DOIS VIZINHOS
2020
LUIZ ANTÔNIO NUERNBERG
DOIS VIZINHOS
2020
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................6
2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................7
2.1 Experimentação Agrícola.....................................................................................7
2.2 A Cultura da Soja..................................................................................................7
2.3 A Cultura do Milho................................................................................................9
2.4 A Cultura do Feijão.............................................................................................10
3 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................12
3.1 A Empresa............................................................................................................12
3.2 Montagem de Campos Experimentais..............................................................12
3.3 Acompanhamento à Cultura do Soja................................................................14
3.3.1 Manejos Iniciais na Cultura da Soja...................................................................14
3.3.2 Doenças.............................................................................................................15
3.3.3 Pragas................................................................................................................18
3.3.4 Ervas Daninhas..................................................................................................19
3.3 Acompanhamento à Cultura do Milho..............................................................20
3.4 Acompanhamento à Cultura do Feijão.............................................................22
3.4.1 Doenças.............................................................................................................23
3.4.2 Pragas................................................................................................................25
3.4.3 Ervas Daninhas..................................................................................................27
4 SUGESTÕES TÉCNICAS........................................................................................29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................30
REFERÊNCIAS...........................................................................................................31
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1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
A soja surgiu no Brasil em meados dos anos 60, onde apareceu como
cultura sucessora ao trigo. Sua ascensão teve inicio devido as grandes criações de
suínos e aves, o que demandava grandes quantidades de rações, e o farelo de soja
passou a ser utilizado na composição destas rações. Mais tarde, por volta dos anos
70, o preço da soja passou a se tornar cada vez mais atrativo, com grandes
aumentos não só no Brasil, mas em todo um cenário mundial, a produção passou a
aumentar gradativamente, e hoje é uma das principais opções para o agricultor
brasileiro (EMBRAPA, 2017).
Segundo Manara (1988), a soja é uma das principais fontes da alimentação,
tanto animal quanto humana, já que possui teores de óleo e proteína relativamente
altos. Por esses motivos, a maioria dos grãos produzidos no país são destinados a
moagem, e juntamente com milho, constituem a base da maior parte das rações
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consumidas, fazendo com que a cultura tenha grande destaque na economia interna
quanto na exportação (HIRAKURI; LAZZAROTO, 2014).
Atualmente, o Brasil ocupa a vice-liderança na produção de soja, ficando
atrás apenas dos EUA, e isso se deve devido a inovação das tecnologias (FARIAS,
2001). Segundo Vencato et al. (2012), dentre os principais produtores de soja à
nível mundial, nosso país é o com maior capacidade de aumento de produção, tanto
porque possui uma alta capacidade de expansão das áreas cultivadas.
A cultura da soja necessita de diversos manejos, e se estes não forem
adequados, a produção pode ser comprometida. Um dos principais fatores que
podem ocasionar quedas na produção, é a infestação de plantas daninhas, podendo
ocasionar perdas de 30 a 40% na produtividade final. Para evitar tais danos, indica-
se a rotação de culturas da área, mantendo sempre cobertura vegetal, o que impede
a germinação de grande parte das infestantes. Além disso, é importante que seja
realizada uma eliminação das daninhas previamente ao plantio na área (LORENZI,
2000).
As daninhas não são as únicas a causarem danos na cultura da soja. É
importante que sejam realizadas visitas e monitoramentos frequentes no cultivo, a
fim de identificação de pragas e doenças que possam acometer a plantação
(HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). Para ambos os casos, indica-se controle a partir
do MIP e MID, e apesar dos danos parecerem alarmantes, os controles preventivos
não são recomendados quando se trata do ataque de pragas (EMBRAPA, 2013).
Atualmente, uma das pragas que mais acarreta danos a cultura são os
percevejos, pois estes atacam inserindo o aparelho bucal diretamente nas vagens,
ocasionando danos nos grãos, que podem apresentar enrugamento e
consequentemente ficam menores e mais leves, além de servirem como entrada
para doenças fúngico. Quando o ataque é muito severo, a soja pode abortar
algumas vagens, além de causar distúrbios fisiológicos nas plantas, tornando a
lavoura desuniforme, prejudicando a colheita. Para controle dos mesmos, destaca-
se o manejo cultural, através da rotação de culturas, e quando a praga surge na
lavoura, recomenda-se controle químico ao constatar 2 percevejos por pano de
batida (PASSARELLI, 2017).
