliar da armazenagem dos produtos;
· É importante em caso de acidente;
· Dá conselhos sobre a gestão de resíduos e a proteção do ambiente.

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3.6 Fichas de segurança de produtos químicos (FISPQ)

Sempre que se armazenem ou manipulem substâncias e/ou


preparações perigosas, é essencial estar informado sobre os principais riscos
representados pela utilização desses produtos.

Os fabricantes e ou importadores e fornecedores dos produtos assim


classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha de dados de
segurança, que transmite informações fundamentais sob o ponto de vista da
segurança, designadamente:

· Identificação do fabricante
· Identificação do perigos
· Primeiros socorros
· Medidas de combate a incêndios
· Medidas a tomar em caso de fugas acidentais
· Manuseamento e armazenamento
· Controle da exposição / proteção individual
· Propriedades físico-químicas
· Estabilidade e reatividade
· Informação toxicológica
· Informação ecológica
· Informações relativas à eliminação
· Informações relativas ao transporte
· Informação sobre regulamentação
· Outras informações

4. CUIDADOS ESPECÍFICOS EM LABORATÓRIO

Fogo

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Se o fogo irromper em um Becker ou balão de reação, basta tapar o


frasco com uma rolha, toalha ou vidro de relógio, de modo a impedir a entrada
de ar.
Se atingir a roupa de uma pessoa algumas técnicas são possíveis:
· Levá-la para debaixo do chuveiro;
· Há uma tendência da pessoa correr, aumentando a combustão, neste
caso, deve derrubá-la e rolá-la no chão até ser exterminado;
· Melhor, no entanto é embrulhá-la rapidamente em um cobertor para este
fim;
· Pode-se também usar o extintor de CO2, se este for o meio mais rápido;
Jamais use água para apagar o fogo em um laboratório. Use CO2 ou pó
químico.
Fogo em sódio, potássio ou lítio. Use extintor de pó químico (não use o
gás carbônico, CO2). Também se podem usar o reagente carbonato de sódio
(Na2CO3) ou cloreto de sódio (NaCl – sal de cozinha).
Em caso de incêndio saia das dependências do laboratório e chame o
corpo de bombeiros

Observação:
A areia não funciona bem para Na, K, Li;
A água reage violentamente com estes metais.
Ácidos
ü Ácido sulfúrico: derramado sobre o chão ou bancada pode ser rapidamente
neutralizado com carbonato ou bicarbonato de sódio em pó.
ü Ácido clorídrico: derramado será neutralizado com amônia, que produz
cloreto de amônio, em forma de névoa branca;
ü Ácido nítrico reage violentamente com álcool.
Compostos Voláteis De Enxofre
ü Enxofre: tipo mercaptanas, resíduos de reação com DMSO são capturados
em “trap” contendo solução a 10% de KmnO4 alcalino.

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ü H2S: que se desprende de reações pode ser devidamente capturado em


“trap” contendo solução a 2% de acetato de chumbo aquoso.
Compostos Tóxicos
Um grande número de compostos orgânicos e inorgânicos é tóxico.
Manipule-os com cuidado. Evitando a inalação ou contato direto. Muitos
produtos que eram manipulados, sem receio, hoje são considerados nocivos à
saúde e na há dúvidas de que a lista de produtos tóxicos deve aumentar.
Manuseio De Gases
· Armazenar em locais bem ventilados, secos e resistentes ao fogo;
· Proteger cilindros do calor e da irradiação direta;
· Manter os cilindros presos à parede de modo a não caírem;
· Separar e sinalizar os recipientes cheios e vazios;
· Utilizar sempre válvula reguladora de pressão;
· Manter a válvula fechada após o uso;
· Limpar imediatamente equipamentos e acessórios após o uso de gases
corrosivos;
· Somente transportar cilindros com capacete (tampa de proteção da válvula) e
em veículo apropriado;
· Não utilizar óleos e graxas nas válvulas de gases corrosivos;
· Manipular gases tóxicos e corrosivos dentro de capelas;
· Utilizar os gases até uma pressão mínima de 2 bar, para evitar a entrada de
substâncias estranhas.

5. Símbolos de Risco

Facilmente Inflamável (F)


Determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação
inferior a 21ºC, substâncias sólidas que são fáceis de inflamar e
continuar queimando por si só, liberam substâncias facilmente
inflamáveis por ação de umidade.

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Precauções: Evitar contato com o ar, a formação de misturas inflamáveis gás-ar e


manter afastadas de fontes de ignição.
Extremamente Inflamáveis (F+)
Líquidos com ponto de inflamabilidade inferior a 0•C e o ponto máximo
de ebulição a 35ºC, gazes, misturas de gases (que estão presentes em
forma líquida) que como ar e a pressão normal podem se inflamar
facilmente.
Precauções: Manter longe do fogo de chamas abertas e fontes de ignição.
Tóxicos (T)

A inalação, ingestão ou absorção através da pele, provoca danos à


saúde na maior parte das vezes, muito grave ou mesmo a morte.

Precauções: Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados


especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
Muito Tóxico (T+)

A inalação, ingestão ou absorção através da pele, provoca danos à


saúde na maior parte das vezes, muito grave ou mesmo a morte.

Precauções: Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados


especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
Corrosivo (C)

Por contato estes produtos químicos destroem o tecido vivo, bem


como vestuário.

Precauções: Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, olhos e vestuário.
Oxidante (O)

Substâncias comburentes podem inflamar substâncias combustíveis


ou acelerar a propagação de incêndio.

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Precauções: Evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Perigo de


incêndio.
Nocivo (Xn)

Em caso de intoxicação aguda (oral, dermal ou por inalação), pode


causar danos irreversíveis à saúde.

Precauções: Evitar qualquer contato com o corpo humano, e observar cuidados


especiais com produtos cancerígenos, teratogênicos e mutagênicos.
Irritante (Xi)

Este símbolo indica substâncias que podem desenvolver uma ação


irritante sobre a pele, olhos e vias respiratórias.

Precauções: Não inalar vapores e evitar contato da pele e olhos com qualquer
substância.

Explosivo (E)

Este símbolo indica substâncias que podem explodir sob


determinadas condições.

Precauções: Evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e ação de calor em


ambientes onde manipula ou armazena substâncias explosivas.

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