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pode ser atacado por pragas desde a emergência até a fase de espigamento da
cultura, porém, alguns estádios são mais propícios ao ataque, sendo necessário
maiores cuidados nestas fases. O tratamento de sementes é crucial para o sucesso
da cultura, uma vez que este garantirá controle a maior parte das pragas que
atacam as plântulas do milho, garantindo o estande de plantas e maiores chances
de sucesso de produção.
Outros fatores que podem afetar negativamente a cultura são as doenças.
Estas, por sua vez, podem ser causadas por diversos fatores, tanto como por
alterações na temperatura e umidade, como por fungos, bactérias e viroses. O
surgimento das doenças está diretamente ligado à época de implantação da cultura,
tendo em vista que plantios mais tardios serão acometidos com maior frequência
pelos patógenos. Como as áreas não ficam em pousio hoje em dia, esses patógenos
migram de algumas culturas para outras, e com esse plantio mais tardio, o milho
será uma rota de escape para os mesmos, sendo que a cultura apresenta ciclo mais
tardio em relação as demais, ficará mais tempo na lavoura e consequentemente
maior será o período em que as doenças poderão se proliferar (SILVA et al., 2005).
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 A Empresa
3.3.2 Doenças
L ha-1 mais óleo mineral Aureo® na dosagem de 0,4 L ha -1, Alto 100® (Ciproconazole
100 g L-1) na dosagem de 0,4 L ha-1 e Helmstar Plus® (Azoxistrobina 120 g L-1 +
Tebuconazole 240 g L-1) na dosagem de 0,6 L ha-1, ficando a critério da escolha do
produtor.
Foram encontrados alguns casos de míldio, onde o causador dessa doença
é o fungo Peronospora manshurica, onde as condições favoráveis para seu
desenvolvimento são temperaturas entre 20°C e alta umidade. Para esporulação são
necessárias temperaturas entre 10 e 25°C, não esporulando em temperaturas
inferiores a 10°C e superiores a 30°C. Nas folhas os sintomas podem ser na forma
de pontuações ou manchas (Figura 4). Os agentes etiológicos dos míldios são
parasitas obrigatórios, e o micélio do fungo desenvolve-se após a invasão de
haustórios nas células, infectando as folhas (AGROLINK, 2020).
Para a realização do controle do Míldio são recomendados fungicidas de
ação protetora, como por exemplo o Difere (Oxicloreto de Cobre 588 g L -1), que era
uma boa opção para exercer papel protetor contra a entrada do míldio. A dosagem
recomendada era de 1,2 L ha-1.
3.3.3 Pragas
A cultura da soja é atacada por várias pragas desde o início do seu ciclo até
a sua colheita. Por isso deve-se ter o cuidado com o controle das pragas já na
implantação da cultura. Para se realizar o controle de insetos, devem ser levados em
consideração vários pontos, como informações sobre o inseto e sua população, se
há a presença de inimigos naturais e a capacidade da planta em suportar seu
ataque. Assim, o monitoramento da lavoura, a identificação correta das pragas, dos
inimigos naturais e o estádio de desenvolvimento são importantes medidas a serem
tomada (EMBRAPA, 2017).
No estágio foi possível identificar algumas pragas que ocorreram com maior
frequência em nossa região, sendo elas a Lagarta da Soja, e percevejo marrom. A
Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) comumente encontrada na maioria das
lavouras de soja, possuindo cerca de 15 mm, com coloração que varia de verde a
preto, apresentando três linhas longitudinais em seu dorso, com cinco pares de
patas, quatro pares de patas abdominais e um par de patas terminal (Figura 5). Na
fase adulta, são mariposas de cor variável, do marrom-escuro ao cinza-claro
(EMBRAPA, 2014).
algumas áreas de alta infestação (Figura 8). Para o controle desta praga foram
utilizados os produtos CapatazBR® (Clorpirifós - 480 g L -¹) na dosagem de 1 L ha-¹ e
produtos à base do ingrediente ativo Diflubenzuron e Triflumuron (Dimilin® - 800 g
Kg-¹ e Certero® - 480 g L-¹, respectivamente) associados à produtos desalojantes
como por exemplo Oro Solve® e Prometa®, que são produtos à base de enxofre,
que ao serem pulverizados, exalam fortes odores, fazendo com que as pragas saiam
do solo e sejam possíveis alvos.
Outra cultura que foi observada no estágio foi a do feijão, que uma das
principais culturas cultivadas na safrinha em nossa região.
Instituições públicas e privadas vêm desenvolvendo estudos por meio de
pesquisa de melhoramento genético, buscando cultivares cada vez mais adaptadas
a região, com alto potencial produtivo, arquitetura mais ereta que facilita o processo
de colheita mecanizada e melhoria nos processos fotossintéticos. Estes fatores
tornaram possível a obtenção de rendimentos de até 4.000 kg ha -1 em algumas
áreas de cultivo (LOLLATO et al., 2001).
O plantio do feijão safrinha na região inicia-se em janeiro, as variedades de
feijão cores mais cultivadas na região são IPR Sabiá, IPR Tangará, ANFC9 e de
feijão preto são BRS Esteio, IPR Urutau, IPR Tuiuiú.
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3.4.1 Doenças
A cultura do feijão é afetada por muitas doenças que podem ser causadas
por fungos, bactérias, vírus e nematoides. Essas afetam as diferentes partes das
plantas e sua incidência está relacionada com as exigências climáticas de seus
agentes causais. O período de estágio possibilitou a visualização de algumas das
principais doenças que atacam a cultura.
A antracnose causada pelo fungo (Colletotrichum lindemuthianum)
historicamente é uma doença importante cultura, ocorre principalmente nas épocas
mais úmidas e com temperaturas mais amenas (em torno de 13ºC a 26ºC). Os
sintomas típicos da doença são a presença de áreas necrosadas nas nervuras. Nas
folhas e hastes geralmente as lesões são alongadas, de cor avermelhada ou
marrom-escura, principalmente na face inferior. Nas vagens (Figura 10) são
deprimidas, circulares com a borda marrom mais escura que o centro. O patógeno
também pode infectar sementes, provocando sintomas como a descoloração e a
formação de lesões escuras no tegumento e cotilédones (WENDLAND; JUNIOR;
FARIA, 2018).
3.4.2 Pragas
Por ser uma praga com alto potêncial de danos e dificuldades de controle, é
importante considerar medidas de manejo integrado de pragas (MIP), como controle
de plantas daninhas hospedeiras da praga, reduzir a população da praga nos
cultivos anteriores, adequar semeadura com épocas de menor pressão da praga no
campo, utilização de agentes de controles biológicos, tratamento de sementes com
inseticidas sistêmicos e aplicação de inseticidas em parte aérea.
4 SUGESTÕES TÉCNICAS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio foi de grande valia, pois foi possível aprimorar e pôr em prática os
conhecimentos adquiridos ao decorrer da graduação onde foi possível conhecer um
pouco mais os procedimentos técnicos e teóricos dos ensaios realizados.
Com a realização do estágio foi possível observar e analisar as fases iniciais
das culturas de soja, milho e feijão, observando as principais formas de condução
dos experimentos, obtendo plantas com melhor sanidade e objetivando melhores
produções de grãos.
Os objetivos foram todos alcançados, já que foi possível realizar o estágio de
forma integral, permitindo assim adquirir mais experiência e conhecimentos técnicos
a campo.
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REFERÊNCIAS
LAJOLO, F. M. et al. Qualidade nutricional. In: ARAÚJO, S.R. et al. Cultura do feijoeiro
comum no Brasil. Piracicaba: Potafós, 1996. 786 p. p.22-70. Disponível em:
https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/consulta/busca?
b=pc&id=203900&biblioteca=vazio&busca=autoria. Acesso em: 04 nov. 2020.
VENCATO, A.Z. et al. Anuário brasileiro da soja, Santa Cruz do Sul, p. 144, 2012.
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